Política Fiscal, Choques de Oferta e a Expansão Econômica de *
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- Bruno Castilhos
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1 v.11, n.3 Viória-ES, Maio-Jun p ISSN X DOI: hp://dx.doi.org/ /bbr Robero Ellery Jr Universidade de Brasília - UnB Vicor Gomes Ω Universidade de Brasília - UnB RESUMO Ese arigo possui dois objeivos. O primeiro é mosrar o impaco de imposos disorcivos sobre um período do ciclo econômico no Brasil. O segundo é mosrar que uma explicação para o crescimeno do produo abaixo do crescimeno da produividade seria o aumeno dos imposos sobre os faores produivos, capial e rabalho. Para aingir esses dois objeivos realizamos um esudo da comparação da economia brasileira com os dados simulados do modelo neoclássico de crescimeno econômico com imposos disorcivos. Os resulados empíricos mosraram que o modelo sem imposos prevê crescimeno maior do que o observado enre 2003 e Esse pono foi aacado uilizando o modelo neoclássico de crescimeno com imposos disorcivos. Enreano, ese úlimo modelo produz uma rajeória de produo mais baixa do que a observada. Além disso, ambos os modelos falham em conabilizar apropriadamene pelo comporameno do mercado de rabalho. Palavras-chave: growh accouning, produividade oal dos faores, equilibrio dinâmico geral Recebido em 14/05/2012; aceio em 23/08/2013; divulgado em 30/06/2014. *Auor para correspondência:. Douor pelo Dep. de Economia da Universidade de Brasília Vínculo: Professor Adjuno da Universidade de Brasília. Endereço: Campus Universiário Darcy Ribeiro, FACE, Brasília DF ellery@unb.br Telefone: (61) Douor pelo Dep. de Economia da Universidade de Brasília Vínculo: Professor Adjuno da Universidade de Brasília Endereço: Campus Universiário Darcy Ribeiro, FACE., Brasília vicorgomes@unb.br Telefone: (61) Noa do Edior: Esse arigo foi aceio por Emerson Mainardes Ese rabalho foi licenciado com uma Licença Creaive Commons - Aribuição 3.0 Não Adapada. 56
2 57 Gomes, Ellery Jr. 1 INTRODUÇÃO se arigo possui dois objeivos. O primeiro é mosrar o impaco de imposos E disorcivos sobre o ciclo econômico. Para ano, mosramos o caso paricular da expansão econômica da economia brasileira enre 2004 e O segundo objeivo é apresenar uma explicação para o crescimeno do produo abaixo do crescimeno da produividade, como observado no Brasil em períodos dos anos novena e no começo do século XXI. Para aingir esses dois objeivos, realizamos um esudo de comparação da economia brasileira com dados simulados a parir do modelo neoclássico de crescimeno econômico com e sem imposos disorcivos sobre capial, rabalho e consumo. Na lieraura econômica, a políica fiscal é sempre aponada como um imporane deerminane da fluuação do produo em uma economia. Com base na eoria econômica, sabemos que aumenos de imposos podem reduzir a axa de crescimeno econômico (veja Baxer e King, 1993, por exemplo). Enreano, na lieraura, é comum analisar o impaco quaniaivo de imposos e mudanças do gaso público supondo imposos lump-sum no modelo neoclássico básico de crescimeno econômico. De acordo com Easerly e Rebelo (1993), essa simplificação no raameno dos imposos é devida à dificuldade em se compuar alíquoas médias (ou marginais) de imposos sobre faores ou consumo. 1 A escolha da esruura de financiameno dos gasos públicos nos modelos dinâmicos é crucial para a avaliação de seus impacos sobre a rajeória da economia. Por exemplo, Baxer e King (1993) mosram que quando a expansão dos gasos públicos é financiada por imposos lump-sum, horas rabalhadas aumenam e salários reais caem. Mas quando o financiameno ocorre por imposos disorcivos, horas rabalhadas e salários reais reduzem conjunamene. Essa mudança de comporameno mosra que as disorções de fao mudam o comporameno das variáveis relevanes em um modelo dinâmico. A única forma de se er medidas de impaco mais precisas sobre o impaco da políica fiscal é assumir imposos disorcivos e mosrar o seu impaco sobre as variáveis macroeconômicas em episódios específicos (BURNSIDE; EICHENBAUM; FISHER, 2004). Isso é o que enamos fazer em nosso arigo ao analisar o impaco de um modelo neoclássico com imposos e mosrar a sua habilidade em reproduzir a rajeória da economia brasileira para o período de expansão enre 2003 e Vários arigos uilizam apenas imposos lump-sum para exrair conclusões sobre impacos de políica fiscal, e enre os quais podemos ciar Edelberg, Eichenbaum e Fisher (1999) e Ramey e Shapiro (1998), e Ramey (2010) enre ouros.
