ANÁLISE DO IMPACTO DA LOCALIZAÇÃO E DOS AGENTES EXTERNOS NA FORMAÇÃO DE GRUPOS DE INOVAÇÃO
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- Norma Coradelli Mendes
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1 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de ANÁLISE DO IMPACTO DA LOCALIZAÇÃO E DOS AGENTES EXTERNOS NA FORMAÇÃO DE GRUPOS DE INOVAÇÃO Andre Marques Cavalcant (UFPE) andremarques2008@gmal.com Marcos Roberto Gos de Olvera (UFPE) mrgos@hotmal.com Joao Perera de Brto Flho (UFPE) jbrto@ufpe.br O presente trabalho objetva estabelecer uma métrca de smlardade entre o grau de novação (GI) de grupos de empresas de um mesmo segmento e sua localzação geográfca. Dessa forma reforça-se a mportânca dos agentes externos no desempeenho das empresas localzadas em uma determnada regão geográfca possbltando-se a adoção de estratégas que reduzam as dferenças regonas a partr de ações que ncentvem a novação. Com base nas métrcas defndas no radar de novação são obtdos o grau geral de novação de 54 mcro e pequenas empresas (MPEs) dstrbuídas em três amostras aleatóras de 18 empresas cada. A partr dessas amostras foram realzados testes de análse de varânca, dentfcando-se smlardades entre os três grupos. Da análse dos resultados obtdos, fo possível dentfcar uma maor smlardade entre as empresas de uma mesma cdade. Comprova-se assm o efeto dos agentes externos e formação de arranjos locas de produção na formação de clusters de novação. Palavras-chaves: Clusters de novação, grau de novação, economa externa, arranjos locas de produção
2 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de Introdução No nco do período ndustral o papel das economas externas à empresa, também conhecdas como economas de escala da demanda (MARSHALL, 1982), já era reconhecdo como fundamental para o sucesso dos dstrtos ndustras. A concentração de mão de obra qualfcada, nfraestrutura físca e capacdade produtva em uma determnada regão melhoram a efcênca coletva das empresas ndvduas lá nstaladas. Nos anos de 1980, passou-se a usar o conceto das economas externas para explcar o desempenho econômco de uma regão. A exstênca de uma nfraestrutura socal e tecnológca adequada é uma condção fundamental para o sucesso de empresas novadoras, além da oferta de mão de obra qualfcada, exstênca de nsttuções de ensno e pesqusa atuantes, nfraestrutura ndustral básca e grupos de empresas com massa crítca tecnológca para atraírem novos nvestmentos (TRIGE, 2006). Os ambentes geográfco e nsttuconal no qual se localzam as empresas exercem grande nfluênca na capacdade de novar. Cassolato e Lastres (2003) dscutem a questão da dmensão global dos processos produtvos com o caráter regonal, localzado e específco dos processos de aprendzado e de novação. A dfusão do conhecmento é facltada pela aproxmação devdo às oportundades de aprendzado por nteração entre agentes econômcos. O prncípo das economas externas é altamente pertnente às dnâmcas das Mcro e Pequenas Empresas (MPE). As facldades de comuncação ntroduzdas pelas novas Tecnologas da Informação e Comuncação (TIC) fazem com que as empresas tenham acesso à nformação e servços ndependentemente do seu porte. Isso permte a descentralzação de grandes empresas promovendo transações mas ntensvas com parceros externos. Segundo Kao (2008), a estrutura e o ambente organzaconal devem estmular a novação e a cratvdade. Tende-se a pensar que não há relação entre a concepção do local de onde se encontra a organzação e a sua forma de atuar. No entanto, sabe-se que as organzações necesstam de um local em que as oportundades e projetos específcos possam ser explorados de uma forma autônoma e lberal. Os seus espaços devem nduzr ao questonamento, descoberta, expermentos e desenvolvmento de protótpos. A partr da dscussão do estado atual da organzação fornecdo pelo grau de novação defndo por Sawhney e Chen (2010), procura-se dentfcar que empresas de um mesmo segmento e de uma mesma regão geográfca não dferem entre s no seu grau de novação comportando-se como um agrupamento novatvo. Enquanto que partcpando de regões dferentes não se pode garantr a partcpação de um mesmo agrupamento novatvo. Para sso se estabelece um radar do nível de organzação em uma escala de um a cnco onde o nível um representa uma empresa em estado embronáro e sem processos bem defndos e controle