A INFLUÊNCIA DA EXPORTAÇÃO DE AÇÚCAR NO PORTO DE SANTOS SOBRE O FRETE RODOVIÁRIO DO FERTILIZANTE NO ESTADO DE SÃO PAULO 1
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- Alfredo Weber de Lacerda
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1 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho ISSN A INFLUÊNCIA DA EXPORTAÇÃO DE AÇÚCAR NO PORTO DE SANTOS SOBRE O FRETE RODOVIÁRIO DO FERTILIZANTE NO ESTADO DE SÃO PAULO 1 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio 2 Leadro Berardio de Carvalho 3 Resumo - O objetivo deste estudo foi provar como e quato o volume de açúcar exportado pelo porto de Satos iterfere o valor do frete egociado para a distribuição de fertilizate ao cliete fial, detro do Estado de São Paulo. Para as pessoas diretamete ligadas à logística do fertilizate, é de grade importâcia o cohecimeto de como esta variável impacta seu mercado, podedo, dessa forma, plaejar e viabilizar estratégias logísticas difereciadas, a fim de dar mais competitividade ao seu egócio. Com metodologia estatística, pode-se observar e quatificar a ifluêcia da pricipal variável iterferete o frete rodoviário da etrega ao cosumidor fial de adubos. Com base isso, verifica-se que a ligação logística etre açúcar e fertilizate deverá ser cada vez mais estreitada, devido às suas fortes relações. Etretato, isso depederá das duas bases e de seus iteresses comerciais. Palavras-chave: logística agroidustrial, regressão liear, correlação de Pearso, distribuição de fertilizates. 1 Recebido em: 02/03/2007. Aceito em: 06/06/07. 2 Pós-graduado em Admiistração de Empresas pela Fudação Getúlio Vargas. jprigueiral@hotmail.com 3 leadro@esalq.usp.br 279
2 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 1. Itrodução Atualmete, o setor sucroalcooleiro se mostra como uma das pricipais atividades socioecoômicas do Estado de São Paulo, sedo pricipalmete alavacado pelo elevado úmero de ovas usias em implemetação, jutamete com um volume deso já existete. Novas áreas estão recebedo grades ivestimetos por parte do setor privado, especialmete o oeste do Estado paulista. A grade preocupação com o biocombustível e os grades ivestimetos realizados o setor levaram ao crescimeto do mercado sucroalcooleiro do Estado. O Brasil é o maior produtor de caa-de-açúcar do mudo; em média, 55% de sua produção é trasformada em álcool e 45% em açúcar; e o Estado de São Paulo cotempla a maior área platada do País. Por sua vez, a exportação de açúcar tem crescido o Brasil sigificativamete. Somete o porto de Satos, os últimos três aos, o volume cresceu 36% em relação aos aos de 2001 a 2003, como mostra o gráfico a seguir (Figura 1). Exportação de Açúcar o Porto de Satos ,014 Volume (x1000) , à à 2006 Figura 1 - Volume de exportação de açúcar o porto de Satos. Fote: Serviço de estatística do porto de Satos. 280
3 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Já o mercado de fertilizates, os últimos dois aos, ão teve desempeho muito bom, devido à situação dos produtores agrícolas. O ao de 2004 foi cosiderado ótimo para toda a idústria de adubo, porém os aos de 2005 e 2006 foram marcados por crises e dificuldades fábricas foram fechadas e fucioários dispesados. As empresas têm ficado cada vez mais preocupadas com a qualidade e a difereciação dos produtos; com isso, ocorreu domíio das grades multiacioais. Apesar de um ao difícil, 2006 teve uma etrega recorde de adubo para o cosumidor fial o Estado de São Paulo, superado em quase 200 mil toeladas o ao de 2003 e tedo o maior volume etregue dos últimos oito aos, como se pode ver a seguir (Figura 2). Etrega de fertilizate ao cosumidor