A CONVERGÊNCIA DA RENDA NAS MICRORREGIÕES DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
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- Rafael Teves Palha
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1 A CONVERGÊNCIA DA RENDA NAS MICRORREGIÕES DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL José Coelho Maos Filho 1 Almir Biencour da Silva 2 Tiago Nunes Carvalho 3 RESUMO: Ese arigo analisa a convergência de renda per capia enre as microrregiões da Região Nordese do Brasil no período de 1985 a Para isso foram execuadas regressões em cross secion enre a axa de crescimeno do PIB enre 1985 e 2000 e o seu nível em 1985, para rês ipos de amosras: uma amosra conendo informações sobre a oalidade das microrregiões; uma segunda amosra conendo informações apenas sobre as microrregiões com mais de habianes em 1980 e uma amosra conendo informações sobre as microrregiões com mais de habianes, ambém em Em odas as regressões foram consaados processos de -convergência, o que foi confirmado poseriormene por eses de -Convergência. Palavras-chave: Crescimeno econômico. Convergência. Microrregiões. Capial humano. Análise de cross-secion. Classificação JEL: O40; J24; C2. ABSTRACT: This aricle analyzes he convergence of per capia income among micro-regions in Norheasern of Brazil over he period 1985 o For ha, cross secion regressions were performed beween he rae of GDP economic growh beween 1985 and 2000 and is level in 1985, o hree ypes of samples: a sample conaining informaion on all he micro-regions; a second sample conaining only informaion abou he micro over 50,000 inhabians in 1980 and a sample conaining informaion on he micro-regions wih more han 100,000 inhabians, also in In all regressions were 1 Professor do DTE/UFC. jmaos@ufc.br 2 Professor do CAEN/UFC. almir_eco@ufc.br 3 Economia/UFC. iago_nunes_207@homail.com Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
2 observed processes of -convergence, which was laer confirmed by ess of -convergence. Keywords: Economic growh. Convergence. Micro-regions. Human capial. Cross-secion analysis. JEL Classificaion: O40; J24; C2. I INTRODUÇÃO Uma ideia consagrada na lieraura econômica relevane é que, dadas as mesmas condições esruurais, há forças auomáicas que fazem os níveis de renda per capia das economias mais pobres convergirem para os níveis de renda per capia das economias mais ricas. Como os faos indicam que, no período recene, a Região Nordese do Brasil apresenou elevação no PIB per capia e há evidências de redução da diferença de renda enre os esados brasileiros (FERREIRA e ELLERY, 1996), uma perguna relevane emerge: dado que há um processo de convergência da renda per capia enre Esados no Brasil, será possível afirmar que o crescimeno do PIB da Região Nordese induziu, ambém, alguma redução da diferença de renda per capia enre os Esados que a compõem? A verificação da convergência da renda per capia regional pode ser analisada sob a óica da chamada análise de convergência, discuida em Barro e Sala-I-Marin (1992) e Sala- I-Marin (2000), denre ouros, represenando uma ferramena imporane para verificação do efeio de invesimenos públicos e privados numa possível equalização da renda per capia enre os esados de uma região. A imporância de esudos empíricos da hipóese de convergência em desaque desde o esudo de Baumol (1986). Segundo ele, a convergência dos níveis de renda dos países mais Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
