FUNDAMENTOS DE ANÁLISE INFINITESIMAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FUNDAMENTOS DE ANÁLISE INFINITESIMAL"

Transcrição

1 FUNDAMENTOS DE ANÁLISE INFINITESIMAL (5ª edição) Mário S. R. Figueir

2 Textos de Mtemátic, Volume 5 (5.ª edição) Deprtmento de Mtemátic Fculdde de Ciêncis d Universidde de Lisbo, 20 Editores: Grcind Gomes Moreir d Cunh, Fernndo Ferreir Título: Autor: Mário S. R. Figueir ISBN:

3 No centenário do nscimento de Vicente Gonçlves ( ) : Mtemático e Linguist Homengem Aos meus Pis

4 Prefcio Este volume foi escrito com bse ns nots referentes à disciplin de Análise Infinitesiml do primeiro no ds licenciturs em Mtemátic (rmo científico e do ensino), e por nós professd, durnte lguns nos, no Deprtmento de Mtemátic d FCUL. Pr lém dos trdicionis tems borddos ns obrs de nálise mtemátic um vriável (limite e continuidde, diferencibilidde, integrção e primitivção, sucessões e séries de funções) introduziu-se um cpítulo sobre desenvolvimentos ssintóticos, o que permite, não só tcr os limites indetermindos ms sobretudo, estruturr de form sistemátic questão d convergênci dos integris impróprios e ds séries numérics. O livro é dirigido especilmente os lunos do primeiro no ds licenciturs em Mtemátic e exigem-se lguns conhecimentos sobre teori elementr dos conjuntos (o princípio d indução, por exemplo, é por nós usdo com lgum frequênci) bem como lguns rudimentos de álgebr e nálise elementres (essencilmente, quilo que se esper ter sido mtéri do ensino secundário). Os números reis são introduzidos no cpítulo primeiro de form xiomátic. É, n noss opinião, o processo mis direto de presentr o corpo R, qundo se pretende evitr s elbords (e bstrts) construções dos reis. No finl do cpítulo, são dds s noções básics sobre o corpo dos números complexos; destes se frá uso em lgums prtes d exposição. No cpítulo segundo, dedicdo às sucessões e séries numérics, dá-se especil tenção à noção de sucessão de Cuchy, como condição necessári e suficiente de convergênci. Aqui pens se presentm s primeirs definições e resultdos geris sobre s séries numérics, deixndo pr mis trde, como foi já referido, questão centrl d convergênci. Nos cpítulos terceiro e qurto são estudds continuidde e diferencibilidde ds funções reis um vriável, e no cpítulo quinto é feit

5 ii construção do integrl de Riemnn em R. A primitivção é presentd como secção deste cpítulo, n sequênci do conceito de integrl indefinido. Com bse n noção de função de vrição limitd define-se comprimento de rco de um curv pln, o que nos permite presentr um definição rigoros ds funções trigonométrics e ds sus inverss. N redção do cpítulo sexto, dedicdo os desenvolvimentos ssintóticos, seguimos de perto os fscículos d obr de Bourbki sobre s funções reis de vriável rel. A exposição é ilustrd com inúmeros exemplos, tornndo-se ssim mis simples e cessível. Nos últimos cpítulos bordm-se s sucessões e séries de funções e present-se um introdução clássic ds séries de Fourier. É com especil relevo que se nlis noção de convergênci uniforme; pretende- -se que o luno reconheç importânci deste conceito, verificndo como, por exemplo, continuidde e integrbilidde se conservm n pssgem o limite uniforme. Trt-se, com efeito, de um conceito que estbelece exemplrmente trnsição d nálise clássic pr o estudo topológico dos espços de funções, tem centrl d Análise Funcionl e, mis gerlmente, de tod nálise modern. Form váris s pessos, por entre colegs e lunos, que contribuírm pr o perfeiçomento deste texto. Refiro, em prticulr, o meu coleg Miguel Rmos, o qul me compnhou durnte lguns nos n lecionção d disciplin de Análise Infinitesiml e cujs observções e comentários, sempre pertinentes, permitirm um mior elegânci n redção mtemátic presentd. Finlmente, torn-se obrigtóri um referênci Luís Trbucho, meu coleg e um dos editores dest coleção de textos. Foi o seu empenho e entusismo que levrm à elborção deste volume, e foi ind su competênci que permitiu superr lgums dificulddes técnics surgids n compilção do livro. É pois com grnde stisfção que qui lhe exprimo o meu reconhecimento. Espermos que ests nots, gor presentds em livro, possm ser de lgum utilidde pr todos queles que se interessm pelos fundmentos d Análise. Se ssim for, sentir-nos-emos mplmente recompensdos, e será com grtidão que evocremos memóri de Mestre Vicente Gonçlves, de quem tivemos o privilégio de ser discípulo e dmirdor. Lisbo, Dezembro de 996

6 INDICE GERAL Cp. O Corpo dos Numeros Reis.. O corpo R dos números reis. Axiomátic..2. Representção dos reis. Potênci de R. 6 Representção geométric dos reis. Cortes de Dedekind..3. Mjorr. Minorr. 3 Princípio do supremo e do ínfimo. Desigulddes..4. Funções reis de vriável rel. Proprieddes geris. 9 Funções monótons. Composição de funções. Função invers. Supremo e ínfimo de um função..5. Introdução elementr dos números complexos. 27 Exercícios 36 Cp. 2 Sucess~oes e Series Reis 2.. Sucessões convergentes. Sucessões de Cuchy. 43 Sucessões monótons. Proprieddes lgébrics dos limites. Exemplos Séries reis. Generliddes e primeiros resultdos. 55 Séries de termos positivos. Séries lternds. Séries de Dirichlet. Comuttividde e ssocitividde ds séries. Produto de séries Elementos de topologi em R 67 Noção de vizinhnç. Ponto interior, exterior e fronteiro. Pontos de cumulção. Sublimites de um sucessão. Exercícios 77

7 iv Cp. 3 Limite e Continuidde 3.. Noção de limite. Proprieddes geris. 85 Limites reltivos. Limites lteris. Limite de função monóton. Limite superior e inferior de um função Funções contínus. Primeirs proprieddes. 00 Descontinuiddes. Exemplos Teorems fundmentis d continuidde. 04 Funções contínus em intervlos. Funções contínus em compctos. Continuidde uniforme As funções exponencil e logrítmic. 4 Exercícios 23 Cp. 4 Introduc~o o Clculo Diferencil 4.. Derivção de funções reis. Definições e exemplos. 29 Derivds lteris. Derivção em R. Derivção d função compost. Derivção d função invers. Derivção de funções monótons. Pontos críticos. Extremos locis Teorems globis do cálculo diferencil. 43 Teorems de Rolle, Drboux e Lgrnge. Regr de L Hospitl e regr de Cuchy A Fórmul de Tylor. Aplicções. 53 Derivção de ordem superior. A fórmul de Tylor-Peno e Tylor-Lgrnge. Aplicção o estudo do comportmento de um função. Pontos de inflexão e concvidde locl. Noção de ssíntot. Exercícios 7 Cp. 5 O Integrl de Riemnn 5.. Primeirs definições. Motivção geométric Soms de Drboux 83 Construção do integrl de Riemnn. Proprieddes lgébrics do integrl 5.3. Crcterizção ds funções integráveis O integrl indefinido. 200 Teorem Fundmentl do Cálculo. Noção de primitiv. A fórmul de Brrow.

8 v 5.5. Os teorems clássicos do cálculo integrl. 208 Mudnç de vriável no integrl. Teorems d médi Técnics de primitivção. 23 Primitivs imedits. Primitivção por prtes e substituição. Primitivção ds funções rcionis. Rcionlizção de lgums funções Os integris impróprios. 232 Definições e primeiros resultdos Funções de vrição limitd. 238 Noção de vrição totl. Continuidde e vrição totl. Comprimento de rco. Definição rigoros ds funções trigonométrics. Exercícios 249 Cp. 6 Desenvolvimentos Assintoticos 6.. Funções pdrão Relções de comprção: relções frcs e fortes Proprieddes e cálculo ds relções de comprção Desenvolvimentos ssintóticos. 267 Definições. A álgebr dos desenvolvimentos ssintóticos. Exemplos Aplicções o cálculo dos limites Convergênci de integris impróprios Convergênci de séries de termos positivos. 288 Exercícios 296 Cp. 7 Sucess~oes e Series de Func~oes. 7.. Convergênci pontul e uniforme. 303 Definições. Exemplos. Critério de Weierstrss pr convergênci uniforme Séries de potêncis. 30 Intervlo de convergênci ns séries de potêncis. Convergênci uniforme pr s séries de potêncis.

9 vi 7.3. Integrção e derivção termo termo Séries de Tylor. 322 Série de Tylor e série de Mc-Lurin. Funções nlítics. Exemplos. Exercícios 330 Cp. 8 Series de Fourier. 8.. Funções periódics Séries de Fourier. Introdução. 34 Noção de série trigonométric. Coeficientes de Fourier. Exemplos Os teorems de convergênci. 349 O teorem de Jordn. Exemplos. A proximção polinomil de Weierstrss. Exercícios 363

10 . O Corpo dos Números Reis ½ Ç ÓÖÔÓ Ó Æ ÙÑ ÖÓ Ê ½º½º Ç ÓÖÔÓ Ê Ó Ò ÙÑ ÖÓ Ö º Ü ÓÑ Ø º O nosso ponto de prtid é o conjunto Q dos números rcionis no qul se dmitem conhecids tods s proprieddes lgébrics (como corpo comuttivo totlmente ordendo), bem como s usuis inclusões, N Z Q, em que N e Z representm os conjuntos dos números nturis e inteiros, respetivmente. Fremos qui um presentção xiomátic (não construtiv) do conjunto R dos números reis e mostrmos em seguid que Q R menos de um isomorfismo, isto é, Q deve ser isomorfo um subconjunto Q R; exibiremos ind um representção pr os elementos de R. Sej ddo um conjunto R, não vzio, munido de dus operções, som e produto, representds respetivmente por + e. tis que e de um relção de ordem (x, y) R R x + y R (x, y) R R x.y R x y, stisfzendo os seguintes grupos de xioms:

11 2. O Corpo dos Números Reis A. R é um corpo comuttivo, isto é, (.) x + (y + z) = (x + y) + z x, y, z R (ssocitividde (.2) x + y = y + x x, y R e comuttividde d som) (.3) Existe um elemento 0 R, dito zero, tl que 0 + x = x + 0 = x x R (elemento neutro d som) (.4) Pr todo o x R, existe um elemento notdo x tl que x + ( x) = ( x) + x = 0 (elemento simétrico) (.5) x.(y.z) = (x.y).z x, y, z R (ssocitividde do produto) (.6) x.y = y.x x, y R (comuttividde do produto) (.7) Existe um elemento R, 0, dito um ou elemento unitário, tl que.x = x. = x x R (elemento neutro do produto) (.8) Pr todo o x R, x 0, existe um elemento notdo x (ou x ), chmdo inverso de x, tl que x.x = x.x = (.9) x.(y + z) = x.y + x.z x, y, z R. (propriedde distributiv) A2. R é um corpo totlmente ordendo, isto é, (2.) x, y R, tem-se x y ou y x (2.2) x = y se e só se x y e y x (2.3) x y e y z = x z (2.4) x y = x + z y + z z R (2.5) 0 x e 0 y = 0 x.y. Observções.. Se x, y, z R, escreve-se usulmente xy por x.y, x+y+z por x+(y+z) = (x+y)+z e xyz por x.(y.z) = (x.y).z; escreve-se ind x y por x+( y); se n N, escreve-se nx por x+ +x (n vezes), x n por x...x (n vezes) e x n por x... x (n vezes) = (x ) n ; enfim, define-se x 0 =, x R, x 0. É gor um simples exercício mostrr que x m+n = x m.x n, m, n Z, x R, x Escreve-se y x(x, y R) se e só se x y. Ddos dois elementos x, y R, usmos notção x < y ( y > x) pr significr que x y e x y. A.3 R é um corpo rquimedino, isto é, stisfz o xiom de Arquimedes: (3.) Ddos x, y R tis que 0 < x e 0 y, existe um nturl n N tl que y nx.

