S U P E R I N T E N D Ê N C I A D E R E G U L A Ç Ã O E C O N Ô M IC A. Nota Técnica nº 267/2010-SRE/ANEEL Brasília, 25 de Agosto de 2010
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- Terezinha de Miranda Salvado
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1 S U P E R I N T E N Ê N C I A E R E G U L A Ç Ã O E C O N Ô M IC A Noa Técnica nº 267/2-SRE/ANEEL Brasília 25 de Agoso de 2 M E T O O L O G I A E C Á L C U L O O F A T O R X T E R C E I R O C I C L O E R E V I S Ã O T A R I F Á R I A P E R I Ó I C A A S C O N C E S S I O N Á R I A S E I S T R I B U I Ç Ã O E E N E R G I A E L É T R I C A - 3 C R T P - AUIÊNCIAPÚBLICA Agência Nacional de Energia Elérica Superinendência de Regulação Econômica SRE SGAN 63 / Módulo J º andar CEP: Brasília F Tel: Fa:
2 Índice I. O OBJETIVO... II. CONTEXTUALIZAÇÃO... II.. CONCEITOS E METOOLOGIAS... 2 II.. O FATOR X NO CONTRATO E CONCESSÃO... 2 II..2 UMA BREVE ISCUSSÃO SOBRE O PAPEL O FATOR X... 3 II.2. ALTERNATIVAS E CÁLCULO O FATOR X PARA O SETOR E ISTRIBUIÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA... 5 III. PROPOSTAS PARA O 3CRTP... 5 III.. OBJETIVOS E METOOLOGIA... 5 III.2. ANÁLISE OS GANHOS E PROUTIVIAE... 5 III.2. PROUTIVIAE ASSOCIAA À ISTRIBUIÇÃO E ENERGIA (P )... 5 III.3 COMPONENTE Xa III.4. TRATAMENTO A QUALIAE O SERVIÇO... 3 III.5. TRATAMENTO O REPOSICIONAMENTO III.6. RESUMO A METOOLOGIA IV. CONCLUSÃO V. RECOMENAÇÃO VI. ANEXOS I. ABORAGEM PROSPECTIVA... 4 I.2 ABORAGEM HISTÓRICA... 42
3 Noa Técnica n o 267/2 SRE/ANEEL Em 25 de Agoso de 2. Processo n.º 485.7/29-7 Assuno: Meodologia de Cálculo do Faor X a ser Aplicada no Terceiro Ciclo de Revisões Tarifárias das Concessionárias de isribuição de Energia Elérica 3CRTP. I. O OBJETIVO A presene Noa Técnica em por objeivo apresenar a meodologia de cálculo do Faor X a ser aplicada no 3CRTP conforme proposo no Submódulo 2.5 dos Procedimenos de Regulação Tarifária (PRORET). II. CONTEXTUALIZAÇÃO 2. O 3CRTP erá início em 2 e se esenderá aé 24. Enre as meodologias necessárias à implemenação das revisões arifárias esá a de definição do Faor X que busca esimar os ganhos poenciais de produividade do seor de disribuição e comparilhá-lo com o consumidor. 3. No º (CRTP) e 2º (2CRTP) ciclos de revisões arifárias a meodologia empregada pela ANEEL para deerminação do Faor X foi a do Fluo de Caia esconado FC onde é necessário projear os fluos de receias e despesas aé a revisão arifária seguine. 4. A despeio de er sido manido o FC no 2CRTP as ferramenas uilizadas foram aprimoradas com desaque para os avanços obidos nos modelos de projeção de mercado o que permiiu uma melhor esimaiva para o fluo de receias. Com relação ao fluo de despesas a maior dificuldade diz respeio à projeção de invesimenos onde se opou por avaliá-los a poseriori considerando-se a variação enre o invesimeno projeado e o efeivamene realizado. 5. Na proposa para o 3CRTP buscou-se preservar os princípios e fundamenos que noreiam a função do Faor X adicionando-se à meodologia aprimoramenos que se verificaram necessários denre os quais a simplificação do modelo uma maior vinculação com qualidade do serviço presado na definição das arifas a minimização da conrovérsia em orno das projeções de receias e despesas além da busca de uma meodologia que minimizasse as discussões em sua aplicação concenrando as discussões na definição do modelo.
