DELIBERAÇÃO. referente aos prédios não descritos. 2 Os autos nada nos dizem acerca da qualificação que sobre tais pedidos recaiu na parte

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1 1 P.º n.º R.P. 52/2010 SJC-CT Penhora do direito à herança quando inexista registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito em que aquele direito se integre. Repúdio ulterior da herança pelo executado. Registo subsequente de aquisição em comum hereditária reflectindo os efeitos do repúdio. Convertibilidade do registo de penhora do quinhão hereditário. DELIBERAÇÃO 1. No âmbito de múltiplas execuções 1 que no Serviço de Finanças de se moveram contra, no dia / / ali se lavraram doze autos de penhora do direito e acção da executada às heranças ilíquidas e indivisas deixadas pelos seus pais e, casados que foram na comunhão geral de bens, nos quais se especificou serem tais heranças constituídas, além do mais, por um conjunto de prédios que, sob sete verbas, se identificaram pelas respectivas inscrições matriciais. Em / /, a coberto das aps.,,,,,,,,,, e, na conservatória de..., com base nos referidos autos, foi peticionado o registo de tais penhoras relativamente a seis imóveis, dos quais dois se deram como omissos nas tábuas e quatro se referenciaram como descritos nas fichas (1), (prédio misto, correspondente às verbas... e de cada auto de penhora), (2) -, (verba ), (3) -... (verba...), e (4) - (verba...), cuja situação jurídico-tabular inscritiva se apresentava substancialmente idêntica e que se traduzia na incidência sobre eles de não mais que registo de aquisição a favor dos autores das referidas heranças. Na parte respeitante a estes mesmos quatro prédios 2 foram os doze registos efectuados com a natureza de provisórios por dúvidas, em resultado de qualificação expressa em despacho do seguinte teor: Provisória por dúvidas Uma vez que o prédio se encontra inscrito a favor de... e mulher, sendo que o que está a ser penhorado é antes o quinhão hereditário na herança ilíquida e indivisa aberta por óbito daqueles... e Será por isso necessário fazer o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito, por óbito 1 A saber, em número de doze, com os n.ºs de processo,,,,,,,,, e 2 Os autos nada nos dizem acerca da qualificação que sobre tais pedidos recaiu na parte referente aos prédios não descritos.

2 2 daqueles, a fim de remover as dúvidas. Artigos 68.º, 34.º e 70.º do Código do Registo Predial. 2. Em.../ /, o Serviço de Finanças de veio requerer, primo, o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito dos seis prédios penhorados (ap. ), e, secundo, o averbamento de conversão dos registos de penhora quanto aos assinalados quatro prédios descritos (aps.,,,,...,,,,,, e ). Para o que ora importa, o pedido de registo de aquisição veio instruído com cópias certificadas de escrituras de repúdio de herança e de habilitação de herdeiros, sequencialmente lavradas no mesmo livro de notas no dia / / Na primeira, a executada declara repudiar as heranças de seus pais ( e ) e afirma ter como única descendência sucessível três filhos; na segunda, repercutindo os efeitos da antecedente, são habilitados como únicos herdeiros do e da uma segunda sua filha ( ) e, por virtude do direito de representação, os três filhos da repudiante (netos dos de cujus). 3. Espelhando a imagem do quadro sucessório traçado na habilitação, a titularidade das heranças, no efectuado registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito, resultou encabeçada nos indicados quatro sujeitos (três netos, por conta da estirpe da repudiante, e uma filha) que o mesmo é dizer, omitindo referência de qualquer ordem, seja à identidade da primitiva chamada,, seja ao repúdio por ela feito. Efectuados porém não foram os averbamentos de conversão dos registos de penhora. O fundamento que para a recusa se deu, em despacho de / /, foi o de que o direito objecto da penhora não pertence ao executado, sendo certo que pela sua natureza o acto não pode ser lavrado como provisório por dúvidas. Convocou-se, de direito, o normativo dos arts. 68.º, 69.º/2 e 101.º/3, todos do CRP. 4. Em / / interpôs o Serviço de Finanças o presente recurso hierárquico, que no diário se apresentou sob o n.º desse dia, mas também sob os n.ºs,,,,,,,,, e... do dia / / significando isto que se fizeram tantas anotações no diário quantas as recusas, sob cujos diferenciados números em conformidade se lavrariam, nas fichas pertinentes, outras tantas anotações de interposição de recurso (cfr. art. 148.º/1). Em ordem a alcançar a definitividade dos registos de penhora, a final requerida,

3 3 defende-se na p.r. que a providência foi feita sobre um direito que ainda não tinha sido repudiado, pelo que, o repúdio [se] verificou em relação a um direito onerado com uma penhora, do que por sua vez resulta que os beneficiários do repúdio devem receber o direito onerado com essa penhora ; por conseguinte, em virtude de a penhora ser anterior ao repúdio, não será necessário recorrer ao disposto no artigo 2067.º do Código Civil, através da acção subrogatória prevista no artigo 1469.º do Código de Processo Civil. 5. Em despacho de de de a sra. conservadora sustentou a recusa. Dele respigamos a maior parte: Estando os prédios inscritos a favor dos autores das heranças, o registo das penhoras sobre o direito e acção a herança ilíquida e indivisa pertencente a uma herdeira só será qualificado definitivamente se previamente for lavrado o registo em comum e sem determinação de parte ou direito a favor dos herdeiros dos autores da herança. Posteriormente, requerido e lavrado tal registo, que no caso concreto de penhora de quinhões hereditários se mostra obrigatório, segundo cremos, verifica-se que a executada não é titular inscrita desse direito em comunhão, uma vez que repudiou as heranças. Nessa data oficiosamente deveria ter-se requalificado os registos das penhoras como provisórios por natureza nos termos do artigo 92º, nº 2 al. a) do Código do Registo Predial, facto de que nos penitenciamos e oficiosamente agora se lavra fazendo-se as respectivas notificações. De acordo com o artigo 2062º do Código Civil o sucessível que tiver repudiado a herança, como foi o caso, é considerado como não chamado, salvo para efeitos de representação. Os efeitos do repúdio da herança são feitos retroagir ao momento da abertura da sucessão. Quanto aos credores do repudiante rege o artigo 2067º deste mesmo diploma legal. Contudo, tabularmente a executada não é titular de nenhum direito e acção a herança indivisa. Pelo exposto, entendemos no mais ser de manter o despacho recorrido e em consequência manter as decisões impugnadas. Acrescento que num só processo de recurso hierárquico não podem atacar-se