3 58 Nossa esraégia de análise é comparar simulações de rajeória do modelo neoclássico com imposos disorcivos com a rajeória observada da economia enre 2003 e A meodologia que uilizamos para aproximar o modelo de crescimeno econômico com os faos observados é a mesma inroduzida na lieraura macroeconômica por Hansen e Presco (1991) e popularizada por Cole e Ohanian (2004) analisando a Grande Depressão dos Esados Unidos na década de rina e pelo volume ediado por Kehoe e Presco (2007), que expande a análise para dezesseis casos de crises em diversos países ao longo do século XX. A abordagem que empregamos segue Conesa, Kehoe e Ruhl (2007) os quais analisaram a crise dos anos novena na Finlândia. Esa esraégia é disina da perseguida por Burnside, Eichenbaum e Fisher (2004), que analisam os impacos da mudança da políica fiscal pela comparação de funções de impulso-resposa oriundas de um modelo neoclássico de crescimeno com as funções esimadas para os EUA. Nosso esudo ambém fornece uma explicação sobre o porquê de a produividade oal dos faores observada na economia brasileira crescer mais do que o produo após as reformas do início dos anos novena. Na Figura 1 apresenamos o PIB real pela população enre 10 e 69 anos de idade e a Produividade Toal dos Faores (a mensuração da produividade é discuida na subseção sobre conabilidade do crescimeno). 2 Nessa Figura fica claro que o crescimeno da produividade é superior ao crescimeno do produo. Esse fao pode levar a quesionamenos sobre os reornos das reformas realizadas no começo dos anos novena. Ou como sugerido por Arbache (2004): por que as reformas não foram bem sucedidas em aumenar o padrão de renda da economia brasileira? Uma explicação possível para o baixo desempenho de crescimeno do produo quando comparado à produividade seria a maior axação durane o período das reformas, reduzindo o padrão de vida dos agenes. 2 Uilizamos a população em idade de rabalho para eviar que mudanças demográficas afeem a forma como medimos a evolução do padrão de vida (veja Kehoe e Presco, 2007).
4 59 Gomes, Ellery Jr Produividade 1992 = Produo Anos Figura 1 - PIB por População e Produividade Toal dos Faores, Nossas conclusões são de que a políica fiscal reduziu o crescimeno do produo nos períodos analisados. Enreano, a redução gerada pelo modelo eórico foi superior à observada nos dados (especialmene em relação à expansão ). O modelo com imposos e produividade prediz com eficiência o comporameno do capial, conabilizando melhor para a rajeória recene da economia do que o modelo sem imposos. Vale noar que o modelo com imposos prediz uma redução do produo enquano o modelo sem imposos superesima o crescimeno observado do produo no período analisado. Em relação ao mercado de rabalho, ambos os modelos, com e sem imposos disorcivos, preveem expansão e reração das horas rabalhadas enre 1995 e 1999, porém os dados indicam regularidade no número de horas rabalhadas por pessoas em idade de rabalho. Para os anos mais recenes os modelos predizem crescimeno maior da ofera de rabalho, devido aos aumenos de imposos, mas a inensidade das horas rabalhadas recenemene parece esar esagnada. Nosso arigo esá organizado da seguine forma. Na próxima seção, apresenamos o modelo neoclássico de crescimeno com e sem imposos disorcivos. Na seção do modelo básico de crescimeno, apresenamos um exercício de conabilidade do crescimeno para o modelo de um seor. Na seção rês, apresenamos os resulados das simulações para o modelo de crescimeno e comparamos com o exercício de conabilidade do crescimeno, seguindo a meodologia proposa por Kehoe e Presco (2007) e Hayashi e Presco (2008). Na seção
5 60 quaro, apresenamos nossas esimaivas para as alíquoas marginais de imposos sobre consumo, capial e rabalho, bem como os resulados das simulações para o modelo com imposos disorcivos e produividade. Por fim, na úlima seção, apresenamos nossas conclusões. 2 MODELO NEOCLÁSSICO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO Nesa seção, apresenamos o modelo de crescimeno econômico básico com e sem imposos que será uilizado para avaliar a capacidade dos modelos de conabilizar as rajeórias observadas de produo e insumos. Especificamene, ese é uma versão de modelo usado em rabalhos recenes para analisar desvios da economia da rajeória de crescimeno equilibrado (KEHOE; PRESCOTT, 2007). O modelo de crescimeno é definido numa economia fechada. A função uilidade de um agene represenaivo é definida sobre uma sequência de consumo {C } e lazer {l = em que cada período de empo que soluciona o seguine problema, hn L } log( C ) (1 )log( hn L ) (1) 0 sujeio à resrição orçamenária do período. A resrição orçamenária é C I w L r K (2) al que L represena o insumo rabalho; α, um parâmero afeando a escolha rabalholaze; hn é o número oal de horas disponíveis para aividades de mercado, al que o primeiro ermo é o número de horas disponíveis para rabalhar e o segundo é população em idade de rabalho; β a axa de descono ineremporal, al que 0 1; w a axa salarial; r é a axa de remuneração do capial K, e I represena o invesimeno. O esoque de capial desa economia obedece à seguine lei de movimeno: K 1 (1 ) K I (3) al que é a axa de depreciação, 0 1. Além disso, os agenes se deparam com ouras duas resrições: a primeira é que C > 0, e a segunda, que o esoque de capial inicial, K T 0.