4 (Fls. 2 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 6. Para aingir as finalidades ciadas há a inrodução de ferramenas que aé enão não eram uilizadas na definição do Faor X mas que são muio uilizadas pelas Agências Reguladoras dos seores de energia em odo o mundo. São ferramenas que êm objeivos similares ao modelo FC mas menos inensivas em dados e menos susceíveis à conrovérsia de sua aplicação nos processos arifários específicos. II.. CONCEITOS E METOOLOGIAS 7. A presene seção busca discuir o comando previso nos conraos de concessão acerca da definição do Faor X além de fazer uma breve discussão conceiual sobre o ema. São apresenadas as principais abordagens empregadas pelas Agências Reguladoras para a definição do Faor X como a abordagem prospeciva e a hisórica. II.. O FATOR X NO CONTRATO E CONCESSÃO 8. As auais regras jurídicas e econômicas perinenes ao regime arifário dos conraos de concessão do serviço público de disribuição de energia elérica consiuem uma verene do regime de regulação por incenivos. Sua finalidade precípua é a busca de eficiência qualidade na presação do serviço e a modicidade arifária. Assim o ar. 4 da Lei n de 26 de dezembro de 996 esabelece que o regime econômico e financeiro da concessão de serviço público de energia elérica compreende IV - apropriação de ganhos de eficiência empresarial e da compeiividade. 9. Nesse coneo o Faor X consiui princípio fundamenal das cláusulas conrauais relaivas às regras de reajuse e revisão arifária.. Os conraos de concessão do serviço público de disribuição de energia elérica deerminam que o valor da Parcela B da receia da concessionária esabelecido pela ANEEL na revisão arifária periódica será ajusado anualmene no período arifário enre revisões aplicando-se ao valor vigene dessa parcela o índice IGP-M ± X.. Além disso esabelece o ar. 29 da Lei Geral das Concessões ad lieris: Ar. 29. Incumbe ao poder concedene:...omissis... VII - zelar pela boa qualidade do serviço receber apurar e solucionar queias e reclamações dos usuários que serão cienificados em aé rina dias das providências omadas;...omissis... X - esimular o aumeno da qualidade produividade preservação do meio-ambiene e conservação; G.N. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
5 (Fls. 3 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). II..2 UMA BREVE ISCUSSÃO SOBRE O PAPEL O FATOR X 2. O principal objeivo da regulação baseada em incenivos do ipo price cap é replicar a ação que as forças de mercado eriam sobre firmas que auam em monopólios naurais de modo a emular o ambiene de um seor compeiivo. Ou seja o objeivo é produzir fores incenivos para redução de cusos e inovações ecnológicas de forma a aumenar a produividade das empresas. 3. É conhecido que sob ceras condições um ambiene compeiivo promove o menor preço possível a ser pago pelo consumidor. Iso porque nese caso as empresas não conseguem ober sisemaicamene lucros maiores que seu cuso de oporunidade do capial. É conhecido ambém que em seores cujo preço não pode ser definido via mecanismos de mercado como em monopólios naurais as empresas o fiariam de forma a ober lucros acima de seu cuso de oporunidade do capial caso fosse a elas permiido. Por isso a necessidade da eisência de um órgão regulador com a compeência de definir os preços a serem pagos pelo consumidor. 4. O preço é definido em um mercado compeiivo pela razão enre os cusos incluídos os cusos de capial e a quanidade produzida. A variação dos preços nese ipo de seor possui pelo menos rês fones bem definidas. Uma delas é denominada variação écnica que engloba odos os impacos na alocação de insumos como inrodução de equipamenos mais eficienes novos méodos de gesão adminisraiva ec. Uma segunda fone que pode ocorrer em alguns seores se refere às economias de escala e/ ou escopo. Por fim a erceira se refere ao preço dos insumos. 5. As duas primeiras provocam alerações nos preços porque impacam a produividade das empresas. Produividade diz respeio à razão enre insumos e produos. Manendo-se fios os preços dos insumos ganhos de produividade ou seja queda na razão insumo/produo provocarão necessariamene redução de preços na mesma proporção do aumeno da produividade. A razão é que caso iso não ocorra o lucro auferido pelas empresas será maior que seu cuso de oporunidade de capial o que é incompaível com um mercado compeiivo. 6. esa forma para emular de forma apropriada um ambiene compeiivo enre as firmas no seor regulado o regime de regulação por incenivos deve diminuir as arifas na mesma proporção dos ganhos de produividade. 7. No regime price cap há dois momenos disinos onde as arifas são revisas: nos reajuses e revisões arifárias. Nese úlimo a arifa é redefinida de forma a conemplar a coberura dos cusos eficienes. No processo são levados em cona basicamene o mercado a ser aendido as economias de escala especificidades da área de aendimeno novas ecnologias eisenes e por fim os novos padrões de eficiência eigidos pelo órgão regulador. essa forma os ganhos de produividade são repassados direamene na revisão arifária. 8. Por força do regime price cap durane os reajuses arifários a arifa não é recalculada de forma a refleir os cusos de disribuição. Porém se submeidas aos mesmos incenivos presenes em um mercado compeiivo as empresas coninuam ganhando produividade ao longo do empo. Assim são * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
6 (Fls. 4 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). necessários ajuses nos preços para que pare desses ganhos sejam repassados nos reajuses. O mecanismo uilizado para esse repasse é aplicação de um índice reduor da arifa que reflia em especial esses ganhos de produividade denominado Faor X. 9. Assim na revisão arifária há a redefinição do equilíbrio enre receias e despesas considerando na formação das despesas os novos padrões de produividade eigidos pelo órgão regulador. O Faor X em por objeivo principal garanir que o equilíbrio esabelecido no momeno da revisão arifária se manenha ao longo do ciclo arifário. 2. Esse mecanismo inceniva o aumeno da produividade do seor pois no período enre as revisões arifárias que ocorrem em média a cada quaro anos as concessionárias poderão se apropriar do ganho de produividade obido acima do valor do Faor X fiado pelo regulador 2. Na definição dos ganhos de produividade o órgão regulador pode se pauar por diversos criérios. Eses variam fundamenalmene em função do grau de incenivo que se deseja alcançar. Poderia ser capurado na arifa de cada empresa por eemplo o seu próprio ganho de produividade alcançado nos úlimos anos. Alernaivamene o ganho de produividade poderia ser definido a parir da média verificada para uma amosra de empresas eficienes em um período específico. Como úlimo eemplo pode-se mencionar a possibilidade de se projear os ganhos fuuros que poderão ser alcançadas por uma empresa eficiene. 