O PAPEL DA POLÍTICA FISCAL LOCAL NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DE CIDADES UMA EVIDÊNCIA EMPÍRICA PARA O BRASIL. Resumo

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1 O PAPEL DA POLÍTICA FISCAL LOCAL NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DE CIDADES UMA EVIDÊNCIA EMPÍRICA PARA O BRASIL Resumo Liderau dos Sanos Marques Junior Universidade de Passo Fundo Crisiano Aguiar de Oliveira Universidade de Passo Fundo Paulo de Andrade Jacino Universidade Federal de Alagoas Ese arigo esuda o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico de cidades. Para ese fim, o arigo apresena um modelo espacial de crescimeno econômico com governo, que incorpora as conribuições das eorias do crescimeno endógeno e da nova geografia econômica. O modelo é avaliado empiricamene aravés de uma aplicação para as cidades brasileiras na década de novena. Os resulados mosram que o governo local em um imporane papel no crescimeno econômico das cidades, pois os invesimenos públicos mosraram-se eficienes e afearam posiivamene o crescimeno econômico. O arigo avalia a políica de disribuição de recursos via fundo de paricipação de municípios e enconra efeios posiivos no crescimeno econômico. Os resulados mosram indícios de gasos públicos ineficienes e de efeios negaivos da ribuação local no crescimeno econômico das cidades. Palavras chave: Crescimeno Econômico, Cidades, Políica Fiscal, Nova Geografia Econômica. Classificação JEL: H7, H72, O47, R. Absrac This paper sudies he role of local fiscal policy in he economic growh of ciies. For his goal, he paper presens a spaial model of economic growh wih governmen, which incorporaes he conribuions form heories of he endogenous growh and new economic geography. The model is empirically evaluaed hrough an applicaion o Brazilian ciies in he nineies. The resuls show ha he local governmen has an imporan role in he economic growh of Brazilian ciies, herefore he public invesmens had affeced he economic growh posiively. The paper evaluaes he disribuive resources policy by ciies fund and found ha his policy has posiive effecs. The resuls indicae inefficien expendiures by local governmen and negaive effecs in he economic growh by local axaion. Key words: Economic Growh, Ciies, Fiscal Policy, New Economic Geography. JEL classificaion: H7, H72, O47, R.

2 . Inrodução Recenemene, o ineresse dos economisas pela explicação dos deerminanes do crescimeno econômico foi renovado. Apesar da relevância do assuno, essa discussão ficou relegada a um segundo plano durane muio empo. Os rabalhos de Romer (986) e Lucas (988) foram fundamenais para a vola do ema ao mainsream. Iso ocorreu, principalmene, porque os insrumenos de análise se uniformizaram com a uilização de equilíbrio geral na análise do crescimeno econômico. Desde enão, muias conribuições foram feias, ano do pono de visa eórico como empírico. A maioria dos rabalhos esuda o crescimeno econômico de países e não considera a possibilidade de haver mobilidade de capiais e mãode-obra. Assim, a análise do crescimeno econômico de regiões e de cidades fica dificulada. É jusamene nese hiao eórico que surgiu uma nova eoria, a parir do rabalho de Krugman (99), a Nova Geografia Econômica (NGE). Segundo a NGE, as diferenças de desenvolvimeno de cidades e regiões esão associadas à aglomeração das aividades. A exisência de mobilidade de faores (capial e mão-de-obra) permie a aglomeração das aividades em uma região em derimeno de oura. Nese conexo, a NGE ena explicar as diferenças de crescimeno econômico de cidades aravés de decisões racionais de localização das aividades econômicas e das pessoas. Os modelos da NGE se diferenciam em relação aos modelos radicionais por considerarem dois aspecos fundamenais na explicação das desigualdades enre as regiões: o espaço, que em implicações direas na localização das aividades; e as disâncias e suas implicações nos cusos de ranspore de bens e serviços e, porano, na compeiividade das regiões na aração de aividades. A sua principal conribuição é a conclusão de que a disribuição das aividades no espaço depende do resulado de forças conrárias. Exisem forças cenrípeas, que levam a aglomeração das aividades em uma deerminada região; e forças cenrífugas, que levam a uma dispersão das aividades enre as regiões. Se por um lado a NGE raz uma fundamenação eórica sólida que explica o desenvolvimeno e o subdesenvolvimeno de uma região, por ouro lado, raz uma perspeciva pouco oimisa para os formuladores de políicas públicas de regiões subdesenvolvidas, pois o poder público local pouco pode fazer diane desas forças. Enreano, os governos locais possuem como insrumenos de políica, denre ouros, a políica fiscal local. Mas, a políica fiscal local é suficiene para superar as forças responsáveis pela disribuição das aividades? Na verdade exise uma lacuna eórica nos modelos da NGE, pois eses não consideram o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico. Na dispua enre as forças cenrípeas e cenrífugas consideradas pela NGE, o presene arigo apresena um modelo espacial que inclui o governo local e a políica fiscal local. O modelo eórico é esado aravés de uma evidência empírica para os municípios brasileiros na década de novena. O arigo esá organizado da seguine maneira. Além desa breve inrodução, o arigo apresena mais quaro seções. A próxima seção discue o papel da políica fiscal no crescimeno econômico à luz da lieraura eórica e empírica exisene. A erceira seção apresena o modelo e seus fundamenos eóricos. Ese modelo servirá para a implemenação empírica apresenada na quara seção. Esa apresena os dados uilizados, a meodologia de esimação economérica, os resulados, bem como a inerpreação e discussão dos mesmos. A quina seção apresena as conclusões. 2