6 61 Gomes, Ellery Jr. As firmas operam em um mercado de concorrência perfeia, que pode ser represenado de forma agregada por uma função de produção Cobb-Douglas: Y A K L (4), 1 al que Y é o produo oal da economia, A é a produividade oal dos faores (PTF) e θ é a paricipação do esoque de capial na renda nacional, 0 < θ < 1. Dado que, em concorrência perfeia, o lucro das firmas é zero, e os preços dos faores são: w 1 Y L (5) r Y K (6) Enão, o produo no período é divido enre consumo e invesimeno. A resrição da economia é porano: C I A K L (7). 1 Por conseguine, dadas essas equações, podemos definir o equilíbrio desa economia. Definição 1 (Equilíbrio Recursivo). Dadas as sequências de produividade, A, e da população em idade de rabalho, N, = T 0, T 0 + 1,..., e o esoque de capial inicial, K T0 equilíbrio é uma sequência de salários, w, axas de juros, r, consumo, C, rabalho, L, e esoque de capial, K, al que: (a) os salários e axas de juros, o consumidor represenaivo encolhe o consumo, rabalho,, um e capial que maximiza a função uilidade (1) sujeio a resrição orçamenária (2), as resrições de não negaividade e dado o valor inicial do esoque de capial. (b) os salários e axas de juros, juno com as escolhas das firmas de rabalho e capial, saisfazem a minimização de cusos e a condição de lucros iguais a zero, equações (5) e (6); e (c) consumo, rabalho, e capial saisfazem a resrição da economia (7). 2.1 INTRODUZINDO IMPOSTOS DISTORCIVOS Nesa seção, apresenamos o modelo de crescimeno com a inrodução de imposos sobre os faores de produção e sobre o consumo. A forma como inroduzimos imposos é padrão na lieraura, com alíquoas sobre os faores (MCGRATTAN, 1994) e sobre o
7 62 consumo (PRESCOTT, 2002). Na pesquisa sobre ciclos econômicos, o modelo com imposos disorcionários é o que realiza o melhor rabalho em conabilizar pela fluuação da renda nos Esados Unidos (MCGRATTAN, 1994). O modelo que apresenamos aqui é similar aos modelos de McGraan (1994), Presco (2002), Conesa, Kehoe e Ruhl (2007) e Conesa e Kehoe (2007). Vamos considerar um ambiene econômico em que o governo uiliza imposos sobre faores e consumo para financiar seus gasos. O problema do agene represenaivo enão passa a ser maximizar a função uilidade (1) sujeio a nova resrição orçamenária com imposos c l k C K w L r K T (8), dadas as resrições de não negaividade e o esoque de capial inicial. Agora, na resrição j orçamenária, emos os imposos al que j = c, k, l, para consumo, capial e rabalho, respecivamene, e T é uma ransferência lump-sum de recursos recebidos do governo. A sequência do orçameno de governo é C w L r K G T c l k (9), al que o governo financia gasos, G, e realiza ransferências para os indivíduos da economia, T. Dadas essas duas equações, a resrição da economia é alerada para: 1 C K K G A K L (10). 1 1 Dada a descrição do ambiene econômico, podemos definir o equilíbrio desa economia. Definição 2 (Equilíbrio Recursivo com Imposos). Dadas as sequências de produividade, A, e da população em idade de rabalho, N, = T 0, T 0 + 1,..., e o esoque de capial inicial, K T0, um equilíbrio é uma sequência de salários, w, axas de juros, r, consumo, C, rabalho, L, e esoque de capial, K, al que (a) Dados os salários e axas de juros, o consumidor represenaivo escolhe consumo, rabalho, e capial que maximiza a função uilidade (1) sujeio a resrição orçamenária (2), as resrições de não negaividade e a resrição sobre o esoque de capial inicial;
8 63 Gomes, Ellery Jr. (b) Os salários e axas de juros, juno com as escolhas das firmas de rabalho e capial, saisfazem a minimização de cusos e a condição de lucros iguais a zero, equações (5) e (6); e (c) Consumo, rabalho, e capial saisfazem a resrição da economia (7). 2.2 CONTABILIDADE DO CRESCIMENTO Seguindo o modelo de crescimeno econômico, nossa análise depende do procedimeno conhecido como conabilidade do crescimeno. Também precisamos definir o esoque de capial e a paricipação do capial para o modelo de crescimeno econômico que esamos uilizando. Dados Para realizar nossa análise de crescimeno, precisamos de dados de produo, rabalho e capial. Para o caso base, de uma economia fechada e sem governo, assumimos que invesimeno é igual à formação brua de capial fixo e o consumo do modelo é igual ao consumo privado, gaso público e exporações líquidas. No caso do modelo com o governo, reiramos o gaso público do consumo do modelo. Essa esraégia é