22. No primeiro eemplo os incenivos são menores que nos dois úlimos pelo conhecido efeio rache. A razão fundamenal é que ao anecipar que erá uma menor arifa quano maior for seu ganho de produividade a empresa pode diminuir seu esforço em reduzir cusos alcançando um ganho de produividade menor que poderia. Nos dois úlimos casos como há uma desvinculação enre o desempenho real da empresa e sua arifa o incenivo é pleno ou seja não há o efeio rache. 23. Além de medir os ganhos de produividade o Faor X ambém pode cumprir ouros papéis. Um deles é o de esimular a melhoria da qualidade do serviço presado via ajuses da arifa em função do nível real de qualidade do serviço presado pela empresa. Ese mecanismo pare da definição por pare do órgão regulador de níveis específicos de qualidade a serem alcançados pela empresa. Uma vez alcançados eses níveis pode ser feia uma redução do Faor X a ser aplicado no reajuse da empresa. Por ouro lado caso não sejam alcançados o Faor X sofreria um aumeno. 24. A imporância desse ipo de mecanismo reside no fao do órgão regulador não conhecer o nível máimo de qualidade que a empresa regulada pode alcançar. É possível que algumas empresas mesmo já dispondo de bons níveis de qualidade possam alcançar níveis ainda melhores algo que seria benéfico ao consumidor. Alernaivamene uma empresa poderia piorar seu nível qualidade com visas a aumenar sua lucraividade mesmo permanecendo denro dos padrões definidos pelo órgão regulador. e fao esse fenômeno é algo não desejável e a inrodução de mecanismos de esímulo ao aumeno da qualidade pode ser ineressane nesse coneo. Ver Weizman M (98). The Rache Principle and Performance Incenives. The Bell Journal of Economics. Volume Nº. Spring pag * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
7 (Fls. 5 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 25. Por fim o Faor X pode ser uilizado para amorizar o reposicionameno das arifas nas revisões arifárias diluindo o repasse arifário ao longo do ciclo. Pode-se por eemplo definir um nível de cusos operacionais a ser considerado como pono de parida para o ciclo arifário e um segundo valor a ser alcançado no final do ciclo. O Faor X poderia enão ser uilizado para considerar a ransição enre um valor e o ouro. II.2. ALTERNATIVAS E CÁLCULO O FATOR X PARA O SETOR E ISTRIBUIÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA 26. Como discuido aneriormene o objeivo principal do Faor X é repassar às arifas ganhos poenciais de produividade. A finalidade úlima é adequar o crescimeno da(s) receia(s) da concessionária ao crescimeno dos cusos. 27. Os ganhos de produividade nada mais são do que o comporameno da relação produo/insumo ao longo do empo. Os principais méodos para se esimar os ganhos de produividade são a abordagem prospeciva e a abordagem hisórica. 28. A abordagem prospeciva uilizada no CRTP e 2CRTP faz uso de um Fluo de Caia esconado onde são projeadas as receias e despesas aé a revisão arifária seguine. O Faor X é enão calculado como sendo o reduor do fluo de receias de modo que os fluos de receias e despesas enham o mesmo Valor Presene Líquido VPL ou seja que o equilíbrio definido no momeno da revisão arifária se preserve ao longo do ciclo arifário reverendo à modicidade arifária os ganhos poenciais de produividade. 29. A abordagem hisórica ambém busca esimar os ganhos poenciais de produividade e reverê-los à modicidade arifária. A principal diferença consise em medir a Produividade Toal dos Faores PTF a parir do hisórico sem necessidade de projear os fluos de receias de despesas. 3. O Aneo I raz uma discussão mais complea sobre as duas abordagens mencionadas além das principais ferramenas para se esimar os ganhos de produividade. III. PROPOSTAS PARA O 3CRTP III.. OBJETIVOS E METOOLOGIA Eise alguma abordagem de cálculo superior para o Faor X? * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
8 (Fls. 6 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 3. As abordagens de cálculo do Faor X supraciadas aparenemene se diferenciam basane quano ao cálculo que realizam. evido a esa aparene diferença meodológica é comum aribuir caracerísicas muio disinas a ambas. 32. É comum se referir ao modelo de Produividade Toal dos Faores (PTF) como sendo do ipo backward looking ou seja olha para rás e o modelo de Fluo de Caia esconado (FC) como forward looking ou seja olha para frene. Esa inerpreação se baseia na simples consaação de que no úlimo se faz projeções para as variáveis que compõem o produo e despesa das empresas e no primeiro se observa hisoricamene como evoluiu a razão enre essas duas variáveis. 33. Oura diferença comumene aribuída aos méodos é que o cálculo da produividade no modelo FC é indireo. Ese é derivado das projeções das variáveis de despesa e produo. O modelo PTF esima direamene esa relação pela evolução hisórica da razão enre as duas variáveis. 34. Uma erceira diferença é que o modelo FC implica em geral na definição individualizada para empresa do Faor X. No modelo PTF não é necessária esa definição individualizada podendo ser definido um mesmo percenual de Faor X para um grupo de empresas. Nese úlimo caso pode-se inclusive inroduzir mecanismos de comparação enre as empresas. 35. Por fim uma úlima diferença que cabe mencionar é que o modelo FC considera o fluo de despesas projeadas desconadas pelo cuso de capial regulaório. Já o modelo de PTF usualmene não faz ese descono. 36. Enreano há uma inerpreação alernaiva que minimiza a imporância de algumas desas diferenças dos méodos. Quano ao argumeno de que o modelo FC olha para frene consaa-se que na práica qualquer projeção é sempre baseada no hisórico de evolução da série que se quer projear. Além disso não é verdade que o modelo PTF necessariamene olha pra rás. É possível se basear na evolução hisórica dos ganhos de produividade para se fazer projeções a respeio de sua evolução fuura. Logo os modelos não necessariamene se diferenciam quano a ese aspeco. 37. A segunda diferença mencionada eise simplesmene porque há uma eapa a mais de cálculo qual seja a da projeção das variáveis. A eapa final de cálculo mesmo no modelo de FC é a razão enre despesas e produos ou seja a evolução da produividade oal dos faores da empresa. A única diferença é que nese caso raa-se do ganho de produividade associada à evolução fuura das despesas e produo enquano no modelo PTF raa-se da evolução hisórica. 38. Por fim essa úlima diferença mencionada de fao eise mas só será relevane se houver alguma razão para se esperar uma evolução não linear dos cusos e/ou produos nos próimos anos. Caso se suponha que o crescimeno será linear o descono pelos cusos de capial não apresena relevância. 39. Logo é possível concluir que: () os dois modelos calculam o mesmo parâmero qual seja os ganhos de produividade das empresas; e (2) se diferenciam basicamene em função do * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
