Artigo Aprovado em pela Comissão Organizadora da 1ª Conferencia 1 Internacional pelo Centro de Economia e Gestão da UEM
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- Maria das Neves Martini Paranhos
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1 Arigo Aprovado em pela Comissão Organizadora da 1ª Conferencia 1 Inernacional pelo Cenro de Economia e Gesão da UEM Análise da Convergência Macroeconómica dos Esados Membros da SADC Ibraimo Hassane Mussagy 2 (PhD), Professor Associado. imussagy@ucm.ac.mz Universidade Caólica de Moçambique-Faculdade de Economia e Gesão Av. Eduardo Mondlane, 149 Pona-Gêa, PO box 149, Beira RESUMO As eorias de crescimeno económico em ajudado a explicar as diferenças na aceleração do crescimeno económico enre as várias economias e regiões. Ese rabalho desaca a exisência das eóricas de convergência e aplica a mesma no conexo da inegração regional da SADC. Concreamene, foram exraídos os indicadores de convergência macroeconómica dos países da região desacados no proocolo específico relaivo as Finanças e Invesimeno da SADC. O indicador usado para fazer as análises foi o crescimeno económico no período compreendido enre A análise dese indicador eseve assene no modelo de convergência desenhado por Barro e Sala-I-Marin (1992). Porano, usando o produo real per capia dos 15 Esados membros da SADC, correu-se o modelo empírico e esou-se a exisência ou não de bea-convergência e sigma-convergência. Os resulados enconrados nos dois casos foi revelador da inexisência da convergência económica enre os países da SADC, ou seja, os países que deinham inicialmene o produo real per capia baixo, apresenaram uma média de crescimeno mais baixa em relação a média de crescimeno dos países que deinham o produo real per capia elevado no final do período. Conclui-se que as desigualdades enre os países da região aumenou. Palavras-chaves: Bea-convergência, Sigma-convergência, Crescimeno Económico, SADC. ABSTRACT Economic growh heories have helped o explain he differences on he rae of economic growh beween several economies and regions. This paper highlighs convergence heories and applies hese heories in he conex of SADC regional inegraion. Specifically, he macroeconomic convergence indicaors were exraced from he Finance and Invesmen Proocol. The paper applies he economic growh indicaor o perform he analysis under he period of The analysis of his indicaor was based on he convergence model developed by Barro and Sala-I-Marin (1992). Therefore, using he real income per capia of he 15 Member Saes of he SADC, he empirical model was esimaed and i was esed for bea-convergence and sigma-convergence. The resuls in boh cases revealed he lack of economic convergence among SADC counries, ha is o say, counries ha iniially held low real income per capia, had a lower average growh compared o average growh of counries held high real income per capia a he end of he period. I concludes ha inequaliies beween he counries in he region have increased. Key Words: Bea-convergence, Sigma-convergence, Economic Growh, SADC. 1 Agradeço os comenários dos inerveniene da conferencia, mas faço aqui um especial agradecimeno aos comenários feios pelos Professores José Chichava, Fernando Ferrari Filho e Faizal Carsane com visa a melhorar o paper. 2 É Douorado em Economia de Desenvolvimeno e Coordena o Douorameno em Economia na Faculdade de Economia e Gesão e é Subdirecor da REID. 1
2 1. INTRODUÇÃO 1.1.Convergência Económica As eorias neoclássicas de crescimeno económico em analisado a evolução do crescimeno económico das economias, parindo de um conjuno de variáveis endógenas que visam explicar as diferenças na aceleração do crescimeno económico. Ramsey (1928), Solow (1956) e Swan (1956) foram os percursos nesa área ao conceberem modelos que permiiam ver os efeios da relação enre a acumulação de capial e a poupança no crescimeno econômico. A principal conclusão que os modelos neoclássicos chegaram foi a de que, parindo de uma cera doação de facores produivos endo em cona a função de produção, os níveis de renda dos diferenes países ende a convergir no médio e longo prazo. Mesmo olhando para ese assuno durane varias décadas, foi