Determinação experimental da viscosidade e condutividade térmica de óleos vegetais
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- Márcia Adelina Laranjeira Diegues
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1 ISSN Cênca e Tecnologa de Almentos Determnação expermental da vscosdade e condutvdade térmca de óleos vegetas Expermental measurements of vscosty and thermal conductvty of vegetable ols Josane BROCK 1, Mara Rta NOGUEIRA 1, Cláudo ZAKRZEVSKI 1, Fernanda de Castlhos CORAZZA 1, Marcos Lúco CORAZZA 1, José Vladmr de OLIVEIRA 1 * Resumo O presente trabalho tem por objetvo reportar valores expermentas de condutvdade térmca e vscosdade dnâmca dos óleos vegetas refnados de soja, mlho, grassol, algodão, canola, olva e de farelo de arroz. As meddas de condutvdade térmca foram realzadas em célula acoplada a um banho termostátco no ntervalo de temperatura de 0 a 70 C, utlzando uma sonda de fo quente. Os resultados obtdos demonstram que para todos os óleos vegetas nvestgados a condutvdade térmca possu fraca dependênca com a temperatura, apresentando lgero decréscmo com o aumento desta varável. O método gravmétrco fo empregado para a medda da densdade dos óleos vegetas estudados à temperatura ambente, não tendo sdo verfcada dferença sgnfcatva entre os valores encontrados. Para as meddas de vscosdade dos óleos vegetas fo utlzado um vscosímetro do tpo Brookfeld, acoplado a um banho termostatzado com controle de temperatura. A partr dos resultados obtdos verfcou-se que a vscosdade decresce acentuadamente com o aumento da temperatura para todos os óleos vegetas. Palavras-chave: óleo vegetal; densdade; vscosdade; condutvdade térmca. Abstract Ths work reports expermental data of thermal conductvty and dynamc vscosty of the followng refned vegetable ols: rce, soybean, corn ol, sunflower, cottonseed, and olve ol. Measurements of thermal propertes were carred out n a cell coupled to a thermostatc bath n the temperature range of 0-70 C, usng a sngle-needle stanless steel sensor. It was expermentally observed that the thermal conductvty decreased slghtly wth ncreasng temperature for all samples nvestgated. The gravmetrc method was employed for densty data acquston, and revealed no sgnfcant dfference among the values obtaned. The Brookfeld apparatus was employed n measurng the dynamc vscosty and t was verfed that a rase n temperature led to a sharp decrease for ths property for all samples nvestgated. Keywords: vegetable ol; densty; vscosty; thermal conductvty. 1 Introdução Tem se verfcado atualmente um aumento acentuado na demanda de mercado em relação a óleos vegetas das mas dversas fontes naturas, destacando-se as aplcações em dervados almentícos que cobrem desde a formulação de produtos, em que a vscosdade para almentos líqudos é parâmetro fundamental para caracterzação e avalação de textura destes, até a transformação e obtenção de ésteres a partr de traclglcerídeos, ou anda o emprego dos óleos vegetas dretamente na formulação de combustíves mneras (CONCEIÇÃO et al., 005). Qualquer que seja a forma de obtenção ou emprego dos óleos vegetas, o conhecmento de propredades termofíscas, tas como densdade, vscosdade, condutvdade e dfusvdade térmca é de fundamental mportânca para a consecução das etapas de projeto de equpamentos e de processos ou mesmo para especfcação do produto. Até o presente, poucos estudos referentes ao comportamento reológco de óleos vegetas têm sdo reportados na lteratura (SANTOS et al., 005; ENCINAR et