operaconal ocasonal. Já as empresas no nível cnco apresentam processos controlados com qualdade em classe mundal com planejamentos e rotnas de avalação de desempenho. Busca-se assm estabelecer uma métrca de smlardade entre o grau de novação (GI) de grupos de empresas de um mesmo segmento de uma mesma regão com empresas do mesmo segmento, mas de outras regões geográfcas. Dessa forma analsa-se a mportânca da economa externa no desempenho das empresas localzadas em uma determnada regão comparando-se com outras empresas do mesmo segmento, mas localzadas em outra regão geográfca. A luz dessas evdêncas, pode-se então sugerr estratégas que reduzam as dferenças regonas. 2
3 2. Referencal teórco 2.1 Novos formatos de organzações XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de Até há pouco tempo, as análses econômcas relatvas às atvdades novatvas se concentravam no estudo de novações ndvduas e específcas. Somente a partr de meados da década de 1980, ntensfcaram-se pesqusas de estruturas organzaconas focadas para estmular a novação. Duas característcas passaram a ser consderadas como elementos de nfluênca no desenvolvmento econômco e na capacdade de novação das organzações: a) Formatos organzaconas em redes para promover a nteração entre dferentes agentes nos quas se destacam, alanças estratégcas, arranjos locas de empresas, clusters e dstrtos ndustras; b) O ambente onde estas organzações se estabelecem. Em Etla (2010), observa-se uma tendênca crescente de consttução de formatos organzaconas específcos entre dferentes tpos de agentes socas e econômcos, em ambentes propícos para a geração de novação, envolvendo desde etapas de pesqusa e desenvolvmento e produção até a comercalzação. Tas formas de nteração vêm nterlgando as dversas undades dentro de uma empresa, bem como artculam dferentes empresas e outros agentes. Destacando-se, partcularmente, nsttuções de ensno e pesqusa, organsmos de desenvolvmento de nfraestrutura, apoo e prestação de servços e nformações tecnológcas, governos locas, regonas e naconas, agêncas fnancadoras, assocações de classe, fornecedores de nsumos, componentes e tecnologas e clentes. Esses novos formatos são vstos, portanto, como a forma mas completa para permtr a nteração e o aprendzado, assm como a geração e troca de conhecmento. Alguns autores caracterzam a formação e operação de redes como um fenômeno ntmamente lgado à emergênca do sstema de produção ntensvo em nformação e como a prncpal novação organzaconal assocada ao atual paradgma (LEMOS, 1996; MacCORMACK et al., 2007). Em MacCormack et al. (2007) e Tomaél et al. (2005), ressalta-se o potencal oferecdo pelos novos meos técncos dsponblzados com as TICs, ntensfca-se a geração e absorção de conhecmento e as possbldades de mplementação de novação. As exgêncas de especalzação ao longo da cadea de produção se tornam cada vez maores. As tecnologas estão sendo desenvolvdas com base em dferentes dscplnas e a maora das empresas não está preparada ou não possu recursos para acompanhar essa evolução. As novas tecnologas nfluencam, assm, tanto as formas de cooperação, como a necessdade de cração de formas ntensvas de nteração e aprendzado. A parcera é uma condção para permtr a especalzação, vsando capactar os agentes envolvdos e desenvolver competêncas nterrelaconadas em redes que torna um mperatvo para o desenvolvmento e sobrevvênca das organzações. Além dsso, as redes têm como objetvo permtrem às empresas a possbldade de dentfcarem oportundades para mpulsonarem o processo novatvo. A partr da exstênca de dfculdades para se obter o conhecmento e realzar P&D que abranjam as mas dversas áreas, a complementardade tecnológca é vsta como motvação para partcpar de redes.. Partcpar em redes pode proporconar novas experêncas através do aprendzado promovdo por seus partcpantes, estmula o aprendzado e gera conhecmento coletvo, sendo uma de suas maores contrbuções. O ambente terrtoral é nfluencado através das oportundades oferecdas pela troca de nformações, transmssão de conhecmento explícto ou tácto e mobldade de competêncas. É mportante para o desenvolvmento do conhecmento coletvo, a partcpação de dversos agentes destacando-se especalmente as nsttuções de ensno e 3