12 . O Corpo dos Números Reis 3 Antes de estbelecermos o último xiom, introduzimos lgums definições necessáris. Ddos dois quisquer elementos, b R tis que < b, definimos intervlo berto de extremos e b e representmos por ], b[ ou (, b) como o conjunto dos elementos x R compreendidos estritmente entre e b: Anlogmente, os conjuntos ], b[= {x R : < x < b}. ], b] = {x R : < x b} e [, b[= {x R : x < b} dizem-se intervlos semibertos (resp. berto em, fechdo em b e fechdo em, berto em b ). Sendo b, o conjunto [, b] = {x R : x b} diz-se o intervlo fechdo de extremos (extremo esquerdo) e b (extremo direito). O número rel b represent mplitude do intervlo. A.4 R verific o xiom do encixe: (4.) Dd um sucessão I 0 = [ 0, b 0 ], I = [, b ],..., I n = [ n, b n ],... de intervlos fechdos tis que I 0 I I n, existe pelo menos um rel x R tl que n x b n pr todo o vlor de n = 0,, 2,..., isto é ( ) x n N 0 I n. D precedente xiomátic resultm fcilmente os seguintes resultdos cuj demonstrção é deixd como exercício:. 2. Se b e c 0, então c bc; se < b e c > 0, então c < bc e c < bc ; se < b e c < 0, então c > bc. Se i b i, i =,...,n, então + + n b + + b n ; se 0 i b i, i =,...,n, então... n b... b n, tendo-se iguldde sse i = b i, i =,...,n ou então b i = 0 pr lgum i. Em prticulr, ( ) N 0 represent o conjunto dos inteiros não negtivos : N 0 = {0,, 2,...}.

13 4. O Corpo dos Números Reis 3. Se 0 x < y, então 0 x n < y n, n N; x n = 0 x = 0. Dqui result o seguinte resultdo: Sejm R, 0, e n N; então existe, no máximo, um rel x 0 tl que x n =. Com efeito, se existem x 0 e x 2 0 : x n = x 2 n =, temse necessrimente x = x 2 já que 0 x < x 2 = x n < x 2 n e 0 x 2 < x = x 2 n < x n. Observe-se que Q stisfz os xioms A., A.2 e A.3 (Q é um corpo comuttivo, rquimedino, totlmente ordendo). No entnto, notremos que A.4 não é stisfeito em Q; mostremos pr isso seguinte... Proposição. Sej n um inteiro 2; então, pr todo o número rel A 0, existe um único rel x 0 tl que x n = A. Demonstrção. A unicidde foi já vist nteriormente. Mostremos gor existênci pr n = 2 (o cso gerl é perfeitmente nálogo). Tome-se A > 0 (já que o cso A = 0 é resolvido trivilmente por x = 0) e constru-se seguinte sucessão de intervlos encixdos. Ponh-se 0 = 0, b 0 = A + e sej c 0 = 0 + b 0 2 Se c 2 0 = A, então x = c 0. Se c 0 2 < A, fç-se = c 0, b = b 0 ; se c 0 2 > A, fç-se = 0, b = c 0. = A +. 2 Clro que b = b 0 0, 2 < A < b 2. Considere-se então 2 c = + b e proced-se nlogmente. Obtemos, obvimente, um 2 sucessão de intervlos [ 0, b 0 ] [, b ] [ n, b n ] em que b n n = b n = A + 2 n e 2 n < A < b 2 n, n = 0,, 2,.... Pelo xiom do encixe existe pelo menos um x [ n, b n ], isto é, 0 n x b n A +, e portnto n 2 x 2 b n 2, n = 0,, 2,.... Assim, A e x 2 pertencem todos os intervlos [ n 2, b n 2 ] (n = 0,, 2,...). Ms b 2 n 2 n = (b n n )(b n + n ) A + (A + )2 (2(A + )) = 2n 2 n

14 . O Corpo dos Números Reis 5 o que implic que existe um único elemento pertencente todos os intervlos [ 2 n, b 2 n]; com efeito, se existem y < y tis que n 2 < y < y < b n 2, n = 0,, 2,..., vem 0 < y y b n 2 n 2 (A + )2 2 n n =, 2,... e logo 2 n (y y ) (A + ) 2 n =, 2,... o que contrri o xiom de Arquimedes. Como A, x 2 n gor que A = x 2. [ n, b n ], result O rel x 0 tl que x n = A, (A 0, n N) é representdo usulmente por n A ou A /n. Corolário. Q não verific o xiom do encixe. Demonstrção. Bst observr que não existe nenhum rcionl r = p q tl que p2 = 2. Recordemos demonstrção dest sserção. q2 Suponhmos por bsurdo que existe um rcionl r = p q (nturlmente consider-se r n su representção reduzid, isto é, p e q são inteiros primos entre si) tl que p2 q 2 = 2. Result dqui que p2 = 2q 2 é um inteiro pr e logo p terá de ser pr: p = 2k, k inteiro. Ms então, 4k 2 q 2 = 2, ou sej q2 = 2k 2 o que implic que q 2 é pr, o mesmo sucedendo com q. Assim, p e q são mbos inteiros pres o que contrri hipótese inicil de p e q serem primos entre si. A presentção xiomátic dos números reis não nos permite estbelecer utomticmente um relção de inclusão de Q em R. Vej-se em seguid como é possível dr um significdo mtemático à inclusão, Q R, definindo um plicção injetiv ϕ : Q R tl que ϕ(r + s) = ϕ(r) + ϕ(s) ϕ(rs) = ϕ(r).ϕ(s) r s = ϕ(r) ϕ(s) ()

15 6. O Corpo dos Números Reis Um tl plicção ϕ diz-se um isomorfismo e permite-nos identificr Q com ϕ(q) R (considerdos como corpos totlmente ordendos): (Q, +,., ) ϕ (ϕ(q), +,., ). Comecemos por definir ϕ : Z R, dd por ϕ(n) = (n vezes) ϕ(0) = 0 ϕ( n) = ( ) + ( ) + + ( )(n vezes) em que n N e é o elemento unitário de R. É elementr verificr que ϕ reliz um isomorfismo entre Z e ϕ(z) R, e escreve-se ϕ(n) = n pr todo o n Z. Mis gerlmente, define-se ϕ : Q R pondo ( ) p ϕ = ϕ(p). ϕ(q) = p.q pr todos p, q Z(q 0) q e o leitor fcilmente verificrá que ϕ é injetiv e stisfz (), e logo reliz um isomorfismo entre Q e ϕ(q) R. Como consequênci d proposição.., sbemos já que existem números reis que não são rcionis. Aos elementos de R \ Q chmmos números irrcionis. São exemplos de números irrcionis, 2, o número π, o número e = lim( + /n) n (bse dos logritmos neperinos), etc. Veremos dinte que os números irrcionis são muito mis numerosos do que os rcionis: o subconjunto dos irrcionis tem um crdinlidde superior à de Q. ½º¾º Ê ÔÖ ÒØ Ó Ó Ö º ÈÓØ Ò Êº É conhecid representção deciml dos números rcionis como dízim finit ou infinit periódic. Um representção deciml pr os números reis será gor estbelecid. Sej R, 0 <, e considere-se α o inteiro tl que α.0 < α + (2) É clro que 0 α 9. Anlogmente, tome-se α 2 o inteiro tl que α α.0 < α 2 +.

16 . O Corpo dos Números Reis 7 Multiplicndo (2) por 0, logo se percebe que 0 α 2 9. Mis gerlmente, sendo α n o inteiro tl que α n.0 n α.0 n α 2.0 n 2 α n.0 < α n +, verific-se ind fcilmente que 0 α n 9. Define-se então representção deciml de [0, [ pondo: = 0, α α 2... α n... Fcilmente se reconhece que os inteiros α, α 2,...,α n,... são, por construção, únicos. Sej gor R,. O xiom de Arquimedes grnte que existe um inteiro α 0 tl que α 0 < α 0 +. Define-se representção deciml de como = α 0, α α 2... α n... em que 0, α α 2... α n... é representção deciml de α 0. Se R, < 0, definimos su representção deciml por = α 0, α α 2... α n.... Designemos por A o conjunto ds representções decimis = α 0, α α 2... α n... com α 0 Z e α i Z, 0 α i 9 (i =, 2,...), stisfzendo condição: i) Não se tem α r = α r+ = = 9 pr um qulquer r..2.. Proposição. Existe um correspondênci bijetiv entre A e R. Demonstrção. Mostrremos que existe um bijeção entre o conjunto dos reis positivos R + e s representções decimis positivs A +, obtendose então o resultdo d proposição como consequênci imedit. Pelo que trás foi dito, fic definid um plicção R + Φ A +, R + α 0, α α 2... α n... A +, ddo que nunc se verific representção α 0, α ; cso contrário, ter-se-i α 0, α... α r < α 0, α... (α r + )0...0, (n décims) e então 0 < α 0, α... (α r + ) <, n > r, 0n o que contrriv o xiom de Arquimedes (porquê?).

17 8. O Corpo dos Números Reis Reciprocmente, fç-se corresponder cd representção de A +,digmos, α 0, α α 2... α n..., (α 0 0), sucessão de intervlos encixdos definidos por [ 0, b 0 ] [, b ] [ n, b n ] 0 = α 0 b 0 = α 0 + = 0 + α.0 b = 0 + (α + ).0... n = n + α n.0 n = = 0 + α α n.0 n b n = n + (α n + ).0 n = = 0 + α (α n + ).0 n... Pelo xiom do encixe, existe pelo menos um rel pertencente todos os intervlos; este elemento é necessrimente único, já que, se existissem, R,, tis que n < b n pr todo o n = 0,,..., ter-se-i 0 < < b n n = 0 n pr todo n = 0,,... contrrindo o xiom de Arquimedes. Repre-se ind que se tem necessrimente [ n, b n [, n 0; de fto, se = b r pr lgum r, obrigtorimente se tinh α r+ = α r+2 =... = 9 o que não é dmissível em A. Fic ssim definid um plicção A Ψ R, e é gor simples verificr que Φ.Ψ = id A e Ψ.Φ = id R, o que termin demonstrção. Estbelecemos gor um relção de ordem totl em A: Se A = α 0, α α 2...α n... e B = β 0, β β 2... β n... são dois elementos de A, com α 0, β 0 0, define-se A < B se ) A B, isto é, α i β i pr lgum inteiro i 0; b) sendo m o primeiro inteiro em que α m β m então α m < β m. Se α 0 < 0 β 0, então põe-se A < B. Enfim, se α 0, β 0 < 0, define-se A < B se B < A, em que

18 . O Corpo dos Números Reis 9 B = β 0, β β 2... β n... e A = α 0, α α 2...α n.... Se, b R são os números reis ssocidos pel nterior correspondênci bijetiv às representções A e B, fcilmente se vê que (exercício) < b A < B. É sbido que o conjunto Q dos números rcionis é um conjunto numerável, isto é, tem potênci ou crdinlidde do conjunto N dos nturis. Veremos dinte que R não é numerável: crd (R)>crd (N). Antes, contudo, introduzimos noção de vlor bsoluto de um número rel. Pr cd R, define-se vlor bsoluto ou módulo de, e represent- -se por, como = se 0 = se < 0 É elementr verificr s seguintes proprieddes: pr todo o pr de reis e b (i) (ii) (iii) (iv) (v) 0; = 0 sse = 0 = ; + b + b b = b b b b A demonstrção result sem qulquer dificuldde d definição de vlor bsoluto; observe-se que (v) se obtém como consequênci de (iii); bst observr que se pode escrever = b + ( b) Enfim, vê-se ind sem dificuldde que < r r < < r ] r, r[ (r > 0) r r r [ r, r].2.2. Proposição. Os conjuntos R e ]0, [ são equipotentes. Demonstrção. Considere-se plicção f :], [ R, definid por f(x) = x x.

19 0. O Corpo dos Números Reis É clro que x < 0 < x 2 = f(x ) < 0 < f(x 2 ), 0 x < x 2 < = f(x ) < f(x 2 ), < x < x 2 < 0 = f(x ) < f(x 2 ). Logo f é um plicção injetiv. Por outro ldo, f é sobrejetiv: com efeito, y ddo y R e tomndo x = ], [, vê-se que f(x) = y. Assim, + y R e ], [ são equipotentes. Finlmente, observndo que plicção g :]0, [ ], [, definid por g(x) = 2x é bijetiv, tem-se o resultdo. Observção. D nterior proposição result, mis gerlmente, que R é equipotente todo o intervlo berto ], b[, ( < b); bst construir um plicção bijetiv entre os intervlos ]0, [ e ], b[ : t ]0, [ + t (b ) (o leitor fcilmente reconhecerá que se trt de um bijeção entre ]0, [ e ], b[) Proposição. R não é numerável. Demonstrção. A demonstrção é feit por bsurdo; supondo que existe um bijeção ϕ : N ]0, [ ter-se-á, utilizndo representção deciml pr x ]0, [, ϕ() = 0, 2... n... ϕ(2) = 0, n ϕ(n) = 0, n n2... nn e {ϕ(), ϕ(2),..., ϕ(n),...} =]0, [. Constru-se gor x 0 = 0, β β 2... β n... ]0, [ do seguinte modo: se 0 5 põe-se β = 7; se 5 < 9 põe-se β = 3

20 . O Corpo dos Números Reis..... se 0 nn 5 põe-se β n = 7; se 5 < nn 9 põe-se β n = É clro que, por construção, o número 0, β β 2... β n... não é igul nenhum ϕ(n), o que demonstr proposição. É prticulrmente importnte proposição que em seguid demonstrmos n medid em que nos dá idei d reprtição dos números rcionis no corpo R dos reis Proposição. Sejm e b dois números reis quisquer tis que b. Então entre e b existe pelo menos um número rcionl. Demonstrção. Suponh-se 0 < b e considerem-se s sus representções decimis A = α 0, α α 2... α n... e B = β 0, β β 2... β n.... Sendo A < B, sej m o primeiro inteiro em que se tem α m < β m e sej n > m um inteiro em que α n 9. Considerndo representção C = α 0, α...α m (α n + ) vê -se imeditmente que A < C < B. Ms o número rel x ssocido C é rcionl, e tem-se nturlmente < x < b. Os outros csos demonstrm-se trivilmente pssndo de x x Representção geométric dos reis. Cortes de Dedekind. Sobre um ret r fixemos um ponto O (origem) e à su direit um ponto U e ssociemos o número rcionl + à medid do segmento OU. Todo o rcionl p/q > 0 será então ssocido o ponto X d ret de modo que o segmento OX sej comensurável com OU. Por simetri, ssocimos os rcionis negtivos os pontos à esquerd de O. R x < 0 + x > 0 π O U X Figur. Reciprocmente, é inevitável seguinte questão: Todo o ponto X d ret r represent um número rcionl? ou o que é equivlente, todo o segmento OX é comensurável com OU?