úil, pois nos permie uilizar o produo como o PIB em vez de uilizar o PNB, quando devemos considerar as exporações líquidas como invesimeno (HAYASHI; PRECOTT, 2007, BUGARIN e al, 2007). O modelo que esamos uilizando é de um único bem, e isso implica que devemos uilizar o mesmo deflaor para odos os componenes da renda. Nese caso, deflacionamos odas as séries uilizando o deflaor do PIB. Nese caso, mudanças nos preços relaivos do capial, aumenos na qualidade do rabalho e acumulação de capial humano são considerados como mudanças na PTF. As séries que uilizamos são as oficiais do Brasil, ais como calculadas pelo IBGE. Para mais dealhes sobre as séries, veja o apêndice de dados. Calibração Começamos a calibração do modelo pela consrução da série de capial a qual é consruída uilizando a lei de movimeno do capial al como na equação (3). Um pono imporane é como escolher a axa de depreciação da economia. Para a análise de ciclos econômicos, o procedimeno mais aceio seria a deerminação da depreciação como função de
9 64 uma rajeória de esado esacionário, al como pode ser descria pela lei de movimeno do esoque de capial (COOLEY; PRESCOTT, 1995). I 1 (1 )(1 ) (11), K onde γ é a axa de crescimeno da PTF,; η é a axa de crescimeno da população em idade de rabalho (enre anos), e I/K é a média da relação invesimeno-capial. Esse méodo é muio úil para analisar uma economia em seu caminho de esado esacionário, mas ende a superesimar a depreciação quando a economia se desvia da rajeória balanceada de crescimeno. Porano, para decidir não superesimar a depreciação, escolhemos o seu valor como 5% ao ano. Podemos definir a PTF a parir da função de produção (4) como A Y (12). K L 1 Para compuar a PTF (A), precisamos calibrar a paricipação do capial, θ. Para calibrar esse resulado, usamos a evidência de Gomes, Bugarin e Ellery (2005) e calibramos esse valor em Experiência do Crescimeno Uilizando as séries de produo, capial e rabalho, podemos calcular a PTF e realizar o procedimeno de conabilidade do crescimeno. Nese caso, uilizamos uma decomposição sugerida por Hayashi e Presco (2007). Nosso pono de parida é a função de produção como apresenada na equação (4). Tomando o logarimo naural na função de produção e rearranjando os ermos, é possível enconrar a seguine equação: Y 1 K L ln ln A ln ln N 1 1 Y N (13) Da equação (13), a mudança no PIB real per capia enre o período e + s pode ser obida como:
10 65 Gomes, Ellery Jr. Y s Y 1 ln ln / s ln A s ln A / s Ns N 1 K s K L s L ln ln / s ln ln / s 1 Y s Y Ns N (14) onde os ermos do lado direio são as conribuições para o crescimeno devidas à PTF, inensidade do capial e inensidade do rabalho, respecivamene. Na rajeória de crescimeno equilibrado, o segundo e erceiro ermos são iguais a zero, uma vez que a razão capialproduo e o oal de horas rabalhadas por pessoa (em idade de rabalho) são consanes. Porano, odo o crescimeno deve ser apenas função da produividade, na rajeória de crescimeno equilibrado. Na Tabela 1 e na Figura 2, apresenamos a conabilidade do crescimeno para o modelo com um único bem, onde invesimeno é deflacionado pelo deflaor do PIB. Na Tabela 1, apresenamos a conabilidade do crescimeno para odo o período 1995 a 2007 e subperíodos moivados pelas quebras na série de produo, como observado na Figura 1. As quebras no período analisado são: (i) 1997, quando o produo revere à endência e começa a cair, e (ii) 2003, quando o produo vola a crescer. 3 Esses faos sobre a produividade, no período que analisamos, ambém são reporados em Barbosa Filho, Pessoa e Veloso (2010). Analisando os resulados desses 12 anos para o Brasil, noamos claramene que a produividade apresena uma rajeória superior ao produo, indicando que a economia poderia er crescido mais. Tano nos períodos de expansão quano nos períodos de reração, a produividade apresena axa de crescimeno superior ao produo por pessoa. Esse ipo de rajeória é compaível com a ideia de Cole e Ohanian (2004) de que faores que inibam a compeiividade possam maner a economia abaixo do nível permiido pela produividade. Tabela 1 - Conabilidade do Crescimeno, Modelo de Um Seor Períodos Y/N PTF K/Y L/N Nese rabalho,iniciamos nossa análise da economia brasileira em 1995, pois esamos uilizando a nova série de Conas Nacionais no IBGE. Como esa série começa em 1995, e não possuímos deflaores para ligar períodos aneriores, concenramo-nos em analisar a economia enre 1995 e 2007.