3 pobres para os níveis de renda dos países mais ricos é, em si mesmo, de exrema significância e imporância para o bem esar humano. Para o Brasil, no período recene, essa análise se mosra imporane para regiões, esados e/ou municípios, uma vez que o aumeno da renda per capia esá quase sempre correlacionado com uma melhoria dos padrões de vida. Nesse conexo, a confirmação ou a negação de um processo de convergência da renda per capia é imporane para a formulação e implemenação de políicas públicas que visem proporcionar a redução das disparidades de renda exisenes denro do país ou de uma mesma região 4. Nese arigo, verifica-se se há evidências esaísicas que confirmem um processo de convergência do PIB per capia na Região Nordese do Brasil. Para isso, meodologias baseadas nos eses -Convergência e -Convergência (BARRO e SALA-I-MARTIN, 1992; SALA-I-MARTIN, 2000) são usadas para esar se as diferenças de renda per capia enre as microrregiões da Região Nordese diminuíram. Nesse senido, o rabalho analisa a rajeória do PIB per capia dessas microrregiões e verifica se durane o período 1985 a 2008, as disparidades de renda per capia enre elas diminuíram. Essa é uma das preensões desse rabalho. A oura preensão é idenificar o empo necessário para que essa redução de disparidades ocorra. As seções esão organizadas como segue. Na seção 2, discuem-se a noção de convergência e seus diversos conceios (convergência absolua, convergência condicional, - convergência e -convergência). A seção 3 aborda a base de dados e as seções 4 e 5 discuem as meodologias uilizadas no esudo e apresenam os resulados empíricos. Finalmene, na 4 Denre as principais referências sobre convergência, desacam-se, além de Barro e Sala-I-Marin (1992), Mankiw, Romer e Weil (1992) e Quah (1996). Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
4 seção 6, à guisa de conclusão, discuem-se os resulados enconrados. II A HIPÓTESE DE CONVERGÊNCIA Um dos emas cenrais da lieraura empírica em crescimeno econômico, resulane das conribuições eóricas de Romer (1986) e Lucas (1988), a noção de convergência, desde o início, se propõe a ser um ese fundamenal para disinguir enre os modelos de crescimeno endógeno e os modelos neoclássicos de crescimeno radicionais. De fao, a hipóese de rendimenos marginais decrescenes do capial leva o modelo neoclássico a predizer a convergência enre economias, enquano que os rendimenos consanes do capial dos modelos de crescimeno endógeno implicam em não convergência. Nesse caso, os eses da hipóese de convergência são uma forma de escolher qual ipo de modelo de crescimeno melhor represena a realidade. Usualmene, a noção de convergência segue o modelo neoclássico de crescimeno de Solow (1956) e o modelo de Ramsey-Cass-Koopmans, referindo-se ao esudo de Ramsey (1928) e suas adapações em Cass (1965) e Koopmans (1965). O modelo aqui apresenado é a derivação desenvolvida em Sala-I- Marin (2000). A parir do modelo de Solow, dois conceios de convergência são desenvolvidos. O primeiro deles é a noção de convergência absolua. Ali, como resulado direo dos rendimenos marginais decrescenes do capial, as economias mais pobres endem a convergir mais rapidamene para o esado esacionário do que as economias mais ricas. Ocorre que há evidências de que as economias mais ricas cosumam crescer a axas superiores às de muias economias mais pobres. Isso levou a um segundo conceio de convergência, chamado de convergência condicional, segundo a qual, se um grupo de economias possuírem os mesmos parâmeros esruurais Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
5 (ecnologia, axa de poupança, axa de crescimeno da população ec.), enão, como resulado dos rendimenos marginais decrescenes do capial, as economias com menores níveis de renda per capia inicial enderão a crescer mais rapidamene do que as economias com maior nível de renda per capia inicial. É possível observar o processo de convergência condicional enre alguns países, por exemplo, enre os países indusrializados. No enano, englobando em um mesmo conjuno, países ricos e países pobres, é possível observar um inenso processo de divergência. Essa é a principal razão pela qual se desacam os esudos da noção de convergência condicional e não os da noção de convergência absolua. Das diferenes hipóeses de convergência 5, os conceios de -Convergência e de -Convergência são os mais usuais. Dizse que, para