9 (Fls. 7 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). empo em que são consideradas as variáveis de mercado e cusos. No modelo FC esas variáveis são projeadas e no modelo PTF são considerados seus valores hisóricos. 4. Os que defendem a adoção do modelo FC o fazem principalmene sob o argumeno de que uma vez que o Faor X será aplicado no próimo ciclo arifário é necessário se considerar a evolução das despesas e produos relaiva ao período no qual o Faor X será aplicado. 4. Primeiramene é imporane a ressalva de que não se raa da evolução das despesas reais da empresa mas sim das despesas regulaórias. O que deve ser esimado de fao é a evolução dos cusos eficienes associados ao aendimeno do mercado esimado. esa forma mesmo que se espere um aumeno de cusos de uma empresa específica iso não implica necessariamene que o aumeno deva ser considerado no cálculo do Faor X. 42. Por eemplo: Suponha uma empresa que necessie maiores invesimenos nos próimos anos porque possui uma rede de disribuição eremamene depreciada. Um dos moivos desse sisema esar depreciado pode ser por eemplo o baio nível de invesimenos realizados nos úlimos anos. Assim nesse caso a necessidade de um elevado nível de invesimeno só eise em função de uma opção omada pela empresa de reduzir o nível de invesimenos em seu passado recene. Logo essa maior necessidade de invesimenos que foi causada por uma decisão gerencial da empresa não deve ser considerada na projeção de despesas no Faor X. 43. O que impora de fao para o cálculo do Faor X é como evoluirão os ganhos poenciais de produividade. eve-se uilizar o melhor cenário disponível para se esimar como evoluirão os cusos médios das empresas. Evenos que possam afear a produividade fuura e que sejam conhecidos podem ser raados na própria meodologia seja o FC ou o PTF. 44. Assim conclui-se que não há um méodo superior a priori. A escolha da meodologia deve-se dar em função dos objeivos que o órgão regulador amparado na legislação define como prioriários e ouras considerações de naureza regulaória. O ema é discuido a seguir. Quais devem ser os objeivos buscados pelo Faor X no 3CRTP? 45. A meodologia de cálculo do Faor X proposa para o 3CRTP em fundamenos e conceios similares às meodologias empregadas no 2CRTP com aperfeiçoameno das ferramenas a serem uilizadas. enre os fundamenos e conceios que orienaram a proposa ora submeida à audiência pública pode-se desacar: a) Apropriação dos ganhos de produividade; b) Redução da assimeria da informação; c) Transparência e reproduibilidade; d) Esabilidade regulaória; * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
10 (Fls. 8 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). e) Incenivos à qualidade; f) Simplificação do méodo. 46. Os quaro primeiros iens são comuns à meodologia uilizada no 2CRTP sendo incorporados à aual proposa os incenivos à qualidade e redução de perdas e a concepção de uma meodologia menos inensiva em dados e porano de mais fácil compreensão. 47. Na medida em que não há um méodo superior a priori a escolha deve ser feia em função do objeivo que no enendimeno do órgão regulador o Faor X deve cumprir. Um primeiro aspeco que deve ser levado em cona na definição da abordagem de cálculo do Faor X é que incenive as empresas a cumprirem os objeivos definidos como prioriários pelo regulador. a) Apropriação dos ganhos de produividade 48. A Lei n 9.427/96 de 27 de dezembro 996 que insiui a Agência Nacional de Energia Elérica ANEEL e disciplina o regime das concessões de Serviços Públicos de Energia Elérica define no arigo 4 que: Ar. 4. O regime econômico e financeiro da concessão de serviço público de energia elérica conforme esabelecido no respecivo conrao compreende: I - a conrapresação pela eecução do serviço paga pelo consumidor final com arifas baseadas no serviço pelo preço nos ermos da Lei no de 3 de fevereiro de 995;... IV - apropriação de ganhos de eficiência empresarial e da compeiividade;... GN 49. Também pelo disposo nos Conraos de Concessão na revisão arifária devem ser observados denre ouros as alerações na esruura de cusos e de mercado os esímulos à eficiência e a modicidade arifária. Nos anos em que não há revisão ocorre o reajuse arifário anual onde a Parcela B vigene é aualizada pelo IGP-M deduzido o Faor X. 5. Ganho de Produividade al como definido na seção anerior fornece uma medida sinéica que engloba odos os efeios relacionados ao que a legislação denomina ganhos de eficiência empresarial e da compeiividade e alerações na esruura de cusos e de mercado 5. A definição dos ganhos de produividade a serem repassados ao consumidor pode ser de al forma que aumene ou diminua o grau de incenivo ao aumeno da produividade. O órgão regulador poderia por eemplo definir os ganhos de produividade para empresa igual ao ganho alcançado pela mesma no ciclo arifário anerior. Alernaivamene poderia definir os ganhos de produividade baseado numa média de empresas similares. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
