GOVERNANÇA CORPORATIVA, ESTRATÉGIA E DESEMPENHO DA GESTÃO DE SUPRIMENTOS: UMA ANÁLISE EMPÍRICA COM INDÚSTRIAS LISTADAS NA BOVESPA
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- Theodoro Flores Custódio
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1 GOVERNANÇA CORPORATIVA, ESTRATÉGIA E DESEMPENHO DA GESTÃO DE SUPRIMENTOS: UMA ANÁLISE EMPÍRICA COM INDÚSTRIAS LISTADAS NA BOVESPA Wesley Mendes-da-Slva 1 I. RESUMO Cada vez mas, o entorno concorrente tem pressonado as organzações pelo aumento da efcênca organzaconal. Uma das áreas mas afetadas por esta pressão é a gestão dos suprmentos, que utlza uma percentagem representatva dos atvos da frma, podendo afetar dretamente o servço percebdo pelo consumdor. Outra área que recebe foco em se tratando de efcênca organzaconal é a governança corporatva, que tem sdo vsta como uma fonte de excelênca gerencal. A proposta deste artgo é verfcar se a estrutura da governança corporatva de frmas com fornecedores dversfcados é dferente das frmas com carteras de fornecedores especalzadas (concentradas). Este estudo consste em um cross secton múltplo que compreendeu o período de a Os dados foram coletados a partr de 176 empresas ndustras pertencentes a 14 segmentos, todas companhas lstadas na Bovespa. Nossos resultados ndcam que as empresas cujo presdente do conselho de admnstração é ndependente da dretora executva, tenderam a dversfcar fornecedores. Adconalmente, companhas com presdente do conselho de admnstração externo ao conselho (Outsder) utlzaram estruturas de governança corporatva sgnfcatvamente dferentes das empresas cujo presdente do conselho de admnstração era nterno (Insder). Os resultados foram consstentes com a déa de que uma dversfcação maor está dretamente assocada a maores níves de estoques. 1 Os autores são gratos pelos comentáros dos revsores anônmos da Internatonal Law & Management Revew. 65
2 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 II. INTRODUÇÃO Indubtavelmente, a performance de uma organzação depende, em grande parte, das alternatvas estratégcas escolhdas pelos seus executvos. Em um estudo semnal, Jensen e Mecklng (1.976) dscutem a Teora da Agênca, a qual examna as relações entre prncpas (e.g. aconstas) e agentes (e.g. executvos). Os propretáros das empresas podem ter seus própros nteresses estratégcos para melhorar o desempenho da companha. Contudo, o poder de decsão encontra-se alocado nas mãos dos executvos, que são contratados pelos propretáros, por meo dos conselhos de admnstração, que têm a fnaldade prncpal de representar os propretáros perante os executvos. Nessa ótca, serão fatores preponderantes para o alcance do desempenho superor por parte da empresa: ) a competênca técnca dos executvos escolhdos para orentar as atvdades da empresa; ) o alnhamento de nteresses dos executvos com os nteresses dos propretáros; e ) a adequação da estrutura de governança corporatva, para a condução do relaconamento entre prncpas e agentes. Um dos nteresses estratégcos dos propretáros pode ser a dversfcação da cartera de fornecedores. Executvos responsáves pela tomada de decsões podem mpor suas necessdades e nteresses pessoas na tarefa de dversfcar fornecedores. O tpo de relação que exste, entre a companha e seus fornecedores, nfluenca a estrutura da cadea de suprmentos da qual a frma faz parte. Se a companha opta por trabalhar com um pequeno número de fornecedores, deverá ter um relaconamento mas colaboratvo, com uma perspectva de longo prazo. De manera alternatva, se a empresa escolhe um sstema de fornecedores mas dversfcado, a companha desenvolverá relaconamentos de curto prazo, baseados na competção por baxo custo entre os fornecedores. A expressva maora dos trabalhos desenvolvdos acerca da temátca de governança corporatva está concentrada nas áreas de economa e fnanças, em que o prncpal tema tem sdo o mpacto das estruturas de governança no desempenho econômco-fnancero das empresas. De forma complementar à performance econômcofnancera, o desempenho de uma companha também podera consderar a gestão de suprmentos, sobretudo em se tratando de empresas ndustras. Assm, a proposta deste artgo é verfcar a exstênca de dferenças de performance por meo do exame de assocações entre estruturas de governança corporatva, estratéga 66