4 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de pesqusa que promovem atvdades que têm mportante papel de possbltar a abertura da rede a um grande número de usuáros potencas (LEMOS, 1996; SEBRAE, 2010). 2.2 A dmensão local da novação Em Hauser et al. (2006), o processo de novação é entenddo como nteratvo, porém dependente prncpalmente da capacdade de aprender a gerar e absorver conhecmentos, da artculação e das fontes de novação para os dferentes agentes, bem como da localzação e do nível de conhecmentos táctos exstentes nesses ambentes. É dada atenção ao caráter localzação da novação e do conhecmento em função da observação da dstrbução espacal desgual da capacdade de gerar e de dfundr novação. Identfca-se no nível mundal em algumas regões uma sgnfcatva concentração da taxa de ntrodução de novação em setores e empresas que desempenham o papel de prncpas ndutores de novações. Daí a noção de que o processo novatvo e o conhecmento tecnológco têm dependênca da localzação. A nteração localzada crada entre agentes econômcos e socas em um mesmo espaço permte o desenvolvmento de sgnfcatva parcela de atvdades novatvas, ou seja, uma condção nsttuconal local que depende de mecansmos partculares de aprendzado e troca de conhecmentos táctos promovendo o processo de geração e dfusão de novações. Assm, as dferentes estruturas nsttuconas, como os clusters e osdstrtos ndustras, passam a dspor de processos novatvos qualtatvamente dversos em função da sua localzação (LASTRES et al, 1999). Essas estruturas são suportadas pelo aprovetamento da cultura local, relação de confança e aproxmação geográfca como fontes mportantes de aprendzado nteratvo e vantagens comparatvas, assm como a oferta de qualfcações técncas, estruturas de organzação e conhecmentos táctos acumulados. Comprova-se que a confança pode ser promovda em um ambente comum de proxmdade e dentfcação entre os agentes, como o caso dos arranjos locas (SENGER et al., 2006). Neste contexto, adqure especal mportânca a adoção do conceto de programas naconas de novação. Em Freeman (1995) e SEBRAE (2010), esse conceto é suportado pela consderação de que os atores econômcos e socas e as relações entre eles são capazes de determnar em grande parte a capacdade de aprendzado de um país e, portanto, aquela de novar e de se adaptar às mudanças. Desempenhos naconas, relatvos à novação advêm da conjugação dos nteresses socas e nsttuconas partculares e de característcas hstórcoculturas específcas (LASTRES et al., 1999). Os programas naconas, regonas ou locas de novação são formados por uma rede de nsttuções do setor públco (nsttuções de pesqusa, unversdades, agêncas governamentas de fomento e fnancamento e empresas) e prvado (como empresas, assocações empresaras, sndcatos, organzações não-governamentas etc.) cujas atvdades e nterações geram, adotam, mportam, modfcam e dfundem novas tecnologas, sendo a novação e o aprendzado seus aspectos crucas. A assertva básca dos sstemas naconas de novação se contrapõe à dea de que a crescente globalzação vem afetando todos os níves. Pelo contráro, demonstra-se que a geração de novações e de tecnologas é localzada e crcunscrta às fronteras localzadas naconal ou regonalmente (LASTRES, 1997; SEBRAE, 2010). Tendo em vsta que os conhecmentos que se geram no processo novatvo são táctos, cumulatvos e localzados, exste um espaço mportante no nível naconal, regonal ou local para o desenvolvmento de capactações tecnológcas endógenas. Este é o papel do sstema naconal de novação. 2.3 Abordagens para polítcas de novação Em Schumpeter (1984) ndca-se que a economa baseada no conhecmento ou no aprendzado reúne alguns elementos de relevânca para alternatvas de polítcas de novação 4
5 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de que devem ser ncorporados no seu estabelecmento. Dscutem-se aqu aspectos referentes a formulações de polítcas centífcas, tecnológcas, ndustras e de novação sobre o papel do Estado na aplcação dessas polítcas. Em prmero lugar, observa-se que polítcas de promoção estão focadas em padrões de desenvolvmento tecnológco de empresas ou projetos pontuas e ndvduas. Surge a necessdade de dscutr polítcas que vsem ao desenvolvmento ndvdual de organzações, de repensar o processo de formulação de tas polítcas, buscando-se rápdas mudanças suportadas por tecnologas de nformação e comuncação relaconadas ao própro processo de novação. Em alguns países já ocorrem mudanças no foco de polítcas dentro