fial o Estado de São Paulo Volume (t) Figura 2 - Volume de fertilizates etregue ao produtor fial o Estado de São Paulo. Fote: ANDA Comitê de Mercado e Estatísticas. Cosiderado o porto de Satos como o pricipal destio para as cargas de açúcar produzidas o Estado de São Paulo e o complexo idustrial de Cubatão próximo ao porto de Satos como a pricipal origem dos fertilizates utilizados pelo Estado de São Paulo, a hipótese da existêcia de siergia etre o trasporte desses produtos deve ser poderada. Segudo Botter et al. (2006), tecicamete é possível realizar o trasporte de soja (o caso deste estudo, do açúcar) e retorar com o mesmo veículo trasportado fertilizate. 281
4 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 Em um mercado de fretes bastate competitivo, o preço destes é defiido pela iteração de um determiado tipo de demada, oferta e ambiete, coforme Soares et al. Portato, a dispoibilidade de carga ou ausêcia desta pode ocasioar oscilações o preço do frete para cargas que se utilizam dos mesmos equipametos de trasporte para sua movimetação. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi provar a ifluêcia da exportação de açúcar, o porto de Satos, sobre o frete rodoviário para a etrega de fertilizates ao cosumidor fial, detro do Estado de São Paulo. 2.1 Volume de exportação de açúcar O porto de Satos foi fudado em 2 de fevereiro de 1892, quado a compahia Docas de Satos fializou os primeiros 260 metros de cais. A partir da sua fudação, o porto ão parou de expadir. Seguiu e passou por todas as evoluções ecoômicas do País, e por ele passam todos os tipos de carga, de açúcar a veículos. Desde sua iauguração, o porto de Satos já movimetou mais de 1 bilhão de toeladas dos mais diversos tipos de carga. Em 1980, a CODESP (Compahia Docas de São Paulo) assumiu o comado do porto trata-se de uma empresa de capital majoritário da Uião. Hoje, o porto de Satos cota com mais de 12 km de cais e um movimeto de mais de 60 milhões de toeladas auais. No gráfico a seguir pode-se ver sua evolução os últimos aos (Figura 3). 282
5 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Movimeto o Porto de Satos Em milhões de toeladas Total do ao Figura 3 - Evolução do movimeto o porto de Satos os últimos 10 aos. Fote: Serviço de estatística do porto de Satos (2007). Em suas estatísticas, pode-se adquirir os movimetos mesais e auais de todos os tipos de carga (leva-se em cosideração este estudo apeas o movimeto de açúcar para exportação). 2.2 Volume de etrega de Fertilizates A Associação Nacioal para Difusão de Adubos (ANDA) é resposável por preparar boletis técicos, estatísticos e outros tipos de publicações e estudos para o desevolvimeto da produção agrícola. Teve sua fudação em 13 de abril de 1967 e, desde etão, tem papel fudametal para as produtoras de fertilizates e suas matérias-primas 125 dessas empresas são associadas. Na ANDA foram obtidos todos os úmeros referetes ao mercado de fertilizates etregues ao cliete fial, detro do Estado de São Paulo, os aos de 2005 e Na tabela a seguir ecotram-se esses úmeros (Tabela 1), os quais se referem às empresas da idústria de fertilizates. 283
