Santos Júnior, EP 1 ; Soares, HCC 1 ; Freitas, GP 2 ; Pannain, JLM 3 ; Coelho Junior, LM 4 * 1
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- Maria de Begonha Paula Chagas Costa
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1 DISPARIDADE DO VALOR BRUTO DOS PRODUTOS MADEIREIROS NATIVOS PARA AS MESORREGIÕES DA PARAÍBA DISPARITY OF THE GROSS VALUE OF THE NATIVE WOOD PRODUCTS FOR THE MESORREGIONS OF PARAÍBA Santos Júnor, EP 1 ; Soares, HCC 1 ; Fretas, GP ; Pannan, JLM 3 ; Coelho Junor, LM 4 * 1 Unversdade Federal da Paraíba, Graduandos em Engenhara de Energas renováves, Cx. Postal 5115, CEP , João Pessoa - PB. Brasl. edvaldo.unor@cear.ufpb.br; helena.soares@cear.ufpb.br; Unversdade Federal da Paraíba, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Energas Renováves, Cx. Postal 5115, CEP , João Pessoa PB, Brasl. fretas.grazela@cear.ufpb.br; 3 Unversdade Federal da Paraíba, Aluna especal do Programa de Pós-Graduação em Energas Renováves, Cx. Postal 5115, CEP , João Pessoa PB, Brasl. ulanalnsmotta@hotmal.com; 4 Unversdade Federal da Paraíba, Dr., Professor do Departamento de Engenhara de Energas renováves, Cx. Postal 5115, CEP , João Pessoa PB, Brasl. luz@cear.ufpb.br. *Autor para correspondênca RESUMO Este artgo analsou a dspardade regonal do valor bruto da produção dos produtos madereros no extratvsmo vegetal das mesorregões da Paraíba, no período de 1994 a 014. A metodologa utlzada foram as meddas locaconas e meddas regonas. Os ndcadores utlzados foram o quocente locaconal (QL), o coefcente de redstrbução (CRED) e o coefcente de reestruturação (Cr). A partr das análses realzadas concluuse que: A extração de lenha nas mesorregões da Paraíba é o mas sgnfcatvo entre os produtos madereros; a Mesorregão Sertão Parabano é a regão que apresenta maor relevânca na extração dos produtos madereros; a madera em tora é o produto menos extraído no estado parabano e apresentou entre 1994 e 1999 baxos valores de CRED, ndcando que não houve mudanças em relação aos produtos no período analsado; não houve reestruturação sgnfcatva nas mesorregões para a extração dos produtos madereros. Palavras-chave: Produtos madereros; meddas regonas; meddas locaconas. INTRODUÇÃO Os produtos do setor florestal podem ser dvddos em madereros ou não madereros. Os madereros, foco deste trabalho, podem ser defndos como produto florestal lenhoso passível de aprovetamento, prncpalmente, nas ndústras sderúrgcas, construção cvl, celulose e papel, produtos sóldos, móves, entre outros (SNIF, 016). O extratvsmo vegetal na Paraíba está relaconado aos segmentos ndustras exstentes no Estado, como as ndústras têxtes, as cerâmcas e as sderúrgcas que utlzam esse recurso florestal, tendo em vsta que sua produção é de baxo rendmento tecnológco (TOSCANO, 001; TRAVASSOS e SOUZA, 014). Os ndcadores de localzação e especalzação são mportantes ferramentas para a compreensão do dnamsmo da extração dos produtos madereros. Estes mesmos ndcadores são utlzados em dversos estudos de análse regonal. Os segmentos
2 ndustras, populaconas, de níves de emprego e até planeamentos terrtoras, são exemplos das utlzações dessas meddas. Com base nestes ndcadores, Souza e Alves (011) estudaram a especalzação e a reestruturação produtva das atvdades econômcas nas mesorregões do Brasl, no período de 000 a 009. Pava (006) relaconou a contrbução da especalzação com o desenvolvmento de regões. Martns (015) em seu ensao Dspardade regonas da produção de lenha natva no nordeste braslero analsou a relevânca da atvdade extratva para o Nordeste braslero com base nas meddas locaconas e regonas. Utlzando-se essas meddas, este trabalho analsou dspardade do valor bruto de produção dos produtos madereros natvos às mesorregões da Paraíba entre 1994 e 014. METODOLOGIA Os dados utlzados para os produtos madereros do extratvsmo vegetal fo o somatóro do Valor Bruto de Produção (VBP) da lenha (Le), do carvão vegetal (CV) e madera em tora (MT) da Paraíba, das mesorregões parabanas, no período de 1994 a 014. As nformações foram obtdas no Sstema de Recuperação Automátca (SIDRA) do Insttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE), dsponível em < A partr de 004, não houve nformação na plataforma SIDRA para o VBP de madera em tora do extratvsmo vegetal na Paraíba. O VBP dos produtos madereros da Paraíba fo deflaconado pelo Índce Geral de Preços - Dsponbldade Interna (IGP-DI), ano base 01 = 100, dsponível no ste < para uma análse comparatva entre períodos. Os ndcadores utlzados neste estudo foram: o quocente locaconal (QL), Coefcente de Redstrbução (CRED) e o Coefcente de Reestruturação (Cr), os mesmos se complementam e estão descrtos conforme a Tabela 1. Tabela 1. Indcadores Locaconas e regonas. Indcador Equação Interpretação de Resultados E Quocente E QL 1 Localzação sgnfcatva Locaconal QL E 0,50 QL 0,99 Localzação méda (QL) QL 0,49 Localzação fraca E Coefcente de Redstrbução (CRED) Coefcente de Reestruturação (Cr) CRED Cr t ( E t ( E E) ( E 0 E) t ( E 0 1 Fonte: Mazur et al. (013) e Pacent (008). CRED = 0 Localzação sem mudanças CRED = 1 Mudanças na localzação Cr = 0 Não houve reestruturação Cr = 1 Houve reestruturação Em que, E = VBP do produto maderero na regão ; e k = são tpos de produtos madereros; E = Somatóro do VBP dos produtos madereros na regão ; E = Somatóro do VBP do produto maderero na Paraíba; E
3 = Somatóro do VBP dos produtos madereros na Paraíba; t 0 = Ano ncal e; t 1 = Ano fnal. O quocente locaconal (QL) trata-se de uma medda que relacona a partcpação relatva do segmento produtvo na economa de uma dada regão com a partcpação relatva desse mesmo segmento em uma regão de referênca. Pacent et al. (008) afrmam que o coefcente de redstrbução (CRED) trata da relação da dstrbução percentual do VBP de um agregado do extratvsmo vegetal em uma dada regão em relação ao estado da Paraíba, para um período (t 0 e t 1 ), verfcando a ocorrênca do padrão de concentração ou dspersão espacal. Foram observados os períodos de 1999, 004, 009 e 014 com base em O coefcente de reestruturação (Cr) é uma medda que relacona a estrutura de produção de uma determnada regão entre dos períodos, verfcando o grau de mudanças na especalzação da produção (PIACENTI et al., 008). Foram observados os períodos de 1999, 004, 009 e 014 com base em RESULTADOS E DISCUSSÃO A Fgura 1 apresenta o quocente locaconal (QL) do valor bruto de produção (VBP) real dos produtos madereros natvos das mesorregões da Paraíba, para os anos de 1994, 1999, 004, 009 e 014. O QL mostrou comportamento mgratóro em relação à extração de lenha e carvão vegetal, durante todos os anos de análse, enquanto em relação à extração de madera em tora o ndcador manteve-se constante CV MT Le Legenda: QL 1,0 0,5 QL < 1,0 QL < 0,5 Nota: LE = lenha, CV = Carvão Vegetal, MT = Madera em Tora Fgura 1. Evolução do Quocente locaconal do Valor Bruto de Produção dos produtos madereros das mesorregões da Paraíba, para 1994, 1999, 004, 009 e 014. A lenha fo o produto maderero que apresentou maor grau de concentração dentre as mesorregões parabanas, para o período analsado. O Sertão apresentou QL médo de 1,0 relatvos ao VBP da lenha, a regão apresentou nos anos de 1994 e 014 valores de QL superores a um, representando concentração alta. A Borborema classfcou como concentração méda, o QL médo fo 0,957 para os anos estudados. O Agreste apresentou QL <1apenas em 014, caracterzando como uma regão de forte concentração em relação ao VBP da lenha, este fato pode ser explcado devdo à alta demanda das ndústras de cerâmca vermelha presentes na regão. A regão da Mata
4 Parabana apresentou a maor varação em relação ao QL, sendo classfcada como de concentração méda nos anos de 1994 e 1999, e de concentração forte a partr de 004. Para o carvão vegetal a regão do Sertão apresentou em 1994 seu menor valor dentre todos os produtos madereros estudados, com QL de 0,478. A regão da Borborema apresentou na extração do carvão vegetal sua maor concentração dentre os produtos madereros. Em 1994, o ndcado QL apresentou valor de,01, classfcandose como de concentração forte, mesma classfcação fo encontrada no ano de 014. No Agreste o QL do VBP do carvão vegetal também apresentou comportamento mgratóro no período de análse, tendo sdo em 1994, 004 e 009 de concentração méda e de concentração forte em 1999 e 014. Para a Mata parabana houve maores varações que nas demas regões, em 1994 a concentração fo forte, concentração méda em 1999 e 004 e concentração fraca em 009 e 014. A análse do QL dante o VBP da madera em tora não apresentou valores relevantes para nenhuma mesorregão da Paraíba. A Tabela apresenta o Coefcente de redstrbução (CRED) do VBP dos produtos madereros para as mesorregões da Paraíba, no período de 1999, 