durane os anos de 1980 que o debae sobre a convergência começa a desperar a aenção. Sem desacar odas as conribuições, o rabalho de Baumol (1986) veio a moivar esudos com o inuio de examinar a hipóese de convergência a nível inernacional. Duma forma simplória, podemos definir a convergência econômica, como sendo uma endência igualiária raçado pelo produo de diferenes economias ainda que esas param de siuações inicias diferenes iniciais 3. Desacam-se aqui que os países de produo per capia baixo que endem a desenvolver as suas economias de conhecimeno, em função das práicas das economias desenvolvidas. Iso lhes permie aproximar dos níveis de prosperidade e desempenho dos países desenvolvidos. Xavier Sala-i-Marin (1996) 4 apresenam com dealhe os vários ipos de convergência económica. Noe que, aqui nós referimos a um ipo convergência específica. O ermo poderá ser empregue em vários conexos. 1.2.Inegração Regional A convergência económica em enão esado no foco das discussões sobre o foralecimeno e o cumprimeno das meas esabelecidas pela inegração regional da Comunidade para o Desenvolvimeno da África Ausral (SADC). A SADC foi insiuída 3 Adopamos a discussão écnica do conceio de convergência económica mais adiane 4 hp:// 2
3 em 1992, quando 12 países da África Ausral, reunidos em Windhoek (Namíbia), assinaram o ao de criação da Comunidade. E hoje ela cona com os seguines Esados membros: Angola, Boswana, RD Congo, Lesoho, Madagáscar, Malaw Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Africa de Sul, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. O processo de inegração da região da SADC foi feio pelos países próximo da região da Africa Ausral onde os mesmos se enconram com diferenças esruurais ainda marcanes. A facilidade e a proximidade geográfica aparece como uma dos pilares da inegração. Uma das esraégias adoadas Esados membros foi a esruuração da SADC num esquema em que cada país se responsabiliza por deerminada coordenação seorial, como ranspores, recursos hídricos, elecomunicações, ec. Em ermos concreos, os principais objeivos da Zona de Livre Comércio (ZCL) da SADC baseiam-se em proocolos de desenvolvimeno e crescimeno econômico. Em 24 de Agoso de 1996 em Lesoo, foi assinado o Proocolo Comercial. Os objeivos dese proocolo são os seguines: 1. Fomenar a liberalização do comércio inra-regional; 2. Garanir uma produção eficaz denro da SADC; 3. Conribuir para criação de um ambiene favorável ao invesimeno; 4. Incremenar o desenvolvimeno económico e indusrialização da região, e 5. Esabelecer uma ZCL na região da SADC. Em Agoso de 2004 em Arusha é lançado o Plano Esraégica Indicaivo de Desenvolvimeno Regional (RISDP). O RISDP é um plano esraégico de 15 anos aprovado pelos Esados membros da SADC, em 2003, como um modelo para a inegração e desenvolvimeno regional, acualmene em revisão, como pare dos esforços para realinhar agenda de desenvolvimeno da região com a dinâmica global emergene. As principais meas desacadas, inicialmene, pelo RISDP para a para a liberalização do comércio foram: 1. Criação da zona de livre comércio em 2008 (o maior passo dado); 2. A criação de uma união aduaneira em 2010; 3. O esabelecimeno do mercado comum da SADC em 2015; 3
4 4. A união moneária em e a 5. A inrodução da moeda única em 2018 Em 31 de Julho de 2001 foi assinado o Memorandum de Enendimeno que deu origem ao programa de convergência Macroeconómica e especificado no proocolo específico relaivo as Finanças e Invesimeno (FIP) da SADC. Ese proocolo criou a base legal para promover a harmonização das políicas financeiras e de invesimeno nos Esados membros da SADC. Refira-se que nem odos os países aderirem inicialmene o proocolo (Minisério das Finanças, 2008). Porém, as bases para a operacionalização do FIP da SADC definia os seguines indicadores e meas de convergência: Indicadores primários: inflação média anual, saldo fiscal em percenagem do produo e dívida pública em percenagem do produo inerno bruo (PIB). Tabela 1: Meas de Convergências Macroeconómica Indicadores Taxa de Inflação 1 Dígio 5% 3% Défice/PIB 5% 3% 3-1% Divida/PIB 60% 60% 60% Cona Correne/PIB 9% 9% 3% Fone: SADC (2004) Indicadores secundários: axa de crescimeno do PIB, reservas exernas (meses de coberura de imporação), crédios do Banco Cenral ao governo, saldo da cona correne, poupança inerna e invesimeno inerno. Tabela 2: Ouras Meas de Convergências Macroeconómica Indicadores Crescimeno Económico 7% 7% 7% Reservas Exernas (Meses e coberura de imporações) Ainda que já exisa uma sede para o Banco Cenral da Região, esa mea não foi cumprida e não se avinha fácil o seu cumprimeno. 4