3 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera de dversfcação de fornecedores e o desempenho da gestão de suprmentos das ndústras brasleras. O estudo consste em um cross secton múltplo que compreendeu o período entre e Foram utlzados dados referentes a 176 empresas ndustras, com ações negocadas na Bolsa de Valores de São Paulo, pertencentes a 14 dferentes segmentos ndustras. Os resultados deste estudo revelam que as empresas cujo presdente do conselho de admnstração é externo à dretora executva (Outsder), tenderam a dversfcar os fornecedores. Este trabalho está dvddo em cnco seções. Na Seção 2, apresentam-se as bases teórcas do estudo, onde são abordados: o conceto de governança corporatva; performance da gestão de suprmentos 2 ; e a mportânca que mecansmos de governança podem exercer na adoção das estratégas de dversfcação de fornecedores. A Seção 3 detalha a metodologa empregada na condução do estudo, seguda de uma dscussão dos resultados na Seção 4. A Seção 5 exbe as conclusões. III. BASES TEÓRICAS DO ESTUDO A. Governança Corporatva Nos países desenvolvdos, os problemas de agênca são fonte de altos custos para os aconstas. A governança corporatva trata efetvamente das formas pelas quas os nvestdores podem fazer o retorno de seus nvestmentos de modo mas seguro, é desenhada para garantr seus prncípos baslares: ) dsclosure; ) accountablty; ) eqüdade; e v) complance. Dessa forma, podese entender que a governança corporatva dedca-se à admnstração dos problemas tratados pela Teora da Agênca, nduzdos pela separação entre propredade e controle nas corporações modernas (La Porta et al., 1.998). A governança corporatva, então, dz respeto aos sstemas de controle e montoramento estabelecdos pelos aconstas controladores de uma determnada empresa ou corporação, de tal modo que os admnstradores (executvos) tomem suas decsões sobre alocação dos recursos de acordo com o nteresse dos 2 Neste artgo, o conceto utlzado para uma performance melhor é: ) menor valor para os estoques; ) mnmzação do prazo médo dos estoques. 67
4 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 propretáros 3. Uma efetva governança corporatva requer o segunte: ) a separação e o equlíbro dos poderes entre os órgãos socas (Dretora, Conselho de Admnstração e Assembléa Geral); ) a presença de admnstradores externos ao conselho de admnstração, anda que todos não o sejam; e ) a convergênca dos nteresses dos aconstas controladores, dos admnstradores e dos demas ntegrantes da empresa. B. Dversfcação de Fornecedores Em mutas empresas, especalmente nas ndustras, uma percentagem consderável dos atvos está aplcada em estoques. Estudos realzados, tanto no Brasl quanto no exteror, em empresas ndustras, têm demonstrado que o custo dos estoques representa grande mpacto sobre os custos globas (Gonçalves, 2.004). Entende-se por estoque quasquer quantdades de bens físcos que sejam conservados, mprodutvamente, por algum ntervalo de tempo (Morera, 1.992, p. 464). Manter estoques sgnfca ncorrer em custos sgnfcatvos, tas como: os custos de oportundade e juros do captal empatado, custos potencas devdo à perda ou extravo de estoques, além das despesas com a armazenagem e controle dos materas. Por outro lado, a manutenção de estoques 3 De acordo com alguns autores, como (Bebchuck e Fred, 2.003), os problemas de agênca podem ser vstos como: ) partcpação nos lucros da frma, comssões de vendas, stock optons para os executvos e város outros métodos contratualmente especfcados para ajustar a quantdade da compensação fnancera do agente em proporção aos resultados mensuráves; ) polítcas organzaconas e polítcas de promoção para pessoas em posções de alta responsabldade (agentes) que enfatzam dentfcação e seleção de canddatos cuja reputação (baseada dealmente no desempenho anteror) ndque serem "bem motvados", "dedcados à étca da profssão", e geralmente "pessoas de bom caráter " por exemplo, aqueles movdos por um senso forte de obrgação moral de fazer o seu melhor, de realzar o que prometeram, mesmo que nnguém possa notar; ) arranjos nsttuconas da contabldade (tas como: conselhos de dretores, comtês de audtora, escrtóros de nspetores senores, comtês profssonas de étca profssonal da socedade, e agêncas regulamentares do governo) para detectar e então punr desvos de conduta, smplesmente desonrando (ou talvez mpondo lcença forçada) ao agente de comportamento nadequado, ou possvelmente de modo mas agressvo, mpondo penaldades cvs ou crmnas através da justça; v) arranjos nsttuconas, tas como eleções, por meo de que o comportamento recente do agente possa ser uma forma de, pelo exercíco do poder dscplnador, ou mesmo por meo da competção nterna por cargos executvos, mostrar como o desempenho da frma pôde ser melhorado medante a substtução de um agente. 68