21 2. O Corpo dos Números Reis A respost est questão foi dd pelos mtemáticos gregos d escol Pitgóric, que mostrrm existênci de segmentos incomensuráveis (o que trduz existênci de números irrcionis). Assim, nos Elementos de Euclides, pode-se precir notável demonstrção (purmente geométric) de como digonl de um qudrdo não é comensurável com o seu ldo. O 2 Figur.2 Só muito mis trde, no século XIX, se retom e vloriz este resultdo qundo Dedekind, Cntor e Weierstrss, em especil, controem rigorosmente o corpo dos números reis. Cortes de Dedekind. A contrução dos reis presentd por Richrd Dedekind é prticulrmente bstrct. Vej-se resumidmente idei centrl de Dedekind. Prtindo do conjunto Q dos números rcionis, Dedekind consider fmíli dos pres (A, B) de subconjuntos de Q que stisfzem: i) A B = Q, A B = ii) x < y x A, y B. Ao pr (A, B), ssim definido, chm-se Corte de Dedekind. Pode gor dr-se o cso de existir um mior elemento 0 A (por exemplo, A = {x Q : x }, B = {x Q : x > }), ou um mis pequeno elemento b 0 B (por ex., A = {x Q : x < }, B = {x Q : x }), ou ind pode contecer que não exist nenhum elemento de Q = A B que sepre A e B. Neste cso, diz Dedekind, o pr (A, B) represent um número irrcionl. Pr Dedekind, o conjunto dos números reis é o conjunto dos pres (A, B), cortes de Dedekind, no qul se introduzem s operções de dição e multiplicção que o tornm um corpo rquimedino totlmente ordendo stisfzendo o xiom do encixe. A terminr, podemos fcilmente ver como todos os pontos d ret representem geometricmente os números rcionis e irrcionis. M M O U X Figur.3

22 . O Corpo dos Números Reis 3 Retomndo nterior representção geométric (cf. Fig..3), sej X um ponto à direit de O tl que o segmento OX sej incomensurável (com OU). Or, todo o segmento comensurável OM ou é um segmento OM contido em OX ou um um segmento OM contendo OX; se r e r são os rcionis ssocidos às medids de OM e OM respetivmente, obtemos nturlmente o corte de Dedekind (A, A ) o qul determin o número irrcionl que é, por definição, medid do segmento OX. Reciprocmente, ddo um irrcionl R + \Q, este será medid de um segmento OM; com efeito, considerndo todos os rcionis 0 < r < < r, estes são medids de segmentos OM e OM que stisfzem. OM OM 2. δ > 0, existem segmentos OM e OM de medids r e r respetivmente, tis que r r < δ. Or, sob ests condições, existênci de um único segmento OM contendo todos os OM e contido em todos os OM é ceite como um postuldo fundmentl d geometri. Fic ssim estbelecid um correspondênci bijetiv entre o conjunto R dos números reis e os pontos de um ret r. A ret ssim definid chm-se ret rel. ½º º Å ÓÖ Öº Å ÒÓÖ Öº Sej A R um subconjunto de R não vzio. Diz-se que M R é um mjornte de A se x M, pr todo o x A. Anlogmente, m R diz-se um minornte de A se m x, pr todo o x A. O conjunto A diz-se mjordo ou limitdo superiormente (respetivmente minordo ou limitdo inferiormente) se dmitir mjornte (respetivmente minornte). O conjunto A diz-se limitdo se for mjordo e minordo, isto é: m x M, pr todo o x A ou sej, A é um conjunto limitdo se e só se A [m, M]; é ind um exercício elementr verificr que A é limitdo se e só se Existe C R, C > 0, tl que x C pr todo o x A.

23 4. O Corpo dos Números Reis.3.. Definição. Sej A R um subconjunto de R não vzio. Diz-se que L R é o supremo (ou limite superior) do conjunto A e escreve-se L = supa se: i) x L pr todo o x A (L é um mjornte) ii) pr todo o x R tl que x < L, existe A tl que x < L. Anlogmente, l R diz-se o ínfimo (ou limite inferior) de A e escrevese l = inf A se: i ) l x pr todo o x A (l é um minornte) ii ) pr todo o x R tl que l < x, existe A tl que l < x. Repre-se que definição de sup (resp. de inf) de um subconjunto A R, A, exige que A sej mjordo (resp. minordo). Observe-se ind que o supremo, L = sup A (respetivmente o ínfimo, l = inf A) se existe é único. Com efeito, se L é ind supremo de A e L < L, de ii) result que existe um elemento A tl que L < L o que contrri definição de L como supremo; do mesmo modo se vê que não se pode ter L < L e portnto L = L. A proposição seguinte dá um novo esclrecimento à noção de supremo (resp. ínfimo) de um conjunto Proposição. O número rel L é o supremo de um conjunto A R, mjordo, se e só se L é o menor dos mjorntes de A. O número rel l é o ínfimo do conjunto A, minordo, se e só se l é o mior dos minorntes de A. Demonstrção. D definição, L = sup A se e só se L é mjornte de A e stisfz condição ii), qul signific exctmente que todo o rel inferior L não é mjornte de A. Isto é, L = supa se e só se L é o menor dos mjorntes de A. Assim, Do mesmo modo L = supa l = inf A.3.3. Exemplos. L x, x A e L x, x A = L L l x, x A e l x, x A = l l. O conjunto A = {x R : < x 2} é evidentemente mjordo e minordo (logo limitdo) e tem-se clrmente sup A = 2, inf A =.

24 . O Corpo dos Números Reis 5 2. O conjunto A = {x Q : x 2 < 2} é mjordo: com efeito, se 2 x, vem 2 x 2 e logo x / A; ssim 2 > x, x A ( 2 é um mjornte de A). Além disso, se x R é tl que 0 x < 2, existe sempre um rcionl r tl que 0 x < r < 2 e logo r 2 < 2, isto é, r A, o que mostr que supa = Se A R dmite supremo, então A = { x : x A} dmite ínfimo e inf ( A) = sup(a). Com efeito, se sup(a) = L, tem-se L x, x A e logo x L, isto é, L é minornte de A; lém disso l x = x l, x A, e logo L l ou sej l L, o que mostr que sup(a) = L = inf( A). Anlogmente, se A dmite ínfimo, A dmite supremo e sup( A) = inf (A). Vê-se ssim que o supremo (resp. ínfimo) de um conjunto pode ou não pertencer o conjunto. Se L = supa A, então L diz-se o máximo do conjunto A, L = mx A; nlogmente, se l = inf A A, diz-se que l é o mínimo do conjunto A, l = min A. Finlmente e pelo que trás foi dito, se A é um conjunto mjordo, o conjunto dos mjorntes M = {m R : m x, x A} é não vzio e Anlogmente, se A é minordo, sup A = min M. inf A = mx M, sendo M = {m R : m x, x A}, o conjunto dos minorntes. É gor pertinente sber se todo o subconjunto A R dmite supremo (resp. ínfimo). A respost é dd no importnte.3.4. Teorem (Princípio do supremo e do ínfimo). Sej A R um subconjunto de R não vzio. Se A é mjordo (resp. minordo), então dmite supremo (resp. ínfimo). Demonstrção. Sendo A não vzio e mjordo, escolhm-se dois elementos, 0, b 0 R tis que b 0 é mjornte (x b 0, x A) existe pelo menos um x A tl que 0 x.

25 6. O Corpo dos Números Reis Fzendo c 0 = 0 + b 0, tem-se, necessrimente, um ds dus lterntivs: 2 x c 0 x A ou c 0 < x pr lgum x A. No primeiro cso, põe-se = 0, b = c 0 ; no segundo = c 0, b = b 0. Em qulquer dos csos, obtém-se [ 0, b 0 ] [, b ], b = b Recomeç-se o processo com c = + b. 2 Repetindo sucessivmente o rciocínio, obtém-se um sucessão de intervlos encixdos [ 0, b 0 ] [, b ] [ 2, b 2 ] [ n, b n ], b n n = b n, que stisfzem s seguintes dus condições: ) x b n x A b) n < x pr lgum x A. Pelo xiom do encixe, existe pelo menos um elemento [ n, b n ]; este elemento será necessrimente único, ddo que, [ n, b n ] com < (por ex.) implicri n < b n, e portnto b n, ou sej, ( )2 n b 0 0, n = 0,, 2,... o que contrriv o xiom de Arquimedes. Result gor fcilmente que é mjornte de A: cso contrário, existiri um x A tl que < x e então n < x b n, n = 0,, 2,..., o que contrriv unicidde trás estblecid. Finlmente, se x 0 R é tl que x 0 <, não se poderá ter, pel mesm rzão, n x 0, n = 0,, 2,...; portnto x 0 < n pr um certo n. Ms por b), existe x A, n < x, pelo que x 0 < n < x e portnto = supa. A demonstrção d existênci de inf A (se A é minordo) result gor fcilmente, pssndo de A A (.3.3. exemplo 3.).

26 . O Corpo dos Números Reis 7 Por extensão de lingugem, é usul escrever sup A = + pr designr os conjuntos não mjordos e inf A = pr os conjuntos não minordos. Todvi, os símbolos + e podem ser definidos rigorosmente no qudro mtemático, mplindo o conjunto R com dois novos elementos e introduzindo no novo conjunto R = R {, + } um estrutur de ordem, definid do seguinte modo: Ddos x, y R, define-se x < y pondo i) se x e y são números reis, x < y em R se e só se x < y em R. ii) < x < +, x R. É fácil verificr que se trt de um relção de ordem totl em R (exercício). O novo conjunto ordendo design-se por ret cbd. Todo o conjunto A R (e em prticulr A R) é mjordo e minordo em R (por + e resp.). Se A não é mjordo em R então supa = + (+ é clrmente o mis pequeno dos mjorntes em R); nlogmente, se A não é minordo em R, inf A =. O princípio do supremo e do ínfimo pode então ser reformuldo do seguinte modo: Todo o subconjunto A R tem supremo e ínfimo (em R); supa R se e só se A é mjordo em R e inf A R se e só se A é minordo em R. Definem-se ind nturlmente os intervlos ilimitdos [, + [ = {x R : x } R, [, + ] = {x R : x } R ], + [ = {x R : x > } R, ], + ] = {x R : x > } R. Enfim, ], + [ = R e [, + ] = R. As operções lgébrics + e. prolongm-se R pondo, Pomos ind, x + = + x = x.(± ) = ± x ], + ] x [, + [ x ]0, + ] x.(± ) = x [, 0[. x = 0 x R. ± Observção. Note-se que + e. não são operções bináris definids em todo o R (por ex. não se dá sentido + +( )). As nteriores relções são pens convenções que nos vão ser úteis, formlmente, no que se segue.

27 8. O Corpo dos Números Reis.3.5. Desigulddes. As desigulddes desempenhm um ppel determinnte em qulquer nível d nálise mtemátic. Frequentemente, o importnte no desenvolvimento de um rciocínio mtemático é sber, não o vlor excto de um dd quntidde mtemátic x, ms sim estimr x, isto é, sber que x é (ou ) um certo vlor b (possivelmente dependente de x). Mostremos gor lgums desigulddes numérics válids em R.. Se x R é tl que + x 0, então ( + x) n + nx, n N (desiguldde de Bernoulli) Pr n = o resultdo é imedito; sendo válido pr n, tem-se pr n+, (+x) n+ = (+x) n.(+x) (+nx).(+x) = +nx+x+nx 2 + (n + )x. 2. b 2 ( 2 + b 2),, b R A demonstrção é imedit, bstndo observr que ( b) 2 = 2 + b 2 2b Pr todo ε > 0, existe C ε > 0 tl que b ε 2 + C ε b 2, (, b R) Tomndo δ > 0, tem-se por 2. b = δ b δ δ δ 2 b2 e desiguldde si fzendo ε = δ2 2 e C ε = 2δ ( 2... n ) /n n ( n ), ( i 0, i =,...,n); em prticulr, b ( + b), (, b 0). 2 A desiguldde é um corolário do seguinte resultdo numérico: Lem - Sejm x, x 2,..., x n reis positivos tis que x x 2...x n =. Então, tem-se x + x x n n.