desse contexto. Essas polítcas se caracterzam por apresentarem novos formatos e conteúdos. Assm, as polítcas centífcas, tecnológcas e ndustras são entenddas como parte de um mesmo conjunto, prvlegando o desenvolvmento, dssemnação e uso de novos produtos, servços e processos. A formação de rede de dferentes agentes é estmulada para desenvolver a nteração no processo de aprendzado, na pesqusa, desenvolvmento, produção e comercalzação desses bens/servços. Destaca-se a mportânca de que o processo novatvo ocorre de forma localzada e, portanto, depende de seus contextos setoral, organzaconal, empresaral e nsttuconal específcos. Em segundo lugar, quanto ao papel das nsttuções públcas promotoras de polítcas são observadas tendêncas para se reduzr o seu papel nas áreas centífca, tecnológca e de novação. Surgem então confltos entre formuladores de polítcas nfluencados por modelos neoclásscos, os quas desconsderam o papel da tecnologa e da novação para o desenvolvmento de um país ou regão e aqueles que enfatzam o enfoque novatvo. Mutas vezes os prmeros tendem a neglgencar as polítcas novatvas e defendem a redução do volume de recursos a serem aplcados nesta área (LUNDVALL & BÓRRÁS, 1998), (CASSIOLATO & LASTRES, 1999) e (KAO, 2008). Ressalta-se também que no atual contexto de acelerado processo de globalzação resultantes das TICs não se consdera ser necessáro o nvestmento de governos naconas na promoção de atvdades de geração de conhecmento e novação em função, nclusve, dos controles e dretrzes que estão a eles assocados. Para os que compartlham desses argumentos, o processo de globalzação de certa forma permte a geração, dfusão e acesso as nformações e conhecmentos unformemente, e, portanto, não mas se fazem prementes nvestmentos nessas atvdades, posto que tem grande parte de seus resultados públcos dsponíves nternaconalmente. A ntrodução do novo paradgma tecno-econômco, com taxas elevadas de mudanças, alada ao processo de globalzação, nclu novos argumentos à questão da promoção de novação. Como destacam alguns autores, mudanças vêm ocorrendo rapdamente, e para melhor nserção na economa baseada no aprendzado deve-se consderar o que estmula este processo. Nesse sentdo, é mportante reconhecer que também a formulação de polítcas deve ser ncluída no processo de aprendzado, pos é necessáro que se compreenda e se adapte as polítcas as mudanças, estabelecendo dretrzes aderentes com os contextos específcos. Para tanto, enfatza-se a mportânca do aprendzado na formulação de polítcas, dreconado prncpalmente para os própros formuladores de polítcas (LUNDVALL & BÓRRÁS, 1998) e (CASSIOLATO & LASTRES, 1999). 5
6 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de Mensurando a novação em uma organzação A grande dfculdade entre todas as defnções de novação é estabelecer um nstrumento de medção ao defnr um processo de como novar. Em Garca (2008) e Tuschman & Nadler (1986) se estabelece tpos de novação baseada em quatro domínos: tecnológco, comercal, organzaconal e nsttuconal. Estes autores abordam a questão da novação de forma amplada e dão o tom da complexdade do tema. Outro modo de defnr a novação de forma holístca fo proposto por Schumpeter (1984) defnndo as dmensões da novação. Segundo o autor, a novação podera surgr sob a dmensão de um novo produto, de um novo processo, pela procura de novos mercados, desenvolvmento de novas fontes de nsumos e pelo estabelecmento de novas estruturas de mercado. O modelo de Schumpeter (1984) é conhecdo como uma das prncpas referêncas nternaconas para a medção da novação. O Manual de Oslo (2004) toma como base essa referênca. Esse documento fornece suporte concetual e dretrzes que vablzam comparações entre trabalhos de pesqusa realzados em todo o mundo. Sawhney et al. (2006 e 2010) propõem uma ferramenta denomnada radar de novação onde relacona doze dmensões pelas quas uma empresa se desenvolve em uma proposta novatva. No presente artgo é consderado o grau de novação obtdo a partr do levantamento das nformações referentes a essas dmensões. Assm são obtdas as meddas de cada dmensão do radar de novação a partr da pesqusa em cada uma das 54 MPEs partcpantes, obtendo-se o seu índce geral de novação. Daí busca-se estabelecer um grau de smlardade entre grupos de empresas de um mesmo segmento, mas stuados em regões de dferentes níves de desenvolvmento econômco. 