11 66 Oura caracerísica aponada nas séries é a redução da inensidade do rabalho (L/N) durane o período analisado, sem mosrar sinais de recuperação da inensidade. Vale noar que não exise necessidade eórica de aumeno da inensidade do rabalho, mas a sua redução pode levar o produo a uma rajeória mais baixa do que a possivelmene predia pela produividade. Em relação à inensidade do capial (K/Y), o modelo de crescimeno econômico prediz que ela seja consane na rajeória de crescimeno equilibrado (Definição 1). Porano, mudanças em K/Y em geral esão associadas a mudanças cíclicas da produividade, como fica claro no grande choque do produo em 2004, quando K/Y cai e produividade sobe. Ouro fao que podemos observar é o aumeno moderado da relação capial-produo enre 1997 e A parir da análise da Figura 2, podemos pergunar o que causou a mudança de produividade iniciada enre 2003 e = PTF Y/N L/N 90.0 K/Y Anos Figura 2 - Conabilidade do Crescimeno, Modelo de Um Seor 3 SIMULAÇÃO: MODELO SEM IMPOSTOS Para simular o modelo básico de equilíbrio geral dinâmico, usaremos como insumos as séries de produividade e população. Além disso, precisamos calibrar os parâmeros β e α, além dos já definidos aneriormene, θ e δ. Para calibrar a axa de descono ineremporal, β, usamos a condição de primeira ordem do modelo de equilíbrio geral dinâmico, a qual implica que 1 Y K 1 (15)
12 67 Gomes, Ellery Jr. Usando essa equação, calibramos β como Ese número é enconrado dada a média de Y/K, igual a 0.40, e os ouros parâmeros que uilizamos aneriormene (COOLEY; PRESCOTT, 1995). Como esamos simulando a economia em sua rajeória de crescimeno equilibrado, calibramos a axa de descono ineremporal para o período O procedimeno para calibrar α é similar. Usando a condição de primeira ordem associada à escolha rabalho-lazer, podemos escrever: CL Y hn L C L 1 (16) Usando dados de horas rabalhadas, consumo, produo, a doação de rabalho da economia e a paricipação capial na renda nacional, calibramos α = 0.25 para o período A seguir, apresenamos os resulados para os experimenos numéricos. Na Figura 3, apresenamos o PIB pela população em idade de rabalho (10-69 anos) reirando a endência da froneira ecnológica. Na Tabela 2, comparamos a conabilidade do crescimeno para a economia real com a da economia arificial. O resulado do modelo de equilíbrio geral dinâmico prediz um aumeno maior do produo do que o ocorrido. Esse aumeno é devido ao fao de o crescimeno da produividade ser superior ao movimeno do produo nos dados da economia (veja Figura 2). O aumeno da produividade foi superior à axa de crescimeno do produo enre 1992 e 1997, com 3.47% conra 1.36% do PIB; por ouro lado, a produividade ambém caiu mais do que o produo enre 1997 e 2003, 1.05% frene a 0.94% de redução do produo. Ouro período em que ocorre um aumeno elevado da produividade é aquele enre 2003 e Especialmene enre 1995 e 1997, a previsão é de expressivo crescimeno econômico, enquano na série real ocorre uma redução do produo por pessoa.
13 modelo básico 1991= dados Anos Figura 3 Produo sem Tendência: Dados e Simulação Tabela 2 - Simulação Modelo sem Imposos Períodos Y/N PTF K/Y L/N Economia Modelo Básico Na Figura 4, apresenamos a razão capial-produo do modelo simulado e a dos dados. Observamos que o modelo simulado replica bem o comporameno da razão capial-produo. Na Figura 5, mosramos a razão oal de horas rabalhadas sobre a doação oal de empo por pessoa (incluindo empo para lazer). A simulação do mercado de rabalho é exaamene um pono em que o modelo básico falha em reproduzir. Enquano a série real cai, o modelo prediz um aumeno da inensidade do rabalho. Esse resulado é o mesmo enconrado por Bugarin e al (2007), e exaamene esse pono deve ser aacado quando inroduzirmos imposos no modelo básico de crescimeno.
14 69 Gomes, Ellery Jr. 3.0 modelo básico 2.5 razão 2.0 dados anos Figura 4 - Razão Capial-Produo: Dados e Simulação modelo básico razão 24 dados Figura 5 Mercado de Trabalho: Dados e Simulação 4 SIMULAÇÃO: MODELO COM IMPOSTOS DISTORCIVOS A economia brasileira nos úlimos quinze anos experimenou aumeno da paricipação dos gasos públicos e dos imposos na economia.