6 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 Mês Ja Fev Mar Abr Maio Ju Jul Ago Set Dez X 524,7 801,47 511,09 640,27 893, , ,72 873, ,99 954,26 Y 35,55 33,06 33,73 33,12 30,90 31,41 31,53 33,90 36,66 35,89 ANDA - Etregas ao cosumidor fial - Estado de São Paulo Toeladas Ja Fev Mar Abr Mai Ju Jul Ago Set Out Nov Dez Tabela 1 - Fertilizates etregues ao cosumidor fial Estado de São Paulo. Fote: ANDA Comitê de Mercado e Estatísticas - Boletim Iformativo do Setor de Fertilizates. 2.3 Valores de fretes rodoviários Para cosolidação dos fretes rodoviários, pagos aos trasportadores de carga pela idústria de fertilizates, buscou-se uma fote de dados que pudesse forecer, com melhor qualidade e seguraça, os valores ecessários. Procurou-se, para tal fim, uma grade empresa, especialista o ramo: a Mosaic Fertilizates do Brasil S/A. A Mosaic começou suas atividades em 25 de outubro de 2004, com a uião de duas líderes em seus segmetos: a IMC Global e a Cargill Fertilizates (A IMC está o mercado há quase 100 aos, tedo iiciado suas atividades o Brasil após se torar acioista da Mosaic, e a Cargill Fertilizates, desde 1998 o Brasil, ao adquirir uma uidade idustrial em Cadeias/BA, estado ligada à Cargill Agrícola S/A, a qual fora fudada em 1865 os Estados Uidos). 284
7 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Os fretes foram filtrados por Estado de destio fial este caso, São Paulo. Todos os fretes pagos para etrega do fertilizate ao produtor agrícola, detro do Estado, foram iseridos o baco de dados. Foi calculada uma média simples para se trabalhar com valores absolutos mesais, em reais por toelada trasportada (R$/t). 2.4 O modelo Segudo Bussab et al. (2004), uma das preocupações da estatística, ao se aalisar um cojuto de dados, é criar modelos que explicitem estruturar o feômeo sob observação, os quais freqüetemete estão misturados com variações acidetais ou aleatórias. Portato, a idetificação dessas estruturas permite cohecer melhor o feômeo, bem como fazer afirmações sobre possíveis comportametos. Assim, ao se verificar a ifluêcia de uma variável em outra, a aálise de uma regressão liear é o método que melhor se ecaixa para o caso. Para que se cosiga visualizar tal ifluêcia e o comportameto da variável pricipal (frete do fertilizate), é preciso, primeiramete, verificar se há correlação cofiável etre elas. Para se aalisar este primeiro poto, todos os dados são mesurados em um diagrama de dispersão tal medida facilita a observação de algum tipo de relacioameto. A variável Y (frete de fertilizates) é represetada o eixo vertical e a variável X (volume de exportação de açúcar), o horizotal. A seguir ecotram-se as tabelas dos dados dos dois aos de referêcia (Tabelas 2 e 3) e, a seqüêcia, estes dados devidamete iseridos em um diagrama de dispersão (Figuras 4 e 5). 285
8 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 Tabela 2 - Dados das variáveis Tabela 3 - Dados das o ao de 2006 X e Y para variáveis X e Y para o ao de 2005 DIAGRAMA DE DISPERSÃO - ANO Frete Fertilizates (R$) Mercado Açúcar Exp. Satos (t x1.000) Figura 4 Diagrama de dispersão referete aos dados da Tabela
9 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho DIAGRAMA DE DISPERSÃO - ANO Frete Fertilizates (R$) Mercado Açúcar Exp. Satos (t x1.000) Figura 5 Diagrama de dispersão referete aos dados da Tabela 3. Em 2006 observam-se dois potos saido da liha ormal, porque uma terceira variável teve grade ifluêcia o aumeto sigificativo do frete, ou seja, a própria demada do mercado de adubo. Neste ao a safra ficou muito cocetrada os meses de outubro a ovembro, devido a fatores ecoômicos dos produtores, os quais abdicaram da compra e do recebimeto até o último istate, em que a ão-aplicação do fertilizate poderia comprometer a produção. Uma mudaça a cultura logística das usias produtoras de açúcar também é um poto- chave para essa cocetração, pois estão reduzido ao máximo os armazés para estoque de isumos e solicitado aos forecedores etrega just i time ; dessa forma, requisitam o fertilizate coforme suas ecessidades imediatas. Assim, adota-se uma ova tabela de dados para aálise (Tabela 4), ão cotemplado os meses de outubro e ovembro do ao de 2006, iserido-os em um ovo diagrama de dispersão (Figura 6). 287