al., 00). Alguns trabalhos apresentados, no entanto, referem-se a tas meddas para traclglcerídeos puros e msturas bnáras de traclglcerídeos de cadeas curtas (EITMAN; GOODRUM, 1993; RABELO et al., 000). No entanto, nformações sobre propredades térmcas, especfcamente, condutvdade e dfusvdade térmca de óleos vegetas são escassas. Na ndústra de almentos, contudo, o conhecmento de tas propredades se faz necessáro para o projeto e desenvolvmento de cálculos, de equpamentos e processos que envolvam transferênca de calor, podendo-se ctar o exemplo de projetos para equpamentos voltados à refrgeração, tratamento térmco e armazenamento de almentos. Geralmente, nas determnações expermentas das propredades térmcas de almentos, a maor dfculdade é atrbuída à grande dependênca destas em relação à temperatura e composção. Anda, a maora dos estudos envolvendo o desenvolvmento de modelos matemátcos e meddas expermentas de propredades térmcas de almentos é realzada utlzando sstemas modelo, e os resultados são aplcados para almentos Recebdo para publcação em /3/007 Aceto para publcação em 5/8/007 (00343) 1 Departamento de Engenhara de Almentos, Unversdade Regonal Integrada URI, Campus de Erechm, Av. Sete de Setembro, 161, CEP , Erechm - RS, Brasl, E-mal: vladmr@urcer.edu.br *A quem a correspondênca deve ser envada 564 Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set. 008
2 Brock et al. de composção smlar (RESENDE; SILVEIRA, 00). Desta forma, dados de propredades como condutvdade térmca, vscosdade, dfusvdade térmca e densdade apresentam papel preponderante no contexto de processamento de óleos vegetas. Neste contexto, o presente trabalho tem por objetvo apresentar resultados expermentas de meddas de vscosdade de dversos óleos vegetas comercas, bem como a caracterzação reológca destes óleos e meddas de propredades térmcas - condutvdade e dfusvdade térmca. Para tal, foram avaladas amostras comercas dos óleos refnados de soja, mlho, algodão, canola, olva, grassol e de farelo de arroz. Materal e métodos.1 Materas Todos os óleos vegetas utlzados no presente trabalho (mlho - marca Salada, soja - marca Soya, algodão - marca Salada, olva - marca Salada, grassol - marca Salada, canola - marca Salada e de farelo de arroz - marca Carretero) foram adqurdos no mercado local e usados sem nenhum tratamento adconal.. Procedmento expermental Meddas de densdade As densdades foram meddas em temperatura ambente (5 ± 1 C) e para tal, as amostras foram pesadas em balões volumétrcos de 10 ml, prevamente aferdos. Após a pesagem a densdade fo determnada utlzando a relação entre massa medda (em balança analítca com quatro casas de precsão marca Gbertn modelo EC154) e o volume do balão utlzado (prevamente aferdo com água bdestlada à temperatura de 5 C). O procedmento de medda para todas as amostras fo realzado em trplcata, tendo sdo obtdo então um valor de densdade méda medda e seu respectvo desvo padrão (σ). Meddas de vscosdade Para a determnação da vscosdade dos dferentes tpos de óleos vegetas refnados fo utlzado um vscosímetro da marca Brookfeld (Modelo LVDV-III+). O nstrumento é equpado com clndros de dâmetros dferentes (spndles), em que é utlzado o clndro adequado conforme a vscosdade do fludo. Para os óleos utlzados neste trabalho fo utlzado um clndro de dâmetro externo de 100 mm (Spndle de referênca S-8). O vscosímetro fo acoplado a um banho termostátco, permtndo assm mensurar a vscosdade dos óleos no ntervalo de 0 a 70 C, com precsão na temperatura de 