28 . O Corpo dos Números Reis 9 Um vez mis se utiliz indução mtemátic. Pr n = o resultdo si trivilmente; supondo válido o resultdo pr n, sejm x, x 2,..., x n, x n+, reis positivos tis que x x 2... x n x n+ =. Então, ou todos os números são iguis e logo som será n +, provndo desiguldde, ou pelos menos um número será diferente d unidde; ms então deverão hver pelo menos dois reis diferentes de, sendo obrigtorimente um deles > e o outro <. Sem perd de generlidde podemos supor x n > e x n+ <. Considerndo gor os n números x, x 2,..., (x n x n+ ), tem-se pel hipótese d indução: x + x x n x n+ n e logo, x + x x n+ n x n x n+ + x n + x n+ = = n + + x n ( x n+ ) + x n+ = = n + + x n ( x n+ ) ( x n+ ) = = n + + ( x n+ )(x n ) n +. A demonstrção d desiguldde enuncid em 4. é gor tref fácil; sejm com efeito, 2,..., n, números reis positivos, e consideremos os números n 2... n, 2 n 2... n,, n n 2... n. Sendo estes números positivos e o seu produto igul à unidde, vem pelo lem: logo n 2... n + 2 n 2... n + + ( 2... n ) /n n ( n ). n n 2... n n; ½º º ÙÒ Ó Ö Ú Ö Ú Ð Ö Ðº ÈÖÓÔÖ Ö º Um função rel de vriável rel é um plicção f : D R, D R, x D f(x) R. O subconjunto D R diz-se o domínio de f. Assim, um função f só está definid se for ddo o domínio D de f, e lei que cd x D fz

29 20. O Corpo dos Números Reis corresponder um elemento f(x) R. O conjunto F = f(d) design-se por conjunto imgem ou contrdomínio d função f. É hbitul representr geometricmente (ou grficmente) um dd função f : D R num sistem de eixos crtesinos Oxy, onde se exibe o gráfico d função, isto é, o conjunto de pontos do plno G(f) = {(x, f(x)) : x D} R 2. f Figur.4 f :] 3, [ ], 4[ R.4.. Exemplos. As funções f : R R, definids por f(x) = mx + p (m, p R) representm grficmente rets de declive m pssndo pelo ponto (0, p). Dizem-se funções lineres. As funções P : R R, P(x) = 0 + x + + n x n, em que 0,,..., n R, n Z, n 0, dizem-se polinómios. Se n 0, P diz-se um polinómio de gru n. Se P e Q são polinómios, função R : D R com domínio D = {x R : Q(x) 0} e definid por R(x) = P(x) Q(x), chm-se função rcionl. Mis trde veremos o bom comportmento dests funções. 2. Sej f : D R um função rel definid num domínio D, simétrico em relção 0, isto é, x D x D. A função f chm-se pr se f(x) = f( x), x D

30 . O Corpo dos Números Reis 2 e diz-se ímpr se f(x) = f( x), x D. É clro que o gráfico de um função pr é simétrico em relção o eixo ds ordends e o gráfico de um função ímpr é simétrico em relção à origem. 3. As funções trigonométrics sin e tg são qui representds grficmente com domínios [ π/2, π/2] e ] π/2, π/2[, respetivmente. y Pi Pi -- 2 x - Figur.5 4. A função f : R R se x > 0 Sgn(x) = 0 se x = 0 se x < 0 design-se por função sinl e é evidentemente função ímpr. A função f : R R, f(x) = x, é clrmente um função pr e fcilmente se vê que x. Sgnx = x, x R. y 2 f(x) = x x Figur.6

31 22. O Corpo dos Números Reis 5. Um função f : N R, n f(n) = u n, diz-se um sucessão rel ou um sucessão em R. As sucessões desempenhm, como se sbe, um importnte ppel n Análise. Algums ds sus proprieddes serão trtds no cpítulo seguinte. 6. Dd um função f : D R e um subconjunto E D do domínio, nov função f E : E R definid por x E f E (x) = f(x) chm-se restrição de f E Operções Algébrics. Consideremos f : D R e g : E R, dus funções reis de vriável rel. Define-se som f + g como sendo função f + g : D E R, x (f + g)(x) = f(x) + g(x). Anlogmente se define f.g, f g, f, f/g; repre-se contudo que f/g : D E {x : g(x) 0} R, x f(x)/g(x) Funções Monótons. Sej f : D R um dd função. Diz-se que f é crescente (ou monóton crescente) se x, y D, x < y = f(x) f(y). A função f diz-se decrescente (ou monóton decrescente) se x, y D, x < y = f(x) f(y). Se x, y D, x < y = f(x) < f(y), f diz -se estritmente crescente. De modo idêntico, se x, y D, x < y = f(x) > f(y), f diz -se estritmente decrescente. Enfim, f diz-se monóton se for crescente ou decrescente. Observção. É usul dizer-se que um função f é crescente (resp. decrescente) num prte A D; isso signific rigorosmente, de cordo com definição dd, que restrição f A é crescente (resp. decrescente). Assim, por exemplo f : [0, 2π] R, f(x) = sinx,

32 . O Corpo dos Números Reis 23 y Pi -- 2 Pi 3 Pi Pi x Figur.7 não é monóton, ms f [0, π/2] é monóton crescente e f [π/2, 3π/2] é monóton decrescente Composição de funções. Função invers. Sejm f : D R e g : E R funções reis tis que g(e) D; define-se gor função f g : E R, (f g)(x) = f(g(x)), dit função compost de f com g. Repre-se que composição f g exige que imgem g(e) estej contid no domínio de f. Assim, por exemplo, composição de f :], ] R, f(x) = x, com g : R R, g(x) = x 2, não tem sentido, existindo no entnto f g em que g = g [,] ; tem-se (f g)(x) = x 2. Sej gor f : D R um função tl que, pr quisquer x, x 2 D, x x 2, se tem f(x ) f(x 2 ). A função f diz-se então biunívoc ou injetiv: pr cd y f(d) existe um único x D tl que f(x) = y, o que nos permite definir um nov função f : F = f(d) R, f (x) = y ( f(y) = x) A função f recebe o nome de função invers de f e o seu domínio é o contrdomínio de f. As funções que dmitem invers dizem-se tmbém invertíveis e ests são precismente s funções injetivs. Ds definições result ind clrmente que f (f(x)) = x, x D e f(f (x)) = x, x E = f(d), ou sej f f = I D e f f = I E com I D e I E, s respetivs funções identidde: I D (x) = x, x D, I E (x) = x, x E. Sendo f um função invertível, os gráficos de f e f são simétricos em relção à ret y = x; bst observr que (x, y) G(f) y = f(x) x = f (y) (y, x) G(f ).

33 24. O Corpo dos Números Reis.4.5. Supremo e Infimo de um Função. Sej f : D R um função rel de vriável rel e A D um prte não vzi de D. Diz-se que f é mjord (resp. minord) em A se o conjunto f(a) é mjordo (resp. minordo), isto é M R : f(x) M, x A (resp. m R : f(x) m, x A). A função f diz-se limitd em A se for mjord e minord, ou sej, se existem constntes m, M R : m f(x) M, x A, ou sej ind C > 0 : f(x) C, x A. Pelo príncipio do supremo e do ínfimo, se f é mjord em A então f(a) dmite supremo em R; chm-se supremo de f em A o supremo de f(a): sup f(x) = supf(a) (escreve-se tmbém sup f(x) ou pens supf). x A A A Do mesmo modo inf x A tmbém inf A f(x)). f(x) = inf f(a) é o ínfimo de f em A (escreve-se Se f não é mjord (resp. minord) escreve-se sup A inf f(x) = ). A Enfim, se sup x A f(x) f(a) (resp. máximo (resp. mínimo) em A: mx x A min f). A f(x) = + (resp. inf f(x) f(a)) diz-se que f tem x A f (resp. min f(x) ou f(x) ou mx A x A D definição de supremo e ínfimo de um conjunto, result gor:.4.6. Proposição. O número rel L R é supremo de f em A se e só se: ) L f(x), x A 2) pr cd δ > 0, existe x A tl que f(x) > L δ. O número rel l R é ínfimo de f em A se e só se: ) l f(x), x A 2 ) pr cd δ > 0, existe x A tl que f(x) < l + δ. O teorem seguinte resume lgums ds proprieddes do sup e inf de f em R

34 . O Corpo dos Números Reis Teorem. Sejm f, g : D R e B A D dus prtes não vzis de D. Tem-se: ) sup B f sup f; inf inf f. A B A 2) sup( f) = inf f. A A 3) Se f(x) > 0, x A, então sup(/f) = A inf f. A 4) Se f(x) g(x), x A, então sup A 5) sup A (f + g) sup A f + sup A 6) Se f(x) 0( e g(x) ) ( 0 em) A, então: sup(fg) A 7) sup A sup f A (f + g) sup A sup g A f + inf A g, 8) Se f(x) 0 e g(x) 0 em A, sup A (fg) sup A f. inf A g, f sup g; inf f inf g. A A A g; inf(f + g) inf f + inf g. A A A ( )( ) ; inf (fg) inf f inf g. A A A estndo definido o segundo membro. estndo definido o segundo membro. Demonstrção. Apresentmos demonstrção ds três primeirs línes deixndo demonstrção ds restntes como exercício. As desigulddes e operções lgébrics serão tomds em R tendo em cont s convenções trás referids, no finl de.3.4. A primeir prte de ) result imeditmente d definição de supremo: pelo que sup A sup A f f(x) x A = sup f f(x) x B, A f supf. Do mesmo modo se vê desiguldde respeitnte B f f(x) x A, donde o inf. Pr mostrrmos 2) observemos que inf A inf f f(x) e portnto inf f sup A A f(x) x A e portnto sup A A ( f). Por outro ldo, sup( f) ( f) f(x) x A o que implic, pel definição de inf, sup( f) inf f, estblecendo-se iguldde. A A A demonstrção de 3) segue um cminho nálogo; note-se entretnto que, sendo f(x) > 0 em A e podendo ter-se inf A / inf A portnto / inf f = +. Assim, inf f sup A A A A f = 0, se convencion, neste cso, f f(x) x A pelo que / inf f /f(x), e A (/f); ms, sup(/f) /f(x) x A ou sej A

35 26. O Corpo dos Números Reis / sup(/f) f(x) e logo / sup(/f) inf f, obtendo-se o resultdo A A A enuncido. Finlmente, observndo que f = (f + g) g, result de 2) e 5): sup A f sup A (f + g) + sup( g) = sup(f + g) inf A o que estbelece 7). A desiguldde 8) pode ser demonstrd de form semelhnte Exemplos. Mostre que função f : R R, f(x) = x 2. signx, é invertível e escrev função invers. A A g Mostrremos que função f é mesmo estritmente crescente e logo, em prticulr, injetiv. Com efeito, f pode escrever-se { x 2 se x 0 f(x) = x 2 se x < 0 e logo se vê que 0 < x < y = x 2 < y 2 i.e. f(x) < f(y); do mesmo modo, x < y < 0 = 0 < y < x = y 2 < x 2 ou sej x 2 = f(x) < f(y) = y 2. Enfim, se x < 0 < y, é clro que f(x) < f(0) < f(y) e f é estritmente crescente em R. Escrevendo y = x 2 pr x 0 ( y 0), dqui result x = y pr y 0. Pr x < 0, tem-se y = x 2 < 0 e logo x = y pr y < 0. A função invers de f escreve-se x se x 0 f (x) = x se x < 0 ou ind f (x) = sign x. x.sign x = signx. x 2. Prove que função f : R R, f(x) = x 2 + 2x 3, não é injetiv. Mostre no entnto que g = f ], ] é invertível e escrev invers. Escrevendo y = x 2 + 2x 3, resolução do trinómio dá-nos x = 4 + y, x 2 = y e imeditmente se vê que pr y > 4 existem dois vlores x x 2 que fzem f(x ) = f(x 2 ) = y, mostrndo que f não é injetiv. Restringindo f os x, é clro que x = 4 + y é o único rel tl que f(x) = y com y 4; portnto, g = f ], ] é invertível e g (x) = 4 + x.