10 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 Tabela 4 - Dados das variáveis X e Y para o ao de 2006 sem os meses de outubro e ovembro. Mês Ja Fev Mar Abr Maio Ju Jul Ago Set Dez X 524,7 801,47 511,09 640,27 893, , ,72 873, ,99 954,26 Y 35,55 33,06 33,73 33,12 30,90 31,41 31,53 33,90 36,66 35,89 DIAGRAMA DE DISPERSÃO - ANO Frete Fertilizates (R$) Mercado Açúcar Exp. Satos (t x1.000) Figura 6 Diagrama de dispersão referete aos dados da Tabela 4. Ao observar rapidamete os diagramas, verifica-se que existe relação etre as variáveis, pois, do cotrário, os potos estariam distribuídos ao acaso o gráfico. No etato, para se quatificar e comprovar matematicamete tal relação, utiliza-se o coeficiete de correlação de Pearso, em que represetado pela letra r, quatifica a associação liear etre as duas variáveis. O coeficiete é calculado pela equação a seguir: r = ( ) ( ) ( ) ( ) Xi Yi Xi Yi Xi X Yi Y = ( Xi X ) ² ( Yi Y ) ² Xi² - ( Xi) ² ( ) Yi² - Yi ² (1) 288
11 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho O resultado de r pode variar de -1 (correlação perfeita egativa) a +1 (correlação perfeita positiva). Seu valor egativo idica uma liha de tedêcia decrescete; para ode o setido de X variar, Y variará em setido oposto. Já seu valor positivo, com uma liha crescete, tem sua variável X variado o mesmo setido da outra variável aalisada. Caso o resultado seja igual a 0 (zero), é sial de que ão existe relacioameto liear etre as duas variáveis. Na sequêcia, após calcular o r, é preciso testar se as amostras realmete possuem correlação liear, pois, mesmo com o r diferete de zero, pode-se ter as amostras retiradas de uma população com suas variáveis ão relacioadas liearmete. Para testar, é preciso saber qual é a distribuição amostral do coeficiete de correlação r. Para a estatística-teste, tem-se a seguite formulação: t = r 1 r² 2 (2) em que: t = estatística-teste; = úmero de períodos observados; e r = coeficiete de correlação de Pearso. O úmero de períodos observados () - 2 é igual à quatidade do grau de liberdade (GL = - 2). O grau de liberdade é ecessário para se verificar ode o resultado da estatística-teste t se ecotra detro da tabela do qui-quadrado, de ode se pode cocluir a probabilidade do relacioameto e seu grau de sigificâcia. Com esse valor observado a tabela, avalia-se a possibilidade de se ajustar ou ão a uma liha de regressão etre as variáveis estudadas. 289
12 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº A regressão Cosolidado a existêcia de uma correlação liear etre as variáveis, pode-se ajustá-las a uma liha e, até mesmo, prever o comportameto de uma em fução da variação da outra. Como já exposto ateriormete, o objetivo deste estudo ão é apresetar um modelo de previsão de frete para o mercado de fertilizates com base o volume de exportação de açúcar, e sim comprovar suas relações e ifluêcias. Para ajustar as variáveis estudadas a uma liha de regressão, utiliza-se o método dos míimos quadrados (MMQ). Portato, é preciso estimar valores de a e b de tal forma que a soma dos quadrados dos seus desvios em relação à reta que se está procurado ajustar seja míima. Para isso, utilizam-se as seguites fórmulas para cálculo: Yi Xi a b = = Y bx (3) b = Xi Yi ( )( ) Xi Yi Xi Xi X Yi Y Xi Yi = = ( Xi X ) ( Xi) ² Xi² - ( Xi) ² Xi² - ² (4) Por fim, aalisa-se o erro-padrão amostral da regressão. Para isso, cosolida-se uma série de dados em uma tabela (que será utilizada a seção de aplicação e resultados) para calcular as equações a seguir e cocluir o valor perseguido. Para o erro-padrão amostral da regressão, tem-se: SYY b² SYY SYY b SXY s = = (5) Yi 290
