UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA RESTRIÇÃO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS AO CRESCIMENTO: Um modelo mulsseoral abero ANA CRISTINA REIF DE PAULA marícula n ORIENTADOR: Prof. Dr. Maro Luz Possas RIO DE JANEIRO 26

2 ANA CRISTINA REIF DE PAULA RESTRIÇÃO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS AO CRESCIMENTO: Um modelo mulsseoral abero Tese de Douorado apresenada ao Insuo de Economa da Unversdade Federal do Ro de Janero como pare dos requsos necessáros à obenção do íulo de Douora em Economa. Orenador: Prof. Dr. Maro Luz Possas Ro de Janero 26

3 ANA CRISTINA REIF DE PAULA RESTRIÇÃO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS AO CRESCIMENTO: Um modelo mulsseoral abero Ro de Janero, de de. Presdene, Prof. Dr. Maro Luz Possas (IE/UFRJ) Prof. Dr. Anono Lus Lcha (IE/UFRJ) Prof. Dr. Frankln Serrano (IE/UFRJ) Prof. Dr. Anono Carlos Macedo e Slva (IE/UNICAMP) Prof. Dr. Glbero Tadeu Lma (FEA/USP)

4 AGRADECIMENTOS À mnha famíla: meu pa, mnha mãe, mnha avó e meus rmãos, agradeço o enorme apoo que me fo dado ao longo de odos esses anos de esudo, o carnho de sempre e a aenção especal nos momenos mas dfíces, a força para eu connuar buscando aqulo que para mm era ão mporane e a compreensão por mnha ausênca nos momenos de maor dedcação à ese. Ao longo dese camnho, rês professores em especal marcaram mnha formação. Frankln Serrano, meu professor desde os prmeros períodos da faculdade, fo quem me apresenou às quesões da economa que são aé hoje meu objeo de neresse, ncenvou meu envolvmeno com a pesqusa e com a vsão críca da heerodoxa. Agradeço-o por oda a sua enorme colaboração nese meu percurso. Sobre desenvolvmeno e economa da Amérca Lana, ve a oporundade de aprender muo com o professor Carlos Mederos. Sou graa por odas as ardes agradablíssmas que passamos conversando em meo a rabalho, esudo ou smples dscussões com as quas ganhe ano conhecmeno, prncpalmene aravés da exposção de suas análses e de seu pono de vsa sobre eoras e faos hsórcos e presenes. Agradeço, em especal, ao meu orenador, Maro Luz Possas, que vem me acompanhando desde o níco do douorado. Sua aula de Macroeconoma na graduação, que é aé hoje plar fundamenal do ensno da economa heerodoxa, propcou-me o conao com as déas daqueles auores que veram a ser mnhas referêncas eórcas. Asssndo suas aulas no mesrado e douorado ve a chance de aprofundar meu conhecmeno e defnr a lnha de pesqusa para o desenvolvmeno de mnha ese. Expresso mnha gradão por udo que pude aprender com meu orenador, por sua dsposção para dscur odas as quesões que se mosraram necessáras, por sua prondão em analsar e rapdamene apresenar uma resposa sobre cada eapa concluída do rabalho e por me ajudar a acredar que eu sera capaz de alcançar o meu objevo. Agradeço a odos os funconáros do Insuo de Economa da UFRJ que vablzaram meus anos de esudo de graduação, mesrado e douorado nesa faculdade. Agradeço à Anna Elzabeh, em parcular, por sua aenção nas épocas de marícula, por sua pacênca com as repedas pergunas sobre as noas e os prazos, além de esar sempre dsposa a ajudar em ouros problemas que porvenura aparecessem. Agradeço à Coordenação de Aperfeçoameno

5 de Pessoal de Nível Superor (CAPES) pelo apoo fnancero presado, que vablzou anos de dedcação exclusva ao esudo, exremamene mporanes para a realzação dese rabalho. Agradeço aos querdos amgos de pzzada : Mara Mala, Rodrgo Pedrosa, Pedro Maranhão, Pa Moura, Mauríco Mer, Esher e Clarce, por nossos dverdos, polêmcos, alegres e consruvos enconros. Agradeço à Esher, com quem ve a oporundade de rabalhar meses a fo no aprmorameno do nosso nsrumenal, e ao Arhur, companheros do Grupo de Pesqusa sobre Dnâmca Econômca Evoluconára, cujas conrbuções foram o pono de parda para ese rabalho. Agradeço à Clarce, amga com quem pude parlhar odos os senmenos de alegra, rseza, conqusa, frusração, lua, cansaço e recompensa envolvdos nese árduo rajeo que segumos com grande cumplcdade. Agradeço, fnalmene, às mnhas amgas da graduação e à querda amga de nfânca Luclle, que sempre esveram ao meu lado, acredando e orcendo pelo meu sucesso. Ese é um camnho que concluo com mua alegra e com a cereza de que é apenas o níco de oura fase, na qual espero poder esar conrbundo academcamene com odos aqueles que ano me ajudaram e ensnaram, e rerbundo e culvando o carnho de odos os amgos.

6 Três paxões, smples, mas rressvelmene fores, governaram mnha vda: o desejo menso de amor, a procura do conhecmeno e a nsuporável compaxão pelo sofrmeno da humandade. Essas paxões, como os fores venos, levaram-me de um lado para ouro, em camnhos caprchosos, para além de um profundo oceano de angúsas, chegando à bera do verdadero desespero. Prmero busque o amor, que raz o êxase êxase ão grande que sacrfcara o reso de mnha vda por umas poucas horas dessa alegra. Procure-o, ambém, porque abranda a soldão aquela errível soldão em que uma conscênca horrorzada observa, da margem do mundo, o nsondável e fro absmo sem vda. Procure-o, fnalmene, porque na unão do amor v, em mísca mnaura, a vsão prefgurada do paraíso que sanos e poeas magnaram. Isso fo o que procure e, embora pudesse parecer bom demas para a vda humana, fo o que enconre. Com gual paxão busque o conhecmeno. Deseje compreender os corações dos homens. Deseje saber por que as esrelas brlham. E ene apreender a força pagórca pela qual o número se maném acma do fluxo. Um pouco dsso, não muo, enconre. Amor e conhecmeno, aé onde foram possíves, conduzram-me aos camnhos do paraíso. Mas a compaxão sempre me rouxe de vola à Terra. Ecos de gros de dor reverberam em meu coração. Cranças famnas, vímas oruradas por opressores, velhos desproegdos odosa carga para seus flhos e o mundo nero de soldão, pobreza e dor ransformam em arremedo o que a vda humana podera ser. Anseo ardene de alvar o mal, mas não posso, e ambém sofro. Isso fo mnha vda. Ache-a dgna de ser vvda e vvê-la-a de novo com a maor alegra se oporundade me fosse oferecda. Berrand Russel

7 Resumo Ese rabalho esuda a quesão da resrção esruural do balanço de pagamenos ao crescmeno connuado dos países em desenvolvmeno. Apoado nos auores Keynes, Kaleck, Schumpeer e em seus segudores, são apresenados os fundamenos eórcos que permem explcar a dnâmca de crescmeno e desenvolvmeno a parr do prncípo da demanda efeva e das mudanças na esruura produva geradas pelo processo de concorrênca. São analsadas ceras condções específcas dos países em desenvolvmeno, que, por caraceríscas esruuras, endem a produzr desequlíbros na balança comercal, compensado pela cona de capas; e como eses resulados nfluencam sua dnâmca. O objevo desa ese, parndo do modelo mulsseoral apresenado no argo Possas, Dweck e Ref (24), é dealhar os blocos do seor exerno, do seor fnancero e de polícas econômcas de forma a consrur um nsrumenal que possa ser ulzado no esudo das rajeóras de uma economa abera. Absrac Ths hess sudes he srucural consran of he balance of paymens o he connued growh of developng counres. Based on Keynes, Kaleck, Schumpeer and her followers, heren are presened heorecal foundaons ha allows one o explan he dynamcs of growh and developmen suppored by he prncple of effecve demand and he changes n he producve srucure generaed by he compeon process. Some specfc condons of developng counres are analyzed whch, due o srucural characerscs, end o lead o a balance of rade defcs, compensaed by capal accoun nflows; and how hese resuls nfluence her dynamcs. The purpose of hs hess, sarng from he mulsecoral model presened n Possas, Dweck and Ref (24), s o deal he blocks concernng he exernal secor, he fnancal secor and economc polces n order o develop an analycal ool ha can be used n he sudy of he rajecores of an open economy.

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO Fundamenos Teórcos para Análse do Crescmeno e do Desenvolvmeno Pressuposos Keynes e Kaleck: Demanda Efeva, Cclo e Tendênca Teora da produção e o prncípo da demanda efeva Expecavas de curo prazo Componenes da demanda agregada Invesmeno - Teora da aplcação de capal de Keynes Consumo e o Mulplcador do Invesmeno Análse de algumas varáves relevanes e conroversas Preço e dsrbução de renda Poupança Nível de emprego Acelerador - Cclo e endênca A função nvesmeno de Kaleck Cclo e Tendênca Tendênca, desenvolvmeno e novação Schumpeer concorrênca e novação Neo-Schumpeeranos enfoque evoluconáro Esraéga compeva sob concorrênca Seleção no mercado Trajeóra da ndúsra neração esruura e esraéga Trajeóra ecnológca demand-pull vs echnology-push Concorrênca e Compevdade Resrção de Balanço de Pagamenos e Crescmeno Lmado Balanço de pagamenos e Resrção Exerna Défc na Balança Comercal e as condções esruuras Necessdade de Indusralzação Necessdade de Modernzação Compensação pela cona de capas Noa sobre o Invesmeno Dreo Esrangero Vulnerabldade exerna fnancera...71

9 2.2 Trajeóra sop-and-go Os países em desenvolvmeno e a globalzação Transmssão dos desequlíbros exernos ao crescmeno Perda de auonoma sobre a políca econômca Resrção esruural de balanço de pagamenos e o círculo vcoso A resrção exerna nserda em um círculo vcoso Polícas de esímulo e ameaça Um Modelo Mulsseoral Abero O modelo orgnal e as alerações proposas O modelo Produção programada Demanda por bens nermedáros Demanda por bens de consumo Invesmeno Produção efeva, vendas observadas e demanda aendda Preço e Renda Resrção fnancera dos seores Renda das classes Seor Públco Seor Exerno Smulações Smulação com Crescmeno Smulação com Recessão CONCLUSÃO REFERÊNCIAS APÊNDICE Crescmeno Recessão...189

10 INTRODUÇÃO O ema a ser raado nesa ese é a quesão da resrção de balanço de pagamenos ao crescmeno connuado. Ese é um ema que vem ganhando progressva mporânca no aual quadro de globalzação produva e fnancera. Fluxos comercas e fnanceros nernaconas sempre esveram presenes, porém a dferença nos das de hoje é sua nensdade, que em afeado a dnâmca econômca dos países, nserdos em um conjuno crescenemene negrado. Raúl Prebsch, economsa responsável por conduzr, no fnal da década de 194, os esudos realzados pela Comssão Econômca para Amérca Lana (CEPAL) sobre os problemas do desenvolvmeno lano-amercano e propor possíves soluções, fo um dos prmeros a chamar aenção para o fao de que o comérco podera não ser favorável a odas as pares envolvdas 1. Sua argumenação conrapunha-se à eora radconal do comérco nernaconal que, baseada no prncípo das vanagens comparavas, susenava a dvsão nernaconal do rabalho como sendo a forma de se alcançar o maor ncremeno de renda possível com dsrbução gualára. De acordo com esa eora, os fruos do progresso reparr-se-am enre os países va baxa de preços ou pela ala equvalene das remunerações, supondo preços flexíves e perfea mobldade dos faores. Prebsch mosrou, no enano, que, ao conráro do que se pregava, a renda dos países prmáro-exporadores, denomnados países perfércos, enda progressvamene a dvergr da renda dos países ndusralzados. O movo para esa dvergênca sera prmordalmene esruural. Os países perfércos, com esruura produva heerogênea e especalzada, nham elevado coefcene e elevada elascdade-renda de mporação de bens ndusralzados. Já os países cenras, em função de suas esruuras produvas mas homogêneas e dversfcadas e da conínua endênca à redução na demanda por bens prmáros, devdo ao progresso écnco e à elevação da renda, mpunham baxo coefcene e baxa elascdade-renda às exporações da perfera. Seram esas dspardades que geraram graves lmações aos países perfércos. A dferença enre os coefcenes ornava mperavo que suas rendas fossem menores que as rendas dos países ndusralzados para não ncorrerem em défc na balança comercal. E a dferença enre as elascdades obrgava-os a crescer a um rmo mas leno para não erem seu défc connuamene acenuado. Assm, de acordo com esa argumenação, as assmeras enre as 1 Prebsch (1949, 2).

11 esruuras produvas ornavam nevável uma rajeóra dvergene da renda enre os países perfércos e cenras. Na vsão de Prebsch, eses problemas anda eram agravados pela endênca à deeroração dos ermos de roca ao longo dos cclos econômcos, em função do elevado nível de desemprego na perfera e dos fores sndcaos dos cenros que forçavam a acomodação da queda nos preços va queda nos saláros dos países perfércos. A solução, segundo Prebsch, sera a ndusralzação por subsução de mporações, para mpulsonar a dversfcação e homogenezação da esruura produva na perfera. A ndusralzação elevara a produvdade da agrculura e das ndúsras arasadas, absorvendo a mão-de-obra dspensada e promovendo aumeno da produvdade geral e da renda nesses países, além de elevar as exporações, ornando-as mas compaíves com as mporações. Cabe observar que Prebsch já raava da necessdade do capal esrangero para ajudar no processo de ndusralzação, fazendo, no enano, a ressalva sobre a mporânca de ese ser ulzado em avdades voladas para elevar a produvdade e as exporações, e de ser capado aravés de organsmos públcos nernaconas a cuso baxo e prazo longo, para não compromeer o própro processo com os servços da dívda. A referênca a Prebsch é fea por sua relevânca para o ema, mas ambém porque o cerne de suas preocupações connua váldo, recolocadas, enreano, em um novo conexo. Prebsch va o problema da relação enre países prmáro-exporadores e países ndusralzados aponando para a necessdade de ndusralzação. No presene, a quesão da resrção ao crescmeno mposa por dspardades enre coefcenes e elascdades-renda de mporação se recoloca, mas na relação enre países ndusralzados arasados e países ndusralzados desenvolvdos, mosrando-se necessáro um processo de modernzação dos prmeros. A quesão dos nensos fluxos de capas, não presenes à sua época, muda os meandros do problema, mas não a sua orgem essencal ou conseqüênca. A vsão aual do mansream econômco explca a dferença nas axas de crescmeno enre os países com base no lado da ofera, usando uma função de produção especfcada de forma que o crescmeno do produo seja deermnado pelo crescmeno do capal, do rabalho e da produvdade oal dos faores. As proposas de políca que seguem desa correne são de auserdade fscal e moneára e de aberura comercal e fnancera. A auserdade sera mporane para conferr esabldade à economa. Uma economa esável e abera arara o capal esrangero e amplara as margens para o comérco exeror, aumenando a dsponbldade de capal, a pressão compeva e o acesso a novas

12 ecnologas, logo, mpulsonando o crescmeno. O momeno econômco conemporâneo reflee em grande pare as proposções da dourna orodoxa com o fenômeno da globalzação. Porém, em muos casos, os resulados não se conformam aos esperados e a dvergênca enre o nível e as axas de crescmeno das rendas dos países é progressva. Denro dese quadro, jusfca-se a mporânca do esudo do desenvolvmeno e das resrções mposas pelo desequlíbro do balanço de pagamenos com base em fundamenos eórcos adequados, que permam uma melhor compreensão da dnâmca correne. Nese sendo, segundo a lnha sugerda por Possas em seu argo Anecedenes e perspecvas eórcas da economa do desenvolvmeno numa abordagem evoluconára de 1999, as bases eórcas desa ese esarão pauadas cenralmene nos economsas Keynes, Kaleck e Schumpeer. A parr desses auores é possível alcançar os deermnanes da dnâmca envolvda nos processos de crescmeno e desenvolvmeno. A dferença enre esses dos processos esá no fao de o prmero ser um fenômeno caracerscamene de curo prazo e vnculado a varações na renda com esruuras dadas. As eoras de Keynes e Kaleck fornecem, jusamene, fundamenos para análse da rajeóra de crescmeno com esruura esável a parr do prncípo da demanda efeva. O segundo é um fenômeno de mas longo prazo, assocado a varações na renda (e não apenas nesa) respaldadas em alerações esruuras. É a eora de Schumpeer que fornece as bases para explcação das mudanças esruuras. De acordo com ese arcabouço eórco, como é a demanda que deermna o nível de renda e mpulsona o crescmeno, enão, supondo países operando abaxo da plena ulzação de sua capacdade produva, a quesão da dvergênca nas axas de crescmeno esá relaconada à dvergênca no rmo de elevação da demanda. O problema do desequlíbro esruural do balanço de pagamenos é nserdo nese conexo como sendo um faor crucal que gera resrção sobre a demanda nos países arasados. O vínculo com a quesão do desenvolvmeno será feo aponando para o fao, observado por Thrlwall 2, de os coefcenes e as elascdades de mporação e exporação, cujas dspardades são uma causa prmera do desequlíbro exerno, reflerem fundamenalmene caraceríscas de ofera, em função da esruura produva exsene. O objevo desa ese é consrur um modelo macroeconômco mulsseoral de 2 Thrlwall e McCombe (1994, p.356).

13 smulação que srva como nsrumeno para analsar a dnâmca de uma economa abera. O pono de parda é o modelo apresenado no argo Um modelo macrodnâmco mulsseoral de 24, desenvolvdo por Possas, Dweck e Ref com base na versão orgnal elaborada por Possas em sua ese de douorado (1983) e descro de forma smplfcada em argo de Serão ncorporadas de forma mas dealhada as varáves relavas ao seor exerno, ao seor fnancero e ao governo, com o nuo de reraar o funconameno de uma economa com caraceríscas esruuras de um país em desenvolvmeno e hpóeses específcas de políca econômca. Os fundamenos eórcos que suporam a deermnação das equações expressas no modelo e a dnâmca resulane serão apresenados nos dos prmeros capíulos e, no ercero, será fea a descrção do modelo e de algumas smulações. No prmero capíulo serão apresenadas as bases eórcas para o esudo do crescmeno e do desenvolvmeno, pauadas em Keynes, Kaleck e Schumpeer, e nas conrbuções pós-keynesanas e neo-schumpeeranas, segundo a lnha proposa por Possas (1999b). A prmera pare do capíulo raa dos pressuposos empregados, buscando: ) mosrar o conceo de raconaldade lmada (ou processual), proposo por Smon 3, segundo o qual a esraéga de comporameno dos agenes, coerene com um mundo de ala complexdade e ncereza, é a adoção de ronas; e ) apresenar a noção de rajeóra 4 conceo emporal e dnâmco, que pode ou não englobar ponos de equlíbro. Na segunda pare dese capíulo, serão exposos os fundamenos eórcos do enfoque adoado na ese, apoados em Keynes 5 e Kaleck 6. Incalmene apresena-se a eora da produção de Keynes, segundo a qual o empresáro busca realzar o reorno esperado de seus avos de capal por meo da avdade produva, subordnada às condções da demanda. Mosra-se, ambém, a nfluênca da demanda sobre as expecavas de curo prazo dos empresáros e a conseqüene deermnação do nível de produção e emprego da economa. Kaleck fo nroduzdo, nese pono, enfazando o prncípo da demanda efeva. Os prncpas componenes da demanda explcados são o consumo e o nvesmeno. A análse do nvesmeno cenra-se na eora de aplcação de capal de Keynes e na formação das expecavas de longo prazo. No caso do consumo, os aspecos raados foram seus 3 Smon (1979, 1987). 4 Nelson e Wner (1982, cap.1). 5 Keynes (1988)[1936]. 6 Kaleck (1983)[1954].

14 deermnanes, a dferencação enre o rabalhador e o capalsa (Kaleck) e o mulplcador do nvesmeno. Em seguda é reservado um espaço para dscussão de algumas varáves conroversas (dsrbução de renda, poupança e nível de emprego), mas mporanes no conexo da dscussão sobre crescmeno e desenvolvmeno. Por úlmo é fea uma descrção do acelerador de Kaleck, esruurado em sua função nvesmeno com defasagens, e de suas conclusões sobre os movmenos de cclo e endênca da dnâmca capalsa. Apesar de o própro Kaleck não er explorado sufcenemene a quesão da endênca gerada pelos componenes auônomos da demanda, ele fornece elemenos para que seja explcada economcamene. A endênca esara relaconada com faores de desenvolvmeno, em especal com o nvesmeno em novação. Esa colocação perme que seja fea a pone para a eora de Schumpeer em sua versão fnal 7 e de seus segudores, segundo os quas a dnâmca no capalsmo é esabelecda pela concorrênca, que mpulsona um processo conínuo de geração e dfusão de novações prncpal nsrumeno de compeção. Esa pare em níco com uma exposção das déas orgnas de Schumpeer sobre a quesão da concorrênca e a mporânca das novações na busca pelo lucro exraordnáro e por poder de mercado. Poserormene, é apresenado o enfoque evoluconáro desenvolvdo pelos neo-schumpeeranos. Em prmero lugar, analsa-se a formulação das esraégas novavas das empresas e a neração enre esas esraégas e as polícas de preços. Em segundo lugar, é descro o processo de seleção ano das empresas 8, que se reflee em seu marke-share e lucro, como das novações, que rão se dfundr denro da própra frma e enre as frmas. Em ercero lugar, é fea uma breve dgressão sobre a relação enre as esraégas das empresas e a esruura de mercado 9. Por úlmo, raa-se da evolução das ecnologas, que se desenrolam denro de um paradgma ecnológco aravés de novações ncremenas 1, nfluencadas pelas possbldades ecnológcas presenes e por aspecos de demanda. Ese prmero capíulo fornece base para consderações sobre o crescmeno, nduzdo pela demanda efeva, a parr dos fundamenos keynesanos e kaleckanos, e sobre o desenvolvmeno, mpulsonado pelas mudanças esruuras promovdas pelas novações, a parr dos fundamenos schumpeeranos, bem como sobre a neração deses dos processos, 7 Schumpeer (1943). 8 Nelson e Wner (1982, cap.1). 9 Dos (1984, cap. 3.1 e 3.2). 1 Dos (1982,1984, cap.2) e Rosenberg (1982, cap. 5 a 7).

15 podendo caracerzar um círculo vruoso. O segundo capíulo procura mosrar como a resrção de balanço de pagamenos pode levar ao consrangmeno da demanda e, porano, do crescmeno de uma economa em desenvolvmeno, anes da plena ulzação de sua capacdade produva. A análse será realzada ulzando-se a conrbução de auores de referênca como o própro Kaleck, além de Prebsch, Harrod, Domar, Hrschman, Kregel e Thrlwall, enre ouros. Será dscudo, ncalmene, o caráer esruural da resrção de balanço de pagamenos, conseqüênca de dspardades enre os coefcenes e as elascdades-renda de mporação e exporação dos países envolvdos nas ransações, que, por sua vez, são deermnadas em função da esruura produva exsene. Nese conexo, é abordada a proposção de Prebsch em defesa da ndusralzação volada para subsução de mporações nos países perfércos com base em sua análse sobre a suação da Amérca Lana em meados do século XX. Em seguda, usando como referênca McCombe e Thrlwall, é apresenada a defesa da necessdade de modernzação, nos empos auas, das economas em desenvolvmeno que conam com uma esruura produva arasada, como forma de superar a endênca ao desequlíbro do seor exerno. Anda na prmera pare dese capíulo, será mosrado como uma suação de défc em ransações correnes leva à necessdade de enrada de capas para equlbrar o balanço de pagamenos, o que acaba gerando uma posção de crescene vulnerabldade exerna. Nese pono, são desacadas algumas quesões específcas, vanagens e desvanagens, do nvesmeno dreo esrangero (IDE), que, em geral, é vso como mporane nsrumeno de dnâmca e modernzação para os países esruuralmene arasados. A vulnerabldade exerna é raada aravés da análse do comporameno dos passvos exernos dos países com resrção de balanço de pagamenos, sua nfluênca sobre os rscos de nsolvênca e lqudez e as conseqüêncas em ermos dos cusos de capação no mercado fnancero nernaconal e da ameaça de crse cambal. Na segunda pare do capíulo, após uma avalação das mplcações da globalzação produva e fnancera para os países em desenvolvmeno, é apresenada a dnâmca de evolução sop-and-go de um país com resrção esruural de balanço de pagamenos e que opera com regras de políca econômca específcas. Ao longo desa dnâmca, são avados mecansmos de ransmssão, va juros e câmbo, que acabam forçando a conração da axa de

16 crescmeno, além de gerar perda de auonoma da políca econômca. Será argumenado que esa rajeóra esá nserda em uma dnâmca mas abrangene, caracerzada por um círculo vcoso, ípco dos países subdesenvolvdos e coerene com o cenáro de dvergênca enre as economas mundas. Por úlmo, são apresenadas algumas alernavas de polícas necessáras para poder romper o círculo vcoso. No ercero capíulo, enão, é fea a descrção do modelo mulsseoral, que represena de manera formal a dscussão eórca apresenada nos dos prmeros capíulos. Segundo o prncípo da demanda efeva, a produção é defnda com base nas vendas prevsas, em função do crescmeno recene ou de encomendas, podendo ou não haver erro de expecava. A demanda por bens de consumo é deermnada em função da renda das classes e de suas propensões margnas a consumr, além de ser consderado um componene auônomo de consumo. Quano ao nvesmeno, apesar de envolver expecavas de prazo mas longo e maor ncereza, segundo a lnha de Keynes, ese não esá nserdo, nese modelo, denro de uma eora geral da aplcação de capal. O raameno é mas próxmo ao dspensado por Kaleck, que defne o nvesmeno em capacdade produva como função da demanda esperada, consderando a capacdade exsene, o nível de ulzação aual e uma resrção fnancera. O nvesmeno auônomo é nroduzdo de manera muo smplfcada, como nvesmeno em modernzação. Não nclu a lógca de geração endógena de novação aravés da análse da concorrênca, uma vez que o nível mas desagregado do modelo são os seores e não as frmas. A fala de compevdade e a esruura produva arasada esão refledos nas condções ncas, em ermos dos coefcenes de mporação e exporação, que são afeados pelos nvesmenos em modernzação. Consdera-se que a maora dos seores aua em mercados fx prce, com preços formados por mark-up sobre cuso dreo unáro. A renda é calculada pela soma dos lucros e saláros. Como conrbuções específcas dese rabalho, são ncluídas com maor dealhe subconjunos do modelo referenes ao seor exerno, ao seor fnancero e às polícas econômcas do governo, necessáros para analsar a dnâmca de uma economa abera, com foco em um país em desenvolvmeno com resrções esruuras. Nese sendo, os deermnanes da balança comercal recebem um raameno mas pormenorzado; é ncluída a pare da cona de capas, consderando-se a enrada de nvesmeno dreo esrangero, capal de curo prazo e fnancameno exerno; conseqüenemene, ambém é ncorporada a cona de servço de faores. A pare do seor fnancero é nroduzda anda de manera ncpene, vablzando apenas o gerencameno das dívdas e aplcações fnanceras dos

17 seores, das classes e do governo, o pagameno de juros sobre a dívda e o recebmeno do reorno sobre as aplcações. A neração com o seor fnancero nernaconal perme que os seores e o governo capem recursos no exeror e que o capal esrangero possa ser aplcado no ssema fnancero naconal. A dsponbldade de recursos e o grau de endvdameno geram conseqüêncas sobre as decsões de gasos de odos os agenes da economa. Com eses aprmoramenos, é possível esudar o comporameno dnâmco da vulnerabldade exerna da economa A parr da consderação das regras de políca econômca políca moneára (meas de nflação), fscal (meas de superáv prmáro), cambal (fluuação suja), comercal (lvre comérco) e fnancera (lvre fluxo de capas), são explcadas uma sére de nerações fundamenas condconanes da dnâmca desa economa eslzada no modelo.

18 1. Fundamenos Teórcos para Análse do Crescmeno e do Desenvolvmeno Ese rabalho segue a lnha eórca de rês auores clásscos: Keynes, Kaleck, Schumpeer e de alguns de seus segudores, que buscam compreender as les de movmeno da economa capalsa nrnsecamene dnâmca. A apresenação de suas eoras apóa-se, fundamenalmene, na nerpreação proposa por Possas 11. Ese capíulo erá níco com uma breve apresenação dos pressuposos meodológcos empregados; a segunda pare dscorrerá sobre os fundamenos eórcos de Keynes e Kaleck; e a úlma pare raará da eora de Schumpeer e dos neo-schumpeeranos. 1.1 Pressuposos De acordo com os dos prmeros auores de referênca, o ssema econômco capalsa movmena-se puxado pela demanda dos agenes, e em parcular pelo nvesmeno produvo, que busca a valorzação da rqueza aravés da obenção de lucro. Seu prncpal nsrumeno, de acordo com o úlmo auor, em conexo de concorrênca, é a geração permanene de novações. Em al ambene econômco, há a presença de elevada complexdade e ncereza conceos ner-relaconados e vnculados às quesões da nsabldade esruural e da mprevsbldade, produzdas pela própra dnâmca. Em um mundo complexo e ncero, os agenes não conseguem apreender e processar odas as nformações dsponíves. Esa resrção esá relaconada a sua capacdade compuaconal para ransformar nformação em conhecmeno que será usado para nerprear a realdade. Como sugere Smon, os agenes êm raconaldade lmada: The erm bounded raonaly s used o desgnae raonal choce ha akes n accoun he cognve lmaons of he decson-maker lmaons of boh knowledge and compuaonal capacy 12. O pressuposo de raconaldade lmada mplca que os agenes adoam ronas, regras prácas de decsão, para defnr seus procedmenos, uma vez que não se pode ober objevamene um conjuno de probabldades para os evenos. Esas ronas são pauadas em conjecuras, expecavas elaboradas com base na experênca passada, e defnem margens para os resulados denro das quas eses são consderados sasfaóros e, porano, as ronas 11 Ver Possas, M. (1987,1999b). 12 Smon (1987, p.15). Dos e Egd raaram de forma smlar a quesão das esraégas e decsões sob ncereza fore, dferencando a fala de nformação da fala de conhecmeno e aponando, desa forma, para o cerne da quesão cognva, que não se resolve com o smples passar do empo. Ver Dos e Egd (1991).

19 são mandas naleradas. Fora desas margens, as ronas serão revsas, so é, exsem regras de saída. Faz pare da rona dos agenes, nese ambene, a busca por suações flexíves de forma a permr a reversão com cuso mínmo de uma posção compromeda, o que se reflee, por exemplo, na preferênca pela posse de avos mas líqudos e pela dversfcação. A dversdade dos agenes quano à experênca passada, percepção e avalação gera uma mulplcdade de esraégas. A rajeóra resulane nos dversos âmbos (agene, frma, mercado e economa) é conseqüênca drea da complexa neração enre suas decsões, o que orna o ssema poencalmene nsável. A adoção de ronas, embora produza uma dnâmca aparenemene esável, não orna a rajeóra fuura conhecda ou pré-deermnada. Ese arcabouço eórco busca explcar o capalsmo a parr de sua dnâmca, e o recore de seu objeo, porano, passa a ser feo de forma a descrever sua rajeóra ao longo do empo e não seu esado represenavo. A noção de equlíbro conceo aemporal e esáco, que caracerza suação na qual não exse movmeno endógeno no ssema é da como dspensável para se esabelecer as relações de causaldade essencas 13. Se, evenualmene, a rajeóra passar por um pono de equlíbro, ese será consderado apenas como um dos ponos possíves, casual, mas não, em prncípo, como uma endênca. Segundo a vsão de concorrênca schumpeerana, o capalsmo é caracerscamene dnâmco, auoransformador e se enconra em consane desenvolvmeno, mpulsonado pela concorrênca, que, aravés da novação, alera e desloca para sempre o esado de equlíbro prevamene exsene Keynes e Kaleck: Demanda Efeva, Cclo e Tendênca Nesa seção, serão apresenados, a parr das eoras de Keynes e Kaleck, o prncípo da demanda efeva, os prncpas componenes da demanda agregada, consumo e nvesmeno, e a dnâmca de cclo e endênca gerada com base no mecansmo mulplcador-acelerador. Vale reerar que a apresenação desas eoras esá baseada não só nas obras orgnas, mas, parcularmene, na nerpreação proposa por Possas (1987, 1999b) e seguda por Macedo e Slva (1995). 13 Ver Vercell (1991, cap. 2). 14 Nelson e Wner (1982, p.47).

20 1.2.1 Teora da produção e o prncípo da demanda efeva Numa economa mercanl, a produção, pauada na dvsão socal do rabalho, é volada para a roca. O objevo é converer produo em dnhero - equvalene geral e que em as propredades de ser undade de cona, meo de pagameno e reserva de valor. O produor em conrole sobre as decsões de produção, porém não em conrole sobre a realzação das vendas, que depende da demanda por pare dos agenes deenores do poder de compra. Há enão uma assmera enre demandane e oferane, que resula da assmera enre a rqueza em sua forma geral dnhero, poder de compra medao e a rqueza em uma de suas númeras expressões parculares. 15 Esa dgressão é sufcene para ornar claro que, numa economa mercanl, a únca decsão auônoma é a de gaso, e esa prmaza do gaso sobre a renda é precsamene a essênca do prncípo da demanda efeva. Numa economa capalsa, o objevo da produção não é apenas a roca das mercadoras pelo dnhero, mas ambém a realzação de um lucro sobre seu valor. E, devdo a sua caracerísca mercanl e moneára, a valorzação do capal aravés da avdade produva esá gualmene subordnada à demanda: serão as decsões de compra que permrão aos capalsas realzarem suas vendas e conseqüenemene seus lucros. Para defnr a produção, os agenes formam expecavas de curo prazo sobre a demanda por bens de consumo e nvesmeno, ou seja, sobre as quandades que poderão vender de suas mercadoras e sobre o preço no mercado. Com base nessas expecavas, é possível consrur as curvas de demanda e recea esperadas. A função de ofera represena as combnações de preço e quandade que seram sufcenes para nduzr o capalsa a realzar sua produção, pos cobrem os cusos oas da produção e embuem uma axa de lucro de longo prazo desejada sobre o capal nvesdo 16. A função de ofera em ermos de recea é represenada pela curva de recea desejada. Enão, endo conhecmeno das condções de ofera e a parr da expecava de demanda, o produor deermna seu pono de operação na nerseção enre a curva de recea esperada e a curva de recea desejada 17. Ese é consderado 15 Macedo e Slva (1995, p.168). Também expresso por Possas, M. (1999a, p.21): Logo, exse uma assmera enre dnhero e mercadora, e porano enre o gaso (compra) e a recea (venda), segundo a qual só o gaso, que pressupõe a posse de poder de compra unversal a fnaldade de odo o processo de roca -, pode resular de uma decsão efevamene auônoma, na medda em que dspõe lvremene desse poder de compra. Anda, ver Possas, M. (1987, p.51). 16 A valorzação do capal aravés da avdade produva sgnfca realzar a expecava de renabldade que nduzu o nvesmeno ao longo de város períodos de produção, por sso o empresáro, buscando evar a aração de novos concorrenes, não adoa uma posura medasa de maxmzação de lucro a curo prazo.ver Keynes (1988, p.33)[1936] e Macedo e Slva (1999, p.99). 17 Essas funções, numa nerpreação lvre (baseada em Possas, 1986), são o correspondene mcroeconômco das curvas de ofera e de demanda agregadas apresenadas por Keynes no capíulo 3 da Teora Geral. Macedo e Slva (1999, p.15).

21 por Keynes o pono de demanda efeva, que deermna o nível de produção e emprego na economa. Cabe ressalar, conudo, que ese é apenas o pono de decsão da produção: a demanda do mercado anda é esperada. Ao fm do período de produção, o empresáro leva seus produos ao mercado, confronando, enão, suas expecavas à realdade. O formao da curva de ofera da empresa no mercado é deermnado de acordo com sua esraéga de ajuse frene às frusrações de expecavas: varando preço, quandade ou ambos. Quando há necessdade de ajuses, caracerza-se uma suação de desequlíbro rreversível, que só não ocorrera no caso específco em que a demanda do mercado cruzasse a curva de ofera no pono de operação, confrmando quandades, preços e lucros esperados e desejados. Se o mercado no qual o capalsa opera for fx prce, enão o preço será fxado ao nível do preço esperado, a curva de ofera no mercado será horzonal, e o ajuse será feo va varação no esoque de mercadoras. Para ano, pressupõe-se a exsênca de esoques, que, em úlma nsânca, deermnarão o lme do quano poderá ser venddo ao preço esabelecdo. Se o mercado for flex prce puro, a quandade vendda pelo capalsa será a quandade produzda, a curva de ofera de mercado será vercal, e ele ajusará seu preço conforme a demanda. Fnalmene, a empresa pode adoar uma esraéga de ajuse ano va varação no preço como na quandade, se operar em mercados flex prce. Nese caso, a curva de ofera será posvamene nclnada. Os dferenes pos de ajusameno que podem ocorrer no período de mercado não êm efeos sobre o nível de produção e emprego do período correne. Sobre o período segune, conudo, ndependenemene do po de ajuse que enha ocorrdo, uma frusração negava deverá afear as expecavas dos capalsas em relação à demanda de forma a reduzr o nível de produção e emprego, e uma frusração posva erá o efeo oposo 18. O pono de operação deermna a quandade que será produzda e, logo, os cusos oas da produção, por exemplo: saláros, nsumos, despesas de deprecação, mposos e rendas de propredade (alugués, juros e royales). Pares deses cusos represenam componenes da renda efevamene aproprada por alguns agenes econômcos, como assalarados, propreáros de edfícos alugados e credores. Porém, o lucro efevo do capalsa só é deermnado com a realzação das vendas no período de mercado. Esa análse 18 Os resulados efevamene realzados da fabrcação e da venda da produção só erão nfluênca sobre o emprego à medda que conrbuam para modfcar as expecavas subseqüenes.. Keynes (1988, p.47)[1936].

22 geral do processo de produção e vendas lusra o prncípo da demanda efeva, enuncado acma, segundo o qual será a demanda, em úlma nsânca, que deermnará os lucros e a renda da economa, confrmando ou não as expecavas dos agenes. Kaleck, conemporâneo a Keynes, ambém enuncou o prncípo da demanda efeva, porém, a parr da equação da renda, gual à soma dos saláros e lucros e deermnada pelos gasos em nvesmeno e em consumo dos capalsas e rabalhadores (no caso de uma economa fechada e sem governo). Sua jusfcava para o sendo de causaldade pauava-se no fao de que se pode decdr o quano gasar, mas não o quano receber Expecavas de curo prazo As expecavas de curo prazo dzem respeo às decsões de produção: ao preço e à quandade aos quas o capalsa espera consegur vender seus produos no período de mercado (fuuro relavamene próxmo). O capalsa desconhece o comporameno de seus concorrenes e dos demandanes, não podendo, porano, saber qual será a recea que oberá de suas vendas. Esas expecavas, no enano, podem ser rapdamene revsas em função dos resulados realzados e, desa forma, em crcunsâncas que se manêm subsancalmene nvaráves enre períodos de produção, são guadas pelo comporameno projevo convenconal, endendo a esar aproxmadamene correas. Apesar de o esado de confança relavo a esas expecavas ser relavamene robuso 2, não se pode nferr que haja equlíbro, pos, devdo à presença de ncereza, aconecerão, em geral, erros de prevsão, mesmo que normalmene pequenos 21. Nese conexo, a suposção de Keynes de que os capalsas aceram suas expecavas de curo prazo sobre a demanda parece uma smplfcação razoável, ulzada para demonsrar que pode haver equlíbro abaxo do pleno emprego por fala de demanda e não por erros de expecavas. A dferença, nese caso, é que a ncereza é absraída. A ausênca de ncereza, conudo, não confere ao produor nenhum grau de lberdade em relação à demanda: se a demanda varar, o produor erá que alerar seu pono de operação, e conseqüenemene o nível de emprego da economa, em acordo com a varação da demanda para connuar 19 Kaleck afrma: Ora, é claro que os capalsas podem decdr consumr e nvesr mas num dado período que no procedene, mas não podem decdr ganhar mas. Porano, são suas decsões quano a nvesmeno e consumo que deermnam os lucros e não vce-versa. Kaleck (1983, p.36)[1954]. 2 Ver Macedo e Slva (1999, p. 277). 21 Enrepreneurs have o endeavour o forecas demand. They do no, as a rule, make wldly wrong forecass of he equlbrum poson. Bu, as he maer s very complex, hey do no ge jus rgh ( ). Keynes (1973, p.182)[1937].

23 maxmzando seus lucros (sujeo à resrção de maxmzação de longo prazo). O fao de conhecer aproxmadamene a demanda não perme ao produor decdr o quano rá vender, perme apenas que ele eve ncorrer em séros erros de prevsão. O prncípo da demanda efeva connua váldo os gasos connuam deermnando a renda Componenes da demanda agregada Como fo vso, em acordo com o prncípo da demanda efeva, os capalsas omam suas decsões de produção e emprego, a cada período, com base nos cusos, nas expecavas de curo prazo sobre a demanda e de longo prazo sobre a valorzação do capal; mas são os gasos efevos dos agenes econômcos em consumo e nvesmeno, correspondendo ou não a esas expecavas, que defnem o nível de lucro e renda da economa. Vejamos agora, enão, como se deermnam esses componenes essencas da demanda efeva Invesmeno - Teora da aplcação de capal de Keynes De acordo com a eora geral da aplcação de capal proposa por Keynes, da qual o nvesmeno em capacdade produva é um caso parcular 24, os capalsas buscam compor seu porfólo, em ermos de avos e passvos, segundo a lógca de preservação e amplação do esoque parcular de rqueza 25 ao longo do empo. Como a aplcação de capal envolve a comparação enre város avos que serão valorzados no horzone de longo prazo e em condções de concorrênca, os capalsas omam suas decsões sob ncereza, com base em suas expecavas subjevas sobre o reorno fuuro dos dferenes avos. O reorno esperado de cada avo pode ser deermnado segundo sua capacdade de prover cero fluxo moneáro de recea, seu cuso de manuenção em carera e sua lqudez 26. O fluxo moneáro, chamado de quase-renda, pode ser decorrene de lucros, juros, dvdendos, alugués, ou ganhos de capal, a depender do avo em quesão. Os cusos de manuenção esão assocados ao cuso de esoque e admnsração, à necessdade de proeger 22 For he heory of effecve demand s subsanally he same f we assume ha shor-perod expecaons are always fulflled. Keynes (1973, p.181)[1937]. 23 Cabe noar que a separação enre consumo e nvesmeno de Keynes é uma separação convenconal. Segundo Possas e Balar: (O) que é específco do nvesmeno e o dsngue qualavamene dos ouros ens de gaso não é sua maor auonoma, mas o fao de, ao realzar-se, crar nova capacdade produva, ao nvés de apenas ocupar a capacdade exsene. Possas e Balar (1981, p.128). 24 Ver Keynes (1988, p.64-65)[1936]. Convém noar, conudo, a mporane dferença exsene enre o nvesmeno produvo e a aplcação fnancera. Enquano o prmero, em ermos geras, cra capacdade produva e esmula a demanda e a produção, o segundo represena apenas uma ransferênca de rqueza, sem geração de renda. 25 Macedo e Slva (1999, p.45). 26 Os arbuos dos avos serão descros com base em Macedo e Slva (1999).

24 os avos dos város pos de deprecação, aos cusos de seguros e aos cusos de ransação (como sugere Mnsky, ambém ncluem os cusos fnanceros de manuenção do avo em carera). Quano à lqudez, esa será deermnada em função da possbldade de realzação do avo com maor cereza a curo prazo sem perdas 27, so é, esá relaconada à flexbldade por ele conferda à reesruuração do porfólo em ambene de ncereza. Keynes especfca quaro movos pelos quas os agenes podem desejar reer avos líqudos em seu parmôno. O movo-ransação resula da necessdade dos agenes de dsporem de meos para realzar seus gasos correnes de aqusção de bens e servços. O movo-precaução se refere à ncereza quano a prazo, monane e naureza das despesas que deverão ser realzadas, e sua nfluênca depende do grau de confança que os agenes êm em suas expecavas. O movo-especulação dz respeo às possbldades alernavas de aplcação de capal sem daa especfcada, ou seja, a gasos que o agene decde realzar desde que ceras expecavas se cumpram. E o movo-fnancameno esá relaconado aos gasos planejados e que envolvem elevados volumes de recursos, como os nvesmenos 28. Assm, a preferênca pela lqudez, so é, o quano cada agene valorza a posse de avos líqudos, será nfluencada pelo nível de renda, pelo grau de ncereza e pela axa de juros correne 29. O prêmo de lqudez arbuído ao avo será ano maor quano maores forem a flexbldade conferda pelo avo e a preferênca pela lqudez do agene 3. A quaserenda e os cusos de manuenção são fluxos moneáros, enquano o prêmo de lqudez é um fluxo mplíco que não se maeralza numa recea moneára, mas ao qual pode ser mpuado um valor em moeda 31, arbuído pelo agene em função da segurança que o avo lhe rende. Uma observação especal deve ser fea nese pono a respeo do dnhero. Consderando-o como um avo deal que cumpre as funções de numeráro, meo de pagameno e reserva de valor 32, e que, por consegune, é o mas líqudo avo da economa, segue que o dnhero em 27 Keynes apud Macedo e Slva (1999, p.238). Keynes chama aenção para o fao de que a lqudez não é nrínseca a um bem: é uma caracerísca nsuconal que depende da cração delberada de mercados secundáros organzados, permanenes, com elevado grau de subsubldade enre os avos e grande número de compradores. Keynes (1988, p. 67 e 122)[1936]. 28 Os rês prmeros movos cados podem ser enconrados em Keynes (1988, p.122)[1936]. O movo fnancameno fo apresenado no argo Teoras Alernavas da Taxa de Juros Leraura Econômca, 9(2), (1987b, p.152)[1937]: O nvesmeno planejado so é, o nvesmeno ex-ane pode precsar garanr sua provsão fnancera anes que ocorra o nvesmeno, quer dzer, anes que a poupança correspondene se processe. 29 Dgressões sobre a preferênca pela lqudez podem ser enconradas em Keynes (1988, p.12)[1936]. 3 O problema da dferença na duração da vda úl dos avos para comparação enre suas renabldades é resolvdo por Keynes supondo uma análse para um únco horzone de empo e ncorporando o compromemeno com avos de dferenes durações no prêmo de lqudez. 31 Macedo e Slva (1999, p. 243). 32 As funções da moeda esão areladas a algumas caraceríscas nsuconas conexo-específcas, como a presença de conraos que a ulzem como numeráro, a presença de nsrumenos que a ornem meo legal de pagameno das obrgações e

25 prêmo de lqudez máxmo e quase-renda e cuso de manuenção nulos. A axa de lqudez reflerá a mporânca arbuída pelo agene à posse de dnhero e é medda pela razão enre seu prêmo de lqudez e o valor em moeda a que ese se refere. Os agenes defnrão subjevamene o preço de demanda para cada avo com base na expecava de reorno ao longo de sua vda úl, desconada pela axa de reorno de uma aplcação alernava. Após er seleconado um conjuno de avos para serem analsados, o capalsa avala as dversas opções comparando os preços de demanda esabelecdos com os preços de mercado. Esa mesma avalação sobre as possíves aplcações pode ser fea a parr da comparação enre as efcêncas margnas dos dferenes avos, ou seja, as axas de descono que ornam o reorno esperado de cada avo ao longo de sua exsênca gual ao preço de mercado. No caso em que a axa de lqudez é ulzada como axa de descono para o cálculo do preço de demanda, enão ese preço represena o valor da aplcação em dnhero que possblara rendmenos equvalenes aos promedos pelo avo. Por sso, se o preço de demanda é maor do que o preço de mercado, o rendmeno esperado do avo é maor do que o rendmeno resulane da posse de moeda. No caso da comparação com a efcênca margnal do capal, a axa de lqudez esabelece o reorno mínmo que os agenes desejam receber para abrr mão de seu dnhero, abaxo do qual o agene preferrá reer moeda. Em resumo, haverá vanagens em dspor do dnhero para adqurr o avo avalado se seu preço de demanda for maor do que seu preço de mercado ou, gualmene, se sua efcênca margnal for maor do que a axa de lqudez. Conudo, uma vez que a decsão de aplcação pressupõe a comparação enre a renabldade de dversos avos, esas são condções necessáras, mas não sufcenes. Como já comenado, a renabldade efeva das aplcações depende de evenos fuuros nceros e arrscados. O grau de confança nas prevsões de reorno, que exprme nversamene o grau de ncereza, vara em função de uma sére de faores, como o período de realzação do avo e a naureza dos mercados e dos fluxos moneáros envolvdos. Por ouro lado, o rsco arbuído ao avo, relaconado ao ônus decorrene de uma evenual frusração das expecavas 33, é nfluencado por faores as como o peso relavo do avo no porfólo e a a ausênca de nflação que corrompa sua função de reserva de valor. Quano aos conraos, eses são realzados, em uma economa aomzada, numa enava de se coordenar as avdades produvas, buscando dmnur a ncereza e o rsco envolvdos na decsão de produção. 33 Macedo e Slva (1999, p.257).