36 . O Corpo dos Números Reis Mostre que função f :], [ R, f(x) = ms não é mjord. Com efeito, função é estritmente crescente em [0, [ : 0 x < y = x 2 > y 2 = f(x) < f(y). x 2, é minord Como função é pr (f( x) = f(x)), result que é decrescente em ], 0[: < x < y 0 = 0 y < x = f(y) < f(x). É então clro que f(0) f(x), x ], [ e função f tem um mínimo no seu domínio: minf = f(0) =. Por outro ldo, ddo um qulquer M >, existe x ], [ tl que > M; com efeito, se x ], [ x 2 x 2 > M x2 < M 2 x2 > M 2 e bst escolher x tl que /M 2 < x < pr se ter f(x) > M, mostrndo-se ssim que f não é mjord. Ddo que x 2 > 0, x ], [, poder-se-i tmbém usr o teorem precedente pr logo se obter : supf = inf x 2 = +, inf f = sup x 2 =. ½º º ÁÒØÖÓ Ù Ó Ð Ñ ÒØ Ö Ó Ò ÙÑ ÖÓ ÓÑÔÐ ÜÓ º O estudo introdutório d Análise Infinitesiml que nos propomos presentr ssent essencilmente n estrutur do corpo R dos números reis. No entnto, ser-nos-ão úteis, sobretudo n nálise do último cpítulo (introdução às séries de Fourier), lguns conhecimentos sobre o conceito de número complexo, extensão do conceito de número rel. Como é sbido, extensão N Z, dos números nturis os números inteiros, vem permitir, neste último conjunto, operção de subtrcção ( qul não er válid em N); e do mesmo modo operção de divisão fic bem definid no corpo dos rcionis, extensão de Z, Z Q. Enfim, vimos como no corpo dos reis, extensão de Q, tem lugr rdicição, n, se 0, isto é, equção lgébric x n = 0 tem solução em R se 0. É precismente necessidde de resolver um qulquer equção lgébric

37 28. O Corpo dos Números Reis que nos lev introduzir noção de número complexo. Em prticulr, pretende-se resolver equção x 2 + = 0 () que, clrmente não tem solução em R. A seguir veremos como o prolongmento de R o conjunto dos números complexos nos permite resolver equção (). Mis gerlmente, como se mostr n teori ds funções de vriável complex, tod equção lgébric P(x) = 0, em que P(x) é um polinómio com coeficientes complexos, dmite solução no novo conjunto C dos números complexos. Este resultdo é conhecido como Teorem Fundmentl d Álgebr..5.. Definição. No conjunto R R = {(x, y) : x R, y R}, definm-se s seguintes dus operções : z + z 2 = (x, y ) + (x 2, y 2 ) = (x + x 2, y + y 2 ) z. z 2 = (x, y ).(x 2, y 2 ) = (x x 2 y y 2, x y 2 + y x 2 ) (dição) (multiplicção) quisquer que sejm z = (x, y ), z 2 = (x 2, y 2 ) R R. O conjunto R R, munido ds referids operções, represent-se por C e diz-se o conjunto dos números complexos. É um exercício elementr verificr que s operções definids, + e., são comuttivs, ssocitivs e stisfzem lei distributiv. O elemento 0 = (0, 0) é evidentemente o elemento neutro d dição, e o elemento = (, 0) o elemento neutro d multiplicção: (x, y) + (0, 0) = (0, 0) + (x, y) = (x, y) (x, y).(, 0) = (, 0).(x, y) = (x, y) (x, y) C. Ddo um número complexo z = (x, y), o elemento z = ( x, y) é clrmente o elemento simétrico de z : z + ( z) = ( z) + z = 0, z C. Mostremos gor que todo o elemento z = (x, y) (0, 0) dmite um elemento inverso, isto é, existe w = (, b) C tl que z. w = (x, y).(, b) = (, 0), z C. Com efeito, isto é equivlente à resolução do sistem { x yb = xb + y = 0

38 . O Corpo dos Números Reis 29 e dqui result que = x/(x 2 + y 2 ), b = ( y)/(x 2 + y 2 ) (repre-se que x 2 + y 2 0, ddo que se exige que (x, y) (0, 0)). Assim, o elemento inverso de z = (x, y) (0, 0) escreve-se w = z = ( x x 2 + y 2, ) y x 2 + y 2. A divisão do complexo z pelo complexo z 2 0, fic então bem definid: z /z 2 = z. (z 2 ). É gor imedito concluir que (C, +,.) constitui um corpo: o corpo dos números complexos Proposição. A plicção x R ψ (x, 0) C é um isomorfismo (pr dição e multiplicção) entre R e o subconjunto {(x, 0) : x R} C. Demonstrção. A plicção ψ é clrmente biunívoc e tem-se ψ(x + y) = (x + y, 0) = (x, 0) + (y, 0) = ψ(x) + ψ(y). ψ(x.y) = (xy, 0) = (x, 0).(y, 0) = ψ(x).ψ(y). Logo ψ reliz um isomorfismo entre R e ψ(r) = {(x, 0) : x R} C. O isomorfismo precedente permite-nos identificr os números reis os números complexos que têm segund componente nul : x (x, 0), e um tl identificção justific inclusão R C, isto é, o prolongmento do corpo dos reis o corpo dos números complexos. É clro que pr λ R se tem λ.z = (λ, 0).(x, y) = (λx, λy) A unidde imginári. O número complexo (0, ), represent-se usulmente por i e designse por unidde imginári. Todo o complexo z = (x, y), pode gor escrever-se como z = (x, y) = (x, 0) + (0, y) = (x, 0) + (0, ).(y, 0) = É imedito verificr que = x + iy, x, y R. i 2 = (0, ).(0, ) = (, 0) =

39 30. O Corpo dos Números Reis e logo, equção lgébric () dmite solução (o número i) no cmpo complexo. Os complexos d form (0, x) = ix, (x R), dizem-se imginários puros e estão representdos geometricmente no eixo crtesino verticl; os números reis, x = (x, 0), estão nturlmente representdos no eixo crtesino horizontl, chmdo eixo rel. (cf. Fig..8). Ddo o número complexo z = x+iy, x, y R, o número x design-se por prte rel de z e y por prte imginári e representm-se por x = Re z e y = Im z. Ddos dois números complexos, z e z 2, tem-se então z = z Re z = Re z 2 e Im z = Im z 2 Geometricmente, os números complexos podem ser representdos no plno crtesino, como elementos de R 2. A dição de complexos não é mis do que som dos correspondentes vetores, elementos de R 2. Adinte veremos um interpretção geométric simples d multiplicção e divisão. z + z 2 = ( x + x, y + y ) 2 2 (0, y ) = i y z =( x, y ) i z =( x, y ) O x = ( x, 0) Figur Complexo conjugdo. Vlor bsoluto. A todo o número complexo z = (x, y) = x+iy ssocimos o complexo z = x iy, chmdo complexo conjugdo de z. Geometricmente, o complexo z = (x, y) e o seu complexo conjugdo z = (x, y) representm- -se simetricmente em relção o eixo rel. Consequênci imedit ds definições é seguinte.5.5. Proposição. Pr todo z C, z = z; z + z é rel e z z é imginário puro. Mis precismente, z + z = 2 Rez, z z = 2i Imz.

40 . O Corpo dos Números Reis 3 Pr quisquer z, z 2 C, tem-se ind ) z.z 2 = z. z 2. ( ) b) = se z 0. z z c) z + z 2 = z + z Definição. Define-se vlor bsoluto ou módulo do número complexo z = x + iy C, como o número rel z = x + iy = x 2 + y 2. Observção. Repre-se que o vlor bsoluto do complexo z = x + iy não é mis do que norm crtesin do vetor (x, y) em R 2. É imedito verificr que z = z = x 2 + y 2 = z. z. Vemos ind que Re z = x z ; Im z = y z Proposição. Pr quisquer z, z, z 2 C, tem-se ) z = 0 z = 0. b) z.z 2 = z z 2. c) = se z 0. z z d) z + z 2 z + z 2. Demonstrção. Mostremos d) título de exemplo, deixndo demonstrção ds outrs línes como exercício. Com efeito, z + z 2 2 = (z + z 2 ).(z + z 2 ) = z 2 + z z. z 2 + z 2. z. Ms, z. z 2 + z 2. z = 2 Re(z. z 2 ) 2 z. z 2, donde z + z 2 2 ( z + z 2 ) 2. Observção. Repre-se que divisão entre os complexos z e z 2, z 2 0, vem dd por z = z. z 2 z 2 z 2 2.

41 32. O Corpo dos Números Reis.5.8. Form trigonométric dos números complexos. Sej z = x + iy C. y z ρ θ x Figur.9 Motivdos pel representção geométric, introduzm-se s coordends polres : x = ρ cosθ, y = ρ sin θ, com (ρ, θ) R + R ( ). A cd (ρ, θ) R + R, ssocie-se o número complexo z = x + iy = ρ cosθ + i ρ sin θ = ρ e i θ em que e i θ represent o número complexo cosθ+i sin θ. Fic definid um plicção (ρ, θ) R + R z = ρ e i θ C cuj imgem é C \ {0}. Com efeito, ddo z = x+iy, não nulo, procuremos ρ > 0 e θ R tl que z = x + iy = ρ cosθ + i ρ sin θ. Então z 2 = x 2 + y 2 = ρ 2 (cos 2 θ + sin 2 θ) = ρ 2 e logo ρ = x 2 + y 2 = z, fic bem definido. Por outro ldo, θ deve stisfzer s equções {x = z cosθ = x2 + y 2 cosθ y = z sin θ = (2) x 2 + y 2 sinθ Or, há um infinidde de vlores de θ que stisfzem (2), mis precismente, θ 0 +2kπ, k Z, em que π < θ 0 π, é solução prticulr de (2) tl que tn θ 0 = y/x, se x 0, θ 0 = π/2, se x = 0, y > 0, θ 0 = π/2, se x = 0, y < 0. ( ) Usmos notção R + pr designr os reis positivos : R + =]0,+ [.

42 . O Corpo dos Números Reis Definição. Sej z = x + iy um complexo não nulo. O único rel θ 0 que stisfz x = z cosθ 0, y = z sinθ 0, π < θ 0 π chm-se rgumento principl de z e not-se θ 0 = Arg z. O número rel θ = Arg z+2kπ (k Z) diz-se um rgumento de z e tem-se z = z e iθ. Observção. Repre-se que e i θ = cosθ + i sin θ = cos 2 θ + sin 2 θ =. A proposição seguinte dá-nos idei d utilidde d representção trigonométric, z = ρ e i θ Proposição. Sejm z = ρ e i θ, z = ρ e i θ, z 2 = ρ 2 e i θ2, números complexos. Então ( ) ρ e i θ). ( ρ 2 e i θ2) = ρ ρ 2 e i(θ+θ2) b) ( ρ e i θ ) = ρ e i θ = ρ e i θ (ρ 0) c) ρ e i θ ρ 2 e i θ2 = ρ ρ 2 e i(θ θ2) (ρ 2 0). Demonstrção. Mostremos pens líne ). Multiplicndo os números complexos do primeiro membro, e usndo s conhecids fórmuls trigonométrics, tem-se ( ρ e i θ). ( ρ 2 e i θ2) = ρ ρ 2 (cosθ + i sinθ ).(cosθ 2 + i sinθ 2 ) = =ρ ρ 2 [cosθ cosθ 2 sin θ sin θ 2 + i (cosθ sin θ 2 + sinθ cosθ 2 )] =ρ ρ 2 [cos(θ + θ 2 ) + i sin (θ + θ 2 )] = ρ ρ 2 e i(θ+θ2) Corolário. Ddos os números complexos z = ρ e i θ e z 2 = ρ 2 e i θ2, não nulos, tem-se pr lgum k Z. ρ e i θ = ρ 2 e i θ2 ρ = ρ 2 e θ = θ 2 + 2kπ,

AULA 1. 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES 1.1 Linguagem Matemática

AULA 1. 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES 1.1 Linguagem Matemática 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES 1.1 Lingugem Mtemátic AULA 1 1 1.2 Conjuntos Numéricos Chm-se conjunto o grupmento num todo de objetos, bem definidos e discerníveis, de noss percepção ou de nosso entendimento, chmdos

Leia mais

Elementos de Análise - Lista 6 - Solução

Elementos de Análise - Lista 6 - Solução Elementos de Análise - List 6 - Solução 1. Pr cd f bixo considere F (x) = x f(t) dt. Pr quis vlores de x temos F (x) = f(x)? () f(x) = se x 1, f(x) = 1 se x > 1; F (x) = se x 1, F (x) = x 1 se x > 1. Portnto

Leia mais

2.4 Integração de funções complexas e espaço

2.4 Integração de funções complexas e espaço 2.4 Integrção de funções complexs e espço L 1 (µ) Sej µ um medid no espço mensurável (, F). A teori de integrção pr funções complexs é um generlizção imedit d teori de integrção de funções não negtivs.

Leia mais

Cálculo Infinitesimal. Gabriela Chaves

Cálculo Infinitesimal. Gabriela Chaves Cálculo Infinitesiml Gbriel Chves versão de Agosto de ii Índice Índice iii Proprieddes básics dos números. Operções de dição e multiplicção...................................... Relção de ordem.................................................

