FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO EM FINANÇAS E ECONOMIA EMPRESARIAL IZABELLA MIRANDA DE AZEVEDO

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1 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO EM FINANÇAS E ECONOMIA EMPRESARIAL IZABELLA MIRANDA DE AZEVEDO EFEITOS DE GASTOS DO GOVERNO EM UM MODELO DINÂMICO ESTOCÁSTICO DE EQUILÍBRIO GERAL COM RESTRIÇÕES FINANCEIRAS RIO DE JANEIRO 2010

2 IZABELLA MIRANDA DE AZEVEDO EFEITOS DE GASTOS DO GOVERNO EM UM MODELO DINÂMICO ESTOCÁSTICO DE EQUILÍBRIO GERAL COM RESTRIÇÕES FINANCEIRAS Disseração apresenada ao Curso de Mesrado em Finanças e Economia Empresarial da Escola de Pós Graduação da Fundação Geulio Vargas, como requisio parcial para obenção do Grau de Mesre. Área de Concenração: Macroeconomia. Orienador: Prof. MARCO BONOMO, DSc. Rio de Janeiro 2010

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4 IZABELLA MIRANDA DE AZEVEDO EFEITOS DE GASTOS DO GOVERNO EM UM MODELO DINÂMICO ESTOCÁSTICO DE EQUILÍBRIO GERAL COM RESTRIÇÕES FINANCEIRAS Disseração apresenada ao Curso de Mesrado em Finanças e Economia Empresarial da Escola de Pós Graduação da Fundação Geulio Vargas, como requisio parcial para obenção do Grau de Mesre. Área de Concenração: Macroeconomia. Aprovada em seembro de BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Marco Bonomo Orienador EPGE / FGV Prof. Dra. Rebecca Wellingon dos Sanos Barros IBRE / FGV Prof. Dr. Bruno Silva Marins Banco Cenral do Brasil Rio de Janeiro 2010

5 AGRADECIMENTOS A Deus, o criador, pois sem Ele nada seria possível. Aos meus Pais pelo amor e dedicação com que sempre conduziram minha criação e por erem me ensinado a imporância da educação. A minha irmã Izadora, companheira por oda a vida, e aos irmãos de coração José Maurício e Crisina, amigos fiéis, incenivo e presença em odos os momenos. Ao meu namorado Marcelo, pessoa única e admirável, pelo companheirismo, objeividade e incenivo em odos os momenos. Ao Professor Dr. Marco Bonomo, por er aceiado me orienar e pelo compromeimeno com o meu rabalho. A moniora Iana, por er me ajudado, sobreudo na pare maemáica e na programação do sisema. Às amigas da Vale, Crisiane e Luna, por erem me mosrado a imporância do rabalho em equipe e por me apoiarem nos momenos em que ive que me ausenar para cumprir com os compromissos do Mesrado. Aos demais professores do curso de Mesrado em Finanças e Economia Empresarial da Fundação Geulio Vargas, pela aenção e pelas aulas minisradas. Em especial, agradeço aos meus avôs Miranda e Maria Isabel e minha madrinha Valquíria, figuras imprescindíveis para a minha criação e para a formação do meu caráer.

6 RESUMO Recenes evidências empíricas sugerem que o consumo aumena em resposa a um aumeno nos gasos do governo. Essa descobera não pode ser facilmene reconciliada com os resulados dos modelos de oimização dos ciclos econômicos. Para esar ais evidências uilizamos uma versão simplificada do modelo novo keynesiano padrão esendido em Galí, López-Salido e Vallés (2007), para permiir a presença de consumidores Rule-of-Thumb. Mosramos como a ineração desses úlimos, sob a hipóese de rigidez de preços e financiameno via déficis, pode explicar as evidências exisenes sobre os efeios dos gasos do governo.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Função Impulso do cenário base Efeio de um choque nos gasos do governo sobre as variáveis endógenas do modelo, p. 19 Figura 2: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero, p. 21 Figura 3: Comparação das resposas dinâmicas do produo e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, para os parâmeros iniciais e para uma paramerização neoclássica, p. 22 Figura 4: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero g, p. 23 Figura 5: Resposa dinâmica do consumo sob calibração base e sob paramerização neoclássica a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero p. 24 Figura 6: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero, p. 25 Figura 7: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero, p. 26 Figura 8: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero, p. 27 Figura 9: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero b, p. 28 Figura 10: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos g gasos do governo, como uma função do parâmero, p. 29 g,

8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Função Impulso Cenário Base do modelo (gamma_c = 0,8), p. 36 Gráfico 2: Função Impulso Cenário Base do modelo (gamma_c = 0,7), p. 37 Gráfico 3: Função Impulso Simulação (Lambda = 0), p. 37 Gráfico 4: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,1), p. 38 Gráfico 5: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,2), p. 38 Gráfico 6: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,3), p. 39 Gráfico 7: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,4), p. 39 Gráfico 8: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,6), p. 40 Gráfico 9: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,7), p. 40 Gráfico 10: Função Impulso Simulação (phi = 0,1), p. 41 Gráfico 11: Função Impulso Simulação (phi = 0,3), p. 41 Gráfico 12: Função Impulso Simulação (phi = 0,4), p. 42 Gráfico 13: Função Impulso Simulação (phi = 0,5), p. 42 Gráfico 14: Função Impulso Simulação (phi_b = 0,1), p. 43 Gráfico 15: Função Impulso Simulação (phi_b = 0,3), p. 43 Gráfico 16: Função Impulso Simulação (phi_b = 0,7), p. 44 Gráfico 17: Função Impulso Simulação (phi_b = 0,9), p. 44 Gráfico 18: Função Impulso Simulação (phi_b = 1,1), p. 45 Gráfico 19: Função Impulso Simulação (phi_g = 0,3), p. 45 Gráfico 20: Função Impulso Simulação (phi_g = 0,5), p. 46 Gráfico 21: Função Impulso Simulação (phi_g = 0,7), p. 46 Gráfico 22: Função Impulso Simulação (phi_g = 0,9), p. 47 Gráfico 23: Função Impulso Simulação (phi_g = 1,1), p. 47 Gráfico 24: Função Impulso Simulação (phi_pi = 2), p. 48 Gráfico 25: Função Impulso Simulação (phi_pi = 2,5), p. 48 Gráfico 26: Função Impulso Simulação (phi_pi = 3), p. 49 Gráfico 27: Função Impulso Simulação (phi_pi = 3,5), p. 49 Gráfico 28: Função Impulso Simulação (phi_pi = 4), p. 50 Gráfico 29: Função Impulso Simulação (hea = 0), p. 50 Gráfico 30: Função Impulso Simulação (hea = 0,15), p. 51 Gráfico 31: Função Impulso Simulação (hea = 0,30), p. 51

9 Gráfico 32: Função Impulso Simulação (hea = 0,45), p. 52 Gráfico 33: Função Impulso Simulação (hea = 0,60), p. 52 Gráfico 34: Função Impulso Simulação (hea = 0,90), p. 53 Gráfico 35: Função Impulso Simulação (ro_g = 0,5), p. 53 Gráfico 36: Função Impulso Simulação (ro_g = 0,6), p. 54 Gráfico 37: Função Impulso Simulação (ro_g = 0,7), p. 54 Gráfico 38: Função Impulso Simulação (ro_g = 0,8), p. 55 Gráfico 39: Função Impulso Simulação (ro_g = 0,99), p. 55 Gráfico 40: Função Impulso Simulação Economia Neoclássica (lambda = hea = 0), p. 56

