Acordam no Tribunal da Relação do Porto

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senhoria operou-se no fim do prazo estabelecido (caducidade do contrato); do estabelecimento comercial em causa outro se extinguiu;

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

Acordam no Tribunal da Relação do Porto. 1. A sentença recorrida absolveu da instância, por litispendência, arts. 288/1e., 493/2, 494i.

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1. Inconformados com a sentença de 1ª Instância, concluíram os Ap.os:

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

(a) A recorrida não concluiu as fracções dentro do prazo acordado; (b) E apenas foi concedida à recorrida a prorrogação do prazo até 03.

PN ; Ap.: Tc. VN Gaia, 2ª VM ( ); Ap.a. Acordam no Tribunal da Relação do Porto I.INTRODUÇÃO:

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

(a) A recorrida não concluiu as fracções dentro do prazo acordado; (b) E apenas foi concedida à recorrida a prorrogação do prazo até 03.

estrada municipal; insc. mat. art (VP Aguiar).

Em Conferência, no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

(a) Os recorrentes discordaram do despejo da habitação sita na, que lhes foi imposto pela sentença recorrida, favorável à Ap.a.

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

urbana da Freguesia de Salvador, Beja, sob o Artº 627º. 2. Alegou em síntese:

Em Conferência, no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução. (a) Os recorrentes não se conformam por não terem feito vencimento quanto

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a) A sentença não fez correcta aplicação do direito aos factos;

PN ; Ap.: Tc. Gondomar, 1º J. (); Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Ap.e:; Ap.o: Acordam do Tribunal da Relação de Évora

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Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I Introdução:

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

PN ; Ap: TC Lousada, 2.ºJ ( I- Introdução

ECLI:PT:TRL:2013: TVLSB.L1.1

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

PN ; Ap.: Tc. Lamego, 1º J. ); Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Ap.e:. Ap.os: Acordam do Tribunal da Relação de Évora

PN ; Ag.: TC. Resende; Acordam no Tribunal da Relação do Porto

1. O Ag.e discorda do indeferimento liminar3 da providência cautelar comum

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

PN ; Ap: TC Ovar; Ape: BTA, S.A, Rua do Ouro, 88, Lisboa; Apa: Irmãos Neto, Construções, Lda., Rua 62, 8 1ºB, Espinho.

Idem. Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

Ag.es:, Ag.a: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

Acordam no Tribunal de Relação do Porto

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

PN ; Ap: TC P. Ferreira, 2º J ( ) Apºs: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

(a) Os Ag.es impugnam a decisão que homologou a desistência do pedido que declarou extinto o direito que o exequente fazia valer contra os Ag.os.

Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução

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PN: ; Ap: Tc M. Beira 1J (200/03. 1 TBMBR) Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I- Introdução:

PN ; Ap.: TC Chaves; Acordam no Tribunal da Relação do Porto. 1. Introdução

Em conferência no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Notificada a recorrente da participação apresentada, veio pronunciar-se por escrito nos termos que constam de fls. 11, dizendo o seguinte:

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PN ; Apº: Tc Alijó ( ) Ap.e: Acordam no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

PN 1834/06/5; Ap: TC Tabuaço ( Acordam no Tribunal da Relação do Porto. Introdução:

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PN ; Ap.: TCParedes 2.º J ( ) Acórdão no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de

PN ; Ap: TC Ovar; Ape: Apa: Acordam no Tribunal da Relação do Porto

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Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I- Introdução:

Em Conferência, no Tribunal da Relação do Porto

Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

1. O Ap.e insurge-se contra o deferimento de pedido de inquérito judicial a Paredes & Paredes Lda, e conclui:

(a) O ap.e discorda da absolvição do pedido de despejo. (b) Da sentença recorrida:

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PN: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

PN ; Ag: TC Mirandela, 2ºJ ( ) Acordam no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

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Índice 5 Nota Prévia 11

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

PN: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

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ASSUNTO: ARRENDAMENTO FRAÇÃO NA RUA RODRIGUES SAMPAIO

Acordam no Tribunal da Relação do Porto.