4 4 vários processos de registo autónomos. ***** Questão prévia 1. A recorrida, no final do seu despacho de sustentação, opina no sentido da inadmissibilidade de por via de uma só petição de recurso e, portanto, de por meio de um único processo de recurso hierárquico se pretender a revogação de uma multiplicidade de decisões de recusa de feitura de registos nos termos requeridos. Sobre o tema já por mais de uma vez o Conselho foi chamado a reflectir. 3 Considerando as concretas circunstâncias do caso, a nossa opinião vai antes em sentido contrário no da admissibilidade. Que há doze decisões de recusa, uma por pedido de conversão, está fora de dúvida. O que, note-se, não obstou que à própria recorrida parecesse adequado acolhêlas em despacho unitário. Na raiz desse fazer esteve por certo a realização, por sua parte, de enquadramento afim ao que nos leva a defender que, também para impugnálas, haja de bastar a interposição de uma só petição de recurso que contra todas, em bloco, simultaneamente reaja. Enquadramento que arranca da mera constatação da flagrante homogeneidade do conjunto das decisões desfavoráveis visadas: nelas invariavelmente é da situação jurídica dos mesmos bens que se trata (quer se tome a perspectiva pelo lado dos prédios, quer pelo lado do específico e distinto bem penhorado), assim como dos mesmos sujeitos (já pelo lado do facto registando, já pelo lado da relação processual registal) e da mesma essencial questão jurídica controvertida. Sem esquecer a contiguidade temporal dos pedidos, repartidos por duas requisições (e tão-só, cremos, por conta de alguma escassez de espaço disponível no rosto da primeira) presencialmente apresentadas na mesma data, o que aliás no diário se reflectiu em anotação consecutiva da respectiva série. Em substância, portanto, julgamos estar em presença de não mais que uma resolução proferida diante dos pedidos formulados (cfr. RP 285/2004 DSJ-CT), o que inteiramente legitima a estratégia processual unitária adoptada Cfr. P.ºs RP 285/2004 DSJ-CT, in BRNP n.º 1/2005, p. 19 e ss., nota 1, RP 66/2007 DSJ- CT, nota 1, RP 67/2007 DSJ-CT, nota 1, e RP 200/2009 SJC-CT. 4 A favor da unicidade poderíamos ainda invocar o princípio da desburocratização e da eficiência (cfr. art. 10.º do CPA, ex vi do art. 147.º-B do CRP), a que também no P.o RP 200/2009 se fez apelo. 5 Fosse ou não de admitir o recurso tal como unitariamente se configurou, certo é que um só recurso, expresso numa solitária petição, se deduziu. Pelo que se nos afigura incorrecto o

5 5 ***** Expostas as posições em confronto e não se suscitando adicionais questões prévias ou prejudiciais que a isso obstem, cumpre conhecer do mérito. O que se faz adoptando a seguinte Deliberação 1) A registabilidade dos factos jurídicos que tenham por objecto o direito a herança indivisa postula a necessária feitura do registo de aquisição em comunhão hereditária em que tal direito se integre. 6 procedimento seguido que consistiu em no livro diário, no dia / /, por onze vezes, sob numeração própria, se haver replicado a inicial anotação da interposição feita em / / (ap. ), e de por referência aos mesmos (indevidos) n.ºs se terem lavrado nas fichas dos prédios as anotações correspectivas (cfr. art. 148.º/1) a inculcar, no fim de contas, ter havido, não um, mas doze recursos. Não era a circunstância de se ter realizado uma única anotação do diário que impedia que sob o seu número único se fizessem nas fichas, a seguir às anotações de recusa, quantas anotações de interposição de recurso houvesse que fazer, nem, que saibamos, tão-pouco existe condicionante de natureza informática que forçasse a actuação descrita. 6 A qualificação de provisoriedade por dúvidas que a sra. conservadora fez recair sobre os registos de penhora de quinhão hereditário peticionados em / / está em perfeita sintonia com a doutrina (maioritariamente) sufragada pelo Conselho no P.º RP 148/2009 SJC-CT. Aí concluímos, com efeito (conclusão 4.ª) que o registo de qualquer facto sobre o direito de algum dos contitulares de herança indivisa efectivamente postula, sem excepção, como condição da sua admissão definitiva, a preexistência ou existência futura do registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito respeitante à referida herança (inscrição esta da qual todavia se não pode dizer que seja, em relação ao registo do facto sobre o quinhão, inscrição intermédia, posto que não é o mesmo o trato sucessivo em que um e outro registo se inserem). E escrevemos também, no caminho que fomos fazendo para assim concluir, que Inexistindo tal inscrição [de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito], o registo da penhora do direito hereditário qualquer que seja o lugar cronológico que lhe caiba no contexto tabular de determinado prédio, que até pode ser o primeiro decerto forçosamente se terá que fazer por inscrição mas é uma inscrição que, também forçosamente, não poderá aspirar a maior consistência do que a da provisoriedade por dúvidas, as quais precisamente arrancam da ausência da inscrição a favor do conjunto dos herdeiros, e dúvidas que não se transpõem sem que