10 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Descrição dos parâmeros e calibração inicial do modelo (Figura 1), p. 57 Tabela 2: Resposas das variáveis do modelo a variações em lambda e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 2), p. 58 Tabela 3: Resposas das variáveis do modelo às calibrações inicial e neoclássica (Figura 3), p. 59 Tabela 4: Resposas das variáveis do modelo a variações em ro_g e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 4), p. 60 Tabela 5: Resposas das variáveis do modelo a variações em ro_g no cenário neoclássico e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 5), p. 61 Tabela 6: Resposas das variáveis do modelo a variações em hea e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 6), p. 62 Tabela 7: Resposas das variáveis do modelo a variações em phi e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 7), p. 63 Tabela 8: Resposas das variáveis do modelo a variações em phi_pi e configurações paraméricas para cada valor esado da variável (Figura 8), p. 64 Tabela 9: Resposas das variáveis do modelo a variações em phi_g e phi_b (Figuras 9 e 10), p. 65

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO, p UM MODELO NOVO KEYNESIANO COM CONSUMIDORES RULE-OF-THUMB, p FAMÍLIAS, p Famílias Oimizadoras, p Famílias Rule-of-Thumb, p Agregação, p FIRMAS, p Firmas produoras de bens finais, p Firmas produoras de bens inermediários, p Fixação de preços, p POLÍTICA MONETÁRIA, p POLÍTICA FISCAL, p MARKET CLEARING, p CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO LINEARIZADAS, p DERIVAÇÃO DO MODELO DSGE REDUZIDO, p ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DINÂMICO, p CONSUMIDORES RULE-OF-THUMB, A INDETERMINAÇÃO, E A REGRA DE TAYLOR, p OS EFEITOS DOS CHOQUES NOS GASTOS DO GOVERNO, p CONCLUSÃO, p. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 31 APÊNDICE A, p. 33 APÊNDICE B, p. 36 APÊNDICE C, p. 57

12 1 INTRODUÇÃO Quais são os efeios de mudanças nos gasos do governo sobre a aividade econômica agregada? Como esses efeios são ransmiidos? Embora essas sejam quesões cenrais para a macroeconomia, não há um consenso sobre suas resposas. Em paricular, apesar de a maioria dos modelos macroeconômicos preverem que um aumeno nos gasos do governo erá um efeio expansionisa no produo, esses modelos com freqüência diferem quano ao seu efeio indireo sobre o consumo. Por esa úlima variável ser a maior componene da demanda agregada, sua resposa a políica fiscal expansionisa é uma deerminane chave para o amanho do muliplicador dos gasos do governo. Os modelos de ciclos econômicos reais (RBC) e o modelo IS-LM provêm um exemplo claro acerca dessas diferenças qualiaivas de previsões. O modelo de ciclos econômicos padrão geralmene prevê um declínio no consumo das famílias em resposa a um aumeno do consumo de bens e serviços pelo governo (i.e. gasos do governo). Em conraparida, o modelo IS-LM prevê que o consumo deve aumenar diane de um aumeno do gaso do governo e, dessa forma, amplifica seus efeios sobre o produo. A razão para os diferenes impacos previsos por esses dois modelos reside nas hipóeses feias por cada um deles acerca do comporameno dos consumidores. O modelo de ciclos econômicos é caracerizado por um conjuno de famílias ricardianas, cujas decisões de consumo, a qualquer empo, são baseadas em suas resrições orçamenárias ineremporais. Ceeris paribus, um aumeno nos gasos do governo diminui o valor presene da renda disponível (líquida de imposos) e, por isso, gera um efeio negaivo sobre a riqueza, induzindo as famílias a reduzirem o consumo. 1 Por ouro lado, no modelo IS-LM os consumidores se comporam de maneira não-ricardiana, seu consumo é função da renda disponível correne e não dos recursos acumulados ao longo de suas vidas. Sendo assim, o efeio de um aumeno dos gasos do governo dependerá 1 De forma simplificada, um aumeno no consumo do governo (não produivo), financiado por imposos lump-sum correnes ou fuuros, em um efeio negaivo sobre a riqueza o qual é refleido em uma redução do consumo. Adicionalmene, ele induz um aumeno da ofera de rabalho ao nível de salário dado. Ese úlimo efeio leva, em condição de equilíbrio, a um menor salário real, maior nível de emprego e produo. O aumeno no nível de emprego leva, se suficienemene persisene, a um aumeno no reorno esperado do capial, e pode desencadear um aumeno no invesimeno. Nesse caso, o amanho do muliplicador do invesimeno será maior ou menor que um, dependendo dos valores dos parâmeros. 1

13 criicamene da forma como ese úlimo é financiado, com o aumeno do muliplicador na exensão do financiameno do défici. 2 Em comparação com a vasa lieraura empírica sobre os efeios da políica moneária, a políica fiscal recebeu muio menos aenção nas pesquisas econômicas aé recenemene. Essa fala de aenção esava em desacordo com o fao de vários dos principais debaes públicos sobre o papel da políica fiscal esarem baseados em argumenos acerca da imporância macroeconômica dos gasos do governo e da ribuação. As discussões em orno da lei de Orçameno Equilibrado nos EUA, os limies de endividameno descrios do Paco de Esabilidade e Crescimeno no âmbio da UE, ou a possibilidade de criação de insiuições independenes para execução da políica fiscal são odos baseados na premissa de que a políica fiscal é um insrumeno eficaz para esabilizar as fluuações dos ciclos econômicos. A necessidade de evidências empíricas para elucidar as quesões neses debaes esimulou sobre medida novas pesquisas, que podem ser agrupadas em rês caegorias. Primeiro, um grupo de economisas focados em episódios específicos, consolidações fiscais, para esudar o impaco macroeconômico das grandes reduções no défici orçamenário. A segunda linha de pesquisa analisa a capacidade de esabilização dos insrumenos de políica fiscal, ou seja, aé que pono os imposos e o sisema de ransferências fornecem seguro conra choques regionais idiossincráicos e como eles esabilizam as fluuações macroeconômicas no agregado. Finalmene, os efeios dinâmicos da políica fiscal discricionária sobre as variáveis macroeconômicas, obidos a parir de auo-regressões veoriais. Nesse úlimo grupo se enquadra o rabalho de Faás e Mihov (2001) que apresenam uma análise empírica, a parir de um modelo macroeconômico de equilíbrio geral esocásico aplicado a dados recenes da economia americana, sobre os efeios de variações dos gasos públicos nas principais variáveis macroeconômicas. Observam que um aumeno dos gasos do governo em efeio expansionisa sobre o produo com muliplicador maior do que um. Ese aumeno é em grande pare impulsionado pelo aumeno do consumo privado que é 2 Para exemplo, ver Blanchard (2003). O efeio oal sobre o produo irá depender ambém da resposa do invesimeno. Sob a hipóese de ofera consane de moeda, geralmene assumida nas versões desse modelo, o aumeno no consumo é acompanhado por um declínio no invesimeno, resulado de uma apreciação da axa de juros (efeio crowding-ou). Se, por ouro lado, o Banco Cenral maniver a axa de juros esável frene a um aumeno nos gasos do governo, o efeio indireo sobre o invesimeno é nulo. Conudo, qualquer resposa inermediária do Banco Cenral (i.e., que não seja capaz de acomodar o aumeno da demanda por moeda induzida por um maior nível de produo) levará, do mesmo modo, a uma redução no nível de invesimeno, de acordo com o modelo IS-LM. 2