3 2. A políica fiscal local e o crescimeno econômico: uma revisão da lieraura eórica e empírica O papel da políica fiscal no crescimeno econômico é uma discussão que há muio empo divide os economisas keynesianos e neoclássicos. O debae se limiava a países e ao curo prazo, porém, desde meados da década de cinqüena, os rabalhos sobre crescimeno econômico passaram a discuir o longo prazo. Desde enão qualquer rabalho sobre crescimeno econômico de longo prazo de países uiliza um modelo de crescimeno neoclássico como pono de parida. Os primeiros modelos pariam de um modelo de crescimeno exógeno baseado em Solow (956). Nesas análises, o crescimeno econômico, no esado esacionário, é deerminado por faores exógenos, ais como o crescimeno populacional e o progresso ecnológico, cabendo um papel para a políica fiscal apenas durane a ransição de um esado esacionário para ouro. Iso porque mudanças nos gasos do governo e na ribuação possuem efeios emporários, ou seja, afeam o nível do produo no curo prazo, mas não aleram a axa de crescimeno de longo prazo. Com os rabalhos de Romer (986) e Lucas (988) surgiram, na década de oiena, os modelos de crescimeno endógeno e a discussão sobre o papel da políica fiscal no crescimeno econômico ficou mais rica. A principal conribuição é que neses modelos passou-se a considerar a possibilidade de que a políica fiscal em efeios permanenes no crescimeno econômico. Segundo eses modelos, a ribuação sobre a renda pode er efeios negaivos permanenes no crescimeno econômico, iso porque reduz o consumo e, porano, reduz a poupança, o que implica uma menor acumulação de capial. Se a ribuação for somene sobre o consumo, a acumulação de capial não será afeada. Daí a idéia de que ribuos disorcivos são os que afeam negaivamene o crescimeno econômico e os não disorcivos os que não afeam o crescimeno econômico. Com relação ao papel dos gasos do governo, Barro (990) argumena que o efeio de um aumeno dos gasos do governo no crescimeno econômico é nulo desde que não afee a produividade do seor privado. Barro (990) propõe a divisão enre gasos improduivos, que não afeam o crescimeno econômico de longo prazo, e gasos produivos, que afeam posiivamene o crescimeno econômico de longo prazo. O gaso público é improduivo quando o seor público invese recursos em áreas que rivalizam com o seor privado, al como na produção de bens e serviços. Neses casos a alocação feia pelo seor público é ineficiene, seja por causa da velocidade do seor público, seja em razão da exisência de ren-seekings (ou seja, alguns grupos podem se apropriar dos benefícios gerados por um recurso público que deveria beneficiar a odos). Vale salienar que os gasos do governo refleem uma decisão políica em que alguns grupos são mais influenes do que ouros. O gaso público é produivo, desde que seja inroduzido como argumeno (posiivo) na função de produção local ou desde que enre direamene na função uilidade dos consumidores. Todavia, Barro e Sala-i-Marin (995) observam que o gaso produivo pode assumir rês formas: como bem público ípico (bem que pode ser uilizado por odos os cidadãos e empresas ao mesmo empo), bem privado (bens oferados pelo governo que são rivais ou excludenes) ou bem público parcialmene excludene (bem sujeio ao fenômeno do congesionameno como no caso de esradas, aeroporos, ec.). Talvez a abordagem mais realisa para gasos produivos seja a úlima. Nese caso, gasos em educação, infra-esruura, pesquisa e ecnologia poderiam represenar os gasos produivos (Barro, 990). Embora sejam 3

4 parcialmene excludenes, ais ipos de gasos geram exernalidades posiivas que podem ser inernalizadas por pare significaiva da economia local. Independene da forma assumida pelos gasos do governo, em sínese, os modelos de crescimeno econômico endógeno concluem o seguine: a axa de crescimeno econômico depende posiivamene dos gasos produivos e negaivamene dos imposos disorcivos. Porém, o efeio líquido da políica fiscal sobre o crescimeno é ambíguo, pois, se, de um lado, um maior gaso público eleva o nível de produo, por ouro lado, por ser acompanhado de elevação dos ribuos, há redução da renda disponível e, por conseguine, da poupança e da acumulação de capial (físico e humano) na economia. Esa conclusão é perfeiamene plausível uma vez que se assume que os ribuos e os gasos públicos não são independenes no seguine senido: para gasar mais, o governo deve arrecadar mais. Em ouras palavras, assume-se o equilíbrio orçamenário ineremporal do governo. Do pono de visa empírico, o rabalho precursor é o de Barro (99) que uiliza uma grande base de dados mundiais organizados por Summers e Heson (988,99). O auor conclui que um aumeno na paricipação do seor público inibe o crescimeno econômico. Ese resulado foi corroborado por Hansson e Henrekson (994), de la Fuene (997), Kneller e al. (998) e Fölser e Henrekson (2000). Porém, Easerly e Rebelo (993) não enconraram o mesmo resulado e concluem que não há uma relação significaiva enre gasos do governo e crescimeno econômico. Levine e Renel (992) mosram que os resulados são muio influenciados pelas variáveis de conrole e que o efeio negaivo dos gasos do governo no crescimeno econômico não se susena com a mudança em algumas desas variáveis. As evidências empíricas para países são muio sensíveis a mudanças nas variáveis de conrole, já as evidências para cidades parecem não apresenar ese problema, iso porque a heerogeneidade de faores (diferenças culurais, diferenças de políicas macroeconômicas e faores insiucionais, ec.) que explicam o crescimeno econômico de países não se verifica para cidades. Enreano, são poucos os rabalhos empíricos que uilizam base de dados locais. Glaeser e al. (995), avaliando o crescimeno econômico de cidades americanas no período enre 960 e 990, não enconra uma relação significaiva para os gasos do governo. Glaeser e Shapiro (2003), avaliando as cidades americanas na década de novena, enconra efeios negaivos para os gasos oais. Uilizando-se de dados longiudinais das capiais brasileiras para o período de 985 a 994, Mello Jr (996) enconra efeios posiivos dos gasos públicos sobre o crescimeno. Como faor em comum, eses rabalhos analisam os efeios dos dispêndios governamenais sobre o crescimeno econômico das cidades, mas nenhum deles conrola os efeios disorcivos do financiameno dos gasos aravés da ribuação. Ao que sabe não exisem modelos eóricos que avaliem o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico das cidades. Nese senido, muias conribuições dos modelos de crescimeno econômico endógeno podem ser incorporadas a modelos fundamenados na NGE. Por exemplo, os gasos públicos locais podem ser produivos e, por conseqüência, afear o crescimeno econômico da localidade. Gasos em infra-esruura, educação e saúde, que fazem pare da políica fiscal local, podem afear a produividade do seor privado da economia local. Por ouro lado, as cidades financiam esses gasos aravés de imposos disorcivos o que pode inibir o seu crescimeno econômico. Uma diferença fundamenal enre os modelos de crescimeno endógeno e os modelos da NGE é que na NGE se considera o Na macroeconomia de curo prazo, essa ambigüidade não aparece nas abordagens keynesiana e neoclássica. Na primeira, supondo-se preços e salários rígidos e exisência de capacidade ociosa, odo e qualquer elevação do gaso público, manidos os imposos consanes, eleva a renda disponível das pessoas e, aravés do muliplicador, o produo da economia. Na segunda abordagem, o efeio da elevação de gasos públicos, manidos os imposos consanes, é o de gerar (ou elevar) o défici público, conseqüenemene, há queda da poupança pública e, porano, da poupança nacional (manida a poupança privada inalerada). Ora, quano menor a poupança, menor são os invesimenos e, no longo prazo, se em redução da acumulação de capial. 4