3. Metodologa A metodologa aplcada neste artgo passa por quatro etapas, a saber: aplcação dos questonáros na forma de um dagnóstco do grau de novação proposto por Bachmann & Assocados (2008); tratamento das nformações coletadas; dentfcação do método de avalação do índce geral de novação (GI) entre grupos e o cálculo do índce de smlardade entre grupos de empresas a partr do GI. A partr dos dados obtdos das empresas partcpantes do projeto Agentes Locas de Inovação (ALI) do Servço Braslero de Apoo às Mcro e Pequenas Empresas em Pernambuco (SEBRAE/PE) (2010) em uma amostra de 54 MPEs do segmento comérco varejsta. Incouse o trabalho com a aplcação de dagnóstcos para obter o grau de desenvolvmento em cada dmensão contda no radar de novação. O questonáro é composto de 40 construtos agrupados em 13 dmensões, as quas concdem com as dmensões da novação propostas por Sawhney et al. (2006 e 2010) e Bachmann, (2008). A Fgura 1 mostra o relaconamento construto e as dmensões da novação. 3.1 Aspectos teórcos do modelo utlzado Para a análse dos índces de GI na procura de dentfcar smlardades, optou-se pelo método de análse de varânca com város grupos de observações classfcados através de um só fator, como grupos de empresas de um mesmo segmento sujetos à dferentes mercados regões geográfcas. Mutas vezes também se utlza a palavra tratamento em lugar de grupo e dz-se que o expermento tem tantos níves ou efetos quantos tratamentos (ou grupos) dstntos (LEVINI et al., 2005). 6
7 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de Quando os grupos são pré-defndos desde o nco, tem-se um expermento com efetos fxos. Se grupos forem escolhdos aleatoramente entre um grande conjunto de possbldades, temse um expermento com efetos aleatóros. Um expermento dz-se completamente aleatóro se os ndvíduos são escolhdos aleatoramente com a dstrbução nos grupos também aleatóra. Um expermento é equlbrado quando o número de observações em cada grupo é gual. Por razões de smplcdade, fo utlzado o modelo de expermento equlbrado para estmar o grau de smlardade entre grupos de empresas para o GI. Não se exclu a possbldade de se usar outros modelos para os dados exstentes. Para o modelo referencado usa-se a segunte notação: g grupos; n observações em cada grupo (expermento equlbrado); N = gn total de observações. A ferramenta usada é conhecda como Análse de Varânca Smples - Efetos fxos que se utlza da segunte nomenclatura: As observações são desgnadas por Y j onde o índce = 1,..., g dentfca o grupo e o índce j = 1,.., n. dentfca a posção de cada observação dentro do seu grupo. Assm, tem-se: Y j Q j Qj, onde representa a méda de cada grupo; representa a méda de todos os grupos; τ representa a dferença entre a méda global e a méda de cada grupo 0 Quando os grupos são pré-defndos desde o nco, tem-se um expermento com efetos fxos. Se grupos forem escolhdos aleatoramente entre um grande conjunto de possbldades, temse um expermento com efetos aleatóros. Um expermento dz-se completamente aleatóro se os ndvíduos são escolhdos aleatoramente com a dstrbução nos grupos também aleatóra. Um expermento é equlbrado quando o número de observações em cada grupo é gual. Por razões de smplcdade, fo utlzado o modelo de expermento equlbrado para estmar o grau de smlardade entre grupos de empresas para o GI. Não se exclu a possbldade de se usar outros modelos para os dados exstentes. Para o modelo referencado usa-se a segunte notação: g grupos; n observações em cada grupo (expermento equlbrado); N = gn total de observações. A ferramenta usada é conhecda como Análse de Varânca Smples - Efetos fxos que se utlza da segunte nomenclatura: As observações são desgnadas por Yj onde = 1,..., g dentfca o grupo e j = 1,.., n. dentfca a posção de cada observação dentro do seu grupo assm tem-se: g 1 7
8 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológca e Propredade Intelectual: Desafos da Engenhara de Produção na Consoldação do Brasl no Cenáro Econômco Mundal Belo Horzonte, MG, Brasl, 04 a 07 de outubro de Yj Qj Qj, Onde representa a méda de cada grupo; representa a méda de todos os grupos; g representa a dferença entre a méda global e a méda de cada grupo 0 1 8
9 . Fonte: Elaboração própra a partr de Sawhney et al. (2006 e 2010) e Bachmann (2008). Fgura 1: Dmensões da novação e construtos.