13 E para seus coeficietes: João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho X² ( X X ) = X ² - = SXX ² (6) Y² ( Y Y ) = Y ² - = SYY ² (7) X Y ( X X )( Y Y ) = XY = SXY - (8) 3. Resultados Nesta seção, verificar-se-á a aplicação dos métodos observados sobre os dados aalisados este estudo, assim como seus resultados. 3.1 O Correlacioameto liear Para dar iício aos cálculos, as tabelas a seguir foram adotadas para melhor viasualização dos dados. Para o ao de 2006, obtêm-se os seguites dados de referêcia (Tabela 5). 291
14 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 Tabela 5 Dados para cálculo de fórmulas referete ao ao de 2006 Mês X Y XX YY XY Ja 524,710 35, , , ,441 Fev 801,473 33, , , ,697 Mar 511,086 33, , , ,931 Abr 640,268 33, , , ,676 Maio 893,091 30, , , ,512 Ju 1083,443 31, , , ,945 Jul 1279,716 31, , , ,445 Ago 873,944 33, , , ,702 Set 1001,989 36, , , ,917 Dez 954,255 35, , , ,212 Total 8563, , , , ,477 Média 856,398 33,575 Para 2005, resulta a tabela a seguir (Tabela 6). Tabela 6 Dados para cálculo de fórmulas referete ao ao de 2005 Mês X Y XX YY XY Ja 515,268 32, , , ,859 Fev 784,704 30, , , ,025 Mar 979,975 32, , , ,179 Abr 809,976 31, , , ,139 Maio 1116,990 30, , , ,195 Ju 1289,598 28, , , ,174 Jul 1076,017 31, , , ,129 Ago 917,752 30, , , ,933 Set 691,954 33, , , ,919 Ou 637,149 38, , , ,606 Nov 579,273 36, , , ,210 Dez 655,516 35, , , ,145 Total 10054, , , , ,513 Média 837,848 32,
15 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Em 2006, após aplicação do método de Pearso, em que a fórmula 1 equacioada ecotra-se o valor de r = -0,31, poder-se-ia afirmar que os dados têm baixa correlação e uma liha de tedêcia decrescete, ou seja, à medida que o volume de exportação de açúcar cresce, o frete do fertilizate reduz. Cotudo, é preciso verificar sua estatística-teste para maior cofiabilidade a afirmação de correlação e ifluêcia das variáveis. Em sua estatística- teste (equação 2), tem-se em 2006 t = -2,744 (adotado o valor absoluto para a tabela do qui-quadrado), com um grau de liberdade igual a 8 (oito), já que foram cosiderados para aálise apeas 10 meses do ao. Observado a tabela do qui-quadrado (Tabela 7), coclui-se que a relação etre essas variáveis é explicada aproximadamete em 95% dos casos. Isso resulta em uma sigificâcia estatística de aproximadamete 5% (tratado como limite aceitável de erro). Tabela 7 Tabela do qui-quadrado GL / L 0,990 0,950 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,86520 Como em 2006 foram excluídos dois valores da população, a aálise do ao de 2005 será utilizada para reforçar os resultados obtidos. Em 2005, ecotra-se um valor de r relativamete maior que o de 2006, o que idetifica a possibilidade de uma relação aida mais forte. Neste ao, obtém-se o valor de r = -0,75 (que cofirma a tedêcia decrescete etre as variáveis, igualmete vista em 2006). Em resposta ao teste estatístico, tem-se o valor de t = -3,586, com grau de liberdade 293
