Gestão da cadeia de suprimentos a partir de um processo de internacionalização de empresa: a percepção dos gestores
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- Armando Vilanova Borges
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1 Gestão da cadeia de suprimetos a partir de um processo de iteracioalização de empresa: a percepção dos gestores Guilherme Cuha Malafaia Alex Eckert 2 Fábio Eberhardt Teixeira 3 Resumo A gestão da cadeia de suprimetos tem despertado o iteresse de pesquisadores e estudiosos em fução da sua importâcia o cotexto orgaizacioal. O Brasil, as últimas três décadas, a partir da abertura da ecoomia, vem participado mais ativamete da ecoomia globalizada. Diate disso, o objetivo desta pesquisa é idetificar a percepção dos gestores sobre as pricipais mudaças que ocorreram a gestão da cadeia de suprimetos de uma idústria brasileira, a partir da sua aquisição por uma empresa multiacioal europeia. Para atigir este objetivo, foi realizado um estudo de caso, de cuho exploratório, a partir de etrevistas com pessoas que estavam atuado a empresa adquirida. As etrevistas foram trascritas e aalisadas utilizado a técica de aálise de coteúdo. Os resultados demostram que ocorreram mudaças, relacioadas pricipalmete a questão da importação e exportação de produtos e isumos, bem como em relação aos sistemas iformatizados da logística. Palavras-chave: Gestão da Cadeia de Suprimetos. Logística. Iteracioalização. Maagemet of the supply chai after the compay's iteratioalizatio: the perceptio of maagers Abstract The maagemet of the supply chai has aroused the iterest of researchers ad scholars due to its importace i the orgaizatioal cotext. Brazil, i the last three decades, from the opeig of the ecoomy, has participated more actively i the global ecoomy. Thus, the objective of this research is to idetify the perceptio of maagers o the major chages that have occurred i the maagemet of the supply chai of a Brazilia idustry, after its acquisitio by a Europea multiatioal compay. To achieve this goal, we coducted a case study of a exploratory ature, from iterviews with people who were workig i the acquired compay. The iterviews were trascribed ad aalyzed usig the techique of cotet aalysis. The results demostrate that chages have occurred, primarily related to the issue of import ad export of products ad supplies, as well as the computer systems that cotrol the logistics. Keywords: Supply Chai Maagemet. Logistics. iteratioalizatio Doutor em Agroegócios UFRGS. Pesquisador Classe A EMBRAPA. gcmalafaia@gmail.com 2 Doutorado em Admiistração - UCS/PUCRS. Mestre em Admiistração UFRGS. Professor da Uiversidade de Caxias do Sul UCS. alex.eckert@bol.com.br 3 Mestrado em Admiistração UCS. Professor da Uiversidade de Caxias do Sul UCS. feteixei@ucs.br
2 . INTRODUÇÃO Os estudos que buscam compreeder o fucioameto das cadeias de suprimetos são relativamete recetes. Foi o fial dos aos de 980 que, a partir do crescete desevolvimeto da logística, o assuto começa a ser explorado com mais itesidade tratado em periódicos cietíficos, em paralelo com a crescete difusão de um ovo padrão de relacioameto etre empresas, oriudo especialmete da idústria automobilística japoesa. (ALVES FILHO et al., 2004). Nessas três últimas décadas, ocorreram grades mudaças o ceário sócio-ecoômico brasileiro e mudial, o que refletiu o ritmo de vida das orgaizações. Dificilmete alguma empresa cosegue sobreviver em um sistema fechado, cofiada a seus limites orgaizacioais ou até mesmo aos limites de seu país de origem, igorado o que acotece o mudo a sua volta. A tecologia avaça a cada dia que passa e, para se materem competitivas, as empresas estão sedo forçadas a promover mudaças que garatam agilidade e eficiêcia aos seus processos, e isso remete a mudaças a cadeia produtiva ode estão iseridas. (HANSEN; ROSSI, 2008) Diate disso, o objetivo do presete estudo é idetificar a percepção dos gestores sobre as pricipais mudaças que ocorreram a gestão da cadeia de suprimetos da empresa Meta (ome fictício), uma fabricate brasileira de material elétrico, a partir da sua aquisição por uma empresa multiacioal europeia. 2. A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A gestão cadeia de suprimetos, ou Supply Chai Maagemet, é o cojuto de processos requeridos para obter materiais, agregado-lhes valor, de acordo com a percepção dos clietes e cosumidores, buscado dispoibilizar os produtos para o lugar e para a data que estes os desejarem. Trata-se- se de um processo bastate exteso, e que varia de acordo as características do egócio, do produto e das estratégias utilizadas pelas empresas para fazer com que o bem chegue às mãos dos clietes e cosumidores (BERTAGLIA, 2003). Para Chopra e Meidl (20), uma cadeia de suprimetos cosiste o evolvimeto de diferetes partes, direta ou idiretamete, a realização do pedido de um cliete. Ela ão iclui apeas o fabricate e os forecedores, mas também trasportadoras, armazés, varejistas e até mesmo os próprios clietes. ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 3