5 espaço como um faor fundamenal na explicação do crescimeno das cidades. Tal faor ambém é imporane na políica fiscal local. Iso se evidencia no caso brasileiro, onde o Sisema Tribuário esabelece a compeência ribuária exclusiva dos municípios sobre: ) imposo sobre propriedade predial e erriorial urbana (IPTU); 2) imposo sobre ransmissão iner vivos por ao oneroso de bens imóveis (ITBI); 3) imposo sobre vendas a varejo de combusíveis líquidos e gasosos, exceo óleo diesel (IVVC); 4) imposo sobre serviços de qualquer naureza (ISS); 5) axas; 6) conribuições de melhoria. Porano, pelo menos rês das seis fones de receia dos municípios são relacionadas ao espaço (IPTU, ITBI e conribuições de melhoria). Os gasos públicos ambém se relacionam com o espaço, pois gasos em infraesruura urbana (como, por exemplo, vias públicas) reduzem os cusos de ranspore e as exernalidades negaivas, ais como problemas de congesionameno e poluição. Assim, um modelo que avalie o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico das cidades deve considerar as conribuições ano dos modelos de crescimeno endógeno quano dos modelos da NGE. As quesões espaciais razidas pela NGE são relevanes na explicação do crescimeno econômico local, assim como não se pode desconsiderar que os insrumenos de políica fiscal em nível local podem afear a rajeória de crescimeno de longo prazo de suas localidades. A próxima seção apresena um modelo espacial para o crescimeno econômico de cidades que leva em cona o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico. 3. Modelo espacial de crescimeno econômico com governo A quesão cenral na NGE é explicar a disribuição da aividade econômica no espaço em qualquer unidade geográfica. A sua principal conribuição é de que a disribuição das aividades depende do resulado de forças conrárias: enquano as forças cenrípeas levam a aglomeração das aividades em uma deerminada cidade; as forças cenrífugas levam a uma dispersão das aividades enre as cidades. Desa forma, o que explica as diferenças de crescimeno enre cidades é a sobreposição de forças cenrípeas sobre as forças cenrífugas. As forças cenrípeas referem-se a presença de cusos de ranspore, exernalidades posiivas e reornos crescenes de escala nas aividades produivas. As forças cenrífugas dizem respeio a presença de exernalidades negaivas e a ofera fixa de faores de produção. A ofera fixa de faores de produção no caso de cidades pode ser considerada a erra. O fao de a erra próxima às aglomerações ser limiada implica que à medida que a demanda por ese faor cresce seus preços ambém crescem. Os preços crescem aé o pono em que os benefícios de se localizar próximo às aglomerações não compensam. Assim, os preços auam como uma força cenrífuga, pois as aividades econômicas buscarão regiões com erras de menor cuso. Esa seção apresena uma modelagem espacial para o crescimeno econômico local. O modelo apresenado segue Glaeser (2000), porém com acréscimos. São consideradas economias de aglomeração na produção (força cenrípea) e no consumo. Além disso, a políica fiscal local é incorporada ao modelo seguindo as conribuições dos modelos de crescimeno endógeno apresenados na seção anerior. Os gasos do governo são incluídos na função de produção assim como dois ipos de ribuos: um sobre a produção e ouro sobre a propriedade da erra. No modelo, o processo de formação do preço da propriedade urbana (força cenrífuga) é endógeno e os cusos de ranspore (força cenrípea) são incorporados no modelo. No presene modelo, o crescimeno econômico local independe da axa de poupança, pois se admie a mobilidade do capial e da mão-de-obra no espaço. Porano, as cidades parilham a mesma doação de capial e mão-de-obra. Devido a esa suposição os reornos sobre o capial e a uilidade obida pelos rabalhadores são iguais em odas as cidades. Iso implica que as cidades irão diferir somene em níveis de produividade, qualidade de vida, 5

6 quanidade de erras disponíveis, cusos de ranspore e a políica fiscal local. O produo de cada cidade pode ser represenado pela seguine função do ipo Cobb-Douglas: σ γ φ Y i Ai, L S G, = para i cidades e anos () onde Y represena o produo; A é o nível de produividade da cidade; G são os gasos do governo; L e S são, respecivamene, a mão-de-obra e a quanidade de erra uilizada na produção. Os coeficienes σ, γ e φ medem as elasicidades dos faores de produção em relação ao produo. Por simplificação, assume-se que a quanidade de erra por rabalhador é S uma proporção fixa, s i, ou seja, = s L. Supõe-se, além disso, que a produividade oal da cidade depende do número de α rabalhadores, iso significa que A = al. Esa suposição implica algum ipo de economia de aglomeração e o parâmero α reflee a imporância desa na produção. Desa forma, a equação () pode ser reescria como: ( σ + γ + α ) γ φ = (2) Y a L si. G Admiindo-se que o governo local ribua uma alíquoa τ do produo e que o mercado de rabalho é compeiivo, a remuneração líquida dos rabalhadores se faz segundo a sua produividade marginal desconada a ribuação, dada por: ( σ + γ + α ) γ φ ( τ )( σ + γ + α ) a L s G = (3) W i. Assume-se que oda a renda gerada pelo rabalho é gasa no período e que a uilidade moneária oal dos rabalhadores (U ) é igual a sua remuneração (W ) muliplicada por um índice de qualidade de vida (Q ) e dividida por um índice de preços (I ). Iso significa dizer que: W Q U = (4) I Noe que a uilidade moneária esá relacionada com o amanho da cidade de duas maneiras: negaivamene com o aumeno no número de rabalhadores; e posiivamene com o ganho de qualidade de vida advindo do crescimeno da cidade. Esas suposições podem ser formalizadas pela consrução do índice de qualidade de vida da seguine forma: β = ql Q (5) onde β > 0. Ese índice de qualidade de vida busca capurar os efeios das forças cenrípeas e cenrífugas mencionados aneriormene. O índice de preços pode ser decomposo da seguine forma: = (6) θ θ I ( PT ) R 6