5 Crédio do Banco Cenral ao Governo (% de Receias) 10% 5% 5% Poupanças Inerno (% PIB) 25% 30% 30% Invesimeno Inerno (% PIB) 30% 30% 30% Fone: SADC (2004) Ao longo dos 32 anos de sua exisência a SADC regisou progressos assinaláveis na criação de plaaformas de cooperação regional no domínio de finanças públicas e do secor financeiro. Conudo, a inegração regional não escapou as críicas pelos insucessos enconrados. Alguns analisas aponavam que a inegração regional somene iria beneficiar os países mais ricos da região. É uma realidade que nem odos os países aingiram os níveis de crescimeno desejados com a inegração regional e que nalguns casos os desequilíbrios se acenuaram. A persisência dos mesmos fez com que alguns países aderissem alguns proocolos mais arde e algumas meas deixaram de ser realizadas. Desacamos aqui a mea esabelecida pelo RISDP sobre a união moneária em Objecivo do rabalho Para uma análise mais apurada sobre os efeios da inegração regional da SADC, orna-se necessária a avaliação dos indicadores primários e secundários esabelecidos como meas macroeconómicas de convergência no RISDP. Conudo, nese caso, analisaremos somene um dos indicadores de convergência macroeconómica. Olharemos para indicador secundário referene a axa de crescimeno do PIB. Não se raa de fazer uma análise gráfica comparaiva das axas de crescimeno do PIB, raa-se de adopar o modelo de bea ( ) convergência e sigma ( ) convergência para verificar se a hipóese de convergência no período em análise é relaxada nos Esados membros da SADC. Assim no presene rabalho, adopamos o modelo proposo por Barro e Sala-I- Marin (1992) para analisar a convergência absolua para os Esados membros da SADC. Porano, não obsane algumas siuações que envolveram alguns Esados membros, achamos por bem incluir os 15 Esados membros durane o período em 5
6 análise que vai desde Com esa opção pensamos enconrar a represenaividade na amosra e er uma visão mais realísica do processo de convergência económica dos Esados membros da SADC. 2.REVISÃO DA LITERATURA 2.1.Teoria Neoclássica de Crescimeno Em 1956, Solow apresenava o seu rabalho que viria a influenciar a correne dos modelos de crescimeno. Ele acrescena que para explicar o crescimeno económico conínuo que se verifica na maior pare dos países, precisamos incluir o crescimeno demográfico e o crescimeno ecnológico. Doura forma, ele considera a produção como função apenas do esoque de capial e de rabalho e considera que o progresso ecnológico, consane e exógeno, é a variável que explica o crescimeno. O modelo de crescimeno de Solow mosra que a axa de poupança é o principal deerminane de esoque de capial no seady-sae. Países com ala axa de poupança endem a crescer no curo prazo e no longo prazo endem a convergir para alas axas de crescimeno do produo per capia. Usando a função de produção de Cobb-Douglas com rendimeno consanes a escala: Y K L (1) Onde: Y é função de produção, K é o capial e L o rabalho. e a inensidade dos facores. Igualando a função de invesimeno a depreciação, eremos: K 1 K K K sf δ L L L (2) Onde: s é a proporção da poupança e é a depreciação. A parir desa condição do seady-sae, podemos enconrar enão o produo por rabalhado e o capial por rabalhador nesse esado. 6 RD Congo e Seicheles Racificaram o Proocolo Comercial em 2000 e Madagáscar foi formalmene readmia a organização em