15 paricipação no PIB oal de imposos 0.15 gaso do governo anos Figura 6 - Gaso Público e Imposos como Paricipação no PIB, Para simular o modelo com imposos disorcivos, precisamos uilizar como insumo da simulação as séries de axas marginais sobre consumo, rabalho e capial em adição às séries de produividade e população em idade de rabalho (10-69 anos). Na lieraura econômica, é comum enconrarmos cálculos sobre axas efeivas médias de imposo (MENDOZA; RAZIM; TESAR, 1994), odavia, como as decisões relevanes do modelo são omadas na margem, devemos uilizar as alíquoas marginais de imposo. Para calcular as axas marginais, emos primeiro de compuar as axas efeivas. Para ano seguimos as meodologias de Joines (1981) e Mendoza, Razim e Tesar (1994). Araújo Neo e Sousa (2003) aplicam a meodologia de Mendoza, Razim e Tesar (1994) para os dados brasileiros de 1975 aé Todavia, os auores argumenam que várias observações de dados das Conas Nacionais não foram possíveis ser coleadas, e alguns imposos (menores) não foram uilizados para se compuar as alíquoas efeivas. Taxa Efeiva de Imposo sobre o Consumo Para calcular a axa efeiva sobre o consumo, somamos a receia de imposos gerais sobre bens e serviços e a receia de imposos excepcionais sobre o consumo (como imposos especiais sobre bebidas e combusíveis). Em seguida, calculamos a razão dessa receia sobre o consumo sobre o valor pré-imposos do consumo menos a receia de imposos indireos (vale noar, que no caso do consumo, o axa marginal é igual à axa média), i.e.
16 71 Gomes, Ellery Jr. c Rgoods, Rex, C G ( R R ) goods, ex, (17), Tal que R goods represena a receia geral de imposos sobre bens e serviços, e R ex é a receia dos imposos excepcionais. No caso do modelo de uma economia fechada com governo, o consumo oal da economia é o consumo das famílias e as exporações líquidas. Porano, o consumo oal da economia com governo é represenado por C + G. Imposos sobre os Faores A alíquoa oal de imposo sobre o agene represenaivo é a razão da receia de imposo sobre a renda do indivíduo que represena a diferença enre renda do indivíduo pós-imposo e pré-imposo sobre a renda pré-imposo. Esa úlima é definida como a soma de salários e renda não salarial do indivíduo (i.e. a soma enre compensação pelo rabalho, renda de propriedades, renda de negócios e o excedene operacional bruo das empresas não incorporadas). A meodologia que uilizamos aqui segue dois passos. Primeiro, compuamos axa de imposo marginal agregada sobre a renda do indivíduo e, segundo, calculamos as alíquoas efeivas sobre o rabalho e sobre o capial. A alíquoa marginal agregada sobre a renda do indivíduo, τ h, é: h Rinc, CE M SSE (18), al que R inc é a receia de imposos sobre a renda, lucros e ganhos de capial dos indivíduos; CE é a compensação sobre o rabalho recebida pelos indivíduos; M é o excedene operacional bruo que os indivíduos recebem; SSE é a conribuição dos empregadores para a seguridade social. O ermo µ é faor de ajusameno que ransforma a axa média em axa marginal, pois quando µ = 1, a axa média ende a ser menor do que a alíquoa marginal, pois, como os imposos são progressivos, eles endem a er um impaco maior sobre a decisão do agene. Assim, seguindo Presco (2002) uilizamos µ = 1.6. Para calcular as alíquoas marginais sobre rabalho e capial, precisamos deerminar as caegorias de renda para o rabalho e o capial. Basicamene o problema esá no excedene operacional bruo, pois pare dessa renda é devida ao rabalho e pare ao capial. Seguindo Gollin (2002) e Conesa, Kehoe and Ruhl (2007), assumimos ser a renda recebida pelo capial proporcional àquela que os faores de produção recebem, i.e., proporcional ao ermo da paricipação do capial na renda nacional (θ).
17 72 Enão, compuamos a axa efeiva sobre o rabalho como: l CE SSE (1 ) M R, R, h soc pay (1 )( Y T) (19) al que R soc é oal de conribuições para a seguridade social, R pay é o imposo sobre folha de pagameno e mão de obra, e T é o oal de imposos menos subsídios, como aparece no Sisema de Conas Nacionais. Para compuar a axa marginal sobre o capial, fazemos: k M R, R, h corp prop ( Y T) (20), al que R corp é o imposo sobre a renda, lucros, e ganhos de capial das corporações, e R prop são os imposos sobre a propriedade fixa. Essa fórmula represena a diferença enre a renda do capial pré-imposos e pós-imposos sobre a renda do capial pré-imposos. Na Figura 7, apresenamos as alíquoas marginais sobre o imposo sobre o consume e sobre o imposo sobre a renda do rabalho e do capial. Devido à indisponibilidade de dados, apenas fomos capazes de calcular as axas marginais para o período O resulado mosra claramene o aumeno das axas percebidas pelos agenes, com o maior aumeno incidindo sobre o imposo sobre a renda do capial que pare de 10 por ceno para 27 por ceno, aproximadamene. Mas as ouras duas alíquoas ambém aumenam, mas com menor inensidade o imposo sobre o consumo.
18 73 Gomes, Ellery Jr renda do rabalho consumo alíquoa marginal renda do capial anos Figura 7 - Imposo Marginal sobre o Consumo e Renda dos Faores, Quando inroduzirmos imposos, esperamos que eses causem disorções sobre os preços relaivos da economia. Todavia, para simularmos o modelo com imposos precisamos recalibrar os parâmeros β e α pois a presença de imposos disorcivos afea as condições de primeira ordem do modelo de equilíbrio geral dinâmico. Recalibrando os parâmeros uilizamos β = 0.97 e α = 0.35.