7 onde P represena o preço dos bens de consumo, considerado igual em odas as cidades; enreano, os cusos de ranspore diferem de cidade para cidade e é dado por T. R represena o preço da erra e θ represena a parcela de cada um no cuso de vida. O preço da erra é deerminado pelo equilíbrio da ofera com a demanda por erra. A demanda pela erra pode ser com o propósio residencial ou produivo. Em ambos os casos supõem-se que o consumo de erra é consane, sendo s o consumo de erras para produção por rabalhador e c o consumo de erras para residências por rabalhador. A ofera de erras depende da quanidade de erra disponível para consrução na cidade, dado por uma doação inicial consane, e do seu preço que é dado por R. Assim, o equilíbrio dese mercado pode ser escrio como: ξ ( s c ) L = R + (7) Assumindo-se que o governo cobra uma alíquoa r sobre a propriedade da erra, o preço da erra com ribuo é dado por: ξ ξ = ( + )( + ) ξ ri, s c L R (8) Esa equação implica que o preço da erra cresce quando aumena a demanda por erras, o número de rabalhadores e a alíquoa do ribuo e decresce com o aumeno de erras disponíveis para consrução na cidade. O modelo capa o efeio ambíguo da políica fiscal do mesmo modo que os modelos de crescimeno endógeno. Enreano, a modelagem é disina. Nese modelo espacial, a ribuação sobre a renda diminui a produividade do rabalho e, porano, reduz a uilidade dos rabalhadores; a ribuação sobre a propriedade da erra afea o cuso de vida e, por conseqüência, ambém reduz a uilidade. Porano, na linguagem da NGE, a ribuação aua como força cenrífuga. Os gasos do governo no modelo afeam posiivamene a produividade do rabalho, auando nese caso como uma força cenrípea. Assume-se que o governo possui um orçameno equilibrado dado por: 2 G Y + ri, R = τ (9) logu Subsiuindo-se (3), (5), (6) e (8) em (4) e calculando-se os logarimos obém-se: ( σ + γ + α β θε ) log L + log a + log q ( θ ) logti, + log( τ ) ( + r ) + φ logg θε log = C + θ log + (0) onde ε = e C = log( σ + γ + α) + γ log s θε log( s + c ) ( θ ) log P. Assumiu-se a ξ exisência de um equilíbrio espacial em que os rabalhadores obêm a mesma uilidade em odas as cidades, ou seja, log U =log U. A remuneração da mão-de-obra é obida subsiuindo-se (0) em (3) e calculando-se os logarimos. Após alguma manipulação algébrica, em-se que: 2 No caso de municípios é admissível a hipóese de equilíbrio orçamenário, iso porque, diferenemene de um país, não podem nem emiir íulos públicos e nem emiir moeda. Assim, assume-se equilíbrio orçamenário para os municípios devido às resrições exisenes de financiameno. 7

8 [( log a + φ logg + log( τ ))] + m [log q θ log( + r ) ( θ ) logt ] log W = C" + m 2 + m 2θε log i, () onde β + θε m =, + β + θε ( σ + α + γ ) σ + α + γ m 2 = e + β + θε ( σ + α + γ ) [ log( σ + α + γ ) + γ log s ] m { logu + ( θ ) log P + s c } C = m log( + " 2 θε A equação () implica que as rendas e, por conseguine, as axas de crescimeno das cidades irão diferir em níveis de produividade, qualidade de vida, quanidade de erras disponíveis, cusos de ranspore e políica fiscal local. Porano, o crescimeno econômico das cidades depende de mudanças nesas variáveis. A próxima seção apresena a evidência empírica dese modelo eórico para o caso das cidades brasileiras na década de novena. 4. Análise empírica Para a implemenação empírica do modelo eórico, considera-se que cada cidade em 2 K um conjuno K de caracerísicas iniciais, do ipo X,X,..., X. Ese conjuno deermina o crescimeno da produividade (a ) e da qualidade de vida (q ). O crescimeno da produividade e da qualidade de vida depende de um veor de caracerísicas X e, respecivamene, de veores de parâmeros denominados como Ψ e Ω. Formalmene, iso significa dizer que:. log a + a = X' Ψ + η (2a) q + log = X' Ω + µ q (2b) onde η e µ são os erros com média zero e variância consane e orogonais em relação ao veor de caracerísicas X. Considera-se ambém que os cusos de ranspore esão relacionados a um veor de variáveis Y, associadas a um conjuno de parâmeros, podendo ser assim expressos: log T + T = Y' Θ + ρ (2c) onde Θ é um veor de parâmeros e ρ é o ermo de erro. A políica fiscal local depende de um veor de variáveis Z associadas a um conjuno de parâmeros. log G + G = Z' Φ + π (2d) 8

