AS CONSTRUÇÕES ENUNCIATIVAS SOBRE INFÂNCIAS EM JORNAIS IMPRESSOS DO MARANHÃO 1. Leide Silva Oliveira Alves Jornalista e Mestre em Comunicação
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1 AS CONSTRUÇÕES ENUNCIATIVAS SOBRE INFÂNCIAS EM JORNAIS IMPRESSOS DO MARANHÃO 1 Leide Silva Oliveia Alves Jonalista e Meste em Comunicação Univesidade Fedeal do Piaui, leide_s@hotmail.com Paulo Fenando de Cavalho Lopes Pofesso Douto em Comunicação Univesidade Fedeal do Piaui, pafecalo@ufpi.edu.com Resumo: Compeendendo os jonais como fonte de podução de sentidos, o objetivo deste tabalho é discuti a pati dos pessupostos da Teoia dos Discusos Sociais, como dois jonais do Maanhão, O Pogesso e O Estado do Maanhão colocam em ciculação as noções sobe infâncias. Os impessos, oa analisados, enquadam-se na categoia de jonal impesso com ciculação diáia, no estado do Maanhão. A escolha dos dois supotes de comunicação que integam a análise assenta-se na pemissa de que existem similaidades ente eles, tais como: fomato, peiodicidade, ciculação ente outos; aspectos necessáios já que se petende desenvolve uma análise compaativa que baseia-se na poposta de Aaújo (2000), Veón (2004), Pinto (2002) e Lopes (2004), que busca econstitui as opeações discusivas a pati das macas pesentes nos textos. Os discusos sobe infâncias nos jonais do Maanhão podem se encontados na supefície textual, nas macas fomais deixadas pelos pocessos sociais de podução de sentidos. Palavas-Chave: Discusos. Educação. Infâncias. Jonalismo. Maanhão. Intodução Este tabalho constitui pate da dissetação de mestado, defendida junto ao Pogama de Pós-Gaduação em Comunicação da Univesidade Fedeal do Piauí em setembo de 2016, que teve po objetivo analisa como são poduzidas e colocadas em ciculação as constuções enunciativas sobe infâncias pelos jonais do Maanhão, O pogesso e O Estado do Maanhão. A pesquisa visou aponta as estatégias enunciativas utilizadas pelos jonais; analisa os modos de dize dos dois jonais sobe infâncias e cianças além de conhece como cada jonal se posiciona no mecado simbólico quanto ao tema analisado. Foam identificadas quato invaiantes mediante a fequência com que foam identificados nos jonais: Cianças e Estado; Cianças e Educação; Cianças em isco; Cianças em dias D. Este tabalho compeende apenas a invaiante Cianças e Educação. 1 Este tabalho é pate dos esultados alcançados com o pojeto de pesquisa ealizado no âmbito do Mestado em Comunicação da Univesidade Fedeal do Piauí intitulado Jonalismo e discusos: as constuções enunciativas sobe infâncias em jonais impessos do maanhão e ecebeu apoio da Fundação de Ampao à Pesquisa do Estado do Piauí, FAPEPI. contato@fipedbasil.com.b
2 A invaiante Cianças e Educação engloba enunciados sobe a escola, em que esta apaece como instituição de legitimidade no domínio do sabe e gealmente evocada como o local po excelência da vivência da infância e apendizagem. O copus de estudo constitui-se de matéias veiculadas nas edições de dois jonais do Maanhão, O Pogesso e O Estado do Maanhão que ciculaam duante o ano de O efeencial metodológico compeende elementos da análise do discuso desenvolvida po Aaújo (2000), Veón (2004, Pinto (2002) e Lopes (2004) que busca econstitui as opeações discusivas a pati das macas pesentes nos textos. Sobe a Teoia dos Discusos Sociais Essa teoia pemite-nos desceve as egas do engendamento dos discusos jonalísticos, oa tomados enquanto pática social e luga de podução de sentido. Busca-se, a pati das macas enunciativas deixadas nas supefícies textuais dos discusos, pecebe quais mecanismos põem em jogo deteminado pocesso de podução e efeitos de sentido. Isto, po acedita que é possível chega ao pocesso de podução destes seguindo o caminho inveso, isto é, po meio dos vestígios e pistas. Decoe disso o pivilégio dado a Análise de Discusos como instumento metodológico, po se uma poposta que não se esgota na análise imanente dos textos. Segundo Pinto (2002), a análise de um texto tem como ponto de patida o pópio texto, mas não se tata simplesmente de uma análise de textos, pois os conceitos de discusos em jogo envolvem: texto, contexto, pática discusiva, estutua social. Desse modo, entendemos que o modelo escolhido de análise de discusos vai justamente cooboa no sentido de desceve, explica, avalia citicamente os pocessos de