19 = dados modelo base 80 modelo imposos anos Figura 8 - Produo por Pessoa (10-69 anos) sem Tendência: Simulações Nas Figuras 8 a 11, apresenamos os resulados das simulações para o modelo de equilíbrio geral dinâmico com imposos em conjuno com os resulados do modelo sem imposos, bem como os dados da economia brasileira para o período Na Tabela 3, mosramos a conabilidade do crescimeno da economia e do modelo com imposos. Comparando o resulado do produo simulado com a economia, observamos a ala capacidade de replicar a rajeória de produo a parir de Isso sugere que o modelo com disorções sobre os preços relaivos da economia e a PTF são suficienes para explicar o comporameno recene da economia. Uma conclusão que ambém pode ser apreendida desses resulados em comparação com o modelo básico de crescimeno econômico é a de que o nível de renda da economia poderia ser aproximadamene 20% maior do que o experimenado em 2006 caso as axas marginais fossem consanes durane esse período. Para o período , o modelo com imposos ambém prevê um aumeno muio grande do produo frene ao observado. Enquano o modelo sugere o crescimeno do produo de 0.64%, para o período de 1995 a 1997, o observado foi o crescimeno de 1.36% do produo por pessoas em idade de rabalho. Esse período de expansão não conabilizado pelo modelo de equilíbrio geral dinâmico prediz um grande aumeno na inensidade do faor rabalho (horas rabalhadas) que não é observado na economia, a qual, por sua vez, experimena uma reração da inensidade de 0.08% enre 1995 e 1997.
20 75 Gomes, Ellery Jr. Tabela 3 - Modelo com Imposos Períodos Y/N PTF K/Y L/N Economia Modelo Básico Modelo com Imposos Como mencionamos aneriormene, Bugarin e al (2007) mosram que um pono imporane na aplicação de modelos de equilíbrio geral dinâmico para o Brasil é a falha em conabilizar pelo comporameno do mercado de rabalho após Nese rabalho, emos a oporunidade de expandir a série aé 2006 e inroduzir imposos sobre consumo e sobre a renda do rabalho que afeam direamene a decisão de ofera das famílias. 4 O modelo com imposos reproduz bem o comporameno do mercado de rabalho enre 1999 e No período de 1995 a 1998, o modelo prediz um grande aumeno das horas rabalhadas em virude do grande aumeno da produividade, mas na economia verdadeira não houve esa expansão. 4 Nese arigo, uilizamos observações a parir de 1991 aé 2006 enquano Bugarin e al (2007) uilizam dados de 1980 aé Mas podemos noar que de 1991 aé 1994 há um maching enre os dados simulados e reais.
21 modelo base razão dados 2.2 modelo imposos anos Figura 9 - Razão Capial-Produo: Simulações Na Figura 9, observamos que exise uma boa aproximação enre a razão capial-produo da economia verdadeira e a arificial. A série simulada para ambos os casos é mais voláil do que os dados sugerem, basicamene porque a série de PTF possui muia volailidade modelo base 24 razão 22 dado s modelo imposos anos Figura 7 - Mercado de Trabalho: Simulações No caso do comporameno do consumo, o modelo de crescimeno com imposos melhora o maching com a série da economia brasileira, enreano o modelo não capura,
22 77 Gomes, Ellery Jr. mais uma vez, o período enre 1995 e O comporameno do consumo reflee o mesmo que mosramos aneriormene para as séries de produo e rabalho. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objeivo da nossa análise, foi avaliar o impaco dos imposos sobre o produo, capial e mercado de rabalho da economia brasileira uilizando o modelo de crescimeno neoclássico expandido para a inrodução de imposos disorcivos. Além disso, ambém mosramos que o aumeno das alíquoas marginais pode ser uma explicação da baixa performance de crescimeno após as reformas dos anos novena, al como sugerido por Arbache (2004). Nós mosramos que a rajeória recene de crescimeno é bem descria pela produividade. Todavia, uilizando apenas a produividade, o nível do produo é superior ao observado na economia brasileira. A inrodução de imposos disorcivos é capaz de reduzir o nível do produo da economia arificial. Enreano, ocorre uma subesimação do nível do produo. Os modelos simulados falham em prever o comporameno do mercado de rabalho. Ambos somene conseguem reproduzir bem esse comporameno durane um curo período. Essa falha nos modelos pode indicar a exisência de labor wedge, como definido por Chari, Kehoe e McGraan (2007). Iso implica supor que modelos com rigidez nominal ou com carelização possam ser adequados para enender o comporameno recene da economia brasileira. REFERÊNCIAS ARBACHE, J. S. Do srucural reforms always succeed? Lessons from Brazil. Working Papers UNU-WIDER Research Paper, World Insiue for Developmen Economic Research (UNU-WIDER), ARAÚJO NETO, V. B.; SOUSA, M. C. S. Tribuação da renda e do consumo no Brasil: uma abordagem macroeconômica. Esudos Econômicos, v. 33, n. 1, p , BARBOSA FILHO, F. H.; PESSOA, S. A.; VELOSO, F. A. Evolução da Produividade Toal dos Faores na Economia Brasileira com Ênfase no Capial Humano: Revisa Brasileira de Economia, v. 64, n. 2, p , BAXTER, M.; KING, R. G. Fiscal policy in general equilibrium. American Economic Review, v. 83, n. 3, p , BUGARIN, M. R. ELLERY JR., V. GOMES e A. TEIXEIRA. "The Brazilian Depression in he 1980s and 1990s." In: KEHOE, T. e E. PRESCOTT, BURNSIDE, C.; Eichenbaum, M.; FISHER, J. D. M. Fiscal shocks and heir consequences. Journal of Economic Theory, v. 115, p , 2004.