26 forma de fnancameno da aplcação 34. Porano, o agene descona o valor dos reornos fuuros do avo ambém pelas axas de rsco e ncereza que lhe arbu, reduzndo seu preço de demanda e sua efcênca margnal. Para compor seu porfólo, o agene selecona um conjuno de avos cuja renabldade acha convenene avalar em função de quesões como o volume mínmo de aplcação requerdo, as nformações dsponíves, o cuso de nformações adconas, os mercados envolvdos e o período de realzação, e enão calcula seus preços de demanda ou suas efcêncas margnas. Porém, devdo ao prncípo da renabldade esperada decrescene, o agene não aplcará odo seu capal no avo com maor efcênca margnal ou maor relação enre preço de demanda e preço de mercado. Ese prncípo se deve prncpalmene à lmação mposa pelo mercado ao crescmeno da ofera e à fala de dversfcação. No que dz respeo aos avos produvos, o agene deverá esperar uma lqudez menor de undades adconas e quase-rendas decrescenes em função do aumeno de capacdade ocosa que surge quando a capacdade produva cresce a axas superores às da demanda. No caso dos avos fnanceros, que êm mercado secundáro assocado a juros e aprecação esperada, a posse de uma quandade excessva em relação ao mercado conforma para o agene uma suação de baxa lqudez, já que pode mpor a ele a necessdade de venda paulana para evar grandes perdas. Anda, o peso crescene de um avo na carera, como vso, mplca axa de rsco e ncereza elevada (elevação esa acenuada se houver o emprego de recursos exernos à undade) 35. A relação enre a quandade e a efcênca margnal do avo em posse do agene é reraada pela escala de efcênca margnal. 34 A conrbução e ênfase de Mnsky esão na mporânca de se consderar os passvos que são crados em conraparda aos avos por nfluencarem e resrngrem as escolhas dos agenes, nclundo a quesão do cuso do fnancameno e do rsco crescene (raada ambém por Kaleck). Em seu rabalho, Mnsky redefne as varáves que caracerzam os avos, apresenadas orgnalmene por Keynes no capíulo 17 da Teora Geral, mudando o cenro da análse dos avos ndvduas para o balanço: Thus each frm has a balance shee, a collecon of asses and lables, whch yelds a cash flow, q, from operaons and conrac fulfllmen and whch enals a cash flow, c, owng o he lables he frm has ousandng. There s a subse of asses n he balance shee whch have a good secondary marke, so ha he frm can expec o dspose of hem a a farly frm prce. Furhermore, hese asses can be dsposed of whou serously affecng he q from plan and equpmen. An operang frm herefore has o speculae on q-c, and on he asses o be owned whch are valued for her dsposal properes,.e., asses whch yeld mplc reurns n he form of l. A frm can acqure addonal asses, whch yeld q, by ncreasng s lables, hus rasng c, and by decreasng s lqud asses, hus lowerng l. I can also ncrease s l by ncreasng s c; frms and households ofen have debs and own lqud asses Mnsky (1975, p. 88). 35 Cabe ressalar que os rendmenos dos avos não são decrescenes por produvdade margnal físca decrescene, mas por expecava de escassez relava decrescene no mercado e por elevação da axa de rsco e ncereza. Essa afrmação é confrmada por Keynes: À medda que o capal se orna menos escasso o excedene de rendmeno dmnurá sem que ele se orne por sso menos produvo pelo menos no sendo físco. Keynes (1988, p.148)[1936]. Ou, nas palavras de Kaleck: (...) poderemos supor que no níco desse período as frmas enham elevado seus planos de nvesmeno a um pono al em que dexam de ser lucravas, quer por movos das lmações do mercado para os produos da frma, quer devdo ao rsco crescene e à lmação do mercado de capas. Kaleck (1983, p.79)[1954].

27 Se odas as aplcações exsenes esvessem gualmene sujeas ao prncípo da renabldade esperada decrescene, o pso da efcênca margnal do capal, para cada agene, endera a zero (desde que o agene dspusesse de uma quandade de capal sufcenemene grande) 36. O dnhero, no enano, não esá sujeo a esse prncípo, pos possu um prêmo de lqudez que, além de ser elevado comparavamene a seu cuso de manuenção, ndepende, por sua naureza (elascdades de produção e subsução nulas), da quandade possuída pelo agene 37. Numa prmera aproxmação, pode-se dzer, enão, que, para cada agene, a quandade de cada um dos avos mandos em carera será deermnada de al forma que as efcêncas margnas dos avos se gualem enre s e à sua axa de lqudez, pso da efcênca margnal do capal 38. Numa proposção mas geral, as efcêncas margnas dos avos de cada agene se gualam enre s e à axa de juros da economa 39. Para Keynes, a axa de juros sera a recompensa pela renúnca à lqudez, deermnada pela ofera moneára, defnda por pare das auordades responsáves, e pela preferênca pela lqudez dos agenes, que esabelece a quandade de moeda que as pessoas desejam reer em função de movos as como precaução, especulação e ransação 4. Nesse conexo, é mporane noar que a nerdependênca enre os avos, expressa na comparação enre os rendmenos esperados e os preços, orna-os, aé cero pono, subsuíves; porano, a preferênca pela lqudez não concde com a demanda por moeda, que pode ser aendda por ouros avos líqudos. Assm, dadas a ofera de moeda, as preferêncas pela lqudez e as expecavas de reorno, os agenes compõem seus porfólos desejados e deonam processos de ajuse nos preços de ofera e demanda dos dferenes avos e de reavalação dos porfólos, numa espéce de aônnemen, que prossegue aé que as efcêncas margnas se gualam enre s e à axa de juros Macedo e Slva (1999, p. 264). 37 Macedo e Slva (1999, p. 264). 38 A únca razão, pos, pela qual um bem perme uma expecava de render, durane sua exsênca, servços com um valor agregado superor ao seu preço de ofera ncal deve-se ao fao de que é escasso; e connua sendo escasso pela concorrênca da axa de juros do dnhero. Keynes (1988, p.148)[1936]. 39 A conclusão mporane é que o fluxo de nvesmeno se esende aé que a efcênca margnal do capal caa ao nível da axa de juros (...). Keynes (1988, p.13)[1936]. 4 Desse modo, sendo a axa de juros, a qualquer momeno, a recompensa da renúnca à lqudez, é uma medda de reluânca dos que possuem dnhero alenar o seu dreo de dspor do mesmo. A axa de juros não é o preço que equlbra a demanda de recursos para nvesr e a propensão de abser-se do consumo medao. É o preço medane o qual o desejo de maner a rqueza em forma líquda se concla com a quandade de moeda dsponível.. Keynes (1988, p.12)[1936]. 41 A demanda oal de lqudez, frene a uma dada dsponbldade (esoque) de dnhero, deermna a axa de juros aravés do ajuse smulâneo dos preços e quandades dos dferenes avos, fnanceros e produvos, que cada nvesdor preende maner em sua carera de aplcações de capal.. Possas, M. (1987, p ).

28 É o fao de a moeda ser um avo concorrene com os demas que faz com que a demanda possa não ser sufcene para jusfcar o pleno emprego. A rqueza da economa pode esar na forma de avos reproduíves, que geram empregos, e rreproduíves, que não geram empregos. A moeda é o avo rreproduível mas mporane, enquano os bens de capal são os prncpas avos reproduíves. Quão maor a parcpação dos avos rreproduíves na composção geral do porfólo dos agenes, para um dado nível de renda, menor será a demanda e o nível de emprego na economa. Conclu-se que o esímulo à produção depende do aumeno da efcênca margnal de cero volume de capal relavamene à axa de juros Expecavas de longo prazo De acordo com a eora de Keynes apresenada, as decsões de porfólo serão omadas pelos capalsas com base em suas expecavas subjevas de longo prazo sobre o reorno fuuro dos dferenes avos consderados. Como coloca Keynes: (o) faor das expecavas correnes a longo prazo não pode, sequer aproxmadamene, ser elmnado ou subsuído pelos resulados realzados, pos se refere a um período de empo no qual as mudanças se ornam mprevsíves no longo prazo, as mudanças de curo ermo se acumulam e aumena a possbldade de rupuras mas sgnfcavas 43. Anda assm, é naural, num conexo de relava esabldade, quando se acreda que a suação exsene não deverá mudar repennamene nem de manera radcal, que os agenes formulem suas expecavas de longo prazo segundo padrão convenconal 44, com caráer projevo e em acordo com a méda do mercado 45. A adoção de comporamenos de po projevo mpõe cera regulardade às varáves econômcas, uma vez que os resulados recenes passam a condconar foremene as expecavas e as decsões e, por consegune, essas decsões endem a produzr resulados semelhanes 46. Tal regulardade e o própro desenvolvmeno das bolsas de valores, que perme converer avos produvos em avos fnanceros de maor lqudez, ornam as 42 Keynes (1988, p.15)[1936]. 43 Keynes (1988, p. 49)[1936]. 44 É mporane noar que o padrão convenconal de formação das expecavas não sgnfca que haja consenso. 45 É, porano, razoável que nos dexemos guar, em grande pare, pelos faos que merecem nossa confança, mesmo se sua relevânca for menos decsva para os resulados esperados do que ouros faos a respeo dos quas o nosso conhecmeno é vago e lmado. Por essa razão, os faos auas desempenham um papel que, em cero sendo, podemos julgar desproporconal na formação de nossas expecavas a longo prazo sendo que o nosso méodo habual consse em consderar a suação aual e depos projeá-la no fuuro, modfcando-a apenas à medda que enhamos razões mas ou menos defndas para esperarmos uma mudança. Keynes (1988, p.18-9)[1936]. Ver ambém Keynes (1978b, p.171-2)[1937]. 46 Macedo e Slva (1999, p.273).

29 decsões, quando podem ser revsas enre períodos de nvesmeno, relavamene seguras para os capalsas. Assm, os agenes buscam consrur suas expecavas de longo prazo sobre as conjecuras mas prováves e sobre as quas enham maor confança. Porém, o esado de confança ende a ser exremamene nconssene, devdo à complexdade dos faores que deermnarão a renabldade do avo durane seu período de realzação (relaconados prncpalmene aos cusos, à demanda e à concorrênca) 47. A presença de ncereza orna frágl a eora práca do fuuro não é possível deermnar as conseqüêncas fuuras das decsões omadas no presene, nem mesmo probablscamene. Por consegune, nem sempre as expecavas de longo prazo são formuladas com base nos resulados recenes e na opnão méda do mercado 48. Esa nsabldade, no enano, é apenas poencal, pos na maora das vezes as expecavas endem a permanecer relavamene esáves. A frusração de expecavas, posva ou negava, é recorrene quando se raa do longo prazo: os resulados, em geral, dferem dos resulados esperados. É nese sendo que Keynes evoca a noção de anmal sprs dos capalsas, segundo a qual a decsão de nvesr depende de um mpulso subjevo, pos, se dependesse de faores puramene objevos, não sera omada Consumo e o Mulplcador do Invesmeno O segundo componene mas mporane da demanda agregada na economa é o consumo. Para Keynes, sera possível esabelecer uma relação esável enre os gasos dos agenes em consumo e sua renda. De acordo com uma le pscológca fundamenal aponada pelo auor, as elevações da renda não seram acompanhadas de elevações equvalenes dos 47 Cabe ressalar que as expecavas de longo prazo aqu referdas são aquelas formuladas a respeo de um nvesmeno produvo. Quano às expecavas dos nvesdores profssonas e especuladores, como denomna Keynes, que esão preocupados apenas com a composção dos avos fnanceros de seus porfólos, esas são formuladas de manera dferene, buscando prever mudanças de curo prazo com cera anecedênca em relação ao públco em geral. Keynes (1988, p.112)[1936]. A presença deses agenes na bolsa de valores, como desaca Keynes, ao mesmo empo que pode conferr cera nsabldade ao mercado, em mporane papel de esímulo ao nvesmeno produvo, pos, como já fo desacado, aumena sua lqudez. 48 Pas experence n he case of nvesmen do no safely ndcae he drecon of he fuure Carvalho (1988, p.198). Em períodos anormas em parcular, quando a hpóese de uma connuação ndefnda do esado aual dos negócos é menos plausível do que usualmene, mesmo que não exsam movos concreos para prever deermnada mudança, o mercado esará sujeo a ondas de senmenos omsas ou pessmsas, que são pouco razoáves e anda assm legímos na ausênca de uma base sólda para cálculos sasfaóros. Keynes (1988, p.112)[1936]. 49 Se a naureza humana não sensse a enação de arrscar a sore, nem de senr a sasfação (exclundo-se o lucro) de consrur uma fábrca, uma esrada de ferro, de explorar uma mna ou uma fazenda, provavelmene não havera muos nvesmenos como mero resulado de cálculos fros. Keynes (1988, p.11)[1936].

30 gasos em consumo 5 ; e a propensão margnal a consumr dos ndvíduos sera ão mas baxa quão mas elevado fosse seu nível de renda, pos, uma vez sasfeas as necessdades báscas e esabelecdo um padrão de vda, os ndvíduos enderam a adequar suas despesas em consumo às varações na renda apenas parcalmene. Keynes não esá sugerndo, enreano, que os agenes consomem pare de sua renda correne. Para Keynes, cada ndvíduo, período após período, decde como alocar seu esoque de rqueza, que pode ser aplcado ou consumdo. O consumo é, porano, efevado aravés do gaso de poder de compra e não de renda do período presene. Todava, em condções de esabldade macroeconômca, quando as expecavas dos agenes quano ao seu emprego, ao seu saláro e à rajeóra dos preços dos avos endem a se maner esáves, eses cosumam adoar comporamenos de rona para omar suas decsões enre aplcação e consumo a parr de acréscmos de rqueza gerados pela renda dos úlmos períodos. É desa relação esável enre a renda e o consumo, num conexo no qual a renda não sofre alerações abrupas, que segue a smplfcação de Keynes de que o consumo é gual a uma fração da renda correne. O prncípo da demanda efeva, conudo, connua váldo: não é a renda que esá deermnando o consumo; a propensão margnal a consumr mulplcada pela renda correne serve apenas como uma aproxmação para o valor do consumo no período. Porém, devdo ao fao de a propensão margnal a consumr ser menor do que a undade, apenas o consumo solado não sera sufcene para jusfcar a produção exsra um gap enre o nível de produção e o dspêndo dos consumdores. O nvesmeno, nese sendo, cumpre mporane papel por ser um gaso auônomo em relação à renda correne e adconal aos gasos em consumo, que perme jusfcar a produção 51. Para Keynes, o nvesmeno sera a prncpal fone de mpulso da economa, e o consumo, seu prncpal mecansmo de propagação. O nvesmeno gera renda e a renda esmula o consumo, que, por sua vez, gera nova renda e consumo. Assm, quão maor a propensão a consumr dos agenes, maor o efeo do nvesmeno sobre o nível de renda da economa va efeo mulplcador Mas, no geral, a le pscológca predomnane parece ser que, quando aumena a renda agregada, a despesa do consumo ambém aumenará, mas em menor grau. Keynes (1978b, p.176)[1937]. 51 O nvesmeno, no enano, por gerar capacdade produva, só será realzado se houver expecavas de aumenos fuuros dos gasos em consumo. Cada vez que garanmos o equlíbro de hoje aumenando o nvesmeno, esamos agravando a dfculdade de assegurar o equlíbro de amanhã. Keynes (1988, p. 82-3)[1936]. 52 (...) é pelo prncípo geral do mulplcador que se deve explcar como as fluuações no monane do nvesmeno, comparavamene pequenas em proporção à renda naconal, podem gerar alerações no emprego e na renda agregada de amplude muo maor que elas própras. Keynes (1988, p.92)[1936].

31 Kaleck desenvolve uma formalzação para as funções de consumo do capalsa e do rabalhador, explcando as dferenes nfluêncas das rendas defasadas enquano esoque de rqueza sobre cada classe e desacando a exsênca de uma pare auônoma dos gasos em consumo, que conrbu para cobrr o gap enre a produção e as vendas resulanes do consumo nduzdo. O gaso dos rabalhadores sera mas foremene condconado pela renda correne do que o gaso dos capalsas, pos se supõe que o rabalhador não poupa nem em acesso a crédo, sendo a renda do úlmo período seu únco poder de compra. O gaso dos capalsas, ao conráro, sera em pare nduzdo, gual a uma fração dos lucros obdos em algum momeno no passado (reraando o empo de decsão dos capalsas, que não consomem udo que recebem), e em pare auônomo, realzado a parr do esoque de rqueza dsponível e do acesso a crédo. Kaleck ambém aborda, aravés de seu esquema deparamenal 53, o efeo mulplcador, mosrando que uma elevação do nvesmeno gera uma elevação anda maor na renda, devdo a seus efeos sobre os lucros e saláros e, porano, sobre o consumo dos capalsas e dos rabalhadores, que, por sua vez, geram nova elevação dos lucros e saláros, dando connudade ao processo. A parr da análse de Kaleck, é possível evdencar a nfluênca da dsrbução sobre o resulado fnal do mecansmo de propagação do nvesmeno sobre a renda va consumo: al resulado será ão maor quão maor for a parcpação dos rabalhadores na renda, cuja propensão margnal a consumr é mas elevada Análse de algumas varáves relevanes e conroversas Ese espaço fo reservado à análse das varáves preço, dsrbução de renda, poupança e nível de emprego devdo a sua mporânca nas dscussões relavas à dnâmca capalsa de crescmeno e desenvolvmeno, procurando esclarecer suas propredades e nfluêncas sobre o funconameno do ssema econômco Preço e dsrbução de renda Conforme explcação aneror, a dsrbução de renda nfluenca a propensão margnal a consumr da economa, e logo o resulado do efeo mulplcador. De acordo com Kaleck, 53 Kaleck reproduz a economa aravés de rês seores vercalmene negrados que produzem, respecvamene, bens de nvesmeno, bens de consumo capalsa e bens de consumo do rabalhador, e cujas rendas se dsrbuem enre lucro e saláro. Ver Kaleck (1983, p.36-7)[1954].

32 a dsrbução de renda é prescra juno ao preço em função da capacdade de se fazerem valer os mecansmos de apropração. Kaleck argumena que o po de formação de preços que prevalece em cada mercado depende, fundamenalmene, do poder de mercado das empresas presenes. Nos seores prmáros, os mercados são, pcamene, flex prce, com preços nfluencados pela demanda. Nos seores ndusras e comercas, que êm elevada elascdade de produção, os mercados são fx prce o preço é uma varável esraégca, relavamene esável e defndo em função do poder de mercado das empresas a parr de um mark-up sobre os cusos varáves unáros, com o objevo de cobrr os cusos dreos e ndreos e de gerar lucros 54. Kaleck supõe que esses úlmos são os seores mas mporanes da economa, onde as empresas são prce-makers e se coordenam 55. A parcpação dos saláros na renda é deermnada pela razão dos saláros sobre a soma dos saláros aos lucros; e os lucros bruos (nclundo ordenados) são guas ao resulado do mark-up aplcado sobre os cusos varáves (saláros e maéra-prma), menos eses cusos. Porano, a parcpação dos saláros na renda é ão maor quão menor o mark-up médo das empresas e quão menor a parcpação das maéras-prmas nos cusos varáves oas 56. Kaleck consdera, em ermos geras, que o parâmero dsrbuvo não apresena varações relevanes em um conexo econômco relavamene esável 57. Como o lucro realzado é consaado apenas no período de mercado, a dsrbução de renda efeva só é deermnada smulaneamene ao lucro. A dsrbução calculada com base no mark-up, enreano, ende a ser uma boa aproxmação, uma vez que, como já fo vso, os capalsas não cosumam comeer grandes erros de expecava sobre suas decsões de produção. Anda assm, uma varação mprevsa na demanda erá efeo dreo, nsanâneo e rreversível sobre o lucro, que é resdual, e, logo, sobre a dsrbução. O empresáro em uma margem de lucro varável, pos fxa o mark-up para o nível programado de produção. Kaleck ulza a dscussão sobre as quesões dsrbuvas para argumenar que o efeo de uma aleração no saláro sobre o lucro dependerá não só de seu mpaco sobre os cusos, 54 Ver Kaleck (1983, cap.1)[1954]. 55 Imporane observar, como ressalam Possas e Balar, que o pono de parda da eora da dsrbução de Kaleck é a consrução de uma base mcroeconômca para essa eora. (...) Dzemos base e não eora mcroeconômca porque acredamos que Kaleck não eve a preensão de formular uma eora mcroeconômca complea, lmando-se aos aspecos essencas à deermnação dos preços em condções de olgopólo, necessáros para susenar suas proposções relavas à dsrbução e, por meo desa, à demanda efeva e à análse dnâmca. Possas e Balar (1981, p.122). 56 É mporane consderar ambém a composção ndusral da economa, que em nfluênca sobre o mark-up e sobre a relação enre o cuso da maéra-prma e dos saláros. 57 Kaleck (1983, p. 23 e 3)[1954]. Ver, ambém, Macedo e Slva (1999, p.29-21).

33 como, crucalmene, de seu mpaco sobre a demanda 58. Usando seu esquema deparamenal, é possível mosrar que, em caso de uma elevação generalzada dos saláros, se os rabalhadores gasarem udo o que ganham, caso haja capacdade produva ocosa e sendo as propensões a consumr dos capalsas guas em odos os seores, as perdas de lucro nos seores de bens de nvesmeno e de bens de consumo capalsa, geradas pela elevação dos cusos, se converem em elevação de lucro no seor de bens saláro. Conseqüenemene, o lucro da economa não se alera, havendo apenas redsrbução a favor dos rabalhadores de uma renda mas elevada, devdo ao aumeno do mulplcador. A elevação do consumo dos rabalhadores, em função da elevação dos saláros, podera mesmo, decorrdo o empo necessáro, esmular o nvesmeno, mpulsonando o crescmeno da economa. Se, no enano, o rabalhador ver uma propensão margnal a consumr posva menor do que a undade, a varação do lucro será negava; mas, anda assm, a renda da economa aumenará, em função do efeo redsrbução sobre o mulplcador. Esa análse perme esclarecer que um componene de renda (no caso, o saláro) não pode nfluencar dreamene ouro componene (o lucro) na mesma dreção e magnude a nfluênca é ndrea e se concreza aravés dos gasos Poupança O prncípo da demanda efeva esá cenrado no fao de que, num ao de compra e venda, a únca decsão auônoma é a de gaso. Em ermos agregados, Keynes esabelece que a renda é deermnada pela soma dos gasos em consumo e nvesmeno. A poupança é defnda como a dferença enre a renda dsponível e o consumo, sendo, porano, apenas resdual, gual e deermnada pelo nvesmeno 59. É o nvesmeno que esabelece, para uma dada propensão margnal a consumr, os níves de renda e de poupança da economa. Em ermos ndvduas, segue do fao anerormene apresenado de que os agenes, em condções de esabldade macroeconômca, cosumam adoar comporamenos de rona para omarem suas decsões enre aplcar e consumr o acréscmo de rqueza gerado pela renda dos períodos passados, que ambém exse uma relação esável enre a proporção que não é consumda, poupança, e a renda correne. É mporane noar, conudo, que a decsão do agene dz respeo apenas ao seu gaso em consumo. A poupança resulane dependerá da renda realzada ao fnal do período, ou seja, não se pode decdr poupar, pos, como já fo do, 58 Para maores dealhes sobre os efeos na dsrbução dervados de varações nos saláros, ver Macedo e Slva (1999, p ). 59 Possas, M. (1999a, p.29).

34 nnguém decde o quano recebe, apenas o quano gasa. A enava de poupar mas por pare dos ndvíduos, consumndo menos, não alera o nível de poupança agregado, que connua sendo gual ao nvesmeno. O efeo de uma redução na propensão margnal a consumr é a dmnução do efeo mulplcador, e, logo, do nível de produção, emprego e renda da economa 6. A gualdade enre nvesmeno e poupança, porém, não é resulado do efeo mulplcador, que se processa mpulsonado pela busca dos ndvíduos em alcançar a proporção desejada enre o consumo e a renda 61. Mesmo que al efeo seja nerrompdo ou não ocorra, os agenes esarão em desequlíbro, poupando mas ou menos do que o desejado, mas em momeno algum a poupança agregada pode dferr do nvesmeno. Ao mesmo empo, a gualdade enre poupança e nvesmeno não é resulado de um equlíbro alcançado aravés de varações na axa de juros 62. A elevação da axa de juros, apesar de er um pequeno efeo de queda sobre a propensão margnal a consumr, o que podera nduzr ao erro de se pensar que a poupança sera acrescda, na verdade mplca que a quana poupada e a renda serão reduzdas, devdo ao efeo da elevação dos juros sobre o nvesmeno e à dmnução do efeo mulplcador 63. Nas palavras de Keynes: A novdade, no raameno que dou à poupança e ao nvesmeno, não consse em mnha defesa de sua necessára gualdade agregada, mas na proposção de que não é a axa de juros, mas sm o nível de renda que (em conjunção com ouros faores) assegura essa gualdade. 64 A poupança não é, e nem podera ser, um pré-requso para o nvesmeno, não fnanca o nvesmeno: é um fluxo crado smulaneamene a ese gaso. O fnancameno do nvesmeno é feo aravés de fnance e fundng. A eapa de fnance é aquela na qual o nvesdor busca os meos para efevar sua aplcação, seja recorrendo ao seu esoque de rqueza, seja recorrendo ao crédo 65, caso em que algum ouro agene deve acear ornar-se menos líqudo. No caso de se recorrer ao crédo, quão menor o prazo, menor o cuso da dívda, porém poderá surgr o problema do descasameno, uma vez que o nvesmeno gerará 6 A dfculdade surge de fao de que o ao de poupar supõe não uma subsução do consumo presene por algum consumo adconal específco, cuja preparação exja ana avdade econômca quano a que se necessara para o consumo equvalene à soma poupada, mas anes um desejo de rqueza como al, so é, a possbldade de consumr um argo ndeermnado em uma daa ndeermnada. Keynes (1988, p.147)[1936]. 61 Ver Macedo e Slva (1999, p.313). 62 Como afrma Kaleck, referndo-se à gualdade enre poupança e nvesmeno: Parcularmene, ela será ndependene do nível da axa de juros, que a eora econômca cosumava consderar como faor de equlíbro enre a procura e a ofera de capal novo. (...) Se o nvesmeno aumena em um cero valor, a poupança a parr dos lucros é pro ano maor. Kaleck (1983, p. 39)[1954]. 63 Ver Keynes (1988, p. 86)[1936]. 64 Keynes (1987b, p.154)[1937]. 65 (...) quem fnanca o nvesmeno é o crédo, ese sm, um esoque de poder de compra, crado ex nhl pelo ssema bancáro que precede lógca e emporalmene o nvesmeno. Possas, M. (1999a, p.26).

35 reorno a longo prazo. A enava de compablzar os prazos dos avos e passvos consu, assm, a segunda fase do processo de fnancameno, chamada de fundng, na qual o agene busca refnancar seu passvo, converendo o crédo de curo em crédo de longo prazo 66. Percebe-se, porano, que, para o nvesmeno ser realzado, ele depende apenas do fnance. Mesmo que as aplcações se concenrem em íulos de curo prazo ou em moeda, so não mpede o nvesmeno e a smulânea cração de poupança, apesar de elevar a fragldade fnancera dos nvesdores 67. O problema de alongameno dos prazos das dívdas é arbuo do ssema fnancero e não da poupança 68. O própro nvesmeno, ao gerar renda e crescmeno na economa, ende a nfluencar posvamene as expecavas dos agenes, aumenando a dsposção do públco em adqurr íulos de longo prazo e faclando, desa forma, a realzação das operações de fundng. Nese pono é mporane fazer um adendo a respeo da economa abera e com governo para elucdar uma quesão exremamene conroversa relava ao efeo da poupança públca e do seor exerno sobre o nvesmeno 69. De acordo com Kaleck, a renda da economa abera e com governo, dsrbuída enre lucros e saláros, pode ser deermnada pela soma do nvesmeno com o consumo dos capalsas e dos rabalhadores mas o défc do seor públco (gasos do governo menos arrecadação de mposos) e mas o saldo da balança comercal (exporações menos mporações). Tendo em vsa o prncípo da demanda efeva, é possível perceber que uma elevação do nvesmeno provocará uma elevação da renda, ao passo que uma dmnução do défc do governo e/ou do saldo da balança comercal deverá reduz-la. A equação da renda pode ser rearrumada de forma a reraar a gualdade enre a poupança prvada (poupança dos capalsas mas a poupança dos rabalhadores) e o nvesmeno menos as poupanças dos seores públco e exerno. Nese caso, da mesma forma, uma elevação do nvesmeno eleva a poupança do seor prvado, ao passo que a elevação da poupança públca e/ou exerna deverá reduz-la. 66 Segundo Keynes: The enrepreneur when he decdes o nves has o be sasfed on wo pons: frsly ha he can oban suffcen shor-erm fnance durng he perod of producng he nvesmen; and secondly, ha he can evenually fund hs shor-erm oblgaons by a long-erm ssue on sasfacory condons Keynes (1937, p.664). 67 One of he mos dffcul aspecs of moneary heory s o dsngush beween he necessary (shor-erm) fnancng of an nvesmen projec whle s beng consruced and he (long-erm) fundng of an nvesmen projec afer s compleed. In a moneary economy, real nvesmens flows are no usually underaken unl shor-erm bank fnancng arrangemens have been made. Once underaken, he real savngs come no exsence par passu wh he real nvesmen flow. Once bul, he nvesmen goods exs wheher he long-erm fundng process s successful or no. Davdson (1986, p.11-11). 68 Como coloca Carvalho: An effcen fnancal sysem n a moneary economy mus be able o provde fnance o allow enrepreneurs o make nvesmen expendures and o channel savngs so as o, drecly or ndrecly, fund her debs laer. Carvalho (1995, p. 25). 69 Ver Kaleck (1983, cap.3)[1954].

36 É comum, no enano, que esa equação seja reescra para reraar a gualdade enre a soma das poupanças e o nvesmeno. Deduz-se, erroneamene, enão, que a poupança prvada pode ser complemenada pela poupança públca e/ou exerna no esforço de amplar o nvesmeno 7. Por um lado, dado o prncípo da demanda efeva, sabe-se que a poupança não nfluenca o nvesmeno; ao conráro, é por ese deermnada. Por ouro lado, apesar de a úlma equação obscurecer o sendo de deermnação enre as varáves, fo vso acma que a elevação da poupança públca e/ou exerna provoca uma redução compensaóra da poupança prvada, permanecendo a soma das poupanças nalerada e gual ao nvesmeno Nível de emprego O nível de emprego na economa, em acordo com a eora de Keynes, é deermnado pelos empresáros ao omarem suas decsões de produção baseadas em suas expecavas sobre a demanda 71. Como já fo vso, as expecavas endem a esar aproxmadamene correas, logo se pode dzer de manera smplfcada que a demanda por consumo e nvesmeno deermna o nível de produção e emprego agregado. Keynes nha como um de seus prncpas objevos demonsrar que era possível a uma economa esar em equlíbro abaxo do pleno emprego por fala de demanda. A análse dos deermnanes da demanda agregada esclarece o fao, enfazado por Keynes, de que não há nenhuma razão para que o nvesmeno, dadas as expecavas dos agenes, mas o consumo, dada a propensão margnal a consumr, gerem uma demanda que leve a produção ao nível do pleno emprego 72. Pelo conráro, a demanda, em geral, esara assocada a algum nível de desemprego 73. Dane dso, Keynes conclama a necessdade de se esmular o nvesmeno, nclusve com a nervenção do Esado (...) essa equação é um conve geralmene aceo pelos economsas das mas varadas exrações eórcas à nerpreação errônea de que do lado esquerdo, a poupança oal, medane a conrbução de cada um dos seus componenes, fnanca o lado dreo, o nvesmeno. Mas anda, quase sempre se argumena como se os esforços (sc) de poupança dos seores prvado, públco e exerno fossem complemenares. Possas, M. (1999a, p.28). 71 A mporânca de meus racocínos auas e anerores resde na sua enava de mosrar como o volume de emprego é deermnado pelas esmavas da demanda efeva feas pelos empresáros. Keynes (1988, p.66)[1936]. 72 A demanda efeva assocada ao pleno emprego é um caso especal que só se verfca quando a propensão a consumr e o ncenvo para nvesr se enconram assocados enre s numa deermnada forma. Keynes (1988, p.35)[1936]. 73 Kaleck ambém chama aenção para normaldade da suação de desemprego na economa: A reserva de equpamenos e o exérco ndusral de reserva são caraceríscas ípcas da economa capalsa durane uma pare consderável do cclo. Kaleck (1983, p.17-8)[1954]. 74 Keynes ressala que o camnho para elevar o nvesmeno va aumeno da ofera de moeda e redução dos juros pode não ser ão dreo. Embora seja de se esperar que, ceers parbus, um aumeno na quandade de moeda reduza a axa de juros, so não ocorrerá se a preferênca do públco pela lqudez aumenar mas que a quandade de moeda; e, conquano se possa esperar que, ceers parbus, uma baxa na axa de juros esmule o fluxo de nvesmeno, so não aconecerá se a escala da efcênca margnal do capal car mas rapdamene que a axa de juros. Keynes (1978b)[1937]. Esses dos exemplos de possíves percalços fcaram conhecdos na leraura econômca como os problemas da armadlha da lqudez e

37 A hpóese de saláros nomnas dados fo apenas uma smplfcação adoada por Keynes e que não nfluencava suas conclusões quano ao desemprego. Para Keynes, o que os rabalhadores procuram evar são reduções nos saláros relavos. Os saláros reas podem ser alerados por razões comuns a odos, como é o caso da nflação, e a sso não reagram, exclundo suações exremas 75. Keynes nega a possbldade de o nível de emprego e o saláro real serem deermnados pela nerseção enre curvas de ofera e de demanda por rabalho no pono onde a uldade do produo margnal do rabalhador se guala à desuldade do emprego margnal, e que, dada a le de Say 76, sera o nível de pleno emprego. Sua argumenação se basea no fao de que os rabalhadores não defnem os preços dos seus bens de consumo, não podendo deermnar a ofera em função dos saláros reas a ofera é esabelecda em função de suas expecavas sobre os preços e os saláros. Ademas, Keynes mosra que, mesmo se os saláros fossem flexíves, exsra uma sére de faores nceros que não garanram o pleno emprego. Enre eses faores, pode-se desacar 77 : ) uma redsrbução de renda conra os rabalhadores, caso a redução nos preços seja menor do que a redução nos saláros, causando uma dmnução do consumo na economa; ) expecavas de subseqüenes reduções, frene à baxa nos saláros nomnas, provocando o adameno de gasos em consumo e nvesmeno; ou anda, ) elevação do cuso da dívda, causada pela redução dos preços decorrene da redução dos saláros, desesmulando ou mesmo mpedndo alguns empresáros de darem prossegumeno a seus projeos de nvesmeno. Porano, o resulado da redução dos saláros podera aé mesmo ser de redução da demanda agregada e, logo, da produção e do emprego na economa 78. Enão, para Keynes, podera exsr equlíbro abaxo do pleno emprego por escassez de demanda, mesmo com os saláros flexíves. Não sera o mercado de rabalho que nelascdade-juros do nvesmeno. Para Keynes, as polícas fscas que afeam dreamene os gasos seram mas efevas sobre o nível de produção, emprego e renda da economa. 75 Uma redução dos saláros reas, devda a uma ala de preços não acompanhada da elevação dos saláros nomnas, não deermna, va de regra, uma dmnução da ofera de mão-de-obra dsponível, ao nível do saláro correne, abaxo do volume de emprego aneror à ala de preços. Keynes (1988, p.27-8)[1936]. 76 De acordo com a le de Say: a ofera cra sua própra demanda Keynes (1988, p.34)[1936]. Esa le é válda em economas sem roca ou em uma economa de escambo, onde qualquer ao ndvdual de absenção de consumr necessaramene leva e equvale a um nvesmeno na produção de rqueza sob a forma de capal, resulane do rabalho e das mercadoras assm lberadas da necessdade de consumo. Keynes (1988, p.3-1)[1936]. Mas, como pondera Keynes, em uma economa moneára e com ncereza: Julgaram, erradamene, que exse um nexo unndo as decsões de abser-se de um consumo medao às de prover a um consumo fuuro, quando não há nenhuma relação smples enre os movos que deermnam as prmeras e os que deermnam as segundas. Keynes (1988, p.32)[1936]. 77 Para análse mas dealhada, ver Keynes (1988, cap.19)[1936]. 78 Os possíves efeos negavos de uma redução dos saláros sobre a demanda conrabalançaram os evenuas mpacos do efeo Keynes ou do efeo Pgou sobre o nível de produção e emprego, mesmo sem a presença das falhas de mercado (rgdez dos saláros, rgdez da axa de juros ou baxa elascdade-juros da função nvesmeno) que, segundo os crícos, seram responsáves pelos resulados de Keynes.

38 deermnara o nível de emprego, mas, sm, o mercado de produo e, por consegune, para aumená-lo, sera necessáro o deslocameno da demanda. O mercado de rabalho aponara apenas o nível de produo poencal Acelerador - Cclo e endênca A função nvesmeno de Kaleck A função de nvesmeno sugerda por Keynes descreve-o como um gaso auônomo em relação à renda da economa e função das expecavas exógenas de longo prazo dos agenes. Esa vsão pode ser complemenada a parr da eora do acelerador, desenvolvda por ouros auores 79, cuja hpóese básca é a de que o nvesmeno, na medda em que vsa amplar a capacdade produva e compor esoques, deve responder a varações ocorrdas e prevsas no nível de avdade econômca 8. Kaleck apona como prmero faor deermnane do nvesmeno a capacdade de auofnancameno da empresa. Ese elemeno é especfcado em seu modelo a parr de uma fração, menor do que a undade e esável, da poupança prvada, proxy da poupança das empresas e ao mesmo empo proxy dos lucros redos. Os lucros redos, além de poderem ser usados como fone de fnancameno, foralecem a posção da empresa em ermos de capal própro, faclando a obenção de fundos exernos 81. A mporânca do capal própro esá relaconada ao prncípo do rsco crescene. Em prmero lugar, o endvdameno crescene das frmas aumena o rsco do empresador, que se preocupa com a capacdade dos empresáros de saldarem suas dívdas angas e novas. Logo, o volume de capal que a frma pode esperar ober de nvesdores exernos e/ou credores é 79 Ver Kaleck (1983, cap.8)[1954], para uma versão aperfeçoada do acelerador. 8 A defasagem presene na função nvesmeno de Kaleck represena ano o empo decorrdo enre a avalação dos capalsas das alerações na economa e suas decsões, como o empo médo decorrdo enre a omada das decsões e a mauração do nvesmeno. Esas defasagens apresenam grande dspersão seoral e mudam com a esruura da economa. 81 Kaleck consdera ncero o valor do coefcene que mulplca a poupança na equação do nvesmeno, devendo suar-se em orno da undade. Esa ncereza deve-se aos faores conradóros que nfluencam sua deermnação: por um lado, há a facldade conferda pela poupança nerna à obenção de recursos exernos; por ouro, a poupança nerna das frmas é apenas pare da poupança oal; e há o lme mposo pelo própro mercado à expansão connuada das empresas. Nese pono, Kaleck msura quesões eórcas e esaíscas, posulando alguma compulsão auomáca ao renvesmeno dos lucros redos sem consderar as condções compevas do mercado. A movação para o nvesmeno esá nos faores auônomos e nduzdos, à frene apresenados. Assm, a poupança, na função nvesmeno, devera ser mulplcada por uma varável (e não por um coefcene) que sera aconada com o nuo de maner um grau de endvdameno máxmo consderado adequado, endo em vsa a aversão ao rsco do empresáro, e sera precso nclur uma equação de resrção fnancera efeva. Como coloca Possas, M. (1999a, p.44, noa de rodapé 36): O problema nese ermo esá mas na especfcação nadequada dessa nfluênca, que a meu ver devera ser expressa não em ermos de uma função lnear de uma varável conínua, mas de uma resrção, porano não-lnear. Do conráro resula que, esranhamene, havera uma endênca ao renvesmeno auomáco, mesmo na ausênca de movos para nvesr lgados às condções de mercado ou seja, mesmo que os demas ermos fossem nulos. Ver, ambém, Possas, M. (1987, p.127-8).

39 deermnado, fundamenalmene, pelo volume de capal própro, cujo aumeno reduz o rsco de nsolvênca. Em segundo lugar, o própro empresáro se mpõe um lme de endvdameno ou emssão de ações (no caso de socedades anônmas), que vara de acordo com a aversão do empresáro a fcar nadmplene e a correr o rsco de se descapalzar, ou aé de perder o conrole de seus negócos, em caso de fracasso no mercado. Assm, o endvdameno pode esabelecer um lme ao nvesmeno, em função dos rscos crescenes do empresador e do omador a expansão de uma frma depende de sua acumulação de capal a parr dos lucros correnes 82. Os componenes nduzdos do nvesmeno são função das elevações no lucro, que amplam o leque de oporundades consderadas aravas, e do ncremeno líqudo de capacdade produva resulane, que reduz a axa de lucro esperada caso os lucros se manenham consanes 83. Esas consderações refleem a necessdade de ajusar a capacdade produva das empresas ao crescmeno esperado das vendas, projeado com base no crescmeno recém-verfcado 84, observando, porém, a capacdade ocosa exsene, em conseqüênca, por exemplo, de erros de expecavas passadas 85. O componene auônomo do nvesmeno, para Kaleck, esá relaconado aos chamados faores de desenvolvmeno, como os gasos em novação, em nfra-esruura, gasos públcos an-cíclcos e em amplação da capacdade produva à frene da demanda nos seores com longo período de mauração, ou seja, aos gasos que esão desvnculados do nível e da varação da renda correne. O nvesmeno auônomo é uma varável exógena (e não parâmero), consane a curo prazo e varável a longo prazo, responsável pela endênca da economa. 82 Kaleck (1983, p.76)[1954]. A quesão do rsco crescene é apresenada por Kaleck no capíulo 8 dese lvro. Keynes ambém ressala esa quesão ano do pono de vsa do omador como do empresador. Ver Keynes (1988, p.16)[1936]. Na eora de Keynes, ese rsco é ncorporado e afea o nvesmeno, como fo vso, va axa de rsco e ncereza, que dmnu o preço de demanda e a efcênca margnal do capal. 83 Na função nvesmeno de Kaleck, o coefcene que mulplca a varação do lucro na equação reflee o comporameno omsa do empresáro: quão maor ese coefcene, mas o empresáro esá susceível a ser nfluencado por varações posvas no lucro. O coefcene que mulplca a varação de capal reflee o comporameno pessmsa: quão maor ese coefcene, menos o empresáro rá nvesr por receo de operar com capacdade ocosa. 84 Possas, M. (1987, p.129). 85 Quano ao acelerador desenvolvdo por Harrod e aprmorado por A. Sen, Possas ressalva: (o) acelerador usado na função nvesmeno é foremene rrealsa, na medda em que se lma a projear o crescmeno esperado da renda (demanda agregada), sem levar em cona a possbldade de que a ulzação da capacdade produva aneror eseja fora (abaxo ou acma) do nível desejado, o que obvamene deve afear as decsões de nvesr. Possas, M. (1987, p.117). No mesmo sendo, Kaleck observa que: Com respeo ao problema eórco, parecera mas realsa fundar o prncípo de aceleração nas bases sugerdas acma do que deduz-lo a parr da necessdade de capacdade de expansão para aumenar a produção. É bem sabdo que exse capacdade ocosa em elevado grau, pelo menos durane boa pare do cclo, e que a produção, porano, pode aumenar sem um aumeno real da capacdade exsene. Kaleck (1983, p.82)[1954].

40 O nvesmeno em esoque é ncorporado supondo-o proporconal à varação no nível de produção ou de vendas e com aproxmadamene o mesmo reardo do nvesmeno em capal fxo. A hpóese de proporconaldade defasada é jusfcada da segune manera: (O) hao emporal sgnfcavo enre causa e efeo (...) se explca pelo fao de que uma elevação na produção e nas vendas não cra qualquer necessdade medaa de uma elevação dos esoques. É só depos de algum empo que os esoques se ajusam ao novo nível mas elevado da produção. 86 Kaleck resume sua eora do nvesmeno na passagem reproduzda a segur: De acordo com essa eora, o nvesmeno em capal fxo por undade de empo é deermnado (com um hao emporal) por rês faores: (1) pela poupança brua nerna correne das frmas; (2) pela axa de elevação dos lucros; e (3) pela axa de elevação do volume de capal em equpamenos. As duas prmeras nfluêncas são posvas e a ercera é negava. Enende-se que o nvesmeno em esoques é deermnado pela axa de elevação da produção. 87 Para chegar à equação fnal do nvesmeno, Kaleck reescreve cada um dos faores de sua função em ermos do própro nvesmeno. Nese sendo, a poupança é subsuída pelo nvesmeno, a varação de capal pelo nvesmeno bruo menos a deprecação 88, e a varação no lucro e na renda por seus respecvos mulplcadores do nvesmeno. O mulplcador do nvesmeno defasado para a renda é defndo a parr da equação de deermnação dos saláros e ordenados como uma fração da renda mas uma consane, subsundo os saláros e ordenados pela dferença enre a renda e os lucros e a reordenando para esabelecer a renda em função dos lucros 89. O mulplcador do nvesmeno com hao emporal para o lucro, por sua vez, é deermnado a parr da gualdade enre a soma dos lucros e saláros, por um lado, e a soma do nvesmeno e consumo, por ouro, consderando que os rabalhadores consomem oda sua renda e que o consumo do capalsa depende do lucro passado 9. Como resulado, o nvesmeno fuuro fca deermnado pelo nvesmeno correne e pela varação do nvesmeno num passado recene 91. Nesa equação, o parâmero que mulplca o ermo relavo ao nvesmeno correne é suposo menor do que a undade e represena a nfluênca sobre as decsões de nvesr exercda pela poupança correne e 86 Kaleck (1983, p.87)[1954]. 87 Kaleck (1983, p.133)[1954]. 88 Kaleck (1983, p.85)[1954]. 89 Kaleck (1983, p.47-49)[1954]. 9 Ver Kaleck (1983, p.41-44)[1954]. 91 Conclu-se que o nvesmeno a um dado empo é deermnado pelo nível e pela axa de modfcação do nível de nvesmeno numa ocasão aneror. Kaleck (1983, p.99)[1954].

41 ambém o efeo negavo do aumeno dos equpamenos 92 ; o parâmero que mulplca o segundo ermo, relavo à varação do nvesmeno num passado recene, represena a nfluênca da axa de modfcação dos lucros e da produção 93. A equação fnal engloba, porano, o nvesmeno fxo bruo (líqudo mas deprecação) e o nvesmeno em esoque, consderando os deermnanes nduzdos, auônomos e fnanceros; e, como será vso a segur, perme rar conclusões dnâmcas que complemenam a eora de Keynes Cclo e Tendênca Com o nuo de analsar as fluuações cíclcas da economa, Kaleck re-escreve a equação do nvesmeno em ermos do nvesmeno líqudo, supondo que o componene auônomo assume o valor necessáro para maner o nvesmeno fluuando apenas em orno do nível de deprecação, sem endênca. A explcação apresenada por Kaleck para a presença de fluuações cíclcas na economa é nuva. O movmeno resulane depende, na verdade, do valor dos coefcenes. Sob deermnadas condções não demonsradas pelo auor, o nvesmeno fluuará em orno do nível de deprecação, segudo por fluuações da renda, da produção e do nível de emprego 94, 95. De acordo com Kaleck, os cclos poderam esar presenes mesmo se os parâmeros deermnassem uma rajeóra exponencal. Nese caso, a axa de crescmeno pode ser maor, menor ou gual à axa de crescmeno do produo poencal. Se for maor, a economa é deda pela escassez de equpamenos e de mão-de-obra e revere sua rajeóra, segundo, enão, o mecansmo cíclco. No caso de uma depressão, se não houver uma reversão auomáca, a economa se deerá num nível mínmo de avdade, pelo fao de o nvesmeno bruo em capal fxo não poder car abaxo de zero e pelo lme de desnvesmeno de esoques exsenes, ncando, adane, a recuperação, ambém nos moldes descros para o cclo. A presença de eos e psos faz com que a possbldade de fluuação seja grande. Seus 92 Ese parâmero é suposo por Kaleck menor do que a undade a parr, bascamene, de dados empírcos. Ver Kaleck (1983, p.86)[1954]. 93 Kaleck (1983, p.11)[1954]. 94 Kaleck (1983, p.13)[1954]. 95 Tendo em vsa a equação fnal do acelerador em ermos de nvesmeno líqudo: + θ = [a/(1+c)]. + μ.δ /Δ, Kaleck afrma: As consderações acma baseavam-se na suposção de que os coefcenes de a/(1+c) e μ são de molde a provocar a deenção auomáca da elevação do nvesmeno na fase de prosperdade e a deenção da queda do nvesmeno na fase de depressão. Kaleck (1983, p.14)[1954]. Como pode ser vso a parr da nerpreação proposa por Possas, M. (1987, p ), é possível chegar às conclusões de Kaleck de forma rgorosa. Tomando como undade de empo do modelo o nervalo normal enre duas decsões consecuvas de nvesr Possas, M. (1999a, p.36) (despreza defasagem do consumo), enão a equação do nvesmeno de Kaleck pode ser reescra em ermos de uma equação a dferenças fnas de segunda ordem. As fluuações serão cíclcas quando a solução da equação caracerísca apresenar raízes complexas conjugadas. Segundo Possas, aplcando valores realsas dos parâmeros, chega-se a um cclo com fluuação regular e com méda caracerzando um Juglar. Ver Possas, M. (1989b).