7 2.2.Convergências Económica Baumol (1986) desenvolve um rabalho empírico influenciado pela correne neoclássica e enconra convergência de renda absolua enre os países da sua amosra. Uma das principais razões para iso seria a lei dos rendimenos decrescenes, que implicaria em uma menor remuneração do capial onde ele fosse mais abundane. Depois deses feios, diversas écnicas e aprimoramenos foram proposos com o inuio de se esar a evolução do produo per capia de países ou regiões convergiam. Nessas novas eorias, foram surgindo ouras caracerísicas para além do esoque de capial e de força de rabalho. A convergência do produo per capia passa a ser analisada condicionalmene, ou seja, cada região convergeria para o seu próprio seady-sae. Barro e Sala-I-Marin (1992) argumena que os países iriam convergir no produo e na produividade enre as regiões. Uma das causas aponadas para essa convergência seria a imiação que permiiria as regiões mais pobres alcançassem os níveis ecnológicos das regiões mais desenvolvidas. Porano, Barro e Sala-I-Marin (1992) formalizam que a predição da convergência das diversas economias passaria a ser realizado essencialmene pela β -convergência e -convergência Bea Convergência Convergência bea-absolua Para Barro e Sala-I-Marin (1992) a convergência bea-absolua deermina que as economias inicialmene mais pobres endem a maner uma rajeória de crescimeno mais elevado do que as mais ricas. Esa condição é dada pelo crescimeno anual do produo de uma região: log( y / y ) / T, T i T (3) Onde: represena o crescimeno económico anual do produo da economia enre os anos e +T. Dai que, para a consrução de um modelo empírico a função (3) é logarimizada dando origem a seguine regressão simples: 7
8 log( y ) i,, T (4) No final verifica-se o resulado enconrado no parâmero ( β ) da regressão. Se, em um ese economérico, for enconrado um coeficiene bea maior do que zero, caracerizará uma siuação de convergência absolua enre o produo real per capia das economias Convergência Bea-Condicional A convergência bea-condicional supõe que as economias diferem, além de em seus níveis iniciais de capial, ambém nos seus níveis iniciais de ecnologia, nas suas propensões a poupar e nas suas axas de crescimeno populacional. Nese caso, a axa de crescimeno de cada economia esá posiivamene relacionada com a disância do seu seady-sae, quano mais disane, maior será o rimo de crescimeno. Nese caso, as economias mais desenvolvidas esão próximas do seu seady-sae e consequenemene iriam crescer mais lenamene. Porano, aqui percebe-se que os países mais pobres deém menos capial. Parindo do pressuposo de Barro e Sala-I-Marin (1992), eses iriam crescer mais rapidamene do que aquelas que deém maiores esoques de capial. Nesse mesmo senido, uma forma alernaiva de se esudar a convergência do produo de diferenes economias é pela definição da convergência por clubes, iso é, pela écnica de se selecionar uma amosra de economias de caracerísicas semelhanes por hipóese, com esados esacionários próximos, iso é, com uma esruura de insiuições, doações ecnológicas e preferências dos agenes econômicos relaivamene homogênea Sigma Convergência Uma oura forma proposa por Barro e Sala-I-Marin (1992) de analisar a convergência económica é a de esimar a convergência sigma. Esa hipóese esabelece que um grupo de economias converge se a dispersão de seu nível de produo real per capia ende a decrescer ao longo do empo. Esa hipóese pode ser apresenada com a seguine condição: (5)
9 Onde: e +1, denoam o empo (anes e depois) Noas Finais Podemos afirmar que, quando a correlação parcial enre a axa de crescimeno da renda real per capia e o nível de renda real inicial é negaivo, diz-se que há β - convergência e quando a dispersão do produo real per capia enre um grupo de economias se reduz ao longo do empo, diz-se que ocorre a -convergência Teoricamene, a conexão enre β -convergência e a -convergência se dá devido aos reornos decrescenes do capial. Havendo al especificidade, a β - convergência e a -convergência necessariamene devem ocorre. A -convergência, enreano, poderia ser violada devido ao que se conhece por polarização ou devido a fenômenos de curo prazo capazes de levar uma economia, ou grupos de economias, a sua posição de seady-sae de modo mais acelerado do que as demais. Barro e Sala-I-Marin (1991) sugerem que β -convergência é uma condição necessária, mas não suficiene, para que ocorra a -convergência. Enreano, - convergência é somene uma condição suficiene (mas não necessária) para a exisência da β -convergência. Podemos represenar da seguine forma: β, mas β (6) 3.METODOLOGIA 3.1. Bea Convergência Da discussão emergene aé aqu verifica-se que dois conceios de convergência aparecem na lieraura clássica. Esas são a β -convergência e a - convergência. Dissemos que exise uma convergência absolua, β -convergência, se as economias pobres crescem mais rapidamene do que as economias ricas. A equação original proposa por Baumol (1986) represenada o crescimeno anual do produo dos dados em painel e é represenado por: 1 T ln( y T ) ln( y ) 1 2 ln( y ) (7) 0 0 9