5 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera permte à empresa: ) melhorar a prestação dos servços, pela maor agldade das entregas; e ) maor certeza da dsponbldade dos produtos; ) compra ou produção de bens a baxo custo pelo uso de economa de escala; e v) regulação da flutuação entre fornecmento e demanda (Morera, 1.992; Slack et al., 1.996; Gather e Frazer, 1.999; Chase et al., 1.998; Chopra e Mendl, 2.003; Vana, 2.000; Bowersox e Closs, 2.001; Ballou, 2.001). Duas hpóteses mportantes têm sdo apresentadas para melhor entender as escolhas estratégcas dos gerentes de logístca com relação à atvdade de compra. A prmera sustenta que as empresas devem restrngr o conjunto de fornecedores (sngle sourcng) para obter um melhor desempenho de seus fornecedores, a partr da construção de um relaconamento duradouro, para torná-los verdaderos alados na operação da empresa (Adkns e Dller, 1.983; Reck e Long, 1.985; Dwyer, Schurr e Oh, 1.987; Newman, 1.988; Newman, 1.989; Rubn e Carter, 1.990). Analsando questão smlar, Swft (1.995) afrma que os gerentes de compras que optam por uma estratéga sngle sourcng estão menos nteressados em baxos preços ncas e mas nteressados na vda futura de um produto. Além dsso, estruturas sngle sourcng são mas propensas a dsponblzar suporte técnco e fdeldade ao clente, quando comparadas às estruturas multple sourcng. A segunda hpótese consste essencalmente no argumento de que as empresas podem optar por uma estratéga de manter um portfólo dversfcado de fornecedores (multple sourcng), com a ntenção prncpal de estmular a concorrênca entre eles, obtendo o melhor desempenho para a operação da empresa (Foster, 1.992; Gordon, 1.991; Foster e Barks, 1.991). Hstorcamente, os gestores de compras têm mantdo dos ou mas fornecedores atvos para cada grupo de produtos adqurdos, para garantr custos mas baxos. A competção entre as fontes de suprmento pode reduzr preços, melhorando a qualdade do servço, e também reduzr o rsco da falta de materal (Monks, 1.987). Adconalmente, Krause et al. (2.000, p.33 55) e Krause e Scanell (2.002, p.14) mostram que empresas, com a ntenção de obter melhores resultados de seus fornecedores, podem dversfcar suas atvdades de compras, estmulando a competção e mpondo padrões de comportamento para seus fornecedores. Slack et al. (1.996, p. 417) sumarzaram algumas vantagens e desvantagens do suprmento va sngle sourcng e multple sourcng, conforme a Fgura 1. 69
6 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 Fgura 1 Vantagens e Desvantagens do Sngle e Multple Sourcng Estratéga Vantagens Sngle Sourcng Multple Sourcng Qualdade potencalmente melhor devdo a maores possbldades de sstemas de garanta de qualdade Relações mas fortes e mas duráves Maor dependênca favorece maor comprometmento e esforço Melhor comuncação Maor cooperação no desenvolvmento de novos produtos e servços Mas economas de escala Maor confdencaldade Comprador pode forçar preço para baxo através da competção dos fornecedores Possbldade de mudar de fornecedor, caso ocorram falhas no fornecmento Váras fontes de conhecmento e especalzação dsponíves. Fonte: Slack et al. (1.996, p. 417.) Desvantagens Maor vulnerabldade a problemas, caso ocorram falhas no fornecmento Fornecedor ndvdual mas afetado por flutuações no volume de demanda Fornecedor pode forçar preços para cma, caso não haja alternatvas de fornecmento Dfculdade de encorajar o comprometmento do fornecedor Mas dfícl desenvolver sstemas de garanta de qualdade efcazes Maor esforço requerdo para comuncação Menos nvestmentos pelos fornecedores Dfícl obtenção de economas de escala Segundo argumentos apresentados por Chopra e Mendl (2.003) e Bowersox e Closs (2.001), um dos objetvos báscos da gerênca de logístca é reduzr o tamanho dos estoques ao nível mas baxo possível, para se obter o menor custo logístco total. Concetos como just n tme e estoque zero estão se tornando cada vez mas populares, à medda que os executvos procuram reduzr a quantdade de estoque parado. Chopra e Mendl anda regstram que os admnstradores podem reduzr os custos fxos de peddo e de transporte contraídos por peddo e mplementar esquemas de descontos baseados no volume, ao nvés de um esquema de descontos ndvduas baseados no tamanho dos lotes de compra. 70
7 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera Ambas as ações tornam-se prátcas, a partr de um contato mas parcero com os fornecedores. Assm, um dos maores desafos do profssonal de logístca é reduzr os estoques, sem, contudo, prejudcar a dsponbldade e a pronta entrega dos materas para os clentes, sejam esses externos ou nternos. Geralmente falando, as economas de custo podem ser obtdas pela consttução de relaconamentos sóldos e exclusvos com pequeno número de fornecedores. Estratégas de parcera com fornecedores podem reduzr custos, fornecendo os bens que são mas compatíves com os processos do comprador e mas adequados para atender à sua fnaldade operaconal. Economas de custo podem ser vstas com um menor número de devoluções, bem como a redução nos níves de estoque. As frmas precsam de fornecedores confáves, se quserem aprovetar as vantagens de funconar com baxos níves de estoque (Monks, 1.987, p. 264). Na opnão de Chen e Yang (2.002, p. 60), as empresas estão buscando reduzr a quantdade de fornecedores e estabelecer relações