6 6 este registo se execute, do qual a imprescindibilidade mais adiante justificávamos invocando a própria natureza das coisas, como condição de possibilidade mesma de todo o acto de registo respeitante ao quinhão. O que acaso talvez não tenhamos deixado suficientemente explícito é que o obstáculo que a falta de registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito no nosso modo de ver representa em face do primeiro registo de facto versando a participação em herança não tem que ver, nem com o trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições em que o registo de aquisição do prédio a favor do de cujus, caso exista, se inscreve (art. 34.º/4), nem tãopouco com o princípio do trato sucessivo na modalidade da inscrição prévia (art. 34.º/1 e 2). Aliás, se fosse a aplicação deste princípio o que estivesse em causa, o primeiro indispensável registo teria que ser o de domínio do próprio quinhão hereditário, figurasse ou não esse domínio inserido no compreensivo registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Na base da nossa construção está isso sim o irrefutável dado de que, como ali também escrevemos, no nosso sistema, o registo predial tem em vista publicitar a situação jurídica dos prédios. Ora, se indiscutivelmente se pode dizer que o prédio se integra em determinada herança, e portanto que, nessa medida, pertence ao conjunto dos seus titulares e daí o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito, outro tanto manifestamente se não pode afirmar do quinhão hereditário, ou seja, do direito a uma parcela ideal da mesma herança: antes da partilha, não há prédio nenhum, nem bem nenhum, que se possa reivindicar para o quinhão. Pelo que bem se compreenderá que só por mediação do registo a favor da herança, que a si e para si chama a pertinência deste ou daquele prédio, o registo do quinhão se possa em plenitude receber, porquanto só assim é viável estabelecer, entre um (o quinhão) e outro (o prédio), um nexo de comunicação atendível. Julgamos resultar das considerações precedentes que atribuir ao registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito o valor de condição de possibilidade do registo de qualquer facto sobre quinhão hereditário significa por conseguinte sustentar que de tal facto a registabilidade é figurável apenas e tão-só quando houver aquele registo a favor da herança (porquanto o prédio pertence à herança, não pertence ao quinhão da herança). É pois no radical plano da sujeição a registo que o problema, segundo cremos, se equaciona nos seus devidos termos. Pelo que, neste modo de ver, ao pedido de registo de tais factos, perante a ausência de preexistente suporte oferecido pela colectiva inscrição hereditária, só não cabe liminarmente recusá-lo (art. 69.º/1, al. c), in fine) porquanto a al. e) do n.º 1 do art. 101.º efectivamente prevê e admite o registo de factos sobre o direito de algum ou de alguns dos titulares da inscrição de bens integrados em herança indivisa, e tanto basta para que, em lugar da recusa, bem se justifique reservar-lhe qualificação menos minguante que só pode ser a da provisoriedade por dúvidas, concedendo aos interessados a oportunidade de em tempo lograrem obter o registopressuposto a favor do conjunto dos titulares do acervo hereditário. A fundamentação de direito em que louvar semelhante provisoriedade reconduzir-se-á assim a norma construída pelo intérprete, exprimível nestes termos: Não está sujeita a registo a transmissão, o usufruto e a penhora do direito de algum dos titulares de herança indivisa, salvo se

7 7 2) O registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito comporta o estabelecimento, relativamente à titularidade subjectiva de cada singular participação na herança, de uma privativa linha de trato sucessivo condicionante da ulterior registabilidade dos factos jurídicos que essa mesma particular participação tomem por objecto mediato. 7 3) Consequentemente, será de qualificar como provisório por natureza nos termos da al. a) do n.º 2 do art. 92.º, por incompatibilidade com o princípio do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições, o registo de penhora do quinhão hereditário cuja titularidade, adentro do registo a favor da comunhão hereditária, se mostre inscrita a favor de sujeito diverso do executado. 8 a favor do conjunto dos seus titulares se achar efectuado o registo de aquisição em comunhão hereditária. É uma norma teleológico-sistematicamente decantada a partir da conjugação do disposto nos arts. 1.º, 2.º (cujo catálogo de factos/direitos registáveis tem evidentemente por referente o bem certo e determinado constituído pelo prédio), 5.º/1, al. c), 37.º, 49.º, 69.º/1, c), e 101.º/1, al. e), a contrario. 7 Não menos convicta do que a afirmação de que a imprescindibilidade do registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito, por nós erigido em condição do registo de factos atinentes ao quinhão hereditário, nada deve a qualquer das manifestações do princípio do trato sucessivo, é a paralela afirmação, que aquela não contradiz, de que por virtude desse registo sem embargo resultará tabularmente instituída, no que toca a cada uma das distintas participações na herança, tal como na inscrição a favor da comunhão subjectivamente concretizadas, uma autónoma sequência de trato sucessivo para efeitos do disposto no n.º 4 do art. 34.º. Alega-se, na p.r., ter a penhora sido realizada sobre um direito que ainda não tinha sido repudiado, pelo que o repúdio feito pela executada se terá verificado em relação a um direito onerado com uma penhora, a qual ficará por isso onerando o direito recebido pelos beneficiários do expresso e formal acto de recusa de aceitação da herança. Neste argumento, se bem o captamos, parece ir implícito o entendimento de que os efeitos do repúdio serão inoponíveis aos fins da execução, ex vi do disposto no art. 819.º do CCivil. Sobre isto, porém, não temos nós que tomar posição: é esse um debate eminentemente substantivo, acerca do qual nesta sede de qualificação registal nada nos cumpre dizer. A chave da resposta ao problema de saber da convertibilidade do registo da penhora do quinhão hereditário, no contexto exposto, havemos de obtê-la recorrendo à estrita aplicação dos princípios e regras registais aplicáveis. 8 Desde que se tome o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito sobre o prédio como indispensável registo pressuposto da admissibilidade do registo de qualquer facto que por sua vez o quinhão hereditário autonomamente tome por objecto, terá que ser em função da titularidade que ali, no registo da comunhão, se albergue (representando, como