9 r log + r + + = Z' Γ + ϖ (2e) τ log + τ + + = Z ' Κ + ω (2f) Subraindo-se () em + por () e subsiuindo-se (2) obém-se a equação que descreve os deerminanes do crescimeno econômico (ou seja, da remuneração oal da mãode-obra) de uma cidade: log W + W = m ( X ' Ψ + Z' ( Φ + Κ) ) + m2 [ X ' Ω + Y ' Θ + Z' Γ] + ν (3) onde ν é o ermo de erro com média zero, variância consane e não correlacionados com as caracerísicas da cidade X, Y e Z. A equação (3) expressa a variação na remuneração da mão-de-obra da cidade i como dependene das caracerísicas X, Y e Z. No Quadro se em as variáveis escolhidas que represenam as caracerísicas (X, Y e Z ). O ineresse maior do arigo é o de capar os efeios da políica fiscal local no crescimeno das cidades brasileiras no período compreendido enre 99 e QUADRO Variáveis escolhidas Forças Cenrípeas Variável eórica Proxi escolhida Exernalidades posiivas a Média de anos de esudo de pessoas com mais de 25 anos. (Escola) Cusos de ranspore Disância do município em relação à capial do Esado medido em Km. (TC) Quanidade de erras Área do município medida em Km 2. (Área) Gasos do governo Gasos do governo municipal excluindo as despesas de capial. (Gasos do Governo) Gasos do governo em invesimeno. (Invesimeno do governo) Receia proveniene do fundo de paricipação dos municípios. (FPM) Forças Cenrífugas Variável eórica Proxi escolhida Exernalidades negaivas a Densidade demográfica do município medido em hab/km 2. (Densidade) Taxa de homicídios por hab. (Homicídios) Tribuação Receias municipais advindas da arrecadação do imposo predial e erriorial urbano. (IPTU) Receias municipais advindas da arrecadação do imposo sobre serviços. (ISS) Noa: a) afeam a produividade e a qualidade de vida. 9

10 Ressala-se que o crescimeno econômico é represenado pelo crescimeno dos salários médios da cidade. Os dados uilizados são fornecidos pelo Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísico (IBGE) aravés dos censos demográficos de 99 e 2000, com a exceção dos dados sobre homicídios, que são do Sisema de Informações sobre Moralidade do DATA-SUS e dos dados sobre finanças municipais, que são fornecidos pela Secrearia do Tesouro Nacional 3. Os dados moneários foram aualizados para valores em reais de 2000 e são considerados em ermos de paricipação na renda oal da cidade. Todos os dados esão em logarimos, com exceção da disância das capiais e da axa de homicídios, que possuem valores iguais a zero e eriam que ser eliminadas das esimações. O período escolhido se jusifica por ser o único que apresena uma uniformidade nas cidades brasileiras, iso é, para períodos maiores, se êm problemas em decorrência de emancipações. Por raar-se de um curo período e de dados cross-secion, os resulados obidos não geram problemas causados pela lei de Wagner 4. Os resulados obidos para as regressões por mínimos quadrados ordinários para a equação (3) são apresenados na Tabela. Os resulados são divididos em rês pares de regressões. As variáveis (gasos do governo, invesimeno do governo e receias advindas do FPM) são alamene correlacionadas e devem ser esimadas separadamene. Como o número de informações disponíveis para cada uma varia, iso implica que as regressões apresenam um número de observações diferenes. Além disso, as variáveis explicaivas, área do município e densidade demográfica, apresenam uma correlação por consrução o que ambém gera problemas de mulicolinearidade e prejudica alguns resulados. Porano, os rês pares de regressões são esimados com a área e a densidade demográfica separadamene. Assim, os resulados são apresenados em seis regressões. Em odas as regressões foram realizados os eses de heerocedasicidade de Whie sem ermos cruzados. Em nenhuma delas verificaram-se problemas de heerocedasicidade dos erros. Opou-se por uilizar o esimador de Whie para variâncias e covariâncias a fim de ober resulados mais robusos. Os resulados das variáveis de conrole são os previsos pelo modelo eórico, com exceção dos resulados para os efeios da área que são negaivos. Ese resulado não surpreende porque o Brasil não apresena problemas de escassez de erras que exisem, por exemplo, em alguns países europeus. Porano, era esperado que a cidade que possui mais erras disponíveis não implica em um maior crescimeno econômico. 3 No APÊNDICE é apresenada a esaísica descriiva e a mariz de correlação das variáveis uilizadas. 4 A lei de Wagner prediz que à medida que o produo cresce os gasos e, porano, a paricipação do governo na economia ambém aumena. 0

11 TABELA Crescimeno Econômico das Cidades Brasileiras a Variável dependene: Log do crescimeno dos salários médios Eq.() Eq.(2) Eq.(3) Eq.(4) b Eq.(5) Eq. (6) Inercepo -0,0459-0,0664 0,0099 b -0,0279-0,0645-0,0686 (0,087) (0,04) (0,055) (0,029) (0,088) (0,037) Escola 0,2339 0,2408 0,938 0,2037 0,2738 0,2759 (0,080) (0,079) (0,047) (0,067) (0,095) (0,090) Área -0,0082-0,064-0,007 b (0,0046) (0,0042) (0,0047) TC 9,69E-05 7,26E-05 0,0009 7,69E-05 8,6E-05 7,26E-05 (4,E-05) (4,2E-05) (3,39E-05) (4,05E-05) (4,00E-05) (4,00E-05) TC 2 -,99E-07 -,78E-07-2,7E-07 -,83E-07 -,79E-07 -,70E-07 (6,78E-08) (6,84E-08) (5,0E-08) (6,72E-08) (6,6E-08) (6,66E-08) Homicídios -0,0002 b -3,76E-05 b 4,35E-06 b -,63E-05 b -5,44E-06 b -7,68E-06 b (0,00) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) Densidade -6,65E-06-9,89E-06-3,68E-06 b (2,75E-06) (3,3E-06) (2,60E-06) Gasos do 0,022 0,029 Governo (0,002) (0,0020) Invesimeno 0,08 0,028 do Governo (0,007) (0,007) FPM 0,0257 0,0256 (0,0022) (0,0020) IPTU -0,009-0,008-0,0004 b -0,000 b -0,0022-0,0022 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) ISS -0,0036-0,0038-0,003-0,0036-0,0026-0,0027 (0,0009) (0,0009) (0,0009) (0,0009) (0,0009) (0,0008) CO -0,0248-0,03-0,0246-0,0375-0,0298-0,034 (0,0075) (0,0068) (0,0078) (0,0068) (0,0072) (0,0065) N -0,0692-0,0762-0,0700-0,0843-0,0542-0,0786 (0,038) (0,037) (0,006) (0,030) (0,0068) (0,032) NE -0,0550-0,0548-0,06-0,066-0,0770-0,0539 (0,0069) (0,0069) (0,0068) (0,0068) (0,034) (0,0069) SE -0,0267-0,0262-0,0285-0,0279-0,0249-0,0246 (0,0040) (0,0040) (0,0046) (0,0040) (0,0039) (0,0039) Observações R 2 0,2320 0,239 0,2204 0,287 0,2406 0,2407 Noas: a) Erros padrão enre parêneses calculados pelo esimador consisene de Whie; b) Valores não significaivos a 0%. Um resulado imporane mosrado pelo modelo esimado diz respeio ao papel do capial humano no crescimeno econômico das cidades brasileiras. As cidades que mais cresceram foram aquelas que possuíam o maior nível de capial humano em 99. Eses resulados reforçam as conribuições de Lucas (988). Segundo o auor, o invesimeno em capial humano em dois resulados: o primeiro é a melhora da produividade dos indivíduos que se educam e o segundo, e mais imporane, a economia como um odo se beneficia por er indivíduos mais educados, pois eses são capazes de gerar inovações que melhoram a produividade de oda a economia. Esa exernalidade e as inovações, segundo Lucas (988), seriam os moores do crescimeno econômico. Enreano, vale ressalar que ese ipo de