comprador-fornecedor, de longo prazo, com o objetvo de ganhar vantagem compettva pelo aumento da efcênca de sua cadea de suprmentos. A déa, conhecda como Just-In-Tme, é trabalhar com o menor número de fornecedores possível, ou mesmo apenas um por grupo de materas, a fm de cultvar uma relação duradoura e compromssada, vsando à melhora do reabastecmento e a conseqüente redução dos gastos com estoque e suprmentos (Chase et al., 1.998, p. 482). Mendes-da-Slva e Pontual (2.004) encontraram evdêncas de que os gestores devem desenvolver relaconamentos duradouros com fontes restrtas de suprmento, enquanto procuram mnmzar a soma de estoques ocosos. C. Governança Corporatva e Gestão de Suprmentos Estudos que abordem a nfluênca da governança corporatva sobre o desempenho operaconal da gestão de suprmentos não foram encontrados. Pesqusas relaconadas ao assunto têm-se lmtado à análse do mpacto da governança sobre a produtvdade em empresas ndustras. Köke (2.001) analsa 841 ndústras alemãs entre os anos de e 1.996, e encontra ndícos de que empresas com maor concentração de poder tendem a desenvolver maor produtvdade que as demas. Uma pesqusa smlar à de Köke, desenvolvda por Januszewsk, Köke e Wnter (2.001), abordou o comportamento de 71
8 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME companhas alemãs entre e Segundo esses autores, mutos estudos que analsam o mpacto da estrutura de governança corporatva sobre o desempenho das organzações já foram desenvolvdos, mas os resultados de Januszewsk, Köke e Wnter (2.001) são nconclusvos. Na pesqusa realzada por eles, encontram-se fortes ndícos que permtem supor a hpótese de que o crescmento da produtvdade é maor nas empresas que são comandadas pelo prncpal aconsta, excetuando-se os casos em que esse prncpal aconsta é uma entdade fnancera. Anda nesse trabalho, esses autores concluem que um presdente do conselho de admnstração ndependente pode não ndcar uma estrutura de governança mas produtva. Por sua vez, Destefans e Sena (2.004) analsam a relação entre o sstema de governança corporatva adotado em ndústras talanas e a sua respectva efcênca técnca. Foram analsadas empresas, pertencentes a 9 segmentos ndustras, entre e Segundo Destefans e Sena, apesar de algumas pesqusas realzadas, anda exstem grandes ncertezas acerca da relação entre governança corporatva e a efcênca técnca nas organzações. As empresas com grande concentração de propredade podem benefcar-se a partr do sgnfcatvo nteresse de maxmzar os lucros organzaconas. Por outro lado, a expropração do aconsta mnortáro é um rsco assocado com a alta concentração de propredade. O prncpal resultado encontrado por Destefans e Sena (2.004) é que mpactos postvos na efcênca técnca ocorrem nas empresas com grande concentração de propredade. No entanto, apesar dos trabalhos já desenvolvdos, não encontramos pesqusas que examnem as assocações entre governança corporatva e o desempenho do gerencamento logístco dos estoques da empresa. IV. METODOLOGIA A. Amostra, Dados e Varáves Fzeram parte do conjunto empresas de 14 dferentes segmentos ndustras, os quas estão relaconados na Tabela 1. Os dados foram coletados no Banco de Dados da Economátca e nos Relatóros de Informações Anuas (IAN) que as empresas remetem, anualmente, à Comssão de Valores Mobláros (CVM). 72
9 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera Tabela 1 - Freqüênca das Empresas Partcpantes por Setor da Economa Setor Freqüênca Percentual Setor Freqüênca Percentual Químca 27 15,3 Máqunas 10 5,7 Industras Têxtl 26 14,8 Outros 10 5,7 Sderurga e 24 13,6 Papel e 8 4,5 Metalurga Celulose Veículos e Peças 18 10,2 Energa 6 3,4 Elétrca Almentos e 15 8,5 Mneração 4 2,3 Bebdas Eletroeletrôncos 11 6,3 Petróleo e 3 1,7 Gás Construção 11 6,3 Mneras 3 1,7 não Metálcos Total ,0 Fonte: Elaborado pelos autores (2.005). Em mao de hava 459 empresas lstadas na Bolsa de Valores de São Paulo; destas, 289 possuíam dados no Banco de Dados da Economátca. Para esta pesqusa, foram consderadas todas as empresas manufatureras com dados dsponíves para, pelo menos, três dos cnco anos estudados (1.997 a 2.001), resultando em um total de 176 empresas ndustras (manufatureras) de captal aberto. As varáves de desempenho da gestão de suprmentos, de governança corporatva, e estratéga de dversfcação de fornecedores, foram obtdas conforme descrto na Tabela 2. Usando o método recomendado por Har et al. (1.998), os outlers foram removdos para assegurar a dstrbução normal dos dados. 73