8 8 Termos em que somos a propor o não provimento do recurso. Deliberação aprovada em sessão do Conselho Técnico de 23 de Junho de António Manuel Fernandes Lopes, relator. João Guimarães Gomes de Bastos, com declaração de voto em anexo. Esta deliberação foi homologada pelo Exmo. Senhor Presidente em efectivamente representa, também o registo do domínio da pluralidade dos distintos quinhões hereditários), e, portanto, do trato sucessivo que nessa subjectiva titularidade lance raízes, que o registo da penhora do quinhão tabularmente haverá que fazer o seu próprio caminho. O que significa que tanto monta que o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito e, logo, e reflexamente, o de titularidade do quinhão cronologica e graficamente surja antes como depois do registo da penhora do quinhão: o que releva, para efeitos da correcta aplicação do princípio do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições, é saber se na inscrição de aquisição do prédio a favor da comunhão está ou não compreendido o registo da titularidade do quinhão hereditário em nome do executado se estiver, o registo da penhora admitir-se-á a título definitivo (seja ab initio, quando requerido após a feitura do registo em nome da comunhão, seja por conversão, quando, como nos presentes autos, se tenha submetido antes mesmo da existência do registo pressuposto); não estando, o indicado princípio imporá (seja ab initio, seja diferidamente, por requalificação, uma vez mais consoante o pedido se tenha formulado antes ou depois do registo pressuposto) que o registo tenha que assumir a natureza de provisório por natureza nos termos da al. a) do n.º 2 do art. 92.º. Diremos, por conseguinte, que bem andou a recorrida já na inicial qualificação, já na recusa de conversão, já na final requalificação. Onde a nosso ver já não esteve tão bem foi na imediata tradução que da requalificação deu nas fichas. Não se questiona o carácter mais favorável duma tal qualificação, por comparação com a primitiva provisoriedade por dúvidas. Mas sucede que no recurso interposto, que aqui se aprecia, o que se peticiona é a passagem do registo de penhora do quinhão ao estatuto de definitivo, resultado que a referida requalificação, que se nos afigura adequada, todavia manifestamente não propicia. Pelo que deveria a recorrida ter-se abstido de averbar a nova natureza do registo enquanto a decisão de recusa de conversão se não tivesse tornado ela mesma definitiva.

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10 10 Pº R.P. 52/2010 SJC-CT Declaração de voto 1- Mantenho a posição assumida na declaração de voto que apresentei no Pº R.P. 148/2009 SJC-CT, cuja fundamentação aqui dou por integralmente reproduzida. Resulta agora suficientemente explícito da douta deliberação que para o seu Autor a exigência da prévia inscrição de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito não tem que ver nem com o trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições nem tão-pouco com o princípio do trato sucessivo na modalidade de inscrição prévia, mas antes com a necessidade (ontológica) de inscrever o prédio a favor da herança, sob pena de o registo do quinhão hereditário não ser atendível. Sempre salvo o devido respeito, que é muito, continuo a não acompanhar o pensamento sufragado pelo Conselho no já citado Pº R.P. 148/2009. Não nego que é fim precípuo do registo predial a publicidade da situação jurídica dos prédios. Mas também se me afigura inegável que o Código do Registo Predial, ressalvando embora da regra da oponibilidade a terceiros os factos relativos a bens indeterminados, enquanto estes não forem devidamente especificados e determinados [cfr. art. 5º, nº 2, c), do C.R.P.], sujeita a publicidade os factos que tenham por objecto mediato o direito a património colectivo que integre bens sujeitos a registo [cfr. art. 101, nº 1, e), do C.R.P.]. Ora, o nosso Código do Registo Predial não elege expressamente o registo a favor do património colectivo (dos seus contitulares) à categoria de pressuposto do processo de registo do quinhão, e eu não aceito que o escopo precípuo do registo predial seja por si só motivo determinante para não sujeitar a registo os factos sobre o quinhão enquanto o prédio não ingressar no Registo a favor dos contitulares do património, obrigando o interessado no registo do quinhão a percorrer uma via crucis (no caso dos autos, a habilitação dos herdeiros dos autores das heranças) para atingir tal desiderato. 2- Uma vez que a qualificação como provisório por dúvidas dos registos de penhora dos quinhões hereditários não foi oportunamente impugnada no meu modo de ver, os registos deveriam ter sido efectuados provisoriamente por natureza nos termos da al. a) do nº 2 do art. 92º do C.R.P., como defendi na declaração de voto que emiti no

11 11 citado Pº R.P. 148/2009 SJC-CT -, não posso deixar de concordar com a requalificação daqueles registos para provisórios por natureza nos termos da mesma norma legal, em consequência de no registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito figurarem não a executada mas os beneficiários do repúdio das heranças. Não posso, porém, deixar de assinalar a substancial diferença da posição jurídica do exequente nos registos de penhora agora requalificados e nos registos de penhora que na minha opinião deveriam ab initio ter sido efectuados. Em face dos registos agora requalificados, titulares inscritos (dos quinhões hereditários) são os beneficiários do repúdio, e são estes que deverão ser citados nos termos do art. 119º do C.R.P. para dizerem se os quinhões hereditários lhes pertencem. 3- Um breve comentário sobre a discordância que na douta deliberação se tece em relação à atitude da Senhora Conservadora em requalificar os registos antes do trânsito da impugnação. É inegável que a decisão objecto de impugnação é aquela que qualificou o registo como provisório por dúvidas. Aceito que no despacho a proferir nos termos do nº 1 do art. 142º-A do C.R.P. o reconhecimento pela recorrida de que o registo deveria ser qualificado como provisório por natureza não envolve reparação da decisão para efeitos daquela norma legal, pressupondo esta a reparação integral da decisão. Mas, pergunta-se, não poderá a recorrida naquele despacho manifestar expressamente tal reconhecimento e, em caso afirmativo, o reconhecimento não terá dignidade tabular? Quanto à primeira parte da pergunta, não vejo porque não poderá a recorrida dizer no despacho que errou na qualificação e que se fosse agora qualificaria o registo provisoriamente por natureza. Imaginemos que o recorrente concordava com a requalificação e desistia do recurso. Cremos ser evidente que o conservador não deveria limitar-se a anotar a desistência do recurso (art. 148º, nº 3, do C.R.P.). Chegamos à segunda parte da pergunta. Acho que algo deveria ser levado à ficha de registo para bem proteger o recorrente da eventual desistência da impugnação, e esse algo seria precisamente o reconhecimento do erro da qualificação. Se o recorrente concordasse com a requalificação e desistisse da impugnação, a situação jurídica resultaria clarificada na ficha. João Guimarães Gomes de Bastos