10 Onde: T é o érmino do período em observação, 0 é o período inicial, y é o produo per capia, β1 é a consane da regressão, β2 é a inclinação da regressão e o ermo de perurbação da regressão. Baumol (1986) não uilizou nenhum procedimeno analíico para criar a equação de crescimeno. Ele começou por analisar a dispersão dos dados num gráfico. Porano, as expressões maemáicas do modelo foram desenvolvidas por Barro e Sala-I-Marin (1992). Nese caso, para a consrução do modelo empírico, uiliza-se a especificação (7) logarimizada dando origem a seguine regressão simples: 1 y log T y T 0 log( y 0 ) (8) Onde: é a conane da regressão e β é inclinação. Dai que as hipóeses formuladas para o parâmero β são dadas por: H 0 : β 0. Esa hipóese simplesmene nos informa que a axa de crescimeno do produo per capia é independene do seu esado inicial do produo per capia e se alguma relação for deecada enão ai eremos a divergência e não há convergência económica. H 1 : β 0. A hipóese alernaiva nos indica que axa de crescimeno do produo per capia e o produo per capia são negaivamene relacionados dando origem a convergência económica (convergência absolua). As esimaivas dos parâmeros da expressão 8 serão calculados usando o méodo Panel Ordinary Leas Square (POLS) Sigma Convergência O conceio de -convergência pode ser definido da seguine maneira: um grupo de países converge no senido de -convergência se a dispersão do seu produo per capia ende a diminuir ao longo do período em análise (Barro e Sala-I- Marin, 1992). Podemos escrever a condição de convergência do período e +1 da seguine forma: 10
11 (9) Uma das desvanagens que se pode aqui desacar é a forma como se irá concluir sobre a -convergência. Nese caso, faz-se a represenação gráfica e inuiivamene se faz a conclusão. Observam-se se as séries se aproximam uma das ouras, caso esejam próximas ai concluímos que há a -convergência Os Dados da Pesquisa A variável de inereese é o produo per capia a preços consanes. Os dados para os anos em analise, , foram exraidos do base de dados do Banco Mundial, World Developmen Index (WDI) disponível online em hp://daa.worldbank.org/. O produo per capia foi calculados sem as deduções das depreciações dos acivos fabricados ou esgoameno dos recursos naurais. Os dados esão valorizados aos preços de 2005 e a moeda usada como padrão, para os Esados membros da SADC, foi o dólar nore-americano. 4. ANÁLISE DE RESULTADOS O desempenho económico da região em sido influenciado por muio facores o que nauralmene compromee seriamene o projeco da inegração regional. Ao longo dos anos , as axas médias de crescimeno real do produo dos países da região da SADC oscilaram muio. Olhando para os indicadores secundários e as meas de convergência previsas no proocolo do FIP da SADC para esa variável macroeconómica, noa-se quem em nenhum dos anos em análise a média do crescimeno económico global dos países da região chegou a mea previsa para a média da axa de crescimeno de 7% ao ano. Desacamos aqui as duas descidas acenuadas na evolução dese indicador. A primeira verificou-se no inervalo enre os anos de e a segunda, de menor inensidade, regisou-se em (Figura 1). 11