42 efeos nfluencarão da mesma forma rajeóras marcadas por fluuações explosvas. Anda que as fluuações sejam amorecdas, os cclos serão mandos pela presença de perurbações aleaóras nerenes à relação enre nvesmeno, lucro e produção, conforme reraada por Kaleck 96. O que explca o fao de a economa segur uma rajeóra cíclca no caso normal em que os parâmeros assumam os valores adequados, dspensando hpóeses exógenas às equações 97 é o efeo dual e defasado do nvesmeno. Segundo Possas e Balar: A déa cenral de Kaleck sobre o movmeno cíclco de uma economa capalsa pode ser snezada pela bem conhecda referênca ao papel conradóro do processo de nvesmeno ao gerar de um lado, esímulos dnâmcos aravés da demanda efeva e, de ouro, na cração de nova capacdade produva que ese mesmo processo smulaneamene engendra, e que erá de ser de algum modo ocupada a segur, sob pena de dfcular o prossegumeno daquele mesmo mpulso ncal. A conjunção de ambos os efeos num padrão emporal necessaramene assmérco dá lugar a um mecansmo que ende a gerar, endogenamene, fluuações no nível 98,99 da avdade econômca. As decsões de nvesmeno são omadas pauadas nos aconecmenos recenes e nas expecavas sobre as condções de demanda para o período em que a nova capacdade produva esver em operação a lógca da dnâmca esá baseada no desequlíbro: os agenes erram suas prevsões. Quano à endênca da economa, esa sera gerada, de acordo com Kaleck, pelos faores de desenvolvmeno, elemeno auênco da demanda agregada auônoma 1. O prncpal exemplo desses faores são os gasos em novações, que não esão arelados ao nível correne de renda, mas que são deermnados pela enava da empresa de se maner 96 O resulado é que se gera uma espéce de movmeno cíclco sem-regular, cuja amplude é deermnada pela magnude e pelo padrão dos choques, ε, e pelos parâmeros da equação. Kaleck (1983, p.16 )[1954]. 97 Possas, M. (1987, p.119). 98 Possas e Balar (1981, p.131). 99 Os comenáros de Keynes sobre o cclo econômco podem ser denfcados com a eora apresenada por Kaleck. De acordo com Keynes, o movmeno cíclco da economa ndusral esara relaconado à neração enre dsponbldade de capal exsene e expecava sobre rendmeno fuuro. A crse sera ncada devdo a uma queda na efcênca margnal do capal em função de uma pora nas expecavas após o fm de uma eapa de expansão, quando há um clma demasado omsa e a crescene dsponbldade de bens de capal começa a gerar capacdade ocosa. Nese momeno passa a vgorar o pessmsmo e a ncereza que aumenam a preferênca pela lqudez e a axa de juros, acenuando anda mas a queda do nvesmeno. A smples enava de manpulação da axa de juros por pare das auordades moneáras no sendo de queda pode não ser efcaz frene à acenuada fala de confança. Anda, a depressão pode ser acenuada pela dmnução da propensão a consumr devda à baxa no valor de mercado dos íulos dos agenes que aplcam sua rqueza na bolsa de valores. A duração desa fase descendene do cclo dependerá em grande pare do rmo de deprecação do capal exsene, que rá refazer gradualmene a escassez do capal elevando sua efcênca margnal e ncando a fase de recuperação. Mas dealhes, ver Keynes (1988, cap.22)[1936]. 1 Kaleck comee o equívoco, dado seu foco apenas na equação, de consderar poupança de longo prazo como componene auônomo de endênca consdera o efeo depressvo da poupança daqueles que vvem de renda, dmnundo a poupança nerna das frmas, sobre o nvesmeno e desenvolvmeno. Ver Kaleck (1983, p.134-5) [1954]. A poupança já fo correamene consderada na equação do nvesmeno reflendo a acumulação nerna das empresas e, na versão fnal do nvesmeno, no parâmero que amplfca o nvesmeno nduzdo.

43 compeva em seu mercado, repondo o capal necessáro para conservar-se aualzada em ermos ecnológcos. Como explca Kaleck: A nfluênca das novações é análoga à de um acréscmo do monane dos lucros que, no decorrer de um dado período, orna os projeos de nvesmeno em geral mas araenes do que eram no prncípo desse mesmo período. Cada nova nvenção, da mesma forma que cada acréscmo de lucro, provoca ceras decsões adconas de nvesmeno. Um fluxo consane de novações no que dz respeo ao efeo sobre o nvesmeno é comparável a uma axa consane de acréscmo dos lucros. Assm, esse fluxo faz subr o nível de nvesmeno por undade de empo que se era sem ele. (...) Agora esá claro que um fluxo consane de nvenções provoca acréscmos de nvesmeno a um pono acma do nível resulane de nossos deermnanes báscos. As nvenções, porano, ransformam o ssema esáco em ouro, sujeo a uma endênca ascendene. 11 Em geral, as fluuações na economa se dão em orno de uma endênca posva gerada, precsamene, por faores como as novações. O pono cenral de Kaleck é sugerr que a economa é cíclca e que se explca pelo mecansmo mulplcador-acelerador, vnculado à auação da demanda efeva. Embora não enha recebdo o devdo desaque, a eora de Kaleck perme conclur ambém que o desenvolvmeno econômco no capalsmo, ou seja, crescmeno de longo prazo com mudança esruural, depende essencalmene de novações e de progresso écnco 12, foco de análse da próxma seção. 1.3 Tendênca, desenvolvmeno e novação A eora de Kaleck, apresenada na seção aneror, perme compreender o papel dos nvesmenos em novação e modernzação sobre a endênca da economa. É possível, porano, segundo a nerpreação de Possas (1987), relaconar sua abordagem à eora de Schumpeer e dos neo-schumpeeranos, que se concenra em analsar o comporameno das frmas em ambene de concorrênca e em explcar a dnâmca endógena de geração de novações e de mudança esruural Kaleck (1983, p.134)[1954]. 12 Como já aponamos, nossa análse demonsra que o desenvolvmeno a longo prazo não é nerene à economa capalsa. Dessa forma, orna-se necessára a presença de faores de desenvolvmeno específcos para susenar um movmeno ascendene a longo prazo. Enre esses faores aponamos as novações em seu sendo mas amplo como o faor mas mporane para promover o desenvolvmeno. Kaleck (1983, p.135-6)[1954]. 13 É neressane observar que Schumpeer apresenou sua eora como uma eora do cclo econômco, porém, como avala Possas: A conclusão nevável é que a eora do cclo de Schumpeer não se maném de pé: ela não oferece uma explcação sufcene para a ocorrênca do cclo, e não é possível conserá-la. Dela emerge, no enano, uma eora da expansão a longo prazo, ou da endênca não necessaramene cíclca, embora fale anda uma peça exremamene mporane: uma explcação mnmamene ssemáca e convncene da

44 1.3.1 Schumpeer concorrênca e novação De acordo com Schumpeer, a concorrênca é um processo avo de neração enre os empresáros, que os nduz a nroduzr novações capazes de lhes gerar novas oporundades poencas de lucros exraordnáros 14. As novações seram o nsrumeno de compeção mas poderoso, mas aé do que o preço 15, que permra aos empresáros conqusarem, evenualmene, o mercado de forma conundene e duradoura, seja va novos processos, que reduzem cuso, ou va novas mercadoras, que deslocam e cram demanda. Uma vez endo sdo nroduzda uma novação bem sucedda e, porano, crado o lucro exraordnáro, enra-se na fase de dfusão, quando ouros empresáros, que não se avenuraram ou não foram bem suceddos na busca pela novação, procuram desfruar da oporundade aravés da mação 16. Ese movmeno dmnu gradavamene o lucro, deonando o processo relevane da concorrênca, que raz consgo a nqueação e nsga a busca por mas novações, mpulsonando um ouro período de obenção de lucros exraordnáros, e assm sucessvamene. Esas novações cosumam ser de al grau que aleram a esruura do mercado, aravés de um processo de muação ndusral (...) que ncessanemene revolucona a esruura econômca a parr de denro, ncessanemene desrundo a velha, ncessanemene crando uma nova 17. Assm, para Schumpeer, o cenro da análse econômca devera esar, nrodução de novações. Possas, M. (1987, p.198-9). A endogenezação da geração de novações à economa capalsa concorrencal fo fea pelos segudores de Schumpeer, especalmene pela correne neoschumpeerana. 14 Schumpeer, em apenas alguns capíulos de seu lvro Capalsmo, Socalsmo e Democraca de 1943, apresena de manera orgnal uma eora dnâmca da concorrênca, denfcada como processo de ransformação cenrada na novação. O únco precedene sgnfcavo, reconhecdo pelo própro Schumpeer, é Marx. Ese, conudo, nha váras vsões sobre a concorrênca, nclusve conradóras, e enre elas a que Schumpeer prorza: a vsão dnâmca da concorrênca - processo de neração enre agenes que dá lugar à nrodução de novas écncas, novos produos, na enava de ober lucro dferencado. Para uma análse da vsão de Marx sobre a concorrênca, ver Possas, M. (1989b, cap.2). 15 Schumpeer propõe a noção de concorrênca dnâmca como referênca críca à noção de concorrênca perfea clássca. De manera geral, para os clásscos valera a le da endênca à formação da axa de lucro unforme, cujo cumprmeno é garando pela exsênca do processo de concorrênca (plena mobldade de capal e rabalho e lvre enrada e saída enre as dferenes lnhas de produção). A concorrênca movera os capas dos seores menos renáves para os seores mas renáves, provocando varações na ofera e no preço em dreções oposas enre seores, aé que as axas de lucros se gualassem. A esruura de preços relavos coerene com a axa de lucro unforme é consderada cenro de gravação, em orno do qual a economa pode fluuar no curo prazo, mas para o qual ende no longo. Se a concorrênca é um processo avo de mudança, em que os agenes não se lmam a buscar lucros já exsenes, e sm procuram lucros novos usando como prncpal nsrumeno a novação, enão a concorrênca não é um processo de ajusameno que mplca a equalzação das axas de lucro é pelo conráro um processo que as rera do equlíbro. Ver Possas, M. (1989b, cap.4) e Schumpeer (1943, cap.7). 16 Nas palavras de Schumpeer: Eles realzaram novas combnações. São empresáros. E o seu lucro, o excedene, ao qual não corresponde nenhuma obrgação, é um lucro empresaral. (...) Mas ambém runfou para os ouros, abru camnho e crou um modelo para os que podem copar. Schumpeer (1988, p.9)[1964]. 17 Schumpeer (1943, p ).

45 precsamene, não na reprodução, mas nesa que é a essênca do ssema capalsa: a desrução crava 18. Se a novação for bem sucedda, ela mplcará aumeno de poder de mercado da empresa novadora, o que, em geral, facla seu fnancameno e raz benefícos cumulavos lgados, por exemplo, à economa de escala. As vanagens compevas cradas permem a adoção de meddas por pare das frmas novadoras para expulsar as concorrenes mas fracas e para dfcular o processo de dfusão, na enava de prorrogar os ganhos pelo maor empo possível 19. As prácas resrvas que as empresas adoam êm um papel a cumprr nese ssema: a ofensva é cusosa e arrscada, e só faz sendo se for possível desfruar das vanagens resulanes pelo menos por um cero período de empo. A presença smulânea de aomsmo de mercado e concorrênca é compaível apenas com a noção clássca de concorrênca perfea, na qual esa se processa va ajuse de preços e quandades, pos, por um lado, se houver novação, surgem assmeras compevas; e, por ouro, havendo aomsmo, dfcula-se o processo de novação (cusoso e ncero). O capalsmo com concorrênca perfea sera, porano, um ssema paralsado, ncapaz de produzr progresso ecnológco. Na vsão de Schumpeer, numa economa capalsa co-exsem compeção va novações e concenração de mercado. Aé mesmo em suação de monopólo, a concorrênca assume grande mporânca. Segundo Schumpeer: Uma posção de monopólo não é, em geral, uma almofada sobre a qual se durma 11, pos ano a concorrênca efeva como a poencal seram dscplnadoras e geradoras de efcênca dnâmca. As empresas esão exposas à ameaça ano daquelas que enam má-las e que, se bem suceddas, rão reduzr sua margem de lucro; quano de ouras que buscam nroduzr novações, podendo, evenualmene, orná-las obsoleas (processo de desrução crava) 111. Assm, odas as 18 (...) normalmene se vê o problema de como o capalsmo admnsra as esruuras exsenes, enquano o problema relevane é saber como ele as cra e desró. Schumpeer (1943, p.114). 19 Como coloca Possas, referndo-se à déa de Marx (coerene com a eora schumpeerana de concorrênca): Nesa leura é possível afrmar que a endênca à concenração/cenralzação descra por Marx não é só o desfecho da concorrênca - embora o seja ambém nem, smercamene, esa se lma a ser o seu móvel ou mecansmo de ndução práca. Ela consu de cero modo a própra lógca nerna da concorrênca enre capas, como um processo de formação e dssolução/consoldação de vanagens comparavas e posções monopolíscas (...) Essa posura eórca perme repensar a radconal oposção enre concorrênca e monopólo, passando ese úlmo a ser vso não como o conráro, mas como o própro movo fundamenal da concorrênca. Possas, M. (1989b, p.71). 11 Schumpeer (1943, p.135). 111 O empresáro sene-se em suação compeva mesmo quando esá só em seu campo... Schumpeer (1943, p.115).

46 empresas, mesmo as que assumem papel de monopolsa, êm que esar consanemene preocupadas em novar 112. Quando Schumpeer se refere à neração enre nrodução de novações e esruura de mercado, chama a aenção para o fao de que: (...) esamos raando de um processo em que odos os elemenos levam um empo consderável para revelar suas caraceríscas verdaderas e seus efeos fnas, não em sendo avalar o desempenho de al processo ex-vsu de um dado pono no empo; devemos julgar seu desempenho no empo, na medda em que ele se desdobra aravés das décadas ou dos séculos. 113 Não é correo, desa forma, vncular ndscrmnadamene preços elevados e menores quandades oferadas à esruura de mercado concenrada, pos as novações e o progresso écnco vablzam melhoras do produo e queda nos preços, e, com a enrada de novos concorrenes, há elevação de ofera e acenuação da queda de preços. A smples proposção de que os lucros exraordnáros sgnfcam perdas socas, o que não aconecera em concorrênca perfea, não se susena. É jusamene a possbldade de se ober lucros exraordnáros aravés da nrodução de novação que mpulsona o capalsmo. Em conexo de concorrênca, dada a busca ndvdual por dferencação, a dnâmca capalsa de novação, dfusão e ransformação esruural (de mercado e produva), numa seqüênca permanene de suações de rupura e ajusameno, é endógena Neo-Schumpeeranos enfoque evoluconáro A abordagem neo-schumpeerana, segundo a eora de Schumpeer, analsa a dnâmca do processo de evolução do ssema econômco focando-se no movmeno gerado pela força da concorrênca, que, aravés da busca das empresas por novações e da seleção no mercado, em como conseqüênca as conínuas mudanças esruuras e ecnológcas. 112 A prmera cosa que faz uma empresa moderna, logo que sene poder susená-lo, é esabelecer um deparameno de pesqusa no qual odos os membros sabem que seu pão de cada da depende de seu êxo em nvenar melhoras. Schumpeer (1943, p.129). Há uma grande conrovérsa eórca a respeo da relação enre processo novavo, amanho das empresas e esruura de mercado, e os esudos empírcos são conradóros. Para um resumo das conrbuções eórcas e empírcas sobre esse debae ver Scherer (1992). 113 Schumpeer (1943, p.113). 114 Ceramene, nenhum auor mas do que Schumpeer empenhou-se em foralecer, defnndo conornos mas precsos e buscando aplcação concrea, essa vsão da concorrênca como um processo de rupura e ransformação suado no âmago do dnamsmo capalsa. Possas (1989a, p.69).

47 A correne neo-schumpeerana ena consrur uma eora econômca evoluconára, em analoga à bologa 115, cujos prncpas conceos adapados são: 1) o processo de muação, esmulado pela concorrênca e empreenddo avamene pela frma aravés da busca delberada por novações de produo e/ou de processo 116 ; 2) a ransmssão de caraceres, realzada ao longo do empo denro da própra empresa por meo de suas ronas ou por mação de ouras frmas processo de dfusão; e 3) o ambene selevo, caracerzado pelo mercado 117, no qual as novações (muações) são flradas, deermnando as condções de sobrevvênca das empresas. De acordo com esses auores, a qualquer momeno do empo, os processos de busca e seleção se conformam denro de um paradgma ecnológco. Ese úlmo conceo, crado a parr de oura analoga, nese caso ao conceo de paradgmas cenífcos, se refere a um conjuno de prncípos específcos que orenam a práca dos engenheros, censas e pesqusadores em seus rabalhos codanos. Os paradgmas ecnológcos são resulado de novações radcas e êm uma dnâmca própra gerada aravés do exercíco da cênca normal, que deermna a rajeóra ecnológca 118. Esa rajeóra descreve a evolução ao longo do empo da ecnologa a parr de novações ncremenas, que são nroduzdas, em geral, na enava de superar gargalos Esraéga compeva sob concorrênca Como já vso, de acordo com o prncípo da raconaldade lmada, a empresa age, em geral, aravés do uso de ronas e defnndo lmes denro dos quas seus resulados são consderados sasfaóros. Esas ronas deermnam as possbldades de comporameno 115 Para uma dscussão pormenorzada da analoga evoluconára, ver Nelson e Wner (1982, cap.1). 116 Dferenemene da bologa, o processo de muação não é aleaóro, apesar de envolver elemenos esocáscos relaconados à ncereza presene no processo de novação, mas sm conseqüênca de um esforço das frmas (nese sendo, mas próxmo à eora Lamarckana). 117 O mercado não é o únco aor no processo de seleção, como será vso mas adane, mas pode ser consderado como o prncpal. 118 A defnção de paradgma e rajeóra apresenada por Dos (1984, cap.2, p.14-5), onde o auor explca a analoga com os ermos do campo da flosofa da cênca é a segune: In broad analogy wh he Kuhnan defnon of a scenfc paradgm, we shall defne a echnologcal paradgm as a model and a paern of soluon of seleced echnologcal problems, based on seleced prncples derved from naural scences and on seleced maeral echnologes. ( ) We wll defne a echnologcal rajecory as he paern of normal problem solvng acvy (.e. of progress) on he grounds of a echnologcal paradgm ( ) In oher words, a echnologcal paradgm (or research programme) embodes srong prescrpons on he drecons of echncal change o persue and hose o neglec. Nelson e Wner se referem aos mesmos conceos com a ermnologa de regme ecnológco e rajeóra naural. Mas dealhes sobre uso deses conceos pelos dferenes auores, ver Possas, M. (1989a).

48 frene a dferenes suações em função de varáves exernas e nernas 119. As rês prncpas ronas são: a operaconal, a de nvesmeno e uma mea-rona, que revê as ronas em função do feedback obdo no mercado, alerando-as caso os resulados obdos esejam fora das meas espuladas 12. O sucesso da esraéga novava ronera adoada deermnará o êxo na busca por oporundades de novação e/ou mação e as frmas com ronas mas compevas enderão a crescer e prolferar-se. Enre os faores consderados pelas empresas ao formularem suas esraégas novavas esão os paradgmas vgenes e os arbuos das novações subjacenes (oporundades ecnológcas, cumulavdade e aproprabldade) 121. A oporundade ecnológca é uma caracerísca específca da ecnologa e dz respeo ao escopo e à facldade para se alcançar novações e aprmoramenos. As empresas devem esar aenas a esas oporundades, procurando aproveá-las para angr performance superor à de suas concorrenes. A cumulavdade reflee o grau com que aumena a probabldade de sucesso e reorno em função de um mesmo esforço novavo conforme avança o aprendzado (experênca adqurda aravés de P&D e da produção). Quão mas cumulavo for o progresso écnco, a frma que ver maor grau de novavdade erá maor probabldade de se maner novava ou mesmo aumenar seu rmo de novação, ornando-se mas compeva. Por úlmo, a aproprabldade esá relaconada à possbldade de a empresa consegur apoderar-se dos lucros decorrenes do processo novavo. A forma legal de apropração mas empregada é a paene, que resrnge a mação. Mas exsem alernavas, como a manuenção do segredo ndusral ou mesmo as economas de cuso dervadas da curva de aprendzado quão mas ácas as nformações relavas à novação, maor o empo necessáro para a mação e maor o dferencal de cuso que pode ser crado. Como já sugerdo, a apropração dos ganhos é jusamene o ncenvo e a recompensa pelo esforço e pelo rsco envolvdos no processo novavo. Pav 122 elaborou uma axonoma seoral com o objevo de denfcar padrões de regulardade relavos à novação. Parndo da axonoma proposa por Pav, Dos Rounes govern choces as well as descrbe mehods, and reflec he facs of managemen pracce and organzaonal socology as well as hose of echnology Wner (1984, p. 291). 12 A heurísca e as regras de rona que caracerzam o processo de busca na abordagem evoluconsa se raduzem concreamene na defnção de meas e conjunos de procedmenos para denfcar e ncorporar meos de chegar próxmo dos objevos sempre caracerzados por regras prácas de condua mas sem que um bom resulado possa ser assegurado Possas, M. (1989a, pg.161). A explcação do papel das ronas na eora evoluconára é explorada anda por Nelson e Wner (1982, p.14-18). 121 Dos, (1988, p.233). Para descrção dos arbuos, ver Dos (1984, pg. 87-8). 122 Pav (1984).

49 complemena sua análse vnculando as caraceríscas dos seores aos arbuos das novações presenes. As caraceríscas do seor em ermos dos arbuos das novações, condconanes das dmensões de concorrênca poencas, nfluencam as esraégas adoadas pelas empresas e, ao mesmo empo, a proporção de empresas ulzando cada esraéga. A pologa de Freeman 124, que classfca as empresas como ofensvas, defensvas, mavas, dependenes, radconas e oporunsas, é uma das mas conhecdas. São as esraégas novavas adoadas pelas empresas que deermnam os parâmeros para seus esforços de P&D 125, como o percenual do valor do faurameno dreconado à pesqusa, o percenual gaso em pesqusa básca ou aplcada, a alocação enre P&D volado para novação de processo ou de produo. Anda, quano à própra organzação da avdade de pesqusa e desenvolvmeno, a frma deve decdr se esruura o P&D n house ou adqure de erceros. Como desaca Teece 126, as vanagens do P&D própro são as economas de escala, escopo e especalzação, a mnmzação de cusos de ransação (especalmene conrauas) e a facldade de adequação do P&D às necessdades da empresa e do mercado (permndo rar proveo do mporane caráer cumulavo do aprendzado). Cabe à empresa maner um monorameno conínuo para avalar os esforços empreenddos em ermos de cuso-benefíco. As esraégas novavas das empresas ambém são foremene nfluencadas por suas compeêncas. A compeênca da empresa é função, prncpalmene, de sua base de conhecmeno, dos avos físcos de que dspõe e das ronas adoadas ao longo de sua hsóra, faores que permram desenvolver sua capacação mercadológca e ecnológca e, porano, defnr as áreas de especalzação e dversfcação em orno das quas em vanagem compeva. Conudo, num mundo repleo de novações, a compeênca relevane é a compeênca dnâmca, so é, capacdade da empresa em compreender o ambene em conínua ransformação, aproveando as oporundades e superando as ameaças, e de esar consanemene adequando sua capacação, procurando reforçar seus ponos fores e elmnar seus ponos fracos. A frma deve sempre saber rar proveo de suas compeêncas e 123 Dos (1988, p.231-2). 124 Freeman (1974). 125 Para um esudo dealhado sobre as decsões relaconadas aos gasos com P&D, ver Combs, Savo e Walch (1987). 126 Teece (1988). Ver ambém, Nelson (199).

50 desenvolver novas, aravés da adoção de ronas de adapação compeva e, aé mesmo, alerando suas ronas 127. Num conexo concorrencal, onde o prncpal nsrumeno é a novação, a esraéga de preço das empresas, ambém defnda a parr de ronas de ajuse, assume mporânca complemenar. Na verdade, como será explcado a segur, a esraéga novava passa a neragr com a deermnação das polícas de preço, nfluencando seus condconanes. De manera geral, como vso em Kaleck, os preços seram espulados em cada seor a parr da aplcação de um mark-up sobre os cusos. Ese mark-up é deermnado em função das barreras à enrada exsenes e respeando o posulado de Sylos-Labn, segundo o qual o preço esabelecdo pelas frmas ncumbenes (ou em conluo) mpede a enrada das poencas concorrenes, preservando a esruura de mercado exsene (eora do preço-lme) 128. As barreras à enrada, odava, podem ser relavzadas se houver uma conjugação da esraéga de preços e da esraéga novava, buscando-se rar proveo dos arbuos das novações. Suponha-se, como exemplo, que uma frma nroduza um novo produo elaborado a parr de uma ecnologa que enha fore caráer cumulavo e elevada aproprabldade; nese conexo, a frma ncumbene pode opar por cobrar um preço baxo, menor do que o preço-lme, para elevar a produção e as vendas, percorrendo um camnho maor na curva de aprendzado e amplando suas vanagens de cuso em relação às poencas enranes. Ao mesmo empo, o menor preço perme à frma amplar seu mercado e se aprovear de economas de escala. Assm, a esraéga adoada pode nfluencar o nível de barrera à enrada exsene no período em que o produo for passível de ser mado, dfculando a enrada de concorrenes e nfluencando o preço-lme vgene dese momeno em dane 129. Como coloca Dos: An exsng frm canno preven oher frms from nnovang: wha can do s o preven, as much as possble, he ohers from enerng s own marke, and s lkely o do so by erecng cos-based enry barrers and by pre-empng as much as can he poenal marke opporuny on ha commody. 13 Como já fo dscudo na apresenação ncal da vsão de Schumpeer, prácas resrvas vsam proeger o que fo objeo de novação bem sucedda. Porém, a novação não 127 Is survval and growh depend upon s capacy o adap o hs rapdly changng exernal envronmen and o change Freeman (1974, p. 256). 128 Consdera-se que as frmas exsenes fazem conluo para mpedr a enrada, que as compedoras poencas podem ser reduzdas a uma frma mas capacada e que esa almeja lucros medaamene após a enrada. 129 To repea, he source of olgopolsc margns les n srucural dsconnues beween frms (of boh he sac and dynamc knds, such as economes of scale and learnng economes). Dos (1984, pg.13). 13 Dos (1984, p.125).

51 apenas cra, como ambém desró, barreras à enrada 131, e a empresa responsável pela desrução esará medaamene buscando consrur novas. Ese pono reforça a argumenação de que as empresas êm que esar ncessanemene luando para não perder capacdade compeva frene às concorrenes, e o prncpal nsrumeno nesa lua é a novação: compeção poencal é elemeno dscplnador do mercado Seleção no mercado Em um ambene concorrencal, no qual as esraégas das empresas esão focadas na busca por novação como prncpal nsrumeno para crar vanagens compevas, a dversdade ecnológca, produva e organzaconal é connuamene gerada e o mercado é o prncpal seleor dessa dversdade, deermnando quas as empresas e as ecnologas que sobrevverão. Indeed, gven ha s rvals are nduced by hs conex o nves n R&D, a frm may have no choce bu o do lkewse. The resul s sgnfcan corporae nvesmen n R&D, generang a bounful flow of new producs and processes. I s lef o he marke o selec ex-pos on he nnovaons offered by dfferen frms, and on he frms hemselves. 132 No que dz respeo à empresa, os mecansmos de seleção, de manera geral, envolvem ndvíduos e organzações que são demandanes ou benefcáros dos bens e servços produzdos. Os resulados que a frma apresenou em função das ronas adoadas serão avalados pelos aores do processo, em comparação com os resulados das demas frmas, deermnando seu sucesso ou fracasso 133. A empresa é consderada compeva quando adoa esraéga coerene com os padrões de concorrênca do seor em que aua 134 e que lhe perma maner ou amplar seu marke-share 135 o que condecora a compevdade da frma é sua 131 However, exsng enry barrers a each pon n me are neffecve wh respec o new commodes (.e. forhcomng nnovaons). Dos, (1984, p.138). 132 Nelson (199, p.193). 133 Cabe noar que o peso da seleção sobre a frma vara sensvelmene se a novação é de produo ou de processo. No caso da novação de produo, o sucesso da frma depende crucalmene da aceação por pare dos demandanes. Já no caso de uma novação de processo que não alere a naureza do produo, o sucesso esá mas relaconado ao efeo desa novação sobre os cusos do que à reação dos consumdores. Nelson e Wner (1982, p.266). 134 O padrão de concorrênca é um subconjuno de formas de compeção efcazes em uma esruura de mercado, seor específco e muável no empo em função de mudança esruural provocada por novação. Em cada seor, vara a dmensão da concorrênca relevane: preço, markeng, ecnologa. Como coloca Possas, S. (1999, p.139): O espaço relevane para a análse da concorrênca não esá, por consegune, dado a pror, mas é permanenemene redelmado a parr do própro funconameno do processo concorrencal. Ese mplca a modfcação dos processos produvos e dos própros produos, o que sgnfca redefnr as dmensões e vanagens compevas relevanes, e por consegune ambém os concorrenes, as meas ácas e esraégcas; em sínese, as varáves a omar em cona no processo decsóro da concorrênca. 135 Nem sempre a lucravdade é um bom ndcador, pos depende da esraéga da empresa, que pode ser, por exemplo, dmnur o preço para ganhar mercado. O marke-share, avalado em ermos de valor absoluo e axa de varação, é um ndcador melhor por ncorporar a quesão neremporal.

52 seleção no mercado. Por ouro lado, aquelas que fcarem defasadas perderão marke-share e deverão esforçar-se para rever suas ronas e redefnr suas esraégas, ncorporando o feedback obdo no mercado, procurando aumenar sua compevdade. A seleção funcona, porano, como uma espéce de ncenvo por ameaça e de recompensa à novação. De cera forma, pode-se consderar que o mercado esá funconando bem como mecansmo de seleção se a lucravdade e o marke-share das empresas esão varando de acordo com sua capacdade de aender à demanda dos consumdores de manera melhor ou por do que suas concorrenes 136. Porém, não há garanas de que o mercado será sempre um ambene selevo efcene. Muas esraégas podem conduzr ao sucesso: há fore ncereza ano no êxo da busca por novação e/ou mação, como na seleção do mercado. Quano às novações, exse um prmero mecansmo de seleção denro da própra frma, aplcado sobre os projeos que podem ser desenvolvdos, e que segue créros de vabldade écnca, econômca e reorno esperado. A dfusão de uma novação bem sucedda se dá normalmene pelo crescmeno de seu uso por pare da própra frma novadora e/ou por pare de ouras frmas (por exemplo, aravés da mação) 137 a muação é flrada e aquela escolhda aumena sua parcpação relava 138. É mporane consderar ambém o papel das nsuções exra-mercado no processo de seleção, como é o caso de órgãos públcos que realzam ou fnancam a pesqusa, flrando os projeos que serão ou não desenvolvdos, mas sem segur a lógca de mercado Alguns créros que podem ser consderados no queso de avalação de aendmeno à demanda são o preço, a qualdade e o prazo oferecdos pela empresa, que são resulado de suas esraégas e ecnologas. Nelson e Wner (1982, p.268). 137 Uma prmera aproxmação comumene acea sobre o processo de dfusão no que dz respeo ao número de adoanes no empo é que ele pode ser descro por uma curva em forma de S (S-shaped curve). Incalmene, as nformações dsponíves sobre a novação são poucas, os rscos são elevados e o número de adoanes é pequeno. Conforme o empo passa e as nformações vão sendo dfunddas, a novação é esada no mercado e os rscos dmnuem, o número de adoanes cresce exponencalmene. Fnalmene, quando a maora da população neressada já adoou a novação, enão o rmo de dfusão decresce aé cessar. Para explcação e críca a esse modelo ver Combs, Savo e Walch (1987, p.121). As novações ncremenas realzadas e as expecavas das empresas sobre as novações ncremenas que anda serão desenvolvdas afeam o processo de dfusão. Para uma análse dealhada de como as expecavas sobre o rmo das mudanças ecnológcas afeam a dfusão das novações enre as empresas, ver Rosenberg (1982, cap.5, p.17): As soon as we accep he perspecve of he ongong naure of much echnologcal change, he opmal mng of an nnovaon becomes heavly nfluenced by expecaons concernng he mng and he sgnfcance of fuure mprovemens. 138 É neressane perceber que a elmnação de uma empresa no processo de seleção não sgnfca necessaramene a elmnação da ecnologa desenvolvda, que pode er se dfunddo para ouras empresas. 139 Vale ressalar que não se podera er um processo selevo cujo créro fosse exclusvamene públco, pos dmnura o ncenvo à busca de novações, usada como meo para ober lucro, e, porano, a dnâmca do ssema.

53 Trajeóra da ndúsra neração esruura e esraéga Dos 14 procura mosrar como a esruura do mercado é gerada endogenamene pelos processos de nrodução e dfusão de novações, caraceríscos da dnâmca concorrencal. Para Dos, os arbuos econômcos das novações e os elemenos de dversdade enre as empresas condconam o processo de dfusão da novação, que pode se dar por seleção ou aprendzado, e deermnam a conformação da esruura resulane. No que dz respeo aos arbuos das novações, o grau de concenração parece ser posvamene relaconado 141, pos uma frma novadora bem sucedda, aproveando-se das oporundades ecnológcas, da cumulavdade e da aproprabldade, pode crescer e promover a concenração 142. Porém, a esruura do mercado ambém será foremene nfluencada pelas dferenças exsenes enre as empresas da ndúsra. A assmera écnca esá relaconada aos dsnos desempenhos novavos e, nese sendo, as frmas podem ser classfcadas como melhores ou pores em função de sua posção frene à fronera ecnológca 143. Essa assmera se reflee em cusos, produvdade, capacdade de novação e mação, renabldade, enre ouros. Já a varedade ecnológca dz respeo às dferenças qualavas enre as ecnologas ulzadas pelas frmas e, porano, não pode ser comparada como melhor ou por. E a dversdade comporamenal se refere às dsnas esraégas adoadas pelas empresas no ocane, por exemplo, ao preço, à lnha de produo ou ao nvesmeno em P&D. Quão maores as assmeras ecnológcas, mas foremene a dfusão enderá a ser realzada por seleção, provocando a elmnação das frmas mas arasadas e a conseqüene concenração do mercado 144. No caso de uma suação ncal mas unforme, com menores assmeras, são maores as chances de ocorrer dfusão por mação e aprendzado, dfculando a concenração acenuada. A varedade ecnológca endera a faclar a 14 A referênca básca desa análse é Dos (1984, cap.3 e 1988a). 141 Ver Dos (1988b, p.116). 142 Marke srucure (ncludng n hs nsance frm s sze and concenraon) canno be consdered as an ndependen varable, snce s as much a funcon of pas nnovaveness, pas echnologcal opporunes and pas degrees of approprably of he nnovaons. Dos (1984, p.93). 143 A fronera ecnológca é defnda como o nível mas elevado da rajeóra quano às dmensões ecnológca e econômca. Possas, M. (1989a, p.168). 144 Nas palavras de Dos: To begn, noe ha each successful nnovaon wheher relaed o process echnology, producs or organzaonal arrangemens enals ceers parbus, an asymmery-creang effec, whch allows one or some frms o enjoy some mprovemen n s compeve poson (...). In urn, he hgher he asymmeres among frms, he hgher also s he possbly for he echnologcal leaders o modfy he ndusral srucure n her favor, and also mprove aggregae ndusral performance, by elmnang he laggard producers. Dos (1988b).

54 aceação de uma nova ecnologa, levando a um processo de dfusão, provavelmene va mação; a menos que a varedade seja ão grande que orne os conhecmenos desconexos. Fnalmene, quano à dversdade comporamenal, se as empresas adoam uma posura mas agressva com relação à novação, a axa de dfusão se eleva e predomna a dfusão por seleção, em que a novação bem-sucedda orna-se de medao fore arma compeva, aumenando a renabldade das frmas novadoras e concenrando suas parcelas de mercado. 145 O objevo da empresa é mpedr a rápda dfusão por mação de forma a maner seu poder de mercado 146. Em resumo, a qualquer momeno no empo, exse uma deermnada dsrbução dos arbuos econômcos das novações e uma deermnada confguração de dversdade enre as empresas exsenes no mercado, no que ange à capacação ecnológca e ao comporameno esraégco, que condconam o processo de dfusão e deermnam a esruura de mercado resulane, caracerzando uma dnâmca ndusral endógena Trajeóra ecnológca demand-pull vs echnology-push As novações podem ser classfcadas quano a seu foco (processo ou produo) e quano a seu efeo (radcal ou ncremenal). Uma novação radcal é aquela que produz uma ransformação abrupa no méodo de produzr ou no produo rompe um padrão esabelecdo, dando orgem a um novo paradgma ecnológco. Já a novação ncremenal represena um apore de coneúdo de conhecmeno na margem do padrão exsene. Os aperfeçoamenos das novações ncremenas ao longo da rajeóra ecnológca são resulados da enava de superar gargalos (sucessão de ponos de esrangulameno que vão se deslocando ao longo do empo) 148 e do própro acúmulo de experênca a parr do processo produvo e do uso de novos equpamenos (learnng by dong e learnng by usng 149 ). 145 Possas, M. (1989a, pg.172). 146 Como coloca Dos: Dfferen behavours and dfferen paerns of neracon may lead o que dverse rends n economc srucure... Dos (1984, p.16). 147 Pung anoher way, ndusral performance and ndusral srucures are endogenous o he process of nnovaon, maon, and compeon.dos, (1988a, p.1158). 148 Fnally, an mporan common denomnaor runnng hrough hese hsorcal examples s he perssence wh whch frms aack wha, a any gven me, hey regard as he mos resrcve consran on her operaons. Ths suggess ha may be possble o formulae a mcroeconomc approach o echncal change n erms of a boleneck analyss. If we would lke o undersand he knds of problems o whch echncally compeen personnel are lkely o devoe her aenon, we mus come o grps wh her nevable preoccupaon wh day-o-day problems posed by he exsng echnology. Rosenberg (1976, p.125). 149 Para uma análse mas dealhada da quesão do learnng by usng, ver Rosenberg (1982, cap.6).

55 O paradgma ecnológco evolu aravés das rajeóras das novações subjacenes, perpeuando-se aé que venha a ser superado. Em geral, co-exsem nos seores da economa város paradgmas, e crcunscras a cada um deles podem exsr váras rajeóras, que podem começar e ermnar sem concdr com o níco e o fm do paradgma. Conudo, grande pare das mudanças em razoável esabldade, pos há predomnânca de novações ncremenas 15. As rajeóras são pah-dependen, so é, as possbldades ecnológcas que se colocam a cada momeno são deermnadas por escolhas passadas e rreversíves 151 ; e podem esar sujeas a lock-n, que ocorre em função da cumulavdade, ou seja, suação na qual quano maor o esforço de P&D no âmbo de uma cera ecnologa, maor será o cuso para adoar uma alernava 152. Pode-se dzer que a evolução da rajeóra ecnológca é conduzda pela esraéga novava das empresas e condconada pelo desenvolvmeno ecnológco presene. As empresas, ao decdrem sua esraéga novava, consderam fundamenalmene as condções de mercado exsene. Nese sendo, o crescmeno do mercado nfluenca a orenação dos gasos em novação. Enreano, o poencal dos esforços novavos depende do paamar alcançado pelo desenvolvmeno do conhecmeno cenífco e ecnológco. Conforme as ecnologas se ornam cada vez mas nensvas em cênca, cresce a neração aravés da qual seus usuáros fnancam e dreconam as pesqusas cenífcas, que, por sua vez, podem gerar ano resposas como resulados nesperados, ambos levando a novos avanços ecnológcos e novas demandas para cênca 153. O própro processo de pesqusa e desenvolvmeno realzado pelas empresas, conduzdo em função de suas expecavas sobre a renabldade dos dferenes projeos, é responsável pela descobera de novas ecnologas e nfluenca foremene projeos de pesqusa e desenvolvmeno subseqüenes. As empresas, no enano, não êm como superar o fao de que nem udo o que é renável pode ser produzdo, dependendo a cada momeno da fronera ecnológca 15 Como no caso dos paradgmas cenífcos, o que predomna é a práca da cênca normal. 151 In all hese examples, he resul of oday s searches s boh a successful new echnology and a naural sarng place for he searches of omorrow Nelson e Wner (1982, p.257). 152 In many economc sysems, lock-n happens dynamcally, as sequenal decsons groove ou an advanage ha he sysem fnds hard o escape from Arhur (1987, p.5). 153 I appears ha here are wo dfferen ways n whch academc research feeds no echncal advance n ndusry. In some cases academc research provdes he orgnal nvenons or plo versons of desgns ha ndusry subsequenly develops and commercalzes. ( ) Bu n mos felds wha academc research provdes s no plo nvenons bu undersangng and echnques ha ndusry can laer employ for a varey of dfferen purposes Nelson, (199, p. 28). Rosenberg, em seu capíulo 7, argumena que exse uma mporane relação bdmensonal enre a ecnologa e a cênca, e não acea a déa de que a cênca venha anes e a ecnologa depos: The growh of knowledge s much more cumulave and neracve han s realzed, especally when s hough of as a one-sho, once-and-for-all affar, wh new scenfc knowledge supposedly leadng o echnologcal applcaons-perod. Rosenberg (1982, p. 153).

56 exsene 154. Vale noar anda que, nesas crcunsâncas, o progresso écnco reraado pela rajeóra represena uma seqüênca de deslocamenos de rade-offs enre varáves écncoeconômcas no sendo da superação ecnológca com aplcações mas renáves 155. Esa colocação acaba com a dcooma exsene enre as vsões demand-pull, segundo a qual é o crescmeno do mercado que faz com que as novações se vablzem, e echnologypush, segundo a qual a dnâmca ecnológca em dmensão própra e regulardade, sendo o mercado apenas selevo ex-pos 156. Para a correne neo-schumpeerana, o conjuno de ecnologas dsponíves não deve ser consderado como um dado exógeno, mas como conseqüênca de um processo cumulavo gerado ano por faores écncos, como por faores econômcos Concorrênca e Compevdade O esudo das eoras de Schumpeer e neo-schumpeeranas perme compreender a relação exsene enre a esruura de mercado, a esruura ecnológca e a esruura concorrencal como resulado de um processo cumulavo e pah-dependen que defne a compevdade não só das frmas e seores como do país como um odo. Apesar de o enfoque da presene ese e, parcularmene, do modelo de smulação, não esar cenrado na análse das nerações mcroeconômcas ao nível das frmas, a análse precedene é pernene pelo fao de a conformação da esruura produva e da compevdade serem deermnanes prmáros da exsênca de desequlíbros esruuras exernos, que acabam levando à consrção do crescmeno. 154 Alhough economc forces and moves have nevably played a major role n shapng he drecon of scenfc progress, hey have no aced whn a vacuum, bu whn he changng lms and consrans of a body of scenfc knowledge growng a uneven raes among s componen subdscplnes Rosenberg (1976, p. 27). 155 Um exemplo ípco de um rade-off que vem sendo alerado com a evolução das rajeóras ecnológcas é a capacdade de processameno x mnaurzação. 156 One realzes ha, n acual fac, here s a complex srucure of feedbacks beween he economc envronmen and he drecons of echnologcal changes. Dos (1984, p.11).

57 2. Resrção de Balanço de Pagamenos e Crescmeno Lmado De acordo com a análse elaborada no prmero capíulo, as conrbuções fundamenas de Keynes são: o prncípo da demanda efeva, sua eora de aplcação do capal e o raameno dspensado às expecavas. Kaleck reforça o prncípo da demanda efeva e fornece bases para uma análse do cclo e da endênca na dnâmca econômca. A eora de Schumpeer, que dz respeo às quesões da concorrênca e da novação, bem como seus efeos cíclcos, pode, fundamenalmene com algumas adapações -, ser nserda na eora das decsões de porfólo de Keynes com vsa à valorzação do capal e perme a compreensão dos mecansmos de geração de uma endênca a longo prazo na economa, em acordo com a própra eora de Kaleck. Em sínese, as eoras de Keynes e Kaleck fornecem fundamenos para a análse da rajeóra de crescmeno com esruura esável a parr do prncípo da demanda efeva, enquano a eora de Schumpeer fornece as bases para a explcação das mudanças esruuras e seus efeos dnâmcos de longo prazo. A parr desses auores, porano, é possível ober os deermnanes da dnâmca dos processos de crescmeno e desenvolvmeno. O crescmeno pode ser vso como um fenômeno caracerscamene de curo prazo, vnculado a varações na renda com esruuras dadas. Nese rabalho, o ermo desenvolvmeno será ulzado para caracerzar uma dnâmca de longo prazo com aleração esruural endógena, no sendo de ncorporar as condções de demanda, concorrênca e fnancameno necessáras para a manuenção de um processo de crescmeno, dversfcação e elevação da produvdade. Serão consderados países desenvolvdos aqueles que conseguram consrur as bases para que esa dnâmca evolua de forma susenada, so é, sem ser nerrompda ssemacamene por gargalos nernos ou resrções exernas; países em desenvolvmeno serão aqueles em vas de consrução de as bases; os demas serão denomnados subdesenvolvdos. A dvergênca nas axas de crescmeno enre os países, de acordo com ese arcabouço eórco, passa a esar vnculada à resrção de demanda. O problema do balanço de pagamenos é o faor predomnane de consrção sobre a demanda nos países arasados, lmando seu crescmeno. O desequlíbro exerno, como será vso, é causado por dspardades enre os coefcenes e as elascdades de mporação e exporação, parâmeros que refleem caraceríscas da esruura produva, so é, do grau de desenvolvmeno Como colocam Dos e Soee: ( ) he mcro-economc and secoral levels and changes n nernaonal compeveness, deermned under condons of connuous echnologcal learnng and lmed shor-erm subsuon n boh producon and

58 Em resumo, nese capíulo, será vso, segundo ese arcabouço, por que há a resrção do balanço de pagamenos; por que se ransforma em resrção sobre demanda; e como nsere um país em um círculo vcoso. 2.1 Balanço de pagamenos e Resrção Exerna Uma razão cenral para as axas de crescmeno dferrem enre países resde nas caraceríscas dos bens produzdos, que deermnam as elascdades-renda da demanda por exporações e as propensões a mporar. A solução para melhorar a suação daqueles países com axas de crescmeno relavamene nferores passa pela mudança na cesa de bens e servços produzdos. Enquano perssr o desequlíbro comercal neses países, há necessdade de arar capas esrangeros para equlbrar o balanço de pagamenos, dexandoos em suação de elevada vulnerabldade exerna Défc na Balança Comercal e as condções esruuras Uma resrção de balanço de pagamenos pode ser consderada esruural quando a rajeóra de crescmeno de um país é marcada por um agravameno conínuo e/ou recorrene do défc da balança comercal. A maora dos países arasados podera aumenar o uso de seus recursos (dmnur os recursos ocosos) se vesse melhores condções no comérco nernaconal (mas dvsas) ese é o sgnfcado fundamenal da resrção esruural do balanço de pagamenos: mplca um consrangmeno ao crescmeno anes de se angr a plena ulzação da capacdade produva. A relevânca das exporações, seu caráer específco que a dferenca dos demas componenes da demanda, deve-se ao fao de gerar, ao mesmo empo, elevação da demanda (e, logo, da renda efeo que depende de seu peso relavo nos gasos oas), e dsponbldade de dvsas, que podem ser usadas para pagar pelo coneúdo de mporação das ouras fones de demanda (consumo, nvesmeno e gasos do governo) 158. Sua mporânca, no caso de países cujo crescmeno é consrangdo pelo balanço de pagamenos, esá em geral (dependendo do grau de aberura comercal do país) assocada ao segundo faor, ou seja, as consumpon, appear also o represen he mcrofoundaons of many macro-economc analyses, n parcular hose wh some Keynesan ascendancy whereby economc sysems seldom h any powerful scarcy consran, bu are lmed n her growh by aggregae demand and foregn balance requremens. Dos e Soee (1988, p.421-2). 158 Thrlwall (1997, p.38).

59 exporações podem ser fundamenas para vablzar o crescmeno, sem, no enano, serem as prncpas responsáves por promovê-lo 159. Uma redução do coefcene de mporação era efeo smlar ao de um aumeno das exporações, por reduzr a resrção exerna ao crescmeno: para um menor coefcene de mporação, a demanda e o nível de renda podem ser mas elevados sem gerar desequlíbro. As mporações dmnuem o valor do mulplcador por consuírem um vazameno para o exeror, so é, para um mesmo fluxo de renda é menor a despesa nerna. As exporações êm efeo conráro. Logo, quão menores o coefcene e a elascdade-renda de mporação, maores o dnamsmo nerno e o crescmeno poencal, aé angr a resrção exerna. Kaleck demonsra como o problema da resrção exerna é resulane da nadequação da esruura produva. O que deermna o nível, composção e compevdade do fluxo de comérco nernaconal de um país é sua esruura de ofera e demanda. O problema surge quando o país não é capaz de gerar produos de forma a compablzar as exporações com as mporações: Dada uma esruura econômca ncal, podemos consrur, com base em uma suposa dsrbução de renda e uma axa de crescmeno desejada, um plano que anecpe a endênca da demanda de bens essencas, bens supérfluos, bens de capal e bens nermedáros necessáros à produção de bens fnas. Esas demandas serão parcalmene aenddas pela produção nerna, e o resane erá de ser mporado. Em prncípo, as mporações necessáras sempre podem ser coberas pela produção de produos exporáves. Mas a esruura provável dessa produção pode não preencher as condções predomnanes nos mercados exernos. Assm, o país se vê às volas com um défc no comérco exeror e com a não-ulzação, na mesma proporção, de sua capacdade produva Necessdade de Indusralzação Prebsch 161, analsando a suação dos países "perfércos" em meados do século XX, já hava desacado o problema da dspardade enre os coefcenes de mporação e as 159 Como colocam Mederos e Serrano: Preende-se argumenar aqu que as exporações podem ser mas ou menos mporanes para a expansão da economa de acordo com uma sére de caraceríscas esruuras de cada país; enreano, seu papel no fnancameno e relaxameno da resrção exerna ao crescmeno é absoluamene cenral e esraégco para odos os países, com a exceção daquele que eme a moeda de crculação nernaconal. É mporane dsngur o papel da axa de crescmeno das exporações como componene da endênca da demanda efeva a longo prazo e sua função no equaconameno do fnancameno exerno do desenvolvmeno econômco. Mederos e Serrano (21, p.16). 16 Kaleck (1972, p.7). 161 Prebsch fo encarregado, ao fnal da década de 194, de assumr a responsabldade de conduzr o esudo que sera realzado pela Comssão Econômca para Amérca Lana (CEPAL), órgão da ONU que hava acabado de ser crado, sobre os problemas envolvdos na quesão do desenvolvmeno lano-amercano e as possíves alernavas para conorná-los e colocar o connene em vas de crescmeno.