10 Pressupõe-se que: N(0, ), Y j j N(, ) onde ε j representa um erro aleatóro de cada observação, sendo estes erros ndependentes entre s. Isto sgnfca que cada grupo provém de uma mesma população normal com méda μ, mas todos têm a mesma varânca σ 2. Hpóteses a serem testadas: H0: 1 = 2 =... = g = μ em contraponto a H1: μ pelo menos para um ou de modo equvalente H1: τ1 = τ2 =... = τg = 0 em contraponto a H1: τ 0 pelo menos para um. Resumndo: Os pressupostos exgdos são os seguntes: 1. Ter-se g grupos de observações ndependentes (g amostras aleatóras) sendo os grupos ndependentes entre s; 2. Cada grupo de observações deve provr de uma dstrbução Normal; 3. A varânca das g populações deve ser a mesma. Hpóteses a serem testadas: H0: 1 = 2 =... = g = μ em contraponto a H1: μ μ pelo menos para um. Modelo: Y Q Q, j j Q j N( 0, ). j A dea básca para testar estas hpóteses recorre a uma análse das varâncas dos város grupos e daí o nome ANOVA. Estma-se a varânca σ 2 por dos métodos dferentes: um que não depende da veracdade de H0 e outro que depende. Depos se compara as duas estmatvas. Se os grupos tverem todos a mesma méda (H0 verdadero), as duas estmatvas deverão ser próxmas. Caso contráro, deverão dferr sgnfcatvamente. Uma forma de estmar σ 2 sem depender da veracdade de H0 consste em se calcular para cada grupo a varânca amostral corrgda (estmatva de σ 2 ) e tomar a sua méda. Se for assumdo agora que as médas são todas guas (H0 verdadero), tem-se assm um 2 conjunto de g amostras todas da mesma população. Sabe-se que Var [ X ] / n e que se pode obter uma amostra de g médas amostras (uma para cada grupo). Calculando a
11 2 varânca amostral desta amostra de médas amostras tem-se uma estmatva de / n. 2 Multplcando-se por n tem-se uma estmatva de. Mas está últma estmatva só é boa se H0 for verdadera. Assm, ao dvdr a últma estmatva pela prmera deve-se obter um valor próxmo de 1 se H0 for verdadero e muto maor que 1 no caso contráro. 4. Aplcação Na Tabela 1 são apresentados os graus de novação (GI) das 54 MPEs do segmento comérco varejsta pesqusadas dstrbuídas em três grupos. No prmero grupo estão as empresas da Cdade 1. Nos grupos 2 e 3 estão as empresas localzadas em duas regões da Cdade 2. Empresas Grau de Inovação Cdade 1 Cdade 2 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 1 1,15 1,70 2,00 2 1,36 2,01 2,00 3 1,38 1,80 1,50 4 1,10 1,89 1,75 5 1,15 2,28 1,75 6 1,16 1,45 3,75 7 1,53 1,69 1,00 8 1,63 1,60 2,00 9 1,60 2,12 3, ,78 1,62 1, ,91 2,58 1, ,36 1,67 1, ,64 2,02 1, ,21 1,98 2, ,45 1,62 1, ,47 1,00 2, ,17 1,61 1, ,14 1,91 1,50 Fonte: SEBRAE/PE, 2010 Projeto ALI Tabela 1 Valores do Grau de Inovação de 54 MPEs do setor de comérco varejsta de Pernambuco. A Fgura 2 apresenta as meddas de tendênca central e como estão dstrbuídas as amostras de cada grupo. Pode-se verfcar certa smlardade entre os mesmos a partr das meddas de posção e dspersão. Fca mas evdente a smlardade entre o grupo 2 e 3. A Fgura 3 apresenta o resultado do teste de probabldade Normal que ndca a tendênca à normaldade, fato esse que deve ser verfcado na medda em que se aumenta o tamanho da amostra. A Tabela 2 apresenta os dados da análse de varânca para um nível de sgnfcânca de 0,001. Os valores de F calculado e F crtco conduzem a não rejeção da hpótese nula de que as amostras pertencem a mesma população para o nível de sgnfcânca adotado.