0,5 C. Uma vez que o software do vscosímetro fornece, além dos valores de vscosdade, os dados de tensão de csalhamento em função da taxa de csalhamento, estes foram utlzados para a caracterzação reológca das amostras. Cabe ressaltar que no vscosímetro de Brookfeld são efetuadas leturas de vscosdade automatcamente à cada temperatura, varando-se a velocdade de rotação do clndro (torque) até o lmte máxmo estabelecdo, e ao atngr o valor de topo desta varável, meddas são efetuadas com o decréscmo desta. Em outras palavras, os valores de vscosdade reportados neste trabalho referem-se de fato a valores médos, obtdos por trplcata de letura do equpamento em cada valor de velocdade de rotação especfcada. O desvo padrão médo global para todos os óleos vegetas nvestgados no presente trabalho fo de ± 0,5 mpa.s 1. Meddas de condutvdade e dfusvdade térmca Para as meddas de condutvdade e dfusvdade térmca dos óleos vegetas fo utlzado um analsador de propredades térmcas (Decagon Inc., modelo KD). Para tal, fo utlzada uma célula de vdro (capacdade 40 ml) encamsada acoplada a um banho termostátco para controle da temperatura. As leturas foram fetas em trplcata, no ntervalo de temperatura de 0 a 70 C. O prncípo de funconamento da sonda KD basea-se na metodologa de fo quente, em que os valores de k (condutvdade térmca) e α (dfusvdade térmca) são obtdos através da solução da Equação de condução de calor em coordenadas clíndrcas em um meo homogêneo (Equação 1) (FONTANA et al., 001): dt dt 1 dt = α( + r ) (1) dt dr dr em que: T = temperatura ( C); t = tempo (s); α = dfusvdade térmca (m s 1 ); e r = dstânca (m). A solução analítca da Equação 1 pode ser dada por Fontana et al. (001) por meo da Equação : q r T T0 = ( ) E( ) () 4πk 4αt em que: q = quantdade de calor produzda por undade de tempo (W); k = condutvdade térmca medda (W m 1 C 1 ); e E = função exponencal ntegral, dada pela Equação 3: 1 r r r E( a) = ( )exp( u 1) du = γ ln( ) + ( ) +... u 4αt 4αt 8αt (3) a em que, a = r e γ é uma constante (0,577...). 4αt Para valores de t sufcentemente grandes, os termos de ordem mas elevada podem ser gnorados. Assm, a partr das Equações e 3 tem-se a Equação 4: q r T T0 ln( t) γ ln 4πk 4α (4) A Equação 4 representa a relação entre a condutvdade térmca e o deslocamento (T-T 0 ). Esse descolamento e ln (t) estão correlaconados lnearmente pela nclnação (m = q/4πk). Desta Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set
3 Propredades termofíscas de óleos vegetas forma, a condutvdade pode ser obtda a partr do coefcente lnear de (4), (Equação 5) em que: q k (5) 4πm A dfusvdade térmca pode também ser obtda a partr da Equação 4, regstrando-se a nterseção da lnha de regressão (T-T 0 ) versus ln t, com r fnto, de acordo com a Equação 6: ln ( t ) 0 r = γ + ln 4 α 3 Resultados e dscussão Incalmente, vsando à valdação da sonda KD e ao procedmento de medda, foram realzados ncalmente alguns testes, utlzando para fns de comparação valores de k e α para algumas substâncas dsponíves na lteratura. Tas resultados estão apresentados na Tabela 1 e demonstram a boa concordânca encontrada entre os valores obtdos neste trabalho e aqueles da lteratura. 3.1 Densdade dos dferentes óleos vegetas Na Tabela são apresentados os valores de densdade e desvos padrão obtdos para os dferentes óleos vegetas nvestgados no presente trabalho. Pode ser observado, a partr desta tabela, que na condção de medda a densdade dos dferentes óleos vegetas refnados não apresenta dferença consderável entre as amostras. 