14 posiivamene correlacionado ao nível de emprego. Quando comparam esses resulados a um modelo RBC padrão descobrem que há diversas dimensões em que o modelo não se ajusa aos dados. A maior discrepância enre o modelo e os resulados empíricos é a resposa do consumo. Em odos os experimenos feios a parir de diversas variações de um modelo RBC padrão, o consumo sempre diminui em resposa a uma expansão nos gasos do governo por causa dos efeios negaivos sobre a riqueza. Iso não é suporado pelos dados. A segunda falha é que a correlação posiiva condicional nas resposas de emprego e de consumo não é observada com o modelo eórico sob suposições plausíveis para os valores de calibração dos parâmeros. Hall (2009) obém resulados semelhanes em seu rabalho. Ele observa um aumeno do PIB na magniude do aumeno das compras governamenais e, possivelmene, um pouco mais quando a políica moneária é passiva e a axa de juros se aproxima a zero. Ele conclui que os modelos neoclássicos sob calibrações plausíveis dos parâmeros não são capazes de explicar esse muliplicador, pois prevêem uma queda no consumo quando as compras do governo aumenam. Por ouro lado, ressala o sucesso dos modelos neo-keynesianos em combinar o muliplicador observado, embora eseja fundamenado na hipóese fraca de declínio dos mark-ups a medida em que a produção aumena. Mounford e Uhlig (2008) propõem uma nova abordagem para disinguir os efeios dos choques de políica fiscal. O méodo uilizado considera apenas a informação nas séries emporais macroeconômicas dos veores auo-regressivos, junamene com os pressuposos mínimos para os choques de políica fiscal. Em paricular, não impõe resrições sobre as resposas das principais variáveis de ineresse - PIB, o consumo privado, os salários reais e do invesimeno não residencial privado - para choques de políica fiscal. O rabalho aplica esa abordagem uilizando dados do pós-guerra sobre a economia dos EUA. São analisados rês ipos de cenários de políica: um aumeno dos gasos financiado pelo défici, um aumeno de gasos financiado com imposos mais alos, e um core de imposos com uma redução das receias do governo e manuenção dos gasos. Os resulados obidos mosram que o úlimo cenário é o mais eficaz para esimular a economia, enquano nos dois primeiros é observado o efeio crowding-ou do invesimeno. O rabalho de Romer e Romer (2010), por sua vez, invesiga o impaco das mudanças no nível de ribuação sobre a aividade econômica. Eles uilizam o regisro narraivo - discursos presidenciais, relaórios do Congresso, denre ouros - para idenificar o amanho, 3

15 empo e moivação principal para odas as principais ações de políica fiscal do pós-guerra nos EUA ( ). Esa análise de narraivas em por objeivo fazer disinção enre as decisões de políica moivadas por poenciais condições econômicas, ais como ações anicíclicas e alerações fiscais associadas a mudanças nos gasos do governo, e aquelas omadas por razões exógenas, ais como necessidade de redução do défici orçamenário herdado ou para a promoção do crescimeno de longo prazo. Em seguida, eles examinam a resposa da produção à políica moivada por razões exógenas. As esimaivas obidas indicam que os aumenos de imposos são alamene conracionisa. Os efeios são muio significaivos, muio robusos, e muio maiores que aqueles obidos aravés de medidas mais amplas de mudanças ribuárias. Esse efeio decorre sobre medida do efeio negaivo do aumeno dos imposos sobre o invesimeno. Leeper, Walker e Yung (2010) abordam dois aspecos críicos que dizem ser fundamenais para a compreensão dos efeios do invesimeno público: arasos na execução de obras públicas e ajuses fiscais para financiameno de novos gasos. Arasos na execução podem produzir resposas pequenas ou mesmo negaivas do rabalho e da produção em função do aumeno do invesimeno público no curo prazo. Anecipação de ajuses fiscais afeam quaniaiva e qualiaivamene os efeios sobre o crescimeno a longo prazo. Quando o capial público é insuficiene produivo, disorções na forma de financiameno podem fazer com que o invesimeno público seja conracionisa em horizones mais longos. Cabe ressalar que ese rabalho é fundamenado em um modelo de crescimeno neoclássico. Nese rabalho nos propomos a esar, a parir de parâmeros esimados pela lieraura acerca desse ema, os efeios de uma políica fiscal expansionisa numa economia fechada e sem capial. Para ano, usamos uma versão simplificada do modelo novo keynesiano padrão esendido em Galí, López-Salido e Vallés (2007), que permie a presença de consumidores Rule-of-Thumb. Mosramos como a ineração desses úlimos, sob a hipóese de preços rígidos e financiameno via déficis, pode explicar as evidências exisenes sobre os efeios dos gasos do governo. Para rodarmos o modelo DSGE (Dynamic Sochasic General Equilibrium) uilizamos a ferramena de sisema Dynare, cujas funcionalidades são descrias no final do rabalho. Fazemos uma série de exercícios para esar sob quais configurações paraméricas o efeio crowding-in do consumo é observado. Como ouros modelos de equilíbrio geral, os modelos DSGE êm por objeivo descrever o comporameno da economia como um odo, analisando a ineração de muias 4

16 decisões microeconômicas. As decisões consideradas na maioria dos modelos DSGE correspondem a algumas das principais variáveis esudadas na macroeconomia, como o consumo, poupança, invesimeno, ofera e demanda de rabalho. Os omadores de decisão no modelo, dios agenes, são as famílias, empresas, e, possivelmene, ouros, ais como os governos ou bancos cenrais. Para uma descrição coerene da macroeconomia, os modelos DSGE precisam especificar: as preferências dos agenes; a ecnologia uilizada; e o cenário insiucional. Além disso, como o próprio nome indica, os modelos DSGE são dinâmicos, esudando como a economia evolui ao longo do empo. Eles ambém são esocásicos, endo em cona o fao de que a economia é afeada por choques aleaórios, ais como mudanças ecnológicas, as fluuações dos preços de commodiies, ou erros na elaboração de políicas macroeconômicas. Isso conrasa com os modelos esáicos esudados na eoria do equilíbrio geral walrasiano. 5

