Escala do Algodão. Celso Jamil Marur & Onaur Ruano
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- Geraldo de Almada Ribeiro
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1 Escala do Alodão Celso Jaml Marur & Onaur Ruano As espéces mas cultvadas, como mlo, soja e tro, possuem escalas de crescmento e desenvolvmento, conecdas como Escala de Hanway, de Fer e de Zadocks, respectvamente. A mportânca dessas escalas é que elas são ferramentas útes para determnação mas precsa do momento adequado de se efetuar prátcas recomendadas de manejo da cultura, bem como tornar possível a troca de nformações entre pesqusadores, técncos da Extensão Rural e arcultores. A execução das prátcas culturas nos momentos mas aproprados no cultvo das espéces é fator fundamental para um melor resultado econômco, assm como um menor mpacto ambental. No cultvo do alodoero, como exemplos, podemos ctar o uso de fertlzantes e de reuladores de crescmento, e o levantamento populaconal de nsetos vsando o manejo nterado de praas (ver Anexo 1). O alodoero, por ser uma planta de crescmento ndetermnado, possu uma das mas complexas morfoloas entre as plantas cultvadas. Ademas, as dversas cultvares de alodoero apresentam dferentes cclos, ou seja, podem ser precoces ou tardas (alumas fecam seu cclo produtvo em 130 das, enquanto outras podem faze-lo em mas de 170 das). Essas característcas mpossbltavam a confecção de uma escala únca para todas as condções de planto ao redor do mundo. Em função da nexstênca de uma escala para o alodoero, é usual dzer que uma prátca ou observação ocorre aos tantos das após a emerênca e/ou níco do florescmento. No entanto, a caracterzação das fases de desenvolvmento da cultura pelo parâmetro cronolóco resulta em varações mportantes quanto ao real estádo fenolóco, em comparações de ambentes e/ou anos dferentes, por serem altamente nfluencáves pelo ambente, prncpalmente quanto às suas exêncas térmcas. Como exemplo, podemos comparar o desenvolvmento de uma cultvar semeada em duas dferentes épocas (fnal de setembro e fnal de novembro). A lavoura semeada em setembro terá um desenvolvmento mas lento, em função das temperaturas mas amenas. Por outro lado, a lavoura de novembro apresentará um desenvolvmento mas rápdo, devdo às temperaturas mas altas. Assm, ao se adotar o crtéro cronolóco para adoção de uma prátca, o extensonsta e/ou o arcultor vão errar em alum momento. Se forem utlzadas cultvares com dferentes cclos, os erros serão anda maores. Com o objetvo de mnmzar os efetos de problemas dessa natureza, uma escala de desenvolvmento do alodoero fo desenvolvda no IAPAR. A Escala do Alodão começa a ser dfundda junto às unversdades e aos órãos de assstênca técnca e de extensão rural, para utlzação
2 no manejo da cultura. O trabalo tem o objetvo de padronzar a lnuaem para dentfcação de cada uma das fases do alodoero, a exemplo de escalas já exstentes para as prncpas culturas como, mlo, tro, soja e fejão. DESCRIÇÃO DA ESCALA DO ALGODÃO Os estádos de crescmento e desenvolvmento serão caracterzados bascamente em função de suas fases fenolócas, ou seja, veetatva (V), formação de botões floras (B), abertura da flor (F) e abertura do capulo (C). No período veetatvo, entre a emerênca da plântula e até que a prmera fola verdadera tena o comprmento de 2,5 centímetros de nervura prncpal, o estádo será V 0 (F. 1) A partr do lmte anteror e até que a seunda fola verdadera tena a sua nervura prncpal com comprmento de 2,5 centímetros, o estádo será V 1. Sucessvamente, aplcando o mesmo crtéro, a planta avançará para os estádos V 2, V 3, V 4, V 5 etc (F. 1). Nesta fase, consdera-se fola verdadera expandda quando a nervura prncpal de seu lmbo folar for maor que 2,5 centímetros. V 5 ESTÁDIO V 0 V 1 V 2 V 3 V 4 F. 1 No níco da fase reprodutva, ou seja, quando o prmero botão floral estver vsível, o estádo passa a ser B 1 (F. 2). Quando o prmero botão floral do tercero ramo reprodutvo estver vsível, a planta estará no estádo B 3 (F. 2). Neste momento, estará sendo formado, também, o seundo botão floral no prmero ramo frutífero. Sucessvamente, à medda que o prmero botão floral de um novo ramo frutífero estver vsível, o estádo passará a ser B n (F. 3). A ndcação B não será mas utlzada a partr do momento em que o prmero botão floral do prmero ramo frutífero transformar-se em flor. A partr de então, o estádo de desenvolvmento passará a ser F 1 (F. 4). O estádo de desenvolvmento será F 3 na abertura da prmera flor do tercero ramo frutífero (F. 4). Nota-se nessa fase, também, a abertura da flor na seunda estrutura do prmero ramo frutífero. Sucessvamente, à medda que ocorrer a abertura da prmera flor do ramo frutífero de número n, o estádo passará a ser F n.