um conjuno de economias, exise -Convergência se as economias mais pobres crescem mais rapidamene do que as economias mais ricas, de modo que exise uma relação inversa enre a axa de crescimeno de uma dessa economia e sua renda inicial. Por sua vez, o conceio de -Convergência, que, por vezes, é confundida com -Convergência, diz respeio à dispersão do produo per capia do conjuno de economias. Nesse caso, a convergência se dará se for observada queda na dispersão do produo per capia, o que indica que as rendas esão se aproximando. Ainda que diferenes, os conceios de -Convergência e - Convergência esão relacionados. Para ver isso, suponhamos que em um grupo de n economias ocorra -Convergência. A axa de crescimeno da i-ésima economia, enre os períodos 1 e, é dada por: 5 Galor (1996) aborda rês hipóeses de convergência, a saber: (a) convergência absolua; (b) convergência condicional e (c) convergência de clube. Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
6 i, ln( yi, ) ln( yi, 1) (1) A hipóese de -Convergência sugere que essa axa de crescimeno para a i-ésima economia seja uma função negaiva do nível de renda no período 1, algo como: ln( yi, ) ln( yi, 1) ln( yi, 1 ) ui (2) Aqui, u i represena, por exemplo, perurbações aleaórias ransiórias na função de produção, no consumo, axa 2 de poupança, com média zero e variância u, comum a odas às n economias e 0 1 é uma consane posiiva que informa que quano mais próximo da unidade, maior será a velocidade de convergência enre as economias. Rearranjando a equação (2), obemos: log( y ) i (1 )ln(, yi, 1 ) u (3) i Como medida de dispersão da renda per capia em um cross secion de economias, omemos: n [ln( y ) u ] (4) n i 1 i, onde u é a média amosral dos diversos valores log( y i, ). Se o número de observações ( n ) for suficienemene grande, a variância amosral se aproxima da variância populacional, de modo que se pode uilizar (3) para derivar 2 ao longo do empo. Iso é, Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
7 2 (5) ( 1 ) 1 u A expressão acima é uma equação em diferenças, cuja esabilidade depende de 0 1 e cuja solução é 6 : 2 2 * 2 2 * 2 ( ) [ 0 ( ) ](1 ) (6) onde ( 2 ) * 2 é o valor de no esado esacionário. Das equações (5) e (6) acima, duas conclusões são imediaas: (i) Na equação (5), se não exisir -Convergência, iso é, se 0, enão não pode haver -Convergência. Iso é, a ocorrência de -Convergência é uma condição necessária para que ocorra -Convergência; (ii) Se 0 1, a equação (6) sugere que, com o passar do 2 empo, se aproxima do seu valor de esado esacionário ( 2 ) *. No enano, o ermo enre colchees pode ser posiivo ou negaivo, de modo que a variância pode diminuir ou aumenar ao longo da rajeória 2 emporal. Assim a exisência de -Convergência não é uma condição suficiene para a exisência de - Convergência. A hipóese de convergência do PIB per capia na lieraura econômica brasileira já em alguma radição desde a segunda meade da década de Nesse ópico, desacam-se os esudos 6 Ver Sala-I-Marin (2000), capíulo 10. Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
8 de Ferreira e Ellery (1996) e Azzoni (1997), que enconraram evidências de convergência enre os esados brasileiros, ainda que fraca. Ferreira e Ellery (1996) enconram evidências da exisência de um processo de convergência do PIB per capia dos esados brasileiros durane o período de Por sua vez, Azzoni (1997) verificou que durane o período 1939 a 1970, o PIB per capia apresenou uma fraca convergência enre os esados brasileiros. III A BASE DE DADOS A medida de crescimeno usualmene uilizada é a axa real de crescimeno do PIB, pois o bem-esar social esá foremene correlacionado com a relação enre a quanidade de bens e serviços produzidos na economia e o número de pessoas cujo bem-esar é necessário saisfazer, de modo que o PIB per capia, em uma óica de longo prazo, é uma boa proxy como indicador de bem-esar social. Assim, uilizam-se, informações sobre o PIB per capia dos Esados da Região Nordese, no período de 1985 a 2008, com informações fornecidas pelo IPEADATA, no endereço para er uma noção do que aconeceu em ermos de convergência de renda per capia na região. A Figura 1, abaixo, represena esse comporameno. Como se pode noar, a figura acima sugere uma endência de convergência de renda per capia enre os Esados da Região Nordese, já que apona uma clara aproximação enre os seus PIBs per capia. Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