12 12 Pº R.P. 148/2009 SJC-CT. Declaração de voto 1- Se bem interpreto a fundamentação alinhada no douto parecer, e correndo o risco de incorrer em reducionismo indevido, de que desde já me penitencio, as não menos doutas conclusões 2ª, 3ª, 4ª e 6ª aí firmadas assentam na sua essência no entendimento de que a) o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito é requisito de viabilidade do registo de factos sobre participação em herança indevida (ou em comunhão conjugal dissolvida), e b) o quinhão hereditário (bem como a meação) não se confunde com qualquer prédio da herança, do que resulta que, estabelecidos nas tábuas dois tratos sucessivos distintos (o do prédio e o do quinhão hereditário ou da meação), o trato sucessivo do prédio é infrangível pelo registo da penhora. O entendimento que fez vencimento neste parecer que revoga a posição anteriormente assumida pelo Conselho, de que aliás sou co-responsável) -, salvo o devido respeito, não me convence, pelo que é minha obrigação contra-argumentar, o que brevitatis causa farei pelo modo que passarei a expor. 2- A única referência no Código do Registo Predial sobre quinhão hereditário ou meação em comunhão conjugal dissolvida reside no art. 101º, nº 1, e), que nos diz que tais factos são registáveis por averbamento à «inscrição de bens integrados em herança indivisa». Precisamente porque não se trata de factos relativos a prédios ou a direitos sobre prédios é que o art. 2º do Código não lhes faz referência, limitando-se o art. 49º a reger sobre os documentos para o registo de aquisição em comunhão hereditária. Reconheço sem dificuldade que a letra da citada norma da al. e) do nº 1 do art. 101º do C.R.P. favorece o entendimento de que o registo dos factos relativos a quinhão hereditário ou meação em comunhão conjugal dissolvida pressupõe ou postula o registo de aquisição do prédio a favor dos contitulares do património em que o mesmo está inserido. Aliás, embora para defender coisa diferente, afirmei no Pº R.P. 21/97 DSJ-CT, in BRN nº 10/97, pág. 39 (em caso em que existia registo de

13 13 aquisição em comunhão hereditária) que «não está sujeita a registo a penhora do direito e acção à herança qua tale (que, aliás, não pode a herança ser objecto de descrição), mas apenas a penhora do direito de algum ou alguns titulares da inscrição de bens integrados em herança indivisa». Foi ao elaborar o parecer emitido no Pº R.P. 103/99 DSJ-CT, in BRN nº 1/2000, págs. 12 e segs., que me senti confrontado não só com a falta da «respectiva inscrição» mas também com a omissão no registo dos prédios sobre que se pretendia registar o facto. Dois argumentos foram decisivos para neste parecer sustentar a tese que já tinha sido defendida no Pº 50/91 R.P. 4: 1º- a eficácia jurídica que - no entendimento que já anteriormente, concretamente no Pº nº 39/96 R.P. 4, in BRN nº 2/97, págs. 12/13, havia manifestado - ao registo do facto (arresto ou penhora) é possível atribuir (cfr. ponto 7); 2º - o entendimento de que o capítulo do Código do Registo Predial que rege sobre pressupostos do processo de registo (capítulo I do título III) não exige, mormente para os registos de «oneração forçada» do quinhão hereditário ou da meação em comunhão conjugal dissolvida, a prévia inscrição de aquisição em comunhão hereditária, o que me levou a aí escrever (ponto 9 do parecer emitido no Pº R.P. 103/99 DSJ-CT) o seguinte: «O registo, tal como está configurado, assumirá a natureza de primeira inscrição. E esta inscrição, está fora de dúvida, não depende em face das regras do trato sucessivo (art. 34º, nº 1, C.R.P.) da prévia inscrição em nome do requerido (melhor dizendo, em nome do requerido e dos demais contitulares do património em que se integram os bens». 2- O douto parecer dos autos, afirmando embora que o registo de aquisição em comunhão hereditária é requisito de viabilidade do registo de factos relativos a quinhão hereditário (portanto, se bem ajuízo, um pressuposto do processo registal), não se pronuncia sobre a omissão deste requisito no lugar próprio (art. 34º do C.R.P., que aliás foi recentemente, com o D.L. nº 116/2008, de 4 de Julho, objecto de profunda reforma), apenas afirmando mas isto, com o que aliás em parte concordo, não é o ponto que este registo (pressuposto) não pode ser confundido com o trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições e que, mesmo estando já estabelecido o trato sucessivo do prédio, aquele registo pressuposto se traduz num registo «imprescindivelmente prévio» que nada tem a ver com a inscrição intermédia actualmente dispensada pelo art. 35º do C.R.P. Importa assim, a meu ver e salvo o devido respeito, explicar o porquê de o registo de aquisição em comunhão hereditária ser requisito de viabilidade do registo