3. Meddas de vscosdade Nesta seção são apresentados os resultados das meddas de vscosdade, bem como das análses referentes ao comportamento reológco dos dferentes óleos vegetas. Cabe ressaltar, que nformações desta natureza são relatvamente escassas na lteratura. Para a avalação do comportamento reológco dos óleos vegetas estudados foram avalados dagramas de tensão de csalhamento (N/m ) em função da taxa de csalhamento (s 1 ) para as temperaturas de 0 e 70 C, os quas foram obtdos a partr das meddas realzadas no vscosímetro. Na Fgura 1 são (6) apresentados os dagramas de tensão de csalhamento em função da taxa de csalhamento para o óleo de mlho para as temperaturas de 0 e 70 C. Nesta análse fo aplcado um modelo lnear (lnha contínua) para caracterzação do comportamento reológco (relação de Newton da vscosdade), não tendo sdo observada ocorrênca de hsterese. Na Fgura é apresentado o dagrama da vscosdade em função da taxa de csalhamento para o óleo de mlho na temperatura de 0 C. A partr desta fgura pode-se observar uma varação sgnfcatva nos valores de vscosdade para baxas taxas de csalhamento aplcadas (<5 s 1 ), ndcando um comportamento não Newtonano do óleo, ou anda, classfcação como fludo de Bngham (005). Para valores de taxa de csalhamento superores a 5 s 1 o comportamento verfcado é do tpo fludo-newtonano, uma vez que a vscosdade é constante para qualquer valor de taxa de csalhamento. Destaca-se que o mesmo comportamento reológco observado para o óleo de mlho, explctado nas Fguras 1 e, fo verfcado para os demas óleos vegetas nvestgados neste trabalho. De manera geral, constatou-se que o comportamento reológco dos óleos vegetas pode ser classfcado como Newtonano, exceto para baxos valores de taxa de csalhamento (<5 s 1 ), uma vez que na faxa de temperatura nvestgada no presente trabalho verfcou-se uma varação lnear (com coefcente lnear gual a zero) da tensão de csalhamento em função da taxa de csalhamento. Tal comportamento está de acordo com os resultados apresentados na lteratura para alguns óleos vegetas (CONCEIÇÃO et al., 005; SANTOS, 005). Na Fgura 3 são apresentados os resultados da caracterzação reológca para o óleo de algodão, soja, grassol, canola, olva e de farelo de arroz, num dagrama da tensão de csalhamento em função da taxa de csalhamento. A Tabela 3 apresenta os valores de vscosdade meddos para os dferentes óleos vegetas no ntervalo de temperatura de 0 a 70 C, obtdos a uma taxa de csalhamento constante para todos os óleos de 40 s 1. A Fgura 4 proporcona vsualzação adequada dos valores de vscosdade dos óleos vegetas em função da temperatura, apresentados na Tabela 3. Tabela 1. Comparação entre valores meddos e da lteratura para condutvdade térmca (k), dfusvdade térmca (α) e capacdade calorífca (c p ) - calbração da sonda KD. Este trabalho Lteratura T ( C) k (W.m 1 C) α (mm /s) T ( C) k (W.m 1 C) α (mm /s) Água 18,0 0,590 0,15 17,6 0,61 a 0,143 c Óleo de mamona 0,0 0,169 0,10 19,6 0,17 a - Glcerna 0,0 0,84 0,10 0,0 0,86 a 0,0955 Etlenoglcol 7,1 0,40 0,09 7,0 0,5 b 0,0939 b 37,0 0,40 0,09 37,0 0,55 b 0,0939 b 47,1 0,40 0,09 47,0 0,58 b 0,0940 b a (FONTANA et al., 001); b (INCROPERA; DE WITT, 1990); e c (WELTY; WICKS; WILSON, 1984). 566 Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set. 008