Leia mais

NOTA DE AULA. Tópicos em Matemática

NOTA DE AULA. Tópicos em Matemática Universidde Tecnológic Federl do Prná Cmpus Curitib Prof. Lucine Deprtmento Acdêmico de Mtemátic NOTA DE AULA Tópicos em Mtemátic Fonte: http://eclculo.if.usp.br/ 1. CONJUNTOS NUMÉRICOS: 1.1 Números Nturis

Leia mais

Exercícios. setor Aula 25. f(2) = 3. f(3) = 0. f(11) = 12. g(3) = 14. Temos: 2x 1 = 5 x = 3 Logo, f(5) = 3 2 = 9

Exercícios. setor Aula 25. f(2) = 3. f(3) = 0. f(11) = 12. g(3) = 14. Temos: 2x 1 = 5 x = 3 Logo, f(5) = 3 2 = 9 setor 07 070409 070409-SP Aul 5 FUNÇÃO (COMPOSIÇÃO DE FUNÇÕES) FUNÇÃO COMPOSTA Sej f um função de A em B e sej g um função de B em C. Chm-se função compost de g com f função h definid de A em C, tl que

Leia mais

1. Sejam R e S duas relações entre os conjuntos não vazios E e F. Então mostre que

1. Sejam R e S duas relações entre os conjuntos não vazios E e F. Então mostre que 2 List de exercícios de Álgebr 1. Sejm R e S dus relções entre os conjuntos não vzios E e F. Então mostre que ) R 1 S 1 = (R S) 1, b) R 1 S 1 = (R S) 1. Solução: Pr primeir iguldde, temos que (, b) R 1

Leia mais

1 Conjuntos Finitos e Infinitos

1 Conjuntos Finitos e Infinitos Conjuntos Finitos e Infinitos. Números Nturis Definição O conjunto N dos nturis é tl que Existe s : N N injetiv tl que Im (s) = N {}; } X N X = N s (X) X Teorem 2 (Princípio d Bo Ordenção) } A N A possui

Leia mais

SÉRIES DE FOURIER. 1. Uma série trigonométrica e sua sequência das somas parciais (S N ) N são dadas por

SÉRIES DE FOURIER. 1. Uma série trigonométrica e sua sequência das somas parciais (S N ) N são dadas por SÉRIES DE FOURIER 1. Um série trigonométric e su sequênci ds soms prciis (S N ) N são dds por (1) c n e inx, n Z, c n C, x R ; S N = n= c n e inx. Tl série converge em x R se (S N (x)) N converge e, o

Leia mais

Os números racionais. Capítulo 3

Os números racionais. Capítulo 3 Cpítulo 3 Os números rcionis De modo informl, dizemos que o conjunto Q dos números rcionis é composto pels frções crids prtir de inteiros, desde que o denomindor não sej zero. Assim como fizemos nteriormente,

Leia mais

Capítulo IV. Funções Contínuas. 4.1 Noção de Continuidade

Capítulo IV. Funções Contínuas. 4.1 Noção de Continuidade Cpítulo IV Funções Contínus 4 Noção de Continuidde Um idei muito básic de função contínu é de que o seu gráfico pode ser trçdo sem levntr o lápis do ppel; se houver necessidde de interromper o trço do

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA EXAME DE QUALIFICAÇÃO PARA O MESTRADO EM MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA EXAME DE QUALIFICAÇÃO PARA O MESTRADO EM MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA EXAME DE QUALIFICAÇÃO PARA O MESTRADO EM MATEMÁTICA PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015 13 de Fevereiro de 2015 Prte I Álgebr Liner 1 Questão: Sejm

Leia mais

1 A Integral de Riemann

1 A Integral de Riemann Medid e Integrção. Deprtmento de Físic e Mtemátic. USP-RP. Prof. Rfel A. Rosles 22 de mio de 27. As seguintes nots presentm lgums limitções d integrl de Riemnn com o propósito de justificr construção d

Leia mais

6 Cálculo Integral. 1. (Exercício VI.1 de [1]) Considere a função f definida no intervalo [0, 2] por. 1 se x [0, 1[ 3 se x ]1, 2]

6 Cálculo Integral. 1. (Exercício VI.1 de [1]) Considere a função f definida no intervalo [0, 2] por. 1 se x [0, 1[ 3 se x ]1, 2] 6 Cálculo Integrl. (Eercício VI. de []) Considere função f definid no intervlo [, ] por se [, [ f () = se = 3 se ], ] () Mostre que pr tod decomposição do intervlo [, ], s soms superior S d ( f ) e inferior

Leia mais

x 0 0,5 0,999 1,001 1,5 2 f(x) 3 4 4,998 5,

x 0 0,5 0,999 1,001 1,5 2 f(x) 3 4 4,998 5, - Limite. - Conceito Intuitivo de Limite Considere função f definid pel guinte epressão: f - - Podemos obrvr que função está definid pr todos os vlores de eceto pr. Pr, tnto o numerdor qunto o denomindor

Leia mais

(x, y) dy. (x, y) dy =

(x, y) dy. (x, y) dy = Seção 7 Função Gm A expressão n! = 1 3... n (1 está definid pens pr vlores inteiros positivos de n. Um primeir extensão é feit dizendo que! = 1. Ms queremos estender noção de ftoril inclusive pr vlores

Leia mais

Prova 1 Soluções MA-602 Análise II 27/4/2009 Escolha 5 questões

Prova 1 Soluções MA-602 Análise II 27/4/2009 Escolha 5 questões Prov 1 Soluções MA-602 Análise II 27/4/2009 Escolh 5 questões 1. Sej f : [, b] R um função limitd. Mostre que f é integrável se, e só se, existe um sequênci de prtições P n P [,b] do intervlo [, b] tl

Leia mais

fundamental do cálculo. Entretanto, determinadas aplicações do Cálculo nos levam a formulações de integrais em que:

fundamental do cálculo. Entretanto, determinadas aplicações do Cálculo nos levam a formulações de integrais em que: Cpítulo 8 Integris Imprópris 8. Introdução A eistênci d integrl definid f() d, onde f é contínu no intervlo fechdo [, b], é grntid pelo teorem fundmentl do cálculo. Entretnto, determinds plicções do Cálculo

Leia mais

MAT Complementos de Matemática para Contabilidade - FEAUSP 1 o semestre de 2011 Professor Oswaldo Rio Branco de Oliveira INTEGRAL

MAT Complementos de Matemática para Contabilidade - FEAUSP 1 o semestre de 2011 Professor Oswaldo Rio Branco de Oliveira INTEGRAL MAT 103 - Complementos de Mtemátic pr Contbilidde - FEAUSP 1 o semestre de 011 Professor Oswldo Rio Brnco de Oliveir INTEGRAL Suponhmos um torneir bert em um recipiente e com velocidde de escomento d águ

Leia mais

Área entre curvas e a Integral definida

Área entre curvas e a Integral definida Universidde de Brsíli Deprtmento de Mtemátic Cálculo Áre entre curvs e Integrl definid Sej S região do plno delimitd pels curvs y = f(x) e y = g(x) e s rets verticis x = e x = b, onde f e g são funções

Leia mais

< 9 0 < f(2) 1 < 18 1 < f(2) < 19

< 9 0 < f(2) 1 < 18 1 < f(2) < 19 Resolução do Eme Mtemátic A código 6 ª fse 08.. (B) 0 P = C 6 ( )6 ( ).. (B) Como f é contínu em [0; ] e diferenciável em ]0; [, pelo teorem de Lgrnge, eiste c ]0; [tl que f() f(0) = f (c). 0 Como 0

Leia mais

Bhaskara e sua turma Cícero Thiago B. Magalh~aes

Bhaskara e sua turma Cícero Thiago B. Magalh~aes 1 Equções de Segundo Gru Bhskr e su turm Cícero Thigo B Mglh~es Um equção do segundo gru é um equção do tipo x + bx + c = 0, em que, b e c são números reis ddos, com 0 Dd um equção do segundo gru como

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR Equações Lineares na Álgebra Linear EQUAÇÃO LINEAR SISTEMA LINEAR GEOMETRIA DA ESQUAÇÕES LINEARES RESOLUÇÃO DOS SISTEMAS

ÁLGEBRA LINEAR Equações Lineares na Álgebra Linear EQUAÇÃO LINEAR SISTEMA LINEAR GEOMETRIA DA ESQUAÇÕES LINEARES RESOLUÇÃO DOS SISTEMAS EQUAÇÃO LINEAR SISTEMA LINEAR GEOMETRIA DA ESQUAÇÕES LINEARES RESOLUÇÃO DOS SISTEMAS Equção Liner * Sej,,,...,, (números reis) e n (n ) 2 3 n x, x, x,..., x (números reis) 2 3 n Chm-se equção Liner sobre

Leia mais

Introdução ao estudo de equações diferenciais

Introdução ao estudo de equações diferenciais MTDI I - 2007/08 - Introdução o estudo de equções diferenciis 63 Introdução o estudo de equções diferenciis Existe um grnde vriedde de situções ns quis se desej determinr um quntidde vriável prtir de um

Leia mais

Integral. (1) Queremos calcular o valor médio da temperatura ao longo do dia. O valor. a i

Integral. (1) Queremos calcular o valor médio da temperatura ao longo do dia. O valor. a i Integrl Noção de Integrl. Integrl é o nálogo pr unções d noção de som. Ddos n números 1, 2,..., n, podemos tomr su som 1 + 2 +... + n = i. O integrl de = té = b dum unção contínu é um mneir de somr todos

Leia mais

Teorema Fundamental do Cálculo - Parte 2

Teorema Fundamental do Cálculo - Parte 2 Universidde de Brsíli Deprtmento de Mtemátic Cálculo Teorem Fundmentl do Cálculo - Prte 2 No teto nterior vimos que, se F é um primitiv de f em [,b], então f()d = F(b) F(). Isto reduz o problem de resolver

Leia mais

Diogo Pinheiro Fernandes Pedrosa

Diogo Pinheiro Fernandes Pedrosa Integrção Numéric Diogo Pinheiro Fernndes Pedros Universidde Federl do Rio Grnde do Norte Centro de Tecnologi Deprtmento de Engenhri de Computção e Automção http://www.dc.ufrn.br/ 1 Introdução O conceito

Leia mais

ESTUDO SOBRE A INTEGRAL DE DARBOUX. Introdução. Partição de um Intervalo. Alana Cavalcante Felippe 1, Júlio César do Espírito Santo 1.

ESTUDO SOBRE A INTEGRAL DE DARBOUX. Introdução. Partição de um Intervalo. Alana Cavalcante Felippe 1, Júlio César do Espírito Santo 1. Revist d Mtemátic UFOP, Vol I, 2011 - X Semn d Mtemátic e II Semn d Esttístic, 2010 ISSN 2237-8103 ESTUDO SOBRE A INTEGRAL DE DARBOUX Aln Cvlcnte Felippe 1, Júlio Césr do Espírito Snto 1 Resumo: Este trblho

Leia mais

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2011/12 LMAC, MEFT, MEBIOM

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2011/12 LMAC, MEFT, MEBIOM AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I o SEMESTRE 0/ LMAC, MEFT, MEBIOM. Aul 6 de Setembro de 0 Apresentção. José Mtis (responsável) Págin d cdeir: https://fenix.ist.utl.pt/disciplins/cdi6/0-0/-semestre

Leia mais

MTDI I /08 - Integral de nido 55. Integral de nido

MTDI I /08 - Integral de nido 55. Integral de nido MTDI I - 7/8 - Integrl de nido 55 Integrl de nido Sej f um função rel de vriável rel de nid e contínu num intervlo rel I [; b] e tl que f (x) ; 8x [; b]: Se dividirmos [; b] em n intervlos iguis, mplitude

Leia mais

IFRN Campus Natal/Central. Prof. Tibério Alves, D. Sc. FIC Métodos matemáticos para físicos e engenheiros - Aula 02.

IFRN Campus Natal/Central. Prof. Tibério Alves, D. Sc. FIC Métodos matemáticos para físicos e engenheiros - Aula 02. IFRN Cmpus Ntl/Centrl Prof. Tibério Alves, D. Sc. FIC Métodos mtemáticos pr físicos e engenheiros - Aul 0 Séries de Fourier 3 de gosto de 08 Resumo Neste ul, vmos estudr o conceito de conjunto completo

Leia mais

Cálculo de Limites. Sumário

Cálculo de Limites. Sumário 6 Cálculo de Limites Sumário 6. Limites de Sequêncis................. 3 6.2 Exercícios Recomenddos............... 5 6.3 Limites de Funções.................. 7 6.4 Exercícios Recomenddos...............