10 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 Tabela 2 Descrção das Varáves Estudadas Varáves dependentes Varáves de governança corporatva Varável Descrção lnestq - Logartmo natural do valor contábl dos estoques da empresa, no ano t, ajustado pela nflação. Hforn - Índce de concentração de fornecedores da empresa, no ano t. Calculado segundo a equação: 3 2 f HFORN = 100 = 1 F onde f é o valor das compras realzadas com um determnado fornecedor, e F é o valor total das compras da empresa, no ano t. O valor de HFORN é maxmzado quando a partcpação de um únco fornecedor nas compras da empresa atnge 100%, e nesses termos HFORN = Quando os fornecedores têm partcpação gualtára, o índce assume o menor valor, HFORN = 1/n. Pme - Prazo médo dos estoques da empresa, no ano t. É calculado pela expressão: (Estoque/Custo do Produto Venddo) 360. Indpr - Varável dcotômca que expressa a ndependênca do presdente do conselho de admnstração de uma empresa. Recebe valor = 1, se o Presdente do Conselho de Admnstração não ocupa smultaneamente cargo na Dretora Executva (ndependente) e valor = 0, no caso alternatvo (não-ndependente). Indco - Proxy que mede o grau de ndependênca do conselho de admnstração da empresa. É expressa pela fração do total de membros do Conselho de Admnstração que é externa à dretora executva da empresa (outsders), sto é, percentual do Conselho que não pertence smultaneamente ao conselho de admnstração e ao quadro de executvos da empresa, no ano t. Hpod - Índce de concentração do poder de voto sob domíno dos três prncpas aconstas. Calculado segundo a equação: 3 2 p HPOD = 100 = 1 P onde p é o número de ações ordnáras de uma empresa em poder de um determnado aconsta e P representa a quantdade total de ações ordnáras da empresa consderada. Concetual Morera (1.992); Bowersox e Closs (2.001); Chopra e Mendl (2.003) Mendes-da-Slva e Pontual (2.004); Foster (1.992); Gordon (1.991); Newman (1.989); Rubn e Carter (1.990) Morera (1.992); Bowersox e Closs (2.001); Chopra e Mendl (2.003) Bhagat e Black (2.002) Bhagat e Black (2.002); Dutra e Sato (2.002) Hosksson, Johnson e Moesel (1.994) 74
11 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera Varáves de controle (VC) Estd - Varável poltômca que expressa o Estado da Federação onde está nstalada a sede da empresa. Valor = 1, se está em São Paulo; valor = 2, em Mnas Geras; valor = 3, em Santa Catarna; valor = 4, no Paraná; valor = 5, no Ro Grande do Sul; valor = 6, no Ro de Janero; valor = 7, no Amazonas; valor = 8, no Mato Grosso; valor = 9, no Ceará; valor = 10, na Baha; valor = 11, no Espírto Santo; valor = 12, no Ro Grande do Norte. Sect - Varável poltômca que expressa o setor ndustral em que opera a empresa. Valor = 1 em sderurga e metalurga; valor = 2 em químca; valor = 3 em energa elétrca; valor = 4 em veículos/peças; valor = 5 em têxtl; valor = 6 em almentos/ bebdas; valor = 7 em eletroeletrôncos; valor = 8 em construção; valor = 9 em máqunas ndustras; valor = 10 em mneração; valor = 11 em petróleo/gás; valor = 12 em mneras não metálcos; valor = 13 em papel/celulose; valor = 14 em outros setores. lntamf - Tamanho da frma expresso pelo logartmo natural do atvo total da empresa em um ano t, ajustado pela nflação. Ano - Varável poltômca que expressa o ano a que pertence o dado referente a uma empresa. Recebeu valor = 1, se é de 1 997; valor = 2, se é de 1 998; valor = 3, se é de 1 999; valor = 4, se é de e valor = 5, se é de lntamc - Logartmo natural do número de membros do Conselho de Admnstração de uma empresa, no ano t. Fonte operaconal: IAN da CVM; banco de dados da Economátca B. Os Modelos Bhagat e Black (2.002) Bhagat e Black (2.002) Para nvestgar o relaconamento entre governança corporatva, estratéga de dversfcação de fornecedores, e de desempenho da gestão de suprmentos das empresas ndustras brasleras, três hpóteses formas foram propostas: H1: Companhas em que o presdente do conselho de admnstração (Indpr) e também os membros do conselho de admnstração (Indco) sejam externos à dretora executva da empresa (outsders), exstrá desempenho da gestão de suprmentos, mostrado pelos baxos valores dos estoques (lnestq) e menores prazos médos dos estoques (Pme). H2: Como um resultado do conflto de nteresses entre aconsta e executvos, a ndependênca do conselho de admnstração (Indco) e a ndependênca do presdente do conselho de admnstração (Indpr), são sgnfcatva 75