60 elascdades-renda das mporações de produos ndusralzados, por um lado, e os das exporações dos produos prmáros, por ouro, resulado de suas esruuras produvas e que mplcava crescene desequlíbro no balanço de pagamenos conforme as economas avançavam. Para Prebsch, a conformação da esruura produva sofreu fore nfluênca do papel que cada país assumu na dvsão nernaconal do rabalho e da neração enre os países aravés do comérco nernaconal. Prebsch denomnou países cenras aqueles onde prmero surgam os progressos écncos, que rapdamene se dfundam por oda sua esruura, caracerscamene homogênea e dversfcada, com ala produvdade e com uma ampla cadea de grande complemenardade ner-seoral. Já os países denomnados perfércos eram normalmene prmáro-exporadores com uma esruura produva especalzada e heerogênea: especalzada por er a avdade econômca concenrada no seor prmáro, em alguns bens demandados pelo cenro e em bens de subssênca, sem uma cadea produva desenvolvda; e heerogênea em função da dspardade na produvdade das avdades prmáras voladas para o mercado nerno vs-à-vs as prmáro-exporadoras, que recebam nvesmeno exerno e produzam para servr ao cenro. A dscussão de Prebsch esava dreconada a quesonar a eora radconal do comérco nernaconal baseada no prncípo das vanagens comparavas, segundo a qual a confguração econômca mundal al como hava se delneado, com alguns países especalzados na produção ndusral e ouros na produção prmára, era a manera mas efcene de se ober o máxmo de renda e a dsrbução mas gualára. Prebsch aceava que o meo mas dreo para se ober a elevação do rmo de crescmeno da renda era aravés da elevação da produvdade, que sera lograda prncpalmene pela nrodução do progresso écnco. Mas, com base em evdêncas empírcas, conesa a déa de que, por meo de mudanças nos preços relavos, havera dfusão dos fruos do progresso écnco dos países cenras gerando uma endênca à homogenezação do nível de renda. A varação nos preços não esava vnculada à redução nos cusos advnda da elevação da produvdade e não se mova no sendo de homogenezar a renda. Pelo conráro, os ermos de roca movam-se consanemene conra os bens prmáros 162, mplcando ransferênca de pare dos fruos do progresso écnco da perfera e concenração da renda nos países cenras. 162 De acordo com os dados apresenados por Prebsch (1949, p.94), omando a relação enre os preços dos produos prmáros e os preços dos produos ndusras do ano de 188 como base, em esa relação

61 A esruura produva dos países perfércos, cenrada no seor prmáro, não crou um mecansmo nerno capaz de mpulsonar a expansão da economa e a absorção do excedene de mão-de-obra, ornando-os dependenes da dnâmca das exporações. Ao mesmo empo, a dnâmca da economa mundal não gerava uma demanda pelos bens prmáros da perfera sufcenemene elevada para maner um alo nível de emprego com ala produvdade. O desemprego, combnado com as fluuações cíclcas da economa mundal, abra margem para a deeroração dos ermos de roca em função das pressões exercdas pelos cenros sobre os preços dos produos prmáros. Prebsch mosrou, anda, como o crescmeno da perfera era lmado em função da endênca ao desequlíbro exerno. Esa endênca surga pela dferença na elascdade-renda de demanda enre os produos exporados pela perfera e pelo cenro, uma vez que a prmera é nferor à segunda e menor que a undade. A baxa elascdade-renda da demanda por bens prmáros era conseqüênca: ) dos progressos nroduzdos na produção, que permam um melhor aproveameno da maéra-prma, dmnundo sua proporção no valor do produo fnal; ) do fao de os bens prmáros erem sdo gradualmene subsuídos por produos snécos, pláscos, fbras arfcas, e ouros levando, da mesma forma, à dmnução da proporção ulzada de produos prmáros nos produos fnas; e, fnalmene, ) da elevação da renda, que gera endênca à dversfcação do consumo, normalmene em dreção a servços ou produos mas sofscados e que ulzam baxíssma proporção de maéra-prma 163. Para não haver desequlíbro no balanço de pagamenos, o rmo de crescmeno da renda da perfera devera esar lmado superormene pelo rmo de crescmeno de suas exporações, que, por sua vez, era deermnado pelo rmo de crescmeno das mporações do cenro, que crescem a um rmo nferor ao de sua renda. Enão, hava uma endênca ao dsancameno enre as rendas do cenro e da perfera, nrínseca à exsênca da dspardade nas elascdades-renda das demandas por mporação 164. Invablzava-se, dessa forma, um processo de desenvolvmeno nos países perfércos, uma vez que mplcara elevado rmo de hava caído para 85,8, e em para 62, volando a se recuperar lgeramene em , passando para 68, Es una caracerísca unversal del desarrollo económco que conforme el ngreso por habane se eleva por encma de ceros mínmos la demanda de producos prmaros crece con menos nensdad que la de arículos ndusrales y servcos. Prebsch n Gurrer (1982, p.366). 164 As quesões da dspardade dos coefcenes e elascdades e da deeroração dos ermos de roca são complemenares. Mesmo se os ermos de roca permanecessem consanes, a dspardade das elascdades-renda de mporação e exporação sera sufcene para lmar o crescmeno; a pora nos ermos de roca apenas agravara anda mas a suação.

62 crescmeno da renda e conseqüenemene um rmo de crescmeno anda maor das mporações, ncompaível com a capacdade de mporar gerada pelas exporações. A solução para Prebsch passava por um processo de modernzação da agrculura acompanhado por expansão da ndúsra, que permra aos países perfércos ransformarem sua esruura produva, no sendo da dversfcação e homogenezação, doando-os de uma dnâmca nerna auônoma e com menor necessdade de mporações, so é, dmnundo sua vulnerabldade e alerando sua nserção nernaconal. O processo de ndusralzação reflera a ransção da fase de "desenvolvmeno para fora" para a fase de "desenvolvmeno para denro", quando o faor dnâmco passara a ser nerno, e não mas as exporações. Para que o processo de ndusralzação se realzasse, porém, eram necessáros ncenvos aos nvesmenos. A expansão da ndúsra, porano, devera esar volada para subsução das mporações, servndo de esímulo o desvo de pare da demanda por mporações para a produção nerna. O crescmeno assm gerado elevara as mporações, mas ese aumeno sera evenualmene compensado pela dmnução alcançada com a avdade subsuva. A ndusralzação, dessa forma, além de dmnur o coefcene de mporações, ambém dmnura a pressão sobre as mporações ao possblar a produção nerna de bens que êm alíssma elascdade-renda de demanda. A dmnução concomane da elascdade-renda da demanda por mporação e do coefcene permra aos países perfércos não esarem mas lmados a um rmo de crescmeno nferor ao de suas exporações ou ao do cenro, podendo ncar um movmeno de convergênca, desde que consegussem alcançar um elevado rmo de crescmeno de suas produvdades. Anda, o processo de ndusralzação, ao complear o papel da demanda exerna, esmulando a dnâmca nerna, aumenara a capacdade de absorção da população ava com ala produvdade e dmnura a margem para redução dos saláros e preços (logo para a deeroração dos ermos de roca). Ou seja, reduzra os rscos de que pare dos fruos do progresso écnco da perfera fosse ransferda para o cenro ao nvés de se converer negralmene em elevação da renda. No enano, exsam alguns obsáculos à realzação do processo de ndusralzação. Um prmero problema aponado por Prebsch dza respeo à escassez de capal para se efeuar os nvesmenos necessáros à elevação da produvdade méda, aravés da neração

63 enre os processos de modernzação da agrculura e de ndusralzação. Um problema correlao era a escassez de dvsas para susenar o nível de mporação assocado ao níco do processo, quando aumena a demanda de bens ndusras, especfcamene de bens de capal dos quas depende a monagem ncal das ndúsras. Quando o processo de ndusralzação esvesse em fase mas adanada, a produção resulane colaborara para reduzr a pressão sobre o balanço de pagamenos, mas na fase ncal é grande e nelásca a demanda por bens mporados. Ouro séro problema com o qual se defronava a perfera em seu processo de ndusralzação eram as ecnologas embudas nos equpamenos mporados do cenro, que elevavam a produvdade do rabalho, economzando mão-de-obra em países onde o capal era escasso e caro e a mão-de-obra, abundane e baraa. Esa economa não era capaz de compensar o cuso do capal e a nrodução desas écncas agravava o problema do desemprego, dada a escassez de capal para expandr avdades que pudessem reabsorver odos os rabalhadores dspensados. Anda, a perfera não possuía uma demanda nerna sufcene para esgoar oda a produção compaível com a escala mínma efcene defnda de acordo com os padrões de consumo dos cenros, o que dfculava a obenção dos ganhos de economas de escala e mplcava menor produvdade. Frene a esas dfculdades, o sucesso do processo de ndusralzação volado para subsução de mporações dependa de polícas efcazes para orenar as dvsas para a mporação de bens de capal e maéra-prma ndspensáves. Segue daí a conclusão sobre a necessdade de planejameno e orenação por pare do Esado Necessdade de Modernzação Nos empos auas, no enano, apesar de a esruura produva er sdo desenvolvda, as exporações agrícolas foram complemenadas por exporações ndusras com baxo coneúdo ecnológco. A ncompleude e o araso da esruura exsene perpeuam o problema da resrção exerna. A resrção esruural de balanço de pagamenos é, no presene, uma caracerísca ípca de países exporadores de commodes agrícolas e ndusras, sujeas a elevada concorrênca nernaconal e pequeno coefcene e elascdaderenda de exporação, e mporadores de produos ndusralzados especalzados e ecnologcamene sofscados. O problema aual, porano, não é mas apenas a composção em ermos de produos prmáros e ndusralzados: ele fo deslocado para a quesão do nível

64 de sofscação dos produos comercalzados e a capacdade de modernzação das esruuras produvas. Um país que dependa das exporações para crescer, seja por sua geração de dvsas ou por seu papel como componene da demanda, precsa esar sempre novando para se maner compevo e maner ou mesmo aumenar sua faa no mercado mundal. McCombe e Thrlwall elaboraram um modelo de crescmeno com resrção pelo balanço de pagamenos e orenado pela demanda que se preende capaz de explcar as dferenças enre as axas de crescmeno de longo prazo dos dferenes países. As hpóeses do modelo são que: ) a ofera de faores e o progresso écnco são endógenos, dependenes do crescmeno; ) o câmbo real é consane (os ermos de roca permanecem fxos) 165 ; ) as exporações são o únco componene auônomo da demanda; e v) o balanço de pagamenos, nclusve a balança comercal, esá em equlíbro no longo prazo. Sua conclusão é que a axa de crescmeno dos dferenes países com balanço de pagameno equlbrado será deermnada pela razão enre a axa de crescmeno das exporações e a elascdade-renda das mporações 166. De acordo com ese resulado, o cerne da quesão para alerar processos de convergênca ou dvergênca esara em amplar o crescmeno das exporações e dmnur a elascdade-renda das mporações, ambos deermnados prmordalmene pelo que os auores chamam de non-prce compeveness, so é, por faores de compevdade não relaconados ao preço. A argumenação dos auores, que se basea foremene nas análses de Kaldor, segue a lnha dos modelos de crescmeno dnamzado pelas exporações (expor-led growh) 167, que rabalham com a noção de causação cumulava e crcular. O círculo vruoso sera ncado pela venda das exporações, que mpulsona o crescmeno nerno, esmula a elevação da ofera de rabalho (va mgração e ransferênca nra-seoral) e aumena o nvesmeno. O crescmeno e o nvesmeno, aravés do progresso écnco ncorporado no capal, do learnng by dong e das economas de escala, elevam a produvdade e a compevdade dos 165 Para defender esa hpóese os auores argumenam que, embora fluuem no curo prazo, os ermos de roca são esáves no longo; e que, mesmo se não houvesse essa esabldade, as elascdades-preço de exporação e mporação eram que ser sgnfcavamene maores do que a undade para que o crescmeno fosse ndependene da posção do balanço de pagamenos. 166 Segundo Thrlwall, esa conclusão represena a versão dnâmca do mulplcador de comérco nernaconal de Harrod, que esabelece que o nível de renda é deermnado pela razão enre o nível das exporações e a propensão margnal a mporar. 167 Nas palavras de Thrlwall: Thus, he explanaon of growh rae dfferences mus le prmarly n dfferences n he rae of growh of demand, and he major consran on he rae of growh of demand n mos counres s he balance-of-paymens. The model and he emprcal evdence lends srong suppor o he advocaes of exporled growh. Thrlwall e McCombe (1994, p.245). Para uma análse críca do modelo kaldorano de crescmeno lderado pelas exporações, ver Freas (23).

65 produos naconas, aumenando as exporações e dando connudade ao processo. O aumeno da produvdade e a dsponbldade de produos de ala ecnologa elevam a nonprce compeveness do país, que passa a exporar produos cuja demanda mundal cresce mas rapdamene e a mporar produos de menor elascdade-renda. Muos países, no enano, fcam presos no círculo vcoso, ou seja, pouca exporação, levando a baxo crescmeno e nvesmeno resro, logo há pequena elevação da produvdade e pouca compevdade, que se refleem em pouca exporação, e assm por dane, manendo a resrção de balanço de pagamenos à demanda e ao crescmeno. A cumulavdade assocada aos círculos vruosos e vcosos acaba acenuando a rajeóra de dvergênca enre as economas dos dferenes grupos de países 168. A quesão apresenada no modelo de McCombe e Thrlwall sobre a nfluênca dos faores non-prce na deermnação da parcpação dos países no fluxo nernaconal de comérco é de exrema mporânca. A compeção na aualdade quase não se dá va preço (exceo em commodes); os mercados são olgopolzados e os faores non-prce, como aqueles relaconados a markeng, desgn, qualdade, performance, confança, facldade de manuenção, rapdez de enrega, exensão e efcáca na rede de dsrbução, dsponbldade de crédo, asssênca écnca e garanas são fundamenas. Já fo comenado que a demanda por produos de baxa qualdade e menor sofscação, coerenes com preços baxos, cresce mas lenamene conforme a renda aumena. A dferença em preço reflee dferença em qualdade: é pequena a compeção va preço para produos de qualdade semelhane. A varação dos preços relavos e a elascdade-preço perderam mporânca na deermnação dos padrões de roca, pos os produos são dferencados, e a non-prce compeon é que deermna o sucesso dos países nos mercados exernos 169. A maor pare do comérco nernaconal passou a se desenvolver nra-ndúsra enre países smlares com base em dferencação de produo. O camnho para a superação do problema da resrção do balanço de pagamenos na vsão de McCombe e Thrlwall é claro e compaível com a vsão de auores apresenados anerormene, como Prebsch e Kaleck: é precso alerar a esruura produva para reduzr a 168 Clearly, no all counres n he world can be balance-of-paymens-consraned n her growh, bu only requres one counry or group of counres no o be so consraned for all he res o be so ( ) Thrlwall (1997, p.383). 169 In models of cumulave causaon n whch some economes produce goods whch are expandng fas n demand whle oher economes produce goods whch are sluggsh n demand, s he dfference beween he ncome elascy characerscs of expors and mpors whch s he essence of he heory of dvergence beween cener and perphery and beween ndusral and agrculural economes. Thrlwall e McCombe (1994, p.431).

66 resrção de balanço de pagamenos sobre a demanda e lograr um crescmeno mas acelerado. Nese sendo, é mporane mplemenar polícas que realoquem os recursos enre os seores prmáro, ndusral e de servços, aenando para a dferença enre radeables e nonradeables e para as caraceríscas específcas dos bens, de forma a amplar a compevdade e a nserção do país no comérco nernaconal 17. Enreano, podem-se ecer algumas crícas ao modelo de McCombe e Thrlwall. Os auores adoam como referênca de análse do crescmeno dos países a suação de equlíbro de longo prazo do balanço de pagamenos, deermnado pela relação enre o crescmeno das exporações e a elascdade-renda das mporações. No curo prazo, os países poderam er desequlíbros na balança comercal compensados por enrada de capal esrangero, o que não sera susenável a longo prazo. Porém, em prmero lugar, é paene, como ressala Freas (23), a possbldade de exsrem países sem problema de balanço de pagamenos e ncorrendo em superáv crônco, suando-se abaxo da resrção exerna 171. Em segundo lugar, mesmo uma suação de passvo exerno crescene e connuamene refnancado pode ser susenável, a depender da relação enre a axa de reorno do capal exerno e a axa de crescmeno das exporações e da suação de lqudez do país 172. Vale desacar que as decsões dos agenes econômcos em cada suação de desequlíbro êm uma sére de mplcações dnâmcas que não devem ser desconsderadas. O enfoque eórco adoado nesa ese, conforme apresenado no prmero capíulo, usa, no lugar de análses de equlíbro, smulações sobre o comporameno das varáves relevanes nas condções exsenes (que só serão de equlíbro por raro acaso) e que geram rajeóras em abero. Anda, é mporane evar que as relações causas fquem obscurecdas pela referênca de equlíbro proposa: é a demanda que deermna o crescmeno do produo e da capacdade produva e o crescmeno é que esá sujeo à resrção do balanço de pagamenos o crescmeno não é deermnado pelo balanço de pagamenos, mas sm pela demanda efeva, que sofre a nfluênca desa resrção. Também, ao supor que a exporação é o únco componene auônomo de demanda, os auores desconsderam o nvesmeno em novação, gaso auônomo exremamene relevane 17 A quesão das polícas necessáras será raada de manera mas dealhada na úlma seção dese capíulo. 171 Mas a suação oposa superávs crôncos no balanço de pagamenos podera ser manda por períodos prolongados, acarreando um acúmulo crescene de reservas nernaconas. (...) Iso sgnfca que o resulado do balanço de pagamenos devera ser, em prncípo, consderado como uma resrção e não como uma condção de equlíbro em relação ao nível de produo. Nese caso, enreano, não sera possível exlcur a possbldade de que alguns países poderam esar ssemacamene abaxo da resrção exerna. Freas (23, p.12). 172 Ver Mederos e Serrano (21).

67 para a compevdade do país e ão mporane na eora de Schumpeer, além de ser faor crucal para a geração de endênca na economa de acordo com Kaleck. McCombe e Thrlwall raam odo o nvesmeno como nduzdo; o progresso écnco vra embudo nas novas máqunas e equpamenos ou sera conseqüênca do learnng by dong, que perme aprmoramenos com base na experênca passada. Assm, embora ressalem o grande mpaco da non-prce compeveness sobre as condções do balanço de pagamenos, não elaboram uma análse mas dealhada a respeo do processo de geração do progresso écnco, vnculado a um conexo de concorrênca e que explque a sua lógca de geração endógena. De fao, há grande dependênca dos países arasados em relação à mporação de ecnologa e ao aproveameno de ecnologa ncorporada; eses países êm mas ncenvo a mar ecnologas já dsponíves do que a novar, êm dfculdade de acesso a know-how e precsam de nvenções adapadas às suas condções específcas 173. Mas é pare fundamenal da busca pela superação da condção de araso desas economas o desenvolvmeno de mecansmos endógenos de novação smlares àqueles exsenes nos países mas avançados. Um círculo vruoso que caracerze uma dnâmca de crescmeno susenada não pode consderar que o progresso écnco vrá apenas da mporação e do aprendzado 174. Os processos envolvdos na ransformação da esruura produva dos países arasados, para superar o círculo vcoso e enrar em um camnho de convergênca com os países desenvolvdos, passam por quesões como a dnâmca de geração e dfusão das novações, os ncenvos necessáros aos aores envolvdos, as esraégas e compeêncas das organzações 175. O desenvolvmeno pressupõe em uma economa moderna com produção dversfcada, ala ecnologa e nível de renda elevado, produzdo a parr de faores de produção, como capal físco e humano, que envolvem conhecmeno cenífco e écncas 173 Como já exposo na argumenação de Prebsch, as ecnologas são geradas e moldadas em acordo com as condções onde êm orgem e exse uma sére de dfculdades para se aplcar a ecnologa produzda em países desenvolvdos nos países subdesenvolvdos, por faores como os nsumos ulzados e o amanho do mercado, denre ouros. 174 Como coloca Fagerberg: I was concluded ha o cach up wh he developed counres ( ) sem-ndusralzed counres canno rely only on a combnaon of echnology mpors and nvesmens, bu have o ncrease her naonal echnologcal acves as well. Fagerberg (1994, p.1161). 175 The frs s ha a model of echncal change based smply on he adopon of new vnages of machnery, accompaned by blueprns and operang nsrucons, and followed by producvy mprovemens resulng auomacally from experence n producon s nadequae. Apar from falng o explan how new vnages of machnery emerge n he frs place, does no even square wh he emprcal evdence abou echnologyborrowng lae ndusralzng counres: compleely gnores he nvesmen n nangble capal ha s necessary no jus o operae machnes, bu o choose hem n he frs place, o mprove her performance once acqured, o replcae hem and furher develop boh hem and he producs hey produce, and o lay he bass for relaed and hgher value-added acves n fuure. In oher words, such a model gnores he cenral mporance of he sock of resources for generang and managng change ha we have descrbed as echnologcal capables, and gnores he conscous and delberae learnng requred o accumulae hose resources. Bell e Pav (1993, p.21-2).

68 sofscadas. O processo de cach-up não é fácl e requer uma sére de condções apropradas, econômcas e nsuconas, para er sucesso. É longo o camnho que êm os países arasados a percorrer para capacarem-se a comper com os países desenvolvdos Compensação pela cona de capas Um país que eseja ncorrendo recorrenemene em défcs na balança comercal, dado que suas reservas de dvsas são lmadas, dependerá da enrada de fluxos de capas esrangeros para equlbrar seu balanço de pagamenos. Um aumeno da enrada de capas esrangeros perme a elevação das mporações e, porano, vablza um maor nível de demanda efeva e crescmeno. A enrada deses capas, no enano, ao conráro de uma elevação das exporações ou de uma redução das mporações, compromee no fuuro as dvsas (por reparação, lucro, juros ou amorzação). Porano, um país que ncorre de forma recorrene em défc na balança comercal e depende da enrada de capas esá aumenando progressvamene seu esoque de passvos e, conseqüenemene, o fluxo de saída de capal vnculado a ese esoque. Nesse caso, para frear uma elevação conínua dos passvos, supondo que as dívdas possam ser connuamene renegocadas, as exporações eram de cobrr não só as mporações, como ambém a renda líquda envada ao exeror, de forma a maner equlbrada a cona de ransações correnes. A enrada de capas erá efeo posvo se esver conrbundo, drea ou ndreamene, para a elevação das exporações em proporção maor do que compromee as dvsas com remessas fuuras ao exeror. Em resumo, a fala de capal esrangero pode ser mpedva do crescmeno em suação de desequlíbro na balança comercal, mas sua dsponbldade pode causar mpedmeno fuuro, pelos cuso e rsco envolvdos em sua aração. Em ermos geras, a enrada de capas, seja va emprésmo, fnancameno, nvesmeno dreo esrangero (IDE) ou nvesmeno em avos ou nsrumenos fnanceros (como ações, bônus, debênures e íulos, denre ouros), esá nserda em uma esraéga de dversfcação de porfólo, por meo da combnação de axas de reorno e rsco, ambém nfluencada pela dsponbldade de nformações sobre o país e o mercado. Qualquer fluxo de capal prvado ocorrerá na expecava de se ober um reorno que cubra smulaneamene a axa de juros nernaconal, a expecava de deprecação do câmbo e o rsco envolvdo na operação, que deermnam em conjuno o nível mínmo necessáro para a axa de juros local e/ou renabldade capaz de arar sua enrada.

69 Kaleck, em um argo de 1972, avala dferenes possbldades de ajuda exerna para conornar o problema de escassez de dvsas, ressalando a mporânca de se consderar o ônus assocado a cada po de ajuda. Parcularmene, são desacados nese conexo o caráer essencal das exporações, as vanagens dos recursos públcos (apesar das exgêncas normalmene vnculadas 176 ) e as desvanagens do IDE, cujo lucro reparado ende a superar o cuso do servço da dívda. Segundo Kaleck, para caracerzar uma ajuda exerna de fao, o capal esrangero devera permr a elevação das mporações acma da capacdade gerada pelas exporações, sem necessdade de pagameno medao e a um cuso nferor aos vgenes no mercado, devendo ser usado para aprmorar a esruura produva e gerar crescmeno 177. A melhor forma de ajuda, porém, anda sera a elevação dos ermos de roca, comparável a uma enrada conínua de subvenções ncondconas 178. Para Kaleck, a possbldade de a ajuda exerna ser um nsrumeno de elevação da axa de crescmeno e de superação de obsáculos no comérco exeror depende de que seja orenada para superar gargalos e não para aumenar o consumo de bens supérfluos. Mesmo que o país ulzasse adequadamene o fluxo de capal recebdo, dreconando-o para aumenar a capacdade produva de recursos essencas, permanece o problema razdo pelo servço da dívda, que será ão menor quão melhores as condções de crédo (carênca, prazo de pagameno e axa de juros), mas que faalmene se avolumará com o passar do empo, exgndo novos mercados para exporações. Com uma enrada conínua de emprésmos, uma parcela crescene das dvsas geradas pelas exporações esará compromeda com o pagameno do servço da dívda: Iso dará níco a um processo de bola de neve, o que apenas mosra que mesmo a asssênca exerna permanene não soluconará os problemas dos países em desenvolvmeno enquano perssrem dfculdades no comérco exeror. Não devemos jamas perder de vsa o fao de os crédos serem uma forma de adar o pagameno de uma remessa de bens; em úlma análse, esse pagameno erá de omar a forma normal de uma exporação. 179 Desa forma, a prncpal função da ajuda exerna é aumenar a capacdade de mporar do país recepor, mas ese deve aproveá-la para desenvolver sua esruura produva e 176 Como coloca Gonçalves (1998, p.121): No caso de capas não-prvados, os emprésmos e fnancamenos por organsmos nernaconas endem a depender de consderações de ordem não-econômca, em geral, e a ranscender a lógca do reorno fnancero, em parcular. Na realdade, o comporameno dos organsmos nernaconas parece ser mas adequadamene explcado pela políca nernaconal do que pela economa nernaconal Para a defnção de ajuda exerna, ver Kaleck (1972, p.65). 178 Kaleck (1972, p.86). 179 Kaleck (1972, p.73).

70 promover suas exporações, de forma que, no longo prazo, seja capaz de pagar o servço da dívda sem compromeer seu crescmeno e sem er necessdade de ajuda connuada Noa sobre o Invesmeno Dreo Esrangero O IDE, em geral, é vso como uma boa alernava para enrada de capal esrangero em um país, por não mplcar servço da dívda, por razer apore ecnológco e por haver, em prncípo, um compromemeno de longo prazo do capal. Kaleck quesona esa noção e mesmo a nclusão do IDE na classfcação de ajuda exerna. Para Kaleck, o IDE não é necessaramene mas barao do que um emprésmo por não precsar ser pago. O cuso efevo em dvsas do fnancameno va IDE sera aé superor ao de fnancameno va dívda exerna de longo prazo, na medda em que: ) as axas de lucro endem a ser maores do que as axas de juros, pos devem cobrr, além desas, o prêmo de rsco assocado às ncerezas da operação no exeror; so é, os lucros remedos ao exeror podem exceder o cuso do servço de um emprésmo exerno; ) o renvesmeno dos lucros das empresas ransnaconas (ET) represena um novo fluxo bruo de capal (mplcando em novos dreos a remessas fuuras) e, porano, é somado ao valor do nvesmeno esrangero sem nova enrada efeva de capas 18. Anda, ese renvesmeno, conablzado como enrada de capal esrangero, pode nclur mporações ou mesmo nvesmeno não-produvo, o que dfcula avalar as condção reas do balanço de pagamenos de um país; ) exse, fnalmene, o conhecdo problema dervado da práca comum no comérco nra-frma de as empresas que realzam IDE subfaurarem as exporações e superfaurarem as mporações, o que conrbu para agravar a já débl suação do balanço de pagamenos dos países em desenvolvmeno e para ornar o IDE anda mas cusoso 181. Assm, apesar de o IDE não acarrear um mpaco dreo sobre as reservas no curo prazo, em função da ausênca do compromsso de pagameno de juros, acarrea um mpaco severo sobre esas a longo prazo. 18 Usando novamene a analoga da bola de neve, Kaleck afrma: Esamos, porano, na presença de um nermnável processo de bola de neve, em conrase com um emprésmo que cra obrgações por um número defndo de anos. Pode-se mosrar faclmene que, no longo prazo, o mpaco do nvesmeno dreo esrangero sobre o balanço de pagamenos do país recepor deve ser negavo (não dscumos aqu as conseqüêncas ndreas na forma de exporações adconas ou de subsução de mporações, que seram as mesmas qualquer fosse a forma de fnancameno da nova plana), a menos que o fluxo de nvesmeno esrangero aumene subsancalmene de ano para ano. Kaleck (1972, p.84). 181 Thus, foregn drec nvesmen can no longer be looked a as he acquson of foregn producve capal; n a global marke s ncreasngly he ransfer of capal o se up a foregn operang un whch hen acheves he real ransfer by mporng he capal equpmen, nermedae and sem-fnshed goods for domesc sale and expors. Kregel (1994, p.29).

71 Um papel geralmene arbuído ao IDE sera o de sua conrbução para dfusão de novas ecnologas e ransferênca de know-how, podendo ajudar na reesruuração produva e elevação da produvdade do país recepor. Ese argumeno, no enano, é quesonável, vso ser, muas vezes, mas barao adqurr as ecnologas e o know-how comercalmene do que arcar com os cusos dos lucros envados ao exeror e do comérco nra-frma. Ademas, exse a quesão da nadequação das ecnologas usadas nos países avançados às caraceríscas dos países em desenvolvmeno. O caso mas represenavo de efeos adversos gerados por enrada de IED em um país é aquele em que o capal esrangero compra uma empresa de servço non-radeable por meo de prvazação: A venda do conrole das empresas para o exeror é, de fao, capaz de acarrear vuloso ngresso de recursos no país. Logo, porém, começam a ser pagos os juros e remedos os lucros e dvdendos gerados pelas avdades prvazadas que anerormene já exsam e não geravam pagamenos exernos. À expansão do gaso de dvsas, daí dervado, acrescenase anda um aumeno das despesas decorrene da aqusção no exeror de nsumos, equpamenos e servços, numa proporção muo superor à pracada pelas angas empresas públcas, cujos laços com provedores doméscos enconravam-se hsorcamene sedmenados. Por fm, decorrdo algum empo, a possível melhora dos servços prvazados conrbura para a elevação da efcênca ssêmca, o que benefcara, genercamene, a capacdade de comper das avdades doméscas. Ese po de efeo, no enano, pode demorar a ornar-se sgnfcavo. 182 Sobre o caráer de longo prazo do IDE, Kregel mosra que, na verdade, (a)s recenes novações nos mercados fnanceros êm conrbuído para elmnar o conceo de nvesmeno permanene, ou de vencmeno de um nvesmeno 183. Os conraos de opções e fuuros permem uma grande mobldade dos capas e a dlução dos rscos frene a mudanças em axas de juros ou de câmbo, ornando relavo o conceo de IDE como um nvesmeno permanene. Os mecansmos de hedge adoados pelos nvesdores acabam provocando operações cambas e ransações no mercado de capas quando aumena a ncereza sobre a axa de câmbo ou sobre as condções fnanceras nernas. Porano, smplesmene não é verdade que, por ser dfícl enconrar de medao um comprador para um IDE em jolos e argamassa, esse nvesmeno não produzrá os mesmos pos de fluxos fnanceros que os nvesmenos de porfólo 184. As experêncas conhecdas e os problemas referdos acma salenam que a exsênca 182 Casro (1998, p.158). 183 Kregel (1996, p.35). 184 Kregel (1996, p.36-7).

72 de elevado fluxo de nvesmeno dreo não consu solução esável para os problemas de susenabldade, a menos que al fluxo seja acompanhado de dnâmca capacdade exporadora, de forma a fnancar o crescmeno das mporações e os demas fluxos de saída assocados ao nvesmeno exerno. 185 Para que sso ocorresse, porém, o governo devera esabelecer créros de desempenho para o IDE relaconados à cração de emprego, ao nível mínmo de exporação e máxmo de mporação, à obrgaoredade de ransferênca de ecnologa e ao compromsso de nvesmenos fuuros Vulnerabldade exerna fnancera De modo geral, os países que recorreram ao capal esrangero para compensar os desequlíbros da balança comercal acenuaram sua vulnerabldade exerna fnancera, ou seja, dmnuíram a capacdade de ressênca de suas economas a faores desesablzadores ou choques exernos e aumenaram o cuso de adapação. Tal vulnerabldade é nfluencada pelos rscos de nsolvênca e de lqudez, e repercue sobre as prncpas varáves da economa. Um ndcador do rsco de nsolvênca de um país é a razão enre o passvo exerno líqudo e as exporações. Tendo em vsa que o ncremeno do passvo exerno líqudo é deermnado pelo défc em cona correne, é neressane noar a relação exsene enre a axa de crescmeno das exporações e a axa de juros. Como esa úlma deermna o crescmeno naural do passvo exerno líqudo, supondo capacdade de rolar a dívda, é a dferença enre a axa de crescmeno das exporações e a axa de juros que defne a susenabldade da rajeóra de crescmeno com endvdameno exerno. Conforme demonsrado orgnalmene por Domar, se a axa de crescmeno das exporações fca ssemacamene abaxo da axa de juros, mesmo para um défc comercal prmáro pequeno e consane, a razão passvo exerno/exporações cresce sem lme e em algum momeno será necessára a geração de superáv comercal para esablzar o crescmeno do passvo exerno 186. Ese rsco esá lgado à dsposção dos credores nernaconas de connuarem refnancando as dívdas do país, na medda em que a nerrupção do refnancameno compromeera odas 185 Mederos e Serrano (21, p.124). 186 Ver Mederos e Serrano (21, p.119). Ver anda Domar (195, p.85).

73 as exporações, fone de dvsas que permem o pagameno do servço fnancero do passvo exerno, e nvablzara as mporações. Quano ao rsco de lqudez, um bom ndcador é a razão enre o passvo exerno de curo prazo e as reservas. Os países em desenvolvmeno, pcamene, êm um grande volume de capal esrangero de curo prazo, araído pelo dferencal de juros e especulando com a volaldade do câmbo. O rsco de lqudez esá lgado ao movmeno dos capas de curo prazo, caracerscamene voláes, cuja saída abrupa e volumosa pode compromeer o nível de reservas. Mas, como já vso, mesmo o nvesmeno dreo esrangero, consderado de longo prazo, muas vezes pode ser lqudado em períodos curos. Assm, uma massa exraordnára de avos de propredade não-resdenes pode ser moblzada em um curíssmo período e, como resulado, crar uma pressão enorme sobre o mercado cambal e as reservas nernaconas do país 187. A volaldade do capal esrangero é senda nas economas naconas em função de alerações no volume de enrada e saída de capal, na composção dos recursos em ermos de fone de orgem e o desno, no cuso da capação dos recursos exernos e no prazo 188. Em geral, o governo busca amenzar os mpacos da volaldade dos capas sobre a economa usando polícas macroeconômcas, como as polícas moneára, fscal ou cambal. Evenualmene, conudo, pode ser necessáro recorrer a conroles dreos sobre os fluxos de capal ou à políca comercal. Em uma rajeóra de crescmeno como a apresenada nas seções anerores, há crescenes rscos de nsolvênca e lqudez, uma vez que o equlíbro exerno depende de grande apore de capal esrangero e que é o capal de curo prazo, volál e especulavo que responde mas pronamene às possbldades de ganhos por elevação dos juros. Eses rscos elevam o cuso de aração do capal esrangero, so é, o prêmo de rsco assocado ao país. O nvesdor requer converbldade e dsponbldade de dvsas em moeda fore para reparação, cuja prevsbldade é reduzda e depende da capacdade esperada de geração de dvsas pelo país no fuuro, que é, por sua vez, função da balança comercal, da enrada de capal e da remuneração do passvo exerno. O país presamsa consdera os rscos envolvdos, como o de que o governo do país omador prejudque o pagameno do servço da 187 Gonçalves (1998, p.125). 188 Whle he porfolo nvesmens of he 19h cenury were vrually permanen, he porfolo nvesmens of he global banks and porfolo managers are hghly volale and can represen an ndependen source of nsably; nvesmen decsons may be aken for reasons que ndependen of a counry s nernal economc condons. Ths, of course, s jus as rue of he developed as of developng counry capal markes. Kregel (1994, p.38).

74 dívda, mpondo conrole cambal, lmando as remessas ou mesmo dexando de pagar. O país devedor, enão, se vê forçado a maner elevados níves de axa de juros e de reservas. O benefíco de reer reservas deve-se à margem dsponível para esablzar câmbo e preços, além de aumenar a confança do nvesdor esrangero; mas, por ouro lado, quando o governo é forçado a eserlzar a ofera moneára, perde com a dferença enre a axa de juros nerna, que remunera os íulos públcos, e a axa de juros exerna, que remunera as reservas. Os rscos assocados a eses ndcadores varam em função da lqudez nernaconal e das expecavas dos agenes. De qualquer forma, uma rajeóra de crescene acúmulo de passvos exernos, mesmo de curo prazo, não mplca necessaramene uma crse de lqudez ou cambal, que só se coloca quando os credores repennamene decdem não refnancar os compromssos exernos vncendos, que, enão, se ransformam em saída de capal e compromeem as reservas exsenes 189. De modo geral, quão maor a proporção do passvo exerno de curo prazo em relação às reservas, mas vulnerável será o país a uma crse, possblando que qualquer nerrupção nos fluxos de capal deone um processo especulavo, acenuado pelas expecavas de deprecação ou defaul. Por ouro lado, quão maor a lqudez nernaconal, menores o cuso de aração de capal e o rsco da crse. Quando a esruura produva do país mpõe uma condção de crescmeno assocado a défc em balança comercal, a escassez de lqudez nernaconal pode ser mpedva à connudade desa rajeóra, mas sua abundânca perme apenas o crescmeno crcunscro a um quadro de elevada vulnerabldade ou mesmo lmado pelo cuso e pelo rsco do fnancameno exerno. A enrada de capas para compensar o desequlíbro na balança comercal não é capaz de maner um crescmeno susenado, e, por sso, é precso haver uma ransformação esruural. 2.2 Trajeóra sop-and-go A forma de ldar com o problema do desequlíbro exerno dos países em desenvolvmeno, ano no âmbo do governo como no âmbo das nsuções prvadas, passou a depender cada vez mas das orenações políco-econômcas vgenes no conexo nernaconal. Serão exploradas, nesa seção, algumas mplcações da aplcação da globalzação sobre a economa dos países arasados e, em especal, como a dnâmca de crescmeno deses países fca resra a uma rajeóra sop-and-go. 189 Ver Mederos e Serrano (21, p.12).

75 2.2.1 Os países em desenvolvmeno e a globalzação Muos países subdesenvolvdos seguram as orenações desenvolvmensas predomnanes em meados do século XX e conduzram suas economas orenados por polícas de Esado, envolvdo dreamene na realzação de nvesmenos. Esa eapa, apesar de não er sdo capaz de crar uma esruura endógena de novação naquelas economas, fo fundamenal para a consrução de sua esruura produva. A parr do fnal do século XX, no enano, ncou-se uma reversão assocada ao que veo a ser chamado de globalzação 19. A globalzação produva, segundo Gonçalves 191, envolve a neração de rês processos dsnos. O processo de nernaconalzação da produção esá relaconado ao maor fluxo de comérco mundal e ao movmeno do IDE e das empresas ransnaconas, com mpacos sobre a esruura produva dos dversos países. O própro IDE e a operação das ETs provocam o segundo processo: a maor negração enre as economas naconas. E, nese conexo, há o acrrameno da concorrênca nernaconal, ganhando crescene mporânca a compevdade nernaconal dos países. Segundo o mesmo auor 192, a globalzação fnancera ambém envolveu a neração de rês processos. O prmero processo esá relaconado à amplação dos fluxos de capas nos mercados do ssema fnancero nernaconal, dreconados a odos os pos de nsrumenos fnanceros, desde emprésmos e fnancamenos aé negocação de íulos, ações, moedas e dervavos. O segundo processo dz respeo à concorrênca enre bancos e nsuções fnanceras não-bancáras, com fore auação de nvesdores nsuconas dversfcando porfólo em bases geográfcas, e ao avanço dos mercados de capas nos países em desenvolvmeno. Fnalmene, muos dos avos emdos por resdenes enconram-se sob posse de não-resdenes, e vce-versa, o que reflee o processo de negração dos ssemas fnanceros naconas. Os países em desenvolvmeno foram encorajados a abrr seus mercados nernos, para alcançar os suposos benefícos crescenes da globalzação, que vram jusamene da 19 Esa déa é expressa por Sglz (22, p.43), nas segunes palavras: A orenação de Keynes sobre o FMI, que enfazava os fracassos do mercado e o papel do governo na cração de empregos, fo subsuída pelo manra do lvre mercado da década de 198, pare de um novo Consenso de Washngon um consenso enre o FMI, o Banco Mundal e o Deparameno do Tesouro dos Esados Undos em relação às polícas ceras para os países em desenvolvmeno, que demonsrava uma abordagem radcalmene dferene para o desenvolvmeno econômco e a esablzação. 191 Gonçalves (1998, p.155). 192 Gonçalves (1998, p.15).

76 consrução de mercados cada vez mas lvres e compevos. O dscurso para os países emergenes, assocado ao Consenso de Washngon, era o de que exsra um enorme poencal para promoverem o ambconado cach-up em relação às economas avançadas, que se efevara aravés da adoção das polícas neolberas. Em ermos geras, esas polícas eram: auserdade fscal e moneára; desregulamenação e lberalzação dos mercados produvos e fnanceros; e prvazação 193. A auserdade moneára e fscal sera mporane por conferr esabldade às economas, permndo condções favoráves aos cálculos de longo prazo e, logo, esmulando o nvesmeno. Uma economa esável e abera arara IDE, capal exerno e amplara a margem para mporação e exporação, mporanes fones de ecnologa e pressão compeva. O crescmeno das mporações permra o acesso a bens ecnologcamene superores com menor preço e acrrara a concorrênca com produores naconas, conrbundo para elevar a efcênca e a produvdade nerna dos países. O IDE, além de represenar nvesmeno no país, o que por s só colaborara para o crescmeno, permra ncorporar novas e modernas ecnologas ao processo produvo, elevando sua produvdade, e sera um capal suposamene compromedo com o desenvolvmeno de longo prazo 194. A enrada de capal exerno permra alavancar o mercado fnancero nerno, amplando a possbldade de obenção de fnancamenos a cusos menores para realzar os nvesmenos necessáros ao desenvolvmeno. E a prvazação aumenara a concorrênca, a efcênca e reduzra o cuso dos servços, a parr da pressão dos neresses prvados nos negócos. Todos eses faores levaram à elevação da produvdade, que permra elevar os saláros, reduzr os preços e amplar o nvesmeno, levando ao aumeno da compevdade dos produos e, logo, ao aumeno das exporações. Em ouras palavras, esas meddas permram que os países emergenes enrassem em um camnho vruoso de crescmeno susenado 195. No enano, as polícas de aberura comercal e fnancera e de prvazação adoadas por alguns países os ornaram anda mas vulneráves; e as polícas fscal, moneára e cambal conduzdas de manera ausera, combnadas à necessdade de equlbrar o balanço de 193 Como coloca For: No campo econômco, a resauração neoclássca se ransforma na políca da supply sde economcs e da deflação compeva ransformando em polícas de valor unversal o equlíbro fscal, a desregulação dos mercados, a aberura das economas naconas e a prvazação dos servços públcos. For (1997, pg.116). 194 Ver as consderações sobre o IDE feas na seção Compensação pela cona de capal em Noas sobre o Invesmeno Dreo Esrangero. 195 No caso do Brasl, o exo de Franco (1998), que recebeu a chancela do presdene do Brasl à época como documeno ofcal de condua para o desenvolvmeno do país, pode ser omado como referênca sobre os benefícos esperados das polícas lberas.

77 pagamenos, manveram os países em uma rajeóra sop-and-go, com baxa axa méda de crescmeno 196. No caso da aberura comercal, seu mpaco sobre a economa de um país depende do nível de concorrênca gerado e das condções do país e das frmas de enfrenar a concorrênca nernaconal. A aberura comercal pode razer mas pressão compeva e acesso a produos de ala ecnologa, no enano, pode provocar gualmene o compromemeno da capacdade de crescmeno dos países em desenvolvmeno, prncpalmene pelo lado da balança comercal e devdo a um possível desmanelameno da esruura produva, dependendo da soldez da esruura pré-exsene. A smples exposção a compedores nernaconas não garane soladamene um movmeno em dreção ao avanço ecnológco 197. Quano à desregulação fnancera, muas vezes os países em desenvolvmeno que passaram por ese processo fcaram sujeos a fluxos de capas voláes e especulavos, que geraram séra nsabldade sobre as varáves-chave da economa e acenuaram anda mas sua vulnerabldade. Dadas as dferenes oporundades de aplcação de capal exsenes nas economas rcas, que oferecem uma combnação de axa de rsco e reorno mas arava, e o fm dos conroles dreos sobre os fluxos de capas, os países em desenvolvmeno foram obrgados a maner elevadas axas de juros para arar o capal exerno com vsas a compensar os défcs na balança comercal e a compor um nível de reservas sufcene para mnmzar a possbldade de ocorrênca de uma crse cambal. A elevação dos juros, conudo, aumena anda mas os servços da dívda e pora as condções de fnancameno do nvesmeno, resulado conráro à redução dos cusos esperada com a desregulação fnancera. Os mpacos do processo de globalzação sobre os países em desenvolvmeno podem ser resumdos nas palavras de Kregel: As globalzaon connues, nernaonal capal flows wll end o emphasze hose facors whch developng counres have fel prolonged her underdevelopmen, such as dependence 196 Como coloca Sglz (22, p.35): Não só na lberação do comérco, mas ambém em odos os ouros aspecos da globalzação, mesmo os esforços aparenemene bem-nenconados quase sempre êm um resulado conráro ao desejado. Para uma análse da evolução da Amérca Lana nserda nese conexo de globalzação ver: Cano (1999, 2) e Tavares e Meln (1997). 197 Como coloca Dodaro, ressalando a mporânca de se alcançar um paamar mínmo de desenvolvmeno aé que se eseja apo a parcpar do lvre comérco: The fac ha s he beer-off counres ha are generally classfed as ouward orened suggess ha some degree of economc developmen and effcency s necessary before a counry can make any sgnfcan nroads n he world marke, parcularly n manufacures. Dodaro (1991, p.1154).

78 on prmary maeral expors and low wages. I wll also make boh drec and porfolo nvesmen more volale, makng domesc sablzaon polcy more dffcul Transmssão dos desequlíbros exernos ao crescmeno De acordo com a eora de Keynes, o crescmeno de um país só pode ser resrngdo (exceo a curo prazo) pela demanda agregada da economa. Esa seção procurará apresenar os mecansmos de ransmssão 199 aravés dos quas uma resrção de balanço de pagamenos pode levar ao consrangmeno da demanda e, porano, do crescmeno de uma economa em desenvolvmeno anes da plena ulzação de sua capacdade produva. A suação de crescene défc em ransações correnes e de permanene necessdade de enrada de capas ava mecansmos, va juros e câmbo, que forçam a conração da axa de crescmeno do país. Consderar-se-á que a economa opera com aberura comercal e fnancera, regme de fluuação suja do câmbo, políca moneára regda por meas de nflação e políca fscal, por alvos de superáv prmáro. Como já vso, o prncpal resulado da aberura dos mercados produvos e de capas é o aumeno da vulnerabldade exerna. As polícas moneára, fscal e cambal são ulzadas para combnar a auserdade com o equlíbro exerno. O resulado é a evolução da economa segundo uma rajeóra sop-and-go com baxa axa méda de crescmeno. Nesa rajeóra, quando surge uma folga no balanço de pagamenos, seja pelo crescmeno da economa mundal e aumeno das exporações naconas ou pela elevação da lqudez nos mercados fnanceros nernaconas, o país consegue mprmr cero rmo de crescmeno. Porém, frene a um crescmeno connuado, para as mesmas condções nernaconas, um país com problema esruural crônco de balanço de pagamenos rapdamene rá se deparar, como vso, com um desequlíbro no seor exerno de sua economa. A deeroração do balanço de pagamenos, com a ameaça de fuga de capas, mpele à deprecação e à elevação dos juros, provocando reração da economa aé que o desequlíbro seja sanado. A elevação da axa de juros aua para equlbrar o balanço de pagamenos, ano por sua nfluênca drea sobre a cona de capal, como por sua nfluênca ndrea sobre a balança comercal. No que dz respeo ao efeo sobre a cona de capal, a elevação dos juros, se for em magnude al que cre um dferencal enre a axa de juros domésca e exerna sufcene 198 Kregel (1994, p.38). 199 Ese ema ambém fo raado por Bruno Galvão dos Sanos (23) em sua dsseração de mesrado.

79 para compensar a deprecação esperada na axa de câmbo e o prêmo de rsco assocado ao país, ende a coner saída e a esmular a enrada de capas esrangeros. A magnude da elevação necessára depende das condções de lqudez nernaconal. Nese caso, como já vso, em geral, o capal araído pela elevação dos juros é de curo prazo. Fnalmene, a elevação do cuso dos emprésmos nernos esmula as empresas locas a buscarem fnancameno no exeror, o que ambém gera mpacos posvos sobre a cona de capal. Por ouro lado, a elevação dos juros provoca ndreamene um fore efeo sobre a balança comercal, resulado de sua nfluênca sobre os componenes de gaso da economa naconal. Em prmero lugar, os juros elevados desesmulam os gasos em consumo e nvesmeno, seja pelo efeo desfavorável sobre o endvdameno, exsene ou fuuro, seja pelo desvo dos gasos para aplcação em íulos públcos, dada sua maor renabldade; e no caso específco do nvesmeno, o desesímulo surge ambém pelo aumeno da ncereza e dmnução das perspecvas de crescmeno fuuro. Os menores consumo e nvesmeno acabam se reflendo em menor demanda por mporações, conrbundo para alvar o desequlíbro na balança comercal. Em segundo lugar, a elevação da axa de juros ende a gerar uma deeroração das conas do governo, prncpalmene: pela redução na renda, que dmnu a arrecadação; pelo aumeno do cuso da dívda públca vnculada aos íulos públcos pós-fxados; e pelo aumeno do volume da dívda, dada a necessdade de colocação de novos íulos para eserlzar o efeo da enrada de capal esrangero sobre a base moneára. O governo, enão, se vê forçado a reduzr seus gasos em busca de superáv prmáro. A redução dos gasos do governo, por sua vez, reduz a dnâmca econômca, conrbundo para superar o desequlíbro exerno. Eses faores em conjuno conrbuem para melhorar a balança comercal, em função da redução do nível de avdade, em grau que depende da elascdade-renda das mporações. Anda, em vsa do conexo econômco nerno de reração, as exporações são esmuladas, uma vez que as empresas começam a orenar suas vendas para o mercado exerno. Num conexo de crescmeno com problema esruural crônco de balanço de pagamenos, enquano a axa de juros é forçada a se elevar, a axa de câmbo ende a fluuar. Se a elevação dos juros provocar uma enrada de capas capaz de mpor uma aprecação do câmbo, o efeo desfavorável sobre a balança comercal deverá ser sufcene para reafrmar a necessdade de elevação dos juros, manendo o resulado fnal de resrção ao crescmeno. Nese caso, conudo, surge a possbldade de realmenação do movmeno de aprecação, que pode exgr nervenção drea do governo no mercado de dvsas para conê-lo (aravés das

80 ações paralelas de compra de avos esrangeros e eserlzação, que prejudcam sua suação fscal). Por ouro lado, numa suação de escassez de dvsas, há uma pressão pela deprecação, que ende a provocar uma melhora na balança comercal, dependendo da elascdade-preço das mporações e exporações 2. Em geral, no enano, a deprecação não cosuma movmenar as mporações e exporações sufcenemene para reverer a suação e gerar superáv na cona de ransações correnes: as exporações são pouco eláscas e as mporações fcam encarecdas. Porano, o país connua endo necessdade de juros alos para equlbrar o balanço de pagamenos e maner as reservas elevadas. A deprecação pode anda afear a demanda negavamene va défc públco, aravés dos íulos ndexados ao câmbo, reerando a necessdade de ajuse fscal; e va nvesmeno, por elevar o cuso das empresas que buscaram fnancameno no exeror para conornar os juros nernos elevados. Cabe desacar que o efeo alsa do câmbo sobre o preço dos produos mporados pressona os preços nernos dos bens que ulzam maeras e produos nermedáros mporados ou que esejam ndexados, além de abrr margem para a elevação dos preços das exporações e dos subsuos das mporações, podendo aumenar a axa de nflação 21. Uma deprecação excessva que compromea as meas nflaconáras do governo é conda com a própra elevação dos juros 22 ou por nervenção drea aravés da venda de reservas nernaconas. A nflação pode, porano, não apenas compromeer as meas do governo como anular o efeo da deprecação sobre a balança comercal. Enão, por meo de varações nos juros e no câmbo, o desequlíbro exerno ende a ser corrgdo, porém à cusa de um crescmeno lmado. Quando a suação exerna se alva, seja pela própra dmnução da avdade nerna, pela elevação da lqudez nernaconal ou do rmo de crescmeno das demas economas, o país pode reomar uma rajeóra de crescmeno. Enreano, ese crescmeno, sendo a resrção do balanço de pagamenos esruural, sgnfca uma expansão com défc em balança comercal e superáv em cona de 2 De acordo com a chamada condção de Marshall-Lerner, a deprecação real do câmbo só será capaz de gerar um mpaco posvo sobre o saldo comercal se a soma absolua das elascdades-preço das demandas por mporação e exporação for maor do que a undade. 21 Ineressane noar a possbldade de haver o chamado efeo caraca, segundo o qual embora uma deprecação enha mpaco alsa sobre os preços, a aprecação não gera redução proporconal, em função de sua rgdez para baxo, de modo que o resulado fnal de uma varação líquda nula do câmbo é uma nflação acumulada. 22 Cabe desacar, conudo, que a própra políca moneára de juros elevados ambém pode acabar pressonando a nflação em função do cuso do endvdameno ou do cuso de oporundade que represena para o capal produvo.