Leia mais

Integral imprópria em R n (n = 1, 2, 3)

Integral imprópria em R n (n = 1, 2, 3) Universidde Federl do Rio de Jneiro Instituto de Mtemátic Deprtmento de Métodos Mtemáticos Integrl Imprópri Integrl imprópri em R n (n =,, 3) Autores: Angel Cássi Bizutti e Ivo Fernndez Lopez Introdução

Leia mais

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase Prov Escrit de MATEMÁTICA A - o Ano 0 - Fse Propost de resolução GRUPO I. Como comissão deve ter etmente mulheres, num totl de pessos, será constituíd por um único homem. Logo, como eistem 6 homens no

Leia mais

1 Limite - Revisão. 1.1 Continuidade

1 Limite - Revisão. 1.1 Continuidade 1 Limite - Revisão O conceito de limite de um função contribui pr nálise do comportmento d função n vizinhnç de um determindo ponto. Intuitivmente, dd um função f(x) e um ponto b que pertence o domínio

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I 2 o Teste - LEAN, MEAer, MEAmb, MEBiol, MEMec

Cálculo Diferencial e Integral I 2 o Teste - LEAN, MEAer, MEAmb, MEBiol, MEMec Cálculo Diferencil e Integrl I o Teste - LEAN, MEAer, MEAmb, MEBiol, MEMec de Junho de, h Durção: hm Apresente todos os cálculos e justificções relevntes..5 vl.) Clcule, se eistirem em R, os limites i)

Leia mais

CONJUNTOS NUMÉRICOS NOTAÇÕES BÁSICAS. : Variáveis e parâmetros. : Conjuntos. : Pertence. : Não pertence. : Está contido. : Não está contido.

CONJUNTOS NUMÉRICOS NOTAÇÕES BÁSICAS. : Variáveis e parâmetros. : Conjuntos. : Pertence. : Não pertence. : Está contido. : Não está contido. CONJUNTOS NUMÉRICOS NOTAÇÕES BÁSICAS,,... A, B,... ~ > < : Vriáveis e prâmetros : Conjuntos : Pertence : Não pertence : Está contido : Não está contido : Contém : Não contém : Existe : Não existe : Existe

Leia mais

Aspectos do Teorema Fundamental do Cálculo

Aspectos do Teorema Fundamental do Cálculo Aspectos do Teorem Fundmentl do Cálculo Luis Aduto Medeiros Conferênci proferid n Fculdde de Mtemátic - UFPA (Belém Mrço de 2008) Então porque pint? Por nd. Procuro simplesmente reproduzir o que vejo W.

Leia mais

Usando qualquer um dos métodos de primitivação indicados anteriormente, determine uma primitiva de cada uma das seguintes funções. e x e 2x + 2e x + 1

Usando qualquer um dos métodos de primitivação indicados anteriormente, determine uma primitiva de cada uma das seguintes funções. e x e 2x + 2e x + 1 Instituto Superior Técnico Deprtmento de Mtemátic Secção de Álgebr e Análise CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I LEIC-ALAMEDA o SEM. 7/8 6 FICHA DE EXERCÍCIOS I. Treino Complementr de Primitivs. CÁLCULO INTEGRAL

Leia mais

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Módulo I: Cálculo Diferencial e Integral

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Módulo I: Cálculo Diferencial e Integral Escol Superior de Agricultur Luiz de Queiroz Universidde de São Pulo Módulo I: Cálculo Diferencil e Integrl Teori d Integrção e Aplicções Professor Rent Alcrde Sermrini Nots de ul do professor Idemuro

Leia mais

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase Prov Escrit de MATEMÁTICA A - 1o Ano 017-1 Fse Propost de resolução GRUP I 1. s números nturis de qutro lgrismos que se podem formr com os lgrismos de 1 9 e que são múltiplos de, são constituídos por 3

Leia mais

TÓPICO. Fundamentos da Matemática II DERIVADA DIRECIONAL E PLANO TANGENTE8. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques

TÓPICO. Fundamentos da Matemática II DERIVADA DIRECIONAL E PLANO TANGENTE8. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques DERIVADA DIRECIONAL E PLANO TANGENTE8 TÓPICO Gil d Cost Mrques Fundmentos d Mtemátic II 8.1 Diferencil totl de um função esclr 8.2 Derivd num Direção e Máxim Derivd Direcionl 8.3 Perpendiculr um superfície

Leia mais

Fundamentos de Matemática I EFETUANDO INTEGRAIS. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques

Fundamentos de Matemática I EFETUANDO INTEGRAIS. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques EFETUANDO INTEGRAIS 7 Gil d Cost Mrques Fundmentos de Mtemátic I 7. Introdução 7. Algums Proprieddes d Integrl Definid Propriedde Propriedde Propriedde Propriedde 4 7. Um primeir técnic de Integrção 7..

Leia mais

FÓRMULA DE TAYLOR USP MAT

FÓRMULA DE TAYLOR USP MAT FÓRMULA DE TAYLOR USP MAT 5 SEVERINO TOSCANO DO REGO MELO. Polinômios de Tylor A ret tngente o gráfico de um função f derivável em um ponto define função de primeiro gru que melhor proxim função em pontos

Leia mais

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2007/08 LCEIC-TAGUS, LCERCI, LCEGI E LCEE

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2007/08 LCEIC-TAGUS, LCERCI, LCEGI E LCEE AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I o SEMESTRE 007/08 LCEIC-TAGUS, LCERCI, LCEGI E LCEE MIGUEL ABREU. Aul 6 de Setembro de 007 Apresentção. Miguel Abreu (responsável)

Leia mais

1. Conceito de logaritmo

1. Conceito de logaritmo UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA Logritmos Prof.: Rogério

Leia mais

Conjuntos Numéricos. Conjuntos Numéricos

Conjuntos Numéricos. Conjuntos Numéricos UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA.. Proprieddes dos números

Leia mais

Aula 27 Integrais impróprias segunda parte Critérios de convergência

Aula 27 Integrais impróprias segunda parte Critérios de convergência Integris imprópris segund prte Critérios de convergênci MÓDULO - AULA 7 Aul 7 Integris imprópris segund prte Critérios de convergênci Objetivo Conhecer dois critérios de convergênci de integris imprópris:

Leia mais

1 Definição de integral (definida) de Riemann

1 Definição de integral (definida) de Riemann 1 Definição de integrl (definid) de Riemnn Sej seguir sempre f : [, b] R limitd (com [, b] limitdo); logo existem m, M tis que m f(x) M. Definição: chmmos Prtição de [, b] um conjunto finito de pontos

Leia mais

3. Cálculo integral em IR 3.1. Integral Indefinido 3.1.1. Definição, Propriedades e Exemplos

3. Cálculo integral em IR 3.1. Integral Indefinido 3.1.1. Definição, Propriedades e Exemplos 3. Cálculo integrl em IR 3.. Integrl Indefinido 3... Definição, Proprieddes e Exemplos A noção de integrl indefinido prece ssocid à de derivd de um função como se pode verificr prtir d su definição: Definição

Leia mais

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2017/18 MEAER

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2017/18 MEAER AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I o SEMESTRE 07/8 MEAER. Aul Apresentção. José Mtis (responsável) Págin d cdeir: https://fenix.tecnico.ulisbo.pt/disciplins/cdi7/07-08/-semestre

Leia mais

FUNÇÕES. Funções. TE203 Fundamentos Matemáticos para a Engenharia Elétrica I. TE203 Fundamentos Matemáticos para a Engenharia Elétrica I

FUNÇÕES. Funções. TE203 Fundamentos Matemáticos para a Engenharia Elétrica I. TE203 Fundamentos Matemáticos para a Engenharia Elétrica I FUNÇÕES DATA //9 //9 4//9 5//9 6//9 9//9 //9 //9 //9 //9 6//9 7//9 8//9 9//9 //9 5//9 6//9 7//9 IBOVESPA (fechmento) 8666 9746 49 48 4755 4 47 4845 45 467 484 9846 9674 97 874 8 88 88 DEFINIÇÃO Um grndez

Leia mais

Teorema Fundamental do Cálculo - Parte 1

Teorema Fundamental do Cálculo - Parte 1 Universidde de Brsíli Deprtmento de Mtemátic Cálculo Teorem Fundmentl do Cálculo - Prte Neste texto vmos provr um importnte resultdo que nos permite clculr integris definids. Ele pode ser enuncido como

Leia mais

Progressões Aritméticas

Progressões Aritméticas Segund Etp Progressões Aritmétics Definição São sequêncis numérics onde cd elemento, prtir do segundo, é obtido trvés d som de seu ntecessor com um constnte (rzão).,,,,,, 1 3 4 n 1 n 1 1º termo º termo

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Resumo. Nesta aula, utilizaremos o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) para o cálculo da área entre duas curvas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Resumo. Nesta aula, utilizaremos o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) para o cálculo da área entre duas curvas. CÁLCULO L1 NOTAS DA DÉCIMA SÉTIMA AULA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Resumo. Nest ul, utilizremos o Teorem Fundmentl do Cálculo (TFC) pr o cálculo d áre entre dus curvs. 1. A áre entre dus curvs A

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Funções denidas por uma integral

CÁLCULO I. 1 Funções denidas por uma integral CÁLCULO I Prof. Mrcos Diniz Prof. André Almeid Prof. Edilson Neri Júnior Prof. Emerson Veig Prof. Tigo Coelho Aul n o 26: Teorem do Vlor Médio pr Integris. Teorem Fundmentl do Cálculo II. Funções dds por

Leia mais

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES PROF. JORGE WILSON

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES PROF. JORGE WILSON MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES PROF. JORGE WILSON PROFJWPS@GMAIL.COM MATRIZES Definição e Notção... 11 21 m1 12... 22 m2............ 1n.. 2n. mn Chmmos de Mtriz todo conjunto de vlores, dispostos

Leia mais

Recordando produtos notáveis

Recordando produtos notáveis Recordndo produtos notáveis A UUL AL A Desde ul 3 estmos usndo letrs pr representr números desconhecidos. Hoje você sbe, por exemplo, que solução d equção 2x + 3 = 19 é x = 8, ou sej, o número 8 é o único

Leia mais

equação paramêtrica/vetorial da curva: a lei γ(t) =... Dizemos que a curva é fechada se I = [a, b] e γ(a) = γ(b).

equação paramêtrica/vetorial da curva: a lei γ(t) =... Dizemos que a curva é fechada se I = [a, b] e γ(a) = γ(b). 1 Lembrete: curvs Definição Chmmos Curv em R n : um função contínu : I R n onde I R é intervlo. (link desenho curvs) Definimos: Trço d curv: imgem equção prmêtric/vetoril d curv: lei (t) =... Dizemos que

Leia mais

Comprimento de arco. Universidade de Brasília Departamento de Matemática

Comprimento de arco. Universidade de Brasília Departamento de Matemática Universidde de Brsíli Deprtmento de Mtemátic Cálculo Comprimento de rco Considerefunçãof(x) = (2/3) x 3 definidnointervlo[,],cujográficoestáilustrdo bixo. Neste texto vmos desenvolver um técnic pr clculr

Leia mais

Lista 5: Geometria Analítica

Lista 5: Geometria Analítica List 5: Geometri Anlític A. Rmos 8 de junho de 017 Resumo List em constnte tulizção. 1. Equção d elipse;. Equção d hiperból. 3. Estudo unificdo ds cônics não degenerds. Elipse Ddo dois pontos F 1 e F no

Leia mais

1 Funções reais de variável real: generalidades e exemplos. 2 Funções reais de variável real: limites e continuidade. 3 Cálculo diferencial em R

1 Funções reais de variável real: generalidades e exemplos. 2 Funções reais de variável real: limites e continuidade. 3 Cálculo diferencial em R Índice Cálculo I Engenhri Electromecânic Funções reis de vriável rel: generliddes e eemplos Funções reis de vriável rel: ites e continuidde 3 Cálculo diferencil em R António Bento Deprtmento de Mtemátic

Leia mais

IME MATEMÁTICA. Questão 01. Calcule o número natural n que torna o determinante abaixo igual a 5. Resolução:

IME MATEMÁTICA. Questão 01. Calcule o número natural n que torna o determinante abaixo igual a 5. Resolução: IME MATEMÁTICA A mtemátic é o lfbeto com que Deus escreveu o mundo Glileu Glilei Questão Clcule o número nturl n que torn o determinnte bixo igul 5. log (n ) log (n + ) log (n ) log (n ) Adicionndo s três

Leia mais

Prof. Ms. Aldo Vieira Aluno:

Prof. Ms. Aldo Vieira Aluno: Prof. Ms. Aldo Vieir Aluno: Fich 1 Chmmos de mtriz, tod tbel numéric com m linhs e n coluns. Neste cso, dizemos que mtriz é do tipo m x n (onde lemos m por n ) ou que su ordem é m x n. Devemos representr

Leia mais

Do programa... 2 Descobre o teu livro... 4

Do programa... 2 Descobre o teu livro... 4 Índice Do progrm........................................... Descobre o teu livro....................................... 4 Atividde zero: Record.................................. 6 1. T de vrição e otimizção...........................