17 2 UM MODELO NOVO KEYNESIANO COM CONSUMIDORES RULE-OF-THUMB Nossa economia consise em dois ipos de famílias, um conjuno de firmas produoras de bens inermediários diferenciados, um mercado perfeiamene compeiivo de bens finais, um Banco Cenral responsável pela políica moneária, e uma auoridade fiscal. A seguir esão descrios os objeivos e as resrições dos diferenes agenes. Exceo pela presença de consumidores Rule-of-Thumb, o cenário consise em um modelo esocásico de equilíbrio geral padrão com preços rígidos definidos à la Calvo. 3 Ressalamos que a economia reraada aqui é basane similar àquela reraada em Galí, López-Salido e Vallés (2007). A principal disinção reside na ausência de capial. Naquele rabalho, pare da renda não consumida das famílias ricardianas era alocada para invesimeno em capial físico que, em úlima insância, era alugado para as firmas. Dessa forma, essas famílias obinham uma remuneração sobre esse capial e ambém o pagameno de dividendos. Logo, havia dois mecanismos para suavizar o consumo ao longo do empo, um aravés do acesso ao mercado financeiro e o ouro aravés da acumulação de capial. Por essa razão, a disinção enre os consumidores ricardianos e os não-ricardianos se ornava ainda mais significaiva Famílias Adoamos um conjuno conínuo de famílias, indexadas por i 0,1. Uma fração 1 dos lares êm acesso ao mercado de capiais, onde podem negociar um conjuno compleo de íulos coningenes. Usamos o ermo oimizadoras ou ricardianas para nos referirmos a esse subconjuno de famílias cujo objeivo é maximizar seu fluxo de consumo ineremporal. A fração remanescene de domicílios,, não possui quaisquer bens, nem em quaisquer passivos, e consomem a cada período o equivalene ao seu rendimeno do rabalho. Nós nos referimos a elas como famílias Rule-of-Thumb. Diferenes inerpreações para esse comporameno incluem miopia, fala de acesso ao mercado de capiais, medo de poupança, a ignorância das oporunidades de comércio ineremporal, e assim por diane. Nossos pressuposos assumem uma forma exrema de comporameno das famílias não-oimizadoras, 3 Calvo (1983) consruiu um modelo de rigidez nominal dependene do empo que simplifica subsancialmene a agregação. 6

18 mas que capa de forma simples e parcimoniosa algumas das evidências já exisenes, sem invocar uma explicação específica Famílias Oimizadoras. Sejam o C e o N, o consumo e o lazer das famílias ricardianas. As preferências são definidas pelo faor de descono β (0, 1) e a função uilidade é represenada por U ( C, N ). Uma ípica família dese ipo procura maximizar: o o E0 0 o o U ( C, N ) (1) sujeio a seguine resrição orçamenária, PC o R 1 B o 1 W P N o B o PT o (2) No início do período o consumidor recebe seu rendimeno do rabalho W P N o, onde W represena o salário real, P é o nível de preços e o N denoa o número de horas rabalhadas. o B represena a quanidade de aivos livres de risco carregados do período -1, e que pagam uma unidade do numerário no período. íulo comprado no período. Já R equivale ao reorno nominal bruo do o T denoa os imposos lump-sum (ou as ransferências, se negaivo) pagos por esses consumidores no período ec represena o consumo das famílias em ermos reais. o o 1 o o o N U ( C, N ) log C (3) 1 Assumimos um mercado de rabalho compeiivo onde cada indivíduo escolhe o número de horas de rabalho oferadas para um dado salário de mercado. Dessa forma, fazendo uso da equação de Bellman e da condição de Benvenise-Scheinkman para resolver o problema de oimização dinâmico do consumidor, obemos: o o W C ( N ) (4) P 1 R E, 1 (5) P 1 7

19 onde C o k, 1. o Ck Famílias Rule-of-Thumb. Os consumidores Rule-of-Thumb são reconhecidos por se comporarem de forma irracional, consumindo inegralmene a renda do rabalho a cada período. Por isso, não endem a suavizar seu consumo em face a evenuais fluuações dos rendimenos do rabalho, nem subsiuem consumo ineremporalmene em resposa às mudanças na axa de juros. Como já foi dio aneriormene, não raaremos das fones desse comporameno, embora ese possa ser aribuído a uma combinação de miopia, fala de acesso aos mercados financeiros, ou (coninuamene) resrições de emprésimos. Sua uilidade emporal é dada por: r 1 r r r N U ( C, N ) log C (6) 1 e esão sujeios a seguine resrição orçamenária, PC r W P N PT (7) r r Dessa forma, o nível de consumo óimo será igual à renda do rabalho líquida de imposos é: C r W N T (8) r r Noe-se que o imposo pago pelos consumidores Rule-of-Thumb pode ser diferene do imposo pago pelos consumidores oimizadores. Sob a hipóese de um mercado de rabalho compeiivo, a ofera de rabalho dos consumidores Rule-of-Thumb deve saisfazer: r r W C ( N ) (9) Agregação. O consumo e as horas de rabalho agregadas são dados pela média ponderada das variáveis correspondenes a cada ipo de consumidor. Formalmene, C C ( 1 ) C (10) e r o 8

20 N N ( 1 ) N (11) r o 2.2. Firmas Assumimos um conjuno conínuo de firmas em concorrência monopolisa produzindo bens inermediários diferenciados. Eses úlimos servem de insumos para a produção de um bem final único produzido pelas firmas em concorrência perfeia Firmas produoras de bens finais. O bem final é produzido por uma firma represenaiva do mercado em concorrência perfeia com reornos consanes de escala cuja função de produção é dada por: Y 1 X 0 ( j) p 1 p dj p p 1 (12) onde X ( j) é a quanidade do bem inermediário j usado como insumo e 1. Tomando como dados o preço dos bens finais P e os preços dos bens inermediários P ( j), para odo j 0,1, emos a seguine condição de maximização do lucro: p X p P ( j) ( j) Y P (13) A condição de lucro zero da firma em concorrência perfeia represenaiva é dada por: P 1 1 p 1 1 P j p dj ( ) (14) Firmas produoras de bens inermediários. j é dada por: Na ausência de capial, a função da produção de firma produora do bem inermediário 9

21 Y ( j) N ( j) (15) Dessa forma, o cuso oal dessa firma será: W N W Y (16) Logo, dado o salário, o cuso marginal real e comum a odas as firmas será: CMg W (17) Fixação dos preços. Assumimos que as firmas produoras de insumos definem seus preços nominais de maneira escalonada, de acordo com a regra esocásica dependene do empo proposa por Calvo (1983). Cada firma redefine o seu preço com probabilidade 1 a cada período, independenemene do empo decorrido desde o úlimo ajuse. Assim, a cada período uma medida 1 dos produores reajusa seus preços, enquano uma fração maném seus preços inalerados. Uma firma que revê seu preço no período procurará maximizar: k 0 *. ky k ( j) P / k k k E E P MC (18) sujeio a resrição de demanda, Y k ( j) X k ( j) * p P / P k Y k (19) onde * P represena o preço escolhido pela proporção 1 das firmas, as que esão reajusando seus preços no período. A condição de primeira ordem desse problema de maximização é dada por: * Y ( j) P / P MC 0 k E. k k k p k (20) k 0 onde ( 1) é o mark up bruo que prevalece no esado esacionário, quando a p p p inflação é nula. Finalmene, a equação que descreve a dinâmica para o nível de preços agregado é dada por: P 1 1 p * 1 p P p 1 1 )( P ) 1 ( (21) 10