11 (Fls. 9 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 52. No primeiro caso como já discuido na seção anerior há um menor nível de incenivo em relação ao segundo. A razão é que uma vez conhecedora de que uma maior produividade no presene pode gerar menor arifa no fuuro a empresa pode decidir se esforçar menos do que esaria disposa caso fosse uilizada a segunda meodologia onde sua arifa não depende somene de sua produividade. É imporane ressalar que há incenivo no primeiro caso porém menor. 53. A possibilidade levanada qual seja de definir os ganhos de produividade baseado na média de empresas possui uma vanagem adicional. Na práica o mecanismo cria uma espécie de compeição arificial em que as empresas se vêem forçadas a aumenar sua produividade para ober de fao ganhos financeiros. Iso aproima o regime de regulação por incenivos de seu objeivo de emular um mercado compeiivo Assim como no 2CRTP a meodologia busca esimar o ganho poencial de produividade do seor de disribuição a parir do melhor cenário disponível no momeno do processo arifário. No enano conforme será dealhado adiane a abordagem proposa para se aingir al finalidade é diferene da uilizada no CRTP e no 2CRTP. b) Redução da assimeria da informação 55. Num modelo de Fluo de Caia esconado FC como o adoado no CRTP e no 2CRTP para se mensurar o ganho poencial de produividade faz-se necessário projear os fluos de receias e despesas aé a revisão arifária seguine. 56. Como discuido aneriormene uma vez que o órgão regulador disponha de informações que o permia projear uma variação nos cusos médios eficienes para o próimo ciclo arifário esa pode ser uilizada para ajusar os ganhos de produividade eigidos pelo órgão regulador no Faor X. 57. Porém a consideração de projeções no cálculo do Faor X deve ser feia como muia cauela. Primeiramene o ema é basane conroverso. A lieraura não fornece criérios consensuais para se afirmar que uma projeção é melhor que oura. Ou seja não há um méodo de projeção que seja consensual enre os especialisas. 58. Esa fala de consenso pode produzir sobre o órgão regulador um número muio grande de quesionamenos por pare das empresas e dos consumidores. Na medida em que as empresas conhecem melhor sua área de concessão e as caracerísicas de seu mercado é razoável esperar que a mesma enha melhor capacidade de projeção que o órgão regulador e principalmene os consumidores. Ocorre que na medida em que uma projeção menor de mercado implica um menor Faor X a empresa poderá ser mais conservadora em suas projeções. Pode ainda levanar aspecos que impacarão de maneira negaiva seu mercado sem ressalar os aspecos posiivos ao órgão regulador. 2 Ver SCHLEIFER A (985). A heor of Yardsick Compeiion. Rand Journal of Economics Vol. 6 N. 3. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
12 (Fls. da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 59. Ese problema é maimizado quando eisem diversas empresas reguladas com é o caso do seor elérico brasileiro. Iso porque o órgão regulador deveria analisar um número demasiadamene eenso de projeções e conhecer especificidades de odas as áreas de concessão do país. esa forma a uilização de projeções no cálculo do Faor X pode aumenar o problema de assimeria de informação. 6. Além disso nas projeções o principal elemeno uilizado é eaamene o comporameno passado das variáveis que se quer projear. Nesse senido é possível uilizar abordagem diferene medindo os ganhos de produividade alcançados pelas disribuidoras e evenualmene ajusando o resulado para algum aconecimeno fuuro conhecido que não enha afeado a produividade no passado mas que a afeará a parir do momeno em que se define o Faor X. 6. Na ausência de assimeria da informação em ese ambos os méodos deveriam gerar resulados similares. No enano enende-se que medir os ganhos de produividade alcançados pelas disribuidoras é menos susceível a discussões e porano superior no que ange à assimeria de informações. 62. Concluindo eisem modelos com objeivos análogos ao de Fluo de Caia esconado menos inensivo em dados e parâmeros com as discussões concenradas na definição do méodo e não em sua aplicação. c) Transparência e reproduibilidade 63. Assim como no 2CRTP ambém no 3CRTP oda a base de dados modelos de simulação e resulados serão disponibilizados além da descrição complea da meodologia empregada. Todo ineressado em conribuir no processo de audiência pública erá acesso à meodologia que se esá propondo para reproduzir os resulados apresenados. d) Esabilidade regulaória 64. O ema esabilidade regulaória foi basane discuido no 2CRTP onde as alerações meodológicas foram focadas no aprimorameno das ferramenas. Não se deve confundir no enano esabilidade regulaória e de regras com manuenção das mesmas ferramenas. ado o dinamismo da regulação econômica é usual que novas ferramenas sejam recorrenemene incorporadas ao processo regulaório. 65. O objeivo perseguido pela ANEEL na proposa ora submeida à audiência pública foi de preservar os princípios e fundamenos por rás da definição do Faor X inroduzindo no enano novas ferramenas para se aingir al finalidade. Além disso conforme apresenado na descrição da meodologia de Cusos Operacionais o Faor X considerará uma ransição enre os cusos operacionais definidos no 2CRTP e os definidos no 3CRTP razendo maior esabilidade arifária. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
13 (Fls. da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). e) Incenivos à qualidade do serviço 66. A ANEEL avalia o desempenho das disribuidoras de energia elérica no que ange a qualidade do serviço por meio de conjunos de unidades consumidoras definidos por área geográfica sobre a qual se faz o acompanhameno dos evenos relacionados aos indicadores individuais (IC e FIC). Com base neses indicadores individuais calculam-se os indicadores coleivos (EC e FEC) para cada conjuno considerado. 67. Para a definição das meas a serem superadas ou dos limies a não serem aingidos uilizase a regulação por ardsick compeiion. A meodologia de comparação dos conjunos de unidades consumidoras enre as empresas de disribuição de energia elérica consise em classificar os conjunos semelhanes com base na écnica de análise de cluser idenificando o elemeno de desempenho desejável omando-o como referência. A parir do desempenho dese elemeno serão esabelecidas rajeórias de limies de desempenho para os demais conjunos. 68. O elemeno de desempenho de referência ou benchmark não será o de melhor resulado mas o que represene cera significância em relação a disribuição real. Por eemplo em uma família de conjunos de unidades consumidoras pode-se adoar como benchmark o décimo ou vigésimo melhor resulado. 69. Para aplicação da meodologia é necessário deerminar os aribuos de cada conjuno. Eses aribuos descrevem as principais caracerísicas físicas e geográficas das redes o que guarda uma relação direa com o desempenho relaivo ao EC e FEC. e posse dos limies dos indicadores globais são definidos os indicadores individuais por meio do conhecimeno das disribuições dos indicadores individuais denro dos conjunos de unidades consumidoras e escolha de um deerminado nível de significância da disribuição. 