O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa e o Fluxo de Caixa Livre para os Sócios
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- Victor Gabriel Raminhos Sintra
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1 O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa e o Fluxo de Caixa Livre para os Sócios! Principais diferenças! Como uilizar! Vanagens e desvanagens Francisco Cavalcane (francisco@fcavalcane.com.br) Sócio-Direor da Cavalcane Associados, empresa especializada na elaboração de sisemas financeiros nas áreas de projeções financeiras, preços, fluxo de caixa e avaliação de projeos. A Cavalcane Associados ambém elabora projeos de capialização de empresas, assessora na obenção de recursos esáveis, além de compra e venda de paricipações acionárias. Adminisrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV. Desenvolveu mais de 100 projeos de consuloria, principalmene nas áreas de planejameno financeiro, formação do preço de venda, avaliação de empresas e consuloria financeira em geral. 1
2 ÍNDICE 1- APRESENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
3 1- Apresenação e Desenvolvimeno Há essencialmene dois caminhos para se avaliar uma empresa pelo méodo do FCD (Fluxo de Caixa Desconado): um é avaliar a paricipação do acionisa no negócio (equiy valuaion), ouro é avaliar a empresa como um odo (firm valuaion), que inclui além da paricipação acionária (capial próprio), a paricipação dos demais deenores de direios financeiros na empresa (capial de erceiros). Embora as duas abordagens desconem fluxos de caixa esperados, os fluxos de caixa e as axas de descono são diferenes. No primeiro caso, o valor da empresa é obido desconando-se os fluxos de caixa dos sócios (cashflow o equiy), ou seja, os fluxos de caixa residuais após dedução de odas as despesas e pagamenos de juros e principal, desconados pela axa exigida pelos invesidores sobre o capial próprio. No segundo caso, o valor da empresa é obido desconando-se fluxos de caixa esperados para a empresa (cashflow o firm), ou seja, os fluxos de caixa residuais após a realização de odas as despesas operacionais e imposos, mas anes do pagameno das dívidas, pelo cuso médio ponderado de capial. Considerando que esa segunda forma é a mais uilizada pelo mercado financeiro, ese capíulo foca a descrição e análise do fluxo de caixa livre para a empresa. O valor presene do fluxo de caixa livre para a empresa é obido com base na série de recebimenos (FCLE ) que compõe o fluxo e no cuso médio ponderado de capial (CMPC), segundo as equações do Objeo 1. 3
4 Objeo 1 Valor presene do fluxo de caixa livre da empresa ( FCLE) n = = 1 FCLE ( 1+ CMPC), no caso geral e FCLE CMPC ( FCLE) =, para n e FCLE = FCLE O exemplo é o de uma empresa capaz de gerar um fluxo de caixa livre anual de $ 9 milhões, homogêneo e perpéuo. Ese fluxo de caixa livre da empresa é o calculado anes de quaisquer efeios de emprésimos ou financiamenos, como se a firma fosse financiada exclusivamene por capial próprio. Enreano, no exemplo o capial é fornecido ano pelos acionisas como por credores, em proporções iguais. Se os acionisas demandarem uma remuneração de 20% a.a. e os credores receberem juros de, após os efeios ribuários, 10% a.a., a média do cuso do capial de ambas as fones será de 15% a.a. [= 0,10 x ½ + 0,20 x ½]. O FCLE separa o fluxo de caixa (FC) das operações do fluxo de caixa da dívida financeira. Ese isolameno proporciona aos credores uma esimaiva do FC disponível para remunerá-los. Como ambos são fones de financiameno para a Empresa, nada mais juso que o valor da enidade seja deerminado pelo FCLE desconado por uma axa ponderada enre o reorno exigido dos acionisas e dos credores o cuso médio ponderado de capial. Oferecendo um fluxo de caixa de $ 9 milhões anuais para uma cesa de invesidores que exige, na média uma remuneração de 15% a.a., a empresa vale $ 60 milhões [= / 0,15]. 4
5 Pela abordagem do FCLE, o que se deermina é a capacidade de geração de caixa proveniene das operações normais da empresa, ou seja, seu poencial de gerar riqueza em decorrência de suas caracerísicas operacionais independene de suas fones de financiameno. Para deerminar o valor do negócio para o acionisa, pelo do FCLE deve-se deduzir a dívida exisene na daa-base da avaliação. Como, no exemplo, meade dese valor é devida aos credores, resa apenas a oura meade para os acionisas, ou seja, $ 30 milhões [= x ½]. A segunda abordagem, O valor da empresa para os sócios ambém pode ser calculado direamene, sem necessidade de se conhecer primeiro o da empresa. Para ano, calcula-se o valor presene do fluxo de caixa livre para os sócios (FCLS ), uilizando o cuso de capial próprio (CCP) como no Objeo 2. Objeo 2 Valor presene do fluxo de caixa livre dos sócios ( FCLS) n = = 1 ( 1+ CCP) FCLS CCP FCLS, no caso geral e ( FCLS) =, para n e FCLS = FCLS No mesmo exemplo, a empresa em uma dívida de $ 30 milhões, pagando juros após ribuos de 10% a.a., porano de $ 3 milhões anuais. Como o fluxo de caixa livre da empresa é de $ 9 milhões, resa aos acionisas um fluxo de caixa esperado de $ 6 milhões anuais [= ]. 5
6 Como os acionisas esperam receber uma remuneração de 20% a.a., a sua paricipação no capial da empresas será de $ 30 milhões [= / 0,20]. É o mesmo resulado! O uso do FCLE em algumas vanagens noáveis sobre o do FCLS: É mais fácil o FCLA se mosrar negaivo do que o FCLE, principalmene quando as despesas financeiras são alas. Mesmo assim, a empresa pode er valor. As empresas muio endividadas poderão er FCLA negaivo, causado pela elevada axa de juros. Nese caso, a solução é a recapialização da empresa, que pode ser feia por um novo sócio. O valor da empresa pode ser suficiene para se pagar a dívida e ainda sobrar uma bela quania para os sócios auais. É imporane ressalar que empresas que apresenem valor negaivo quando calculado pelo méodo do fluxo de caixa, podem ser avaliadas pelo valor de liquidação de ais aivos. Possivelmene o valor para os sócios seja maior se ele proceder à venda separada dos aivos da empresa do que se a carregar gerando prejuízos. O FCLE oferece um melhor enendimeno do desempenho operacional da empresa e de cada unidade de negócio separadamene. Iso é imporane para a venda ou compra de pares da empresa, como produos e regionais, que êm valor de per si, independenemene de como a empresa como um odo é financiada. O cuso de capial relevane ao cálculo do valor é o médio do mercado e não o específico da empresa. Porano, quando a empresa conempla mudar sua esruura de capial, os dispêndios com os 6
7 juros projeados não influenciam a deerminação do valor pelo méodo do FCLE. A previsão a médio prazo de dispêndio com juros, amorizações de dívidas e a projeção de novos emprésimos pode ser de difícil realização, implicando numa facilidade maior no cálculo do valor pelo FCLE. 7
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