22 2.3. Políica Moneária No modelo proposo, assumimos que o Banco Cenral define a axa de juros nominal r R 1 para cada período, de acordo com uma regra de axa de juros simples e linear: r r (22) onde 0 e r é a axa de juros nominal que prevalece no esado esacionário. Uma regra de axa de juros da forma (22) é a mais simples especificação em que as condições para indeerminação e sua conexão com o princípio de Taylor pode ser analisado. Noamos que ese é um caso paricular da radicional regra de Taylor (1993), com os coeficienes de hiao de produo e de mea inflacionária iguais a zero. A regra (22) saisfaz o princípio de Taylor se, e somene se, 1. Na ausência de consumidores Rule-of-Thumb, esa condição é necessária e suficiene para garanir o equilíbrio Políica Fiscal PT R A resrição orçamenária do governo é dada por: 1 B 1 B PG (23) onde T T ( 1 ) T. Considerando g ( G G) Y, ( T T) Y e r o / / b ( B B) / Y, seguiremos a seguine regra de políica fiscal: b g (24) b g onde b e g são consanes posiivas. Finalmene, assumimos que os gasos do governo, em ermos dos desvios com relação ao nível de esado esacionário e normalizados pelo produo do esado esacionário, envolvem-se exogenamene de acordo com o seguine processo auo-regressivo de primeira ordem: g g 1 (25) g 4 O princípio de Taylor refere-se a uma regra de axa de juros específica onde um aumeno da inflação leva a um aumeno mais que proporcional da axa nominal de juros. Ver Woodford (2003). 11

23 onde 0 g 1, e represena um choque no gaso do governo i.i.d. com variância consane Marke Clearing Na ausência de capial e, por conseguine, de invesimeno, a condição de marke clearing, iso é, o equilibrio dos mercados será saisfeio se as seguines igualdades forem observadas, para odo e odo j 1 N N ( j) dj ; Y ( j) X ( j) ; 0 Y C G (26) 2.6. Condições do equilíbrio linearizadas A seguir, derivamos as versões log-lineares das condições fundamenais de oimização e marke clearing que serão uilizados em nosso modelo de equilíbrio dinâmico. Algumas dessas condições são exaas enquano ouras represenam aproximações de primeira ordem em relação a um esado esacionário de suposa inflação nula. 5 Famílias. As equações log-linearizadas que represenam as condições de primeira ordem do consumidor oimizador, (4) e (5), são descrias abaixo. w c n (27) o o o o c r E o c E 1 1 (28) Dizemos que (28) é a equação de Euler log-linear das famílias oimizadoras e descreve sua dinâmica de consumo. De (8) e (9) obemos as aproximações log-lineares de primeira ordem que descrevem a dinâmica de consumo dos consumidores não-ricardianos. 5 De agora em diane, a não ser que noado e mencionado diferenemene, leras minúsculas são relacionadas a desvios logarímicos em relação a seus esados esacionários. Por exemplo, x logx /X. 12

24 c r w r Y r w n r WN r r C (29) C c n (30) onde r r r r r T T. Y Nossa análise é simplificada pela hipóese de que o consumo per capia no esado esacionário é o mesmo para odos os grupos de famílias, ou seja, que pode ser sempre garanido aravés da escolha apropriada de C C r T e r C o, um resulado o T. Como o foco desse esudo esá nas diferenes resposas aos choques dos dois grupos de famílias, essa hipóese simplifica a álgebra consideravelmene. Em paricular, sob a condição acima, as expressões log-linearizadas para o consumo agregado e horas rabalhadas são da seguine forma: c c ( 1 ) c (31) r o e n n ( 1 ) n (32) r o Sob perfeia compeição no mercado de rabalho, podemos combinar as expressões (27) e (30) e combiná-las com as expressões (31) e (32) para ober: w c n (33) Firmas. Combinando as versões log-linearizadas das equações (20) e (21) em orno do esado esacionário 6, obemos a seguir a equação que descreve a dinâmica da inflação como função dos desvios logarímicos do mark up médio com relação ao seu nível no equilíbrio. pcm ˆ 1 g E (34) 1 onde p (1 )(1 ) e CMg ˆ w. y n (35) A função de produção agregada log-linearizada será dada por: 6 Assumimos que a inflação no esado esacionário é nula. 13

25 Marke Clearing. A log-linearização da condição de equilíbrio dos mercados (26) em orno do esacionário será: y cc gg (36) onde C Y e G Y represenam, respecivamene, as paricipações do consumo c / g / agregado e do gaso do governo sobre o produo no esado esacionário. Políica Fiscal. A log-linearização da resrição orçamenária do governo (23) no esado esacionário, considerando dívida zero e o orçameno primário equilibrado, será: b 1 (1 )( b g ) (37) Combinando a resrição orçamenária do governo com a regra de políica fiscal (24) aneriormene assumida, obemos: b ) 1 (1 )(1 b ) b (1 )(1 g g (38) onde 1 1puxa para baixo a axa de juros no esado esacionário. Assim, sob os pressuposos acima assumidos, uma condição necessária e suficiene para a dinâmica da dívida é dada por (1 + ρ)(1 φb) < 1, ou equivalenemene a: b Derivação do sisema DSGE reduzido As condições de equilíbrio que descrevem a dinâmica do modelo são dadas pelas expressões de (25) a (38). Combinando-as e fazendo algumas subsiuições, podemos ober um sisema de equações diferenciais esocásicas que descreve a dinâmica log-linearizada de equilíbrio das cinco variáveis do modelo: consumo, horas rabalhadas, inflação, gasos do governo e dívida pública (íulos). Equação de Euler. Sob a hipóese de mercado de rabalho perfeiamene compeiivo, Combinando as equações (27), (28), (29), (30), (31) e (32), obemos a equação de Euler para o consumo agregado. 14

26 c n n E 1 { c 1} E{ 1} ne{ n1} bb 1 g ( g onde os coeficienes associados a equação anerior são dados por: 1) g (E.1) 1/ (1 ) [ p 1] c p ( (1 )(1 (1 ))) c 1 n ( 1)(1 ) p e C Y é o esado esacionário da relação consumo-produo. c / Alguns aspecos desas condições de equilíbrio merecem ser analisados. Primeiramene, noe que a Equação de Euler (E.1) e a única equação log-linear de condição de equilíbrio envolvendo variáveis agregadas que demonsram dependência de λ, a fração de consumidores Rule-of-Thumb. Em segundo plano, a presença de consumidores não-ricardianos gera um efeio direo de emprego sobre o nível de consumo, e conseqüenemene sobre demanda agregada, além do efeio de axa de juros de longo-prazo. Assim, por odo o rajeo deerminado de axas reais de juros e imposos, uma expansão nos gasos do governo em o poencial de aumenar o consumo agregado aravés de sua expansão induzida no emprego e conseqüene aumeno do salário real, dos rendimenos do rabalho e, como conseqüência, o consumo das famílias Rule-of-Thumb. Por sua vez, o aumeno resulane no consumo aumenaria a demanda agregada, a produção e o emprego ainda mais, provocando assim um efeio muliplicador análogo ao enconrado nos radicionais modelos keynesianos. Em erceiro lugar, o efeio final das compras do governo sobre o consumo agregado depende dos imposos e da axa de longo prazo esperado real. Essas variáveis, por sua vez, são deerminadas pelas regras da políica fiscal e moneária em vigor. No enano, a parir da equação anerior vemos que, para o consumo agregado aumenar em resposa a um aumeno nos gasos do governo, a resposa dos imposos e das axas de juros deve ser suficienemene suave. 15