12 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0,5 N = Grupo 1 (Cdade 1) Grupo 2 (Cdade 2) Grupo 3 (Cdade 2) Fgura 2 Meda da tendênca central para os três grupos Normal P-P Plot do Grupo 1 (Cdade 1) 1,00 Normal P-P Plot degrupo 2 (Cdade 2) 1,00 Normal P-P Plot de Grupo 3 (Cdade 2) 1,00,75,75,75,50 Expected Cum Prob,25,50 Expected Cum Prob,25,50 Expected Cum Prob,25 0,00 0,00 0,00 0,00,25,50,75 1,00 0,00,25,50,75 1,00 0,00,25,50,75 1,00 Observed Cum Prob Observed Cum Prob Observed Cum Prob Fgura 3 - Probabldade Normal para os três grupos ANOVA PARA TODOS OS GRUPOS ENVOLVIDOS NA PESQUISA ANOVA: fator únco Grupo Contagem Soma Méda Varânca 1(Cdade 1) 18 24, , , (Cdade 2) 18 30, , , (Cdade 2) , , ANOVA Fonte da varação SQ gl MQ F valor-p F crítco Entre grupos 2, , , , , Dentro dos grupos 11, , Total 13, Tabela 2 Resultados para análse do processamento dos dados para grupo 1, 2 e 3 A Tabela 3 apresenta o resultado da análse de varânca para o nível de sgnfcânca 0,001 para os dos grupos de empresas localzadas na cdade 2. ANOVA PARA GRUPOS LOCALIZADOS NA CIDADE 2
13 ANOVA: Fator únco Grupo Contagem Soma Méda Varânca , , , ,5 1, , ANOVA Fonte da varação SQ gl MQ F Valor-P F crítco Entre grupos 0, , , , , Dentro dos grupos 10, , Total 10, Tabela 3 ANOVA para os grupos 2 e 3 Consderando-se os resultados da análse de varânca para o nível 0,001 apresentados na Tabela 3, não se pode rejetar a hpótese nula de que as amostras pertencem a mesma população com dstrbução Normal. 5. Conclusões Como é demonstrado nesse artgo, a novação é nfluencada fortemente não só pela economa externa, mas também depende do ambente nterno de onde a novação deve ocorrer. A smlardade dentfcada no estudo de caso ndca a exstênca da nfluênca dos agentes externos promotores de estratégas voltadas para o desenvolvmento regonal suportado por ncentvos a novação. Identfca-se smlardade no comportamento de empresas localzadas em regões contíguas, já que nessa condção as economas e agentes externos geram oportundades comuns as empresas nelas contdas. Além dsso, é possível promover uma maor troca de nformação entre as empresas al localzadas. Na medda em que esses grupos são separados geografcamente, eles passam a apresentar dferenças não só pelo efeto das ações dos agentes e economas externas, mas também pelo estabelecmento de nformações locas que compõem a cultura local de novação. No caso de se estabelecer uma proposção de desenvolvmento de regões de alto desempenho em ações novatvas, deve ser consderada a necessdade de sstemas de acesso às nformações, snerga entre os partcpantes e cração de ambentes nternos coerentes com o objetvo. Agradecmentos Os autores gostaram de agradecer o Servço Braslero de Apoo às Mcro e Pequenas Empresas em Pernambuco (SEBRAE/PE) e o Núcleo de Empreendmentos em Cênca, Tecnologa e Artes (NECTAR) de Recfe, pelo apoo fnancero conceddo para realzar esse trabalho por meo do convêno de cooperação técnca e econômca n. 18/2009 frmado entre estas nsttuções. Referêncas BACHMANN & ASSOCIADOS. Metodologa para estmar o grau de novação nas MPE. Curtba, BACHMANN, D. Agentes locas de novação. Uma medda do progresso nas MPE do Paraná. SEBRAE/PR, p.69, 2008.