12 exernalidade é difícil de medir, mas exise um consenso de que se raa de um fenômeno local, e, porano, a sua melhor evidência é em cidades. Ouro aspeco que deve ser ressalado é que cidades com maiores níveis de capial humano araem invesimenos de empresas que uilizam recursos ecnológicos mais avançados. Esas empresas mais dinâmicas e compeiivas garanem um crescimeno econômico mais acelerado para as cidades com melhores níveis educacionais. Além disso, cabe considerar que as empresas esabelecidas adoam novos processos ecnológicos se houverem rabalhadores capaciados para rabalhar neles, assim, cidades com baixo capial humano não conseguem acompanhar o processo ecnológico e em baixo crescimeno econômico. A inclusão de uma variável proxi para cusos de ranspore é fundamenal em qualquer modelo espacial de crescimeno econômico. Os resulados mosram que as cidades disanes das capiais cresceram mais, porém, cidades muio disanes cresceram menos. Esa não linearidade significa dizer que a relação enre o crescimeno econômico e as disâncias das capiais em a forma de U inverido. Ese resulado reflee como aua o embae das forças cenrípeas e cenrífugas. As exernalidades negaivas associadas ao alo preço da erra e dos salários nas capiais auam como uma força cenrífuga fore, porém, os cusos de ranspore são ambém uma força cenrípea fore. Ouro conrole imporane uilizado nas esimações refere-se ao papel das exernalidades negaivas no crescimeno econômico. Os resulados mosram que as cidades que possuíam as maiores densidades demográficas em 99 cresceram menos. Os resulados para as axas de homicídios não são significaivos em nenhum dos modelos esimados, mas é uma imporane variável de conrole para o modelo. Esa variável, junamene com a densidade demográfica, represena exernalidades negaivas que diminuem a produividade dos rabalhadores e, por conseqüência, reduzem o crescimeno econômico. Cabe considerar que as duas variáveis esão associadas a problemas de congesionameno, poluição e crime. Os resulados são consisenes e mosram que esas forças cenrífugas realmene incenivam a fuga das aividades das cidades que sofrem com eses problemas e, porano, reduzem o crescimeno econômico desas cidades. A inclusão de variáveis dummies no modelo é um conrole imporane e em o objeivo de capar as diferenças regionais de crescimeno econômico. Por er o maior crescimeno econômico no período, escolheu-se a região Sul como região de comparação. As regiões Nore e Nordese foram as que menos cresceram, jusamene as regiões mais pobres do país. A região Nore em sérios problemas de acessibilidade, o que implica alos cusos de ranspores e em ambém a quesão ambienal, o que remee a um debae mais amplo sobre desenvolvimeno susenável (que foge ao escopo dese rabalho). Já a região Nordese em problemas de clima e de infra-esruura. O primeiro não em como ser combaido, apenas pode ser amenizado, mas o segundo vem sendo enfrenado, principalmene nas proximidades das regiões meropolianas conforme pôde ser viso em Oliveira (2004). 5 Feias as considerações a respeio das variáveis de conrole, discue-se os efeios da políica fiscal local no crescimeno econômico das cidades. Os resulados das esimações () e (2) mosram um efeio posiivo dos gasos do governo no crescimeno econômico das cidades brasileiras no período. Iso implica que os gasos auaram como uma força cenrípea, al como prevê o modelo eórico. Vale ressalar que ese resulado é condicionado a um orçameno equilibrado e à produividade deses gasos. O resulado difere de ouros rabalhos feios para países, ais como Barro (99), Hansson e Henrekson (994), de la Fuene (997), Kneller e al. (998) e Fölser e Henrekson (2000). Esa diferença pode ser explicada pelo fao 5 Ese esudo mosra que esá havendo um processo de ineriorização do crescimeno econômico da região, o que ceramene já é um avanço, mas as regiões mais disanes do lioral ainda sofrem sérios problemas de infraesruura. 2