3 Figura : Coexões a cadeia de suprimetos Forecedores de 3º ível ou de poto de origem Forecedores o poto de origem Foreced. do 3º ao ível Forecedores de 2º ível Forecedores de º ível 2 3 Clietes de º ível 2 Clietes de 2º ível 2 2 Clietes de 3º ível ou fiais Clietes do 3º ao ível Cliete Fial Ligações de Processos Gereciados Ligações de Processos Moitorados Ligações de Processos Não-Gereciados Ligações de Processos com Não-Membros Empresa Focal Membros da Cadeia de Suprimetos da Empresa Focal Não-Membros da Cadeia de Suprimetos da Empresa Focal Fote: Elaborado pelos autores com base em Lambert e Cooper (2000) A cadeia de suprimetos egloba todas as relações a motate e a jusate com forecedores e clietes, para etregar mais valor ao cliete, com um custo meor para a cadeia de suprimetos como um todo. Além disso, é uma rede de orgaizações coectadas e iterdepedetes, trabalhado em cojuto, em regime de cooperação mútua, para cotrolar, gereciar e aperfeiçoar o fluxo de matérias primas e iformações dos forecedores para os clietes fiais (CHISTOPHER, 2007). Coforme Vitorio (202), um aspecto importate a gestão da cadeia de suprimetos é a logística. Segudo o autor, é a forma como as empresas gereciam sua cadeia de suprimetos, para que estas se destaquem o mercado. Nas últimas 2 décadas, as maiores histórias de sucesso são das empresas que pesaram em um jeito rápido e meos oerosos de levar os produtos até as mãos dos clietes. Cada vez mais as empresas buscam a estratégia de uma cadeia de suprimetos exuta, que é a habilidade superior de projetar e admiistrar sistemas buscado cotrolar a movimetação e a localização geográfica de matérias primas, trabalhos em processo e ivetários de produtos acabados ao meor custo total. Ao praticarem a logística exuta, as empresas poderão ter, por exemplo, um ivetário quado desejado pelo cliete. Embora isso pareça um tato quato simples de implatar, o que ocorre a prática é que muitas empresas gastam tempo, diheiro e esforço cosideráveis para gerar a demada dos clietes, e mesmo ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 4
4 assim ão coseguem ter o produto dispoível para satisfazer as suas exigêcias (BOWERVOX; CLOSS; COOPER, 2006) Na visão de Mollekopf et al. (200), as estratégias de cadeia de suprimetos exuta têm foco a redução de resíduos, ajudado as empresas a adição de elimiar atividades sem valor relacioadas ao excesso de tempo, mão de obra, equipametos, espaço e estoques em toda a cadeia de abastecimeto. Essas estratégias permitem às empresas melhorar a qualidade, reduzir custos e melhorar o atedimeto aos clietes. Etretato, como as cadeias de abastecimeto estão aumetado em complexidade e tamaho, as práticas exutas estão se torado cada vez mais difíceis de implemetar e mater. 3. A INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS A iteracioalização pode ser traduzida como um processo em que uma empresa, cujas operações limitam-se exclusivamete em seu mercado local, ou doméstico, passa a operar em mercados iteracioais, fora do seu país de origem. (AHMAD; KITCHEN, 2008). Diversas empresas adotam a estratégia de iteracioalização buscado estarem alihadas ao mudo em costates mudaças, o qual reia uma competição feroz. Outras, por sua vez, buscam apeas ultrapassar e superar os seus cocorretes. (PORTER, 990) Para uma empresa se iteracioalizar, é importate que os empreededores teham algumas características específicas, bem como experiêcias o mercado iteracioal. Em relação à empresa em si, esta deve possuir características e capacidades orgaizacioais adequadas para o mercado extero, e deve estar motivada essa direção. Além disso, a empresa precisa formular boas estratégias iteracioais, participar de redes de relacioametos de egócios tato acioais como iteracioais, e aida, ter cohecimeto do ambiete global e das características específicas de cada mercado estrageiro o qual teha iteresse em desevolver suas atividades. (ENGELMAN; FRACASSO, 203) De acordo com Marks e Mirvis (998), o processo de iteracioalização das empresas ocorre, fudametalmete, a partir de três processos distitos, que são: a aquisição, a fusão ou a formação de joit vetures. ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 5