81 capal, levando ao acúmulo de passvos exernos e a servços da dívda exerna crescenes, logo ao agravameno da vulnerabldade exerna, que acaba recolocando a necessdade de elevação dos juros e provoca nsabldade do câmbo e conração da demanda, culmnando em nerrupção do crescmeno e geração de superáv na balança comercal, aé o próxmo suro de expansão. Os países em desenvolvmeno seguem, assm, a conhecda rajeóra de sop-and-go Perda de auonoma sobre a políca econômca Supondo, como feo, um país que adoa aberura comercal e fnancera, regme de câmbo fluuane admnsrado, meas de nflação e de superáv-prmáro, convvendo com uma suação de défc esruural na balança comercal e preso à necessdade de rolar a dívda nerna e exerna em mercado de capal volál, são poucas as alernavas de polícas econômcas. A defnção das polícas por pare do governo acaba funconando passvamene, sem auonoma para nfluencar as varáves fundamenas e sem possbldade de promover a reesruuração produva necessára. Em geral, a políca moneára em vés resrvo, para maner os juros elevados, equlbrar o balanço de pagamenos e coner os preços. A políca fscal ambém é ausera, para alcançar um superáv fscal prmáro e conrbur para o equlíbro comercal. E a políca cambal é conduzda reavamene de forma a enar maner o câmbo relavamene esável. Nese quadro, a endênca é de o câmbo apresenar cera volaldade e de as axas de juros se manerem elevadas e a renda conraída, em suação de ala vulnerabldade exerna. Cabe noar que, devdo ao conexo nernaconal de globalzação produva e fnancera, como vso, além de manerem rgor fscal e moneáro, os países em desenvolvmeno em geral não ulzam ssemacamene polícas comercas ou de conrole de fluxos de capas, segundo o alnhameno mposo pelos países desenvolvdos e organzações nernaconas que concedem fnancamenos emergencas. Ese ambene e a posura passva (seja ou não por opção) dos países arasados reforçam o problema de balanço de pagameno e sua nfluênca sobre o crescmeno. Para ngressar no camnho do desenvolvmeno, sera necessáro que os países vessem condção de maner sua prordade políca nerna, mesmo frene a mudanças emporáras negavas em suas posções comercas ou em seus fluxos fnanceros. Mederos e Serrano apresenam esa noção com o segune conra-exemplo:

82 Denro desse quadro, e a despeo da grande nsabldade, se observa claramene que êm melhor performance em ermos de crescmeno os países em desenvolvmeno que conseguram (em város casos, enquano conseguram) ressr à enação da (e às pressões para) aberura fnancera desconrolada, manendo algum po de conrole, prncpalmene sobre a enrada de capas, e que preservaram polícas cambas e ndusras de promoção de exporações; em ouras palavras, os países nos quas o adveno da chamada globalzação fnancera não conduzu (ou enquano não conduzu) ao abandono da esraéga do desenvolvmensmo Resrção esruural de balanço de pagamenos e o círculo vcoso A ercera pare dese capíulo enará fazer a lgação enre o problema do balanço de pagamenos como resrção ao crescmeno com a quesão do desenvolvmeno; e, por fm, levanar algumas sugesões de polícas que poderam auxlar os países arasados a superarem o círculo vcoso no qual esão nserdos A resrção exerna nserda em um círculo vcoso Como vso no prmero capíulo, o crescmeno depende fundamenalmene da demanda efeva, consderando a esruura e a capacdade produva exsenes. A produção, nese conexo, é realzada buscando valorzar o capal, o que será efevado com a realzação das vendas. A demanda é função do consumo, que depende do nível de avdade econômca, e do nvesmeno ano em capacdade produva, nduzdo pela renda, como em novações, auônomo em relação ao nível de renda, mas nduzdo pela concorrênca. Tano o consumo como o nvesmeno são nfluencados pelas condções de fnancameno exsenes. O desenvolvmeno, por ouro lado, é resulado da ransformação esruural resulane da mauração dos nvesmenos produvos. No longo prazo, o desenvolvmeno caracerza-se pelo crescmeno acompanhado de dversfcação da esruura produva e aumeno da produvdade. No caso dos países desenvolvdos, há uma conjugação de faores favoráves ano ao crescmeno, nos ermos de Keynes, quano ao desenvolvmeno, nos ermos de Schumpeer. As economas são dnamzadas pela neração de faores presenes, como a elevada demanda agregada em ambene de ala concorrênca e com condções favoráves de fnancameno. Esas economas dspõem de mercado fnancero desenvolvdo e operam com axa de juros relavamene baxa. Nese conexo, as empresas buscam novação (P&D) e esão sujeas à seleção mposa ano no âmbo naconal como no nernaconal, gerando aumeno de 23 Mederos e Serrano (1999, p.141-2).

83 produvdade. Enão, há uma endênca à consane geração e desenvolvmeno de novas ecnologas, que rapdamene se dfundem pelo aparelho produvo, em função da própra concorrênca e da menor assmera écnca. Com uma esruura produva dversfcada e compeva a resrção de balanço de pagamenos em caráer conjunural, que pode ser mas ou menos rapdamene superada em função da maor ou menor vulnerabldade exerna e da nserção políco-econômca nernaconal. O processo de crescmeno e desenvolvmeno é conínuo e esas economas não perdem seu espaço no seleo grupo dos países desenvolvdos. Ese quadro caracerza o que pode ser chamado de um círculo vruoso. Os países em desenvolvmeno, por ouro lado, como vso, êm menores dnamsmo e crescmeno, dadas as condções adversas para consumo e nvesmeno, prncpalmene a parr do baxo nível de renda, das condções desfavoráves de acesso a crédo e fnancameno e da pouca concorrênca. Não há um núcleo endógeno de novação e, como resulado de odos eses faores, a ransformação esruural é mas lena. A esruura produva é mas heerogênea e menos dversfcada do que a dos países desenvolvdos, menos moderna e menos compeva. Sob essas condções, os países em desenvolvmeno se vêem permanenemene sujeos à resrção de balanço de pagamenos, que, de fao, em caráer esruural. A evolução sop-and-go maném o equlíbro exerno no curo prazo, mas as mudanças de juros e câmbo não são sufcenes para produzr uma redsrbução da demanda agregada mundal de manera a ornar susenável o camnho do crescmeno, para o qual sera precso uma reesruuração e uma modernzação do aparao produvo. A rajeóra sop-and-go esá nserda em uma dnâmca mas abrangene, ípca dos países arasados, caracerzada por um círculo vcoso. O mecansmo de reroalmenação nca-se com as caraceríscas da esruura produva exsenes no país e o desequlíbro exerno, e passa pela nconsane evolução do crescmeno, com nsabldade da políca econômca e volaldade das varáves relevanes, que reduzem o horzone de empo para a omada de decsões sobre nvesmeno e aumenam a proporção da rqueza alocada em avos líqudos, compromeendo os nvesmenos em expansão da capacdade produva, em novações e em aumeno de produvdade. Assm, nvablza-se a ransformação esruural e a endogenezação de um processo de modernzação, que se reflera na compevdade do país, permanecendo os avanços produvos em sua maora calcados sobre novações exógenas ao ssema econômco. Fnalmene, perpeua-se a rajeóra sop-and-go com baxa axa méda de crescmeno.

84 Países evolundo por meo de círculos vruosos e vcosos de novavdade, compevdade e crescmeno condconam-se e sua coexsênca explca os processos de convergênca e dvergênca globas 24. Os padrões de mudança ecnológca e a composção da demanda enre seores e enre países deermnam os ajuses e os níves de avdades seoras e macroeconômcas das nações. Assm, os países em desenvolvmeno precsam capacar-se para acompanhar as novas ecnologas e os novos produos, promovendo uma aleração na sua esruura produva e na cesa de produos e servços oferecdos, para conqusar maor faa do mercado nernaconal 25. Para que os países com resrção exerna esruural alerem sua condção, é mporane que não dependam neramene da mporação de bens de capal mas modernos para aumenar sua produvdade. Sera fundamenal que ornassem endógenos os processos de geração e dfusão de novações, desenvolvendo capacação ecnológca e compeênca em cênca básca, além de realzar esforços de aprendzado e qualfcação, aproveando o caráer áco e cumulavo dese processo como nsrumeno compevo 26. É mporane desenvolver a capacação que orne as empresas doméscas compevas frene a seus concorrenes nernaconas. Os processos dferencados e pah-dependen dos países desenvolvdos e em desenvolvmeno em ermos de geração de ecnologa e aprendzado são a base para alerar o padrão das vanagens comparavas conforme se dá o curso do desenvolvmeno e reverer o quadro de dvergênca. Vale noar que cada seor esá assocado a dferenes níves de oporundades ecnológcas, aproprabldade e cumulavdade, além de conar com dferenes elascdades-renda da demanda; porano, a rajeóra seguda por cada país em ermos ecnológcos e de especalzação da produção em fores conseqüêncas sobre 24 Por exemplo, os reornos de escala esácos e dnâmcos resulanes do própro processo novavo geram grandes mpacos na neração enre os países por meo de uma compeção mperfea. 25 Perez e Soee (1988) procuram mosrar, pela análse do processo de nrodução e dfusão das ecnologas, como se em presene em alguns momenos ao longo da evolução de um paradgma ecnológco um conjuno de faores que confguram uma janela de oporundade para os países em desenvolvmeno realzarem o cach-up ecnológco. Esa é uma vsão omsa, pos supõe que apesar de a economa de deermnados países se comporarem de acordo com um círculo vcoso, ornando-se cada vez mas dsancados das economas avançadas, é possível, com esforços delberados das frmas e dos governos por meo de polícas, romper ese círculo e orná-lo vruoso. Ao mesmo empo é coerene com a déa de que a especalzação dos países não decorre apenas de suas vanagens comparavas esácas, mas ambém de vanagens compevas que são consruídas ao longo do empo e que geram benefícos cumulavos. Porém, a analoga drea enre a possbldade de um país em desenvolvmeno realzar cach-up e a suação de uma frma que é lae comer é uma smplfcação exagerada e com vés excessvamene ecnológco, que acaba desconexualzando a problemáca. Especalmene no caso de países com problema esruural de balanço de pagamenos, a relação enre crescmeno e novavdade não pode ser vsa soladamene a parr da dnâmca de novação, mas deve ser compreendda a parr da neração enre esa dnâmca e seus mpacos sobre a resrção exerna. 26 Successful laecomers have combned heavy mpors of echnology wh srong expanson of ndgenous effors devoed o echncal change. Impors of echnology and auonomous nnovave effors are no alernave bu complemenary acves. Dos, Freeman e Faban (1994, p.22).

85 seu dnamsmo econômco no longo prazo 27. Assm, as vanagens comparavas são obdas como resulado da dnâmca novava e de aprendzado, que se refleem na compevdade das frmas (e respecvos países) que logram conqusar maores faas dos mercados mundas. Condções mcroeconômcas evoluconáras deermnam a compevdade, que explca como é dsrbuída a demanda e, logo, a parr de condções macro de po keynesano, a renda de cada país, ceers parbus. Há mporane lgação enre a compevdade, a parcela das exporações mundas e a deermnação da demanda agregada domésca. A compevdade nernaconal é necessára para não haver resrção exerna à demanda, que é necessára para susenar os nvesmenos necessáros para maner a compevdade. Over me, capal accumulaon and echnologcal accumulaon are ner-lnked so ha rreversble mprovemens n npu effcences and search/learnng processes feed back on each oher. In some respecs, our analyss overlaps wh he queson concernng why growh raes dffer. However, our nerpreaon s he polar oppose o he radonal one: nsead of explanng dfferences beween counres n erms of dfferenal endowmens, we argue ha he fundamenal ner-naonal dfferences relae o he counry-specfc condons of echnologcal learnng and accumulaon. ( ) Moreover, counry-wde changes n nnovaveness and npu effcences are a sgnfcan par of he explanaon of he long erm changes n naonal expor share n he world markes Polícas de esímulo e ameaça Foram exposos uma sére de problemas com os quas se deparam os países arasados e que dfculam a superação do círculo vcoso no qual se envolvem. Um prmero conjuno esá relaconado às condções mcroeconômcas esruuranes, como a quesão do aparao produvo, da necessdade de se endogenezar a dnâmca novava e de amplar as condções compevas. Um segundo conjuno esá lgado às condções macroeconômcas vgenes, como o desequlíbro do balanço de pagamenos, as alas axas de juros e a nsabldade cambal, que nvablzam uma dnâmca de crescmeno que engendre a ransformação necessára para colocar o país em uma rajeóra de desenvolvmeno susenado. Aé o adveno da globalzação, as dscussões de políca nos países arasados esava em grande medda cenrada sobre a quesão da políca de nvesmeno do governo e sobre 27 Wha we have jus recouned s he basc skeleon of a comparave sory, whereby he sraeges of dfferen acors e.g. saes, domesc and mulnaonal frms, ec. deermned que dverse collecve oucomes, n erms of nsuonal se-ups, echnologcal capables and growh performances. Dos, Freeman e Faban, (1994, p. 34). 28 Dos e Soee (1988, p ).

86 suas polícas comercas e de proeconsmo 29. No conexo aual, porém, não cabe aos países em desenvolvmeno monar um parque ndusral: o fundamenal é manê-lo moderno e compevo. O comérco nernaconal movmena produos nensvos em ecnologa e, porano, são de mporânca fundamenal as polícas que promovam a reesruuração produva, o desenvolvmeno e a endogenezação da dnâmca novava, vablzando e esmulando a compevdade, condção para o aumeno das exporações. As polícas de proeção, por s sós, não são sufcenes para que o país alcance e se manenha na fronera ecnológca, num ambene em que as avdades de produção e as de geração de novações esão cada vez mas separadas. Possas 21 apresena algumas condções essencas para que um país gere capacdade novava endógena e se manenha compevo ssemcamene. Segundo o auor, o desenvolvmeno do poencal compevo das empresas, e logo do país em seu conjuno, depende das condções ecnológcas, produvas e de mercado, das ndúsras e das exernaldades físcas, socas, écnco-cenífcas, das condções nsuconas e do aparao regulaóro exsene no ambene econômco 211. O essencal para esse desenvolvmeno sera a adoção de polícas que garanssem os condconanes ssêmcos da compevdade e a conínua pressão compeva sobre as empresas, num mso de esímulo e ameaça, para que esas, com suas caraceríscas específcas e seor-específcas, gerassem uma dnâmca de desenvolvmeno com ransformação esruural e crescmeno. Esas polícas deveram nfluencar as decsões das empresas, ano pelo ambene compevo gerado aravés da concorrênca nerna e exerna, como pelo ncenvo à capacação ecnológca. Possas classfca as polícas que nfluencam os faores ssêmcos da compevdade em rês grandes grupos 212. O prmero desna-se a garanr a vgênca de um ambene compevo e a exercer pressão sobre as empresas, nduzndo a busca permanene por novações e ganhos de compevdade. Esas polícas esão relaconadas ao esabelecmeno 29 A dscussão da ndúsra nascene e proeconsmo ganhou mporânca especalmene a parr de Ls, que desaca, na mesma lnha da argumenação apresenada na seção sobre Prebsch, a mporânca de se desenvolver ano o seor agrícola como o seor manufaurero, complemenares na dnâmca de desenvolvmeno econômco. Ls apresena nese conexo a fragldade de um país concenrado no seor agrícola, dependendo da mporação manufaurera, e defende que os países que êm condções mínmas necessáras para desenvolver sua manufaura devem proeger emporaramene sua economa naconal da concorrênca nernaconal, aé que suas forças produvas sejam capazes de comper.ver Ls (1989, p )[1855]. 21 Possas, M. (1996). 211 Agan, he fndngs of emprcal research n hs feld are unequvocal: nnovaon depends on a combnaon of n-house experence, learnng and developmen wh a wde varey of exernal sources of nformaon and advce,.e. formal or nformal neworkng, hence, he mporance of naonal nfrasrucure and naonal sysems of nnovaon Dos, Freeman e Faban (1994, p. 31) 212 Ver Possas, M. (1996, p. 99-1).

87 de um aparao regulaóro, dando regras sobre a defesa da concorrênca e do meo ambene, sobre o comérco exeror e sobre os fluxos de capal. O segundo conjuno dz respeo à geração de exernaldades posvas sobre a compevdade empresaral, como é o caso dos nvesmenos realzados em nfra-esruura de ranspore, energa e comuncação, em educação e qualfcação e em nfra-esruura de cênca e ecnologa. Um úlmo grupo dz respeo às polícas que nfluencam o ambene econômco geral no qual operam as empresas, como é o caso das polícas pcamene macroeconômcas (fscal, moneára, cambal, credíca, comercal) e das polícas de ncenvo à C&T, aos gasos em P&D, esímulos à reesruuração e modernzação, enre ouros. Além das polícas ssêmcas, pode ser necessára a adoção de polícas ndusras específcas para a promoção de seores parculares e de grande mporânca para a economa em geral. As condções prvlegadas dos seores alvo da políca ndusral, porém, devem ser emporáras e assocadas à cobrança de desempenho. O objevo prncpal desas polícas é permr a superação de gargalos e vablzar o crescmeno econômco mas elevado e ao mesmo empo connuado. As polícas acma descras devem ser mplemenadas em fases seqüencas e progressvas, e devem ser reformuladas de acordo com a evolução da suação do país. Nos países que se enconram em um círculo vcoso aravessando uma rajeóra sop-and-go, prmeramene deve ser adoada uma políca de esímulo às exporações alnhada a uma políca ndusral que ulze a folga de dvsas gerada para promover a aleração da esruura produva e aumeno de sua compevdade 213. Quano às regras sobre concorrênca, comérco exeror e enrada de fluxos de capas ncalmene esabelecdas, esas devem ser compaíves com as condções presenes da economa naconal, evenualmene dreconandose para uma maor lberalzação conforme as empresas capacem-se para enfrenar maor nível de compeção (nerna e exerna) e conforme o país seja capaz de rar proveo da enrada de capal esrangero, sem fcar vulnerável frene a sua volaldade. A realzação dos nvesmenos em nfra-esruura e educação, classfcados sob as polícas que geram exernaldades, é fundamenal para os países em desenvolvmeno e, geralmene, exgem elevadas somas de recursos, além de erem longo prazo de mauração e, 213 Conudo, é mprovável que a elascdade de crescmeno das mporações se reduza a valores próxmos de um por meo deses esforços, exceo em prazo mas longo. No ínerm, as mporações connuarão a crescer a axas (sgnfcavamene) superores ao PIB. Nese sendo, resa o foco de políca nas exporações, na medda em que o mperavo exporador é nconesável, ao passo que os resulados do esforço exporador são anda nsufcenes. Cavalcan e Frschak (21, p.49-5).

88 às vezes, baxo reorno, precsando, porano, conar com o apoo do seor públco para sua efevação. O governo deve, enão, elaborar um planejameno de dspêndo de acordo com as prordades e com sua dsponbldade de recursos. Também é de exrema mporânca o ncenvo por pare do governo à novação ecnológca, que deve conar com o desenvolvmeno de um ssema naconal de novação (SNI) que perma ober snerga enre os esforços cenífcos e ecnológcos e no campo da pesqusa e desenvolvmeno, além de reduzr os rscos do nvesmeno em ecnologas de pona ou alamene dnâmcas. À medda que o país promova a ransformação esruural e gradavamene adqura graus de lberdade em relação à resrção de balanço de pagamenos, as polícas macroeconômcas recobram sua auonoma, e podem evolur para o esabelecmeno de uma axa de juros relavamene baxa e de uma axa de câmbo esável, de forma a melhorar as condções de fnancameno e esmular os nvesmenos, especalmene aqueles que gerem exernaldades ou esejam lgados à novação. O papel do Esado como conduor desas polícas não sgnfca que eseja assumndo o lugar da ncava prvada. Pelo conráro, ao Esado cabe elaborar uma programação que srva de base às suas polícas para crar condções necessáras, esímulos, e procurar orenar a ncava prvada para que esa eseja em acordo com o objevo de desenvolvmeno. Não se pode absrar o conexo da globalzação no qual os países esão nserdos, mas o governo pode maner seu espaço para nfluencar o curso dos aconecmenos na economa se houver algum planejameno (...) deve-se ressalar que a preservação de odo o conjuno menconado de nsrumenos de políca macroeconômca e ndusral (desnados ao fomeno da capacação e da compevdade) connua conferndo ao Esado não só o espaço nsuconal como os meos para nerferr foremene na dreção e rmo em que as esraégas empresaras reagem e se ajusam a um deermnado quadro compevo global. O que muda de forma sgnfcava é a auonoma para a defnção de rumos e meas para as polícas, que se reduz drascamene dane da globalzação (...) Possas, M. (1996, p.18).

89 3. Um Modelo Mulsseoral Abero 3.1 O modelo orgnal e as alerações proposas Ese capíulo apresena a esruura de um modelo mulsseoral que represena uma economa abera e que perme reraar a dnâmca resulane da neração das decsões dos agenes econômcos por meo de smulações. O uso de um modelo de smulação, por possblar a adoção de hpóeses menos smplfcadoras na deermnação das varáves, é adequado para a análse de rajeóras geradas em um ambene de ncereza, onde não há endênca ao equlíbro e no qual os agenes êm raconaldade lmada e adoam ronas. Esa versão esá baseada no modelo apresenado no argo Um modelo macrodnâmco mulsseoral de 24, desenvolvdo por Possas, Dweck e Ref a parr da versão orgnal elaborada por Possas em sua ese de douorado (1983) e descro de forma smplfcada no argo de Ese modelo ncorpora os fundamenos Keynesanos e Kaleckanos apresenados no prmero capíulo e em sua dnâmca pauada no prncípo da demanda efeva e nos efeos mulplcador e acelerador. A presene ese procurará ncorporar um maor dealhameno à pare do seor exerno, do seor fnancero e das polícas econômcas, de forma a permr o esudo da dnâmca de crescmeno lmado dos países em desenvolvmeno com problema esruural de balanço de pagamenos, exposa no capíulo aneror. O modelo, em seu eságo aual, sem a nserção das alerações proposas nesa ese, nclu os seores de bens de consumo (duráves 215 e não-duráves 216 ), bens nermedáros (mealúrgcos 217, químcos 218 e ouros 219 ), bens de capal 22, agrculura 221 e servços 222. O 215 Ulzando-se a classfcação ndusral do IBGE para o Brasl, seram: fabrcação de aparelhos e equpamenos de maeral elerônco; fabrcação de auomóves, camnhões e ônbus; fabrcação de ouros veículos, peças e acessóros. 216 Fabrcação de produos farmacêucos e de perfumara; ndúsra êxl; fabrcação de argos do vesuáro e acessóros; fabrcação de calçados e de argos de couro e peles; ndúsra do café; benefcameno de produos de orgem vegeal, nclusve fumo; abae e preparação de carnes; resframeno e preparação do lee e lacínos; ndúsra do açúcar; fabrcação e refno de óleos vegeas e de gorduras para almenação; ouras ndúsras almenares e de bebdas; ndúsras dversas. 217 Exrava mneral (exceo combusíves); sderurga; mealurga dos não-ferrosos e fabrcação de ouros produos mealúrgcos. 218 Exração de peróleo e gás naural, carvão e ouros combusíves; fabrcação de elemenos químcos nãoperoquímcos; refno de peróleo e ndúsra peroquímca; fabrcação de produos químcos dversos; ndúsra de ransformação de maeral plásco. 219 Fabrcação de mneras não meálcos; serraras e fabrcação de argos de madera e mobláro; ndúsra de papel e gráfca; ndúsra da borracha. 22 Fabrcação e manuenção de máqunas e raores; fabrcação de aparelhos e equpamenos de maeral elérco; consrução cvl.

90 seor agrícola é modelado como um seor que aende à demanda por nsumos e, em menor proporção, por bens de consumo não-duráves; e o seor de servços, da mesma forma, segue, em pare, a lógca de um seor de bens nermedáros e, em pare, a lógca de um seor de consumo. A produção de cada seor é programada a parr das expecavas de venda e resrngda pela capacdade nsalada e pelos nsumos dsponíves. O período de referênca no modelo é o período de produção. Um ano é composo por quaro períodos de produção e o período de nvesmeno, empo necessáro para consrução das máqunas e equpamenos, em a duração de um ano e meo. A demanda de bens nermedáros derva da produção prevsa, consderada a marz nsumo-produo como referênca. A demanda por bens de consumo é função lnear da renda das classes e dos gasos do governo. A demanda por bens de capal é dervada das decsões de nvesmeno, que conemplam: ) o ajuse da capacdade produva com base nas vendas prevsas; ) a reposção de capacdade produva deprecada; e, ) o nvesmeno auônomo em modernzação. A conversão de capacdade produva para bens de capal é fea ulzando-se a relação ncremenal capal-produo de cada seor. O nvesmeno esá sujeo a uma resrção fnancera, consderando-se seu grau de endvdameno. Denre eses elemenos de demanda, os gasos do governo com nvesmeno e consumo, assm como as exporações, são exógenos; os demas são deermnados endogenamene. A parr da demanda nerna é possível defnr as encomendas efevas que recebem os seores, desconando a parcela dreconada à mporação e adconando a demanda por exporação. As vendas observadas são deermnadas pelas encomendas e lmadas pela ofera, gual à produção mas o esoque dsponível, confrmando ou não as expecavas dos oferanes. Uma vez realzadas as vendas, fcam defndos os esoques de produos, a quandade de nsumos e a capacdade produva que deém cada seor, assm como a quandade de bens de consumo adqurda. Os preços de venda são espulados a parr de mark-ups sobre os cusos varáves unáros. O mark-up, por sua vez, deermna a apropração funconal da renda em cada seor, ao defnr a dvsão enre o excedene bruo (reduzdo ao lucro, por smplcdade) e os saláros, 221 Agropecuára. 222 Servços ndusras de uldade públca; comérco; ranspore; comuncação; nsuções fnanceras; servços presados às famílas; servços presados às empresas; aluguel de móves; admnsração públca; servços prvados não- mercans.

91 dada a dvsão enre eses e as maéras-prmas nos cusos varáves. O lucro bruo oal é calculado pela soma dos lucros dos seores, obdos pela dferença enre a recea de venda e as despesas com nsumos e saláros; e o saláro oal é gual ao saláro unáro mulplcado pela produção efeva, mas o saláro do seor públco. A parr da renda funconal é possível defnr a renda pessoal dsponível de cada classe, resulane dos lucros dsrbuídos e dos saláros, desconados os mposos dreos. Fnalmene, o produo nerno bruo da economa é gual à soma do lucro oal mas os saláros mas os mposos ndreos pagos ao governo. O governo é raado de manera smplfcada na versão do modelo apresenada no argo de 24: as receas advêm dos mposos dreos e ndreos, que êm uma esruura fxa pré-deermnada, e os gasos são defndos de forma a se alcançar a mea de superáv, segundo uma dsrbução proporconal fxa enre saláro, consumo e nvesmeno. O seor exerno ambém é raado de manera smplfcada, reduzdo às ransações que envolvem a balança comercal. As exporações são calculadas com base na renda exerna, no coefcene e nas elascdades-renda e -preço das exporações. As mporações são deermnadas de manera análoga à demanda dreconada aos seores naconas. As axas de juros e câmbo são mandas consanes. A prncpal aleração em relação à esruura básca do modelo fo fea sobre o funconameno do seor agrícola. Sua produção não era lmada pela capacdade produva e o seor não realzava demanda por bens de capas, consderando-se smplfcadamene como um seor rabalho-nensvo e a possbldade do uso exensvo de erras. No mercado nerno, ese seor desnava cera proporção de sua produção para venda de bens de consumo e aenda à demanda por nsumos. Todo o excedene da produção que não era demandado na economa do país era exporado. Nese conexo, o seor não preva formação de esoques na decsão de produção, sendo consderada a dsponbldade de um esoque regulaóro arbráro no níco de cada período. O preço de venda para consumo era flexível e o preço de venda de nsumos, deermnado pelo preço nernaconal das mercadoras, assm como o preço para exporação. Na presene versão, o seor agrícola passa a er sua produção resrngda pela capacdade produva e passa a demandar bens de capal no período de nvesmeno, da mesma forma que os demas seores, represenando a aqusção de máqunas e equpamenos ulzados em sua avdade. O seor connua produzndo para aender à demanda nerna por consumo e nsumos e às exporações. Uma mudança mporane esá no fao de que as exporações dexam de ser resduas e passam a depender de um coefcene de exporação.

92 As hpóeses de que ese seor não era resrção de capacdade produva e que vendera odo seu excedene no mercado exerno poderam levar, no lme, à elmnação da resrção de balanço de pagamenos. Sua produção agora passa a prever a formação de esoque e a evenual resrção, caso o seor não seja capaz de aender oda sua demanda, que erá o mesmo mpaco sobre seus rês mercados. O preço de venda no mercado nerno, ano para consumo como para nsumo, dependerá da demanda aendda, podendo gerar nflação se houver escassez de produo; e o preço de exporação connua sendo o preço nernaconal. As alerações mas mporanes, no enano, nroduzdas para permr capar a dnâmca de crescmeno dos países em desenvolvmeno, esão relaconadas ao dealhameno do seor exerno e do seor fnancero. O aprmorameno do ssema fnancero, condo denro do seor de servços, perme o gerencameno das dívdas e das aplcações fnanceras dos seores, das classes e do governo, que passam a receber o reorno por suas aplcações, porém passam a pagar os juros sobre a dívda, endo os spreads e seus gasos nfluencados pelo grau de endvdameno exsene. No caso do seor exerno, quano ao comérco exeror, foram feas pequenas alerações, nclundo a hpóese de uma axa de crescmeno consane da economa mundal e uma axa de nflação para os preços nernaconas dferencada enre os seores. Anda, passou a ser consderada a nfluênca dos preços relavos e do nvesmeno auônomo sobre o coefcene de exporação. Ese úlmo busca refler algum mpaco do nvesmeno em modernzação sobre a compevdade, apesar de o efeo ser muo pequeno, sufcene apenas para evar grande perda relava de posção compeva nernaconal. Ouras alerações dzem respeo à ncorporação da enrada de IDE, dreconado ao nvesmeno produvo; do capal esrangero de curo prazo, orenado por avalação de renabldade; e da conração de emprésmos pelos seores e pelo governo, ulzados pelos prmeros para fnancar o nvesmeno e pelo governo para conrolar o esoque de reservas. As conrapardas deses capas são: o lucro renvesdo, os lucros, dvdendos e juros remedos ao exeror e as amorzações. Nese sendo, fo nroduzda oda a pare da cona de servço de faores e dealhada a cona de capal. As relações resulanes enre a composção do passvo exerno líqudo, passvo exerno de curo prazo, as exporações e as reservas deermnam o rscopaís, so é, o spread pago sobre a dívda exerna. Vejamos a segur as prncpas conseqüêncas dessas modfcações sobre os agenes da economa.

93 No caso dos seores, a resrção fnancera nfluencará a possbldade de uso de recursos própros, IDE ou endvdameno para demandar bens de capal. Os recursos própros do seor, acumulados para fnancar o nvesmeno, permanecem aplcados no ssema fnancero naconal, sendo remunerados à axa de juros de referênca da economa. A enrada de IDE conrbu para aqusção de bens de capal do seor e o capal esrangero passa a er dreo sobre pare dos lucros e dvdendos. No caso do endvdameno, ese poderá ser realzado em pare no país e em pare no exeror, sendo a proporção deermnada em função do poencal exporador do seor. A compra de nsumos, por pare dos seores, ambém é fnancada com capal de gro, que é somado à dívda e gera obrgação de pagameno de juros. Para cada seor exse um grau de endvdameno aceável que, em comparação com o endvdameno presene, condcona a possbldade de conração de novas dívdas e a necessdade de dreconameno de recursos líqudos para amorzação, além de deermnar o spread do seor. As classes, assm como os seores, ambém recebem um reorno por suas aplcações e pagam juros sobre as dívdas. Com a enrada de IDE na economa, os lucros dos seores dsrbuídos às famílas passam a desconar os dvdendos pagos ao capal esrangero e que serão envados ao exeror. O grau de endvdameno das classes, comparado a um nível mínmo consderado normal e ao nível máxmo aceável, condconará a necessdade de pagameno de pare da dívda, a mposção de cores no consumo auônomo e o spread adconal à axa de juros de referênca. No caso do governo, com o dealhameno do seor exerno, além de buscar uma mea de superáv fscal, ese passa a exercer o conrole da axa de câmbo e da axa de juros. O conrole de câmbo é feo aravés da nervenção no mercado de dvsas, quando necessáro, buscando-se a manuenção da axa efeva denro de uma banda cambal. Quano à axa de juros, esa é defnda com o objevo de maner a nflação denro das meas esabelecdas e procurando susenar as reservas em níves consderados seguros segundo padrões nernaconas, dado o passvo exerno de curo prazo exsene no país. Na próxma seção será feo um dealhameno do modelo para em seguda serem aponados alguns resulados obdos com as smulações.

94 3.2 O modelo Produção programada A produção programada 223 dos seores, pp x,, é deermnada em função das vendas prevsas para o período, vp x,, consderando a proporção sobre as vendas que se deseja maner em esoque, σ, para fazer frene a mudanças mprevsas na demanda, e desconando o esoque acumulado do período aneror, x s, 1. Ese valor esará sujeo à resrção mposa pela capacdade produva exsene, x, 1, endo em vsa a margem de sobreulzação 224, β. Assm, a produção programada para o período é dada por: ( + ) x s, 1 x σ, pp, = x vp, 1 sujeo a pp x, x, 1 β. As vendas prevsas dos seores são calculadas a parr da exrapolação das encomendas efevas recenes, e x, z : e e e e ( x ) ( ), 1 + x, 2, 3 +, 4 ( x x e, 3 + e, 4 ) x x e e x + =, 1 x, 2 x vp, 1 + γ, 2 onde γ é o faor de exrapolação das encomendas usado pelo seor e que represena o grau de confança em suas expecavas. O seor de bens de capal produz sob encomenda: sua produção programada é defnda em função da demanda observada no período, e x k,, esando sujea à resrção mposa pela capacdade produva exsene, dada a margem de sobreulzação: e x pp k x k,, =, sujeo a x x β. pp k, k, 1 k Como será vso adane, os dversos seores da economa formulam sua demanda por bens de capal no níco de seus períodos de nvesmeno, gerando encomendas que serão aenddas pelo seor produor de máqunas e equpamenos ao longo dos períodos de 223 A decsão de produção segue Mezler (1941); ver Gandolfo (1985, p.9), ambém usada em Possas, M. (1983) e Possas, Koblz e al. (21). 224 Esa sobreulzação é possblada pelo uso de hora-exra de rabalho e de equpamenos.

95 produção. Nese sendo, as encomendas que orenam a produção dese seor resulam de decsões de nvesmeno omadas em períodos passados. Já no caso dos seores nermedáros, eses ambém produzrão sob encomenda, que será, no enano, gerada no própro período de produção a parr da demanda de odos os seores por nsumos para serem usados na produção do período segune. Eses seores defnem sua produção programada com base nas vendas prevsas apenas para servr como referênca à demanda-exra por nsumos, que será explcada na próxma seção, e para o cálculo de sua própra demanda por nsumos para serem usados na produção do próxmo período Demanda por bens nermedáros A quandade de nsumos necessáros para realzar a produção programada de cada seor é dada por: ( a a m, ) j pp x n, j, x,, j, +, =, onde a = a + ( a m, j, 1 a m, j, ), j,, j, 1 é o coefcene écnco de nsumos naconas, defndo em função de seu valor no úlmo período e da varação no valor do coefcene de nsumos mporados, m a 225, j,. Uma vez defnda a produção programada do período, consdera-se a possbldade de haver uma demanda exra por nsumos (que poderá ser aendda no níco do período pela venda de esoques dos seores nermedáros), dando margem a algum ajuse em relação às expecavas que orgnaram a demanda por nsumos no período aneror. A demanda-exra por nsumos, x de, j,, é defnda pela dferença enre a quandade necessára de nsumos para realzar a produção programada e os nsumos de que dspõe o seor em esoque, x s, j, 1 : x x x. de,, = n,, s j j, j, A deermnação do coefcene écnco de produos mporados será apresenada na seção sobre o seor exerno.

96 A proporção, que em em esoque, de φ, vs x, que o seor nermedáro consegue aender vendendo os produos vs x,, é função do oal de demanda-exra que recebe: de, φ, =, de x,, sujeo a x vs, x s, 1. Com esas vendas, o esoque de produos dos seores nermedáros resane no níco do período, sr x,, é calculado pela dferença enre o esoque do período aneror, x s, 1, e as vendas realzadas para aender à demanda-exra por nsumos, vs x, ; para os demas seores, seus esoques permanecem nalerados: sr, = x s, 1 x. A compra exra de nsumos realzada por cada seor é deermnada mulplcando-se a demanda-exra pela proporção da demanda aendda pelos seores nermedáros: de x ce,, x de,, φ, =. Logo, após er sdo realzada esa rodada exra, a quandade de nsumos de que dspõe cada seor para a realzação de sua produção programada é dada pela soma de seus esoques com o oal de nsumos comprados no níco do período: s ce x d, j, x, j, 1 + x, j, =. A quandade de nsumos que será gasa no período é deermnada pelo produo dos nsumos necessáros à produção programada pela proporção de nsumos dsponíves, ρ,. Tal proporção é gual ao valor da menor razão, consderando-se cada um dos bens nermedáros, enre os nsumos dsponíves e os nsumos necessáros à produção do seor: d x, j, ρ =, mn j n. x, j, O esoque resane de nsumos que não serão ulzados na produção correne, sr x j,,, é defndo pela dferença enre os nsumos dsponíves e os nsumos que serão gasos: ( x n, ) j, d x sr, j, x, j, ρ, =. Cada seor calcula sua demanda por nsumos que deverão ser produzdos no período correne para serem usados na produção do período segune com base na exrapolação da produção programada e desconando o esoque resane de nsumos:

97 x d j, ( x e ) ( ), 1 + x e e e (, 2 x, 3 + x e e ), 4 x, 3 + x, 4 pp, = x, 1 + sr γ a, j, x, j,. Os seores de bens nermedáros demandam exaamene a quandade de nsumos que acredam precsar para produzr no período segune, sem desconar o esoque resane, anda desconhecdo uma vez que sua produção no período presene será função das encomendas de nsumos feas por odos os seores e não de sua produção programada. O seor agrícola, enreano, não produz sob encomenda, segundo a mesma regra que os demas seores. A encomenda que recebe cada seor nermedáro em função da demanda nerna pelos nsumos que produz é dada por: d x e, x,,, = A encomenda oal de nsumos recebda por cada seor de bens nermedáros, que deverá ser aendda com a produção do período correne, é defnda pela soma da demanda nerna com as exporações, ex x,. e e ex x, x, + x, =. Como os seores de bens nermedáros produzem sob encomenda, enão a produção de nsumos desejada será dferene da produção programada ncalmene, sendo deermnada, denro dos lmes da capacdade produva exsene e da margem de sobreulzação, pela soma das encomendas efevas recebdas no período mas a proporção de esoque planejado menos o esoque de produos resane no níco do período: ( + ) x sr e x pd, x, 1, = σ, sujeo a pd x, x, 1 β. No caso do seor agrícola, que é um seor nermedáro que não produz sob encomenda, sua produção desejada connua sendo função das vendas prevsas. No enano, como o seor ambém realza venda de esoques no níco do período para aender à demanda exra de nsumos, o esoque exsene passa a ser sr x a, e não mas s a, 1 x : ( + ) x sr a vp x pd a, = x a, 1 σ a,

98 A resrção mposa pela dsponbldade de nsumos, ρ,, à produção desejada dos seores acma (nermedáros e agrícola) será calculada da mesma forma que a resrção consderada sobre a produção programada ncal. Também, o cálculo do esoque de nsumos que não serão ulzados na sua produção correne, sr x j,,, é resulado da dferença enre os nsumos dsponíves e a mulplcação dos nsumos necessáros à sua produção desejada pela proporção de nsumos dsponíves Demanda por bens de consumo A demanda nerna por bens de consumo é realzada pelas famílas, dsrbuídas enre quaro classes de renda, e pelo governo. A demanda das dferenes classes por bens de consumo de cada seor é calculada mulplcando-se a renda real méda, deermnada em função da defasagem consderada 226, pela respecva propensão a consumr (decrescene com a faxa de renda) e somando o consumo auônomo: c n X x z X = z= 1 X ca X x c c c, + xc, n,, onde X, ca x,, X c X x z e X c c. represenam, respecvamene, as classes de renda A, B, C e D, a demanda auônoma por consumo, as rendas reas e as propensões a consumr. Esas úlmas são deermnadas da segune forma: m X m X ( c c ) X c X c, = c c, 1 + c, 1 c,, X onde c c, 1 é o valor do úlmo período da propensão a consumr bens naconas de cada m X m X seor por cada classe de renda e ( c ) c c, 1 c, represena a varação do valor da propensão a consumr bens mporados. O monane de recursos desnados ao consumo auônomo por cada classe de renda é deermnado em função dos juros, buscando refler seu mpaco sobre o cuso do fnancameno, e do grau de endvdameno da classe, que pode mpor resrções a ese gaso: 226 Para a classe A, a defasagem é de 4 períodos; para classe B, é de 3; para classe C, é de 2; e, para classe D, é de 1.

99 ca X ca X ca j j 1 j 2 y = y 1 1 ξ, j 2 ca X ca X ca X y y 1 =, X onde 1 {,.5,1 } ca 227 represena a proporção efevamene desnada ao consumo auônomo em função da resrção mposa pelo grau de endvdameno e ca j ξ, o mpaco da varação dos juros sobre o monane desnado ao consumo auônomo. Conseqüenemene, a demanda auônoma de cada classe por bens de consumo de cada seor é dada por: y π ca X ca X X x c, = ca X c, 1, onde ca, é a proporção do monane do consumo auônomo dreconada a cada seor X c naconal produor de bens de consumo 228, defnda de manera análoga à propensão a consumr, e π X 1 é o índce de preços ao consumdor calculado de acordo com a cesa de consumo de cada classe de renda. A demanda por bens de consumo do governo é obda mulplcando-se o oal de seus gasos, g G G y, pela proporção de bens consumdos de cada seor, c c. Para deermnar a demanda do governo em ermos de undades de produo, ese valor é dvddo pelo preço dos bens de consumo pracado no úlmo período, p, 1 : c y g G c G G x c, = c c. pc, 1 Assm, a demanda nerna para cada seor de consumo é dada por: D c X c G x e c, = xc, + xc, X = A, 227 A deermnação do valor que assume ese parâmero será apresenada adane. cac c, = 1 ( ) 228 X m X + ca,, onde m ca, é a proporção do monane do consumo auônomo de cada classe X c dreconada a cada seor exerno produor de bens de consumo.

100 A encomenda oal para os seores de bens de consumo é deermnada pela demanda nerna mas as exporações do seor: e ex x e c, x c, + x c, = Invesmeno O nvesmeno em capal fxo para repor e amplar a capacdade produva é realzado consderando-se as expecavas de venda e as lmações mposas pela suação fnancera do seor. Os seores aualzam sua capacdade produva uma vez a cada um ano e meo período de nvesmeno (equvalene a ses períodos de produção), nervalo de empo necessáro para que os bens de capal demandados sejam produzdos e esejam dsponíves para uso. A avalação de nvesmeno dos dversos seores é dsrbuída ao longo desse período de forma que a demanda para o seor produor e a enrada em operação das novas nsalações não fquem concenradas num pono no empo. O cálculo da necessdade de amplação da capacdade produva é feo em função das encomendas esperadas para os ses períodos de produção segunes à enrega dos bens de capal. Esas encomendas são calculadas a parr da méda das encomendas efevas dos úlmos ses períodos e de sua projeção de crescmeno: x 5 e x, z ee z =, 1 = 6 + γ 5 z = x e, z 11 z = 6 x 11 z = 6 e, z x e, z 2. O cálculo do nvesmeno leva em cona as vendas prevsas, a reposção da capacdade desgasada e a necessdade de ajuse frene a erros passados de prevsão. Porano, a varação de capacdade produva desejada é deermnada pela dferença enre as encomendas esperadas e a capacdade produva exsene, desconada a deprecação que ocorrerá no nervalo e consderando a margem de esoque preendda, ulzação da capacdade produva desejado, α. σ, e o grau de Δx = x 1+ σ x α ( 1 δ ) d ee,,,,

101 onde δ é a axa de deprecação da capacdade produva ao longo do período de nvesmeno. Além dos nvesmenos nduzdos, os seores realzam a cada ses períodos um volume de nvesmeno auônomo defndo como uma proporção, ka, de sua capacdade produva. Como explcado na nrodução, apesar de ese modelo não endogenezar a dnâmca concorrencal-novava, supõe-se que o nvesmeno auônomo é dreconado à modernzação dos seores, pela subsução das máqunas e equpamenos mas angos por ouros mas novos, sem aleração quanava na capacdade produva, mas permndo a geração de produos qualavamene superores e, logo, mas compevos nernaconalmene. Porano, o nvesmeno auônomo desejado será defndo como: x kad, ka x, =. A demanda efeva por capacdade produva depende do nvesmeno nduzdo pela expecava de vendas fuuras, do nvesmeno auônomo e da resrção fnancera do seor. A ordem de prordade para os nvesmenos, caso se mponha a resrção fnancera, é a reposção da capacdade produva deprecada, seguda pela expansão da capacdade produva e por úlmo é realzado o nvesmeno auônomo em modernzação. O cuso do nvesmeno desejado é calculado com base em uma esmava do valor dos bens de capal naconas e mporados a parr dos preços correnes e supondo que oda demanda será aendda. Para garanr que a capacdade produva demandada equvale a um número nero de undades de bens de capal, oma-se o nero de sua mulplcação pelo coefcene de capal, b, que ransforma capacdade produva em undades de bem de capal, e depos se dvde pelo mesmo coefcene. Caso o seor não dsponha de recursos, enão não haverá nvesmeno. Na suação oposa, se o seor dspuser de recursos sufcenes para cobrr o valor dos bens de capal que serão encomendados, odo nvesmeno desejado poderá ser demandado. Nese caso, a demanda por capacdade produva será gual a: x kd, n = [( x ) ] kad d, + Δx, b b.

102 Se os recursos dsponíves não forem sufcenes para fnancar odo o nvesmeno desejado, enão a demanda será deermnada em função dos recursos exsenes, F y 229, : x kd, y n = F, p k ( 1 m ) k, b + y p F, f k, k m e 1, onde k m é o coefcene de mporação de bens de capal; p, e k p, são, respecvamene, f k os preços cobrados pelos seores de bens de capal naconal e esrangero; e, e 1 é a axa de câmbo da economa, deermnada no fnal do período aneror. O nvesmeno nduzdo que gerará demanda por bens de capal, k x,, será gual ao mínmo enre aquele deermnado a parr das expecavas de vendas fuuras, Δ d x,, e a demanda realzada por capacdade produva, kd x,, endo em vsa a resrção fnancera do seor. O mpaco da resrção fnancera sobre o nvesmeno nduzdo pode ser auferdo pela razão enre o realzado e o desejado. A demanda de cada seor resulane do nvesmeno auônomo, ka x,, é gual à dferença enre o oal da demanda efeva, x kd,, e aquela orgnada pelo nvesmeno nduzdo (proráro), k x,. O governo ambém realza nvesmenos, que são calculados em ermos de demanda por undades de bens de capal omando-se o nero da mulplcação de seu coefcene de nvesmeno, p, : k G k, pelos gasos do período dvddos pelo preço cobrado pelo seor de capal, k x G g G y G = n k. pk, A demanda nerna que recebe o seor de bens de capal é deermnada pela soma da demanda resulane do nvesmeno de cada um dos seores, desconada a proporção que será dreconada à mporação, com a demanda do governo. Não só a avalação de nvesmeno dos dversos seores é dsrbuída no empo, conforme já colocado, como ambém a demanda resulane desa avalação é dsrbuída unformemene ao longo dos ses períodos de produção condos no período de nvesmeno. Desa forma, o cálculo da demanda por bens de capal 229 Esa varável, recursos exsenes, será deermnada adane, na seção Resrção fnancera dos seores.