13 de que gasos locais não êm poder de gerar um consumo capaz de reduzir a acumulação de capial do país como é o caso de gasos públicos federais que podem se apropriar de pare da poupança privada e, porano, reduzir o invesimeno privado. Uma limiação imporane dese resulado é que ele não separa gasos produivos e improduivos. Uma análise exploraória dos dados mosra uma grande correlação dos gasos oais com os gasos com pessoal. Como não há uma discriminação dos gasos com pessoal, eses podem envolver dispêndios produivos como pagameno de professores da rede pública de ensino, mas ambém podem envolver o pagameno dos serviços adminisraivo e do legislaivo municipal, enre ouros ipos de dispêndios improduivos. Com a finalidade de separar os gasos produivos dos improduivos, o modelo economérico é reesimado com o invesimeno subsiuindo os gasos oais. Os resulados são apresenados nas equações (3) e (4). Como prevê a eoria, os gasos produivos, represenados pelo invesimeno público, afeam posiivamene o crescimeno econômico das cidades brasileiras no período. Saliena-se que o coeficiene é menor do que o apresenado pelos gasos oais, enreano, os invesimenos represenam em média 32% do gaso público local no período, mas seu coeficiene é mais da meade do obido para os gasos oais. O que aesa a eficiência dos invesimenos e pode indicar a ineficiência do resane dos gasos públicos. Porém, vale ressalar que ouras parcelas do gaso público ambém podem ser produivas, ais como gasos em saúde e educação que afeam posiivamene o crescimeno econômico. Os resulados para o invesimeno público são semelhanes aos obidos para países em Aschauer (989), Barro (99), Easerly and Rebelo (993) e Barro and Sala-i- Marin (995). Segundo eses auores, exise uma complemenaridade enre os invesimenos públicos e privados. O invesimeno público é fundamenal para a provisão de infra-esruura e provisão de bens públicos capazes de gerarem exernalidades posiivas que podem ser inernalizadas pelas empresas e, por conseqüência, aumenam a produividade de oda a economia. Além disso, o invesimeno público local pode ser um dos deerminanes na araividade de invesimenos privados, o que afearia posiivamene o crescimeno econômico das cidades. Uma vez que o enfoque principal dese arigo, diz respeio ao papel do seor público na disribuição espacial das aividades e, por conseguine, no crescimeno econômico das cidades, é de se imaginar que cidades menores enham pouca ou nenhuma capacidade para arair grandes invesimenos capazes de mudarem sua rajeória de crescimeno. No Brasil exisem mecanismos de redisribuição fiscal com a finalidade de reduzir esas disparidades e assim reduzir as desigualdades regionais. O sisema ribuário prevê a ransferência de recursos da União para os municípios aravés do Fundo de Paricipação dos Municípios (FPM) a fim de redisribuir recursos levando em cona faores como, enre ouros, o amanho da população. 6 Os resulados apresenados nas equações (5) e (6) mosram que ese mecanismo em efeios posiivos. O que pode explicar ese resulado é o fao de que a imensa maioria dos municípios brasileiros depende das ransferências consiucionais para financiameno de seus gasos. Conudo, ouro aspeco a ser considerado sobre os efeios dos recursos ransferidos pelo FPM é o seguine: se, de um lado, as ransferências incenivaram as emancipações no País, o que gerou efeios posiivos locais; por ouro lado, acabaram por gerar disorções globais, já que a maior pare dos recursos foi uilizada na criação de uma nova esruura adminisraiva (o que, segundo a eoria, são gasos improduivos e, porano, afeam negaivamene o crescimeno econômico de longo prazo). Diferenemene de ouros rabalhos que avaliam os efeios da políica fiscal local, ese arigo inclui os ribuos locais no modelo economérico. Os resulados são os previsos 6 Além desse insrumeno, exisem os bancos regionais de desenvolvimeno e as superinendências de desenvolvimeno regionais, como, por exemplo, a Superinendência de Desenvolvimeno do Nordese (SUDENE) e a Superinendência de Desenvolvimeno da Amazônia (SUDAM). 3

14 modelo eórico proposo. A ribuação aua como uma força cenrífuga e, porano, afea negaivamene o crescimeno econômico das cidades. Os dois ipos de ribuos esados mosram sinais negaivos em odos os modelos esimados, enreano o ribuo sobre a propriedade urbana (IPTU) é não significaivo nas equações (3) e (4), apesar de ser significaivo nas demais. Por sua vez, o ISS apresena sinal negaivo e significaivo em odas as equações. Ese resulado mosra que o ribuo sobre serviços (que é um imposo indireo) em efeios mais negaivos do que o ribuo sobre a propriedade (que é um imposo direo). A NGE propõe que os ribuos sobre a produção afeam negaivamene a produividade do seor privado, assim, as aividades econômicas escolhem aqueles locais onde podem ober maiores rendimenos. Propõe ainda que os ribuos sobre a propriedade, embora aumenam os cusos da erra, não afeam direamene a acumulação de capial físico e humano. Os coeficienes negaivos e maiores para o ISS em relação ao IPTU reforçam esses argumenos. 5. Conclusões O principal objeivo dese arigo é o de invesigar o papel da políica fiscal local no crescimeno econômico de cidades. Para ese fim, foi apresenado um modelo eórico que incorpora as conribuições das eorias do crescimeno endógeno e da NGE. O modelo foi esado empiricamene para o Brasil (no período compreendido enre 99 e 2000) e os resulados obidos foram os previsos pelo modelo eórico proposo. A única exceção foi a quanidade de erras disponíveis, que apresenou o sinal conrário ao esperado, enreano, as demais variáveis de conrole (escola, cusos de ranspore e densidade demográfica) apresenaram os sinais predios pelo modelo eórico. O papel do governo local na promoção do crescimeno econômico de cidades foi discuido. É inegável o papel do governo local na provisão de serviços públicos que afeam a produividade e a qualidade de vida dos rabalhadores e, por conseqüência, afeam o crescimeno econômico. Lembra-se que uma das principais conribuições da NGE é a de propor uma explicação para a exisência de aglomerações e para a dificuldade de se arair invesimenos em ermos de capial físico para locais mais remoos. Todavia, podem-se arair invesimenos para locais mais remoos desde que se eleve o provimeno de melhor reinameno da mão-de-obra, sem esquecer a ofera de uma infra-esruura adequada, capaz de reduzir os cusos de ranspore. Por ouro lado, o financiameno de gasos públicos com ribuos disorcivos reduz a compeiividade de locais mais disanes da capial por invesimenos privados. Dada a condição de orçameno equilibrado, a políica fiscal em um efeio ambíguo no modelo eórico proposo. Esa conclusão é semelhane às obidas nos modelos de crescimeno endógeno. Enreano, à luz da NGE, a inerpreação que pode ser feia é a seguine: no duelo enre as forças cenrípeas, geradas pelos gasos produivos, e as forças cenrífugas, produzidas por ribuos disorcivos, não se em um resulado conclusivo. Enre os resulados obidos no arigo, se em um baixo crescimeno das cidades das regiões Nore e Nordese. Para eses casos, a sugesão de políica pública mais direa é o direcionameno dos gasos para a educação (capial humano) e invesimenos em infraesruura, já que os resulados empíricos mosraram efeios posiivos no crescimeno econômico. Deve-se deixar claro que esa políica é uma condição necessária para o crescimeno econômico, porém não suficiene. Uma vez que exise mobilidade da mão-deobra e pode haver fala de conraparida de invesimeno privado em capial físico, o resulado gerado pode ser apenas a migração de rabalhadores para regiões mais ricas. Exise a necessidade de novas pesquisas que avaliem o papel das políicas públicas uilizadas aé enão, principalmene com relação aos gasos públicos. Nese senido, é 4