5 Quadro : Pricipais tipos de iteracioalização Processo Características Aquisição Resulta o desaparecimeto legal da empresa adquirida. Evolve uma completa combiação de duas ou mais empresas que deixam Fusão de existir legalmete para formar uma terceira, com ova idetidade (pelo meos a teoria), sem predomiâcia de ehuma das empresas ateriores. Ocorre quado duas ou mais empresas se reúem para criar uma ova, Joit veture formalmete separada das demais, a qual terá goveraça, força de trabalho, procedimetos e cultura específicas. Fote: Elaborado pelos autores com base em Marks e Mirvis (998) Idepedete da tipologia de iteracioalização adotada pelas empresas, percebe-se que, o atual cotexto ecoômico, a regra é que algus grades coglomerados setoriais estão operado em ível global e visam a dimiuição dos custos de seus fatores de produção. Diate disso, essas grades empresas buscam alcaçar a lideraça tecológica de produtos e de processos por meio de associações estabelecidas com outras empresas meores. Essas associações, segudo o autor, decorrem sobremaeira dos três processos citados ateriormete, mas também de um quarto modelo: o dos acordos tecológicos celebrados etre empresas. (DUPAS, 200) Leersyder (982) apreseta um modelo que mostra, de maeira resumida, as diferetes estratégias de etrada das empresas em mercados iteracioais, objetivado costituir um esquema teórico para a compreesão das estratégias de iteracioalização a partir de duas abordages. A primeira delas refere-se ao o grau de evolvimeto com mercados iteracioais, relacioado ao comprometimeto de recursos com estes mercados. A seguda, por sua vez, diz respeito ao grau de cotrole das operações o exterior. A partir dessas duas abordages, o pesquisador propõe quatro tipologias de iteracioalização, as quais podem ser traduzidas em ivestir e delegar, ivestir e cotrolar, cotrolar sem ivestir e delegar sem ivestir. 4. MÉTODO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS A estratégia de pesquisa adotada esta pesquisa foi o estudo de caso úico, de cuho exploratório, com abordagem qualitativa. Para Yi (200), o estudo de caso é uma ivestigação empírica de um feômeo cotemporâeo detro de um cotexto de realidade, o qual ão estão claramete defiidos os limites etre o feômeo e o cotexto. O mesmo autor afirma aida que o estudo de caso cotribui como estratégia de pesquisa em diferetes situações, iclusive tratado-se de estudos orgaizacioais. ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 6
6 A coleta de dados ocorreu com o uso etrevistas idividuais em profudidade com uma abordagem semiestruturada, coduzidas a partir da aplicação de um roteiro de questões. Segudo Ribeiro e Mila (2004), as etrevistas idividuais são um dos pricipais métodos de coleta de dados em pesquisas qualitativas, pricipalmete pelo fato de o pesquisador ter a oportuidade de aprofudar o etedimeto em toro do objeto de pesquisa. Os respodetes foram cico pessoas que estavam atuado a empresa Meta durate o processo da aquisição e iteracioalização, que ocorreu etre os aos de 2005 e 2006: o diretor da empresa (D), uma coordeadora da área de egeharia da qualidade (C2) e outra da área vedas (C3), além de dois geretes de uidades de egócios (G4, G5). Os critérios para a escolha destes etrevistados foram: a experiêcia, o tempo de serviço, o evolvimeto com o processo de aquisição, o desempeho de fuções-chave, a iteração com o grupo e a viabilidade de acesso para realizar as etrevistas. As etrevistas foram gravadas e trascritas. Gibbs (2009) susteta que a trascrição facilita o trabalho em equipe e quado as tarefas de aálise serão compartilhadas etre os pesquisadores e deve haver um coseso razoável em relação à iterpretação dos dados. Posteriormete foi feita a aálise e iterpretação dos dados, através da aálise de coteúdo. De acordo com Bardi (2004), a aálise de coteúdo é um cojuto de técicas de aálise das comuicações visado obter, por procedimetos, sistemáticos e objetivos, de descrição do coteúdo das mesages, idicadores que permitam a iferêcia de cohecimetos relativos às codições de produção/recepção das próprias mesages. Levado em cosideração o objetivo geral proposto esta pesquisa, foram cosideradas para a classificação, comparação e sítese dos dados, duas grades categorias de aálise: apresetar a maeira de como era gerida a cadeia de suprimetos ates da aquisição e quais as pricipais mudaças que ocorreram, em termos de gestão da cadeia de suprimetos, durate e depois da egociação. Essas categorias serão idetificadas e aalisadas a partir dos relatos de cada um dos cico etrevistados. 5. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS O primeiro etrevistado é o D, que atualmete ocupa o cargo de diretor da empresa Meta. Ele etrou a empresa em 985 como estagiário auxiliar do departameto técico. Depois de efetivado, passou a atuar a área de processos e PCP, gerêcia de desevolvimeto de produtos, de produção e idustrial, eglobado a parte de logística e compras. Em 2000, assumir o cargo de diretor da empresa. ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 7
7 Segudo D, com o processo de aquisição, a Meta passou a utilizar uma ferrameta iformatizada que veio da multiacioal. Essa ferrameta era um sistema de gestão que auxiliava tato o desevolvimeto de produtos quato a logística. O etrevistado reforça: Eu acho que eles têm bastate cotrole sob a parte de logística e com isso houve uma agregação de tecologia devido ao cotrole que é realizado. Outro aspecto relatado pelo diretor trata da dicotomia etre fabricar ou comprar, quado se trata de algus compoetes ecessários à fabricação dos produtos. Após a aquisição, a empresa cotiuou a fabricar os mesmos produtos, ou seja, mateve o mesmo mix. Etretato, a mudaça que ocorreu remete a uma aálise de custo fiaceiro dos compoetes e de algus isumos que etram a fabricação dos produtos. [...] hoje ós importamos bastate e aqueles que já os apresetam iteressate fiaceiramete ós vamos começar a acioalizar parcial ou total, depede do caso, pois tem peças que são baixos volumes e o ivestimeto é alto para fazer determiadas partes; tipo chapa, chaparia, que são grades e fácil de fazer a gete faz aqui; peças, compoetes que precisam de matrizes, estampas, máquias grades pra fabricar, a gete importa; a acioalização etão pode ser total ou parcial, depede da aálise fiaceira. Em termos de itegrações operacioais etre a multiacioal e a Meta, uma das pricipais alterações relatadas pelo D foi a do setor de compras. Equato que ates da aquisição a Meta fazia suas próprias compras, agora as compras são realizadas de maeira corporativa, cetralizada a multiacioal, evolvedo também as ecessidades de outras empresas do grupo. A seguda etrevista foi com a C2, que é coordeadora da área de egeharia da qualidade. Ela atua a empresa desde 998, quado etrou como estagiária a egeharia de processos, passado pelas fuções de técica de processos e aalista de processos. Em seu relato, C2 apreseta que a grade mudaça que ocorreu com a iteracioalização da empresa foi em relação ao laçameto de ovos produtos. Segudo ela, ates os produtos eram laçados, quase sem pesquisa com clietes e poteciais cosumidores, o que resultava em muito estoque de produtos defasados, que às vezes ão vediam, gerado iclusive custos de armazeagem e trasporte desecessários. [...] ates a gete laçava bastate produtos, agora a gete percebe que laçamos uma quatidade bem meor, mas até mais assertivo porque a gete tem uma parte de ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 8
8 plaejameto e validação que é bem mais rigorosa. O que melhorou para egeharia da qualidade? Nós ão laçamos ada sem que esteja de acordo com a orma extera; ates se tivesse que laçar se laçava e depois se corria atrás dos prejuízos. Agora, a gete tem que desevolver e laçar o produto coforme a orma [...] A etrevistada complemeta que, caso ão tivesse acotecido a aquisição, possivelmete teriam ocorrido desde 2006 muito mais laçametos de ovos produtos, mas que trariam mais prejuízos do que lucros para a Meta. Embora o primeiro etrevistado teha relatado que a multiacioal tiha vários cotroles sobre a parte da logística, a C2 afirma que algumas práticas de logística da Meta foram absorvidas e implemetadas pela multiacioal, de maeira corporativa, em outras uidades do grupo. A outra coordeadora etrevistada, a C3, atua a área de vedas desde 200. Ates disso, foi estagiária (200), atedete de telemarketig (2002) e aalista comercial (2006). Na visão da C3, uma das maiores mudaças que ocorreram com a aquisição foi a ecessidade de admiistrar, além das vedas das marcas da Meta, também das vedas de outras marcas do grupo. Segudo ela, essa adaptação se fez ecessária ates que outras áreas da empresa sofressem os impactos da aquisição. Aida a área comercial, dois aspectos merecem destaque, segudo a etrevistada. Os faturametos passaram a, evetualmete, ocorrer em outras uidades do grupo, em fução das facilidades da logística de trasportes. Além disso, o sistema iformatizado de vedas que havia sido criado para a Meta, agora passou a ser utilizado também em outras uidades do grupo. A C3 também aborda a questão do mix completo de produtos como fator que possa ter motivado a aquisição da Meta por parte da multiacioal. Segudo ela, a multiacioal, com a aquisição da Meta, passou a ter a liha completa de produtos para a área elétrica de uma obra. [...] somos uma empresa ode simplesmete tu pode comprar tudo, eu cosigo te etregar uma solução elétrica. [...] eles ão compram uma empresa que ão tem ada a ver com eles por que o objetivo é oferecer para o mercado uma solução completa de edificações, elétrica. Sob o poto de vista do cliete, essa questão abordada pela C3 pode ser um fator decisivo o mometo de adquirir a solução elétrica para uma obra. Comprado tudo de um só forecedor, é possível que ocorram vatages fiaceiras, como descotos obtidos. Etretato, outras vatages remetem a questão da cadeia de suprimetos: meos custos de ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 9
9 trasporte, armazeagem, e também a questão do pós-vedas. Ou seja, a multiacioal pode ter usado esta aquisição da meta com um fator de vatagem competitiva também esse aspecto, de oferecer uma solução completa aos clietes. A quarta etrevista foi com o gerete da plata de metálicos da Meta (G4), que atua a empresa desde 998. Sua primeira fução foi coordear a egeharia de processos, e essa atividade destaca a mudaça do sistema de pitura líquida para o sistema de pitura a pó, bem como a abertura de uma ova plata idustrial da Meta. No iício de seu relato, G4 cometa sobre a estratégia da multiacioal, que era ter a solução elétrica completa para a obra, corroborado com os relatos da coordeadora de vedas. [...] este grupo é muito forte a parte de aparelhagem e faltava para ele o todo que era a ossa parte, que são os evelopes, que as caixas. Etão, esse processo, [...] era fudametal porque ela teria um todo; vou istalar um prédio, um shoppig, fazer algum ivestimeto, eles teriam toda a liha para ofertar para seu cliete. Além disso, o G4 cometa que a multiacioal veio com uma cultura muito voltada para resultados, equato que ates a Meta era mais voltada para a cultura do cotrole. Uma das grades pressões que a empresa percebeu foi a área de compras: [...] o que veio bastate, uma cultura forte, ós já tíhamos cotrole, mas toda a empresa multiacioal é voltada a úmeros, o foco é resultado, você tem que trabalhar em várias fretes para ter resultado; é tato produtivo, eficiêcia da produção, é o resultado de gahos, tato em compras para comprar melhor, melhorar o processo itero [...].faz já um plaejameto do que vai gahar mesalmete, etão é processos, gaho de logística, gaho de compras, todo um trabalho focado a área produtiva. Outro poto levatado foi a questão de que algus produtos, após a iteracioalização da empresa, passaram a ser importados da Europa. Etretato, passado algum tempo, esses produtos já estavam sedo fabricados iteramete a Meta, mesmo isso teha gerado um grau de descofiaça por parte das outras uidades do grupo. Algumas temiam, por exemplo, que estariam perdedo espaço de produção em suas uidades locais e essa produção poderia estar se trasferido para o Brasil. Por fim, o G4 ressaltou que o processo de iteracioalização foi bem plaejado pela multiacioal, com etapas bem defiidas, sedo que aquelas relacioadas à gestão da cadeia de suprimetos também se ecaixaram esse cotexto. Seja a área de logística, seja o setor de compras, tudo foi padroizado para uma liguagem corporativa. ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 0