9 Figura 1 - Evolução do PIB per capia dos Esados da Região Nordese Fone: Ipeadaa. Noa: Valores consanes de 2000, em R$ 1.000,00. O problema aqui é como proceder a uma análise de convergência com ão poucas informações, dado que o amanho reduzido da amosra (nove unidades federaivas) inviabiliza a Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
10 análise por Mínimos Quadrados Ordinários. Nesse caso, uma boa esraégia parece ser proceder ao esudo da convergência aravés da análise do comporameno dos PIBs per capia das microrregiões da Região Nordese, ambém conidas no banco de dados IPEADATA. IV RESULTADOS EMPÍRICOS: -CONVERGÊNCIA Parindo do pressuposo de que os esados que compõem a região Nordese formam um grupo homogêneo com caracerísicas esruurais semelhanes, a equação básica que expressa a -Convergência é a forma não linear conida em Barro e Sala-I-Marin (1992) 7, segundo a qual: 1 y ln T y i, 0 T i, 0 1 e C T T ln( y i, 0 ) i, 0 T (7) onde T represena o empo decorrido enre o período inicial ( 0 ) e o ano e onde yi, 0 T represena o PIB per capia no T-ésimo ano após o período inicial; yi, é o PIB per capia do período 0 inicial e i, 0 T é a média dos erros nos T períodos após o período inicial. Para que seja aceia a hipóese de convergência, é necessário que o coeficiene esimado seja posiivo e esaisicamene diferene de zero, com 0< <1, de modo que ocorra uma correlação negaiva enre o PIB per capia inicial y ) e sua axa de crescimeno no período aé T ( i,0 0, 7 Uiliza-se a expressão da equação (7), em vez daquela conida na equação (2), porque a velocidade de convergência dada por deve ser independene do amanho do período de cálculo. Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
11 sugerindo que economias com menor PIB per capia inicial, em média, possuem maiores axas de crescimeno que economias com maior PIB per capia inicial, onde o coeficiene esimado ( ) mede a velocidade de aproximação enre as economias com menor renda per capia inicial e as economias com maior renda perr capia inicial, sendo denominado de velocidade de convergência 8. O empo necessário para que economias com menor renda per capia inicial reduzam à meade o hiao exisene em relação às economias com maior renda per capia inicial, é conhecido na lieraura como meia-vida e expressado pela equação 9 : 8 kˆ A velocidade de convergência é dada por, onde ln( kˆ) ln[( ˆ / ˆ * ˆ k k )] k ˆ. Como 0, enão 0. Com funções de k ln( kˆ) produção de Cobb-Douglas, a axa de crescimeno da renda é ou * ln( ˆ / ˆ ) ln( ˆ / ˆ * y y k k ), de modo que, no esado esacionário, * (1 )( x n ), onde x, n e represenam, respecivamene, a axa de crescimeno do esoque de capial per capia, a axa de crescimeno da população e a axa depreciação do capial físico. (Ver BARRO e SALA-I- MARTIN, 1995). 9 A expressão meia vida vem do fao de que a equação diferencial ln( ˆ ˆ* k / k ) em como solução kˆ ˆ )ln( ˆ* ln( k ) (1 e k ) e ln( kˆ 0) caminho enre ˆk 0 e ˆk * saisfaz a condição MARTIN, 2000). yˆ kˆ, de modo que a meade do e 1 2. (Ver SALA-I- Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