12 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 e negatvamente assocadas com a concentração dos fornecedores da frma. H3: Exste uma assocação sgnfcatva entre concentração de fornecedores numa frma (Hforn) e a performance da gestão de suprmentos. Para testar as hpóteses, um modelo de regressão multvarada é desenhado para cada varável dependente, os quas estão lustrados nas equações (1), (2) e (3). (1) ln Estq = β 0 + β1indco + β 2Indpr + β 3 ln Tamc (2) Hforn (3) = β 0 + β 1 Indco + β 2 Indpr + β 3 ln Tamc Pme = β 0 + β1indco + β 2Indpr + β 3 ln Tamc + β Hpod 4 + β Hpod + β Hforn β Hpod 4 + k j = 1 + β Hforn + k j = 1 ψ VC j ψ VC k j = 1 j j ψ VC Partndo da hpótese (H1) de que, nas empresas em que o presdente do conselho de admnstração é ndependente da dretora (Indpr), como também a maora do conselho é ndependente (Indco), exste um melhor desempenho da gestão de suprmentos; a expectatva é que os coefcentes β 1 e β 2, nas equações (2) e (3) sejam negatvos e estatstcamente sgnfcatvos. A segunda hpótese (H2), que sera resultado do conflto de nteresses entre aconstas e executvos, é que a ndependênca do conselho (Indco) e a ndependênca do presdente do conselho (Indpr) sejam negatva e sgnfcatvamente assocadas com a concentração de fornecedores de uma frma (Hforn), anda que os coefcentes β 1 e β 2 na equação (2) assumam valores sgnfcatvos e negatvos (β 1 < 0 e β 2 < 0). A tercera hpótese (H3), que trata da relação entre estratéga de concentração ou dversfcação de fornecedores sobre o desempenho da área de suprmentos, propõe que o coefcente β 5 sera estatstcamente sgnfcatvo nas equações (2) e (3). As varáves de controle (VC) foram seleconadas para controlar possíves efetos exercdos sobre as varáves dependentes (Hforn, lnestq, e Pme) e ndependentes (Indpr, Indco e Hpod). Caso as VC, que são ndependentes, possuam sgnfcatva correlação com quasquer dessas varáves e não sejam consderadas, a relação 4 5 j j j + ξ + ξ + ξ 76
13 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera entre as varáves de nteresse pode não ser verfcada de manera adequada. Desse modo, foram utlzadas as VC a segur: (a) Estado braslero onde está localzada a sede da empresa (Estd); (b) Setor da economa em que a empresa opera (Sect); (c) Tamanho da frma (lntamf); (d) Ano fscal a que pertencem as nformações (Ano); e (e) Tamanho do conselho de admnstração (lntamc). Todas as varáves apresentadas foram defndas na Tabela 2. V. RESULTADOS EMPÍRICOS A Tabela 3 apresenta os resultados obtdos para as correlações entre as varáves estudadas. Assm como esperado, o tamanho da frma (Tamf) parece estar sgnfcatvamente correlaconado com a ndependênca do conselho de admnstração (Indco), com a ndependênca do presdente do conselho (Indpr) e com o tamanho do conselho de admnstração (Tamc), ressaltando-se que, nas três oportundades, as assocações se deram de forma postva. O setor da ndústra (Sect) e o Estado onde se encontra sedada a empresa (Estd), estão correlaconados com o valor dos estoques (Estq) e com o nível de concentração da cartera de fornecedores (Hforn). Este comportamento era esperado, uma vez que a dsposção dos fornecedores não é unforme através do Brasl, varando entre os setores da economa e Estados. As varações por setor e Estado tornam o portfólo de fornecedores e a necessdade de estoques de segurança peculares a cada regão. Tabela 3 Matrz de Correlações entre as Varáves Estudadas Estq 1 2.Pme Hforn Indco.105** Indpr.148** *.563** 1 6.Tamc.141** **.292** 1 7.Hpod ** -.121** -.276** 1 8.Estd.075* * * 1 9.Tamf.849** **.161**.179** * 1 10.Sect.082* ** ** Ano ** Fonte: Elaborado pelo autor a partr dos dados da pesqusa (2.005). Notas: **Sgnfcatvo a 1%; *Sgnfcatvo a 5%; N mínmo: 386; N máxmo: 880. Um teste-t fo usado para verfcar a exstênca de dferenças sgnfcatvas entre os valores médos das varáves dependentes 77
14 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 (Estq, Pme, e Hforn) para os grupos de companhas cujo presdente de admnstração era ndependente (Indpr), e quando não. Contudo, antes de proceder-se a essa checagem, também fo testada a gualdade das varâncas entre esses dos conjuntos de empresas. Nessa ocasão, ao nível de sgnfcânca de 5%, não fo possível rejetar a hpótese da gualdade das varâncas, segundo o teste de Levene. Dessa forma, tanto a dversfcação da cartera de fornecedores (t = -2,389; Sg < 0,05), quanto o valor contábl dos estoques (t = 3,954; Sg < 0,05) mostraram-se sgnfcatvamente dferentes para empresas que preservaram a ndependênca do presdente do conselho de admnstração (Indpr), comparadas com aquelas que não tnham um presdente do conselho de admnstração ndependente. Tabela 4 Parâmetros Estmados no teste-t para Igualdade de Médas Segundo a Independênca do Presdente do Conselho de Admnstração (Indpr) Varáves Dependentes t Gl Sg. Dferença (2-taled) de Méda Erro Padrão da Dferença Intervalo para a Dferença com 95% de Confança Inferor Superor Estq 3, , , , , ,105 Pme 0, ,115 0, , , , ,200 Hforn -2, , , , , ,100 Fonte: Elaborado pelos autores a partr dos dados da pesqusa (2.005). Nota: Fo utlzado o software estatístco SPSS 12.0 para o tratamento dos dados. A Tabela 5 lustra os resultados das regressões multvaradas. Contudo, antes de ncar a dscussão dos coefcentes estmados, cabe um destaque à sua nterpretação que, não raro, dexa de ser consderada em sgnfcatva parcela dos trabalhos em Admnstração. Ao se analsarem os resultados dos parâmetros estmados para uma regressão multvarada, Granger e Newbold (1.974) e Savn e Whte (1.977), recomendam que os resultados da regressão sejam verfcados para a presença de regressão espúra (correlação seral postva de prmera ordem). Assm, é possível constatar que a ndependênca do presdente do conselho de admnstração (Indpr) está sgnfcatva e negatvamente assocada à concentração de fornecedores (Hforn). Isto é, em méda, as empresas cujo presdente é ndependente da dretora executva, possuem maor dversfcação da cartera de fornecedores (t= -2,154; Sg<0,05). O fato de que o valor do R 2 é 78
