PN ; Ag.: TC Porto, 3º J (1684A. 02) Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

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1 PN ; Ag.: TC Porto, 3º J (1684A. 02) Ag.e1: ; Ag.o2: Acordam no Tribunal da Relação do Porto I. Introdução: (a) O Ag.e não se conforma com as decisões sucessivas através das quais (i) lhe não foi aceite a oposição ao arresto decretado e (ii) foi indeferido justo impedimento que entretanto alegara; (b) Da primeira d ecisão recorrida: (1) Considerado o prazo de 10 dias concedido ao [Ag.e] para deduzir oposição, arts. 303/2 e 384/3 CPC, bem como a natureza urgente do processo, que determina a inexistência da suspensão do prazo no decurso d as férias, arts. 144/1 e 382/1 CPC, a oposição apresentada [ ] é manifestamente extemporânea, tendo o prazo findado em ; (2) Refira-se ainda: apesar de acolher o entendimento de que o pedido de apoio judiciário na modalidade de pagamento de honorários ao patrono escolhido implica sempre a nomeação daquele pela Ordem dos Advogados, e o que determina a aplicação do disposto do art. 25/4, Lei 30E.00, 20.12, tal facto nenhuma relevância apresenta no caso vertente: aquele normativo refere que o prazo que estiver em curso interrompe-se com a junção aos autos do documento comprovativo da apresentação do requerimento; 1 Adv.: Dr. 2 Adv.: Dr. 1

2 (3) Ora, a junção aos autos do requerimento apresentado na CRSS [na mesma altura da oposição] ocorreu muito posteriormente ao termo do prazo para deduzir oposição. (c) Da segunda decisão recorrida: (1)...só se considera justo impedimento, o evento imprevisto e estranho à vontade da parte que a coloque na impossibilidade de praticar o acto por si ou por procurador; (2) Neste caso, é extemporânea a invocação do justo impedimento:...ou a parte pratica o acto dentro do prazo... ou o faz fora de prazo e, neste caso, havendo razões para tal a pretendendo que o articulado seja admissível, terá que alegar e provar simultaneamente a existência do justo impedimento; (3) A invocação deste não pode ser alegada, pois, após a notificação da não admissão do articulado. II. Matéria assente: (a) Em , o Ag.e foi citado para deduzir oposição a arresto decretado sem ter sido ouvido; (b) Em juntou-a e simultaneamente solicitou apoio judiciário na modalidade de pagamento de honorários a patrono escolhido; (c) Depois de ter sido notificado do despacho que não aceitou a oposição deduzida, alegou o Ag.e justo impedimento: (i) o mandatário do oponente foi informado na secção, co m o beneplácito do juiz, que o prazo não corria em férias, porque o processo deixava de ser urgente uma vez concluído o arresto; (ii) e o Req.e, porque nesse dia , levava consigo um requerimento onde se tinha enganado quanto ao pedido de apoio judiciário, em face da informação recebida, remeteu a oposição para o primeiro dia útil após as férias judiciais, aproveitando para corrigir o lapso: pediu também a dispensa do pagamento da taxa de justiça, quando apenas tinha inicialmente solicitado o pagamento dos honorários ao defensor escolhido; 2

3 (d) A comunicação ao Ap.e de lhe ter sido concedido o apoio judiciário tem data de ; (e) Trata-se de decisão rectificativa de uma outra, tomada em , tendo dado entrada o pedido em ; (f) Em , a Ord em dos Advogados confirmou a nomeação do patrono escolhido pelo Ag.e. III. Cls/alegações: 1º agravo. (a) Os procedimentos cautelares revestem sempr e car ácter urgente; (b) Visam acautelar um direito; (c) Deferida a providência, e executada a decisão, fica pois o direito acautelado; (d) Logo, tod as as d emais d iligências, por não terem a ver com a protecção ou o acautelamento de tal direito deixam de ser urgentes; (e) Portanto, a partir daí, o p rocesso já não corre em férias judiciais; (f) De qualquer modo, não houve excesso de prazo na oposição, porque o Ag.e foi informado da desqualificação do processo por funcionário judicial justamente no dia em que aquela mesma oposição iria ser apresentada, dias seguidos, e em pleno período de férias; (g) Decidindo ao contrário, a decisão em crise desrespeitou os arts. 381, 387 e 406 ss. CPC; (h) Deve ser r evogada e substituída por outra que mande receber a oposição desentranhada. IV. Cls/alegações: 2º agravo (a) Mantém o Ag.e que a sua oposição ao arresto foi entr egue tempestivamente em , 1º dia útil após as férias judiciais; (b) Mas a admitir-se que o despacho que não recebeu o articulado tem de alguma forma razão, foi com notificação deste que a parte tomou conhecimento do justo impedimento; 3

4 (c) Na verdade, em , quando o Ag.e p retendia em tempo apresentar a oposição, um funcionário judicial, com o beneplácito do juiz, informou o mandatário de que o prazo se suspendia em férias; (d) Desta forma não era exigível outro comportamento ao Ag.e; (e) E a não ser entendido assim, o oponente ficou impedido de apresentar o articulado em dois momentos diferentes e sucessivos, o que limita drasticamente o exercício pleno dos seus direitos; (f) Por conseguinte a decisão recorrida, e que deverá ser revogada, admitido o articulado por ter havido justo impedimento quanto à apresentação no prazo, desrespeitou o art. 146 CPC. V. Contra-alegações: não houve. VI. Sequência: (a) O desp acho recorrido aceita que os prazos processuais se susp endam com o pedido de apoio judiciário, mesmo n a modalidade eleita que foi a do pagamento dos honorár ios a patrono escolhido. Contudo afirma não ter relevância este dado porque quando foi pedido o apoio já tinha passado o p razo da oposição. De qualquer modo, terminando o prazo seguido em , certo é também que o Ag.e apresentou no dia seguinte o requerimento com o pedido do apoio. Suspenderam-se os prazos então e estava a correr o prazo de tolerância de 3 dias para prática do acto fora do tempo sem necessidade de invocar justa causa. Por conseguinte, teremos de investigar se o recorr ente entregou oposição nos 2 dias que lhe restavam após ter sido notificado da nomeação do patron o. E entregou: , mas comunicação da Ordem posterior de Há pois cumprimento do prazo em curso e com dispensa do pagamen to da multa segundo a decisão rectificada de concessão do apoio,

5 Assim têm vencimento os argumentos do Ag. e quanto ao 1º recurso interposto, não propriamente pelas razões que invoca, ainda que não sejam despiciendas, mas desde logo pela recontagem a que acima se procedeu. Este ven cimento dispensa naturalmente que se tome conhecimento do 2º agravo. (b) Tudo visto, e o disposto no art. 25/4, Lei 30E.00, 20.12, vai a decisão recorrida revogada e substituída por esta pela qual é aceite a oposição ou arresto apresentado pelo Ag.e. VII. Custas: sem custas, por não serem devidas na ausência de oposição da parte contrária. 5