12 ln 2 MV (8) Um problema a ser considerado na esimação do parâmero represenaivo da velocidade de convergência ( ), diz respeio ao fao de a equação (7) considerar que, como suposo aneriormene, odos os esados da Região Nordese formam um grupo homogêneo, com caracerísicas esruurais semelhanes. No enano, é possível que ais esados possuam algumas caracerísicas disinas, resulanes de diferenças de capial humano ou de diferenças sociais, políicas, geográficas, insiucionais, ec. Nesse caso, a equação que analisa a hipóese de convergência absolua poderá apresenar erros de especificação, devido à omissão de variáveis relevanes e, em razão disso, os procedimenos usuais de cálculo dos inervalos de confiança e dos eses de hipóeses poderão apresenar resulados enganosos a respeio do seu significado esaísico. Assim, enando corrigir possíveis erros de especificação da equação (7), podem-se incluir ouras variáveis relevanes no processo de crescimeno econômico da Região Nordese, surgindo, nauralmene, uma forma esimável para o ese de - Convergência (condicional). Nesse caso, à equação (7), é acrescenado um veor X de variáveis represenaivas de aspecos sociais, insiucionais, geográficos, ecnológicos, ec., de modo que a expressão relacionada ao ese de - Convergência ransforma-se em: 1 y ln T y i, T 0 i, 0 1 e C T T ln( y i, 0 ) X T 0 i, T 0 (9) Adicionalmene, dadas as limiações imposas pelo méodo dos Mínimos Quadrados, as informações que geraram a Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
13 Figura 1 são insuficienes para esar as formas funcionais das equações 7 e 9. Nesse caso, uma esraégia para efeuar os eses é, ao invés de uilizar as rendas per capia dos esados, procedêlos a parir das rendas per capia das microrregiões que compõem a Região Nordese. Assim, foram realizadas esimaivas das equações (7) e (9) para esar a hipóese de - Convergência nas microrregiões da Região Nordese, no período 1985 a 2008, com a inenção de verificar se exise uma endência de as rendas per capia das microrregiões mais pobres convergirem para os níveis de renda per capia das microrregiões mais ricas. Nesse senido, foram feias seis regressões para esar a hipóese de convergência para rês grupos de microrregiões: as regressões R1 e R2, englobando odas as microrregiões da Região Nordese (184 microrregiões), como definido pelo IBGE (ver IPEADATA); as regressões R3 e R4, englobando as 161 microrregiões com mais de habianes, em 1980 e, finalmene, as regressões R5 e R6, com os mesmos propósios, porém englobando as 109 microrregiões com mais de habianes, no ano de A razão para o uso dos rês grupos de microrregiões é porque se espera que microrregiões com populações semelhanes enham caracerísicas esruurais parecidas e porque se suspeia que microrregiões parecidas esejam mais próximas em ermos de renda per capia, de modo a apresenar menor velocidade de convergência enre si. A Tabela 1 raz os resulados das seis regressões. Todas as regressões represenam relações enre a axa de crescimeno do PIB per capia das microrregiões da Região Nordese, enre 1985 e 2008 [ log( yi, / ) 0 T yi, ] e o logarimo do 0 PIB per capia do ano de 1985 [ log( y i, ) ]. Além disso, as 0 regressões pares (R2, R4 e R6) incluem a variável H, represenando a variação do esoque de capial humano enre os Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
14 anos 1980 e , para forçar um ese de convergência condicional, supondo-se que o capial humano na Região Nordese é, aproximadamene, homogêneo. Assim, as regressões ímpares represenariam eses da hipóese de -Convergência absolua e as regressões pares esam a hipóese de - Convergência condicional. Tabela 1-Convergência de Renda nas Microrregiões da Região Nordese Coeficiene R1 R2 R3 R4 R5 R6 Consane 0,0547 0,0027 0,0456 0,0156 0,0397 0,0177 (0,0058) 0,0285 (0,0082) H - (0,0247) (0,0034) 0,0317 (0,0085) 0 -,0658 (0,0275) 0,0228 (0,0045) (0,0134) (0,0028) 0,0273 (0,0045) 0 -,0700 (0,0149) 0,0190 (0,0035) 2 R 0, , , , , , 310 F 25, , , , , , 33 MV 24anos 22 anos 30 anos 25 anos 36,6 anos 33 ano Noa: Os valores enre parêneses referem-se aos desvios padrões. O coeficiene, na primeira regressão (R1), em o sinal esperado e é esaisicamene significane, além de sugerir aproximadamene 24 anos como empo necessário