15 fundamenal a disponibilidade de informações dealhadas sobre os gasos a fim de se poder fazer a divisão enre gasos produivos e improduivos. 6. Referências Bibliográficas Agell, J.; Lindh, T; Ohlsson, H. Growh and he public secor: A criical review essay European Journal of Poliical Economy. 3, p.33 52, 997. Aschauer, D.A. Is public expendiure producive? Journal of Moneary Economics. 23, p , 989. Barro, R.J. Governmen spending in a simple model of endogenous growh Journal of Poliical Economy. 98, p.03 25, 990. Economic growh in a cross secion of counries Quarerly Journal of Economics 06, p , 99. Barro, R.; Sala-i-Marin, X. Economic Growh. Ed. McGraw Hill: New York, 995. Eaon, J.; Ecksein, Z. Ciies and Growh: Theory and Evidence from France and Japan Regional Science and Urban Economics. 27(4-5), p , 997. Easerly, W.; Rebelo, S. Fiscal policy and economic growh: An empirical invesigaion Journal of Moneary Economics 32, p , 993. Engen, E.M.; Skinner, J. Fiscal policy and economic growh NBER Working Paper, WP n o Cambridge, MA, 992. Fuene, de la A. Fiscal Policy and Growh in OECD, CEPR Discussion Paper, DP n o 755, 997. Fujia, M.; Krugman, P.; Venables, A.J. Economia Espacial: urbanização, prosperidade econômica e desenvolvimeno humano no mundo. Ediora Fuura: São Paulo, Glaeser, E.L. Ciies, Informaion, and Economic Growh. Ciyscape: Journal of Policy Developmen and Research (), p. 9-47, 994. The new economics of urban and regional growh in The Oxford Handbook of Economic Geography, Gordon L. Clark, Maryann P. Feldman, and Meric S. Gerler (eds). Oxford Universiy Press: Oxford, Glaeser, E.L.; Scheinkman, J. A.; Shleifer, A. Economic Growh in a Cross-secion of Ciies Journal of Moneary Economics. 36(), p. 7-43, 995. Glaeser E.L.; Shapiro, J. Urban Growh in he 990s: Is Ciy Living Back? Journal of Regional Science, 43(), 39-65, Hansson, P.; Henrekson, M. A new framework for esing he effec of governmen spending on growh and produciviy Public Choice, 8, p , 994. Kneller, R.; Bleaney, M.; Gemmel, N. Growh, Public Policy and he Governmen Budge Consrain: Evidence from OECD Counries, Discussion Papers in Economics, DP 98/4, Universiy of Noingham, 998. Fiscal policy and growh: evidence from OECD counries Journal of Public Economics 74, p. 7-90, 999. Krugman, P. Increasing Reurns and Economic Geography, Journal of Poliical Economy, 99, , 99. Levine, R.; Renel, D. A sensiiviy analysis of cross-counry growh regressions American Economic Review 82, p , 992. Lucas, R.E. On he Mechanics of Economic Developmen, Journal of Moneary Economics, 22 p.3-42, 988. Mello Jr, L. R. Public Finance, Governmen Spending and Economic Growh: The Case of Local Governmens Mimeo,996. Oliveira, C. Crescimeno Econômico das Cidades Nordesinas: Um enfoque da Nova Geografia Econômica Revisa Econômica do Nordese, vol. 3,

16 Oaviano, G.; Thisse, J.F. Agglomeraion and Economic Geography in Henderson, V.; Thisse, J.F. (eds) Handbook of Urban and Regional Economics vol.4, Amserdam: Norh Holland, Ram, R. Governmen size and economic growh: A new framework and some evidence from cross-secion and ime-series daa American Economic Review 76, p.9 203, 986. Ram, R. Governmen size and economic growh: A new framework and some evidence from cross-secion and ime-series daa: Reply American Economic Review 79, p , 989. Rao, V. Governmen size and economic growh: A new framework and some evidence from cross-secion and ime-series daa: Commen American Economic Review 79, p , 989. Romer, P. Increasing Reurns and Long Run Growh, Journal of Poliical Economy 94, p , 986. Solow, R. A Conribuion o he Theory of Economic Growh. Quarerly Journal of Economics. 70, p , 956. Summers, R.; Heson, A. A new se of inernaional comparisons of real produc and price levels esimaes for 30 counries, Review of Income and Wealh, 34(), p. -25, 988. The Penn World Table (Mark 5): an expanded se of inernaional comparisons, Quarerly Journal of Economics, 06(2), p , Apêndice TABELA A. Esaísica descriiva das variáveis Média Mediana Máximo Mínimo Desvio Padrão Observações Invesimeno Gasos IPTU FPM ISS Densidade Homicídios Escola TC Área

17 TABELA A.2 Mariz de correlações de Pearson enre as variáveis Invesimeno Gasos IPTU FPM ISS Densidade Homicídios Escola TC Área Invesimeno,0000 0,775 0,5370 0,7594 0,5635-0,2504 0,0455-0,2505 0,224-0,695 Gasos 0,775,0000 0,5052 0,862 0,489-0,2838 0,058-0,3275 0,36-0,287 IPTU 0,5370 0,5052,0000 0,3393 0,6337-0,0979 0,505 0,2506 0,0873-0,56 FPM 0,7594 0,862 0,3393,0000 0,3095-0,3265-0,0205-0,506 0,5-0,2300 ISS 0,5635 0,489 0,6337 0,3095,0000-0,0872 0,67 0,03 0,0637-0,0536 Densidade -0,2504-0,2838-0,0979-0,3265-0,0872,0000 0,073 0,720-0,773-0,99 Homicídios 0,0455 0,058 0,505-0,0205 0,67 0,073,0000 0,0-0,0234 0,0775 Escola -0,2505-0,3275 0,2506-0,506 0,03 0,720 0,0,0000-0,075-0,78 TC 0,224 0,36 0,0873 0,5 0,0637-0,773-0,0234-0,075,0000 0,2985 Área -0,695-0,287-0,56-0,2300-0,0536-0,99 0,0775-0,78 0,2985,0000 7

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