27 Curva de Phillips. Para obermos a segunda equação do sisema, reescrevemos a expressão (34) em ermos das variáveis do modelo e combinamos com as equações (33) e (35). Dessa forma, a curva de Phillips em ermos agregados será dada por: pc pn E 1 (E.2) Políicas Macroeconômicas. As equações que compõem o bloco de políicas macroeconômicas no modelo já foram apresenadas aneriormene e represenam, respecivamene, a resrição orçamenária do governo (38) e o processo auo-regressivo de primeira dos gasos do governo. b ) 1 (1 )(1 b ) b (1 )(1 g g (E.3) g g 1 (E.4) g Combinando a expressão da função de produção agregada (35) com a condição de marke clearing (36) obemos a úlima equação do sisema: n c g (E.5) c g Dessa forma obemos um sisema dinâmico com cinco variáveis endógenas e cinco equações descrio a seguir: E.1: c n n E 1 { c 1} E{ 1} n E{ n 1} bb 1 g ( g 1) g E.2: E 1 pc pn E.3: b ) g 1 (1 )(1 b ) b (1 )(1 g E.4: g g g 1 E.5: n c c g g 16

28 3 ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DINÂMICO Começamos por descrever a calibragem que usamos como referência. Cada período corresponde a um rimesre. Definimos o faor de descono ineremporal igual a 0.97 e assumimos o mark up dos preços no esado esacionário valores desses parâmeros inalerados nas análises que faremos adiane. p igual a 0,2. Maneremos os Dividimos os parâmeros para os quais realizamos algumas análises de sensibilidade, em dois grupos: aqueles associados às políicas moneária e fiscal e aqueles que não esão direamene associados a elas, embora sejam deerminanes para seus resulados. Nosso cenário de base para o peso das famílias Rule-of-humb é 0,5. Isso esá denro do inervalo de valores esimados na lieraura sobre o peso dos indivíduos que seguem esse comporameno numa economia (ver Mankiw, 2000). À fração de empresas que manêm seus preços inalerados,, é dado um valor inicial de 0,75, que corresponde a uma duração média dos preços em um ano. Ajusamos o valor base para a elasicidade dos salários em relação às horas de rabalho ( ) igual a 0,2. 7 Os parâmeros base das políicas macroeconômicas são escolhidos a seguir. Definimos o amanho da resposa da auoridade moneária à inflação,, para 1,5, um valor comumene uilizado em regras empíricas de políica moneária e que saisfaz o chamado princípio de Taylor ( >1). A fim de calibrarmos os parâmeros que descrevem a regra de políica fiscal e o choque de gasos do governo (ie, g, b e g ) usamos as esimaivas enconradas na lieraura. Em Galí, López-Salido e Vallés (2007) 8, o valor inicial aribuído ao parâmero g é igual a 0,9 e reflee uma resposa alamene persisene dos gasos do governo ao seu próprio choque. Obemos a calibração inicial do parâmero g igual a 0,10 de Blanchard e Peroi (2002). Dados g e g, calibramos o parâmero b al que a dinâmica de gasos do governo e da dívida, observadas nas equações (E.3) e (E.4) são consisenes com o horizone em que o défici esá de vola à zero em nossas esimaivas. Assim, em nossa calibração inicial parimos 7 Ver Roemberg e Woodford (1997, 1999). 8 Parâmeros esimados para a economia americana no período de 1960 a 2003, excluindo-se os gasos miliares. 17

29 b = 0,5. Finalmene, parimos de c = 0,8, o que nos parece ser uma aproximação basane razoável da paricipação do consumo privado na economia aqui reraada. Grande pare da análise de sensibilidade a seguir concenra-se na paricipação das famílias Rule-of-Thumb ( ) na economia e sua ineração com os parâmeros g,,, e. Dada a imporância dos parâmeros da regra fiscal na deerminação do consumo agregado (e, indireamene, de ouras variáveis), vamos ambém analisar o efeio de valores alernaivos para os parâmeros da políica b e g. Esabelecidos os parâmeros iniciais e dado o sisema DSGE apresenado na seção anerior, os resulados obidos com a simulação 9 de um choque de 1% nos gasos do governo é disposo na figura 1. Tais resulados podem ser inerpreados da seguine maneira: um aumeno inesperado dos gasos do governo gera, em primeiro momeno, um excesso de demanda sobre a ofera que, por conseguine, irá provocar uma pressão sobre o nível de preços. O aumeno do endividameno público como forma de financiameno dos gasos provoca um efeio riqueza negaivo sobre os consumidores ricardianos. Iso porque, dado seu processo de formação de expecaivas, eles omarão sua decisão de consumo ineremporal considerando um aumeno dos imposos no fuuro como forma de financiameno daquele défici. Por essa razão, eles aumenarão o número de horas rabalhadas no presene com o objeivo de suavizarem seu consumo no fuuro. De acordo com a função de produção, o número de horas rabalhadas é igual ao produo e, dessa maneira, observamos que o choque nos gasos públicos irá provocar um aumeno do produo na proporção inicial de 0,2 para 1. Em conraparida, via efeio muliplicador e dada a presença de consumidores Rule-of-Thumb verificamos um aumeno no consumo agregado. 9 No apêndice A mosramos o código de programação no Dynare para o cenário base e, em seguida, fazemos uma breve explicação sobre esa ferramena, comumene uilizada para esse ipo de simulação. 18

30 Figura 1: Função Impulso do cenário base Efeio de um choque nos gasos do governo sobre as variáveis endógenas do modelo 3.1. Consumidores Rule-of-Thumb, a indeerminação, e a Regra de Taylor A seguir, analisamos as condições que garanem a unicidade do equilíbrio que, em ermos maemáicos, implica que a mariz de auo-valores do sisema de equações enha anos auo-valores maiores que um quano o número de variáveis forward looking. 10 Nese rabalho nós mosramos como a presença dos consumidores Rule-of-Thumb pode alerar sensivelmene as propriedades do equilíbrio do modelo padrão de preços rígidos. Mais especificamene, sob deerminadas configurações de parâmero o equilíbrio da economia reraada nesse modelo pode ser indeerminado 11, mesmo quando a regra da axa de juros saisfaz o princípio de Taylor (que corresponde ao 1). Simulamos odas as combinações possíveis dos parâmeros e, nos inervalos de 0 a 1 e 0,5 a 5, respecivamene, e observamos as condições necessárias para exisência de 10 Uma análise mais dealhada pode ser enconrada em Gali, López-Salido, e Vallés (2004). 11 Nesses casos, o resulado observado na simulação no Dynare foi a indeerminação de Blanchard-Khan. 19