103 recebda pelo seor produor a cada período de produção consdera a defasagem correspondene do seor demandane e apenas 1/6 do valor de seu peddo oal. A mulplcação pelo coefcene de capal é necessára para ransformar a demanda por capacdade produva em undades de bens de capal: onde x x k k k k G ( 1 m ) + x G = x KD ( ), 1 m + x kd e, z k, = b, 6 z represena a defasagem correspondene ao níco do aual período de nvesmeno de cada seor. As encomendas oas para o seor de bens de capal são deermnadas em função da demanda nerna por seus produos mas as exporações: e ex x e k, x k, + x k, = Produção efeva, vendas observadas e demanda aendda A produção efeva de cada seor no período será deermnada em função da resrção mposa pela dsponbldade de nsumos à realzação da produção programada: pp x p, x, ρ, =. No caso dos seores nermedáros, conforme já explcado, a resrção é mposa sobre a produção de nsumos desejada, pd x,, e não sobre a produção programada. As encomendas efevas recebdas por cada seor, e x,, são deermnadas a parr do oal da demanda por seus produos, nclundo as exporações. As vendas observadas são defndas pelo mínmo enre as encomendas e a produção efeva mas o esoque resane de cada seor, ou seja: v e x x,, =, sujeo a +. v p sr x, x, x, No caso dos seores nermedáros, deve ser somada a venda de nsumos a parr dos esoques para aender à demanda exraordnára no níco do período, vs x,. O resulado da

104 confronação enre ofera e demanda rá confrmar ou não as expecavas dos agenes consderadas na decsão de produção e nfluencará o comporameno das expecavas fuuras, com mporanes conseqüêncas sobre a dnâmca da economa. O percenual da demanda que cada seor consegue aender é defndo a parr da razão enre as vendas e as encomendas efevas: e, = x x v, e φ, onde [,1] e, φ., A parcela da demanda nerna não aendda pelos seores naconas gera uma demanda exra por mporações, que complemena a produção local: e ( x e ex ) ( ), x, me x, 1 φ, =. me Consderando que oda a demanda exra por mporações será aendda logo, φ 1,, = enão a proporção da demanda nerna sasfea por produção nerna ou exerna ambém será gual à undade: e m φ = φ + φ 1,,,, = m e me onde φ ( φ ), = 1 φ.,, O esoque de produos acabados no fnal do período será calculado somando-se o esoque resane de produos no níco do período à varação de esoques, gual à dferença enre o que fo produzdo e a quandade vendda: sr p v x s, x, + x, x, =. O esoque de nsumos de que dspõe cada seor no fnal do período para ser ulzado na produção do período segune é calculado pela soma dos esoques de nsumos que não foram ulzados na produção correne com a demanda por nsumos naconas, d x j,,, e mporados, dm x, j,, aendda no período: s sr d dm x, j, x, j, + x, j, + x, j, =.

105 A compra de produos de cada seor de bens de consumo efevada pelas classes de renda é deermnada em função da demanda e da proporção que fo aendda nernamene ou por mporação: e c m x c c, x c, + x c, =. A capacdade produva de cada seor é calculada a parr da soma da capacdade produva exsene com a aqusção de bens de capal no fnal do período e desconada a deprecação. A capacdade do seor só esará varando nos períodos que concdrem com o fnal de seu período de nvesmeno. O acréscmo de capacdade produva é deermnado em função da demanda gerada pelo nvesmeno nduzdo e da parcela que fo aendda pela produção nerna ou pela mporação ao longo dos úlmos ses períodos: Δ x 5 k k k ( m z ) k, z + m z = x, k 5, 6 x, = z= z= φ, onde φ 1 é a proporção da demanda nerna por bens de capal aendda va produção k, z = naconal ou mporação exra. A deprecação do esoque de bens de capal de cada seor é calculada mulplcando-se a capacdade produva pela axa de deprecação ao longo de seu período de nvesmeno. Para garanr que a deprecação será expressa em ermos de um número nero de bens de capal, mulplca-se a deprecação pelo coefcene de capal e oma-se o nero, que é enão dvddo pelo coefcene. x n = δ,, ( x ) δ b b. Assm, a capacdade produva dsponível no fnal do período de nvesmeno do seor é: x δ, = x, 1 + Δx, x, 6. A capacdade produva subsuída em função do nvesmeno auônomo ambém será calculada consderando-se a demanda e a proporção aendda pelos seores naconas e esrangeros produores de bens de capal ao longo dos úlmos ses períodos:

106 x 5 k k ka ( m ) + m = x ka 5 ka, 6 x, = 1 z k, z z, 6 6 z= z= Preço e Renda φ. O preço de cada seor é formado pela aplcação de um mark-up sobre os cusos varáves unáros, so é, sobre a soma dos cusos salaras unáros com o cuso unáro dos nsumos naconas e mporados:, = κ w +,, j, j, 1 j f ( a p + a m, j, p j, 1 e ) p 1 onde κ é o mark-up e w é o saláro por undade de produção. No caso do seor agrícola, o preço cobrado pelos produos exporados é deermnado pelo preço nernaconal e o preço dos produos venddos no mercado naconal é calculado segundo o mark-up, porém sofrendo a nfluênca da proporção da demanda que o seor não consegue aender: e p [ 1+ ξ a ( )] φ φ e a p a, pa, 1, =, onde e φ p ξ a reflee a sensbldade do preço à proporção da demanda não-aendda. O preço dos produos no mercado nernaconal apresena alguma nflação, defnda f como um parâmero consane e dferencado enre os seores, π. p ( + π f ) f f, = p, 1 1. A recea dos seores é função do preço cobrado no período e das vendas realzadas, desconados os mposos ndreos pagos ao governo: y ( 1 τ ) = y rb ( ), τ r v, = x, p, 1, onde τ é a alíquoa de mposo ndreo e y rb, é a recea brua anes dos mposos. A recea do seor agrícola é calculada consderando a especfcdade dos dferenes preços pracados pelo seor no mercado nerno e nernaconal.

107 O cuso unáro da maéra-prma ulzada na produção de cada seor é deermnado a parr da soma do cuso dos nsumos naconas com o cuso dos nsumos mporados. O prmero é calculado mulplcando o coefcene écnco pela proporção da demanda aendda e pelo preço do nsumo naconal; o segundo é resulado do produo da mporação exra mas o coefcene écnco de mporação pelo preço dos nsumos mporados e pela axa de câmbo. Por suas caraceríscas de mprevsbldade e urgênca, é cobrado um ágo de 1% sobre a mporação exra, gual à pare dos nsumos que são mporados para complemenar a parcela que os seores naconas não foram capazes de aender. e m m f [ ( a, j, j, 1) p j, 1 + ( 1. a, j, φ j, 1 + a, j, ) ( p j, 1 e )] y cu, = φ 1. 1 j As despesas oas de produção do seor são calculadas pela soma dos cusos dos nsumos com os gasos com saláros. O saláro por undade de produção é um parâmero prédeermnado para cada seor e os gasos do seor com saláro são calculados mulplcando-se ese saláro unáro pelo nível de produção efevo supõe-se conrao de rabalho flexível, em que a conraação é realzada apenas depos que se consaa o quano se em de nsumos dsponíves para poder produzr: ( w + y cu ), x p y c,, =. O capal de gro é usado para fnancar os nsumos adqurdos no período, so é, os nsumos exra demandados e a compra de nsumos naconas e mporados que serão ulzados na produção do período segune. O esoque de capal de gro fnancado por erceros será acrescdo a cada período da dferença enre os gasos com a compra de nsumos e o pagameno realzado pelo seor dos nsumos usados na produção do período correne: y e f [( x ) ( ) ] ce, m m ( cu p ) j, + x d, j, p + 1, x d, j, φ j, + x, j, p j, e y, x, kg kg, y, 1 + j, j, 1 j = φ. 1 O lucro, l y,, é calculado pela dferença enre as receas e as despesas de cada seor: r c y l, y, y, =. O lucro oal da economa, y L,, é defndo a parr da soma do lucro de odos os seores. O saláro oal é calculado pela soma dos saláros pagos pelos seores com os saláros pagos pelo governo. Quano ao governo, uma proporção dreconada para o pagameno de pessoal: ω G de seus gasos é

108 G g G ( x p ) w + y y W =, ω. O PIB pela óca dos rendmenos é calculado somando-se o lucro oal com os saláros oas mas os mposos ndreos arrecadados pelo governo: Y L W τ = y + y + y. O índce geral de preço 23, π, é calculado com base no índce de Paasche, a parr das vendas para o mercado nerno e dos preços correnes e do período ncal, p. O valor agregado real (ou renda agregada real) é obdo pela razão enre o valor agregado nomnal e o índce de preço da economa. O valor agregado em moeda esrangera é obdo dvdndo-se o valor agregado em moeda naconal pela axa de câmbo. A axa de crescmeno anual da economa é calculada com base no valor agregado dos úlmos quaro períodos e dos quaro períodos anerores a eses. A axa de crescmeno acumulada é calculada no fnal do ano em relação aos quaro prmeros períodos Resrção fnancera dos seores A avalação da suação fnancera do seor é fea a cada período de nvesmeno e é a resrção fnancera que delmará a possbldade de o seor efevar sua demanda desejada por bens de capal 231. Os recursos dsponíves são composos pelos recursos própros, recursos do nvesmeno dreo esrangero e recursos de erceros obdos aravés do endvdameno. Os prmeros são formados pelos lucros redos e pelo fundo para reposção dos bens deprecados. A enrada de nvesmeno dreo esrangero é função da parcpação do capal esrangero nos seores. Quano ao acesso a recursos de erceros, ese dependerá da comparação enre o grau de endvdameno e o grau de endvdameno aceável. O lucro redo a cada período é gual ao oal do lucro do seor, somado o reorno das aplcações fnanceras, rj y,, e desconados o pagameno de juros sobre a dívda, S pj y,, o S 23 No modelo, a nflação pode resular prmaramene da varação dos preços agrícolas, por choques de preços dos produos mporados ou por aleração na axa de câmbo. 231 Conforme noa em Possas, Dweck, Ref (24, p.8): É mporane ressalar que resrção fnancera, em geral, refere-se às frmas. Enreano, dada sua mporânca para o crescmeno dos seores, essa resrção é ncorporada no modelo de forma a resrngr as encomendas de bens de capal. É uma adapação da resrção fnancera adoada em Possas, Koblz e al. (21), nsprada em Wood (1975).

109 gaso em deprecação, y δ,, o pagameno de mposos dreos ao governo e a parcela dsrbuída como dvdendo: y ( l rj S pj S δ d lr d y, + y y y ) ( τ ) ( 1 ϕ ) ( 1 λ ε ) = y, ( 1 τ ) ( 1 ϕ ) ( λ ε ) lr, =,,, 1, 1 1, 1, d onde τ é a alíquoa de mposo dreo cobrado pelo governo sobre cada seor da economa, ϕ é proporção do lucro dsrbuído aos aconsas, λ é a pare do lucro redo relava à parcpação do nvesdor esrangero, ε, 1, que será remeda ao exeror ao nvés de ser renvesda e lr y, represena o lucro redo anes do pagameno de mposos, dvdendos e de lucro ao capal esrangero. A provsão para o gaso em deprecação, desconada do lucro a cada período, é calculada a parr da capacdade produva exsene, da axa de deprecação ao longo do período de nvesmeno, do coefcene de capal e do preço dos bens de capal: δ 6 δ y, = x, 1 b pk,. Assm, o oal do lucro redo mas a provsão para deprecação compõem a varação da capacdade de fnancameno nerno do seor, y,, que será somada ao saldo de aplcações f fnanceras. Se o seor ver prejuízo, ese será ncorporado à dívda exsene. As aplcações fnanceras são usadas para cobrr os gasos por período de produção em nvesmeno, gpk y,, e para abaer pare da dívda, pd y,. Porano: af afe f gpk pd y af, y, 1 + y, + y, y, y, 1 =, onde y, é o monane de aplcações exras, cuja lógca de formação será explcada adane. afe O reorno que os seores recebem sobre suas aplcações, rj y,, é função da axa de reorno S paga pelo seor fnancero, que é gual à axa de juros básca da economa deermnada no fnal do úlmo período, j 1. Logo: rj y. S = af, y, 1 j 1

110 As aplcações são somadas ao valor do capal físco do seor, k y,, para compor seu capal oal: k af y K, y, + y, =, onde y k, x, b pk, = refere-se ao capal do seor assocado a sua capacdade produva, deermnado pelo valor dos bens de capal que possu. Para defnr o monane de recursos dsponíves de erceros, compara-se a dívda exsene, d y,, à dívda aceável, y d K = y,,, em que é seu grau de endvdameno máxmo. Se o seor esver sobreendvdado, não conará com recursos de erceros e deverá amorzar o excesso de dívdas, sd y,. O pagameno de pare da dívda, pd y,, é defndo em função do sobreendvdameno e da possbldade de ese ser cobero com as aplcações fnanceras. Se o seor esver abaxo de seu lme de endvdameno, enão a dsponbldade de recursos de erceros será dada pela dferença enre a dívda aceável e a dívda exsene: R d d y, y, y, =. O monane de recursos própros que podem ser usados para a compra de bens de capal é deermnado desconando-se das aplcações fnanceras a parcela que deve ser lq manda aplcada, y,, prezando o grau de lqudez desejado, ι, e os recursos que deverão ser dreconados ao pagameno do excesso de dívda, y, : pd F af lq pd y, y, y, y, =. Os seores conam anda com os recursos advndos do nvesmeno dreo esrangero para poder fnancar a aqusção de bens de capal. O monane dsponível para nvesmeno dependerá do valor do nvesmeno desejado e do valor de referênca da parcpação do capal esrangero no seor, ε : y ε d k [( x,, ) ] kad + Δx b ( m ) k f [ p + m p e ] εd, = 1 k, k, 1 Porano, o oal de recursos líqudos de que dspõe o seor para fnancar o nvesmeno e que pauarão sua decsão de encomenda de bens de capal é gual à soma dos.

111 recursos nernos com os recursos de erceros, mas o nvesmeno dreo esrangero dsponível: y F F R, y, + y, + = y. εd, Uma vez defndos os recursos líqudos dsponíves e, logo, a demanda efeva por bens de capal realzada pelo seor, que poderá ser gual ou menor que a demanda desejada, é possível deermnar os gasos esperados com nvesmeno: k k f [( m ) p + m p e ] y. gek, = kd x, 1 k, k, 1 O pagameno dos gasos em nvesmeno realzado com recursos própros a cada período de produção é y gpk, F y, z =, sujeo a: 6 y gpk, gek y, z. 6 seor, A enrada efeva de IDE será complemenar ao fnancameno nerno do ε gek F y, = y, y,, e dsrbuída unformemene ao longo dos ses períodos de produção segunes ao níco do período de nvesmeno, de manera que a enrada a cada período seja y εp, ε y, z =. Quano aos recursos de erceros, caso seja necessáro conraá-los para cobrr a 6 dferença enre o gaso prevso e a soma dos recursos nernos dsponíves mas o IDE, os seores erão o prazo de carênca gual ao período de nvesmeno para ncar o pagameno de juros sobre a dívda adconal. O cuso efevo dos bens de capal produzdos a cada período ao longo do período de nvesmeno é gual a: y k e m f k f {( m ) [ p + 1. φ p e ] + m p e } ck, = x KD, 1, k, 1, k, 1 k, 1 φ. No fnal do período de nvesmeno, quando ermna o prazo da carênca das novas dívdas, o seor compara o cuso efevo dos bens adqurdos ao oal pago com recursos nernos mas o nvesmeno dreo esrangero, e a dferença represenará o endvdameno efevo, que será somado à dvda exsene: 5 = ck 5 gpk ε y, z y, z + y z= z= nd y,, z.

112 Se ese valor for negavo, sgnfca que a prevsão dos gasos com nvesmeno fo sobreesmada e que o seor dspõe de um valor que será reverdo como aplcação fnancera exra, y,. afe A dívda nerna acumulada pelo seor é deermnada pela dívda pré-exsene mas o lr endvdameno exra gerado no caso de o seor ncorrer em prejuízo, y, mas a parcela do endvdameno efevo conablzada ao fnal do período de nvesmeno fnancada pelo ssema fnancero naconal, menos a proporção relava à dvda nerna paga para reduzr o sobreendvdameno. Tem-se, porano: y nd pd e ( y y ) ( ) d d lr, = y, 1 y, +,, 1,, onde e é a proporção da dívda que é conraída no ssema fnancero nernaconal 232. A dívda exerna é deermnada pela soma do esoque exsene mas a parcela do endvdameno efevo fnancada no exeror, menos a proporção paga para reduzr o sobreendvdameno. Seu valor é conablzado em moeda esrangera e converdo para moeda naconal mulplcando-se pela axa de câmbo. nd pd ( y y ) e $,, $ y de, = y de, 1 + e 1 = de y, e 1. e 1 O capal de gro fnancado por erceros, kg y,, é somado à dívda oal do seor no período, gual a: d de kg y d, y, + y, + y, =. O grau de endvdameno é deermnado pela razão enre a dívda oal e o capal oal do seor: d y,, =. K y, A axa de juros que o seor paga sobre sua dívda nerna: j, j 1 ς, =, é defnda a parr da axa de juros básca da economa, j, e do spread, calculado em função de seu grau de endvdameno: 232 O valor dese parâmero dependerá do poencal exporador do seor.

113 ς ξ ς, = 1+, 1 onde ς ξ represena a sensbldade do spread ao grau de endvdameno do seor. A axa de juros cobrada sobre o capal de gro fnancado por erceros, kg j,, em um pequeno acréscmo, kg j, em relação à axa de juros paga sobre a dívda nerna. A axa de juros que o seor paga sobre sua dívda exerna, e j,, é defnda em função da axa de juros de referênca nernaconal esabelecda no fnal do úlmo período, * j 1 = j *, do rsco país, ambém calculado no fnal do período passado, e do spread do seor: * ( j 1 + r 1) j e, = ς,. O pagameno oal de juros realzado pelo seor a cada período é defndo pela soma dos gasos com os juros sobre sua dívda exerna, sobre a dívda nerna e sobre o capal de gro: J de e d kg kg pj E pj S y, = y, 1 j, + y, 1 j, + y, 1 j, = y, + y,, onde pj S d kg kg y, = y, 1 j, + y, 1 j, Renda das classes Para deermnar a renda de cada uma das classes é precso converer a apropração funconal da renda, dsrbuída enre lucros e saláros, em rendmeno pessoal 233. A renda nomnal de cada classe é deermnada em função da proporção que lhe é desnada do lucro dsrbuído e do saláro oal, X l e X ω respecvamene. Anda, deve ser deduzdo o mposo dreo pago ao governo, exceo sobre a parcpação nos lucros, cujos mposos foram pagos anes da dsrbução. Os dvdendos desnados às famílas são a conraparda do lucro redo por um seor para fnancar o nvesmeno: y ( τ d ) ld lr, = y, 1 ϕ. 233 Como vso, são consderadas quaro classes de renda.

114 O oal dos lucros dsrbuídos na economa, LD y, é gual à soma dos lucros dsrbuídos por cada seor, desconada a parcela dos dvdendos relava ao capal esrangero e que é remeda ao exeror: ld [ y ( )] LD y =, 1 ε,. Porano, a renda nomnal de cada classe é dada por: y X X X d ( y W ω ) ( τ ) l, LD X = y + 1 onde X d τ é a alíquoa de mposo dreo de cada classe. A renda real de cada classe é deermnada pela razão enre a renda nomnal e o índce de preço ao consumdor da classe em quesão: x X X y =. X π O índce de preço para cada classe de renda ambém é calculado com base no índce de Paasche, so é, são consderados o consumo oal da classe a preços correnes e a preços C X y ncas: π X =. C X y O consumo oal de cada classe, por sua vez, é calculado pela soma do valor gaso no mercado nerno mas o valor gaso com mporação. O valor efevamene gaso dependerá enão da demanda aendda e do preço deses bens: c f m X f { x [ + ] X e m c c } + ( c ) c, c, p, 1. 1 φ c, p, e 1 x c, p, C y X = e 1 c φ, onde m X x c, é a demanda de cada classe por bens de consumo dos seores esrangeros. O oal das aplcações fnanceras de cada classe é gual ao monane acumulado mas a proporção da renda do período que não fo gasa com consumo e que será aplcada, s X y, mas a pare do reorno sobre as aplcações fnanceras que excede o pagameno de juros sobre a dívda, desconado o mposo dreo, e menos os recursos desnados a pagar a amorzação, pd X y. rj X X d pj X pd X [ y ( ) y ] y af X af X s X y y 1+ y = τ.

115 Esas aplcações são remuneradas à axa de reorno paga pelo seor fnancero, que é gual à axa de juros da economa: rj y. X = af X, y, 1 j 1 As dívdas, por ouro lado, são composas pela dívda acumulada mas o endvdameno presene, caso os gasos correnes enham sdo superores à renda, s X y, mas o pagameno de juros sobre a dívda, caso ese exceda o reorno sobre as aplcações, rj X X d pj X [ ( 1 ) y ] y τ, menos a parcela da dívda que fo amorzada: rj X X d pj X pd X [ y ( ) y ] y d X d X s X y y 1 y 1 1 = τ. O grau de endvdameno de cada classe é calculado pela razão enre suas dívdas e suas aplcações fnanceras, d X y =. af y X X A suação fnancera da classe no período deermnará o monane de dívda que deverá ser amorzado no período segune e a evenual necessdade de cores no consumo auônomo. Se o grau de endvdameno da classe esver abaxo de um nível mínmo de referênca, enão a classe não precsará abaer pare de sua dívda, pd X y =, e seu consumo ca auônomo não será afeado, = 1. Tano no caso de o grau de endvdameno esar enre o X nível de referênca, X, e o lme máxmo, X, como no caso de ese grau esar muo elevado, a classe usará suas aplcações para quar oda a pare da dívda que excede o grau mínmo aceável. pd X d X X af X = y y, y sujeo a pd X af X y y. No prmero caso, no enano, anda haverá consumo auônomo no período segune, ca apesar de ese ser reduzdo à meade dos recursos desnados a ese fm, =, 5. No caso de o endvdameno esar acma do lme máxmo, enão o consumo auônomo do próxmo ca período será oalmene resrngdo, =, de forma a coner a necessdade de conração X X

116 de novas dívdas e aumenar os recursos líqudos dsponíves para o pagameno das dívdas exsenes. O monane de juros pagos pela classe a cada período dependerá da dívda acumulada e da axa de juros da classe: pj X d X y y = 1 j ; esa é deermnada com base na axa de juros da economa 234 e no spread calculado em função de seu grau de endvdameno: X j X = j 1 ς, X onde X ς X ς = 1+ ξ 1 da classe. X e X ς ξ reraa a sensbldade do spread ao sobreendvdameno Seor Públco As prncpas caraceríscas do governo, nese modelo, são: ) a realzação do gaso públco para o pagameno de pessoal, consumo e nvesmeno; ) a arrecadação de mposos dreos e ndreos; e ) o conrole da políca econômca, por meo da mea de superáv, da deermnação da axa de juros e da nfluênca sobre a axa de câmbo. Os gasos do governo a cada período são balzados em função da mea de superávprmáro espulada para o ano. Esa mea é recalculada a cada quaro períodos, respeando o pso e o eo esabelecdos e endo em vsa a relação enre a dívda públca e o PIB da economa e a relação enre a axa de crescmeno de ambos. Se a razão dívda/pib for menor que 3%, a mea de superáv passada será reduzda num percenual pré-esabelecdo, Ω ; o mesmo ocorrendo se esa razão esver enre 3% e 4%, mas a axa de crescmeno da dívda for menor que a do PIB no úlmo ano: μ = μ 1 Ω. Se o crescmeno da dívda for maor que o do PIB, a mea do úlmo ano permanece nalerada: μ = μ 1. No enano, se a relação dívda/pib for superor a 4%, a mea de superáv será acrescda: μ = μ 1 + Ω. O oal que o governo dspõe para gasar é aualzado a cada período pela dferença enre os mposos esperados (dreos e ndreos) e o superáv alvo. Os mposos esperados são calculados a parr dos mposos do período passado sobre os quas se aplca uma projeção de crescmeno baseada na varação do PIB. E o superáv alvo do governo é dado pelo 234 Como a axa de juros básca só é esabelecda ao fnal de cada período, enão o cálculo dos juros pagos no período correne usa como referênca a axa de juros defasada.

117 produo da mea de superáv defnda no fnal do úlmo período pela projeção do PIB da economa para o período segune. Porano, o monane dsponível para os gasos do governo é: g y G = τ G ( y μ Y ) γ ( Y ) ( ) 1 + Y 2 Y 3 + Y 4 ( Y + Y ) 3 4, onde τ G y 1 é o oal de mposos arrecadados no úlmo período e γ represena o grau de confança do governo em suas expecavas. Os mposos dreos são calculados a parr da soma do produo da alíquoa de mposo dreo aplcada sobre a proporção recebda dos saláros e sobre o reorno fnancero de cada uma das classes, mas o mposo dreo pago por cada um dos seores sobre o lucro. Os mposos ndreos são calculados a parr da aplcação de uma alíquoa sobre o valor da recea brua de cada seor. A recea oal de mposos do governo é resulado da soma dos mposos dreos e ndreos: y τ G D X rj X X d d rb [( y + ) ] + ( ) W lr ω y + ( τ y ), τ y, τ = X = A O superáv prmáro do governo é deermnado pela dferença enre o oal de mposos arrecadados e os seus gasos efevos no período, sp y G = τ y y. Como já fo G ge G noado, a dsrbução dos gasos do governo enre consumo, nvesmeno e pagameno de pessoal é fxa, nas proporções de que o governo dspõe para gasar, c ω G G, k G, respecvamene, aplcadas ao monane de recursos g G y. Os gasos efevos, no enano, poderão varar em função dos preços correnes e da demanda aendda por cada seor: [ ] { [ ] e f G g G m } k f c G, p φ m k, p e + x φ e c, p φ c, p e + ω y ge G k G y = x φ k, k, 1 c, c, c, 1 c O governo deve anda pagar os juros sobre as dívdas nerna e exerna, que dependem dos esoques de dívdas e das axas de juros: J y + G de G e d G pje G pj G = y 1 j + y 1 j 1= y y, e * onde j = j 1 + r 1.

118 O défc públco, enão, é calculado pela dferença enre o pagameno de juros e o superáv prmáro: dp y G J G sp G = y y. Pelo lado da economa naconal, a dívda públca nerna, DP y, é gual ao esoque exsene mas o défc públco correne. Pelo lado do seor exerno, como o governo não eme ou eserlza moeda, o saldo do balanço de pagamenos, a amorzação da dívda exerna e os emprésmos conraídos no exeror mplcam varação da dívda públca nerna como conraparda da roca por dvsas: G DP y G DP G dp G BP DPe G nde G = y 1 + y + y + y 1 υ y, G onde υ é a proporção da dívda públca exerna amorzada a cada período. A dívda oal do governo é deermnada pela soma da dívda públca nerna com a dívda públca exerna, DP y = y + y. G DP G DPe G Seor Exerno A renda exerna da economa mundal apresena uma axa consane de crescmeno, x&, é expressa em moeda esrangera e converda para moeda naconal mulplcando-se pela axa de câmbo: ( 1+ x) e 1 Y &. E $ = Y E 1 A demanda por exporações que recebem os seores naconas é defnda a parr da aplcação de um coefcene de exporação, χ,, sobre a renda exerna, dvdda pelo preço dos bens naconas no período para ransformar o valor em undades de produo: x x, Y E, = χ. p, O coefcene de exporação vara em função do crescmeno da renda exerna, dos preços relavos dos bens naconas e nernaconas e do mpaco do nvesmeno auônomo sobre a compevdade dos bens produzdos no país. Cabe ressalar que ese úlmo faor será relavamene pequeno, reflendo algum ganho de compevdade ou, alvez, apenas menor perda de posção compeva:

119 + + + = ka ka x f p x E E E Y x x x e p p Y Y Y, 1,,, 1 1 1,, 1 1 ξ ξ ξ χ χ, onde Y x ξ, p x ξ e ka x ξ capam a sensbldade do coefcene de exporações ao crescmeno da renda exerna, aos preços relavos e ao efeo aleaóro da modernzação produva. A exporação do seor agrícola não sofre nfluênca dos preços relavos uma vez que seus produos são exporados aos preços nernaconas. O valor das exporações oas da economa é defndo a parr da soma da demanda por exporações de odos os seores, mulplcada pela proporção da demanda aendda e pelo preço cobrado no período: ( ) 1,,,,,, + = f e a x a e x X e p x p x y φ φ. Os níves de mporação são defndos de forma análoga à deermnação da demanda nerna. A mporação de nsumos, porano, é função do coefcene-écnco de mporação e da exrapolação para o período segune da produção programada do seor: ( ) ( ) ( ) = e e e e e e pp m m x x x x x x x a x 4, 3, 4, 3, 2, 1,,,,, 1 γ. O coefcene écnco de mporação é deermnado a parr de seu valor no úlmo período, da varação nas encomendas efevas recebdas pelo seor e da relação enre os preços dos nsumos naconas e mporados: + + = f p m e e e Y m m m p e p x x x a a, 1, 2, 2, 1, 1,,,, 1 1 ξ ξ, onde Y m ξ e p m ξ capam, respecvamene, a sensbldade dos coefcenes écncos de nsumos mporados ao crescmeno das encomendas efevas e aos preços relavos dos bens produzdos no país e no exeror. A mporação de bens de consumo dependerá da propensão a mporar de cada classe mulplcada pela méda da renda real defasada e do consumo auônomo de mporados:

120 = = + = D A X X c m X X ca c X m n z z X m c ca IPC y c n x x, 1, 1,, onde c X m c, é a propensão da classe de renda a mporar de cada seor de bens de consumo e X c m ca, é a proporção dos recursos desnados ao consumo auônomo pela classe que será dreconada para cada seor de bens de consumo mporados. Os valores deses coefcenes são defndos em função dos valores do úlmo período, das rendas e dos preços da segune forma: + + = = = = f p m n n z z X n n z z X n z z X Y m c X m c X m p e p n x n x n x c c, 1, ,, 1 1 ξ ξ e + + = f p m X X ca X X ca X X ca Y m X c m X c m p e p IPC y IPC y IPC y ca ca,, ,, 1 1 ξ ξ, onde Y m ξ e p m ξ capam, respecvamene, a sensbldade dos coefcenes de mporações ao crescmeno da renda da classe e ao monane desnado ao consumo auônomo, e aos preços relavos dos bens mporados e produzdos nernamene. A mporação de bens de capal é defnda pelo produo da demanda por bens de capal pelo coefcene de mporação: k KD k m m x x =,,,

121 onde k m é o coefcene de mporação calculado a parr do valor assumdo no período passado, do crescmeno da demanda por bens de capal e da relação enre os preços deses bens no país e no exeror: k m KD KD x, x, 1 f m Y m p p, e 1 1+ ξ + ξ KD. x, 1 p, k = m 1 1 O valor das mporações oas da economa é obdo somando-se o produo da quandade mporada de nsumos, bens de consumo e bens de capal pelos respecvos preços nernaconas com as mporações exras deses mesmos bens, sobre as quas se paga um ágo de 1%: [ ( x + ) ] m,, 1 x me, p m, e y M = 1 1. O saldo da balança comercal 235 exporações e das mporações: y BC X M = y y. é obdo pela dferença enre o valor oal das A cona de servço de faores 236 é composa pela enrada de lucros renvesdos, e pela saída de lucros, le E y, dvdendos, de E y, e juros, je E y, envados ao exeror. lk E y, y SF = lk y E y le E y de E y je E O oal dos lucros renvesdos na economa, renvesdos por cada seor: lk d { y ( ) ( ) [( ) ]} lr, 1 1 ϕ 1 λ ε, E y = τ 1. lk E y, é gual à soma dos lucros O oal dos lucros remedos ao exeror no período é gual à soma dos lucros remedos por cada um dos seores: le d [ y ( ) ( ) ( )] lr, 1 1 ϕ λ ε, E y = τ Por smplfcação, não esá sendo consderada a balança comercal de servços não-faores. 236 Por smplfcação, esá sendo consderado que o país não em capal no exeror que gere enrada de juros, lucro ou dvdendos.

122 O oal dos dvdendos remedos ao exeror é gual à soma dos dvdendos pagos pelos seores ao capal esrangero: de E ld y = y, 1, ε. Os juros remedos ao exeror são resulado da remuneração do esoque de nvesmeno esrangero de curo prazo aplcado no país, rj E y, e dos emprésmos e fnancamenos conraídos pelo governo, je + E rj E pje G pj E y = θ y + y y,, pje G y, e pelos seores, pj y, : onde θ é a proporção do reorno sobre o esoque de capal esrangero de curo prazo aplcado no país que é remedo ao exeror a cada período. O saldo da cona de ransações correnes é enão calculado como a soma do saldo da E balança comercal com o saldo da cona de servço relavo a faores 237, y + TC BC SF = y y. O saldo da cona de capas, CC y, será composo pela enrada de nvesmeno dreo esrangero, de capas de curo prazo e de emprésmos e fnancamenos, conraídos pelo governo e pelos seores, assm como pelo pagameno de amorzações: y CC cp E nde G nd E A E = y ε + y + y + y y. O oal do nvesmeno dreo esrangero recebdo pela economa no período é resulado da soma dos nvesmenos exernos dreconados a cada seor: ε y = y εp,. O oal do fnancameno ao nvesmeno conraado no exeror pelos seores naconas é gual à soma da proporção das dívdas adqurdas no período que foram conraídas nd E nd e no ssema fnancero nernaconal: y = y,. A amorzação é resulado do pagameno de pare da dívda exerna públca e pare da dívda prvada. A dvda públca é amorzada segundo uma proporção fxa a cada período, 237 Por smplfcação, não será consderada a cona de ransações unlaeras.

123 G υ. O segundo componene é gual ao pagameno realzado pelos seores para dmnuírem seu excesso de dívdas: A E DPe y = y, G pd e 1 υ + y, O movmeno do capal de curo prazo é deermnado a parr de um valor de referênca e movado por dferencal de renabldade, sendo, porano, nfluencado pela dferença enre a axa de juros naconal e nernaconal, pelo rsco país e pela desvalorzação esperada do câmbo: cp e * e ( j ) 1 j 1 r 1 E cp E cp r y = y ξ, e onde cp r ξ reflee a sensbldade do nvesmeno esrangero de curo prazo à varação na renabldade esperada e e e é a axa de câmbo esperada, calculada com base em expecavas exrapolavas: e 1 e 2 e e = e γ. e 2 Com axa de câmbo flexível denro das bandas espuladas pelo governo, mplcamene, a dnâmca reraada é o movmeno de aprecação/deprecação, quando o saldo ncal do balanço de pagamenos (desconsderando a enrada de capal de curo prazo) é posvo/negavo, que, dado o dferencal enre o juros nernaconas e o juros naconal mas o rsco país, cra uma expecava de deprecação/aprecação que nduz à saída/enrada do capal esrangero especulavo. A cada período, ese processo connua aé que a varação do câmbo enha sdo capaz de gerar um movmeno de capas de curo prazo sufcene para equlbrar o balanço de pagamenos e acabar com a pressão sobre o mercado de dvsas. Nese sendo: cp y E = TC ε nd E A E ( y + y + y y ). Porano: e = e e * y ( j j 1 r ) cp E cp r y cp E ξ.

124 Se a axa de câmbo resulane esver denro da margem de aprecação/deprecação aceável, enão o governo não precsará nervr. Caso conráro, o governo rá comprar ou vender reservas buscando maner o câmbo denro dos lmes da banda, e = e. Nese caso, o movmeno do capal esrangero de curo prazo será deermnado por: cp y E e * e ( j ) 1 j 1 r 1 cp E cp r = y ξ, e sendo cp E cp E y > y se e < e = emn e cp E cp E y < y se e > e = emax. y + A parr dese resulado é possível deermnar o saldo do balanço de pagamenos, BP TC CC = y y, que deermnará a varação do esoque de reservas no fnal do período, remunerado à axa de juros nernaconal. Se, num caso exremo, a necessdade de venda de reservas for maor do que a dsponbldade exsene, enão o governo rá recorrer a emprésmos no exeror para poder cobrr a dferença, R, nde G y. Vale desacar que esá sendo consderado que, no caso de as reservas esarem acma da mea, o governo realzará o pagameno de juros e da amorzação da dívda públca exerna dreamene com as reservas dsponíves, sem comprar dvsas no mercado nerno de câmbo. O passvo exerno oal do país, PE y, é deermnado pela soma dos segunes esoques: ) nvesmeno dreo esrangero: y = y 1 + y, sε sε ε ) capal de curo prazo: scp E rj E ( 1 ) y y = θ scp E cp E y 1 + y +, ) emprésmos conraados pelo governo: y DPe y y υ nde G DPe G $ $ = y DPe 1 + e 1 = DPe y e 1 e 1,

125 v) fnancamenos conraídos pelos seores: D Pr de y y, =. O passvo exerno líqudo é gual ao resulado desa soma desconadas as reservas, y PEL = y R ; e o passvo exerno de curo prazo consdera apenas o esoque de capal PE esrangero aplcado no seor fnancero naconal, cp y = y. O governo em uma mea de PE scp E reservas, R *, objevada para aumenar o nível de confança dos nvesdores esrangeros no país. Esa mea é calculada vsando uma razão segura, Θ, enre o oal das reservas e os passvos exernos de curo prazo, * cp R = Θ y PE. Como será vso adane, a relação enre a mea e a reserva efeva nfluenca a deermnação da axa de juros. A parr deses resulados é possível calcular alguns ndcadores mporanes para o acompanhameno do desempenho exerno do país e que nfluencam os movmenos de enrada e saída de capas esrangeros. O prmero é o ndcador de rsco de nsolvênca, calculado pela razão enre o passvo exerno líqudo e as exporações oas. Conforme dscudo no segundo capíulo, ese ndcador perme avalar a capacdade de as exporações rs, saldarem os compromssos exernos que não esão coberos pelas reservas: y rs =. y PEL X Um ouro ndcador mporane é o de rsco de lqudez, rl, deermnado pela relação enre o passvo exerno de curo prazo e as reservas, que revela a capacdade de o país cobrr uma saída abrupa de capas esrangeros: cp PE y rl =. R O rsco-país, r, é deermnado em função do comporameno deses dos ndcadores e em função da lqudez nernaconal: r ke ( rs + rl ) ξ =, r ke onde ξ r ndca a sensbldade ao rsco do capal esrangero.

126 A deermnação da axa de juros passa a ser fea levando em consderação as meas de nflação e as meas de reserva do governo. A expecava de nflação para o próxmo período é deermnada da segune manera: + = e π π π γ π π. Se a axa de nflação esver abaxo da mea e as reservas acma, a axa de juros referencal será gual a um pso, j, somado à nflação esperada para o período segune: e j j π + =. Se ano a nflação como as reservas esverem fora de suas meas, o efeo combnado será: ( ) = *, *, 1 R j j j j e R R j j ξ π π ξ π π. onde π ξ j j reflee a sensbldade dos juros a um desvo da mea de nflação, * π, e R j j ξ capa o mpaco do desvo da mea de reservas sobre os juros.

127 3.3. Smulações O prncpal objevo desa ese, conforme exposo na nrodução, é o desenvolvmeno de um modelo de smulação que srva como nsrumenal para a análse de quesões relaconadas à dnâmca econômca de países em desenvolvmeno com base na eora apresenada nos prmeros capíulos. O modelo mulsseoral abero descro nese capíulo fo ranscro para lnguagem de programação e seus resulados foram analsados ulzando-se o programa LSD (Laboraory for Smulaon Developmen 238 ). Uma rodada de smulação descreve o resulado seqüencal no empo dos valores que assumem as varáves usando as equações defndas no modelo eórco-compuaconal para o cálculo de sua aualzação. Nesa seção, será apresenado o comporameno das prncpas varáves da economa ao longo de uma rodada de smulação na qual a economa esá ncalmene crescendo e em uma rodada na qual há ncalmene recessão. É deermnane para o resulado das rajeóras a defnção das equações e dos valores ncas assumdos pelos parâmeros e pelas varáves que apresenam defasagens. Na smulação que pare de crescmeno, ese é gerado a parr de condções ncas nas quas os valores defasados das encomendas são crescenes e nfluencam as expecavas de vendas e, logo, a decsão de produção. Como conseqüênca do aumeno da produção, eleva-se a demanda por bens nermedáros. Os valores defasados das rendas das classes ambém são crescenes, gerando aumeno da demanda por bens de consumo, numa endênca que é propagada conforme aumenam o nível de avdade econômca, os lucros e saláros, e que não é compensada pela redução do consumo auônomo em função da elevação dos juros. As encomendas por bens de capal, dada a condção ncal de capacdade produva dos seores sufcene para aender à demanda, começam reduzndo-se, com nexsênca de nvesmeno nduzdo e a presença de um nvesmeno auônomo, função da capacdade produva, decrescene com a deprecação. Mas, conforme a economa cresce, a necessdade de nvesmeno nduzdo e o aumeno do nvesmeno auônomo conrbuem para reforçar o movmeno de elevação do nível de avdade. Os gasos do governo aumenam nos prmeros períodos, dada a mea de superáv, nfluencados pelos valores defasados crescenes do PIB. Apesar de o peso das exporações ser pequeno, seu crescmeno, resulane da elevação da renda exerna, ambém conrbu para o crescmeno da economa. 238 Ver: hp://

128 Analogamene, na smulação que pare de recessão, esa é gerada a parr de condções ncas que ncorporam níves de encomenda efeva decrescene, cuja endênca é propagada aravés das expecavas exrapolavas usadas no cálculo das vendas prevsas, que condconam a produção, ou dreamene no caso dos seores que produzem sob encomenda, e logo geram endênca à redução da demanda por bens nermedáros. A capacdade produva ncal é sufcene para aender à demanda; porano, com a dmnução do nível de produção, não há nvesmeno nduzdo, e o nvesmeno auônomo, que é função da capacdade produva, segue reduzndo-se com o efeo da deprecação. Também, os níves de renda defasados decrescenes geram a dmnução da demanda ncal por bens de consumo e, enquano o consumo nduzdo orna-se cada vez menor com a redução dos lucros e saláros na recessão, a queda não é compensada pelo pequeno aumeno do consumo auônomo em função da redução dos juros. Os gasos do governo, defndos pela expecava de arrecadação de mposos e pela mea de superáv, dados os valores defasados decrescenes do PIB, reforçam a queda nos prmeros períodos. O crescmeno conínuo das exporações não é sufcene para conrabalançar a conração ncal da economa, mas conrbu para reversão. Para que o presene modelo possa ser aplcado ao esudo das dversas quesões raadas nos capíulos anerores, examnando-se as dferenes rajeóras orgnadas a parr de mudanças nas condções ncas, anda é precso realzar um processo de ajuse no conjuno deses valores, que devem ser melhor calbrados a parr de uma pesqusa mas dealhada de dados empírcos 239 e da análse dos resulados obdos nas smulações. O objevo desa apresenação é apenas explcar alguns resulados gerados pelos mecansmos descros no modelo e seu poencal como nsrumeno de análse de quesões relaconadas à dnâmca econômca de um país em desenvolvmeno. É mporane ressalar que, em função da necessdade de maores ajuses nas condções ncas, odo exame subseqüene esará volado para avalar a dreção dos movmenos resulanes das nerações enre as varáves e não ano as magnudes envolvdas. Os gráfcos e parâmeros esão no apêndce; as referêncas serão feas por seus números, sendo a lera C referene ao cenáro de crescmeno e R ao de recessão. 239 Pare dos valores ncas ulzados, por exemplo: os coefcenes écncos dos seores e as propensões a consumr das classes de renda, fo defnda com base nos dados empírcos do Brasl; oura pare fo deermnada a parr de educaed guess, buscando-se maner a pernênca em relação a valores de referênca que reraassem um país em desenvolvmeno.

129 3.3.1 Smulação com Crescmeno Ao longo da rajeóra de crescmeno da economa reraada na prmera smulação, a produção programada dos seores é crescene (2C), acompanhando o movmeno das vendas prevsas (1C), que, por sua vez, reflee com alguma defasagem o movmeno das encomendas efevas (26C). O crescmeno da produção programada, sufcene para compensar a redução do coefcene écnco de nsumos naconas 24 (3C), nduz à elevação das encomendas efevas de nsumos (6C). O crescmeno da renda das classes (69C) mpulsona as encomendas por bens de consumo (16C), gerando um efeo superor à redução do consumo auônomo (11C) conseqüene da elevação da axa de juros da economa (15C). Também há aumeno das encomendas recebdas pelo seor de bens de capal (23C) em função da varação desejada de capacdade produva nduzda pelo crescmeno (17C) e do nvesmeno auônomo desejado (18C), defndo como proporção da capacdade produva, que apresena queda ncal conforme a deprecação reduz a capacdade produva exsene (24C), mas se recupera com a recuperação do nível de avdade e do nvesmeno nduzdo. A demanda efeva por bens de capal realzada por cada seor (19C) dfere da soma da demanda nduzda e auônoma desejadas devdo à resrção fnancera mposa pelos recursos dsponíves do seor sobre a prevsão de gaso com nvesmeno (46C a 53C). Como a resrção fnancera mpaca ncalmene o nvesmeno auônomo (18C vs 22C), o nvesmeno nduzdo dos odos os seores é realzado no nível desejado (21C e 17C vs 2C). A produção efeva (25C) é gual à produção programada (2C); não há resrção por fala de nsumos necessáros à produção (4C e 5C). Quando, dada a aceleração do rmo de crescmeno da economa (34C), alguns seores começam a apresenar dfculdade para aender à demanda com a venda da produção e dos esoques (28C), há necessdade de mporação exra de produos para compensar escassez de ofera naconal (29C). Os preços seguem relavamene esáves no níco da rajeóra, apresenando sgnfcava elevação nos úlmos períodos (3C). A pressão sobre os preços é conseqüênca da elevação dos preços nernaconas e, prncpalmene, da deprecação do câmbo (95C), que encarece os nsumos mporados. A elevação dos preços acma da mea de nflação (14C) 24 A explcação do movmeno do coefcene écnco naconal será vsa adane juno à análse do comporameno do coefcene écnco de nsumos mporados.