12 Figura 1: Taxas médias de crsecimeno económico da SADC Fone: SADC, 2014 A primeira descida acenuada do crescimeno do produo real da SADC esá associada as chuvas irregulares que afecaram a região. De um modo basane anormal fores chuvas se regisaram, com maior inensidade, no Malaw Moçambique, Zâmbia e o Zimbabwe. Em consequência faalidades aconeceram (SADC, 2008). Um vaso número de comunidades deslocadas ocorreu em quaro Esados membros. Além disso, verificaram-se ambém imensos danos causados às propriedades e às infraesruuras. Saliena-se que a região em sido afecada por esas chuvas irregulares. A crise financeira inernacional que abalou a economia global no ano de ambém eve reflexos sobre a região. O desempenho económico da região da SADC foi grandemene influenciado pela desaceleração das economias mais influenes do mundo, como a União Europeia e os Esados Unidos da América. Já na segunda descida ligeiramene verificada, no ano de 2011, houveram pressões inflacionisas na maioria dos Esados membros devido principalmene ao aumeno do preço inernacional dos bens alimenares e do peróleo fazendo com que a média da inflação da região se agravasse de 7,29% em 2010 para 7,71% em
13 Bea Convergência A linha de endência dos dados observados é apresenada na Figura 2. Como se pode ver a linha de regressão em uma inclinação posiiva, ainda que ligeira, sugerindo dese modo que as disparidades não foram profundas RDC MOÇAMBIQUE TANZANIA ZAMBIA LESOTHO NAMIBIA ANGOLA MAURICIAS BOTSWANA MALAWI RSA SEICHELES SWAZILANDIA MADAGASCAR ZIMBABWE Figura 2: β Convergência na SADC enre Fone: Cálculos os Auor, 2016 Correu-se o modelo que melhor se adequava a linha de endência. Ese modelo foi esimado usando os dados em painel que represenam a siuação dos 15 Esados membros da SADC no período compreendido enre os anos A convergência ou divergência enre os Esados membros da SADC será indicada pelo sinal apresenado pelo parâmero β. Revisie as hipóeses formuladas na expressão número 8. A robusez do modelo foi feia endo em cona o nível de significância de 5%. Nese caso, os cálculos envolveram a esaísica F, o ese de auo-correlação, usando o Durbin Wason e o ese de Jarque-Bera, para análise da disribuição dos resíduos. Uma vez que não esamos na presença e nem na enaiva de prever uma fuura convergência económica para os Esados membros da SADC, a validação foi feia somene com eses indicadores. Ese foi o procedimeno ambém adopado por Dvoroková (2013) em seu rabalho sobre a β -convergência e -convergência nos países da União Europeia. 13
14 Porano, o modelo empírico dos dados em painel apresenou a seguine relação de dependência 7 : 1 PIB log T PIB T log( PIB 2000 ) (10) Ese resulado apona para uma siuação de divergência económica enre os 15 Esados membros da SADC. Repare que o valor do parâmero esimado e posiivo β ( ). Ese modelo analisa a convergência rerospeiva, olhando para dados hisóricos e não pode ser usado para fazer uma análise sobre a fuura siuação de convergência económica. Sigma Convergência A Figura 3 apresena a evolução média do produo real per capia dos 15 Esados membros da SADC e a sua respeciva dispersão em relação a média durane os anos de A abordagem do -convergência parece ser mais conforável pois nos apresena, duma forma visual, a evolução o produo real per capia ao longo do empo. Inuiivamene fazemos a análise do -convergência. O exame visual nos permie concluir resulados idênicos aos enconrados quando esimados os parâmeros de β -convergência (expressão 10). Repare que a expansão da dispersão é quase que proporcional a endência de crescimeno médio do produo real per capia. Iso implica que as disparidades dos rendimenos enre os Esados membros da SADC aumenaram ao longo deses anos ou se maniveram as mesmas desde o início do período. 7 Os resulados do modelo foram obidos usando o Eviws 8. 14
15 Média Dispersão Figura 3: Produo real per capia em USD a preços consanes de Fone: Cálculos os Auor, 2016 Eses resulados esão em linha com os feios apresenados por Kumo (2011). Kumo (2011) desenvolveu uma análise de -convergência para os Esados membros da SADC excluindo Zimbabwe. Os resulados dos seus dados em painel para o ano de mosraram não exisir -convergência, pois, verificou-se que a dispersão aumenou de 10,058 em 1992 para 18,314 em No nosso caso concreo, ainda que em proporções menores, esa dispersão aumenou de 3,183 em 2000 para 4,370 em Esas evidências empíricas sobre a inexisência do -convergência não significa que os Esados membros não enham crescido ou não enham enconrado os ouros indicadores de convergência macroeconómica esabelecidas pelo RISDP. Ao longo dos anos alguns Esados membros aé mosraram er um desempenho assinalável. De acordo com o Banco de Moçambique (2010), Moçambique alcançou em 2008 as meas previsas para a maioria dos indicadores macroeconómicos, com a excepção da inflação e do crescimeno real do produo, que se siuaram em 10.3% e 6.8%, respecivamene, conra 9.5% e 7% da mea previsa. O país regisou ganhos com a implemenação do Proocolo Comercial da SADC, reflecindo-se no aumeno em ermos absoluos das imporações provenienes dos Esados membros da SADC. A íulo de exemplo o peso das imporações de proveniência da SADC passou de 35% em 2008, para 40% em De acordo com o Banco Nacional de Angola 15
