TEXTURA DA DRENAGEM E SUA
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- Tomás Figueiroa Alves
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1 ENSINO. TEXTURA DA DRENAGEM E SUA APLICAÇÃO GEOMORFOLÓGICA RUY OZÓRIO DE FREITAS V f. Nn presente trabalho, o Dr. RUY OZÓRIO DE FREITAS, sóco efetvo da A.G.B. e assstente da cadera de Geologa e Paleontologa da Faculdade de Flosofa da Unversdade de São Pauto, explca o método objetvo com que certos autores norte-amercanos procuram estudar a textura da drenagem. Julgamos útl duulgã-lo para que -9e possa, com sua aplcação em casos concretos, verfcar em que condçôes tal método cor responde exatamente à realdade. Introdução. Já há algum tempo, possvelmente desde 1932, com o trabalho de WALDO S. GLOCK Avalable Relef as a Factor of Control n the Profle of a- Land Form ( Journal of Gjeology, Vol. X],, n, 1, pp ), os geomorfologstas amercanos procuram d vsar a geomorfologa cm termos quanttatvos. Esta tendênca, alás louvável, tem por objetvo lvrar a nterpretação da topografa, quanto ao seu estágo no cclo dc erosão, de bases subjetvas e colocá-la sob a forma de números. Naturalmente, um processo geológco, colocado na forma de números, consttu um retrato mas fácl de ser avalado, prncpalmente solb o ponto de vsta estatístco, o que já acontece com a petrografa de sedmentos. Por outro lado, a manpulação desses números em termos matemátcos pode levar ao exagero do art fcalsmo. Baseado no avalable relef' de Glock, que se podera traduzr and Tex por relevo dsponível, BOCJCLAS JOHNSON (Avalable Relef ture of Topography, A Dscusson, Journal of Geology, Vol. XLI, n. 3, pp ) cra a expressão Textura da Topografa, sto é, a expressão do relevo em termos quanttatvos em função da den sdade da drenagem, no caso dos relevos devdos ao cclo erosvo, pos, neste caso, é a hdrografa o agente responsável pela sua conf guração e escultura.
2 r! S4 BOLETIM PAULISTA HE GEOCUAFTA.!!' :: A textura da topografa depende de város fatores que atuam sobre a drenagem. Classfcam-se estes on duas classes: 1) fatores naturas, que compreendem o clma, a vegetação, a natureza da rocha ou do solo, ntensdade das chuvas, capacdade de nfltração e está go do perfl longtudnal do ro; 2) fatores acdentas, que abrangem o grau de perfeção da mapeação e o valor da escala empregada. Em geral, as rochas pouco resstentes, solos desprotegdos pela vegetação produzem texturas fnas, sto é, quando as curvas de nível se acham cerradas, representando um relevo ruas acentuado. Ao contráro, rochas resstentes causam uma textura grossera, caracterzada pelo espaçamento das curvas de nível e rarefação das lnhas de drenagem. Entretanto, esta dependênca de tas fatores de controle enumerados é local c, não, regonal. Aplcando-sc este crtéro para largas áreas, a textura da topografa pode ndcar em termos quanttatvos o está go do processo erosvo: juventude, maturdade ou senldade, pos a peneplanzação se efetua através dêsses estágos do cclo de erosão, ndependentemente da natureza da rocha ou dc outras partculardades estruturas, havendo tão somente retardamento do cclo nas rochas duras, áreas cohertas de vegetação e aceleração nas rochas moles, solos desnudos, regões de alta pluvosdade. Es, pos, a razão porque a textura da topografa, para exprmr o estágo do cclo de erosão, é precso abranger um quadro, regonal e, não, local, onde êstes fa tores controlam localmentc o processo. O uso da textura da topografa na exegese dos relevos de ero são permte pôr cm têrmos quanttatvos as topografas resultantes da juventude, maturdade e senldade, na forma de números e, como tal, permtr uma vsualzação matemátca do fenômeno. Textura da drenagem. A expressão quanttatva da textura da topografa depende da textura da drenagem. A textura da dre nagem pod.c ser expressa quanttatvamente em dos aspectos: 1) Densdade hdrográfca: Consste no número de ros ou cursos dágua por km2, numa dada baca de drenagem, sendo expressa pela formula: F»- N/A 0) F Frequênca hdrográfca N Número total de ros on cursos (perenes ou não) A Área em kní2 2) Densdade da drenagem (entende-se por drenagem o con junto de cursos dágua) : Consste na razão do comprmento dos ros l.