para reduzir à meade a disância enre as rendas per capia das microrregiões mais pobres e as microrregiões mais ricas da Região Nordese. Por sua vez, na segunda regressão (R2), os resulados, apesar da significância esaísica da variável H, não parecem diferir muio daqueles conidos na primeira regressão. De fao, ali, as (0,0124) 0,0210 (0,0039) 0,0258 (0,0141) 10 A definição de capial humano aqui uilizada é a mesma uilizada pelo IPEA, segundo a qual o capial humano é dado pelo valor esperado dos rendimenos anuais (desconados a 10% a. a.) associados à escolaridade e à experiência (idade) da população em idade aiva (15 a 65 anos). Para mais dealhes, consular Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
15 velocidades de convergência são próximas, embora a meia vida seja reduzida, na segunda regressão (R2) em dois anos. Iso é, a inrodução da variável que capa o comporameno do esoque de capial humano pouco aumena a velocidade de convergência enre as microrregiões. A regressão R3 apresenou um valor esimado para esaisicamene diferene de zero aos níveis usuais de significância, além de indicar o empo de, aproximadamene, 30 anos como a meia vida do processo de convergência. A regressão R4, incluindo a variável H apresenou um valor esaisicamene diferene de zero para o coeficiene, com a variável represenaiva do comporameno do esoque de capial humano no período, ambém se mosrando esaisicamene significane aos níveis usuais de aceiação. Aqui, no enano, a inrodução da variável represenaiva do capial humano (H) aumenou subsancialmene em relação ao ese sem capial humano. As regressões R5 e R6, que analisam a convergência da renda para as microrregiões com mais de habianes em 1980, exceo pelas magniudes dos coeficienes esimados, êm comporamenos parecidos com as aneriores. No caso da regressão R5 a esimaiva para a velocidade de convergência ( ) é esaisicamene significane aos níveis usuais de aceiação, embora a variável que capa o comporameno do esoque de capial humano (H) não seja esaisicamene significane aos níveis usuais de aceiação 11. Apesar disso, a inrodução da variável H fez aumenar a velocidade de convergência e reduzir a meia vida, em relação à regressão R5. V RESULTADOS EMPÍRICOS: -CONVERGÊNCIA 11 O p Valor da esimaiva da variável H na regressão R6 é, Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
16 Aqui as esimaivas de -Convergência são procedidas pela análise do comporameno da dispersão do PIB per capia dos Esados da Região Nordese no período de Ocorrerá -Convergência se houver redução na dispersão do PIB per capia durane o período analisado. Porano, uma boa maneira de analisar se ocorre ou não -Convergência é pela verificação do comporameno do Coeficiene de Variação (CV) do PIB per capia do período, que é dado pela razão enre o desvio padrão do PIB per capia e sua média. A Tabela 2 apresena os valores calculados para o CV do PIB per capia dos Esados da Região Nordese, compreendendo o período enre 1985 e Tabela 2 - -Convergência: Esados da Região Nordese do Brasil ( ) Ano CV Ano CV , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,1770 Fone: IPEADATA. Cálculo dos auores Com base nos resulados obidos na Tabela 2, é fácil aceiar a hipóese de -convergência do PIB para a região Nordese. De fao, exceo por uns poucos anos (1991, 1992, 1997, 1998, 2001 e 2007), é visível a redução da dispersão da renda per capia enre os esados da região, noadamene a parir do ano de Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