15 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera menor que a estatístca Durbn-Watson, sugere que a regressão espúra não é um fator relevante. Já a ndependênca do conselho de admnstração (Indco) não esteve sgnfcatvamente assocada com a concentração de fornecedores, suportando a rejeção de H2. Uma tercera medda de governança corporatva, a concentração do poder de voto (Hpod), está postvamente assocada à concentração do portfólo de fornecedores. Embora exstam evdêncas de que a concentração dos fornecedores de uma companha seja sgnfcatvamente assocada com parâmetros de governança corporatva, especfcamente, a ndependênca do presdente do conselho de admnstração e a concentração do poder de voto. Tabela 5 Parâmetros Estmados para a Regressão Múltpla Varáves Dependentes LnESTQ Hforn Varáves Independentes (Constant) Indco Indpr Lntamc Hpod Estd Lntamf Sect Ano Hforn N = 335 (Constant) Indco Indpr Lntamc Hpod Estd Lntamf Sect Ano N = 335 Snal Esperado ( - ) ( - ) ( - )? ( - ) x ( - ) ( + ) Coefcentes Padronzados (Beta) *** *** *** *** ** * *** Estatístca t (R 2 ) [d] (0.735)[1.403] (0.067)[1.522] Sg
16 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 Varáves Dependentes Pme Varáves Independentes (Constant) Indco Indpr Lntamc Hpod Estd Lntamf Sect Ano Hforn N = 335 Snal Esperado ( - ) x ( - ) ( - ) ( - ) Coefcentes Padronzados (Beta) 0.117* ** Estatístca t (R 2 ) [d] (0.046)[2.011] Sg Fonte: Elaborado pelos autores a partr dos dados da pesqusa (2.005). *Sgnfcatvo a 10%; **Sgnfcatvo a 5%; ***Sgnfcatvo a 1%. Notas: Os dados foram trabalhados no software estatístco SPSS versão 12.0; fo seleconada a opção Enter. Coefcente de determnação (R 2 ), entre parênteses e estatístca Durbn-Watson [d] entre colchetes. Esta tabela apresenta os resultados da regressão múltpla, usando cada uma das três varáves dependentes: lnestq, HFORN e PME. As varáves dependentes e ndependentes estão defndas na Tabela 2. hpótese rejetada; hpótese não rejetada. Em negrto, as varáves que se apresentaram sgnfcatvas. A análse do tamanho dos estoques da companha (lnestq) mostra que a concentração de fornecedores da frma está sgnfcatvamente assocada com o tamanho dos estoques (t = - 4,723; Sg<0,01). Este resultado corrobora a flosofa Just In Tme que preconza relaconamentos duradouros, com poucos fornecedores, de modo que consga melhorar a gestão de suprmentos, a partr de entregas mas confáves e constantes (Ganes e Corrêa, 1.996). Dante dsso, não fo possível, em nível de sgnfcânca de 1%, rejetar a hpótese H3. Adconalmente, o tamanho do conselho de admnstração (lntamc) e o tamanho da companha (lntamf) são postvamente assocados com o tamanho dos estoques da empresa (t=2,706; Sg<0,01). Somente duas varáves explcatvas se mostraram sgnfcatvamente assocadas ao Prazo Médo dos Estoques (Pme). A ndependênca do conselho de admnstração (Indco), no nível de sgnfcânca de 10%, está margnal e postvamente assocada com Pme (t=1,696; Sg<0,1). A assocação sugere que, em méda, quanto mas ndependente é o conselho, maor é o prazo médo dos estoques (Pme), ndcando um por desempenho da gestão de suprmentos. Isso suporta a rejeção da hpótese H1. Consstente com esse resultado, Indpr não é sgnfcatvamente relaconada com 80
17 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera Pmex. Explcações para esse comportamento não foram encontradas na lteratura. A segunda varável ndependente sgnfcatva fo o tamanho do conselho de admnstração (lntamc), que se mostrou negatvamente assocada à varável dependente Pme. A assocação sugere que, em méda, quanto maor é o conselho de admnstração, menor é o prazo médo dos estoques (Pme). Em outras palavras, companhas com maores conselhos de admnstração mostraram melhor performance da gestão de suprmentos, ndcada pela verfcação de menores valores para o prazo médo dos estoques (t= -2,467; Sg<0,05). Os resultados obtdos para as três hpóteses formuladas encontram-se resumdos na Fgura 2. Varáves de estratéga e de desempenho da gestão de suprmentos (dependentes) Resultados esperados para as hpóteses Fgura 2 Resumo dos Resultados da Pesqusa Varáves de governança e de estratéga de dversfcação de fornecedores (ndependentes) INDCO INDPR HPOD HFORN lnestq (-)1% HFORN (-)5% (+)10% PME (+)10% H1: assocação postva entre ndependênca do presdente/conselho de admnstração e o desempenho da gestão de suprmentos H2: assocação negatva entre ndependênca do presdente/conselho de admnstração e a dversfcação e fornecedores H3: assocação sgnfcatva entre concentração de fornecedores e desempenho da gestão de suprmentos Entre parênteses, pode-se observar o snal do coefcente obtdo no modelo, enquanto o percentual representa o nível de sgnfcânca estatístca do coefcente com base na estatístca t. Os snas ndcados para as hpóteses H1, H2 e H3 refletem os snas esperados para os coefcentes, de acordo com as hpóteses da pesqusa.? 81