004, 009 e 014 com base A análse do ndcador mostrou que há mudanças sgnfcatvas no padrão espacal do VBP do extratvsmo do carvão vegetal, nos ntervalos estudados. Tabela. Coefcente de redstrbução do Valor Bruto de Produção dos produtos madereros nos níves regonas da Paraíba, no período de 1999, 004, 009 e 014 com base Regão Lenha 0,090 0,07 0,3 0,130 Carvão Vegetal 0,68 0,369 0,175 0,175 Madera em Tora 0, Para mesorregões o coefcente de redstrbução mostrou seu valor mas sgnfcatvo em relação a extração de carvão vegetal no período de 1994 a 004. Para lenha só houve mudança sgnfcatva no padrão de localzação no ntervalo de 1994 a 009 quando o valor do CRED fo 0,3, devdo ao aumento percentual da extração de lenha na Borborema. Os demas períodos mostraram valores foram pouco sgnfcatvos. A madera em tora em vrtude de sua baxa produção e ausênca de dados não apresentou resultados sgnfcantes para este ndcador. A Tabela 3 apresenta o Coefcente de Reestruturação do VBP dos produtos madereros das mesorregões parabanas, no período de 1999, 004, 009 e 014 com base O Cr mostra que as mesorregões da Borborema e da Mata Parabana foram as que apresentaram maor reestruturação nos períodos de análse. Em relação ao Sertão e Agreste não houve reestruturação sgnfcatva. A maor reestruturação encontrada ocorreu entre 1994 e 009, a regão da Borborema apresentou Cr de 0,90, evdencando que houve mudança em sua estrutura produtva. Em 1994, a regão tnha na lenha o prncpal produto de extração entre os produtos madereros, com 6,5 % da partcpação e 36,7% relaconado ao carvão vegetal. Em 009 a regão apresentou um cenáro de concentração muto superor com 91% da extração de produtos madereros vnda da lenha, fato que mostra como a estrutura produtva fo alterada, embora anda sea a lenha o prncpal produto. Em relação a Mata Parabana os valores de Cr são expressvos devdo a baxa extração de produtos madereros.
5 Tabela 3. Coefcente de reestruturação (Cr) do Valor Bruto de Produção de produtos madereros do extratvsmo nas mesorregões da Paraíba, no período de 1999, 004, 009 e 014 com base Mesorregões Sertão Parabano 0, ,0394 0,0137 0,04786 Borborema 0,1584 0,8048 0,9049 0,8993 Agreste 0,004 0, , ,080 Mata Parabana 0,1049 0, ,656 0,656 CONCLUSÕES A partr das análses realzadas concluu-se que: A extração de lenha, no estado da Paraíba é o mas sgnfcatvo entre os produtos madereros; A mesorregão Sertão fo a mesorregão que apresenta maor relevânca na extração dos produtos madereros; a madera em tora é o produto menos extraído no estado parabano e apresentou entre 1994 e 1999 baxos valores de CRED, ndcando que não houve mudanças em relação aos produtos no período analsado; não houve reestruturação sgnfcatva nas mesorregões para a extração dos produtos madereros. REFERÊNCIAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Sstema IBGE de Recuperação Automátca. Dsponível em: < Acesso em: 03 de set. de 016. MARTINS, K. L. C. Dspardades Regonas Da Produção De Lenha Natva No Nordeste Braslero f. Dssertação (Mestrado em Engenhara de Energas Renováves) Unversdade Federal da Paraíba, João Pessoa MAZUR, A. I.; ROMERO, E. A.; ECKER, A. E. A. Análse Locaconal da produção das prncpas culturas na mcrorregão de Campo Mourão Paraná. Revsta em Agronegócos e Meo Ambente, v. 6, n. 1, p , anabr PAIVA C. A. N. Desenvolvmento regonal, especalzação e suas meddas. Indcadores econômcos FEE, Porto Alegre, v. 34, n. 1, p , ul PIACENTI, C.; ALVES, L.R.; LIMA, J.F. O Perfl Locaconal do Emprego Setoral no Brasl. Revsta Econômca do Nordeste, Fortaleza, v. 39, n. 3, 008. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS. Produção florestal Dsponível: < Acesso 05 nov SOUZA S. S. G.; ALVES L.R. A especalzação e a reestruturação produtva das atvdades econômcas entre as mesorregões do Brasl entre 000 a 009. Informe Gepec, Toledo, v. 15, número especal, p , 011. TOSCANO, B. L. M. Levantamento dos processos autorzados pelo IBAMAPb. Para o Desmatamento ordenado no estado no período de In: Congresso Naconal de Botânca, 5, João Pessoa, Anas... João Pessoa: 001. P 76. TRAVASSOS I. S.; SOUZA B. I. Os negócos da lenha: ndústra, desmatamento e desertfcação no Carr parabano. GEOUSP Espaço e Tempo (Onlne), São Paulo, v. 18, n., p , 014.
PALAVRAS-CHAVE: economia florestal; medidas regionais; medidas locacionais.
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