16 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 igual a 10 (dez). Com esses resultados, observa-se a Tabela 7 que também é obtida uma sigificâcia estatística próxima a 5% o ao de Portato, como há boa correlação etre as variáveis estudadas, admitese ajustar os valores a uma liha de regressão cofiável. 3.2 Ajuste liear Seguido a metodologia, após a cofirmação da existêcia de correlação cofiável, faz-se o ajuste a uma liha liear de regressão, em que também são utilizadas as Tabelas 5 e 6 como base de dados para as equações a serem executadas. Será utilizado o mesmo roteiro de aálise da verificação do correlacioameto liear, cujo ao de 2006 fora aalisado, e reforçado com o ao de Para os valores iiciais a serem ecotrados, dado iício ao método dos míimos quadrados, ecotram-se os valores de b e a, em que b = - 0,003 e a = 35,72. Mesurados esses valores, ecotra-se a equação da reta estimada de regressão, que será: Y = a + bx em que: Y = valor de frete rodoviário estimado para etrega de fertilizates o Estado de SP; e X = quatidade de açúcar exportado o porto de Satos. Com isso, tem-se a seguite reta: Y = 35,72 0, 003X 294
17 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Para aálise do erro-padrão da liha, tem-se como base, a Tabela 5, a resolução das equações 6, 7 e 8, com os valores de Sxx = ,77, Syy = 35,4 e Sxy = -1355,98. Com os coeficietes observados, o erro-padrão amostral da regressão é s = 1,10. Já o ao de 2005, obtém-se o valor de a = 40,29 e b = -0,009 e a seguite equação da reta: Y = 40,29 0, 009X Na formulação da equação, com os dados-base de 2005, têm-se os valores de Sxx = ,65, Syy = 90,42 e Sxy = Com os coeficietes cosolidados, chega-se ao erro-padrão amostral da regressão o valor de s = 1, Cosolidação fial Após verificação de todos os resultados estatísticos, observam-se, em um ovo diagrama de dispersão, os valores referidos e aalisados as Figuras 5 e 6 jutamete com a liha ajustada da regressão, bem como os desvios de cada valor, como mostram as figuras a seguir (Figuras 7 e 8). 295
18 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 DIAGRAMA DE DISPERSÃO - ANO 2006 Liha de ajuste da regressão Frete Fertilizates (R$) Mercado Açúcar Exp. Satos (t x1.000) Figura 7 - Diagrama de dispersão com a liha ajustada da regressão referete ao ao de DIAGRAMA DE DISPERSÃO - ANO 2005 Liha de ajuste da regressão 37 Frete Fertilizates (R$) Mercado Açúcar Exp. Satos (t x1.000) Figura 8 - Diagrama de dispersão com a liha ajustada da regressão referete ao ao de Com referêcia aos dois últimos gráficos, ota-se que os desvios são muito pequeos em relação ao alihameto liear; portato, são reforçados todos os resultados obtidos os cálculos realizados este estudo a relação etre as variáveis. 296
19 4. Coclusão João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho Por ser cosiderada carga de retoro para as empresas de trasporte, até pelo valor agregado do produto e pela quatidade e volume do fluxo de cargas do iterior para o porto (fluxo iverso do fertilizate), a logística de distribuição do fertilizate tora-se depedete de variáveis exteras ao seu egócio. Com isso, o resultado deste estudo torar-se-á de grade importâcia para a idústria de tal isumo agrícola. Com os resultados tão sigificativos observados este trabalho, pode-se esperar uma reação de estratégia logística para viabilizar as etregas sem causar trastoros aos clietes (por atrasos a etrega do isumo). Parcerias com esses mesmos clietes (possibilitado, em um processo de melhoria cotíua, melhores codições de recebimeto e de estoque destes em suas propriedades), assim como potos de distribuição fial para auxiliar as etregas solicitadas just i time (em que até mesmo por fatores climáticos a fertilização do platio deve ser feita de imediato caso ão haja resposta rápida a essa ecessidade, a produtividade da colheita pode ser miimizada e custos operacioais de mão-de-obra podem gerar grades prejuízos a esses produtores), devem ser viabilizados pelos grades forecedores de fertilizates. A operacioalização do trasporte por ferrovia para a etrega fial aida possui restrições por parte da