23 78 CHARI, V. V.; KEHOE, P. J.; MCGRATTAN, E. R. Business cycle accouning. Economerica, v. 75, n. 3, p , COLE, H. L.; OHANIAN, L. E. New deal policies and he persisence of he grea depression: a general equilibrium analysis. Journal of Poliical Economy, v. 112, n. 4, p , COLE, H. L. e al. Lain America in he rearview mirror. Journal of Moneary Economics, v. 52, p , CONESA, J. C.; KEHOE, T. J. Produciviy, axes, and hours worked in Spain: Não publicado. CONESA, J. C.; KEHOE, T. J.; RUHL, K. J. Modeling grea depressions: he depression in Finland in he 1990s. Journal of Economic Lieraure Classificaion, Fev COOLEY, T. F.; OHANIAN, L. E. Poswar briish economic growh and he legacy of Keynes. Journal of Poliical Economy, v. 3, n. 105, p , COOLEY, T. F.; PRESCOTT, E. C. Economic growh and business cycles. In: COOLEY, T. F. (Ed.). Froniers of business cycle research. Princeon: Princeon Universiy Press, EASTERLY, W.; REBELO, S. Marginal income ax raes and economic growh in developing counries. European Economic Review, v. 37, n. 2-3, p , EDELBERG, W.; EICHENBAUM, M.; FISHER, J. M. Undersanding he effecs of shocks o governmen purchases. Review of Economic Dynamics, 2, p , GOLLIN, D. Geing income shares righ. Journal of Poliical Economy, v. 110, n. 2, p , apr GOMES, V.; BUGARIN, M.; ELLERY JR., R. Long-run implicaions of he Brazilian capial sock and income esimaes. Brazilian Review of Economerics, v. 25, n. 1, p , GREENWOOD, J.; HERCOWITZ, Z.; KRUSELL, P. The role of invesmen specific echnological change and he business cycles. European Economic Review, v. 44, p , HANSEN, G. D.; PRESCOTT, E. C. Did echnology shocks cause he recession? American Economic Review, v. 83, p , HAYASHI, F.; PRESCOTT, E. C. The 1990s in Japan: a los decade. Minneapolis, Federal Reserve Bank of Minneapolis, ;. The depressing effec of agriculural insiuions on he prewar Japanese economy. Journal of Poliical Economy, v. 116, n. 4, p , HSIEH, C.-T.; KLENOW, P. Misallocaion and manufacuring TFP in China and India. Quarerly Journal of Economics, v. 124, p , JOINES, D. H. Esimaes of effecive marginal ax raes on facor incomes. Journal of Business, v. 54, n. 2, p , 1981.
24 79 Gomes, Ellery Jr. KEHOE, T. J.; PRESCOTT, E. C. (Eds.). Grea depressions of he wenieh cenury. Minneapolis, Federal Reserve Bank of Minneapolis, KRUSELL, P.; HORNSTEIN, A.; VIOLANTE, G. The effecs of echnical change on labor marke inequaliies. In: AGHION, P.; DURLAUF, S. (Eds.). Handbook of economic growh. Amserdam: Elsevier, MCGRATTAN, E. R. The macroeconomics effecs of disorionary axaion. Journal of Moneary Economics, v. 33, p , MENDOZA, E. G.; RAZIM, A.; TESAR, L. Effecive ax raes in macroeconomics: crosscounry esimaes of ax raes on facor incomes and consumpion. Journal of Moneary Economics, v. 34, p , PRESCOTT, E. C. Prosperiy and depression. American Economic Review, v. 92, p. 1-15, RAMEY, V. Idenifying governmen spending shocks: i s all in he iming. Quarerly Journal of Economics, a ser publicado, RAMEY, V.; SHAPIRO, M. D. Cosly capial reallocaion and he effecs of governmen spending. Carnegie-Rocheser Conference Series on Public Policy, v. 48, p , APÊNDICE Tabela A.1 - Paricipação dos Gasos Públicos e Imposos no PIB e Alíquoas Marginais (%) Anos G/Y T/Y τ c τ l τ k
25
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