; Ap.os: Id. Acordam no Tribunal de Relação do Porto

.dos,, filhas menores dos precedentes, todos com residência na Recurso interposto no Tribunal Judicial da Comarca desta vila

PN. 1010/99; Ag.: TC Santarém; Ag.e: Ag.o: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

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PN 383/99; Ag.TC Loulé Ag.e: Ag.do: Acordam no Tribunal da Relação de Évora

FICHA DOUTRINÁRIA. Artigo: art 12.º; DL 21/2007, de 29/01

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PN ; Ap.: Tc. Felgueiras (); Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

III EXAME PARA COLABORADOR AUTORIZADO DE NOTÁRIO. Previsto na alínea d), do Artigo 2.º da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro

PN ; Ag.: TC Porto, 3º J (1684A. 02) Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

Índice 5 Nota Prévia à 2ª Edição 11 Nota Prévia 13

Em Conferencia no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução

2. Concluiu: (a) A. e R., Alumifeira, contrataram a execução de dois furos de pesquisa e captação de água;

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PN ; Ap: TC Porto, 4ª Vara, 2ª. Sec. ( Ap.e: ] Apºs: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

PN ; AG.: TC. Lagos; Ag.e: SGALCO Soc. Construções, Lda.,R. Lima Leitão, 12, 1º Esq., Lagos; Ag.o: M.P.

PN ; Ap: Tc. Paredes, 2ª J.( ) Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I INTRODUÇÃO:

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: al. b) do n.º 1 do art. 2.º DL n.º 21/2007. Assunto:

Transcrição:

PN 714.021; Ap.: TC. Amarante; Ap.es2 Ap.a3:. Acordam no Tribunal da Relação do Porto 1. As recorrentes não se conformam com a improcedência do pedido de despejo, alegado abandono ou desvio do fim do prédio dado de arrendamento comercial. 2. Concluíram: (a) A Ap.a utiliza o arrendado apenas para ali depositar pneus; (b) Não expõe pneus para venda, aí não atende clientes, não presta serviços, enfim ali não exerce a actividade comercial; (c) O fim estipulado no contrato de arrendamento respectivo, contudo, é o comércio; (d) Deste modo, a Ap.a utiliza o arrendado para fim diverso; (e) A sentença recorrida contrariou então o art. 64/1.b RAU, bem como o art. 1038.e CC. 3. Nas contra-alegações foi dito: 1 Vistos: Des. Ferreira de Sousa (498); Des. Paiva Gonçalves (1306). 2 Adv.: Dra.. 3 Adv.: Dr.. 1

(a) Resulta dos factos provados que o local arrendado é frequentemente usado pelos funcionários da Ap.a quer para depositar pneus quer para os carregar com vista a serem vendidos, pelo que não colhe o argumento dos Ap.es de o mesmo se encontrar encerrado há mais de 2 anos; (b) Por outro lado, resulta do contrato de arrendamento que no prédio disponibilizado pelos senhorios deve a Ap.a desenvolver o comércio, não se especificando no entanto qual; (c) Ora a arrendatária tem desenvolvido desde sempre no locado a actividade industrial de recauchutagem de pneus, e a actividade comercial de compra e venda dos mesmos; (d) E não é pela venda de maior ou menor número de pneus recauchutados ou novos, da marca X ou Y que o argumento principal dos Ap.es pode colher: alteração do fim do contrato; (e) Na verdade, reconheceram nunca ali ter sido praticado outro comércio que não tivesse sido o comércio de pneus: nunca foi alterada, portanto, a utilização do local arrendado para fim diverso do que consta no contrato. 4. Ficou provado: (1) Os Ap.es são proprietários de um prédio urbano composto de R/C e 3 andares, Rampa Alta, S. Gonçalo, Amarante, o qual se encontra inscrito na matriz predial respectiva sob o art. 691; (2) Em 73.02.01, deram de arrendamento o R/C Esq. do referido prédio a ; (3) Tal arrendamento foi celebrado pelo prazo de 1 ano, 73.02.01, prorrogável por períodos sucessivos e iguais, nas mesmas condições, a renda acordada inicial de Pte 2 000$00; (4) E encontra-se ainda em vigor, a renda actual de Pte 28 380$00; 2

(5) Por escritura pública, 84.10.26, C. Not. Marco de Canavezes, foi constituída a sociedade, da qual o primitivo arrendatário passou a ser sócio, aceite tacitamente pelos Ap.es como arrendatário; (6) Por escritura pública, 89.06.13, C. Not. Marco de Canavezes, deu de trespasse à sociedade, Penafiel, o estabelecimento de pneus, mais precisamente o comércio de pneus, instalado no R/C do prédio já referido; (7) Por escritura pública, 93.06.07, Lda, procedeu à alteração da denominação social para (8) Consta do contrato de arrendamento inicial: 3º O prédio, ou parte do prédio arrendado por este contrato destina-se a comércio do arrendatário (9) Desde há 2 anos e meio aprox., a Ap.a utiliza aquele espaço para depósito de pneus recauchutados; (10) E os funcionários desta apenas se deslocam aí para depositar pneus ou para os carregar, com vista a serem vendidos; (11) No arrendado ficam muitos pneus, sobretudo recauchutados; (12) A Ap.a guarda pneus no espaço arrendado. 4.1 Da inspecção do local resultou: (1) Os pneus encontram-se dispostos [no arrendado] de forma organizada, começando esta disposição por uma fila consecutiva de vários pneus sobrepostos, imediatamente na entrada, junto à porta do lado esquerdo, seguida de uma fila mais, mais ou menos paralela, que se inicia logo após a colocação da secretária, colocada esta cerca de 2m em frente à entrada; (2) Aqui existe uma zona liberta com a área de 12/20 m2 aprox., ao invés do que retrata uma das fotografias [admitidas e juntas no acto]; (3) Em um terço do espaço global para trás encontram-se outros pneus já não sobrepostos, mas de pé; 3