podução, ciculação e consumo que estão vinculados aos obseváveis em estudo, os peiódicos do Maanhão (O estado do Maanhão e O Pogesso), na tentativa de entende como os mesmos poduzem e colocam em ciculação as constuções enunciativas sobe infâncias. É impotante destaca que, ao falamos de infâncias, as entendemos como ineente às cianças e às suas condições de vida. E quando falamos de constuções enunciativas sobe infâncias, estamos falando do pocesso de apopiação da linguagem paa dize algo sobe infâncias. Assim, ecoendo ao efeencial teóico-metodológico da Teoia dos Discusos Sociais são investigados os modos de dize, os modos de mosta e os modos de seduzi; além de pecebe os taços ecoentes e invaiantes de opeações de enunciação a pati das macas que estas deixaam na supefície textual. E paa podemos econstitui as opeações discusivas a pati das contato@fipedbasil.com.b
3 macas pesentes nos textos, confome Veón (2004) utiliza-se-á da análise compaativa, paa confonta os dois peiódicos, pois pela compaação as singulaidades de cada um podem se estabelecidas. Em busca das noções de infâncias Considea a constução enunciativa sobe infâncias em jonais do Maanhão exige pensá-la de em temos de sua plualidade, isto é, destacando que tanto a infância como o se ciança estão em constante pocesso de tansfomação (COHN, 2005; DEL PRIORE, 2000; SOUSA, 2009); Confome Donelles (2005), no Basil, os estudos aceca da infância e sua históia foam desenvolvidos, sobetudo, tomando a categoia infância como atempoal, ingênua e dependente. Todavia, há no país difeentes campos teóicos como Educação, Sociologia, Históia e Psicologia -, que investigam a infância de foma contínua e pofunda, não mais com um sentido fixo, deteminada biologicamente, mas uma constução social. Donelles (2005) aponta um estudo genealógico sobe a infância patindo da época clássica, séculos XVI e XVII, em que é possível identifica: a) a ciança sob o contole da família; b) a instituição da escola e; c) a nomalização imposta pelas Ciências Humanas. Essas condições citadas podem te possibilitado a invenção da infância modena. A ciança sobe o contole da família passa po vigilância dento de sua pópia casa a qual é potegida. Igualmente o espaço onde ocoem as suas bincadeias. Na escola, a ciança emege como sujeito-apendiz que pecisa se colocado na posição de aluno. Ao tata da constução da infância no Ocidente, Ponte (2005, p. 29) destaca quato caacteísticas, a sabe: 1) a ciança como um outo, sepaada espacial e tempoalmente do adulto; 2) a ciança dotada de uma natueza especial; 3) a ciança inocente; 4) a ciança dependente. Esta autoa investigou sobe o papel do jonalismo na constução da ealidade, em que busca pecebe como e quando as cianças são notícia na impensa potuguesa. Neste tabalho o inteesse centa-se nas constuções enunciativas sobe Cianças e Educação. Entende-se que quando os jonais falam sobe infâncias, colocam em funcionamento todas as vozes, inclusive as que estão em dialogia com o passado. As váias noções sobe infâncias se imbicam, ciando um jogo de foça, numa tentativa de coloca em ciculação um modelo hegemônico de infância. Obseva-se que os aspectos das infâncias, gealmente estão associados a temas como: violência, motalidade, fome, escolaidade, pedofilia, postituição. Estes somados a contato@fipedbasil.com.b
4 outos, exploam conteúdos em que as cianças apaecem, oa como futuo do país, oa como infatoes. Resultados e Discussões Pecebeu-se pelos enunciados que a escola se ocupa mais do aluno do que da ciança. É como se a ciança ficasse em segundo plano enquanto sujeito dotado de emoções, vontades, sabees e sentimentos, e, em pimeio plano, destaca-se o apendiz, aquele a quem é destinado uma agenda de compotamentos que devem se seguidos à isca, já que pevê avaliação, sanções e pêmios. A ciança desses enunciados existe a pati da instituição escola. É uma ciança que cesce e se desenvolve vivenciando a otina de um ano escola, é uma ciança que epousa sobe assentos de madeia ou plástico, que se ajusta em unifomes. Veja alguns enunciados: Pogama Alfa e Beto alfabetizou 93 mil alunos no Maanhão (O Pogesso, 19 de feveeio); Pefeitua amplia e melhoa o atendimento aos alunos de Educação Infantil (O Pogesso 24 de abil); Juiz poíbe tanspote inadequado de alunos da ede pública em Bacui (O Estado do Maanhão, 10 de maio); Município