4 Brock et al. Tabela. Valores meddos de densdade dos dferentes óleos vegetas à temperatura ambente (5 ± 1 C). Óleo Soja Mlho Arroz Grassol Algodão Olva Canola ρ (g/cm 3 ) 0,883 0,875 0,877 0,877 0,875 0,879 0,878 ±σ 0,004 0,003 0,00 0,004 0,00 0,003 0,00 Tensão de csalhamento (N/m ) 3,50 3,00,50,00 1,50 1,00 0,50 0,00 0,00 10,00 0,00 30,00 40,00 50,00 Taxa de csalhamento (1/s) T = 0 C T = 70 C Fgura 1. Comportamento reológco para o óleo de mlho. Vscosdade (mpa.s) 160,0 140,0 10,0 100,0 80,0 60,0 40,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 Taxa de csalhamento (1/s) Fgura. Dagrama de vscosdade em função da taxa de csalhamento para o óleo de mlho a 0 C. Pode-se observar, a partr da Fgura 4, que há uma dmnução acentuada na vscosdade de todos os óleos vegetas nvestgados à medda que a temperatura é acrescda. Observase anda que, para valores de baxa temperatura, ocorre uma dferença mas nítda entre os valores de vscosdade quando comparados às temperaturas mas elevadas. Incalmente, para as meddas de vscosdade do óleo de soja obtdas no presente trabalho, fo realzada uma modelagem de vscosdade em função da temperatura. Para tal, foram aplcados dos modelos, de Guzman (Equação 7) e de Vogel (Equação 8), os quas são tradconalmente usados na lteratura (REID; PRAUSNITZ; POLING, 1988): Tensão de csalhamento (N/m ) 4,0 3,5 3,0,5,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0,0 10,0 0,0 30,0 40,0 50,0 Taxa de csalhamento (1/s) Óleo de algodão Óleo de soja Óleo de grassol Óleo de canola Óleo de olva Óleo de farelo de arroz Fgura 3. Comportamento reológco para os dversos óleos vegetas a 0 C. Tabela 3. Valores de vscosdade meddos para os dferentes óleos vegetas em função da temperatura. T( C) Vscosdade (mpa.s) Soja Mlho Grassol Arroz Algodão Olva Canola 0,0 59,0 67,6 58,3 73,8 67,7 79,7 73,1 30,0 41, 47,4 41,3 50,5 47,3 55,4 50,5 40,0 9,5 3,3 9,1 34,3 33,4 37,8 35,6 50,0,3 4,8 1,3 4,5 4,6 6, 5, 60,0 16,7 18,5 16,4 19, 18,0 1,4 19,1 70,0 1,6 14,0 1,6 14, 14,0 14,9 14,5 Vscosdade (mpa.s) Temperatura ( C) Óleo de soja Óleo de mlho Óleo de grassol Óleo de arroz Óleo de algodão Óleo de olva Óleo de canola Fgura 4. Valores de vscosdade para os dferentes óleos vegetas. Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set
5 Propredades termofíscas de óleos vegetas B lnη = A + (7) T B lnη = A + (8) C + T em que: η = vscosdade dnâmca; A, B e C = parâmetros ajustáves; e T = temperatura do sstema. Para a regressão dos dos modelos (Equações 7 e 8), a segunte função de mínmos quadrados fo mnmzada ( Equação 9), usando-se o solver do Excel : NOBS = 1 ( ) Calc Exp FO = η η (9) em que, η Exp e η Calc são os valores de vscosdade expermentas e calculados, respectvamente, e NOBS denota o número de observações expermentas utlzadas; tas parâmetros são apresentados na Tabela 4. A Fgura 5 apresenta a comparação entre os valores expermentas da vscosdade para o óleo de soja e ambas as curvas dos modelos ajustados. Uma vez que o modelo de Vogel mostrou-se mas adequado para representar a vscosdade em função da temperatura, este fo então empregado para representar os dados de vscosdade Tabela 4. Parâmetros dos modelos de vscosdade para o óleo de soja. Modelo A B C DMA (%)* Modelo de Guzman 11, , ,6 Modelo de Vogel 0, ,94 83,988 3,1 *Desvo médo absoluto percentual: NOBS Exp 100 η η NOBS η Vscosdade (mp.s) Temperatura ( C) Dados expermentas Modelo de Vogel Modelo de Guzman Fgura 5. Valores de vscosdade para os dferentes óleos vegetas: expermental e modelos ajustados para o óleo de soja. Exp Calc. dos demas óleos vegetas. A Tabela 5 apresenta os resultados da regressão para os demas óleos vegetas utlzando o modelo de Vogel. 