3 I JULHO DE 1952 N para com a área em km3, numa dada bacía de drenagem, sendo ex pressa pela equação: (2) Dd = S L/A Dd Densdade da drenagem. 2 L Comprmento total dos ros A Area da baca de drenagem Nota : L e A, devem ser manpulados na mesma undade métrca. Textura da topografa. a densdade da drenagem de uma regão c possível, cm têrmos quanttatvos, deter mnar a textura da topografa, em função da qual concluremos qual o estágo erosvo regonal. Iíxstc uma relação logarítmca entre o índce da textura topográfca e a densdade da drenagem, de modo que, tendo-se a densdade da drenagem, pode-se calcular a textura topográfca. Isto é mportante, porque permte a aplcação do pro cesso em mapas sem curvas de nível e, também, em fotografas aéreas comuns. Por outra formula a textura topográfca c determnada pela equação: T = N/P (3) T Textura topográfca N Número de crenulaçffcs das curvas dc nível que apresentarem maor llútnero de denteaçfes P Perímetro, em lrtn, dos ros abrangdos pea curva dc nível seleconada como a dc maor número de cr-cmações. Como esta fórmula, pela sua composção, relere-se a áreas pe quenas, para se, ter o retrato da topografla numa regão, para se po der conclur qual o estágo do processo erosvo, torna-sc necessáro sonar o valor de T dc váras áreas locas, segundo a fórmula segunte: Tm = 2 (A N/P) / 2 A (4) Nêste caso, temos que exprmr a textura por Tm, sto é, textura méda. * 'Como se vê, a determnação da textura topográfca em função desta fórmula é muto trabalhosa; daí a mportânca que o conhec mento da textura da drenagem assume na sua determnação, elmnando-se êsse trabalho. A equação da determnação da textura da topografa em função da densdade da drenagem fo obtda através de um sstema de coor denadas, estando a densdade da drenagem nas ordenadas e o índce
4 r 56 BOLETTM PAULISTA DE GEOGRAFIA : da textura topográfca nas abcssas. Verfcou-se, pelo mctodo dos quadrados mínmos, que lá uma função logarítmca, na fórmula : 33 log X de onde YB = A XB Yt - Texlura da topografa (meda) A Densdade da drenagem pela fórmula (2) B Textura topográfca pela fórmula anteror (3) X Densdade da drenagem (méda). Log Y«= log A + Pelo mctodo dos quadrados mínmos, A é gual a e /> a Segue-se que: log X (5) log Y= = Por ntermédo desta fórmula, é possível rletermar-sc a textura da topografa conhecendo-se apenas a densdade da drenagem, sto é, operando-se com fotografas aéreas (perj>endculares ao solo) ou mapas sem curvas de nível. Conhecda a textura topográfca, chega-se ao conhecmento do estágo do cclo de erosão.! í. Valores do índce da textura da topografa: São os seguntes: T,n = abaxo de 4.0 Textura grossára Tm entre 4.0 c 10.0 Textura meda Tat -= ae.rna de 10.0 Textura lna A textura, segundo KENNETH G. SMITH, sendo grossera, ndca estágos ncas ou recentes do cclo de erosão, e sendo fna, estágos de maturdade onde o rclêvo é mas acentuado. O estágo da senl dade confunde-se, naturalmente, com o índce da textura grossera. Conclusões. 1) O estudo geomorfológco, cm têrmos quanttatvos, vem-se desenvolvendo de algumas décadas para cá, com a ntrodução dc meddas da densdade da drenagem e textura da topografa. 2) A densdade da drenagem, um dos elementos da textura da drenagem, é um mportante elemento geomórfco quanttatvo. A aplcação da sua fórmula permte determnar a textura da topo grafa de uma manera bastante cómoda para o pesqusador. 3) A textura da topografa, segundo o valor do seu índce, de termna o estágo co cclo de erosão, permtndo- vsualzar cm têrmos matemátcos as topografas dc juventude, senldade e maturdade.
5 JULHO DR 1952 N. II 57 4) A textura da topografa, era áreas pequenas, depende da natureza da rocha, do solo, da cobertura vegetal, etc., não podendo portanto exprmr estágos do cclo de erosão. 5) Fatores acdentas podem prejudcar a aplcação deste mé todo, como o grau de perfeção da mapeação e a escala adotada na 1 carta topográfca ou geográfca. As fotografas aéreas consttuem o materal deal para os estudos de geomorfofoga, segundo êsle método. REFERENCIAS 1 CLOCK, W. S. Avalable relef as a factor of control n the profle of a land farm. Journal of Geology", Vo1. XL, n.u 1, pp. 74-R3 Ja nuary-deeember 1932, Chcago, USA, son. Journal of Geology", Vol. XI.1, n.'j 3, pp , January-December 1933, Chcago, USA. Amercan Journal of Scence, Vol. 248, n. 9 pp Septem ber New Haven. USA. 2 JOHN sotv, D. Avalable Relef and texture, of topography : A dscus Z SMITH, K. E. Standards for gradng texture of F.rosonal Topography. *
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