14 CASSIOLATO, J. E. & LASTRES, H.M.M. Inovação, Globalzação e as Novas Polítcas de Desenvolvmento Industral e Tecnológco. In Cassolato, J. E. e Lastres, H. M. M. (edtores), Globalzação e novação localzada: experêncas de sstemas locas no Mercosul. Brasíla: IBICT/MCT, CASSIOLATO, J.E. & LASTRES, H.M. Sstemas de novação: polítcas e perspectvas. Parceras estratégcas, n.8, ETLA, E.T. The Research Insttute of the Fnnsh Economy, (Keskusteluaheta, Dscusson Paper, ISSN ; n.1220), p.22, FREEMAN, C. The natonal system of nnovaton n hstorcal perspectve. Cambrdge Journal of Economcs, Specal Issue on Technology and Innovaton, Vol.19, GARCIA, J.G. Um estudo sobre as formas de novação e os crtéros de avalação dos prêmos de novação. Dssertação de Mestrado em Admnstração. Unversdade de Caxas do Sul, HAUSER, J.; TELLIS, G.J. & GRIFFIN, A. Research on Innovaton: A Revew and Agenda for Marketng Scence. Marketng Scence Vol.25, n.6, p , KAO, J. Nação Inovadora. Qualmark. Ro de Janero, LASTRES, H.M.M. Globalzação e o papel das polítcas de desenvolvmento ndustral e tecnológca. Projeto Novas Polítcas de Compettvdade. Ro de Janero: Cepal/IPEA, LASTRES, H.M.M.; CASSIOLATO, J.E.; LEMOS, C.; MALDONADO, J.M. & VARGAS, M.A. Globalzação e novação localzada. In Cassolato, J. E. e Lastres, H. M. M. (edtores), Globalzação e novação localzada: experêncas de sstemas locas no Mercosul, Brasíla: IBICT/IEL, LEMOS, C. Redes para a novação estudo de caso de rede regonal no Brasl, Dssertação de Mestrado. Ro de Janero, Programa de Engenhara de Produção, COPPE/UFRJ, LEVINI, D.M.; STEPHAN, D.; KREHBIEL, T.C. & BERENSON M.L. Estatístca Teora e Aplcações. LTC Edtora, Ro de Janero, LUNDVALL, B.A & BÓRRÁS, S. Globalsng learnng economy: mplcatons for nnovaton polcy. Targeted soco-economc research TSER, DGX European Commsson Studes. Luxemburgo European Communcaton, MacCORMACK, A.; FORBATH, T.; BROOKS, P. & KALAHER, P. Innovaton Through Global Collaboraton: A New Source of Compettve Advantage. In: Harvard Busness School, Boston, MA, MANUAL DE OSLO - Manual de Oslo:Proposta de Dretrzes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológca. Versão FINEP, 2004 MARSHALL, A. Prncples of economcs: An ntroductory volume, Tradução Braslera: Prncípos da economa. Abrl Cultural, SAWHNEY, M.; WOLCOTT, R.C. & ARRONIZ, I. The 12 Dfferent Ways for Companes to Innovate. MIT Sloan Management Revew, Vol. 47, n.3, p.75-81, SAWHNEY, M. & CHEN, J. Defnng and Measurng Busness Innovaton: The Innovaton Radar. Arquvo dsponível em SEBRAE. ProjetoAgente Local de Inovação (ALI) em Pernambuco. Dsponível em (acessado em 1/4/2011). SENGER, P.; SCHARMER, C.O.; JAWORSKI, J. & FLOWERS, B.S. Presence: an exploraton of profound change n people, organzaton and socety. Currency Books, 2006 SCHUMPETER, J.A. The Theory of Economc Development: An Inqury nto Profts, Captal, Credt, Interest,and the Busness Cycle. New York, Oxford Unversty Press,1984. TOMAÉL, M.I.; ALCARÁ, A.R. & D CHIARA, I.G. Das redes socas à novação. In: C. Inf., Brasíla, Vol.34, n.2, p.93-, TRIGE, P.B. Gestão da Inovação. A economa da Tecnologa no Brasl. Elsever Brasl, TUSCHMAN, M. & NADLER. D. Organzng for Innovaton. Calforna Management Revew, Vol. 28, n.3, p.74-92, 1986.
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