(4) Na outra margem direita, uma fila de pneus sobrepostos; (5) A sala apresenta o aspecto de ter sido varrida; (6) Numa das paredes existem, a uma altura de cerca de 2m prateleiras onde se encontram expostos pneus, e nos quais estão apostas as respectivas referências; (7) As duas portas de entrada são de correr, e aquela que se situa imediatamente à direita tem 4/5m de largura; logo em frente um elevador; (8) Na entrada da margem esquerda existem três máquinas, uma das quais para calibrar rodas e duas para desmontar pneus; (9) Existe uma amplitude liberta de cerca de 150 m; (10) E outro elevador, à esquerda e, por fim, vários pneus colocados em prateleiras de parede; (11) No piso superior, uma área serve de escritório e armazém de pneus ligeiros, que se encontram sobrepostos; (12) Estão aqui alguns funcionários e percebe-se que o espaço se encontra em pleno funcionamento, igualmente varridos. 5. A sentença louvou-se nos seguintes argumentos: (a) tem-se entendido dever considerar-se como encerrado o local que não só não é aplicado à actividade contratada como o não é a qualquer outra, mantendo-se portanto inactivo; (b) [Segundo o provado] é manifesto que não se verifica este requisito: encerramento do locado por mais de 1 ano; (c) Por seu turno a evolução dos costumes, a necessidade de o direito se adaptar à vida e de facilitar o desenvolvimento da economia, possibilitando o desenvolvimento mais completo de cada ramo da actividade comercial, conduz a que se considere preferível a orientação [de defender não se encontrar preenchido o fundamento de resolução do contrato do art. 64/1.b RAU, se o arrendatário, continuando a usar o arrendado, e ainda a título principal para o fim ou ramo de negócio convencionado, o faz mas através do exercício acessório 4

de uma nova actividade, circunscrevendo-se àquele tipo de comércio que tem natureza de algum modo conexa com o comércio principal, ou até complementar dele, i.é, actividade ligada por uma relação de instrumentalidade necessária, ou quase necessária e actividade que, segundo os usos comuns, acompanha o modo de exploração do comércio aceite para o arrendamento]; (d) E pese embora se tenha apurado que a arrendatária exercia concretamente a actividade comercial de venda e aplicação de pneus e que desde há cerca dois anos e meio passou a utilizar o locado para depósito de pneus, é apodíctico que a nova actividade ali exercida sempre seria de considerar acessória da venda de pneus e mesmo que tal ramo específico de negócio tivesse sido convencionado no contrato, [como não foi: as partes apenas convencionaram que o prédio, ou parte do prédio arrendado, se destinava ao comércio do arrendatário]; (e) Não se verifica por conseguinte uso para fim diverso do acordado. 6. O recurso está pronto para julgamento. 7. Para além do motivo encerramento da loja, e que não está já em discussão, a sentença recorrida justificou o insucesso dos recorrentes por ter considerado que, transformado embora, o objecto do comércio do arrendatário era o mesmo de sempre. Na verdade, o armazenamento de pneus recauchutados para venda a retalho demonstra-se auxiliar necessário do bom desempenho no ramo. Por outro lado, fora para o comércio dela, para esse especificamente, que o locado fora entregue à despejanda. Contudo, o que parece resultar da fórmula contratual é a permissão de todo e qualquer comércio, de toda e qualquer actividade comercial ao arrendatário. Ora, o armazenamento para venda de pneus recauchutados, é em si mesmo uma actividade comercial: permitida, por isso, pelo contrato. Assim, não procede manifestamente o intento recursivo: nunca estaria preenchido o motivo de resolução do arrendamento invocado. 5

8. Atento o exposto, visto o art. 64/1.b RAU, decidem manter inteiramente a sentença recorrida. 9. Custas pelos Ap.es, sucumbentes. 6