18 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 VI. CONCLUSÕES As decsões estratégcas tomadas pela alta admnstração são preponderantes para o alcance de desempenho superor por parte da frma. Por outro lado, como um dos problemas de agênca, os executvos podem nterpor nteresses pessoas nas suas escolhas estratégcas, relegando a um segundo plano os objetvos corporatvos. Para aumentar o valor da frma para o aconsta, sstemas de governança efcentes devem representar os nteresses corporatvos perante os nteresses pessoas dos dretores executvos. Os prncpas resultados da pesqusa são os seguntes: Prmero, o estudo verfca que uma frma, em cuja estrutura de governança o presdente do conselho de admnstração é ndependente (outsder), utlza uma estratéga de dversfcação de fornecedores sgnfcatvamente dferente das frmas em que o presdente do conselho de admnstração é um executvo nterno à companha (nsder). Especfcamente, um presdente do conselho que é um outsder, utlza dversos fornecedores. Por outro lado, a ndependênca total do conselho de admnstração não mpacta na estratéga de dversfcação de fornecedores. Segundo, a ndependênca do conselho de admnstração é sgnfcatva e postvamente assocada com o prazo médo de estoques (Pme), mas não é assocada com o tamanho do estoque. Isto é, esperava-se que uma maor ndependênca do conselho de admnstração fosse assocada com menores valores para Pme. Mas os resultados obtdos são contráros à expectatva, sugerndo que a sustentabldade dessa premssa possa estar comprometda. Tercero, companhas nas quas o presdente do conselho é ndependente, tendem a dversfcar suas atvdades de compra mas que outras companhas. Esse resultado sera uma ndcação de custos de agênca; executvos optam por manter a cartera de fornecedores mas dversfcada, o que sera mas uma forma de buscar reduzr seu rsco de emprego mas presente, do que propramente maxmzar o valor para o aconsta. Embora este estudo use uma curta janela de tempo e tenha se lmtado a companhas manufatureras lstadas na Bovespa, o que lmta a capacdade de generalzação dos resultados obtdos, alguns aspectos podem motvar pesqusas futuras. Estudos futuros usaram proxes e períodos de tempo dferentes dos empregados nesta pesqusa. Estudos futuros também poderam verfcar a assocação entre varáves de governança corporatva com outros ndcadores 82
19 WINTER 2005 Governança Corporatva Braslera de desempenho da gestão de suprmentos, como pontualdade e rapdez. 83
20 INTERNATIONAL LAW & MANAGEMENT REVIEW VOLUME 2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adkns, L., and W. Dller Industry s quet revoluton. Dun s Busness Month 121 (June): Ballou, R. H Gerencamento da cadea de suprmentos: Planejamento, organzação e logístca empresaral. Porto Alegre, BST: Bookman. Bebchuk, L. A., and J. M. Fred Executve compensaton as an agency problem. Journal of Economc Perspectves 17: Bhagat, S., and B. Black The non-correlaton between board ndependence and long-term frm performance. Journal of Corporaton Law 27 (Wnter): Bowersox, D. J., and D. J. Closs Logístca empresaral: O processo de ntegração da cadea de suprmentos. São Paulo: Atlas. Chase, R. B., N. J. Aqulano, and F. R. Jacobs Producton and operatons management: Manufacturng and servces. 8th ed. New York: McGraw-Hll Co. Chen, C. C., and C. C. Yang Cost-effectveness based performance evaluaton for supplers and operatons. Qualty Management Journal 9 (4): past/vol9_ssue4/qmjv94chen.pdf. Chopra, S., and P. Mendl Gerencamento da cadea de suprmentos: Estratéga, planejamento e operação. São Paulo: Prentce Hall. Destefans, S., and V. Sena Patterns of corporate governance and techncal effcency n Italan manufacturng. Econ WPA, May /0405/ pdf. Dutra, M. G. L., and R. Sato Conselhos de admnstração: Análse de sua composção em um conjunto de companhas abertas brasleras. Revsta de Admnstração Contemporânea 6:9 27. Dwyer, F. R., P. H. Schurr, and S. Oh Developng buyerseller relatonshps. Journal of Marketng 51 (Apr.): Foster, T. A The multple beneft of sngle sourcng LTL. Dstrbuton 91 (Nov.): Foster, T. A., and J. V. Barks The rght chemstry for sngle sourcng. Chlton s Dstrbuton 89 (Sept.):
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