3 Quando a prmera bola do prmero ramo transformar-se em capulo o estádo de desenvolvmento passará a ser C 1 (F. 5). Sucessvamente, o estádo será C n à medda que ocorrer a abertura da prmera bola do ramo frutífero de número n. F. 2 F. 3 Em certas ocasões, antes da abertura do prmero capulo, pode ocorrer um curto período em que flores abertas não sejam observadas. Em tas casos, o estádo de desenvolvmento deve ser caracterzado como FC, que snfca o período entre a últma flor (F) e o prmero capulo (C). Para a determnação do estádo de desenvolvmento predomnante das plantas de um expermento, suere-se que sejam observadas no mínmo vnte plantas, tomadas ao acaso e dstantes entre s. No caso de uma lavoura, usar o mesmo procedmento, para cada ectare de área plantada. Assm, a defnção fnal do estádo de desenvolvmento da população de plantas será dada por aquele estádo que ocorreu com a maor freqüênca na amostraem. Na tabela 1 encontram-se as prncpas prátcas culturas a serem adotadas na condução da lavoura, bem como os períodos crítcos de ocorrênca das praas, ndcados pelas fases fenolócas propostas na Escala do Alodão. CONCLUSÕES 1. A Escala do Alodão permte a padronzação na dentfcação de estádos de desenvolvmento de lavouras de alodoero, facltando a orentação e a tomada de decsão no manejo da cultura. 2. A escala permte a comparação de trabalos de pesqusa realzados em dferentes localdades. 3. O sstema pode ser um nstrumento útl na elaboração de pareceres técncos no planejamento e extensão rural.
4 F. 4 F 1 F 3 f f d d b f e c a e c e F. 5 C 1 C 5
5 ANEXO 1 Fertlzantes muto solúves aplcados na semeadura, como o ntroêno (N), suprem as necessdades ncas da planta mas não persstem dsponíves, em quantdades adequadas, por tempo sufcente para suprr a demanda da planta para o período reprodutvo. A aplcação deste fertlzante em cobertura é efetuada como suplementação à adubação de base, vsando dsponblza-lo em períodos de necessdade ao lono do desenvolvmento da planta. Estudos realzados no IAPAR, sobre doses e épocas de aplcação de N, demonstraram ser possível a obtenção de um acréscmo de até 20% na produção, para a melor época e dose de aplcação do fertlzante, quando se estudou o parcelamento da aplcação em até 3 épocas, em relação à testemuna, sem o nutrente aplcado (Costa, 1993). Assm, a suplementação deverá ser efetvada no momento mas adequado do desenvolvmento fenolóco da planta, que demanda aquela suplementação, prefervelmente ao tempo cronolóco decorrdo da aplcação anteror. A aplcação de redutores de crescmento tem como fnaldade evtar que a planta atnja excessvo crescmento e autossombreamento, o que dfculta a execução das prátcas culturas, e favorece o apodrecmento de estruturas frutíferas, respectvamente (Carvalo et al., 1994 e Beltrão et al., 1999). Aqu também o parcelamento e a aplcação nas épocas corretas promovem produções maores (por evtar perdas) e com melor qualdade do produto. Da mesma forma, o conecmento dos prncpas períodos de ocorrênca das númeras praas que atacam o alodoero, ao lono das fases fenolócas, é mportante para raconalzar a atvdade do extensonsta e também do prauero (profssonal especalsta no levantamento de praas), de modo a proceder às aplcações dos arotóxcos nos momentos mas adequados. Lteratura ctada Beltrão, N.E.M., J.G. Souza. e outros Manejo cultural do alodoero erbáceo na reão do cerrado. In: Mato Grosso. Lderança e Compettvdade. Rondonópols: Fundação MT / EMBRAPA, 182p. Carvalo, L.H. E.J. Caveato e outros Ftorreuladores de crescmento e capação na cultura alodoera. Braanta 53(2): Costa, A Correção do solo e adubação do alodoero. Informe da Pesqusa, IAPAR, 16(107):
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