31 um equilíbrio único ou para a indeerminação emergir como uma propriedade da dinâmica de equilíbrio, quando os demais parâmeros são manidos consanes em seus valores iniciais. Vemos que a indeerminação surge sempre que há violação do princípio de Taylor, iso é, quando emos um baixo grau de ou quano emos uma paricipação suficienemene grande das famílias não-ricardianas na economia. Verificamos que ais ensões são independenes de al maneira que o sisema fica indeerminado para quaisquer valores de quando 0, 7 e, da mesma forma, para quaisquer valores de quando 1. Dessa forma, podemos dizer que o equilíbrio é único em nossa base de calibração para valores de menores ou iguais a 0,7 e valores de maiores do que Os efeios dos choques nos gasos do governo Agora analisamos os efeios dos choques de gasos do governo na economia descria na seção anerior. Em paricular, buscamos as condições em que um aumeno exógeno nos gasos do governo gera um efeio posiivo sobre o consumo, conforme observado em grande pare dos eses empíricos. Ao longo do exercício nos limiamos às configurações de parâmeros em que o equilíbrio é único. A Figura 2 mosra a resposa conemporânea do produo e do consumo (odos normalizados pelo produo do esado esacionário) a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero, a paricipação dos consumidores Rule-of-Thumb na economia 12. O amanho do choque é normalizado para 1% da produção no esado esacionário. Dado que nossas variáveis foram log-linearizadas, os valores observados no gráfico podem ser inerpreados como muliplicadores do produo e do consumo. Resrigimos o inervalo de valores assumidos por àqueles que observamos serem consisenes com a exisência de um equilíbrio único. Os demais parâmeros são manidos em seus valores iniciais. Os resulados obidos mosraram uma diminuição do consumo para a maioria dos valores assumidos por. Verificamos que a resposa do consumo será posiiva apenas para valores de maiores ou iguais a 0,5, que corresponde a nossa calibração inicial para o parâmero. A redução do consumo em ermos absoluos, no enano, é decrescene em, refleindo uma compensação do efeio riqueza negaivo e da subsiuição ineremporal do 12 As funções impulso das simulações feias para diferenes valores de enconram-se no apêndice B. 20

32 consumo, desencadeada pela expansão fiscal, pelo comporameno irracional dos consumidores Rule-of-Thumb. 13 Figura 2: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero. 0,4 0,3 0,3 0,2 Variação (%) 0,2 0,1 c n pi 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,0 Lambda A Figura 3 mosra as resposas dinâmicas de algumas variáveis chave do modelo a um choque posiivo nos gasos governamenais, dados os valores base dos parâmeros, e as compara aos resulados gerados por uma economia neoclássica. Esa úlima corresponde a uma calibração especial do modelo, onde fazemos ( 0) 14, iso é, os preços são perfeiamene flexíveis e as famílias possuem comporameno racional em sua oalidade. Observamos que o padrão de resposa das rês variáveis fiscais (gasos, imposos e défici) ao choque em quesão esá basane próximo dos valores iniciais dos parâmeros, em consonância com nossa calibração da regra de políica fiscal. A figura ilusra os efeios amplificadores verificados com a inrodução dos consumidores Rule-of-Thumb e da rigidez dos preços: A 13 Os resulados aqui observados correspondem a uma economia com os mercados de rabalho compeiivos. Para uma economia com imperfeições no mercado de rabalho, ver Gali, López-Salido, e Vallés (2007). Quando assumida essa hipóese, o crowding-in do consumo é verificado para valores de acima de 0,25, um valor mais plausível. Foi ambém observado que o muliplicador de gasos do governo sobre a inflação e a produção aumena rapidamene quando aumena, aingindo valores mais ou menos em linha com as evidências empíricas revisas naquele rabalho. 14 As funções impulso que corresponde a essa paramerização enconram-se no apêndice B. 21

33 resposa da produção e consumo no momeno inicial é sisemaicamene superior à gerada pelo modelo neoclássico. Ao longo do empo as rajeórias endem a se igualar. Figura 3: Comparação das resposas dinâmicas do produo e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, para os parâmeros iniciais e para uma paramerização neoclássica. 0,250 0,200 0,150 variação (%) 0,100 0,050 0, ,050 empo c_neo n_neo c_base n_base A Figura 4 mosra os muliplicadores dos gasos do governo (impaco) sobre a produção e o consumo, em função de g, o parâmero que mede a persisência do processo das despesas governamenais. Observamos que, nesse caso, o efeio crowding-in do consumo, e o conseqüene aumeno da produção via muliplicador, é decrescene em g. A inuição para esse resulado é simples: Valores maiores desse parâmero esão associados a efeios riqueza (negaivos) mais fores, provocando a redução do consumo das famílias ricardianas. No enano, mesmo para valores de g ão alos quano 0,9, vemos um efeio posiivo sobre o consumo agregado, ainda que pequeno. 22

34 Figura 4: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero g. 0,250 0,200 variação (%) 0,150 0,100 c n pi 0,050 0,000 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,99 ro_g A Figura 5 repora informações análogas para os cenários de calibração inicial e da economia neoclássica que combina preços flexíveis e ausência consumidores Rule-of-Thumb, iso é, 0. Verificamos que, quando os preços são compleamene flexíveis e odos os consumidores são ricardianos, ocorre o efeio crowding-ou sobre o consumo para quaisquer valores assumidos por g. Ou seja, o consumo privado diminui face a um aumeno nos gasos públicos, independenemene do grau de persisência do úlimo. Iso ilusra a dificuldade de se conciliar as evidências empíricas com os resulados alcançados pelos modelos de equilíbrio geral dinâmicos, bem como o papel desempenhado pela rigidez dos preços e pelos consumidores não-ricardianos para alcançarmos ais resulados. 23

35 Figura 5: Resposa dinâmica do consumo sob calibração base e sob paramerização neoclássica a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero g. 0,050 0,040 variação (%) 0,030 0,020 0,010 0,000-0,010-0, c_base0,5 c_base0,6 c_base0,7 c_base0,8 c_base0,9 c_base0,99 c_neo0,5 c_neo0,6 c_neo0,7 c_neo0,8 c_neo0,9 c_neo0,99-0,030-0,040 empo As figuras a seguir resumem a sensibilidade dos efeios muliplicadores às variações em rês parâmeros não relacionados às políicas macroeconômicas, dado um choque nos gasos do governo. O Figura 6 explora a sensibilidade dos muliplicadores do produo e do consumo para diferenes níveis de flexibilidade dos preços, represenados pelo parâmero. Verificamos que a ampliude da resposa da produção ao choque nos gasos do governo é crescene no grau de rigidez de preços, principalmene como resulado de um fore efeio muliplicador sobre o consumo. Fixados os valores de referência para os demais parâmeros, vemos que valores de ligeiramene superiores a 0,65 são consisenes com uma resposa posiiva do consumo agregado. Ese inervalo para o parâmero inclui valores em linha com a evidência micro e, porano, basane razoáveis para as calibrações. Conforme o esperado, num cenário de rigidez oal dos preços o sisema fica indeerminado. A Figura 7 mosra o impaco sobre os muliplicadores de mudanças no parâmero de elasicidade dos salários,. Percebemos que os muliplicadores de impaco são direamene proporcionais a variações 24

36 nese úlimo, iso é, quano maior a elasicidade maior a resposa do consumo e do produo (ou número de horas rabalhadas) maior o muliplicador do consumo agregado. Figura 6: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero. 0,300 0,250 0,200 variação (%) 0,150 0,100 c n pi 0,050 0,000 0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90-0,050 hea 25