7. efinida a forma de mensuração da qualidade do serviço e as meas a serem superadas ou a conrario sensu os limies a não serem ulrapassados resa a aplicação de mecanismos que condicionem as ações da disribuidora. Enre os mecanismos uilizados pelo regulador pode-se ciar a compensação financeira penalidades incenivos financeiros incenivos morais enre ouros. 7. As disribuidoras de energia elérica assim como odo agene econômico respondem a incenivos. As disribuidoras comparam os cusos e benefícios ao omar decisões assim seu comporameno pode ser condicionado ao se regular os cusos e benefícios envolvidos. Os incenivos são aplicados somene a ações indesejáveis porém aceiáveis. As penalidades são aplicadas a conduas inaceiáveis com caracerísicas de coerção e progressividade na medida da reieração da condua. 72. Compensação é um mecanismo pelo qual uma pessoa subsiui uma aividade por oura a fim de saisfazer moivos frusrados. O PROIST em seu módulo 8 dispõe sobre a compensação aos usuários de disribuição de energia elérica in verbis: 5.. No caso de violação do limie de coninuidade individual em relação ao período de apuração (mensal rimesral ou anual) a disribuidora ou concessionária de ransmissão * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
14 (Fls. 2 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). deenora de IT deverá calcular a compensação ao consumidor ou à disribuidora acessane e efeuar o crédio na faura apresenada em aé dois meses após o período de apuração....omissis No caso de inadimplência do consumidor ou da disribuidora acessane desde que em comum acordo enre as pares o valor da compensação poderá ser uilizado para deduzir débios vencidos. 73. A compensação difere da mula. Mula é uma pena pecuniária uma sanção aplicada a alguém que infringe a norma ou o conrao. Geralmene é aplicada pelo poder público em virude do descumprimeno da norma ou eigida pelo paricular por descumprimeno do esipulado em conrao. essare a mula em caráer coerciivo o descumprimeno reierado gera sansões com efeios progressivos fao que não ocorre na compensação. 74. A Resolução Normaiva ANEEL nº 77/25 que alerou a redação de disposiivos da Resolução Normaiva nº 24/2 einguiu a mulas por coninuidade do fornecimeno não obsane sua previsão em alguns conraos de concessão. 75. Incenivo não em como fao gerador a obrigação do concessionário ou usuário é uma vanagem desinada a esimular aividades econômicas sociais culurais denre ouras; concedida pela adminisração pública. O incenivo em o inuio de condicionar ações do concessionário endo como conraparida ganhos ou perdas de receia. 76. O objeivo da compensação é o zelo pela boa qualidade do serviço garanindo um paamar mínimo ao usuário. O incenivo em como fundameno o esímulo à melhoria da qualidade do serviço público de disribuição de energia elérica com fulcro no ar. 29 da Lei Geral das Concessões ad lieris: Ar. 29. Incumbe ao poder concedene:...omissis... VII - zelar pela boa qualidade do serviço receber apurar e solucionar queias e reclamações dos usuários que serão cienificados em aé rina dias das providências omadas;...omissis... X - esimular o aumeno da qualidade produividade preservação do meio-ambiene e conservação; G.N. 77. esare deve-se garanir um paamar mínimo de qualidade do serviço presado e esimular a melhoria conínua da qualidade. O ermo qualidade abrange os requisios de coninuidade do serviço de disribuição regularidade dos serviços de disribuição regularidade dos serviços comerciais enre ouros. 78. Todavia eise um rade off enre os requisios de coninuidade/regularidade e o de modicidade arifária que devem ser considerados no processo de definição das arifas. Para ano eisem alernaivas que podem ser adoadas pelo regulador ais como considerar um nível óimo de qualidade para o qual melhorias não rariam benefícios significaivos para a sociedade. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
15 (Fls. 3 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 79. Oura possibilidade de esímulo à melhoria conínua da qualidade são incenivos indireos ou seja que não resulam necessariamene em compensações mulas ou variações da receia. Traa-se simplesmene de publicar regularmene o desempenho relaivo das disribuidoras com relação a uma seleção de criérios considerados relevane. Esse méodo em sido chamado de peer presure (pressão dos pares numa radução livre). 8. Teoricamene esse ipo de medida orna a cobrança por pare dos consumidores mais efeiva esimula gesores e acionisas a buscarem melhoria no desempenho com visas a superarem seus pares além do que empresas bem avaliadas pelo regulador num ambiene onde esse ipo de comporameno é recompensado ende a melhorar a performance de mercado das empresas e inclusive reduzir cusos de financiameno A imporância da inrodução de um de mecanismo de incenivo à melhoria da qualidade no faor X reside no fao do órgão regulador não conhecer o nível máimo de qualidade que a empresa regulada poderia alcançar. Porano é possível que algumas empresas mesmo já dispondo de bons níveis de qualidade possam alcançar níveis ainda melhores algo que seria benéfico ao consumidor. Alernaivamene uma empresa poderia piorar seu nível qualidade com visas a aumenar sua lucraividade mesmo ainda denro dos padrões definidos pelo órgão regulador. e fao ese fenômeno é algo não desejável e a inrodução de mecanismos de esímulo ao aumeno da qualidade pode ser ineressane nese coneo. f) Simplificação do modelo 82. Uma das críicas sisemaicamene feias ao processo arifário aualmene insiuído paricularmene ao Faor X é a compleidade das ferramenas adoadas. enre os objeivos da meodologia aual esá a de ornar sua compreensão mais inuiiva. 83. A uilização de projeções no cálculo do Faor X raz essa inconveniência o aumeno da compleidade da meodologia. Iso se deve ao grau de compleidade dos modelos de projeções usualmene adoados e as diversas variáveis que devem ser consideradas. 84. A simplicidade é um imporane aspeco a ser levado em cona na definição de qualquer meodologia em paricular a do Faor X. A simplicidade permie um melhor enendimeno por pare dos grupos afeados pelo regulameno no caso os consumidores e empresas e assim uma paricipação mais ampla no processo de definição da meodologia. O resulado é um maior equilibro nos ineresses dos agenes e consumidores. 85. Ao invés de projear cada variável que possa afear a produividade da disribuidora como mercado cusos operacionais e invesimenos passa-se apenas a medir os ganhos de produividade alcançados pelas disribuidoras. Busca-se medir a relação enre receias e despesas efeivamene alcançados pelas disribuidoras o que simplifica não só a análise mas a compreensão da finalidade do Faor X. 3 Ellio an. Regulain prices and service quali. Inernacional Handbook on Economic Regulaion. 26. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