14 14 de factos relativos a quinhão hereditário, bem como explicar qual o vício do registo lavrado ao arrepio da observância daquele requisito (que, parece, teria que ser a nulidade, porquanto só assim se compreende que a questão tenha sido suscitada em sede de recurso) e a respectiva causa. 3- Se bem interpreto, é nos pontos e que se pretende demonstrar a «indispensabilidade da inscrição pressuposto referente à unidade da herança». A inscrição de aquisição em comunhão hereditária é mesmo indispensável? Admito que determinadas inscrições sejam indispensáveis para o registo definitivo de determinados factos, muito embora a sua exigibilidade não esteja expressamente consagrada nas regras sobre trato sucessivo. Por exemplo, não é concebível o registo definitivo de facto relativo a fracção autónoma sem previamente estar também definitivamente registada a constituição da propriedade horizontal sobre o edifício que a integra. Ontologicamente, o registo da propriedade horizontal é indispensável à compreensão da situação jurídica da fracção autónoma. Tenho, porém, alguma dificuldade em localizar o vício do registo assim lavrado (definitivamente, sem o registo prévio da propriedade horizontal) fora da norma da al. e) do art. 16º do C.R.P. (violação do princípio do trato sucessivo). Já não sou tão categórico no que toca ao registo de «oneração forçada» (designadamente, penhora) de lote de terreno para construção urbana criado em operação de transformação fundiária licenciada/autorizada/aprovada que por sua vez seja facto sujeito a registo, cuja discussão agora não importa fazer. No que toca ao registo de facto relativo a quinhão hereditário ou a meação em comunhão conjugal dissolvida, porém, não consigo descortinar a imprescindibilidade do registo prévio de aquisição em comunhão hereditária. Vejamos. São pura ficção jurídica os registos de factos relativos a quinhão hereditário (ou meação) incidentes sobre prédios de herança ou de comunhão conjugal dissolvida

15 15 (tais registos deveriam incidir sobre a herança ou comunhão conjugal dissolvida enquanto entidades sujeitas a matrícula), ficção essa que o legislador criou porque certamente entendeu que os registos desses factos são uma mais-valia ao comércio jurídico imobiliário e à definição da situação jurídica dos prédios ou dos direitos sobre prédios integrantes do património. Se este é o desiderato, à publicidade registal do facto (no caso dos autos, penhora) relativo a quinhão hereditário não é indispensável o registo prévio de aquisição em comunhão hereditária. O conteúdo do facto registado é a meu ver perfeitamente apreensível por terceiros não obstante a inexistência nas tábuas do registo de aquisição a favor dos contitulares do património. Se a ficha de registo publicita que o direito de A à herança de B foi penhorado na execução instaurada por C para garantia de determinada quantia, a publicidade registal preenche cabalmente a sua função, porquanto não se nos afigura essencial o conhecimento registal dos demais contitulares do património que integra o prédio, sendo ainda a meu ver evidente que aquele registo pressupõe que o prédio sobre que incide pertence ao património cuja quota foi penhorada, não sendo necessário que esta pertinência do prédio ao património conste expressamente da ficha através do registo de aquisição em comunhão hereditária (o que, naturalmente, pressupõe que no processo de registo do encargo foi feita a prova de que o bem pertence ao património, como tem sido defendido). Claro está que a posição que aqui reitero implica a «admissibilidade de pulverização de registos aquisitivos de quinhões hereditários independentes» (cfr. ponto do parecer), mas não vejo que esta eventual pulverização de registos em si mesma constitua obstáculo substantivo à plena compreensão da situação jurídica do prédio plasmada na ficha de registo, e que os registos assim pulverizados enfermem de vício que afecte a sua validade. 4- Também, salvo o devido respeito, não concordo inteiramente com a posição assumida no douto parecer, de que os tratos sucessivos do prédio e do quinhão hereditário são distintos, pelo que o trato sucessivo do prédio é infrangível pelo registo da providência. Vejamos o seguinte exemplo: O prédio X está inscrito em comum e sem determinação de parte ou direito em nome de A, B e C, contitulares da herança de D; E regista penhora do direito de

16 16 A (quinhão hereditário); F regista a aquisição do prédio X por compra a A, B e C; G regista a aquisição do direito de A (por compra na execução); o mesmo G instaura inventário para partilha da herança de D, relacionando o prédio X que nessa partilha lhe é adjudicado, pedindo em serviço de registo competente o registo de aquisição a seu favor do prédio X. Como qualificar este registo? Se bem ajuízo, o registo a favor de G deve ser definitivo pese embora o registo também definitivo em nome de F, considerando que o registo da aquisição ocorrida no inventário é consequência do registo da penhora do quinhão hereditário, pelo que aquele registo salta por cima deste registo a favor de F. Este exemplo, a meu ver, ajuda a esclarecer a posição para que me inclino: trata-se na verdade de dois tratos sucessivos (do prédio e do quinhão hereditário), mas de tratos sucessivos imbricados ou conexos, que se afectam mutuamente. 5- Assente, pela minha parte, que o registo de penhora do quinhão hereditário não demanda o registo de aquisição em comunhão hereditária, como qualificar este registo de penhora (ou de declaração de insolvência, arresto ou arrolamento) quando sobre o prédio exista registo de aquisição ou reconhecimento do direito ou de mera posse a favor do autor da herança de que se penhorou aquele quinhão? Importa desde logo dizer que estes não são os únicos factos registáveis relativos ao quinhão hereditário (ou à meação). Por exemplo, o procedimento que tenha por fim o decretamento de arresto de quinhão hereditário é facto sujeito a registo. Não hesito em afirmar que este registo não pode ser efectuado definitivamente (apenas provisoriamente por natureza), porque interfere com o trato sucessivo do prédio. É claro que o interessado (na hipótese, o requerente da providência) pode pedir previamente o registo de aquisição do prédio em nome de todos os contitulares da herança (incluído o requerido), para o que tem legitimidade (como sustenta o parecer), e neste caso esta inscrição será simultaneamente final relativamente ao trato sucessivo do prédio e prévia relativamente ao trato sucessivo do quinhão