17 O processo de -Convergência ambém pode ser observado quando englobamos uma amosra das 109 microrregiões nordesinas com mais de habianes, em 1980, para os anos de 1985 e de 2008, com os resulados consanes da Tabela 3, onde é evidene a diminuição da dispersão, mosrada pela redução do coeficiene de variação (CV) da renda per capia, no ano de 2008 comparado com o ano de Tabela 3 - -Convergência: Microrregiões da Região Nordese do Brasil VI CONCLUSÕES Ano CV , ,7331 Fone: IPEADATA. Cálculo dos auores Esse rabalho represena uma enaiva de verificação da exisência de processos de convergência do PIB per capia enre os esados e enre as microrregiões que compõem a Região Nordese do Brasil, com a análise conjuna dos eses de - Convergência e -Convergência, indicando que ocorreu uma redução das disparidades de renda, ano enre esados, quano enre microrregiões, do ano de 1985 ao ano de A parir dos resulados enconrados, alguns faos são dignos de noa. O primeiro deles é que os esados e as microrregiões nordesinos parecem formar um grupo de economias que possuem caracerísicas esruurais semelhanes. De fao, o único efeio aparene da inrodução da variável represenaiva do capial humano (H) [equação (9)] em odas as regressões, é o aumeno da velocidade de convergência enre as microrregiões e a redução da meia vida, reforçando os Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
18 resulados da equação (7) e sugerindo uma influência posiiva da educação na deerminação da axa de crescimeno na Região Nordese do Brasil. Além disso, o padrão dos resulados dos eses de -Convergência, ano nos esados, quano nas microrregiões com mais de habianes, raifica os resulados dos eses de -Convergência. De fao, pelo comporameno decrescene do coeficiene de variação (CV) das rendas per capia dos esados da região (Tabela 2), é possível observar um padrão acenuado de redução na dispersão do PIB per capia enre os mesmos, algo confirmado pelos resulados referenes às microrregiões (Tabela 3). Finalmene, os resulados indicam que, na medida em que se reduz a amosra de microrregiões pelos respecivos amanhos das populações no ano de 1980, ornando as microrregiões mais homogêneas enre si, as velocidades de convergência endem a diminuir, algo condizene com uma das conclusões do modelo neoclássico de crescimeno, segundo a qual, em razão da lei de rendimenos marginais decrescenes do capial, economias com rendas per capia iniciais mais alas endem a er axas de crescimeno menores do que economias com rendas per capia iniciais menores. REFERÊNCIAS AZZONI, C. R. Crescimeno Econômico e Convergência das Rendas Regionais: O Caso Brasileiro à Luz da Nova Teoria do Crescimeno. In Anais do XII Enconro Nacional de Economia, Florianópolis, Vol. 1, BARRO, R. J.; SALA-I-MARTIN, X. Convergence. In Journal of Poliical Economy, Vol. 100, Nº 2, Economic Growh. McGraw-Hill, Inc. USA, Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
19 BAUMOL, W. J. Produciviy Growh, Convergence, and Welfare: wha he Long-Run Daa Show. The American Economic Review, Vol.76, Nº 5, CASS, D. Opimum Growh in an Aggregaive Model of Capial Accumulaion. Review of Economic Sudies, Vol. 32, FERREIRA, P. C.; ELLERY, R. G. Convergência Enre a Renda Per Capia dos Esados Brasileiros. In Revisa de Economeria, Vol.16, Nº 1, GALOR, O. Convergence? Inferences from Theoreical Models. In Economic Journal, Vol. 106, KOOPMANS, T. C. On he Concep of Opimal Economic Growh. In The Economeric Approach o Developmen Planning. Norh Holland, LUCAS, R. E. On he Mechanics of Develomen Planning. In Journal of Moneary Economics, Vol. 107, Nº 2, MANKIW, N.; ROMER, D.; WEIL, D. N. A Conribuion o he Empirics of Economic Growh. In Quarerly Journal of Economics, Vol. 108, Nº 2, QUAH, D. Galon s Fallacy and Tess of he Convergence Hypohesis. In Scandianavian Journal of Economics, Vol. 95, Nº 4, RAMSEY, F. A Mahemaical Theory of Saving. In Economic Journal, Vol. 70, ROMER, P. M. Increasing Reurns and Long-Run Growh. In Journal of Poliical Economy, Vol. 85, Nº 5, SALA-I-MARTIN, X. Apunes de Crecimieno Económico. Anoni Bosch, edior, S.A., Espanha, SOLOW, R. M. A Conribuion o he Theory of Economic Growh. In Quarerly Journal of Economics, Vol. 70, Nº 1, Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
20 Economia e Desenvolvimeno, Recife (PE), v. 11, nº 2,
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