130 nduz à elevação consane da axa de juros (15C), que não esá sendo nfluencada pelo comporameno das reservas (98C). Com os preços defndos a parr de um mark-up fxo sobre os cusos varáves unáros, os lucros dos seores aumenam conforme a economa se recupera (32C). O PIB reflee o movmeno ascendene do lucro oal, dos saláros, fxos por undade de produção, e dos mposos ndreos arrecadados sobre a recea de venda dos seores (33C e 34C). De modo geral, no que dz respeo à pare fnancera, a rajeóra ascendene dos lucros é acompanhada pela rajeóra dos lucros redos (35C). As aplcações fnanceras ambém aumenam (36C), reflendo uma elevação maor da soma dos lucros redos com a provsão para deprecação do que o aumeno dos gasos com nvesmeno (54C), que são reomados na fase de recuperação, e com a amorzação das dívdas (55C). O capal oal dos seores (37C), calculado pela soma do valor de sua capacdade produva com suas aplcações fnanceras, depos de um período de lgera queda em razão da ausênca de nvesmeno nduzdo e do efeo da deprecação, começa a apresenar elevação, devdo à reomada dos nvesmenos em capacdade produva (2C) e ao aumeno das aplcações fnanceras (36C). As dívdas (59C), que foram sendo amorzadas (55C) anes do período de aceleração do crescmeno, aumenam novamene no fnal da rajeóra com a reomada dos nvesmenos (19C) e o uso de recursos de erceros, reraado no endvdameno efevo (56C). Anda assm, após o período de dmnução do capal oal, seu crescmeno é mas rápdo do que o aumeno da conração de novas dívdas, fazendo com que o grau de endvdameno dos seores dmnua (6C), assm como o spread pago sobre o juros báscos da economa (61C). A axa de juros paga sobre a dívda nerna dos seores (62C) é crescene, reflendo a elevação da axa de juros básca (15C) superor à pequena redução dos spreads dos seores. A elevação da axa de juros sobre a dívda exerna dos seores (63C), dada a axa de juros nernaconal consane, é resulado da elevação do rsco país (13C). O pagameno crescene de juros sobre a dívda dos seores, em parcular nos períodos fnas da smulação (64C a 66C), é resulado da composção enre a pequena redução ncal das dívdas, que volam a crescer no fnal da rajeóra, e da conínua elevação dos juros. Nese movmeno, os recursos dsponíves para cada seor fnancar seus nvesmenos são crescenes com a reomada do crescmeno econômco (38C a 45C). Em regra, os recursos de erceros passam a esar dsponíves quando há elevação do capal oal dos seores (37C) e redução de seu grau de endvdameno (6C). Os recursos nernos

131 dsponíves ambém aumenam com o aumeno das aplcações fnanceras (36C) e dmnução da necessdade de amorzar a dívda excedene ao grau de endvdameno desejado (55C). O recurso provenene do nvesmeno dreo esrangero, por ouro lado, na forma como fo defndo, esá sempre dsponível na proporção do valor do nvesmeno desejado relava à sua parcpação no seor. Conforme colocação aneror, a comparação enre os recursos oas dsponíves e a soma dos gasos desejados com nvesmeno (46C a 53C) reflee o grau de resrção fnancera do seor, lmando a demanda efeva em relação à demanda desejada por bens de capal. Na fase de crescmeno, há elevação do nvesmeno desejado assm como há aumeno dos recursos dsponíves, porém a resrção fnancera é permanene, em maor ou menor grau, para a maora dos seores. O movmeno ascendene dos lucros e saláros é acompanhado pela elevação da renda das classes A, B, C e D (67C). Como há nflação, o nível de renda real desas classes é um pouco menor (68C e 69C). As aplcações fnanceras das classes A, B e C são crescenes (7C) com o acúmulo da renda que não é gasa no período e com o reorno que as própras aplcações geram excedenes ao pagameno de juros sobre a dívda. Ese úlmo componene é posvo e crescene pelo fao de a axa de juros esar se elevando e de o monane de aplcações fnanceras ser sufcenemene maor que o monane de dívdas (7C vs 71C), compensando o pagameno do spread sobre a dívda. A classe D, no enano, não acumula recursos (7C), esando ao longo de quase odo o período consderado sobreendvdada (73C) e endo que usar seus recursos correnes para amorzar dívda (72C). A classe C sofre alguma resrção ao consumo auônomo (74C) em função da elevação evenual de seu grau de endvdameno; a classe D, por ouro lado, só consegue superar a resrção ao consumo auônomo no fnal da rajeóra, com a elevação de sua renda e melhora de sua condção fnancera. Com a redução do grau de endvdameno das classes, resulado: ) da esablzação das dívdas (71C) em função do aumeno da renda, e ) do aumeno da aplcação fnancera das classes (7C), há redução do spread pago sobre os juros báscos (75C). Apesar de as dívdas das classes fcarem aproxmadamene esáves e de o spread dmnur, o pagameno de juros se eleva por cona da elevação da axa básca de juros (15C, 76C e 77C). Quano ao comporameno do seor públco nesa smulação, a rajeóra dos gasos do governo é ascendene (78C), reflendo um aumeno da arrecadação de mposos com o crescmeno da economa maor que o aumeno do superáv alvo resulane da elevação do PIB e da varação na mea de superáv. O governo consegue ober um resulado prmáro posvo e crescene (79C), dada a crescene arrecadação de mposos e um aumeno a um

132 rmo mas leno dos gasos do governo em função da elevação da mea de superáv como resposa ao aumeno do esoque de dívda públca. Porém, o superáv prmáro não é sufcene para cobrr o pagameno de juros (8C), gerando um défc públco permanene e crescene (81C) com o aumeno do esoque de dívda públca (82C) e da axa de juros (15C). Quano ao seor exerno, os coefcenes de exporação apresenam uma redução muo pequena no fnal da rajeóra (84C), resulado da combnação enre o efeo negavo da elascdade-renda frene ao crescmeno da economa mundal, do efeo do preço, dado o aumeno dos preços naconas, dos preços nernaconas e a deprecação da axa de câmbo, e do efeo posvo, mas ambém muo pequeno, do nvesmeno auônomo sobre a compevdade. As exporações, de manera geral, apresenam uma endênca ascendene (83C), em função do crescmeno da renda mundal, porém a aceleração no fnal da rajeóra é explcada pela deprecação do câmbo, que em um efeo dreo no valor da renda exerna em moeda naconal sobre o qual é aplcado o coefcene de exporação. As mporações ambém aceleram com a reomada do crescmeno econômco (85C). As mporações de nsumos aumenam com a elevação da produção dos seores, as mporações de bens de consumo aumenam com a elevação da renda das classes e as mporações de bens de capal aumenam com a elevação do nvesmeno. Os coefcenes de mporação de odos os seores sofrem elevação (86C a 89C) fundamenalmene por cona do crescmeno da economa, que em um mpaco maor do que o efeo advndo do encarecmeno dos produos mporados como resulado da elevação dos preços nernaconas e da desvalorzação do câmbo a um rmo mas acelerado que a elevação dos preços naconas. Em conraparda à elevação dos coefcenes de mporação, os coefcenes écncos de nsumos naconas (3C), a propensão margnal a consumr produos naconas (7C a 1C) e a proporção do consumo auônomo de bens naconas (12C a 15C) dmnuem. No caso do coefcene de mporação de bens de capal (89C), a parr de um deermnado pono da rajeóra ese ange seu máxmo, permanecendo consane dese momeno em dane. O resulado do saldo da balança comercal orna-se crescenemene negavo conforme aumena o rmo de crescmeno da economa (9C). Quano à cona de servço de faores (91C), a remessa de lucros, que por hpóese é gual ao lucro renvesdo, e de dvdendos é crescene com a melhora do desempenho da economa. Eses valores, no enano, são baxos comparados aos valores das remessas de juros, cujo prncpal componene é a remessa do reorno sobre o nvesmeno esrangero de curo prazo em função do grande esoque

133 acumulado (99C) e da elevação da axa de juros naconal (15C). O saldo em ransações correnes, enão, orna-se cada vez mas negavo (92C). O saldo da cona de capal, sem consderar a enrada de capal de curo prazo, é crescenemene posvo (93C), prncpalmene em função do aumeno do nvesmeno e, logo, da crescene enrada de nvesmeno dreo esrangero. Também como resulado da recuperação do nvesmeno, há uma pequena enrada de capal relava ao fnancameno exerno dos seores nos úlmos períodos da smulação. Ao longo de odos os períodos há o pagameno de amorzação da dívda exerna públca e dos seores. Nos prmeros períodos, mesmo com a pressão pela deprecação do câmbo em função do resulado negavo da soma da cona de ransações correnes com o saldo ncal da cona de capas 241, acaba havendo um movmeno de aprecação (95C) em função da conrapressão exercda pela enrada de capal de curo prazo esmulada pela combnação do dferencal enre a axa de juros naconal e nernaconal, desconado o rsco país, e consderando-se a varação esperada no câmbo. A parr de um deermnado momeno, no enano, o crescene défc gerado na soma da cona de ransações correnes com o saldo ncal da cona de capas acaba levando à conínua deprecação do câmbo que, dada a axa de câmbo esperada e o dferencal enre os juros nernaconas e os juros naconas mas o rsco país, faz com que a expecava de aprecação seja sufcene para nduzr um volume de enrada de capal de curo prazo que equlbre o balanço de pagamenos. Assm, a enrada de capal de curo prazo é crescene (94C), a axa de câmbo depreca-se (95C) e o saldo do balanço de pagamenos apresena um resulado lgeramene negavo (96C), reflendo apenas o pagameno da amorzação e dos juros da dívda públca exerna que o governo efeva recorrendo dreamene às reservas. Como a varação do câmbo esá denro dos lmes da banda cambal, não há nervenção do governo no mercado de câmbo. Os prncpas componenes do esoque de passvo exerno são o nvesmeno dreo esrangero e o nvesmeno esrangero de curo prazo (99C). Apesar da elevação do passvo exerno de curo prazo, no enano, as reservas permanecem acma das meas (98C), sem pressonar os juros, que se elevam devdo à nflação (14C e 15C). O esoque de fnancameno aos seores dmnu no período em que os seores não realzam nvesmeno e amorzam suas dívdas, volando a crescer com a reomada do crescmeno da economa, dos nvesmenos e do endvdameno (1C). A dívda públca exerna é progressvamene 241 O saldo ncal da cona de capal desconsdera a enrada de capal de curo prazo especulavo.

134 amorzada (1C). Com o crescmeno do passvo exerno e a pora dos ndcadores de nsolvênca e lqudez, há uma elevação conínua do rsco país com a recuperação da economa (13C) Smulação com Recessão Numa rajeóra de recessão, as encomendas efevas que recebem os seores (26R) esão se conrando, mpacando as vendas prevsas (1R) e a produção programada (2R), que seguem a mesma endênca. Num processo de neração seqüencal, a queda na decsão de produção leva à queda na demanda por bens nermedáros (6R). As encomendas de bens de consumo dmnuem progressvamene na fase de queda da rajeóra (16R), acompanhando o movmeno do nível de avdade da economa (33R), que se reflee em redução dos lucros e saláros, logo da renda das classes (67R). Os recursos desnados ao consumo auônomo, função da varação da axa de juros, aumenam connuamene, conforme os juros de referênca são reduzdos (11R). As encomendas de bens de capal seguem o mesmo camnho de redução ao longo da maor pare da rajeóra, com níco de uma recuperação nos úlmos períodos (23R). A varação da capacdade produva desejada começa a se recuperar nos úlmos períodos (17R), depos de um longo período sem nvesmeno e que mplca grande redução da capacdade produva como resulado da deprecação (24R). O nvesmeno auônomo desejado (18R), que segue o movmeno da capacdade produva, reduz-se progressvamene ao longo da rajeóra. A demanda efeva por bens de capal resula do confrono enre os bens desejados em função do nvesmeno nduzdo mas o nvesmeno auônomo e a dsponbldade de fnancameno do seor (46R a 53R). Em geral, a queda no nível de avdade pora a resrção fnancera, que começa a ser suavzada com o níco da recuperação. Cabe ressalar, conudo, que a resrção é aplcada prmeramene ao nvesmeno auônomo, sendo o nvesmeno nduzdo consderado proráro. Nese sendo, pode ser observado que ese úlmo não sofreu lmações ao longo da rajeóra (21R e 17R vs 2R). A produção efeva (25R) é exaamene gual à produção programada (2R), não havendo resrção de nsumos ao longo de oda a rajeóra (4R e 5R). O oal venddo (27R), que nclu pare da produção correne e esoques, é sufcene para aender às encomendas (26R) e, porano, não há necessdade de mporação exra de nsumos (28R e 29R).

135 A evolução dos preços naconas (3R) é fundamenalmene nfluencada pelo comporameno da axa de câmbo (95R). Os preços nernaconas apresenam uma pequena nflação, porém a aprecação do câmbo é sufcene para baraear o cuso dos nsumos mporados resulando em uma nflação em queda que chega a se ransformar em uma deflação (14R). Como axa de juros é deermnada em função de meas de nflação, sua rajeóra é descendene (15R), apesar da pressão ncal exercda pela necessdade de aumenar o nível de reservas (98R). Com os lucros defndos por mark-up, o monane de lucros dos seores reduz-se ao longo do movmeno de conração da economa, volando a se recuperar lgeramene com o níco da reomada do crescmeno (32R). O lucro oal da economa segue o mesmo movmeno do lucro dos seores, assm como os saláros, que são fxos por undade de produção, varando em função do nível de avdade, e os mposos ndreos cobrados sobre as vendas; a soma deses rês componenes reraa o comporameno do PIB (33R). O lucro redo dos seores, que é função do lucro e do saldo enre o reorno sobre as aplcações fnanceras e o pagameno de juros sobre a dívda, ambém apresena uma queda ncal aé começar a se recuperar no fnal da rajeóra (35R). Esa endênca resula do própro movmeno do lucro (32R) e da redução ano das aplcações fnanceras (36R) como das dívdas (59R), em um conexo no qual a axa de juros é decrescene. As aplcações fnanceras são reduzdas (36R) devdo à dmnução dos lucros redos e da provsão para gaso com deprecação e à realzação de pagamenos dos gasos com nvesmeno e da amorzação da dívda. Os gasos com nvesmeno (54R), referenes aos recursos nernos usados para fnancar a aqusção de bens de capal, refleem as despesas ncas com nvesmeno auônomo decrescene (22R) e, no fnal da rajeóra, ano o pagameno do nvesmeno auônomo como o níco da reomada do nvesmeno nduzdo (2R). A amorzação da dívda (55R) e conseqüene redução do esoque de dívda oal dos seores (59R), por ouro lado, esá sendo forçada pela redução do esoque de capal oal dos seores (37R), resulado da redução da capacdade produva (24R) e das aplcações fnanceras (36R), que acaba elevando o grau de endvdameno dos seores acma do lme máxmo aceável (6R). Com a redução do esoque de capal oal a um rmo mas rápdo que a redução da dívda e com a conseqüene elevação do grau de endvdameno, os seores acabam dexando de poder conar com os recursos de erceros, porano não há endvdameno efevo ao longo

136 da maor pare da rajeóra (56R e 38R a 45R). Os recursos do IDE, por hpóese, esão sempre dsponíves, guas a 3% do valor do nvesmeno desejado (38R a 45R). A dsponbldade de recursos nernos dmnu nos prmeros períodos conforme dmnu o esoque de aplcações fnanceras dos seores (36R), mas começa a se recuperar com a redução da necessdade de amorzação das dívdas (55R e 38R a 45R). Nese conexo, aumena a parcpação do nvesmeno esrangero nos seores (1R). Apesar da elevação ncal do spread dos seores com a elevação do grau de endvdameno (61R), que depos se esablza, a axa de juros paga sobre a dívda nerna reduz-se progressvamene (62R) acompanhando o movmeno da axa de juros básca (15R). A axa paga sobre a dívda exerna segue o movmeno apresenado pela axa de rsco (13R), cobrada adconalmene à axa de juros nernaconal (que é manda consane), e, porano, apresena uma elevação ncal seguda por uma queda (63R). O pagameno de juros dos seores reduz-se connuamene (66R) com a redução dos juros e do volume de dívda (59R). A renda recebda pelas classes A, B, C e D é decrescene (67R), acompanhando o movmeno dos lucros e dos saláros. Como há uma deflação na maor pare da rajeóra (68R), enão a renda real das classes acaba sendo um pouco superor à renda nomnal (69R). A aplcação fnancera das classes é crescene prncpalmene em função do saldo da dferença enre o recebmeno do reorno sobre as aplcações e o pagameno de juros sobre a dívda. Apesar de os juros declnarem, o monane de aplcações fnanceras (7R) é muo superor ao de dívda (71R), jusfcando o saldo enre o reorno e o pagameno de juros das classes. O grau de endvdameno das classes, à exceção da classe D, é declnane (73R) com a progressva esablzação do nível das dívdas (71R) e aumeno do oal das aplcações fnanceras (7R). A classe D, que alerna enre o lme do endvdameno e o sobreendvdameno (73R), é obrgada a amorzar pare de sua dívda nermenemene ao longo de oda a rajeóra (72R) e em seu consumo auônomo resrngdo, porém não oalmene (74R). O spread, dada sua deermnação, segue o mesmo padrão que o grau de endvdameno das classes (75R). A axa de juros paga pela classe sobre sua dívda reflee o comporameno da axa de juros de referênca mas o spread (76R). O monane de juros pago (77R) é resulane do movmeno do acúmulo de dívdas e da axa de juros paga pelo seor. Quano ao comporameno do seor públco nese movmeno de conração econômca, os gasos do governo seguem a mesma endênca (78R), reflendo uma redução da arrecadação de mposos maor que a redução do superáv alvo. A mea de superáv é

137 crescene devdo à elevação da relação enre a dívda públca e o PIB. Como resulado de uma conração dos gasos maor que a redução dos mposos, há geração crescene de superáv (79R). Apesar do resulado prmáro, no enano, o governo acaba ncorrendo em um défc públco (81R), que segue uma rajeóra decrescene em função do superáv prmáro crescene (79R) e de um pagameno de juros ncalmene decrescene e que passa a crescer a um rmo mas leno que o da geração de superáv aé volar a car (8R). A redução ncal do pagameno de juros se deve ao crescmeno da dívda públca (82R) a um rmo mas leno que a redução da axa de juros (15R); já o crescmeno poseror resula da dmnução do rmo de queda da axa de juros e do crescmeno conínuo da dívda públca em função do acúmulo dos défcs ao longo dos períodos. Com a dívda exerna quase oda amorzada, a dívda públca nerna é gual à dívda públca oal (82R). No que dz respeo ao seor exerno, as exporações são crescenes (83R), acompanhando o movmeno da renda exerna mundal, apesar da pequena redução do coefcene de exporação (84R) como resulado da combnação dos efeos negavos vnculados à elascdade-renda das exporações, do efeo do preço relavo resulane da aprecação do câmbo, da queda dos preços naconas e da subda dos preços nernaconas e do pequeno efeo da compevdade vnculado ao nvesmeno auônomo. As mporações (85R) acompanham o movmeno do PIB. As mporações de bens nermedáros são conraídas na fase de recessão, quando há redução do nível de produção, e se elevam com a recuperação. As mporações de bens de consumo dmnuem com a conração da renda das classes e a mporação de bens de capal ambém em uma queda ncal e só se recupera com a reomada dos nvesmenos. Os coefcenes de mporação aumenam (86R a 89R) prncpalmene em função do efeo da aprecação do câmbo (95R), que orna as mporações mas baraas mesmo com a elevação dos preços nernaconas e redução dos preços nernos. O coefcene de mporação de bens de capal, especfcamene, aumena aé angr seu eo, quando enão passa a permanecer consane. Nese conexo de aumeno das exporações e redução das mporações, que começam a se recuperar no fnal da rajeóra, o saldo da balança comercal segue uma endênca crescene a axa decrescene (9R). O resulado do saldo de servços de faores (91R) acompanha o movmeno do dvdendo remedo, que segue a mesma rajeóra do lucro, reduzndo-se ncalmene e depos volando a se recuperar nos úlmos períodos, e dos juros remedos, cujo prncpal componene é a remessa de juros recebdos sobre o esoque de capal esrangero de curo prazo, que segue reduzndo-se (99R). O mpaco do pagameno de juros do governo é

138 mínmo, devdo à amorzação da dívda exerna públca, e o pagameno de juros dos seores ambém é muo pequeno, endo em vsa a redução da dívda exerna prvada (1R). O lucro remedo é gual, por hpóese, ao lucro renvesdo, e, porano, a soma deses dos faores não exerce nenhuma nfluênca (91R). O saldo em ransações correnes, como resulado do balanço comercal progressvamene posvo e do saldo de servço de faores cada vez menos negavo, é crescene (92R). O saldo ncal da cona de capal (93R), anes de ser consderada a enrada de nvesmeno exerno de curo prazo, em como prncpal componene a enrada de nvesmeno dreo esrangero, que acompanha o movmeno do nvesmeno dos seores, sendo decrescene ao longo da maor pare dos períodos e começando a apresenar uma melhora apenas nos úlmos anos. O fnancameno exerno dos seores em um peso muo pequeno e ambém segue esa mesma rajeóra. A amorzação da dívda exerna é gual à soma do pagameno da dívda exerna públca e da amorzação da dívda exerna dos seores. O resulado do saldo de ransações correnes, que se orna posvo e segue uma endênca crescene a axa decrescene, mas o saldo ncal da cona de capal, connuamene posvo e decrescene, exerce uma pressão pela aprecação do câmbo (95R). A cada período, a endênca à aprecação (95R), dadas a axa de juros nernaconal, a axa de juros naconal, o rsco país e a axa de câmbo esperada e a expecava de desvalorzação resulane, acaba nduzndo à saída de capal de curo prazo (94R) aé o nível de equlíbro do balanço de pagamenos (96R), quando cessa a pressão no mercado de dvsas. O saldo fnal da cona de capal, consderando o nvesmeno exerno em carera (especulavo), conrabalança o saldo da cona de ransações correnes (97R). O esoque de nvesmeno dreo esrangero é o prncpal componene do esoque de passvo exerno e segue uma rajeóra crescene, dada a enrada consane, proporconal a sua parcpação em cada seor, assocada ao nvesmeno auônomo (ao longo de oda a rajeóra) e nduzdo (nos úlmos períodos); o esoque de nvesmeno exerno de curo prazo apresena um aumeno ncal e depos se orna declnane com a saída conínua dese capal (99R). As parcpações do esoque de emprésmos conraídos pelos seores e da dívda públca exerna são decrescenes em função da amorzação (1R). As reservas em moeda esrangera aumenam com a remuneração recebda no exeror à axa de juros nernaconal. As reservas em moeda naconal, no enano, dada a aprecação do câmbo, permanecem relavamene esáves. O passvo exerno líqudo, endo em vsa o comporameno das

139 reservas, acompanha o movmeno do passvo oal numa rajeóra crescene a axa decrescene (12R). O rsco país (13R), nese conexo, apresena uma elevação ncal, reflexo do crescmeno do passvo exerno, mas começa a ser reduzdo, prncpalmene como conseqüênca da dmnução do esoque de capal esrangero de curo prazo.

140 CONCLUSÃO Ao longo dese rabalho, o crescmeno fo raado como um fenômeno de curo prazo, vnculado à varação da renda sem aleração da esruura produva. O desenvolvmeno, por ouro lado, fo vso como um fenômeno de longo prazo, conduzdo por aleração esruural endógena e mpulsonado por condções de demanda e concorrênca que suporam um processo de crescmeno, dversfcação e elevação da produvdade. Os países desenvolvdos seram aqueles cuja dnâmca de crescmeno da renda e aleração esruural evolu de forma susenada, sem ser nerrompda ssemacamene por gargalos nernos ou resrções exernas. Já os países em desenvolvmeno seram aqueles em vas de consrução de as bases, so é, aqueles cuja rajeóra não é susenada, porém os períodos de crescmeno podem ser orenados para engendrar uma ransformação esruural de forma que ao longo do empo sejam capazes de superar seus gargalos. Os países subdesenvolvdos não êm uma dnâmca nerna capaz de susenar nem mesmo períodos represenavos de crescmeno da renda. Como fo vso, no caso dos países em desenvolvmeno, um dos prncpas problemas que acaba ornando nsusenável sua rajeóra de crescmeno é o desequlíbro esruural do balanço de pagamenos. A balança comercal defcára, como fo reeradamene argumenado, reflee a dspardade enre coefcenes e enre elascdades-renda e -preço de mporação e exporação parâmeros que revelam caraceríscas da esruura produva e o grau de desenvolvmeno do país (nível de ndusralzação, axa de modernzação, nível de compevdade das exporações). A cona de capal é usada, enão, para compensar a balança comercal negava, com a desvanagem de que seus componenes, dferenemene de uma elevação das exporações ou de uma redução das mporações, geram compromsso fuuro de remessa de dvsas em função do esoque de passvo exerno que va sendo acumulado. A vulnerabldade exerna dos países que apresenam dnâmcas como acma descras reflee-se em ndcadores como rsco de nsolvênca, lgado à dsposção dos credores nernaconas connuarem refnancando suas dívdas, e rsco de lqudez, lgado ao movmeno dos capas de curo prazo, cuja saída abrupa podera compromeer o nível de reservas. A elevação dos rscos de nsolvênca e lqudez aumena o cuso de aração do capal esrangero, fazendo com que o governo enha que maner elevada axa de juros e alo nível de reservas para evar nsabldades. Nese conexo, é fore a nfluênca da lqudez

141 nernaconal e das expecavas dos agenes sobre as condções propícas ao crescmeno com esabldade. O crescmeno de um país com resrção esruural do balanço de pagamenos não em, por s mesmo, como se auo-susenar. As polícas adoadas esão voladas para conrolar os efeos desfavoráves gerados pelo crescmeno com resrção esruural exerna, mas não são dreconadas para vablzar a superação das causas dese po de rajeóra, orgnadas fundamenalmene em uma esruura produva desaualzada e pouco compeva. O desenvolvmeno é consruído por uma dnâmca de longo prazo, porém não é um processo nexorável; ao conráro, são necessáros grandes esforços de políca. Para que países em desenvolvmeno de fao se nsram no rumo da consrução das bases de uma rajeóra vruosa susenada é precso adoar polícas macroeconômcas que alonguem os períodos de crescmeno e polícas ndusras e de nvesmeno em nfra-esruura que conrbuam para acelerar a ransformação esruural na dreção da superação dos gargalos exsenes e do foralecmeno da dnâmca de concorrênca e modernzação. A ncorporação mas dealhada do seor exerno, do seor fnancero e das polícas econômcas no modelo de smulação apresenado no ercero capíulo eve, jusamene, como objevo permr o esudo das nerações enre o desequlíbro comercal, a fragldade fnancera em uma economa com aberura comercal e fnancera e a rajeóra de crescmeno. Ese rabalho faz pare de um programa de pesqusa que em sua lnha eórca, conforme defnda no prmero capíulo, baseada em Keynes, Kaleck e Schumpeer, e que ulza como prncpal nsrumeno de análse os modelos de smulação. A relevânca do modelo apresenado nesa ese esá no fao de ser um nsrumenal que perme capar a neração no empo enre dversas varáves que deermnam a evolução da demanda, do crescmeno, do resulado do balanço de pagamenos e das regras de políca econômca, que, por sua vez, afeam a própra demanda. Apesar de a dnâmca de ransformação esruural não er sdo endogenezada nesa versão do modelo com base em processos de concorrênca das frmas, ela esá sendo reraada de manera smplfcada aravés do nvesmeno auônomo em modernzação. Assm, ambém é possível rar conclusões sobre as nerações enre a evolução da demanda, do crescmeno, de alerações na capacdade produva e a ransformação esruural assocada; e sobre a mporânca de polícas que conrbuem para vablzar a consrução de um camnho de mudança esruural.

142 A condução da políca econômca suposa no modelo apresenado, segundo, grosso modo, as orenações do Consenso de Washngon, é de aberura comercal e fnancera, regme de câmbo com fluuação suja, políca moneára regda por meas de nflação e políca fscal, por alvos de superáv prmáro. Dadas esas regras, quando um país com resrção esruural do balanço de pagamenos esá crescendo, como pôde ser vso nas smulações, o câmbo ende a desvalorzar, a nflação aumena, levando a uma políca moneára resrva, com elevação dos juros, ambém mpulsonada pela necessdade de arar capal esrangero e compor reservas; e os gasos do governo são conrolados para aumenar o superáv prmáro em função do aumeno da relação dívda/pib, agravada pela elevação do pagameno de juros sobre a dívda. A elevação dos juros e a desvalorzação do câmbo acabam nfluencando a demanda. Conudo, anda são necessáros ajuses no modelo que o permam capar de forma mas adequada parcularmene o mpaco da varação da axa de juros sobre a demanda, evando, por exemplo, que uma rajeóra de crescmeno com deeroração dos resulados do seor exerno permaneça susenada. Nese sendo, em prmero lugar, deve ser aprmorada a calbragem das condções ncas, especalmene a composção enre os avos e os passvos dos dversos agenes da economa (seores, classes e governo). Em segundo lugar, deve ser avalada a possbldade de nrodução de um mecansmo de análse de porfólo por pare dos agenes, de forma que a axa de juros fgure como cuso de oporundade para o nvesmeno produvo. Por úlmo, é precso reesruurar as condções de endvdameno do governo, nclundo alguma resrção sobre sua possbldade de conração de emprésmos no exeror. Apesar da necessdade de desenvolvmenos fuuros, já em seu eságo aual, o modelo perme a realzação de algumas smulações, sugerdas a segur, que, a meu ver, podem conrbur de forma relevane para o esudo da dnâmca de um país em desenvolvmeno. Uma prmera possbldade é a varação dos parâmeros que refleem a condção de um país em desenvolvmeno com desequlíbro na balança comercal. As prncpas alerações seram nos valores ncas dos coefcenes de mporação e exporação e nos parâmeros relaconados à sensbldade dos coefcenes frene a mudanças no nível de avdade, nos preços relavos e na nfluênca do nvesmeno auônomo sobre a produvdade dos seores e, logo, sobre a compevdade.

143 Da mesma forma, sobre o seor exerno, poderam ser avaladas dferenes suações em ermos de rmo de crescmeno da economa mundal e, logo, das exporações e de evolução dos ermos de roca. Oura alernava a ser esada dz respeo à condção de lqudez nernaconal, parâmero conjunural que nfluenca a resrção exerna ao crescmeno de um país em desenvolvmeno pelo lado fnancero e que é capada no valor da sensbldade do rsco-país à varação nos ndcadores de nsolvênca e lqudez. Alerações nas condções ncas ambém podem gerar resulados relevanes focando, por exemplo, dferenes níves e composções de endvdameno (nerno e exerno) do seor públco e do seor prvado, maor ou menor parcpação do IDE na economa, dsponbldade de reservas. Anda, sera mporane consderar mudanças nos parâmeros relaconados à políca econômca, vnculados, prncpalmene, às regras de políca moneára, fscal e cambal. Nese sendo, sera neressane gerar dferenes smulações varando, por exemplo, a mea de nflação, a sensbldade dos juros à nflação, o pso da axa de juros, a mea de superáv fscal, a banda cambal e a mea de reservas. Todas essas são possbldades que deverão ser exploradas nos rabalhos fuuros do grupo de pesqusa no qual esa ese fo desenvolvda.

144 REFERÊNCIAS ALÉM, A.C. (23). A resrção exerna na economa braslera na década de 199. Tese de Douorado. IE/UFRJ, março. ALLEN, P. (1988) Evoluon, Innovaon and Economcs. In: DOSI, G., FREEMAN, C., NELSON, R. SILVERBERG, G. SOETE, L. (eds) Techncal Change and economc Theory. Londres: F. Prner. AMABLE, B. (1994). Endogenous Growh Theory, Convergence and Dvergence. In: SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1994) The Economc of Growh and Techncal Change. Technologes, Naons, Agens. Aldersho: E.Elgar. ARTHUR, W.B. (1987). Self-renforcng mechansms n economcs. Mmeo, Sanford Unversy, Sepember. BACHA, E. (1982). Crescmeno com ofera lmada de dvsas: uma reavalação do modelo de dos haos. Pesqusa e Planejameno Econômco, v. 12, n. 2, agoso, p BAIN (1956). Barrers o New Compeon. Cambrdge, Mass: Harvard UP. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Bolem do Banco Cenral - Relaóro Annual 24. v.4, p Dsponível em hp:// Relaóro de Inflação. v.7, n.4, dezembro 25, p Dsponível em hp:// BELL, M.; PAVITT, K. (1993) Technologcal Accumulaon and Indusral Growh: Conrass Beween Developed and Developng Counres. Indusral and Corporae Change, 2 (2). CALVO, G.A.; LEIDERMAN, L.; REINHART, C.M. (1994). Inflows of Capal o Developng Counres n he 199s: Causes and Effecs. Washngon D.C: Iner-Amercan Developmen Bank: Workng Paper Seres, 32. CANO, W. (1999). Amérca Lana: do desenvolvmeno ao neolberalsmo. In: FIORI, J. L. (org) (1999) Esados e Moedas, Perópols: Ed. Vozes.. (2). Soberana e políca econômca na Amérca Lana. São Paulo: Ed. UNESP. Cap.3 CANUTO, O. (1998). Padrões de especalzação, haos ecnológcos e crescmeno com resrções de dvsas. Revsa de Economa Políca, vol. 18, n.3(71), julho-seembro.

145 CARVALHO, F. (1987). Keynes, a nsabldade do capalsmo e a eora dos cclos econômcos. Anas do XV Enconro Naconal de Economa. Salvador: Dezembro, p (1988). Keynes on probably, uncerany and decson makng. Journal of Pos Keynesan Economcs, XI(1), Fall.. (1995). Keynes Conceps of Fnance and Fundng, and he Srucure of he Fnancal Sysem. Texo para Dscussão 344, Ro de Janero: IE/UFRJ.. (1999). Perspecvas para a economa nernaconal. Bolem de Conjunura, v.19, n.2 (julho), p (2). O aumeno da volaldade nos mercados nernaconas de capas: causas e rscos. Bolem de Conjunura,v.2, n.2 (julho) p CASTRO, A.B. (1998). Crescmeno reprmdo versus balanço de comérco como varável de ajuse. In: VELLOSO, J.P.R. O Brasl e o mundo no lmar do novo século. Ro de Janero: José Olympo. CAVALCANTI, M.A.F.H.; FRISCHTAK, C. (21). Crescmeno econômco, balança comercal e a relação câmbo-nvesmeno, paper apresenado no XIII Fórum Naconal no Ro de Janero, realzado de 14 a 17 de mao. CAVES, R.E. (1971) Inernaonal Corporaons: The ndusral economcs of foregn nvesmen. Economca, feverero. CHENERY, H.; BRUNO, M. (1962). Developmen Alernaves n an Open Economy: The Case of Israel. Economc Journal, march. CHICK, V. (1983). Macroeconomcs afer Keynes A reconsderaon of he General Theory. Cambrdge, Mass: MIT Press. COOMBS, R.; SAVIOTTI, P.; WALSH, V. (1987). Economcs and Technologcal Change. Londres: Macmllan. CRUZ, P.D. (1995) Endvdameno Exerno e Transferênca de Recursos Reas ao Exeror. Nova Economa, v.5 n. 1, agoso. DAVIDSON, P. (1978). Money and he Real World. Londres: Macmllan.. (1986). Fnance, fundng, savng and nvesmen. Journal of Pos Keynesan economcs, Vol. IX, No.1, Fall, p DIAZ ALEJANDRO, C. (1972). Alguns aspecos da experênca do Brasl com a ajuda exerna, Revsa Braslera de Economa. Ro de Janero, 26(1) jan/mar.

146 DODARO, S. (1991). Comparave advanage, rade and growh: expor-led growh revsed. World Developmen, v.19, n.9. DOMAR, E. (195). The effec of foregn nvesmen on he BP, Amercan Economc Revew, 195. DOSI, G. (1982). Technologcal Paradgms and Technologcal Trajecores: a suggesed nerpreaon of deermnans and drecon of echncal change. Research Polcy, 11.. (1984). Techncal Change and Indusral Transformaon he Theory and an Applcaon o he Semconducor Indusry. Londres: Macmllan.. (1988a) Sources, Procedures and Mcroeconomc Effecs of Innovaon. Journal of Economc Leraure, XXVI, seembro.. (1988b). The naure of he nnovave process. Techncal Change and Economc Theory. Londres: Francs Pner. DOSI, G.; ORSENIGO, L. (1988). Coordnaon and Transformaon: an Overvew of Srucures, Behavours and Change n Evoluonary Envronmens. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. DOSI, G.; SOETE, L. (1988). Techncal Change and Inernaonal Trade. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1988). Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. DOSI, G.; EGIDI, M (1991). Subsanve and procedural uncerany: an exploraon of economc behavours n changng envronmens. Journal of evoluonary economcs, aprl. DOSI, G.; FABIANI, S. (1994). Convergence and Dvergence n he Long-Term Growh of Open Economes. In: SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1994). The Economc of Growh and Techncal Change. Technologes, Naons, Agens. Aldersho: E.Elgar. DOSI, G.; FREEMAN, C.; FABIANI, S. (1994). The Process of Economc Developmen: Inroducng Some Sylzed Facs and Theores on Technologes, Frms and Insuons. Indusral and Corporae Change, 3(1). FAGERBERG, J. (1994). Technology and nernaonal dfferences n Growh raes. Journal of economc leraure, 32(3). FIORI, J. L. (1997). Globalzação, hegemona e mpéro. In: FIORI, J. L. (org) (1997). Poder e Dnhero, Perópols: Ed. Vozes.

147 FRANCO, G. (1998) Inserção exerna e desenvolvmeno. Revsa de Economa Políca, v.18, n.3, julho-seembro, p FREEMAN, C. (1974). Innovaon and he sraegy of he frm. The economcs of ndusral nnovaon. Harmondsworh: Pengun. FREITAS, F. (23). Uma análse críca do modelo kaldorano de crescmeno lderado pelas exporações. Mmeo, Ro de Janero: IE-UFRJ. FURTADO, C. (1992) O subdesenvolvmeno revsado. Economa e Socedade. Agoso. GANDOLFO, G. (1985). Economc Dynamcs: mehods and models. Amserdam: Norh- Holland. GONÇALVES, R. e al. (1998). A nova economa nernaconal: uma perspecva braslera. Ro de Janero: Campus. GURRIERI, A (org) (1982). La obra de Prebsch en la CEPAL, El rmesre económco Lecuras, vol I, Méxco: Fondo de Culura Económca. HARROD, R. (1939). An Essay n Dynamc Theory. Economc Journal, March. HICKS, J. (1987)[1937] O Sr. Keynes e os Clásscos: uma sugesão de nerpreação. Leraura Econômca, 5(2): HIRSCHMAN, A. (196). Esraéga do Desenvolvmeno Econômco. Ro de Janero: Ed. Fundo de Culura.. (1981) El Poder Naconal y la Esrucura del Comerco Exeror. In: De La Economa a la Polca y mas Alla. Méxco: Fondo de Culura. KALDOR, N. (1996). The effecs of nerregonal and nernaonal compeon. Causes of Growh and Sagnaon n he World Economy. Cambrdge: Cambrdge Unversy Press. KALECKI, M. (1982)[1972]. Formas de ajuda exerna: uma análse econômca. In: MIGLIOLI, J. (org). Kaleck, Ed.Áca.. (1983)[1954]. Teora da Dnâmca Econômca. São Paulo: Ed. Abrl.. (1987)[1935]. Comérco nernaconal e exporações nernas. In: MIGLIOLI, J. (org). Crescmeno e Cclo das Economas Capalsas. São Paulo: Hucec.. (1987)[1968]. Tendênca e cclo econômco. In: MIGLIOLI, J. (org). Crescmeno e Cclo das Economas Capalsas. São Paulo: Hucec.

148 KEYNES, J.M. (1937). Alernave heores of he rae of neres. The Economc Journal, june.. (1973)[1937]. Ex Pos and Ex Ane. Afer he General Theory, pare 2: Defence and Developmen. Macmllan, CW, XIV, pp (1978a)[1937]. A eora da axa de juros. In: Szmrecsány, T. (org). Keynes. São Paulo: Áca.. (1978b)[1937]. A eora geral do emprego. In: Szmrecsány, T. (org). Keynes. São Paulo: Áca.. (1987a)[1937]. A eora ex-ane da axa de juros. Leraura Econômca, 9(2): , (1987b)[1937]. Teoras Alernavas da Taxa de Juros. Leraura Econômca, 9(2): , (1988)[1936]. A Teora Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Ed. Nova Culural. KREGEL, J. (1994). Capal flows: Globalzaon of Producon and Fnancng Developmen, UNCTAD Revew.. (1996). Rscos e mplcações da globalzação fnancera para a auonoma das polícas naconas. Economa e Socedade, 7, dezembro. KRUGMAN, P. (198). Scale economes, produc dfferenaon and he paern of rade. Amercan Economc Revew, vol. 7, p KUPFER, D. (1991). Padrão de Concorrênca e Compevdade. Texo para Dscussão, n.265, Ro de Janero: IE/UFRJ. LIMA, G.T.; CARVALHO, V.R. (25). Crescmeno econômco sob resrção exerna: a experênca braslera no período Mmeo. São Paulo: FEA-USP. LIMA, G.T., CARVALHO, V.R. e SANTOS, A.T.L.A (26). A resrção exerna como faor lmane do crescmeno econômco braslero: um ese empírco. Mmeo. São Paulo: FEA-USP. LIST, F. (1989)[1855]. Ssema naconal de economa políca. São Paulo: Ed. Nova Culural. MACEDO E SILVA, A.C. (1995). Le de Say e Demanda Efeva, Equlíbro e Equlbrsmo algumas observações. In: Anas do XXIII Enconro Naconal de Economa. Salvador: ANPEC.

149 . (1999). Macroeconoma sem equlíbro. Perópols, RJ: Vozes. MEDEIROS, C.; SERRANO, F. (1999). Padrões moneáros nernaconas e crescmeno. In: FIORI, J. L. (org) (1999). Esados e Moedas, Perópols, RJ: Ed.Vozes.. (21). Inserção exerna, exporações e crescmeno no Brasl. In: FIORI, J.L. (org). Polarzação mundal e crescmeno. Perópols, RJ: Ed.Vozes. METZLER, L. (1941). The naure and sably of nvenory cycles. Revew of Economcs and Sascs, v.23. MINSKY, H. (1975). John Maynard Keynes. N. York: Columba Unversy Press.. (1986). Sablzng an Unsable Economy. New Haven e Londres: Yale Unversy Press. MORENO-BRID, J. C. (1999). On capal flows and he balance-of-paymens-consraned growh model. Journal of Pos Keynesan Economcs, vol. 21, n. 2. NELSON, R. (199). Capalsm as an Engne of Progress. Research Polcy, 19.. (1994) The Co-evoluon of Technology, Indusral Srucure and Supporng Insuons. Indusral and Corporae Change, 3(1). NELSON, R.; WINTER, S. (1982). An Evoluonary heory of economc change. Cambrdge, Mass.: Harvard Unversy Press. PASINETTI, L.L. (1981). Srucural Change and Economc Growh. Cambrdge: Cambrdge Unversy Press. PAVITT, K. (1984). Secoral Paerns of Techncal Change: owards a axonomy and a heory. Research Polcy, 13. PEREZ, C.; SOETE, L. (1988). Cachng up n echnology: enry barrers and wndows of opporuny. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1988). Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. PINTO, A. Concenracón del Progreso Técnco y de sus Fruos en El Desarrollo Lanoamercano. El Trmesre Económco, vol XXXII, janero-março, no 125. POSSAS, M.L. (1983). Dnâmca e Cclo Econômco em Olgopólo. Tese de Douorado, Campnas: DEPE/UNICAMP.. (1984). Um modelo dnâmco mulsseoral. Pesqusa e Planejameno Econômco, 14 (2), ago.

150 . (1985). Esruuras de Mercado em Olgopólo. São Paulo: Hucec.. (1986). Para uma releura eórca da Teora Geral. Pesqusa e Planejameno Econômco, 16(2).. (1987). A Dnâmca da economa capalsa: uma abordagem eórca. São Paulo: Braslense.. (1989a). Em dreção a um paradgma mcrodnâmco: a abordagem neoschumpeerana. In: Amadeo, E. (org). Ensaos sobre Economa Polca Moderna: eora e hsóra do pensameno econômco. São Paulo: Marco Zero, (1989b). Dnâmca e Concorrênca Capalsa - uma abordagem a parr de Marx. São Paulo: Hucec.. (1996). Compevdade: faores ssêmcos e políca ndusral. Implcações para o Brasl. In: CASTRO, A.B. e al (org). Esraégas empresaras na ndúsra Braslera: dscundo mudanças. Ro de Janero: Forense Unversára.. (1999a). Demanda Efeva, Invesmeno e Dnâmca: a aualdade de Kaleck para a eora macroeconômca. Revsa de economa conemporânea, 3(2).. (1999b). Anecedenes e perspecvas eórcas da economa do desenvolvmeno numa abordagem evoluconára. Revsa Nexos Econômcos, CME/UFBa, 1(1), junho.. (22). Elemenos para uma Inegração Mcro-macrodnâmca na Teora do Desenvolvmeno Econômco. Revsa de Economa Conemporânea, 3 (2), jul./dez. POSSAS, M.; BALTAR, P. (1981). Demanda efeva e dnâmca em Kaleck. Pesqusa e Planejameno Econômco, 11(1). POSSAS, M.; KOBLITZ, A. e al. (21). Um modelo evoluconáro seoral. Mmeo. Ro de Janero: IE-UFRJ. POSSAS, M.; DWECK, E.; REIF, A.C. (24). Um modelo macrodnâmco mulsseoral. Texos para Dscussão, TD 3.24, Ro de Janero: IE-UFRJ. POSSAS, S. (1999). Concorrênca e Compevdade. Noas sobre esraéga e dnâmca seleva na economa capalsa. São Paulo: Hucec. PREBISCH, R. (1949) O desenvolvmeno econômco da Amérca Lana e seus prncpas problemas, Revsa Braslera de Economa, n.3.

151 . (1964). As dspardades da procura e seus efeos sobre o desenvolvmeno econômco. A Dnâmca do Desenvolvmeno Lano-Amercano. Ro de Janero: Fundo de Culura.. (2)[1951]. Problemas eórcos e prácos do crescmeno econômco. In: BIELSCHOWSKY, R. (org). Cnqüena Anos de Pensameno na CEPAL, vol. 1, Ro de Janero: Record. RESENDE, M.F.; ANDERSON, P. (1999). Mudanças Esruuras Recenes na Indúsra de Bens de Capal. Nova Economa, v.9, n.2, dezembro. Belo Horzone. ROSENBERG, N. (1976). Perspecves on Technology. Cambrdge: Cambrdge Unversy Press.. (1982). Insde he Black Box: Technology and Economcs. Cambrdge: Cambrdge Unversy Press. SANTOS, B.G. (23). Mecansmo de ransmssão da resrção exerna em um ssema de meas nflaconáras. Dsseração de mesrado. Ro de Janero: IE/UFRJ, março. SCHERER, F.M. (1992). Schumpeer and Plausble Capalsm. Journal of Economc Leraure, vol. XXX, seembro, p SCHUMPETER, J. (1939). Busness Cycles A heorecal, hsorcal and sascal analyss of he capals process. Nova York: McGraw-Hll.. (1943). Capalsm, Socalsm and Democracy. Londres: Allen&Unwn. Culural.. (1988)[1964]. Teora do desenvolvmeno econômco. São Paulo: Nova. (22). The Economy as a Whole: Sevenh Chaper of he Theory of Economc Developmen. Indusry and Innovaon. Vol. 9, n.1/2, p , aprl/augus. SERRANO, F. (1998). "Tequla ou Torlha? Noas sobre a Economa Braslera nos Novena". Revsa Archeypon. se/dez.. (2). A soma das poupanças deermna o nvesmeno?. Mmeo, Ro de Janero: IE-UFRJ. SERRANO, F.; WILLCOX, L.D (2). O modelo de dos haos e o supermulplcador. Mmeo, Ro de Janero: IE-UFRJ. SILVERBERG, G.; VERSPAGEN, B, (1994). Evoluonary Theorzng on Economc Growh. Mmeo, Lmburg: MERIT.

152 SILVERBERG, G. (1988). Modellng Economc dynamcs and Techncal Change: Mahemacal Approaches o Self-Organzaon and Evoluon. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1988). Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1994). The Economc of Growh and Techncal Change. Technologes, Naons, Agens. Aldersho: E.Elgar. SILVERBERG, G. ; DOSI, G. ; ORSENIGO, L. (1988). Innovaon, Dversy and Dffuson: a Self-organzng model. Economc Journal, 98, julho. SIMON, H. (1979). From subsanve o procedural raonaly. In: HANS, F.; HOLLIS, M. (eds). Phlosophy and economc heory. Oxford Unversy Press.. (1987). Bounded Raonaly. In: EATWELL, J.; MILGATE, M.; NEWMAN, P. (eds). Uly and probably. London: MIT Press. SOUZA, F.E.P. (25). Sem medo de fluuar? O regme cambal braslero pós Esudos Econômcos, São Paulo, V.35, n.3, p , julho-seembro. STIGLITZ, J. (22). A globalzação e seus malefícos. São Paulo: Ed. Fuura. TAVARES, M. C. (1993). As polícas de ajuse no Brasl: os lmes da ressênca. BID, Washngon, DC, jan. 1993, p.17.. (1997) [1985]. A reomada da hegemona nore-amercana. In: FIORI, J. L. (org) (1997). Poder e Dnhero, RJ, Perópols: Ed. Vozes.. (1999). Impéro, erróro e dnhero. In: FIORI, J. L. (org) (1999). O Esado e a Moeda, RJ, Perópols: Ed. Vozes. TAVARES, M. C.; MELIN, L.E. (1997). Pós-escro 1997: a reafrmação da hegemona nore-amercana. In: FIORI, J. L. (org) (1997). Poder e Dnhero, RJ, Perópols: Ed. Vozes. TEECE, D. (1988). Technologcal Change and he naure of he frm. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds) (1988). Techncal Change and Economc Theory, London: Pner Publshers. THIRWALL, A.P. (1979). The Balance of Paymens Consran as an Explanaon of Inernaonal Growh Rae Dfferences. Banca Nazonale del Lavoro Quarerly Revew, March, n. 128, pp (1983). Foregn Trade Elasces n Cenre-Perphery Models of Growh and Developmen. Banca Nazonale del Lavoro Quarerly Revew, Sepember, n. 146, pp

153 . (1997). Reflecons on he concep of balance-of-paymens-consraned growh. Journal of Pos Keynesan Economcs. Vol.19, n.3, Sprng. THIRLWALL, A. P.; MCCOMBIE, J. S. L. (1994). Economc growh and he balance-ofpaymens consran. NY: S. Marn Press. VERCELLI, A. (1991). Mehodologcal Foundaons of Macroeconomcs: Keynes and Lucas. Cambrdge Unversy Press. VERNON, R. (1981)[1966]. Inernaonal nvesmen and nernaonal rade n he produc cycle. Quarerly Journal of Economcs, mao. In: BALDWIN; RICHARDSON (eds)(1981). Inernaonal Trade and Fnance: Readngs. Boson: Lle, Brown. WILLIAMSON, J. (1989). A economa abera e a economa mundal: um exo de economa nernaconal. Ro de Janero: Campus. WINTER, S.G. (1984). Schumpeeran Compeon n alernave echnologcal regmes. Journal of Economc Behavour and Organzaon 5, Norh-Holland. WOOD, A. (1975). A heory of profs. Cambrdge: Cambrdge Unversy Press.