3.3 Meddas de condutvdade e dfusvdade térmca Na Tabela 6 são apresentados os valores de condutvdade (k) térmca meddos para os óleos vegetas nvestgados em dferentes temperaturas. A título lustratvo, a Fgura 6 fornece uma vsualzação dos valores desta propredade em função da temperatura para os óleos de algodão e de soja. Para os valores de k fo utlzado um modelo lnear para correlaconar os valores expermentas da condutvdade térmca em função da temperatura. Na Tabela 7 são apresentados os valores dos coefcentes do modelo lnear, bem como o coefcente de correlação do modelo (R ). Para todos os óleos vegetas nvestgados neste trabalho os valores de dfusvdade térmca (α) meddos foram de 0,1 (±0,01) mm.s 1. Para os valores de α a estratéga de correlação com um modelo lnear não fo empregada dada a constânca apresentada por esta propredade em função da temperatura. A partr da Fgura 6 é possível observar que a condutvdade térmca dos dferentes óleos vegetas apresenta, de uma manera geral, comportamento pratcamente lnear em função da temperatura e que, no ntervalo de temperatura nvestgado, verfcou-se apenas uma lgera redução dos valores desta propredade em função da varável de medda. A dfusvdade térmca, por sua vez, apresentou fraca dependênca com a temperatura, dentro do lmte da precsão expermental de medda de tal propredade. De manera geral, tanto a condutvdade quanto a dfusvdade térmca não apresentaram dferenças sgnfcatvas em relação aos dferentes óleos vegetas avalados, ndcando assm que as dferenças de composção químca exstentes entre os óleos vegetas nvestgados não nfluencam sgnfcatvamente os valores das propredades térmcas mensuradas. 4 Conclusões Neste trabalho foram avaladas propredades termofíscas de dferentes óleos vegetas refnados, em que foram meddas a vscosdade, condutvdade e dfusvdade térmca em dferentes temperaturas. A partr dos resultados verfcou-se que a Tabela 5. Parâmetros do modelo de Vogel de vscosdade para os óleos vegetas. Óleo Parâmetros do modelo de Vogel DMA (%)* A B C Mlho 0, ,0 8,6303 3,5 Grassol 0,66 478,74 85,979,8 Arroz 0, ,41 80,884 6,1 Algodão 0, ,11 83,1437 3,3 Olva 0, ,67 80,5015 6,4 Canola 0, ,50 80,330 3,0 *Desvo médo absoluto percentual: NOBS Exp 100 η η NOBS η Exp Calc. 568 Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set. 008
6 Brock et al. Tabela 6. Valores expermentas de condutvdade térmca para os óleos vegetas em dferentes temperaturas. T ( C) k (W/m.s) ± σ* Óleo de algodão 1,7 0,165 ± 0,010 30,8 0,155 ± 0,011 40,5 0,148 ± 0,01 50,3 0,150 ± 0,009 59,5 0,148 ± 0,011 69,7 0,150 ± 0,011 Óleo de farelo de arroz 1,4 0,160 ± 0,015 31,3 0,155 ± 0,011 40,5 0,155 ± 0,010 50,5 0,158 ± 0,008 60,1 0,145 ± 0,01 69,5 0,143 ± 0,013 Óleo de grassol 1,0 0,165 ± 0,010 30,5 0,160 ± 0,011 41,5 0,157 ± 0,014 50,75 0,156 ± 0,017 59,6 0,160 ± 0,011 68,7 0,155 ± 0,018 Óleo de canola 0,3 0,155 ± 0,009 31,0 0,147 ± 0,010 40,5 0,145 ± 0,011 50,8 0,147 ± 0,01 60,5 0,14 ± 0,016 70,0 0,144 ± 0,015 Óleo de mlho 0,4 0,155 ± 0,010 30,0 0,153 ± 0,01 41,0 0,155 ± 0,013 50,4 0,150 ± 0,010 59,8 0,147 ± 0,016 69,7 0,15 ± 0,01 Óleo de soja 1,0 0,180 ± 0,01 31,5 0,178 ± 0,011 41,5 0,174 ± 0,014 50,0 0,168 ± 0,01 59,8 0,156 ± 0,016 69,5 0,160 ± 0,009 Óleo de olva 1,8 0,166 ± 0,013 31,5 0,158 ± 0,01 40,5 0,159 ± 0,015 50,1 0,149 ± 0,01 59,5 0,155 ± 0,016 68,9 0,150 ± 0,010 *Desvo padrão. vscosdade dos óleos vegetas é sgnfcatvamente nfluencada pela temperatura, pos um aumento desta varável provoca uma dmnução sensível na vscosdade dos óleos vegetas. Com