16 (Fls. 4 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 86. Ambas as ferramenas (FC ou PTF) buscam um objeivo comum o de esimar os ganhos de produividade poenciais aé a revisão arifária seguine. No enano enende-se que observar o desempenho real das disribuidoras no passado é mais simples e menos susceível a discussões na aplicação do méodo. Ademais algum eveno que possa ser mensurado no momeno da revisão e eseja ausene no hisórico e enha o poencial de alerar significaivamene a produividade média do seor de disribuição pode ser raado mesmo no méodo PTF. Qual meodologia de Faor X melhor aende aos objeivos proposos? 87. Anes de discuimos especificamene acerca da abordagem sugerida para 3CRTP é imporane diferenciar o que chamamos aqui de Méodo (ou Abordagem) e Meodologia. A úlima diz respeio aos princípios e as regras gerais a serem seguidas na definição do Faor X. O méodo diz respeio às ferramenas de cálculo equações e funções maemáicas uilizadas. Uma meodologia pode usar diversos méodos de cálculo mas o méodo deve buscar aender aos objeivos definidos na meodologia. Porano anes de discuir o méodo de cálculo é preciso discuir a respeio da meodologia de Faor X a ser adoada. 88. Há dois objeivos básicos que se sugere que o Faor X conemple: () repassar ganhos poenciais de produividade; e (2) esimular a melhoria da qualidade na presação do serviço. Além disso o Faor X pode conemplar um componene que inroduza uma rajeória de eficiência para as empresas alcançarem. 89. Ganhos poenciais de produividade dizem respeio a quano uma empresa poderá ganhar de produividade em seu próimo ciclo arifário baseado no padrão de eficiência definido pelo órgão regulador. Ese padrão de eficiência ou para ser mais preciso padrão de produividade deverá ser al que seja passível de ser aingido por uma empresa com nível médio de eficiência ou seja não deve se referir ao maior e nem ao menor nível de produividade passível de ser alcançado. 9. Além disso sugere-se que o Faor X conemple um ajuse em função de meas de qualidade definidas pela ANEEL. Ou seja caso a empresa alcance as meas definidas pelo regulador deverá ser feio um ajuse a menor em seu Faor X caso conrário um ajuse a maior. O mecanismo será dealhado mais à frene nesa Noa Técnica. 9. Em suma a meodologia sugerida para o Faor X consise na definição dos ganhos poenciais de produividade para cada empresa baseada no crescimeno de mercado verificado e um ajuse em função da qualidade na presação do serviço. 92. A abordagem que se sugere para o cálculo dos ganhos de produividade hisórico das empresas é o de Produividade Toal dos Faores. Enende-se que devido ao problema de assimeria de * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
17 (Fls. 5 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). informação eisene na uilização de projeções e maior compleidade do méodo de Fluo de Caia esconado esa é a abordagem mais apropriada. 93. A análise deverá observar a decomposição desses ganhos em ganhos de escala evolução écnica e ganhos de eficiência. O objeivo é verificar se evenuais ganhos ou perdas de eficiência podem esar disorcendo a esimaiva. 94. A decomposição pode cumprir um papel imporane na análise na medida em que os ganhos verificados podem ser resulado em grande pare dos ganhos de eficiência. Se os ganhos verificados se deram em grande medida em função dos ganhos de eficiência iso significa que as empresas esão se aproimando da froneira e consequenemene haverá menos espaço para ganhos de produividade no próimo período. O conrário ambém é verdadeiro ou seja se houve perdas de eficiência no período analisado haverá mais espaço para ganhos de produividade em comparação ao ganho médio verificado III.2. ANÁLISE OS GANHOS E PROUTIVIAE 95. O Faor X é o índice que corrige a Parcela B. Logo a produividade que ineressa no cálculo do faor é aquela que relaciona o crescimeno da receia de Parcela B da disribuidora aos cusos associados. 96. Há duas fones principais de ganhos de produividade a serem mensuradas para definição do Faor X: o ganho de produividade relacionado à disribuição de energia elérica que mede a relação enre o crescimeno do mercado e os cusos relacionados à aividade de disribuição de energia elérica e um segundo ganho relacionado aos cusos de ranspore de energia onde a disribuidora pode auferir ganhos em função do rimo de crescimeno enre as receias e despesas com uso e coneão dos sisemas de ransmissão e/ou disribuição. 97. A análise deses dois componenes será feia de forma separada nas seções que se segue. III.2. PROUTIVIAE ASSOCIAA À ISTRIBUIÇÃO E ENERGIA (P ) 98. Ganhos de produividade associados aos cusos mosra como evoluem os cusos em função do produo vendido ou seja o insrumeno aravés do qual a concessionária adquire sua receia. 99. Os cusos possuem rês componenes bem definidos: Cusos Operacionais epreciação e Remuneração. Os cusos operacionais são eraídos direamene da conabilidade levando-se em cona os cusos que apresenam naureza arifária ou seja similaridade com os cusos operacionais eficienes a serem definidos nos processos de revisão arifária.. Os valores de depreciação e remuneração não podem ser eraídos direamene da conabilidade. A principal razão é que os cusos conábeis esão valorados a cusos hisóricos. A solução adoada foi parir dos valores de remuneração e depreciação definidos no 2CRTP e esimar como eses * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