17 17 hereditário, pelo que a norma do art. 35º do C.R.P. não é para aqui chamada (como sustenta o parecer). Não optando por esta solução, o interessado terá que comprovar no processo registal que o requerido é herdeiro ou adquirente de herdeiro do titular inscrito (sendo o requerido adquirente de herdeiro, porque de transmissão ou oneração voluntária não se trata, não é necessário o registo prévio de aquisição em comunhão hereditária). É certo que, em princípio, a comprovação da qualidade de herdeiro se faz através da habilitação notarial ou judicial. Não obstante, optando por esta solução, sempre o interessado estará dispensado de requisitar e pagar o registo de aquisição em comunhão hereditária e, decorrentemente, de comprovar o cumprimento das obrigações fiscais quanto à transmissão sucessória. Não tomando qualquer destas iniciativas, o registo do facto só como provisório por dúvidas poderá ser efectuado, e as dúvidas residirão ainda aqui na violação do princípio do trato sucessivo (cfr. art. 34º, nº 4, do C.R.P.), princípio este que tem natureza meramente formal, não se restringindo à aquisição derivada nem sequer se justificando como princípio de direito substantivo, antes indo buscar as suas raízes e os seus fundamentos ao princípio da prioridade e às presunções que do registo derivam para o respectivo titular (cfr. Mónica Jardim, in Cadernos de Direito Privado nº 9 Janeiro/Março 2005, pág. 28, e parecer emitido no Pº 1/133 R.P. 96, in BRN nº 9/97, pág. 7). Relativamente, porém, à penhora (e à declaração de insolvência, arresto e arrolamento), o art. 119º do C.R.P. proporciona ao interessado um meio expedito de suprir a intervenção do titular inscrito, dizendo-nos o art. 92º, nº 2, a) do Código que o registo do encargo é lavrado provisoriamente por natureza. O parecer sustenta, contra o que havia sido sustentado no citado Pº R.P. 44/98 DSJ-CT, que esta unidade de regulação não é aplicável à penhora de quinhão hereditário. Embora confessando já ter tido sobre o ponto dúvidas e hesitações, creio que a posição anteriormente sufragada deveria vingar. Vejamos. Literalmente, de acordo com o nº 1 do art. 119º do C.R.P., é pressuposto de aplicação do regime excepcional de suprimento da intervenção do titular inscrito

18 18 que o bem esteja inscrito em nome de pessoa diversa do executado (insolvente ou requerido). Se A é proprietário inscrito do prédio e B penhorar o direito de superfície deste prédio, ainda não registado, em execução contra C, não se pode dizer que A é titular inscrito do direito de superfície. B poderá registar previamente o direito de superfície a favor de C. Não poderá limitar-se a juntar ao processo de registo da penhora o título do direito de superfície, porquanto, diversamente da hipótese dos autos em que o quinhão hereditário nada tem a ver com o prédio, o direito de superfície deriva (tese da derivação) do direito de propriedade ou onera (tese da oneração) o direito de propriedade, pelo que estamos perante o estabelecimento de um trato sucessivo (relativo ao direito de superfície) que radica no trato sucessivo (do prédio) já estabelecido nas tábuas (se o prédio estivesse omisso já a meu ver não seria necessário o registo prévio de constituição do direito de superfície, e menos ainda o registo mais prévio de aquisição do direito de propriedade de que aquele deriva ou que aquele onera, porque a penhora é uma «oneração forçada» - cfr. art. 34º, nº 1, a contrario, do C.R.P., e parecer emitido no Pº R.P. 49/97 DSJ-CT, in BRN nº 12/97, pág. 36, também por argumento a contrario). Não sendo previamente registada a constituição do direito de superfície, o recurso ao regime excepcional do art. 119º não me parece legítimo, porque este regime visa suprir soluções de continuidade no trato sucessivo do prédio ou no trato sucessivo de direito sobre o prédio, e não suprir o ingresso nas tábuas de um novo trato sucessivo a partir da posição jurídica inscrita, pelo que outra solução não restará que não seja registar provisoriamente por dúvidas a penhora. Tratando-se, porém, de quinhão hereditário, precisamente porque este nada tem a ver com o prédio, não me choca a utilização do expediente de suprimento da intervenção do titular inscrito, quando este for o autor da herança de que se penhorou um direito, para obter o registo definitivo da penhora deste direito (se o bem penhorado for a meação, naturalmente que nada haverá então a suprir se a executada for a meeira, pelo que concordo com a solução da nota 24 do parecer). A meu ver, antes de nos interrogarmos sobre o que perguntar ao titular inscrito ou aos seus herdeiros, devemos ponderar na ratio deste expediente. Esta razão de ser, já anteriormente assinalada, pressupõe que se a propriedade estiver inscrita a publicidade registal não dispensa o conhecimento (através do respectivo