relação ao comportamento reológco, os dferentes óleos vegetas podem ser classfcados como Newtonanos. No que se refere à densdade, observou-se que não há dferença sgnfcatva 0,0 0,16 0,1 0, Temperatura ( C) k óleo de algodão k óleo de soja Fgura 6. Condutvdade térmca para os óleos de algodão e de soja em função da temperatura. Tabela 7. Coefcentes do modelo lnear ajustado para representação da condutvdade térmca dos dferentes óleos vegetas. Óleo Coefcentes do modelo lnear DMA (%)* (k = a x T + b) a x 10 3 b x 10 Algodão 0,3 16,53,03 Arroz 0,3 16,78 1,89 Grassol 0, 16,59 1,38 Canola 0, 15,56 1,56 Mlho 0,1 15,69 1,3 Soja 0,5 19,5 1,51 Olva 0,3 16,98 1,73 *Desvo médo absoluto percentual: NOBS Exp 100 η η NOBS η Lnear (k óleo de algodão) Lnear (k óleo de soja) no valor desta propredade em relação à matrz oleagnosa. Também, o mesmo fato fo verfcado para a condutvdade e dfusvdade térmca dos óleos vegetas nas dferentes temperaturas nvestgadas. Os resultados reportados neste trabalho podem ser de grande vala no projeto e operação de processos envolvendo óleos vegetas. Referêncas bblográfcas CONCEIÇÃO, M. M. et al. Rheologcal Behavor of Castor Ol Bodesel. Energy & Fuels, v. 19, n. 5, p , 005. SANTOS, J. C. O.; SANTOS, I. M. G.; SOUZA, A. G. Effect of heatng and coolng on rehologcal parameters of edble vegetable ols. Journal of Food Engnnerng, v. 67, n. 4, p , 005. ENCINAR, J. M. et al. Bodesel Fuels from Vegetable Ols: Transesterfcaton of Cynara cardunculus L. Ols wth Ethanol. Energy & Fuels, v. 16, n., p , 00. EITMAN, M. A.; GOODRUM, J. W. Rheology of the trglycerdes trcapron, trcapryln, trcaprn and of desel fuel, Transactons ASAE, v. 36, n., p , Exp Calc. Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set
7 Propredades termofíscas de óleos vegetas EITMAN, M. A.; GOODRUM, J. W. Densty and vscosty of lowmolecular-weght trglycerdes and ther mxtures. Journal of Amercan Ol Chemsts Socety, v. 71, n. 1, p , GOODRUM, J. W.; EITMAN, M. A. Physcal propertes of low molecular weght trglycerdes for the development of bodesel fuel models. Boresource Technology, v. 56, n. 1, p , GELLER, D. P.; GOODRUM, J. W. Rheology of vegetable ol analogs and trglycerdes. Journal of Amercan Ol Chemsts Socety, v. 77, n., p , VALERI, D.; MEIRELLES, A. J. A. Vscostes of fatty acds, trglycerdes and ther bnary mxtures. Journal of Amercan Ol Chemsts Socety, v. 74, n. 10, p , WU, J. et al. Thermal conductvty of some oxygenated fuels and addtves n the saturated lqud phase. Journal of Chemcal and Engneerng Data, v. 50, n. 1, p , 005. RABELO, J. et al. Vscosty predcton for fatty systems. Journal of Amercan Ol Chemsts Socety, v. 77, n. 1, p , 000. RESENDE, J. V.; SILVEIRA JR., V. Meddas da condutvdade térmca de modelos de poupas de frutas no estado congelado. Cênca e Tecnologa de Almentos, v., n., p , 00. FONTANA, A. J. et al. Smultaneous Thermal Conductvty, Thermal Resstvty, and Thermal Dffusvty Measurement of Selected Foods and Sols. Calforna, USA: ASAE (The Socety for engneerng n agrcultural, food, and bologcal systems), 001. INCROPERA, F. P.; DE WITT, D. P. Introducton to Heat Transfer. ed. New York, USA: John Wley & Sons, WELTY, J. R.; WICKS, C. E.; WILSON, R. E. Fundamentals of Momentum, Heat and Mass Transfer. New York, USA: John Wley & Sons, REID, R. C.; PRAUSNITZ, J. M.; POLING, B. E. The Propertes of Gases & Lquds. 4 ed. New York, USA: McGraw-Hll, Cênc. Tecnol. Alment., Campnas, 8(3): , jul.-set. 008
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