18 (Fls. 6 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). cusos variaram baseado nos invesimenos e obrigações especiais realizados no período. Os dealhes a respeio do cálculo serão apresenados a seguir.. A disribuidora de energia elérica pode ser considerada uma firma muliserviço com rês serviços (ou produos) básicos disinos: fornecimeno de energia em ala média e baia ensão. 2. Ademais visando adequar os cusos específicos de cada usuário à suas necessidades emporais de consumo são criadas modalidades arifárias denro de cada nível de ensão ais como: arifas monômia binômia em blocos horosazonal ec. A opção arifária não esá relacionada a um produo ou serviço diferenciado mas somene a adequação de discriminação do preço. A modalidade arifária em o fulcro de incenivar o uso eficiene das redes. 3. Em que pese os diversos subgrupos arifários (A2 A3 A3a A4 e BT) os mesmos podem ser agrupados pela função desempenhada no sisema de disribuição em Ala Média e Baia Tensão o que coaduna com os procedimenos de disribuição de energia elérica aprovadas pela Resolução ANEEL n 395/ Uma forma de mensurar quaniaivamene os serviços presados pela disribuidora é por meio da demanda faurada ou medida. Todavia em ambos os casos há a dificuldade de mensurá-los correamene devido à imprecisão do comporameno de carga dos usuários arifados na forma monômia. 5. esare como pro para mensuração quaniaiva dos serviços de disribuição uilizou-se a energia faurada nos grupos de ala média e baia ensão. Tal aproimação se jusifica na medida em que o comporameno da carga não se alerou subsancialmene ao longo do período analisado. 6. Para a esimaiva da PTF serão uilizados os índices de Tornqvis e Malmquis. Como discuido na Aneo I a esimaiva do índice de Tornqvis se uiliza da paricipação na receia de cada produo para agregá-los. Como foi uilizada a energia faurada por nível de ensão (AT MT e BT) como pro para o produo uilizou-se a paricipação de cada nível de ensão na Parcela B como pro para a paricipação na receia. 7. Além disso o índice de Malmquis será decomposo em suas diversas componenes a fim de se eplicar as fones de evolução dos ganhos de produividade das disribuidoras. III.2.. BASE E AOS 8. Para definição dos cusos operacionais a serem considerados nas simulações foram uilizados dados conábeis subgrupo 65 (Gasos Operacionais) do Manual de Conabilidade do Serviço Público de Energia Elérica. As fones de informações foram o Balancee Mensal Padronizado BMP o Relaório de Informações Trimesrais RIT e as resposas ao Ofício Circular nº. 35/29-SRE-SFF- SR/ANEEL. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
19 (Fls. 7 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). 9. No subgrupo 65 foi ecluída a sub-cona Cuso do Serviço Presado a Terceiros (65.X.X.2). Nem odas as Naurezas de Gasos (NG) êm a mesma naureza dos cusos operacionais regulaórios. essa forma foram consideradas as Naurezas de Gasos: a) NG Pessoal; b) NG 2 Adminisradores; c) NG Maerial; d) NG 2 Serviços de Terceiros; e) NG 9 Arrendamenos e Aluguéis; f) NG 92 Seguros; g) NG 93 Tribuos; h) NG 99 Ouros (parcialmene).. Como o foco das simulações são somene os cusos com disribuição de energia elérica foram ecluídos os cusos com Geração (65..X.X.XX) Transmissão (65.2.X.X.XX) e Aividades Não Vinculadas à Concessão (65.6.X.X.XX).. No que ange à NG 99 Ouros os cusos foram considerados apenas parcialmene. Tal eclusão se jusifica devido à conabilização de cusos que não êm a mesma naureza dos cusos operacionais regulaórios como indenizações por perdas e danos mulas provisões para perdas de receias encargos seoriais denre ouros. No apêndice são apresenados odos os cusos considerados para fins de simulação. 2. O período considerado foi de 23 a 28. Os anos aneriores a 23 não foram considerados em função da limiação de ouros dados necessários às simulações e devido ao racionameno de energia ocorrido em 2 e 22. O ano de 29 não foi considerado em função da ausência de dados à época do esudo devendo ser uilizado o mesmo méodo para a aualização do esudo e consideração do ano de O cuso de capial é igual a soma de remuneração do capial e depreciação. A remuneração do capial é igual ao produo da aa de remuneração pela base líquida. A depreciação ou quoa de reinegração regulaória é igual ao produo da aa de depreciação regulaória pela base brua. As equações a seguir ilusram seus cálculos. RLC = BRRl r () EP = BRRb δ (2) onde: RLCi: remuneração líquida de capial no ano i; EP i: Quoa de Reinegração Regulaória; BRRb i-: Base de remuneração regulaória brua no ano i-; BRRl i-: Base de remuneração regulaória líquida no ano i-; r WACC: cuso médio ponderado de capial real depois dos imposos; * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
20 (Fls. 8 da Noa Técnica n o 267/2-SRE/ANEEL de 25/8/2). : Taa média de depreciação das insalações; 4. Assim os valores de remuneração e depreciação num ano qualquer podem ser obidos a parir da base de remuneração brua e líquida do ano anerior. Na medida em que dispomos dos valores de base remuneração somene no momeno da revisão arifária a evolução do cuso de capial deverá ser esimada a parir dos invesimenos e do saldo das obrigações especiais. As equações a seguir demonsram o cálculo: AIS = AIS + INV (3) BRRb = AIS IAb BT OE (4) BRRl = AIS IAl A OE + T&S (5) onde: AIS i: Aivo Imobilizado em Serviço; IAb i: Índice de Aproveiameno Bruo; IAl i: Índice de Aproveiameno Líquido; BTi: Bens Toalmene epreciados; INVi: Invesimenos; OE i: Saldo Bruo das Obrigações Especiais; A i: epreciação Acumulada; T&S i: Terreno e Servidões; 5. Os invesimenos foram definidos a parir das adições conábeis relaivas às conas de Máquinas e Equipamenos Edificações Obras Civis e Benfeiorias e Terrenos e em como fone o Ofício Circular nº 35/29 SRE-SFF-SR/ANEEL. Os valores foram corrigidos pelo IGPM e esão a preços de fevereiro de A evolução anual do saldo bruo das obrigações especiais foi esimada a parir da aa de crescimeno real dos valores conábeis relaivos ao saldo bruo das obrigações especiais. Os valores conábeis foram corrigidos pelo IGPM e esão a preços de fevereiro de 2. Os dados uilizados são aqueles informados pelas empresas no Ofício Circular nº 35/29 SRE-SFF-SR/ANEEL. 7. Para o cálculo da remuneração do capial uilizou-se o cuso médio ponderado de capial real anes de imposos aplicado no 2CRTP. A aa de depreciação ambém corresponde àquela aplicada no 2CRTP para cada empresa. 8. Os dados de mercado êm por fone as informações conidas no Sisema de Acompanhameno de Informações de Mercado para Regulação Econômica SAMP da ANEEL e correspondem a odo o mercado faurado incluído o mercado caivo livre e de suprimeno. Como Ala Tensão (AT) foram consideradas unidades consumidoras A A2 e A3 como Média Tensão (MT) as unidades consumidoras A3a e A4 e como baia ensão as unidades consumidoras BT. * A Noa Técnica é um documeno emiido pelas Unidades Organizacionais e desina-se a subsidiar as decisões da Agência. Superinendência de Regulação Econômica SRE/ANEEL Processo n.º 485.7/29-7
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