e Estado são obigados a egulaiza o tanspote escola ( O Pogesso, 10 de maio) Pais de alunos temem ataso em eposição de aulas do Município (O Estado do Maanhão, 23 de dezembo); Os enunciados pesentes nas cenas enunciativas também apontam a escola como luga onde essa ciança-aluno binca e convive com seus paes, ainda que seja quase sempe na pesença dos adultos. Os enunciados popõem que luga de ciança é na escola, onde ela, a ciança-aluno, é alvo de mecanismos de vigilância e contole. Pode-se constata nos enunciados a segui: Alunos da ede municipal paticipam do Cicuito BB (O Estado do Maanhão, 18 de janeio); Teato de fantoches leva divesão e apendizado às cianças do Jadim Canossa (O Pogesso, 28 de feveeio). contato@fipedbasil.com.b
5 É impotante destaca que os enunciados sobe a ciança-aluno da ede paticula de ensino são sempe otimistas. São em sua maioia podutos de assessoias. Veifica-se nos textos, a necessidade de cia uma imagem positiva daquelas instituições. As cianças destas instituições apaecem nos enunciados como sujeitos que paticam ações. Veja alguns exemplos: Alunos do COC fazem doação paa Ampae (O Pogesso, 26 de setembo); Alunos do COC ealizam tabalho sobe culináia nodestina (O Pogesso, 6 de setembo de 2014). Estes enunciados só foam pecebidos no jonal O Pogesso, sendo citado aqui apenas em nível de ilustação. Consideações finais Os jonais ao colocaem em ciculação as noções sobe infâncias selecionaam deteminados sentidos em suas matéias e tansfomaam as infomações em estatégias a fim de constui a imagem de si bem como a de seus leitoes. A invaiante Cianças e Educação evelou enunciados aceca de pedagogias disciplinaes, as quais poduzem sujeitos infantis nas aticulações de pode e sabe. Nesses enunciados ficou difusa a ideia de que a ciança é um sujeito que necessita de cuidados e vigilância. Como as cianças não são autônomas e não têm o goveno de si mesmas, são enquadadas na condição de dependentes, tanto econômica, social, afetiva e cultualmente. Ou seja, pecisam se geenciadas pelos adultos. A escola (ceche), po exemplo, é evocada como o local po excelência da vivência da infância e apendizagem po meio da educação. É impotante lemba que, nos documentos que tatam sobe os dieitos da infância, a educação sempe é contemplada (Convenção sobe os Dieitos da Ciança, ECA, Constituição Fedeal). Nos pincipais jonais basileios, ela é um dos temas mais fequentes, o mesmo ocoe nos diáios em análise. Quase sempe a educação elaciona-se com a vivência do lúdico pelas cianças e se contapõe ao tabalho, a ciança enquanto aluno tem como único ofício, apende; isto também envolve binca e convive com seus paes. Estes discusos são entetecidos po difeentes vozes que ecoem ao pensamento filosófico, sociológico, históico e à agenda mundial sobe os dieitos da ciança. Os enunciados apontam as cianças como ingênuas e dependentes, sendo a escola habilitada a fala em nomes delas, ou seja, é dado ao adulto o dieito de epesentá-las. Assim, as cianças na condição de fontes de pouca expessividade são apenas pesonagens que pouco ou quase nada falam, e, cujo ponto de vista não apaece no discuso noticioso. O estatuto social das cianças ainda as gaante pouca visibilidade sobe o ponto de vistas delas. contato@fipedbasil.com.b
6 Refeências ARAÚJO, I. A Reconvesão do Olha. São Leopoldo: Unisinos, COHN, C. Antopologia da ciança. Rio de Janeio: Zaha, DEL PRIORE, M. Históia das Cianças no Basil. São Paulo: Contexto, DORNELLES, L. V. Infâncias que nos escapam: da ciança na ua à ciança cybe. Petópolis, RJ: Vozes, LOPES, P. F. C. Negociando sentidos, aticulando lugaes: o modelo semiológico-discusivo nas teoias de comunicação e do jonalismo f. Tese (Doutoado em Comunicação) Escola de Comunicação da Univesidade Fedeal do Rio de Janeio (UFRJ), Rio de Janeio, PONTE, C. Cianças em notícias: A constução da infância pelo discuso jonalístico ( ). Lisboa: ICS, PINTO, M. J. Comunicação e discuso: intodução à análise de discusos. 2. ed. São Paulo: Hacke, SOUSA, E. L. A expeiência com a infância em uma comunidade camponesa na Paaíba. In: AREND, S. M. F.; PEREIRA, I.; SCHREINER, D. Infâncias Basileias: expeiências e discusos. Cascavel: EDUNIOESTE, VERÓN, E. Fagmentos de um tecido. São Leopoldo: Editoa Unisinos, contato@fipedbasil.com.b
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