idústria de fertilizates isso devido à dificuldade, por parte das compahias ferroviárias, em possibilitar programações seguras, em razão de deficiêcias operacioais e de estrutura. O risco de avaria os produtos esacados também é um fator ifluete, porém poderá ser uma saída para melhor atedimeto aos clietes, reduzido o desgaste causado por variáveis exteras, e até mesmo possibilitar crescimeto as vedas com o aumeto da competitividade, em decorrêcia do suprimeto das ecessidades imediatas dos clietes. Assim, pode-se cocluir que, devido a essa ifluêcia tão sigificativa, a itegração logística etre forecedor x cliete deverá ser cada vez 297
20 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 maior, para um crescimeto competitivo o mercado. O estreitameto das relações logísticas da idústria de fertilizates com os grades exportadores de açúcar também deve acotecer para que se tracem metodologias e estratégias logísticas que reduzam os impactos sofridos por ambas as partes. Referêcias ADUBOS, Associação Nacioal para Difusão de. Perfil da Associação. Dispoível em: < Acesso em: 2 março BOTTER, R. C.; TACLA, D.; HINO, C. M. Estudo e aplicação de trasporte colaborativo de cargas de grade volume. Pesquisa Operacioal, Rio de Jaeiro, v.26,. 1, ja/abr BUSSAB, W. O.; MORETTIN, P. A. Estatística básica. São Paulo: Saraiva, p. CAIXETA FILHO, J. V.; GAMEIRO, A. H. (Org.) Trasporte e logística em sistemas agroidustriais. São Paulo: Atlas, MAGALHÃES, M. N.; LIMA, Atoio Carlos P. Noções de probabilidade e estatística. 3. ed. São Paulo: Editora USP, MEYER, P. L. Probabilidade: aplicações à estatística. 2.ed. Rio de Jaeiro: Livros técicos e Cietíficos Editora S.A, MONTGOMERY, D. C. Desig ad aalysis of experimets. New York: Joh Wiley ad Sos, MONTGOMERY, D. C. Itroductio to statistical quality cotrol. New York: Joh Wiley ad Sos,
21 João Paulo Gomes Rigueiral e Atoio & Leadro Berardio de Carvalho MOSAIC. História. Dispoível em: < motatela.aspx?page=icludes/empresa/historia.ascx>. Acesso em: 5 março PARÁ, Uiversidade federal do. Qui Quadrado. Dispoível em: < / Acesso em: 5 março REIS, M. M. Coceitos elemetares de estatística. Dispoível em < / Acesso em: 12 março SÃO PAULO, Compahia Docas do Estado. A loga travessia. Dispoível em: < Acesso em: 2 março SOARES, M. G.; CAIXETA-FILHO, J. V. Caracterização do mercado de fretes rodoviários para produtos agrícolas. Gestão & Produção, v.4,.2, p , ago UNICA, Portal. A alta competitividade caavieira em São Paulo. Dispoível em: < Acesso em: 1 março VIALE, L. Estatística básica. Texto5: Correlação e regressão. Abstract - This survey has the purpose to prove as ad how much the volume of exported sugar by Satos port iterferes i the freight value egotiated for fertilizer distributio for the fial customer, i São Paulo State. For people who are directly coected to fertilizer logistic, it is very importat to have kowledge of how this variable impact i its market ad so, it is possible to pla ad make feasible differetial logistic strategies to ca provide more competitiveess for its busiess. Through statistics methodology, it is possible to observe ad quatify the ifluece of mai variable that has iterferece i the delivery road freight to the fial customer. Based o this, it will be able to coclude that the logistic likig betwee sugar ad fertilizer will be closer, due to strog relatioships ad it will deped o both bases ad its commercial iterests. Keywords: agro-idustrial logistic, liear regressio, Pearso s correlatio, distributio of fertilizer. 299
22 REVISTA DE ECONOMIA E AGRONEGÓCIO, VOL.5, Nº 2 300
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