Leia mais

Notação. Se u = u(x, y) é uma função de duas variáveis, representamos por u, ou ainda, por 2 u a expressão

Notação. Se u = u(x, y) é uma função de duas variáveis, representamos por u, ou ainda, por 2 u a expressão Seção 20: Equção de Lplce Notção. Se u = u(x, y) é um função de dus vriáveis, representmos por u, ou ind, por 2 u expressão u = 2 u = u xx + u yy, chmd de lplcino de u. No cso de função de três vriáveis,

Leia mais

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2009/10 MEC & LEGM

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2009/10 MEC & LEGM AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I o SEMESTRE 009/0 MEC & LEGM MIGUEL ABREU E RUI LOJA FERNANDES. Aul de Setembro de 009 Apresentção. Rui Loj Fernndes (responsável)

Leia mais

Aula 5 Plano de Argand-Gauss

Aula 5 Plano de Argand-Gauss Ojetivos Plno de Argnd-Guss Aul 5 Plno de Argnd-Guss MÓDULO - AULA 5 Autores: Celso Cost e Roerto Gerldo Tvres Arnut 1) presentr geometricmente os números complexos ) Interpretr geometricmente som, o produto

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA ANÁLISE MATEMÁTICA Edurdo Brietzke Neuz Kzuko Kkut Pulo Ricrdo d Silv SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - 26 1 INTRODUÇÃO Este texto surgiu ds nots de uls

Leia mais

Folhas. Cálculo Diferencial e Integral I MEEC, MEAmb 2 o semestre 2008/09

Folhas. Cálculo Diferencial e Integral I MEEC, MEAmb 2 o semestre 2008/09 Folhs Cálculo Diferencil e Integrl I MEEC, MEAmb 2 o semestre 2008/09 Miguel Abreu Rui Loj Fernndes Mnuel Ricou Deprtmento de Mtemátic Instituto Superior Técnico 28 de Agosto de 2009 DMIST - 2008 Conteúdo

Leia mais

16.4. Cálculo Vetorial. Teorema de Green

16.4. Cálculo Vetorial. Teorema de Green ÁLULO VETORIAL álculo Vetoril pítulo 6 6.4 Teorem de Green Nest seção, prenderemos sore: O Teorem de Green pr váris regiões e su plicção no cálculo de integris de linh. INTROUÇÃO O Teorem de Green fornece

Leia mais

Trigonometria FÓRMULAS PARA AJUDÁ-LO EM TRIGONOMETRIA

Trigonometria FÓRMULAS PARA AJUDÁ-LO EM TRIGONOMETRIA Trigonometri é o estudo dos triângulos, que contêm ângulos, clro. Conheç lgums regrs especiis pr ângulos e váris outrs funções, definições e trnslções importntes. Senos e cossenos são dus funções trigonométrics

Leia mais

Introdução à Integral Definida. Aula 04 Matemática II Agronomia Prof. Danilene Donin Berticelli

Introdução à Integral Definida. Aula 04 Matemática II Agronomia Prof. Danilene Donin Berticelli Introdução à Integrl Definid Aul 04 Mtemátic II Agronomi Prof. Dnilene Donin Berticelli Áre Desde os tempos mis ntigos os mtemáticos se preocupm com o prolem de determinr áre de um figur pln. O procedimento

Leia mais

Função Modular. x, se x < 0. x, se x 0

Função Modular. x, se x < 0. x, se x 0 Módulo de um Número Rel Ddo um número rel, o módulo de é definido por:, se 0 = `, se < 0 Observção: O módulo de um número rel nunc é negtivo. Eemplo : = Eemplo : 0 = ( 0) = 0 Eemplo : 0 = 0 Geometricmente,

Leia mais

Matrizes. Matemática para Economistas LES 201. Aulas 5 e 6 Matrizes Chiang Capítulos 4 e 5. Márcia A.F. Dias de Moraes. Matrizes Conceitos Básicos

Matrizes. Matemática para Economistas LES 201. Aulas 5 e 6 Matrizes Chiang Capítulos 4 e 5. Márcia A.F. Dias de Moraes. Matrizes Conceitos Básicos Mtemátic pr Economists LES uls e Mtrizes Ching Cpítulos e Usos em economi Mtrizes ) Resolução sistems lineres ) Econometri ) Mtriz Insumo Produto Márci.F. Dis de Mores Álgebr Mtricil Conceitos Básicos

Leia mais

Cálculo integral. 4.1 Preliminares

Cálculo integral. 4.1 Preliminares Cpítulo 4 Cálculo integrl 4. Preinres Considere um decomposição do intervlo [, ] R em su-intervlos d orm [x, x ], [x, x ],..., [x n, x n ], onde = x < x < < x n < x n = e n N. Por um questão de simplicidde,

Leia mais

Teorema 1. Seja A um anel comutativo. Então A é um domínio de integridade se e somente se A é isomorfo a um subanel de um corpo.

Teorema 1. Seja A um anel comutativo. Então A é um domínio de integridade se e somente se A é isomorfo a um subanel de um corpo. 1. Domínios Um domínio de integridde (ou simplesmente domínio) é um nel comuttivo unitário A tl que se, b A e b = 0 então = 0 ou b = 0. Por exemplo Z e Z[X] são domínios e mis em gerl se A é um domínio

Leia mais

Resposta: Basta fazer integração por partes. Seja j = 1 (para j 1, o argumento é o mesmo). Logo. i x 1. lim. lim. (R n ), temos.

Resposta: Basta fazer integração por partes. Seja j = 1 (para j 1, o argumento é o mesmo). Logo. i x 1. lim. lim. (R n ), temos. LISTA DE EXECÍCIOS 5 - TEOIA DAS DISTIBUIÇÕES E ANÁLISE DE OUIE MAP 57-4 PO: PEDO T P LOPES WWWIMEUSPB/ PPLOPES/DISTIBUICOES Os eercícios seguir form seleciondos do livro do Duistermt e Kolk denotdo por

Leia mais

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2014/15 LMAC, MEBIOM, MEFT MIGUEL ABREU E RUI LOJA FERNANDES

AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1 o SEMESTRE 2014/15 LMAC, MEBIOM, MEFT MIGUEL ABREU E RUI LOJA FERNANDES AULAS TEÓRICAS DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I o SEMESTRE 04/5 LMAC, MEBIOM, MEFT MIGUEL ABREU E RUI LOJA FERNANDES. Aul 5 de Setembro de 04 Apresentção. Miguel Abreu (responsável)

Leia mais

Thomas Kahl 2008/2009

Thomas Kahl 2008/2009 Análise Mtemátic Thoms Khl 2008/2009 Conteúdo 1 Cálculo diferencil em R 3 1.1 Preliminres................................... 3 1.1.1 Subconjuntos de R........................... 3 1.1.2 Funções.................................

Leia mais

Tópicos de Física Clássica I Aula 3

Tópicos de Física Clássica I Aula 3 Tópicos de Físic Clássic I Aul 3 c tort As equções de Euler (1744) e Lgrnge (1755) O cálculo vricionl ou de vrições foi introduzido por Leonhrd Euler com publicção do seu livro Methodus inveniendi lines

Leia mais

Interpretação Geométrica. Área de um figura plana

Interpretação Geométrica. Área de um figura plana Integrl Definid Interpretção Geométric Áre de um figur pln Interpretção Geométric Áre de um figur pln Sej f(x) contínu e não negtiv em um intervlo [,]. Vmos clculr áre d região S. Interpretção Geométric

Leia mais

Atividade Prática como Componente Curricular

Atividade Prática como Componente Curricular Universidde Tecnológic Federl do Prná Gerênci de Ensino e Pesquis Deprtmento Acdêmico de Mtemátic Atividde Prátic como Componente Curriculr - Propost - Nome: Mtrícul: Turm: Justique su respost, explicitndo

Leia mais

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x?

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x? INTEGRAIS DEFINIDAS O Prolem d Áre Como determinr áre d região S que está so curv y = f(x) e limitd pels rets verticis x =, x = e pelo eixo x? Um idei é proximrmos região S utilizndo retângulos e depois

Leia mais

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x?

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x? INTEGRAIS DEFINIDAS O Prolem d Áre Como determinr áre d região S que está so curv y = f(x) e limitd pels rets verticis x =, x = e pelo eixo x? Um idei é proximrmos região S utilizndo retângulos e depois

Leia mais

Matemática para Economia Les 201. Aulas 28_29 Integrais Luiz Fernando Satolo

Matemática para Economia Les 201. Aulas 28_29 Integrais Luiz Fernando Satolo Mtemátic pr Economi Les 0 Auls 8_9 Integris Luiz Fernndo Stolo Integris As operções inverss n mtemátic: dição e sutrção multiplicção e divisão potencição e rdicição A operção invers d diferencição é integrção

Leia mais

1 INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA EM CAMPOS DE GALOIS GF(2 m )

1 INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA EM CAMPOS DE GALOIS GF(2 m ) INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA EM CAMPOS DE GALOIS GF m.. INTRODUÇÃO O propósito deste texto é presentr conceitução básic d álgebr em Cmpos de Glois. A bordgem usd pr presentção deste ssunto é descritiv e com vários

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Ministério da Educação

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Ministério da Educação SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Ministério d Educção Universidde Federl do Rio Grnde Universidde Abert do Brsil Administrção Bchreldo Mtemátic pr Ciêncis Sociis Aplicds I Rodrigo Brbos Sores . Mtrizes:.. Introdução:

Leia mais

P R O P O S T A D E R E S O L U Ç Ã O D O E X A M E T I P O 3

P R O P O S T A D E R E S O L U Ç Ã O D O E X A M E T I P O 3 P R O P O S T A D E R E S O L U Ç Ã O D O E X A M E T I P O 3 GRUPO I ITENS DE ESCOLHA MÚLTIPLA 1. O número de csos possíveis é. Como se pretende que o número sej pr, então pr o lgrismo ds uniddes existem

Leia mais

CAPÍTULO 5 - ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS FUNÇÕES

CAPÍTULO 5 - ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS FUNÇÕES CAPÍTULO 5 - ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS FUNÇÕES 5.- Teorems Fundmentis do Cálculo Diferencil Os teorems de Rolle, de Lgrnge, de Cuch e regr de L Hospitl são os qutro teorems fundmentis do cálculo diferencil

Leia mais

Universidade Federal do Paraná. Notas de aula. (ainda em preparação!) Análise na Reta. Higidio Portillo Oquendo.

Universidade Federal do Paraná. Notas de aula. (ainda em preparação!) Análise na Reta. Higidio Portillo Oquendo. Universidde Federl do Prná Nots de ul (ind em preprção!) Análise n Ret Higidio Portillo Oquendo http://people.ufpr.br/ higidio Últim tulizção: de novembro de 206 Sumário Preliminres 4. Conjuntos e Funções.................................

Leia mais

Propriedades Matemáticas

Propriedades Matemáticas Proprieddes Mtemátics Guilherme Ferreir guifs2@hotmil.com Setembro, 2018 Sumário 1 Introdução 2 2 Potêncis 2 3 Rízes 3 4 Frções 4 5 Produtos Notáveis 4 6 Logritmos 5 6.1 Consequêncis direts d definição

Leia mais

Integral de Kurzweil para funções a valores em um espaço de Riesz - uma introdução. Giselle Antunes Monteiro

Integral de Kurzweil para funções a valores em um espaço de Riesz - uma introdução. Giselle Antunes Monteiro Integrl de Kurzweil pr funções vlores em um espço de Riesz - um introdução Giselle Antunes Monteiro DISSERTAÇÃO APRESENTADA AO INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PARA OBTENÇÃO

Leia mais

Aula 20 Hipérbole. Objetivos

Aula 20 Hipérbole. Objetivos MÓDULO 1 - AULA 20 Aul 20 Hipérbole Objetivos Descrever hipérbole como um lugr geométrico. Determinr su equção reduzid no sistem de coordends com origem no ponto médio entre os focos e eixo x como o eixo

Leia mais

EQUAÇÃO DO 2 GRAU. Seu primeiro passo para a resolução de uma equação do 2 grau é saber identificar os valores de a,b e c.

EQUAÇÃO DO 2 GRAU. Seu primeiro passo para a resolução de uma equação do 2 grau é saber identificar os valores de a,b e c. EQUAÇÃO DO GRAU Você já estudou em série nterior s equções do 1 gru, o gru de um equção é ddo pelo mior expoente d vriável, vej lguns exemplos: x + = 3 equção do 1 gru já que o expoente do x é 1 5x 8 =

Leia mais

Aprender o conceito de vetor e suas propriedades como instrumento apropriado para estudar movimentos não-retilíneos;

Aprender o conceito de vetor e suas propriedades como instrumento apropriado para estudar movimentos não-retilíneos; Aul 5 Objetivos dest Aul Aprender o conceito de vetor e sus proprieddes como instrumento proprido pr estudr movimentos não-retilíneos; Entender operção de dição de vetores e multiplicção de um vetor por

Leia mais

Material envolvendo estudo de matrizes e determinantes

Material envolvendo estudo de matrizes e determinantes E. E. E. M. ÁREA DE CONHECIMENTO DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS PROFESSORA ALEXANDRA MARIA º TRIMESTRE/ SÉRIE º ANO NOME: Nº TURMA: Mteril envolvendo estudo de mtrizes e determinntes INSTRUÇÕES:. Este

Leia mais