19 19 registo) do facto de que decorre o direito objecto do registo de penhora (ou de declaração de insolvência, arresto ou arrolamento). Ora, como se tentou demonstrar (no próprio parecer, de forma aliás exuberante), o quinhão hereditário não deriva da propriedade inscrita, pelo que o registo de aquisição em comunhão hereditária não traduz a constituição de um direito sobre o prédio fundado no direito de propriedade inscrito. Resulta a meu ver do exposto que a norma do nº 1 do art. 119º do C.R.P. não contempla directamente a hipótese a que me tenho vindo a referir. Esta norma refere-se directamente ao suprimento da intervenção do titular inscrito do bem penhorado, o que manifestamente não é o caso (o bem penhorado é o quinhão hereditário e o bem sobre que existe inscrição de propriedade em vigor é o prédio). Mas, atrevo-me a afirmá-lo, por maioria de razão a hipótese em apreciação demanda um meio expedito de suprir a intervenção do titular inscrito do prédio quando este é o autor da herança a que se reporta o direito «afectado». É que, se bem repararmos (e julgo que o próprio parecer isso mesmo sublinha), na perspectiva do trato sucessivo não existe qualquer registo em falta. Na tese que sufrago, haverá que suprir a intervenção do titular inscrito autor da herança porque o registo da penhora do quinhão hereditário implica o estabelecimento de um trato sucessivo que, não derivando embora do trato sucessivo instalado nas tábuas, com ele fica reciprocamente imbricado. Concluindo-se, à falta de outro meio expressamente consagrado, pela aplicação do art. 119º do C.R.P. à penhora (declaração de insolvência, arresto ou arrolamento) de quinhão hereditário quando o prédio estiver inscrito em nome do autor da herança, naturalmente que aos herdeiros do titular inscrito não se vai perguntar, como decorre da letra da citada norma, se o prédio integra a herança. O que muito simplesmente eu perguntaria (se a diligência fosse da minha responsabilidade) era se o executado era herdeiro ou adquirente de herdeiro do titular inscrito. Se os herdeiros (melhor dizendo, os co-herdeiros, porque o executado, sendo herdeiro, não deveria, a meu ver, intervir no procedimento) nada declarassem ou declarassem que o executado era herdeiro ou adquirente de herdeiro, o registo da penhora seria convertido, e este registo não seria convertido se os herdeiros declarassem que o executado não era herdeiro ou adquirente de herdeiro. Não creio que esta posição, assumida pelo Conselho no citado Pº R.P. 44/98 DSJ-CT, atente contra a segurança do comércio jurídico e/ou princípios enformadores do registo predial. De acordo com Mónica Jardim (op. cit) que

20 20 analisou exaustivamente o art. 119 do C.R.P. (embora aqui ponto 3.2 faça alusão a um despacho judicial tendente à conversão do registo da penhora em definitivo que, se não erro, a lei não prevê, o que, se bem interpreto, só reforça a tese defendida pela Autora) -, a conversão do registo de penhora em definitivo não altera a titularidade do bem penhorado mas destrói a presunção de titularidade. Porém, no caso em apreço de penhora de quinhão hereditário sobre prédio com registo de aquisição a favor do autor da herança a conversão em definitivo do registo da penhora do quinhão hereditário nem altera a titularidade do prédio nem a presunção a favor do titular inscrito, pela singela razão de que não foi este bem (o prédio) que foi penhorado. 6- No caso dos autos, na sequência de sub - procedimento de suprimento de deficiências entretanto aberto, foi junta ao processo de registo certidão de decisão judicial transitada em julgado proferida em incidente de habilitação que correu termos noutro processo, a qual declarou a executada e seus dois filhos como herdeiros do titular inscrito. Sem prejuízo da bondade da posição assumida no ponto 5.1 do douto parecer para o registo de aquisição em comunhão hereditária a habilitação incidente é título insuficiente -, que não me merece reparo, coloca-se a questão de saber se a habilitação incidente, deduzida em processo diverso daquele onde ocorreu o facto objecto do registo de penhora peticionado, em que é proferida decisão transitada em julgado que declara a agora executada herdeira do titular inscrito, supre a intervenção deste demandada pelo princípio do trato sucessivo. A meu ver, a questão não pode deixar de merecer resposta afirmativa. Como anteriormente defendemos, importa comprovar no processo registal que o executado é herdeiro ou adquirente de herdeiro do titular inscrito. Ora, em face do disposto no nº 2 do art. 373º do C.P.C. segundo o qual os interessados para quem a decisão constitua caso julgado não podem impugnar a qualidade que lhes é atribuída no título de habilitação, salvo se alegarem que aquele título enferma de vício que o invalida (cfr. Lebre de Freitas et alli, in Código de Processo Civil anotado, Vol. 1º, 1999, pág. 639) -, podemos convictamente sustentar que a sentença proferida no incidente habilitação comprova, talvez com maior verosimilhança do que o resultado (positivo) do expediente do nº 1 do art. 119º do C.R.P., que a executada é herdeira do titular inscrito.

21 21 7- O douto parecer parte da conclusão segura de que a penhora tem por objecto o quinhão hereditário da executada, e não também a meação na comunhão conjugal dissolvida de que a mesma também é titular (inscrita). Pese embora a expressão verbal adoptada no pedido de registo penhora do direito à herança, eu não estou assim tão seguro de que foi apenas este o direito penhorado. É que não raras vezes com a expressão direito à herança também se pretende contemplar, incorrectamente é certo, a meação no dissolvido casal. A própria e já citada al. e) do nº 1 do art. 101º do C.R.P. refere-se a herança indivisa e não também a comunhão conjugal dissolvida. Em face do exposto, eu teria suscitado a dúvida (que não é verdadeiramente sucessiva mas antes primária e que visa a protecção do interessado) sobre o objecto da penhora. Tanto mais que os autos não comprovam se a executada foi ou não notificada como meeira (parece que teria que sê-lo, se a penhora fosse apenas do quinhão hereditário cfr. art. 862º, nº 1, C.P.C.). 8- De todo o exposto resulta que só não voto vencido o douto parecer porque concordo com a conclusão 1ª e respectiva fundamentação. João Guimarães Gomes de Bastos

22 22 Processo RP 52/2010 SJC-CT Súmula das questões tratadas Unicidade do recurso hierárquico em face duma pluralidade de decisões de recusa admissibilidade. Registabilidade de factos relativos a participação em herança: necessidade de registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Inadmissibilidade de conversão do prioritário registo da penhora do quinhão hereditário quando do subsequente registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito, por causa do repúdio da herança, não figure, entre os seus titulares, o nome do executado. Requalificação do registo de penhora do quinhão: de provisório por dúvidas para provisório por natureza (al. a) do n.º 2 do art. 92.º).

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