16 (2014), Angola respeiou as meas de convergência, sobreudo as relacionadas ao défice fiscal, dívida exerna e ao saldo da cona correne da balança de pagamenos. Olhando para os indicadores primários de convergência macroeconómica, desacase a inflação ou a políica moneária. Em 2009, as Maurícias e Moçambique regisaram as meas de inflação em menos do que 5% ao ano CONCLUSÃO O objecivo dese rabalho era o de analisar análise os efeios da inegração regional nos 15 Esados membros da SADC durane o período compreendido enre Olhou-se para os indicadores de convergência macroeconómica raçados pela SADC no seu plano esraégico RISDP. Foi-se em recurso ao modelo proposo por Barro e Sala-I-Marin (1992), para se verificar a convergência económica deses países. Aqui fez-se o uso do indicador secundário referene a axa de crescimeno do produo para se esimar a β convergência. Feios os cálculos, confirmou-se a β -divergência no conjuno de dados em painel para os Esados membros da SADC no período em análise. Porano, a hipóese nula do modelo de convergência proposo por Barro e Sala-I-Marin (1992), foi aceie, ou seja, os países que deinham o produo real per capia baixo (menos desenvolvidos), apresenaram uma média de crescimeno mais baixa em relação a média de crescimeno dos países que deinham o produo real per capia elevado (relaivamene mais desenvolvidos). Os 8 Esados membros da SADC que apresenaram o produo real per capia mais baixo foram: Congo RDC, Malaw Moçambique, Madagáscar, Tanzânia, Zâmbia Lesoho e Zimbabwe. Porano, conclui-se que eses não melhoraram o seu produo real per capia ao longo do período em análise. Refira-se que olhando o - convergência, verifica-se ambém a inexisência da convergência económica. Os níveis de dispersão do produo real per capia endem a aumenar. A exisência deses desníveis nas económicas da região endem a compromeer o projeco de uma inegração efeciva. 8 Para mais exemplo de Esados que conseguiram alcançar algumas meas consule: hps:// 16
17 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Banco de Moçambique (2010). Relaório Anual nº 17 Dezembro. Mapuo Banco Nacional de Angola (2014). Relaório Inegrado dos Desenvolvimenos Económicos Recenes na SADC. Angola. Barro, R. e Sala-I-Marin, X (1992). Convergene, Journal of Poliical Economy. Vol. 100, No. 21, p Base de Dados do Banco Mundial: hp://daa.worldbank.org/counry/mozambique. Baumol, W. J. (1986). Produciviy growh, convergence, and welfare: wha he longrun daa show.' American Economic Review, Vol. 76, no. 5 (December), pp. I Dvoroková, K. (2013). Sigma versus Bea-convergence in EU28: do hey lead o differen resuls? Deparmen of European Inegraion. ISBN: Kumo, W. L. (2011). Growh and Macroeconomic Convergence in Souhern Africa. African Developmen Bank. Minisério das Finanças (2008). Inegração Regional e Impaco do Desarmameno Tarifário no Âmbio da Comunidade de Desenvolvimeno da ÁFRICA Ausral e Acordo de Parceria Económica com União Europeia. Mapuo Minisério das Finanças (2012). Guião de Palesras Moçambique: Celebrando 32 Anos de Ganhos na SADC. Mapuo. SADC (2003). Regional Indicaive Sraegic Developmen Plan. SADC Secrearia, Gaborone, Boswana. SADC (2008). Proocol on Finance and Invesmen. Souhern African Developmen Communiy. SADC (2008). Relaório de Avaliação do Secreário Execuivo sobre a acual Emergência das Cheias no Malaw Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe. Gaberone. Solow, R. M. (1956). A Conribuion o he Theory of Economic Growh. Quaerly Journal of Economics, v. 70, n. 1, p
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