10 A quita etrevista acoteceu com o G5, gerete da fábrica de plásticos. Sua trajetória a Meta iiciou em 2003, quado foi cotratado como técico de processos, passado para coordeador da uidade de plásticos o ao seguite, e gerete da referida uidade em O G5 susteta que a iteracioalização da empresa foi um fator que permitiu à Meta melhora seu desempeho. Segudo ele, a eficiêcia fabril era, os primeiros aos depois da iteracioalização, de aproximadamete 50%. Passados mais algus aos, essa eficiêcia passou para 82%. Os motivos para essa melhora teriam sido, em sítese, dois: a reovação de maquiário obsoleto e a trasferêcia de uma uidade de extrusão de outra uidade do grupo para detro da Meta. Outros dois exemplos relacioados à gestão da cadeia de suprimetos são mecioados pelo G5, e ambos estão relacioados com importação e exportação. O primeiro aspecto é sobre o laçameto de ovos produtos, ode a Meta ão pode mais pesar apeas o mercado brasileiro, mas precisa cosiderar que há um mercado mudial. Este mercado, mais complexo, precisa ser atedido de maeira corporativa, pesado o grupo. Aida em relação a isto, o respodete cometa que algus produtos ão estão sedo mais fabricados pela Meta, em fução da facilidade de importação desses produtos vidos, pricipalmete, do mercado chiês, a um custo de produção 40% meor do que se ele fosse produzido a própria empresa. [...] a gete tiha uma produção de umas abraçadeiras de ylo que até trouxemos a tecologia da Itália que até quado foi feita a aquisição pelo grupo, o grupo se deu cota que tiha uma empresa a Chia que coseguia produzir esses produtos com um custo muito iferior, de 40% abaixo; hoje importamos esse produto e ão produzimos mais aqui, etão essa siergia existe. Ao fial, o etrevistado aborda a questão do laçameto de ovos produtos. Tal como já havia sido cometado por outros dois etrevistados, este também fala da quatidade meor de produtos que estão sedo laçados o mercado, e com isso dimiuiu o tempo etre o laçameto de ovos ites. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das etrevistas com cico evolvidos com um processo de iteracioalização de uma empresa, quais sejam o diretor da empresa, uma coordeadora da área de egeharia da qualidade e outra da área vedas, além de dois geretes de uidades de egócios, foi ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205
11 possível perceber que ocorreram algumas mudaças em termos da gestão da cadeia de suprimetos. Um aspecto idetificado por mais de um etrevistado remete à questão da quatidade de laçameto de ovos produtos, a qual reduziu drasticamete. A empresa agora está laçado ovos produtos apeas após realizar uma pesquisa de mercado. Com isso, houve um aumeto de circulação de produtos etre outras uidades do grupo, iclusive de fora do país. Embora ão teha ficado claro as etrevistas, em termos de exemplos, percebe-se a partir das etrevistas que algus processos logísticos que a empresa Meta já realizava foram icorporados para outras uidades do grupo, ou seja, houve uma trasferêcia de cohecimetos. Um terceiro efoque merece ateção. Embora o foco desta pesquisa teham sido as mudaças ocorridas a cadeia de suprimetos da empresa Meta, percebeu-se os relatos que os clietes da mesma, e sua cadeia de suprimetos, podem ter uma cosiderável melhoria. Depois da aquisição da Meta pela multiacioal, esta passou a cotar com um mix maior de produtos, cotado com uma solução elétrica completa para uma obra. A limitação do presete estudo reside o fato dos etrevistados se resguardarem de algus exemplos práticos, os quais poderiam ter eriquecido as aálises. Mas, isso é compreesível em fução destes se preocuparem em ão passar detalhes que ão podem cair as mãos da cocorrêcia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHMAD, S. Z.; KITCHEN, P. J. Trasatioal corporatios from Asia developig coutries: the iteratioalizatio characteristics ad busiess strategies of Sime Darby Berhad. Iteratioal Joural of Busiess Sciece & Applied Maagemet, v. 3,. 2, p. 2-36, ALVES FILHO Alceu Gomes; CERRA Alie Lamo; MAIA Joas Lucio; SACOMANO NETO Mario; BONADIO Patricia Viera Grizola. Pressupostos da Gestão da Cadeia de Suprimetos: Evidêcias de Estudos sobre a Idústria Automobilística. Revista Gestão & Produção, v.,.3, p , set.-dez BARDIN, L. Aálise de coteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, BERTAGLIA, P. R. Logística e Gereciameto da Cadeia de Suprimetos. Editora Saraiva, São Paulo: BOWERVOX, D. J; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão Logística de Cadeia de Suprimetos. Ed. Bookma Compahia Editora,ª ed. Porto Alegre: ReFAE Revista da Faculdade de Admiistração e Ecoomia, v. 6,. 2, p. 2-3, 205 2
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