154 APÊNDICE Seor 1: Bens de Consumo Duráves Seor 2: Bens de Consumo Não-Duráves Seor 3: Bens Inermedáros (Mealúrgcos) Seor 4: Bens Inermedáros (Químcos) Seor 5: Bens de Capal Seor 6: Bens Inermedáros (Ouros) Seor 7: Bens Agrícolas Seor 8: Servços Crescmeno Produção Programada 1.C Gráfco Vendas Prevsas Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 2.C Gráfco Produção Programada Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

155 Demanda por bens nermedáros 3.C Gráfco.25 Coefcene Técnco de Insumos Naconas (ex. seor 1) Se 1 Ins 1 Se 1 Ins 2 Se 1 Ins 3 Se 1 Ins 4 Se 1 Ins 5 Se 1 Ins 6 Se 1 Ins 7 Se 1 Ins C Gráfco Proporção mínma de nsumos necessáros dsponíves Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 5.C Gráfco Proporção mínma de nsumos necessáros dsponíves (prod nsumos) Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

156 6.C Gráfco Encomendas Efevas de Insumos Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 Demanda por bens de consumo 7.C Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe A Se 7 Classe A Se 8 8.C Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe B Se 7 Classe B Se 8

157 9.C Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe C Se 7 Classe C Se 8 1.C Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe D Se 1 Classe D Se 2 Classe D Se 7 Classe D Se 8 11.C Gráfco 5 Recursos para Consumo Auônomo Classe A Classe B Classe C Classe D

158 12.C Gráfco.35 Proporção do Consumo Auônomo Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe A Se 3 Classe A Se 8 13.C Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe B Se 7 Classe B Se 8 14.C Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe C Se 7 Classe C Se 8

159 15.C Gráfco.5 Proporção do Consumo Auônomo Classe D Se 1 Classe D Se 2 Classe D Se 7 Classe D Se 8 16.C Gráfco 6 Encomenda Efeva por Bens de Consumo Seor 1 Seor 2 Seor 7 Seor Invesmeno 17.C Gráfco Varação de Capacdade Produva Desejada Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

160 18.C Gráfco Invesmeno Auônomo Desejado Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 19.C Gráfco Demanda por Bens de Capal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 2.C Gráfco Demanda Induzda por Bens de Capal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

161 21.C Gráfco Resrção Fnancera ao Invesmeno Induzdo Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 22.C Gráfco Invesmeno Auônomo Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 23.C Gráfco Encomenda Efeva de Bens de Capal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

162 24.C Gráfco Capacdade Produva Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 Produção Efeva, Vendas Observadas e Demanda Aendda 25.C Gráfco Produção Efeva Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 26.C Gráfco Encomendas Efevas Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

163 27.C Gráfco Vendas Observadas Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 28.C Gráfco Proporção da Demanda Aendda Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 29.C Gráfco 12 Imporação Exra Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

164 Preço e Renda 3.C Gráfco Preços Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 31.C Gráfco Capal de Gro Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 32.C Gráfco 35 Lucro Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

165 33.C Gráfco 25 PIB Lucro Toal Saláro Toal Imposos Indreo PIB 34.C Gráfco.2 Taxa de Crescmeno Resrção Fnancera dos Seores 35.C Gráfco Lucro Redo Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

166 36.C Gráfco Aplcação Fnancera Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 37.C Gráfco 16 Capal Toal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor C Gráfco 16 Recursos Dsponíves (Seor 1) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE

167 39.C Gráfco 25 Recursos Dsponíves (Seor 2) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE 4.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 3) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE 41.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 4) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE

168 42.C Gráfco 6 5 Recursos Dsponíves (Seor 5) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE 43.C Gráfco 12 Recursos Dsponíves (Seor 6) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE 44.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 7) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE

169 45.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 8) Recursos Inernos Recursos de Terceros Recursos IDE 46.C Gráfco 35 Recursos Dsponíves (Seor 1) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado 47.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 2) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado

170 48.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 3) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado 49.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 4) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado 5.C Gráfco 6 Recursos Dsponíves (Seor 5) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado

171 51.C Gráfco 16 Recursos Dsponíves (Seor 6) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado 52.C Gráfco Recursos Dsponíves (Seor 7) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado 53.C Gráfco 16 Recursos Dsponíves (Seor 8) Recurso Dsponíves do Seor Recursos Necessáros para Invesmeno Desejado

172 54.C Gráfco Pagameno dos Gasos em Invesmeno Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 55.C Gráfco Amorzação de Dívda Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 56.C Gráfco 12 Endvdameno Efevo Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

173 57.C Gráfco Dvda Inerna (nclu capal de gro) Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 58.C Gráfco Dvda Exerna (moeda naconal) s Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 59.C Gráfco Dvda Toal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

174 6.C Gráfco Grau de Endvdameno dos Seores Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 61.C Gráfco "Spread" Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 62.C Gráfco Taxa de Juros Inerna Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

175 63.C Gráfco Taxa de Juros Exerna Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 64.C Gráfco Pagameno de Juros Inernos Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor C Gráfco.6 Pagameno de Juros Exernos Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor

176 66.C Gráfco Pagameno Toal de Juros Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 Renda das Classes 67.C Gráfco 5 Renda Nomnal Classe A Classe B Classe C Classe D 68.C Gráfco 1.1 Índce de Preço ao Consumdor Classe A Classe B Classe C Classe D

177 69.C Gráfco 5 Renda Real Classe A Classe B Classe C Classe D 7.C Gráfco 6 Aplcação Fnancera Classe A Classe B Classe C Classe D 71.C Gráfco Dívda Classe A Classe B Classe C Classe D

178 72.C Gráfco Amorzação da Dívda Classe A Classe B Classe C Classe D 73.C Gráfco Grau de Endvdameno Classe A Classe B Classe C Classe D 74.C Gráfco 1.2 Resrção Fnancera ao Consumo Auônomo Classe A Classe B Classe C Classe D

179 75.C Gráfco 1.6 "Spread" Classe A Classe B Classe C Classe D 76.C Gráfco.12 Taxa de Juros Inerna Classe A Classe B Classe C Classe D 77.C Gráfco Pagameno de Juros Classe A Classe B Classe C Classe D

180 Seor Públco 78.C Gráfco 14 Gasos do Governo C Gráfco 7 Superáv Prmáro C Gráfco Pagameno de Juros Inernos (Governo)

181 81.C Gráfco Défc Públco s 82.C Gráfco 12 Dívda Públca Dv Pub nerna Dv Pub oal Seor Exerno 83.C Gráfco Exporação Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

182 84.C Gráfco Coefcene de Exporação Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 85.C Gráfco Imporação Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor C Gráfco Coefcene Técnco de Insumos Imporados (ex. seor 1) Seor 1 Ins 1 Seor 1 Ins 2 Seor 1 Ins 3 Seor 1 Ins 4 Seor 1 Ins 5 Seor 1 Ins 6 Seor 1 Ins 7

183 87.C Gráfco Propensão margnal a consumr bens mporados Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe D Se 1 Classe D Se 2 88.C Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Imporado Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe D Se 1 Classe D Se 2 89.C Gráfco Coefcene de Imporação de Bens de Capal

184 9.C Gráfco Saldo da Balança Comercal Saldo BC Imporação Toal Exporação Toal 91.C Gráfco 7 Servço de Faores Lucro Renvesdo Lucro Remedo Dvdendo Remedo Juros Remedo 92.C Gráfco Saldo Transações Correnes Saldo TC Saldo BC Saldo SF

185 93.C Gráfco Saldo Cona de Capal (ncal) Saldo CK pre IDE Fn Ex Seores Amorzação 94.C Gráfco Invesmeno Exerno em Carera IECarera efevo IECarera pre 95.C Gráfco.95 Taxa de Câmbo Cambo esperado Taxa Cambo efeva Taxa de Cambo pre

186 96.C Gráfco -.2 Saldo do Balanço de Pagamenos Saldo BP pre Saldo BP 97.C Gráfco 1 Saldo do Balanço de Pagamenos Saldo CK Saldo TC 98.C Gráfco Reservas Reservas me Reservas mn Mea_Reserva

187 99.C Gráfco Esoque de Passvo Exerno IDE esoque IECarera esoque 1.C Gráfco Esoque de Passvo Exerno Fn Es esoque Fn Es esoque me DvPub Ex DvPub Ex me 11.C Gráfco.4 Parcpação IDE Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

188 12.C Gráfco 25 Passvo Exerno Passvo Ex PassvoEx CP PassvoEx Lq 13.C Gráfco Rsco país C Gráfco Inflação

189 15.C Gráfco Taxa de Juros

190 Recessão Produção Programada 1.R Gráfco Vendas Prevsas Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 2.R Gráfco Produção Programada Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

191 Demanda por bens nermedáros 3.R Gráfco Coefcene Técnco de Insumos Naconas (ex. seor 1) Se 1 Ins 3 Se 1 Ins 4 Se 1 Ins 6 Se 1 Ins 7 Se 1 Ins 8 4.R Gráfco 1.1 Proporção mínma de nsumos necessáros dsponíves Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 5.R Gráfco Proporção mínma de nsumos necessáros dsponíves (prod nsumos) Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

192 6.R Gráfco Encomenda Efeva de Insumos Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 Demanda por bens de consumo 7.R Gráfco.25 Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe A Se 7 Classe A Se 8 8.R Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe B Se 7 Classe B Se 8

193 9.R Gráfco Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe C Se 7 Classe C Se 8 1.R Gráfco.5 Propensão Margnal a Consumr Bens Naconas Classe D Se 1 Classe D Se 2 Classe D Se 7 Classe D Se 8 11.R Gráfco 5 Recursos para Consumo Auônomo Classe A Classe B Classe C Classe D

194 12.R Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Classe A Se 1 Classe A Se 2 Classe A Se 7 Classe A Se 8 13.R Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Classe B Se 1 Classe B Se 2 Classe B Se 7 Classe B Se 8 14.R Gráfco Proporção do Consumo Auônomo Classe C Se 1 Classe C Se 2 Classe C Se 7 Classe C Se 8

195 15.R Gráfco.5 Proporção do Consumo Auônomo Classe D Se 1 Classe D Se 2 Classe D Se 7 Classe D Se 8 16.R Gráfco Encomenda Efeva por Bens de Consumo Seor 1 Seor 2 Seor 7 Seor 8 Invesmeno 17.R Gráfco Varação de Capacdade Produva Desejada Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

196 18.R Gráfco Invesmeno Auônomo Desejado Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor R Gráfco Demanda por Bens de Capal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8 2.R Gráfco Demanda Induzda por Bens de Capal Seor 1 Seor 2 Seor 3 Seor 4 Seor 5 Seor 6 Seor 7 Seor 8

Neo-fisherianos e teoria fiscal do nível de preços

Neo-fisherianos e teoria fiscal do nível de preços Anono Lcha 4/março/07 Neo-fsheranos e eora fscal do nível de preços O objevo desas noas é desacar os prncpas elemenos da abordagem neofsherana e da eora fscal do nível de preços. Desacamos 4 pequenos modelos

Leia mais

Projeções de inflação

Projeções de inflação Projeções de nflação A experênca do Banco Cenral do Brasl Leonardo Po Perez Banco Cenral do Brasl Depep III Fórum Baano de Economa Aplcada Agoso de 23 Sumáro ) Inrodução Regme de Meas para Inflação no

Leia mais

5 Apreçamento de ESOs com preço de exercício fixo

5 Apreçamento de ESOs com preço de exercício fixo 5 Apreçameno de ESOs com preço de exercíco fxo Ese capíulo rá explorar os prncpas modelos de apreçameno das ESOs ulzados hoje em da. Neses modelos a regra de decsão é esruurada em orno da maxmzação do

Leia mais

5 Avaliação da Eficiência Computacional

5 Avaliação da Eficiência Computacional 5 Avalação da fcênca Compuaconal 5.1 Inrodução É desejado ncorporar o cálculo dos índces de adequação de ações de conrole de ensão ao programa SAN. O programa SAN esá sendo mplemenado com a esruura aual

Leia mais

Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000

Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000 Noa Técnca sobre a rcular nº 2.972, de 23 de março de 2000 Meodologa ulzada no processo de apuração do valor da volaldade padrão e do mulplcador para o da, dvulgados daramene pelo Banco enral do Brasl.

Leia mais

5 Avaliação do Título Conversível pelo Método de Diferenças Finitas Implícito (DFI)

5 Avaliação do Título Conversível pelo Método de Diferenças Finitas Implícito (DFI) 5 Avalação do Tíulo Conversível pelo Méodo de Dferenças Fnas Implíco (DFI) 5. Meodologa - Premssas Ese modelo desenvolvdo para apreçameno do LYON faz uso da eora de opções desenvolvda por Black and Scholes

Leia mais

Análise de Projectos ESAPL / IPVC

Análise de Projectos ESAPL / IPVC Análse de Proecos ESAPL / IPV Tempo, apal, Juro e Taxa de Juro Juros Smples e Juros omposos apalzação e Facor de apalzação Descono e Facor de Acualzação As aplcações do rendmeno onsumo Não Geram Rendmenos

Leia mais

CAPÍTULO 2 PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO E FORMAÇÃO DO PREÇO SPOT EM UM MERCADO COMPETITIVO DE ENERGIA ELÉTRICA

CAPÍTULO 2 PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO E FORMAÇÃO DO PREÇO SPOT EM UM MERCADO COMPETITIVO DE ENERGIA ELÉTRICA CAPÍTULO 2 PLANEJAMEO DA OPERAÇÃO E FORMAÇÃO DO PREÇO SPOT EM UM MERCADO COMPETITIO DE ENERIA ELÉTRICA 2. IRODUÇÃO Ese capíulo apresena um resumo dos prncpas conceos relaconados ao planeameno da operação

Leia mais

Inserção de Variáveis Ambientais no Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos

Inserção de Variáveis Ambientais no Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos Inserção de Varáves Ambenas no Planejameno da Operação de Ssemas Hdroérmcos VALLE, Ana Cláuda Marques, Escola de Engenhara Elérca e de Compuação, UFG, douoranda em Cencas Ambenas, PRPPG, UFG AGUIAR, Mara

Leia mais

Díodo: Regime Dinâmico

Díodo: Regime Dinâmico Díodo: eme Dnâmco (exo apoo ao laboraóro) Inrodução Quando se esabelece m crcuo uma ensão ou correne varáves no empo o pono de funconameno em repouso do díodo ambém va varar no empo. A frequênca e amplude

Leia mais

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 3. Lagrangeano Princípio da Mínima Ação Exemplos

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 3. Lagrangeano Princípio da Mínima Ação Exemplos MECÂNICA CÁSSICA AUA N o 3 agrangeano Prncípo da Mínma Ação Exemplos Todas as les da Físca êm uma esruura em comum: as les de uma parícula em movmeno sob a ação da gravdade, o movmeno dado pela equação

Leia mais

5 Sistemas Lineares com Coecientes Periódicos

5 Sistemas Lineares com Coecientes Periódicos 5 Ssemas Lneares com Coecenes Peródcos Ese capíulo raa de forma suscna do esudo da esabldade de soluções peródcas de ssemas dnâmcos não-lneares. Segundo Rand [83], a eora de Floque é a eora mas geral que

Leia mais

3 Dados e Modelo Econométrico 3.1. A amostra de funcionários públicos

3 Dados e Modelo Econométrico 3.1. A amostra de funcionários públicos 3 Dados e Modelo Economérco 3.1. A amosra de funconáros públcos Os dados usados nese esudo êm como fone a Pesqusa Naconal de Amosra por Domcílo (PNAD, uma pesqusa domclar realzada anualmene no Brasl pelo

Leia mais

Análises de ciclos econômicos no Brasil

Análises de ciclos econômicos no Brasil Análses de cclos econômcos no Brasl 1980-2009 Armando Vaz Sampao RESUMO - As sequêncas de expansões e conrações da avdade econômca são conhecdas como cclos econômcos e afeam odos os agenes econômcos. O

Leia mais

2.1. Modelos Baseados em Premissas de Distribuições Simulação de Monte Carlo

2.1. Modelos Baseados em Premissas de Distribuições Simulação de Monte Carlo 2 Value-a-Rsk Anes de adenrar na seara que raa o ermo cenral dese capíulo, é neressane realzar uma cação da evolução hsórca do esudo do rsco. Joron (2003, p. 10) resume os prncpas rabalhos aravés da abela

Leia mais

Solução numérica de equações diferenciais ordinárias. Problema de valor inicial (PVI)

Solução numérica de equações diferenciais ordinárias. Problema de valor inicial (PVI) Solução numérca de equações derencas ordnáras Problema de valor ncal PVI 4 5 Inrodução 4 5 Uma equação derencal ordnára é denda como uma equação que envolve uma unção ncógna e algumas das suas dervadas

Leia mais

CIRCULAR Nº 3.634, DE 4 DE MARÇO DE 2013. Padrão. Padrão. max i. I - F = fator estabelecido no art. 4º da Resolução nº 4.

CIRCULAR Nº 3.634, DE 4 DE MARÇO DE 2013. Padrão. Padrão. max i. I - F = fator estabelecido no art. 4º da Resolução nº 4. CIRCULAR Nº 3.634, DE 4 DE MARÇO DE 2013 Esabelece os procedmenos para o cálculo da parcela dos avos ponderados pelo rsco (RWA) referene às exposções sueas à varação de axas de uros prefxadas denomnadas

Leia mais

CIRCULAR Nº 3.568, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2011

CIRCULAR Nº 3.568, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2011 CAPÍTULO : Crculares não Codfcadas 2 CIRCULAR Nº 3.568, DE 2 DE DEZEMBRO DE 20 Alera dsposvos das Crculares ns. 3.36, de 2 de seembro de 2007, 3.388, de 4 de unho de 2008, 3.389, de 25 de unho de 2008,

Leia mais

PROF. DR. JACQUES FACON LIMIARIZAÇÃO POR ENTROPIA DE WULU

PROF. DR. JACQUES FACON LIMIARIZAÇÃO POR ENTROPIA DE WULU 1 PUCPR- Ponfíca Unversdade Caólca Do Paraná PPGIA- Programa de Pós-Graduação Em Informáca Aplcada PROF. DR. JACQUES FACON IMIARIZAÇÃO POR ENTROPIA DE WUU Resumo: Uma nova écnca de marzação baseada em

Leia mais

CAPÍTULO 4. Vamos partir da formulação diferencial da lei de Newton

CAPÍTULO 4. Vamos partir da formulação diferencial da lei de Newton 9 CPÍTUL 4 DINÂMIC D PRTÍCUL: IMPULS E QUNTIDDE DE MVIMENT Nese capíulo será analsada a le de Newon na forma de negral no domíno do empo, aplcada ao momeno de parículas. Defne-se o conceo de mpulso e quandade

Leia mais

2. FUNDAMENTOS DE CORRENTE ALTERNADA

2. FUNDAMENTOS DE CORRENTE ALTERNADA Fundamenos de CA 14. FUNDAENTOS DE CORRENTE ALTERNADA Aé o momeno nos preocupamos somene com ensões e correnes conínuas, ou seja, aquelas que possuem módulo e sendo consanes no empo, conforme exemplos

Leia mais

PCA e IMPCA. Capítulo. 5.1 Considerações Iniciais

PCA e IMPCA. Capítulo. 5.1 Considerações Iniciais Capíulo 5 PCA e IMPCA 5. Consderações Incas A análse de componenes prncpas (PCA) [URK, M. A. & PENLAND, A. P. (99)] é uma ransformação lnear orogonal de um espaço q-dmensonal para um espaço n-dmensonal,

Leia mais

4 A composição do passivo externo líquido brasileiro e o processo de ajuste externo

4 A composição do passivo externo líquido brasileiro e o processo de ajuste externo 4 A composção do passvo exerno líqudo braslero e o processo de ajuse exerno 4..Movação Há décadas, economsas êm esudado o processo de ajuse do balanço de pagamenos dos países. A eora mas acea caracerza

Leia mais

Crescimento econômico e restrição externa: Um modelo de simulação pós-keynesiano

Crescimento econômico e restrição externa: Um modelo de simulação pós-keynesiano Crescmeno econômco e resrção exerna: Um modelo de smulação pós-keynesano Mara Isabel Busao 1 Maro Luz Possas 2 Resumo O argo busca dscur a dnâmca do crescmeno econômco das economas em desenvolvmeno a parr

Leia mais

AGG-232 SÍSMICA I 2011 SÍSMICA DE REFLEXÃO ANÁLISE DE VELOCIDADES

AGG-232 SÍSMICA I 2011 SÍSMICA DE REFLEXÃO ANÁLISE DE VELOCIDADES AGG-3 SÍSMICA I 0 SÍSMICA DE REFLEXÃO AÁLISE DE ELOCIDADES O objevo da análse de velocdades é deermnar as velocdades sísmcas das camadas geológcas em subsuperfíce. As velocdades sísmcas são ulzadas em

Leia mais

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. relativo ao índice de custos da mão-de-obra

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. relativo ao índice de custos da mão-de-obra COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Bruxelas, 23.07.2001 COM(2001) 418 fnal 2001/0166 (COD) Proposa de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relavo ao índce de cusos da mão-de-obra (apresenada

Leia mais

2 O Modelo Teórico O Modelo Básico

2 O Modelo Teórico O Modelo Básico O Modelo Teórco Nese capíulo serão apresenadas as dversas hpóeses e as abordagens eórcas a serem esudadas nese rabalho. Prmeramene, será apresenado o modelo básco, que supõe separabldade neremporal. m

Leia mais

Física I. 2º Semestre de Instituto de Física- Universidade de São Paulo. Aula 5 Trabalho e energia. Professor: Valdir Guimarães

Física I. 2º Semestre de Instituto de Física- Universidade de São Paulo. Aula 5 Trabalho e energia. Professor: Valdir Guimarães Físca I º Semesre de 03 Insuo de Físca- Unversdade de São Paulo Aula 5 Trabalho e energa Proessor: Valdr Gumarães E-mal: valdrg@.usp.br Fone: 309.704 Trabalho realzado por uma orça consane Derenemene

Leia mais

3 Planejamento da Operação Energética no Brasil

3 Planejamento da Operação Energética no Brasil 3 Planeameno da Operação Energéca no Brasl 3.1 Aspecos Geras O ssema elérco braslero é composo por dos dferenes pos de ssemas: os ssemas solados, os quas predomnam na regão Nore do Brasl e represenam cerca

Leia mais

Texto para discussão nº 03/2005 O CANAL DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA CAMBIAL: O PROBLEMA DO BRASIL NA TRANSIÇÃO DO REAL

Texto para discussão nº 03/2005 O CANAL DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA CAMBIAL: O PROBLEMA DO BRASIL NA TRANSIÇÃO DO REAL UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS CENTRO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FEAC Texo para dscussão O CANAL DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA CAMBIAL: O PROBLEMA

Leia mais

Taxa de Paridade: Real (R$)/Dólar Americano (US$) - IPA-OG Índice Dez/98 = 100 Período: Mar/94 a Fev/2003

Taxa de Paridade: Real (R$)/Dólar Americano (US$) - IPA-OG Índice Dez/98 = 100 Período: Mar/94 a Fev/2003 80 Taxa de Pardade: Real (R$/Dólar Amercano (US$ - IPA-OG Índce Dez/98 00 Período: Mar/94 a Fev/2003 60 40 20 Índce 00 80 60 40 20 0 mar/94 jul/94 Fone: IPA nov/94 mar/95 jul/95 nov/95 mar/96 jul/96 nov/96

Leia mais

CAPÍTULO 1 REPRESENTAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS. Sistema monovariável SISO = Single Input Single Output. s 1 s 2. ... s n

CAPÍTULO 1 REPRESENTAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS. Sistema monovariável SISO = Single Input Single Output. s 1 s 2. ... s n 1 CAPÍTULO 1 REPREENTAÇÃO E CLAIFICAÇÃO DE ITEMA 1.1. Represenação de ssemas 1.1.1. semas com uma enrada e uma saída (IO) e sema monovarável IO = ngle Inpu ngle Oupu s e = enrada s = saída = ssema 1.1..

Leia mais

4 Premissas quanto aos Modelos de Despacho de Geração, Formação do Preço da Energia e Comercialização de Energia

4 Premissas quanto aos Modelos de Despacho de Geração, Formação do Preço da Energia e Comercialização de Energia 61 4 Premssas quano aos Modelos de Despacho de Geração, Formação do Preço da Energa e Comercalzação de Energa 4.1. Inrodução A remuneração de uma geradora depende do modelo de despacho de geração e formação

Leia mais

ipea COEFICIENTES DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO NA INDÚSTRIA

ipea COEFICIENTES DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO NA INDÚSTRIA COEFICIENTES DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO NA INDÚSTRIA Paulo Mansur Levy Mara Isabel Fernans Serra Esa noa em como objevo dvulgar resulados relavos ao comporameno das exporações e mporações produos ndusras

Leia mais

S&P Dow Jones Indices: Metodologia da matemática dos índices

S&P Dow Jones Indices: Metodologia da matemática dos índices S&P Dow Jones Indces: Meodologa da maemáca dos índces S&P Dow Jones Indces: Meodologa do índce Ouubro 2013 Índce Inrodução 3 Dferenes varedades de índces 3 O dvsor do índce 4 Índces ponderados por capalzação

Leia mais

Parte III. Objetivo: estudar o deslocamento de um corpo quando esta rolando

Parte III. Objetivo: estudar o deslocamento de um corpo quando esta rolando Pare Objevo: esudar o deslocameno de um corpo quando esa rolando 1 Coneúdo programáco: 6. Movmeno de Roação Varáves da roação, Relação enre Cnemáca Lnear e Cnemáca Angular, Energa cnéca de roação, nérca

Leia mais

Análise da elasticidade de transmissão de preços do açúcar do mercado internacional para o mercado de Cabo Verde

Análise da elasticidade de transmissão de preços do açúcar do mercado internacional para o mercado de Cabo Verde Análse da elascdade de ransmssão de preços do açúcar do mercado nernaconal para o mercado de Cabo Verde Economsa, Invesgadora Assocada - AGRIPRICE Economsa, Invesgadora Assocada - AGRIPRICE Economsa, Invesgador

Leia mais

5.1 O Processo TAR. é definida como um processo limiar auto-regressivo com h. regimes se puder ser representada por (5) ). Os termos ,...

5.1 O Processo TAR. é definida como um processo limiar auto-regressivo com h. regimes se puder ser representada por (5) ). Os termos ,... 5 O Modelo Não-Lnear Como vso no capíulo aneror, há espaço para uma análse mas profunda da função de reação do Banco Cenral do Brasl. Auores como Clarda, Gal e Gerler (2000) e Cogley e Sargen (2001) examnam

Leia mais

Tratamento de Dados 2º Semestre 2005/2006 Tópicos de Resolução do Trabalho 2 = 12

Tratamento de Dados 2º Semestre 2005/2006 Tópicos de Resolução do Trabalho 2 = 12 Traaeno de Dados º Seesre 5/6 Tópcos de Resolução do Trabalho Quesão a Para agrupar os dados e classes ora consderados os valores das rendas aé 5. ua vez que a parr dese valor os dados se enconra basane

Leia mais

Instituto de Física USP. Física V Aula 30. Professora: Mazé Bechara

Instituto de Física USP. Física V Aula 30. Professora: Mazé Bechara Insuo de Físca USP Físca V Aula 30 Professora: Maé Bechara Aula 30 Tópco IV - Posulados e equação básca da Mecânca quânca 1. Os posulados báscos da Mecânca Quânca e a nerpreação probablísca de Ma Born.

Leia mais

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 4. Carga de Noether- Simetrias e Conservação

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 4. Carga de Noether- Simetrias e Conservação MECÂNIC CLÁSSIC UL N o 4 Carga de Noeher- Smeras e Conservação Vamos ver o caso de uma parícula movendo-se no plano, porém descrevendo-a agora em coordenadas polares: r r d dr T T m dr m d r d d m r m

Leia mais

Módulo 2: Métodos Numéricos. (problemas de valores iniciais e problemas de condições-fronteira)

Módulo 2: Métodos Numéricos. (problemas de valores iniciais e problemas de condições-fronteira) Módulo : Méodos Numércos Equações dferencas ordnáras problemas de valores ncas e problemas de condções-fronera Modelação Compuaconal de Maeras -5. Equações dferencas ordnáras - Inrodução Uma equação algébrca

Leia mais

ANEXO III. Nota Técnica nº 148/2010-SRE/ANEEL Brasília, 24 de maio de 2010.

ANEXO III. Nota Técnica nº 148/2010-SRE/ANEEL Brasília, 24 de maio de 2010. ANEXO III Noa Técnca nº 148/21-SRE/ANEEL Brasíla, 24 de mao de 21. M E T O D O L O G I A E Á L U L O D O F A T O R X ANEXO II Noa Técnca n o 148/21 SRE/ANEEL Em 24 de mao de 21. Processo nº 485.269/26-61

Leia mais

Prêmio de Risco Endógeno, Equilíbrios Múltiplos e Dinâmica da Dívida Pública.

Prêmio de Risco Endógeno, Equilíbrios Múltiplos e Dinâmica da Dívida Pública. Prêmo de Rsco Endógeno, Equlíbros Múlplos e Dnâmca da Dívda Públca. Uma análse eórca do caso braslero * José Luís Orero ** *** Resumo: Ese argo em por objevo apresenar um modelo eórco para analsar a dnâmca

Leia mais

Número 17. Evolução Recente da Informalidade no Brasil: Uma Análise Segundo Características da Oferta e Demanda de Trabalho

Número 17. Evolução Recente da Informalidade no Brasil: Uma Análise Segundo Características da Oferta e Demanda de Trabalho TEXTO PARA DSCUSSÃO Número 7 Evolução Recene da nformaldade no Brasl: Uma Análse Segundo Caraceríscas da Ofera e Demanda de Trabalho Fernando Holanda Barbosa Flho Rodrgo Leandro de Moura Agoso de 202 Evolução

Leia mais

Revisão dos Modelos de Projeção de Pequeno Porte 2015

Revisão dos Modelos de Projeção de Pequeno Porte 2015 Revsão dos Modelos de Projeção de Pequeno Pore 05 Os modelos de projeção consuem mporane nsumo para auxlar o processo de omada de decsão do omê de Políca Moneára (opom). Especfcamene denre os modelos de

Leia mais

Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação. Resumo Expandido

Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação. Resumo Expandido Pró-Reora de Pesqusa, Inovação e Pós-Graduação Resumo Expanddo Tíulo da Pesqusa: Invesmeno Dreo Esrangero e Crescmeno Econômco no Brasl: um esudo de casualdade. Palavras-chave: Invesmeno Dreo Esrangero,

Leia mais

Conceitos Básicos de Circuitos Elétricos

Conceitos Básicos de Circuitos Elétricos onceos Báscos de rcuos lércos. nrodução Nesa aposla são apresenados os conceos e defnções fundamenas ulzados na análse de crcuos elércos. O correo enendmeno e nerpreação deses conceos é essencal para o

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE FINAL DE CURSO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE FINAL DE CURSO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE FINAL DE CURSO MOBILIDADE DE CAPITAIS E EFICIÊNCIA DA TRAJETÓRIA DA CONTA CORRENTE DO BRASIL (950-2000) Alexandre

Leia mais

Evolução do Capital Humano nas Diferentes Regiões do Brasil

Evolução do Capital Humano nas Diferentes Regiões do Brasil Evolução do Capal Humano nas Dferenes Regões do Brasl 99-2008 Fernando de Holanda Barbosa Flho Samuel de Abreu Pessôa Fernando A. Veloso Ibre/FGV Ibre/FGV Ibmec/RJ Resumo Ese argo nvesga a evolução do

Leia mais

Experiência IV (aulas 06 e 07) Queda livre

Experiência IV (aulas 06 e 07) Queda livre Experênca IV (aulas 06 e 07) Queda lvre 1. Obevos. Inrodução 3. Procedmeno expermenal 4. Análse de dados 5. Quesões 6. Referêncas 1. Obevos Nesa experênca esudaremos o movmeno da queda de um corpo, comparando

Leia mais

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL: EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA GAÚCHA ENTRE 1998 E 2011

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL: EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA GAÚCHA ENTRE 1998 E 2011 1 COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL: EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA GAÚCHA ENTRE 1998 E 2011 Área Temáca: 5- Economa Indusral Resol Bender Flho Professor Adjuno do Programa de Pós-Graduação em Admnsração da Unversdade

Leia mais

Modelo de Precificação de Capital: Segmento de Commodities Agrícola

Modelo de Precificação de Capital: Segmento de Commodities Agrícola Modelo de Precfcação de Capal: Segmeno de Commodes Agrícola Capal Asse Prcng Model: Secor of Agrculural Commodes Táco Auguso Faras 1 Luz Eduardo Nascmeno Fgueredo Fábo Rodrgues Moura 3 Resumo: O objevo

Leia mais

Resultados Conclusões Referências ANEXOS I. Revisão sobre Modelos Lineares Generalizados, Modelos Lineares

Resultados Conclusões Referências ANEXOS I. Revisão sobre Modelos Lineares Generalizados, Modelos Lineares SUMÁRIO 1 LISTA DE TABELAS... 3 LISTA DE FIGURAS... 7 Prefáco... 15 1. Capíulo 1 O Ssema de Rsco de Crédo... 17 1.1. Inrodução... 17 1.2. Número e monane das operações... 18 1.3. Taxa de uros... 28 1.4.

Leia mais

MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS DE CAPITAL: UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE FRIGORÍFICOS

MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS DE CAPITAL: UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE FRIGORÍFICOS MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS DE CAPITAL: UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE FRIGORÍFICOS CAPITAL ASSET PRICING MODEL: A CASE STUDY ON MEAT SECTOR RESUMO Táco Auguso Faras 1 Luz Eduardo Nascmeno Fgueredo

Leia mais

Matemática dos índices Metodologia

Matemática dos índices Metodologia Maemáca dos índces Meodologa Abrl 2017 Ese documeno fo raduzdo para o poruguês apenas para fns de convenênca. Se exsrem dferenças enre as versões do documeno em nglês e poruguês, a versão em nglês prevalecerá.

Leia mais

2 Programação Matemática Princípios Básicos

2 Programação Matemática Princípios Básicos Programação Maemáca Prncípos Báscos. Consderações Geras Os objevos dese capíulo são apresenar os conceos de Programação Maemáca (PM) necessáros à compreensão do processo de omzação de dmensões e descrever

Leia mais

UTILIZAÇÃO DE MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS UNIVARIADAS NO APOIO À TOMADA DE DECISÃO: UM ESTUDO DE CASO

UTILIZAÇÃO DE MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS UNIVARIADAS NO APOIO À TOMADA DE DECISÃO: UM ESTUDO DE CASO UTILIZAÇÃO DE MODELOS DE SÉRIES TEMPORAIS UNIVARIADAS NO APOIO À TOMADA DE DECISÃO: UM ESTUDO DE CASO ALAN FIGUEIREDO DE ARÊDES; ALESSANDRO DE ASSIS SANTOS OLIVEIRA ALESSANDRO; SÔNIA MARIA LEITE RIBEIRO

Leia mais

UMA ABORDAGEM PARA OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO DE CONTRATOS DE ENERGIA NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

UMA ABORDAGEM PARA OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO DE CONTRATOS DE ENERGIA NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GAE-15 19 a 24 Ouubro de 2003 Uberlânda - Mnas Geras GRUPO VI GRUPO DE ESTUDO DE ASPECTOS EMPRESARIAIS - GAE UMA ABORDAGEM PARA OTIMIZAÇÃO

Leia mais

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. ECONOMETRIA Prof. Parca Mara Borolon. Sc. Modelos de ados em Panel Fone: GUJARATI;. N. Economera Básca: 4ª Edção. Ro de Janero. Elsever- Campus 006 efnções Geras Nos dados em panel a mesma undade de core

Leia mais

Controle Cinemático de Robôs Manipuladores

Controle Cinemático de Robôs Manipuladores Conrole Cnemáco de Robôs Manpuladores Funconameno Básco pos de rajeóra rajeóras Pono a Pono rajeóras Coordenadas ou Isócronas rajeóras Conínuas Geração de rajeóras Caresanas Inerpolação de rajeóras Inerpoladores

Leia mais

3. Modelos de Otimização no Contexto do Planejamento do Despacho Hidrotérmico

3. Modelos de Otimização no Contexto do Planejamento do Despacho Hidrotérmico . Modelos de Omzação no Coneo do Planeameno do Despacho Hdroérmco Embora o foco desa Tese esea no desenvolvmeno de um modelo probablísco alernavo para a geração de árvores de cenáros ulzadas em modelos

Leia mais

4 O Papel das Reservas no Custo da Crise

4 O Papel das Reservas no Custo da Crise 4 O Papel das Reservas no Cuso da Crise Nese capíulo buscamos analisar empiricamene o papel das reservas em miigar o cuso da crise uma vez que esa ocorre. Acrediamos que o produo seja a variável ideal

Leia mais

defi departamento de física

defi departamento de física def deparameno de físca Laboraóros de Físca www.def.sep.pp.p Equações de Fresnel Insuo Superor de Engenhara do Poro Deparameno de Físca Rua Dr. Anóno Bernardno de Almeda, 431 400-07 Poro. Tel. 8 340 500.

Leia mais

Fundação Getúlio Vargas. Escola de Pós Graduação em Economia. Mestrado em Finanças e Economia Empresarial

Fundação Getúlio Vargas. Escola de Pós Graduação em Economia. Mestrado em Finanças e Economia Empresarial Fundação Geúlo Vargas Escola de Pós Graduação em Economa Mesrado em Fnanças e Economa Empresaral EMPREGADOS ALOCAM EFICIENTEMENTE SUA POUPANÇA PARA APOSENTADORIA? UM ESTUDO DE CASO PARA OS FUNCIONÁRIOS

Leia mais

Departamento de Informática. Modelagem Analítica. Modelagem Analítica do Desempenho de Sistemas de Computação. Disciplina:

Departamento de Informática. Modelagem Analítica. Modelagem Analítica do Desempenho de Sistemas de Computação. Disciplina: Deparameno de Informáca Dscplna: Modelagem Analíca do Desempenho de Ssemas de Compuação Fluxos de Enrada Fluxos de Saída Le de Lle Faor de Ulzação rof. Sérgo Colcher colcher@nf.puc-ro.br rocesso de Chegada

Leia mais

Dados do Plano. Resultado da Avaliação Atuarial. Data da Avaliação: 31/12/2008

Dados do Plano. Resultado da Avaliação Atuarial. Data da Avaliação: 31/12/2008 AVALIAÇÃO ATUARIAL Daa da Avalação: 3/2/2008 Dados do Plano Nome do Plano: CEEEPREV CNPB: 20.020.04-56 Parocnadoras: Companha Esadual de Geração e Transmssão de Energa Elérca CEEE-GT Companha Esadual de

Leia mais

5 Modelo de Previsão de Temperatura

5 Modelo de Previsão de Temperatura 5 Modelo de Prevsão de Temperaura 5. Prevsão de Clma As varações do clma nfluencam os preços das commodes pela nfluênca na demanda. Todava, a correlação enre eses preços e o parâmero de clma não são perfeos,

Leia mais

Agosto Perspectivas da Balança Comercial Brasileira Há Risco de Desindustrialização?

Agosto Perspectivas da Balança Comercial Brasileira Há Risco de Desindustrialização? Agoso 2011 Perspecvas da Balança Comercal Braslera Há Rsco de Desndusralzação? 1 Apex-Brasl Maurco Borges Presdene Ana Paula Gumarães Dreora de Gesão e Planejameno Rogéro Belln Dreor de Negócos Ana Paula

Leia mais

EN3604 FILTRAGEM ADAPTATIVA

EN3604 FILTRAGEM ADAPTATIVA EN3604 FILTRAGEM ADAPTATIVA Processameno de Snas em Arranjos Técncas de processameno consderando snas provenenes de um grupo de sensores espacalmene dsrbuídos. Poencal para melhorar SNR/ Cancelameno de

Leia mais

Transmissão das expectativas de inflação no Brasil

Transmissão das expectativas de inflação no Brasil 3 Transmssão das expecavas de nflação no Brasl 3.. nrodução Recenemene, a leraura de expecavas nflaconáras passou a raar do aspeco de ransmssão de expecavas com maor ênfase. bandonando a hpóese de homogenedade

Leia mais

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA MACROECONOMIA III

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA MACROECONOMIA III UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACUDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA MACROECONOMIA III icenciaura de Economia (ºAno/1ºS) Ano ecivo 007/008 Caderno de Exercícios Nº 1

Leia mais

UFGD 2015 DANIEL KICHESE

UFGD 2015 DANIEL KICHESE Quesão 59: º) Deermnação dos ponos de nerseção: 5 5 º Pono : B 5 5 º Pono : C 5 5 º Pono : B C C º) Deermnação da Área: B 5 5 5 / e 0 e 5 5 5 5 e 0 5 5/ 5 5 0 0 0 5 5 Resposa: E Quesão 60: Número de blhees

Leia mais

Crescimento do Produto Agropecuário Brasileiro: uma Aplicação do Vetor Auto-regressivo (VAR)

Crescimento do Produto Agropecuário Brasileiro: uma Aplicação do Vetor Auto-regressivo (VAR) Quesões Agráras, Educação no Campo e Desenvolvmeno CRESCIMENTO DO PRODUTO AGROPECUÁRIO: UMA APLICAÇÃO DO VETOR AUTO-REGRESSIVO (VAR) CARLOS ALBERTO GONÇALVES DA SILVA; LÉO DA ROCHA FERREIRA; PAULO FERNANDO

Leia mais

Déficits, gastos do governo e a não-estabilidade da carga tributária no caso do estado do rio grande do sul*

Déficits, gastos do governo e a não-estabilidade da carga tributária no caso do estado do rio grande do sul* Défcs, gasos do governo e a não-esabldade da carga rbuára no caso do esado do ro grande do sul* Lderau dos Sanos Marques Junor Resumo A hpóese de esablzação da carga rbuára (ax-smoohng hypohess) mplca:

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO 1º TRIMESTRE MATEMÁTICA

LISTA DE EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO 1º TRIMESTRE MATEMÁTICA LISTA DE EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO º TRIMESTRE MATEMÁTICA ALUNO(a): Nº: SÉRIE: ª TURMA: UNIDADE: VV JC JP PC DATA: / /07 Obs.: Esa lsa deve ser enregue resolvda no da da prova de recuperação. Valor: 5,0

Leia mais

3 Metodologia de Avaliação da Relação entre o Custo Operacional e o Preço do Óleo

3 Metodologia de Avaliação da Relação entre o Custo Operacional e o Preço do Óleo 3 Metodologa de Avalação da Relação entre o Custo Operaconal e o Preço do Óleo Este capítulo tem como objetvo apresentar a metodologa que será empregada nesta pesqusa para avalar a dependênca entre duas

Leia mais

Propagação de dano no modelo de Ising unidimensional

Propagação de dano no modelo de Ising unidimensional Capíulo 4 Propagação de dano no modelo de Isng undmensonal 4. Propagação de dano O méodo da propagação de dano é uma écnca relavamene nova, nroduzda por Kauffman 68 no conexo dos auômaos celulares, que

Leia mais

MACROECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

MACROECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE QUESTÕES PARA DISCUSSÃO MACROECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 1 Quesão: Um fao esilizado sobre a dinâmica do crescimeno econômico mundial é a ocorrência de divergências

Leia mais

A DINÂMICA DOS TERMOS DE TROCA E DA BALANÇA COMERCIAL: CURVA S NA EUROPA?

A DINÂMICA DOS TERMOS DE TROCA E DA BALANÇA COMERCIAL: CURVA S NA EUROPA? Prospecva e Planeameno, 7 2 A DINÂMICA DOS TERMOS DE TROCA E DA BALANÇA COMERCIAL: CURVA S NA EUROPA? Alda Ro Drecção Geral de Esudos e Prevsão Alexandra Ferrera @ Deparameno de Prospecva e Planeameno

Leia mais

UM MODELO MACRODINÂMICO PÓS-KEYNESIANO DE SIMULAÇÃO PARA UMA ECONOMIA ABERTA

UM MODELO MACRODINÂMICO PÓS-KEYNESIANO DE SIMULAÇÃO PARA UMA ECONOMIA ABERTA UM MODLO MCRODINÂMICO ÓS-KYNSINO D SIMULÇÃO R UM CONOMI BRT Marcelo de Olvera assos José Luís Orero RSUMO: O objevo dese argo é apresenar um modelo macrodnâmco pós-keynesano de smulação para uma economa

Leia mais

3 Análise de Demanda Condicionada

3 Análise de Demanda Condicionada 3 Análse de Demanda Condconada 3.1 Inrodução A análse Condconada da Demanda é uma écnca que quebra o consumo resdencal em pares, cada uma assocada a um uso fnal ou a um deermnado equpameno em parcular.

Leia mais

Notas de Economia do Setor Público Aula 6: Tributação Ótima I. Carlos Eugênio da Costa Fundação Getulio Vargas - EPGE/FGV

Notas de Economia do Setor Público Aula 6: Tributação Ótima I. Carlos Eugênio da Costa Fundação Getulio Vargas - EPGE/FGV Noas de Economa do Seor Públco Aula 6: Trbuação Óma I Carlos Eugêno da Cosa Fundação Geulo Vargas - EPGE/FGV Ro de Janero, Agoso-Dezembro de 2010 Coneúdo 1 A Abordagem de Ramsey 2 1.0.0.1 Abordagens Prmal

Leia mais

Olinda - Pernambuco - Brasil. Gestão da Previsão de Consumo e Energia Não Faturada. Glauber Renato Colnago Rodolfo Miyasaki Edson Amaral

Olinda - Pernambuco - Brasil. Gestão da Previsão de Consumo e Energia Não Faturada. Glauber Renato Colnago Rodolfo Miyasaki Edson Amaral XVIII Semnáro Naconal de Dsrbução de Energa Elérca SENDI 008-06 a 10 de ouubro Olnda - Pernambuco - Brasl Gesão da Prevsão de Consumo e Energa Não Faurada Carlos Albero Fróes Lma Marley Apolnáro Sarava

Leia mais

Contribuição do Capital Humano para o Crescimento da Agropecuária Brasileira Período de 1970 a 1996 *

Contribuição do Capital Humano para o Crescimento da Agropecuária Brasileira Período de 1970 a 1996 * Conrbução do Capal Humano para o Crescmeno da Agropecuára Braslera Período de 1970 a 1996 * Clalon Aaídes de Freas ** Carlos José Caeano Bacha *** Sumáro: 1. Inrodução; 2. O modelo neoclássco radconal;

Leia mais

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI KANDIR SOBRE A ARRECADAÇÃO DE ICMS NO ESTADO DO CEARÁ

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI KANDIR SOBRE A ARRECADAÇÃO DE ICMS NO ESTADO DO CEARÁ AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI KANDIR SOBRE A ARRECADAÇÃO DE ICMS NO ESTADO DO CEARÁ Alejandro Magno Lma Leão Mesre em economa pelo CAEN Audor Fscal da Recea do Esado do Ceará Fabríco Carnero Lnhares Phd

Leia mais

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL EM MINAS GERAIS NO INÍCIO DO NOVO MILÊNIO. Cláudio Burian Wanderley (ICEG/PUCMinas; CEPP/FJP)

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL EM MINAS GERAIS NO INÍCIO DO NOVO MILÊNIO. Cláudio Burian Wanderley (ICEG/PUCMinas; CEPP/FJP) EVOLUÇÃO D RRECDÇÃO TRIBUTÁRI MUNICIPL EM MINS GERIS NO INÍCIO DO NOVO MILÊNIO Cláudo Buran Wanderley ICEG/PUCMnas; CEPP/FJP Resumo: dsrbução do produo, da população, das receas muncpas e das arrecadações

Leia mais

. Para cada conexão i é atribuído um peso φ

. Para cada conexão i é atribuído um peso φ Escalonador WF 2 Q O escalonador WF 2 Q [3] é uma aproxmação baseada em pacoes do GP, que em por obevo emular ese escalonador fluído o mas próxmo possível De acordo com Groux e Gan [1], o escalonador WF

Leia mais

Análise do Desempenho dos Gestores de Fundos, baseada nas Transações e nas Participações das Carteiras

Análise do Desempenho dos Gestores de Fundos, baseada nas Transações e nas Participações das Carteiras Vâna Sofa Sequera Umbelno Análse do Desempenho dos Gesores de Fundos, baseada nas Transações e nas Parcpações das Careras Dsseração de Mesrado apresenado à Faculdade de Economa da Unversdade de Combra

Leia mais

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz U Unversdade de São Paulo Escola Superor de Agrculura Luz de Queroz Crescmeno econômco, consumo de energa e qualdade ambenal: modelos nergeraconas sob à luz da hpóese EKC Luz Fernando Ohara Kamogawa Tese

Leia mais

Decomposição das taxas de homicídios no Brasil e seus estados: a demografia é de fato importante?

Decomposição das taxas de homicídios no Brasil e seus estados: a demografia é de fato importante? Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? Ar Francsco de Araujo Junor * Cláudo Djssey Shkda ** Resumo - Ese argo esuda a relação enre faores demográfcos e axa

Leia mais

Desconcentração e interiorização da economia fluminense na última década

Desconcentração e interiorização da economia fluminense na última década DSCONCNTRAÇÃO INTRIORIZAÇÃO DA CONOMIA FLUMINNS NA ÚLTIMA DÉCADA PAULO MARCLO SOUZA; NIRALDO JOSÉ PONCIANO; MARLON GOMS NY; HNRIQU TOMÉ MATA; UNIVRSIDAD FDRAL DA BAHIA SALVADOR - BA - BRASIL pmsouza@uenf.br

Leia mais

Aprendizagem Estatística de Dados. Francisco Carvalho

Aprendizagem Estatística de Dados. Francisco Carvalho Aprendzagem Esaísca de Dados Francsco Carvalho A função de Densdade Normal Valor Esperado Caso conínuo [ f ] Caso dscreo f p d [ f ] f p D A função de Densdade Normal Caso Unvarado função de densdade p

Leia mais

Despacho n.º 13/06. 2. A presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. João Renato Lima Presidente do C.A.

Despacho n.º 13/06. 2. A presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. João Renato Lima Presidente do C.A. Despacho n.º 13/06 De enre as arbuções da Agênca de Regulação Económca desaca-se a compeênca de fxar as arfas e os mecansmos de reajuses a serem pracados pela oncessonára do servço públco de ranse e dsrbução

Leia mais

Capítulo 3. Dinâmica crítica do modelo de Baxter-Wu. 3.1 O Modelo

Capítulo 3. Dinâmica crítica do modelo de Baxter-Wu. 3.1 O Modelo Capíulo 3 Dnâmca críca do modelo de Baxer-Wu 3.1 O Modelo O modelo de Baxer-Wu fo nroduzdo por Wood e Grffhs 56 e resolvdo exaameno no conexo de mecânca esaísca de equlíbro por R.J. Baxer e F.Y.Wu em 1973

Leia mais

RISCO E RETORNO NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UM ESTUDO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA

RISCO E RETORNO NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UM ESTUDO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA RISCO E RETORNO NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UM ESTUDO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA AURELIANO ANGEL BRESSAN; DÉBORA CRISTIANE SANTOS; WAGNER MOURA LAMOUNIER; ROBERT ALDO IQUIAPAZA; UFMG BELO HORIZONTE

Leia mais

ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS DE PODER DE MERCADO NO SEGMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE GASOLINA C NO BRASIL, DE 2002 A

ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS DE PODER DE MERCADO NO SEGMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE GASOLINA C NO BRASIL, DE 2002 A ROSANGELA AARECIDA SOARES FERNANDES ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS DE ODER DE MERCADO NO SEGMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE GASOLINA C NO BRASIL, DE 22 A 28 Tese apresenada à Unversdade Federal de Vçosa, como pare das

Leia mais

ANÁLISE DOS EFEITOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DO PRINCÍPIO DO DESTINO NA COBRANÇA DO ICMS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A POBREZA E A DESIGUALDADE DE RENDA

ANÁLISE DOS EFEITOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DO PRINCÍPIO DO DESTINO NA COBRANÇA DO ICMS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A POBREZA E A DESIGUALDADE DE RENDA ANÁLISE DOS EFEITOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DO PRINCÍPIO DO DESTINO NA COBRANÇA DO ICMS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A POBREZA E A DESIGUALDADE DE RENDA Nelson Leão Paes Audor Fscal da Recea Federal - AFRF

Leia mais

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Demanda de energia na indústria brasileira: efeitos da eficiência energética

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Demanda de energia na indústria brasileira: efeitos da eficiência energética Unversdade de ão Paulo Escola uperor de Agrculura Luz de Queroz Demanda de energa na ndúsra braslera: efeos da efcênca energéca Marlon Bruno alazar Tese apresenada para obenção de Tulo de Douor em Cêncas.

Leia mais

Iluminação e FotoRealismo: Radiosidade

Iluminação e FotoRealismo: Radiosidade Ilumnação e oorealsmo: Radosdade Luís Paulo Pexoo dos Sanos hp://gec.d.umnho.p/mcgav/fr Premssas Todas as neracções dos obecos com a luz são dfusas L( x Θ) = L( x), Θ Ω Podemos enão quanfcar a radosdade

Leia mais