37 Figura 7: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero. 0,350 0,300 0,250 variação (%) 0,200 0,150 c n pi 0,100 0,050 0,000 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 phi As figuras a seguir ilusram a sensibilidade das previsões do modelo a variações nos rês parâmeros relaivos às políicas (, g e b ). A Figura 8 mosra uma relação inversa enre os muliplicadores e a inensidade da resposa do banco cenral à inflação ( ). Inuiivamene, um grande leva a um aumeno ainda maior da axa de juros real, em resposa ao aumeno da inflação induzido pela expansão fiscal. Como resulado, o consumo das famílias ricardianas diminui pelo efeio riqueza negaivo e pela subsiuição ineremporal, amorecendo o efeio oal sobre o consumo agregado. Esa consaação não é surpreendene, uma vez que nos modelos de preços rígidos, por definição, a moeda não é neura e, dessa forma, o banco cenral pode arbirariamene aproximar a economia do equilíbrio de preços flexíveis, seguindo uma regra de axa de juros que responda com força suficiene a mudanças na inflação. Assim, um aumeno de afea os muliplicadores da produção e do consumo de forma qualiaivamene semelhane a um aumeno na flexibilidade dos preços (i.e., um declínio em ), conforme descrio aneriormene. 26

38 Figura 8: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero. 0,250 0,200 0,150 variação (%) 0,100 0,050 c n pi 0,000 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0-0,050 phi_pi Finalmene, as Figuras 9 e 10 mosram a sensibilidade dos muliplicadores às variações nos dois parâmeros da regra fiscal. Em paricular, verificamos como uma variação posiiva do produo e do consumo em resposa aos choques nos gasos do governo exige uma resposa dos imposos ao défici suficienemene ala (i.e., b alo), e uma resposa suficienemene baixa dos imposos aos gasos correnes do governo (ou seja, um g baixo). Essa configuração de parâmeros fiscais enderá a implicar em um défici grande, mas não muio persisene em resposa a um aumeno nos gasos do governo, um padrão amplamene consisenes com as evidências empíricas. 27

39 Figura 9: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero b. 0,250 0,200 0,150 variação (%) 0,100 0,050 c n pi 0,000 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1-0,050 phi_b 28

40 Figura 10: Resposa conemporânea da produção e do consumo a um choque posiivo nos gasos do governo, como uma função do parâmero g. 0,250 0,200 0,150 variação (%) 0,100 0,050 c n pi 0,000 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1-0,050 phi_g 29

41 3 CONCLUSÃO A análise aqui mosrou como a ineração enre os consumidores Rule-of-Thumb, cujo consumo é igual à renda do rabalho, rigidez de preços e financiameno via déficis, modelados como na lieraura novo keynesiana recene, ornam possível gerar um aumeno no consumo em resposa a um aumeno nos gasos do governo, de uma forma coerene com grande pare das evidências empíricas mais recenes. Mesmo uma versão sem capial e, porano, mais simples do modelo novo keynesiano padrão, gera resulados similares àqueles observados por Galí, López-Salido e Vallés (2007). A exisência de consumidores não-ricardianos isola parcialmene a demanda agregada dos efeios negaivos sobre a riqueza gerados pelo os níveis mais elevados (auais e fuuros) dos imposos necessários para financiar a expansão fiscal. Iso porque a presença desse ipo de consumidores na economia orna a demanda agregada mais sensível ao rendimeno disponível correne. A rigidez de preços, por ouro lado, orna possível o aumeno dos salários em ermos reais. O efeio combinado de um maior salário real e maior nível de emprego aumenam a renda do rabalho aual e, conseqüenemene, esimula o consumo das famílias Rule-of- Thumb. Talvez o resulado mais imporane enha sido a verificação de que nossa paramerização inicial, empiricamene plausível e comumene usada pela lieraura de RBC, gera um efeio posiivo sobre o consumo em resposa a uma políica fiscal expansionisa. Assim, nossos resulados fornecem uma solução poencial para o aparene conflio enre as evidências empíricas e as previsões dos modelos DSGE convencionais sobre os efeios dos choques de gasos do governo. 30

42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aiyagari, Rao, Lawrence Chrisiano, and Marin Eichenbaum (1990). Oupu, Employmen and Ineres Rae Effecs of Governmen Consumpion. Journal of Moneary Economics, 30, Amao, Jeffery D., and Thomas Laubach (2003). Rule-of-Thumb Behavior and Moneary Policy. European Economic Review, 47, Baxer, Marianne, and Rober King (1993). Fiscal Policy in General Equilibrium. American Economic Review, 83, Blanchard, Olivier (2003). Macroeconomics, 3rd ed. Prenice Hall. Blanchard, Olivier, and Robero Peroi (2002). An Empirical Characerizaion of he Dynamic Effecs of Changes in Governmen Spending and Taxes on Oupu. Quarerly Journal of Economics, 117, Burnside, C.; Eichenbaum, M.; e Fisher, J.., "Fiscal shocks and heir consequences," Journal of Economic Theory, Elsevier, vol. 115(1), pages , March. Calvo, Guillermo (1983). Saggered Prices in a Uiliy Maximizing Framework. Journal of Moneary Economics, 12, Chrisiano, Lawrence, and Marin Eichenbaum (1992). Curren Real Business Cycles Theories and Aggregae Labor Marke Flucuaions. American Economic Review, 82, Clarida, Richard, Jordi Galí, and Mark Gerler (1999). The Science of Moneary Policy: A New Keynesian Perspecive. Journal of Economic Lieraure, 37, Clarida, Richard, Jordi Galí, and Mark Gerler (2000). Moneary Policy Rules and Macroeconomic Sabiliy: Evidence and Some Theory. Quarerly Journal of Economics, 115, Edelberg, W.; Eichenbaum, M. e Fisher, J. Undersanding he effecs of shocks o governmen purchases. Review of Economics Dynamics, v. II, p , 1999 Faás, Anonio, and Ilian Mihov (2001). The Effecs of Fiscal Policy on Consumpion and Employmen: Theory and Evidence. Working paper, INSEAD. Galí, Jordi, J. David López-Salido, and Javier Vallés (2004). Rule-of- Thumb Consumers and he Design of Ineres Rae Rules. Journal of Money, Credi and Banking, 36, Galí, Jordi, J. David López-Salido, and Javier Vallés (2007). Undersanding he Effecs of Governmen Spending on Consumpion Journal of European Economic Associaion, 5(1)

43 Hall, R. How Much Does GDP Rise if he Governmen Buys More Oupu? Brookings Papers on Economic Aciviy, 2009, 2, pp Leeper, E.; T. Walker e S. Yung Governmen Invesmen and Fiscal Simulus in he Shor and Long Runs, working paper. Mankiw, N. Gregory (2000). The Savers-Spenders Theory of Fiscal Policy. American Economic Review, 90, Mounford, A., e H. Uhlig Wha Are he Effecs of Fiscal Policy Shocks?, working paper. Ramey, V. e Shapiro, M. Cosly capial reallocaion and he effecs of governmen spending. Carnegie-Rocheser Conference Series on Public Policy, Romer, C.; e D. Romer The Macroeconomic Effecs of Tax Changes: Esimaes Based on a New Measure of Fiscal Shocks, American Economic Review, June 2010 Roemberg, Julio, and Michael Woodford (1997). An Opimizaion Economeric Framework for he Evaluaion of Moneary Policy In NBER Macroeconomics Annual 1997, edied by O. J. Blanchard and S. Fischer. MIT Press, pp Roemberg, Julio, and Michael Woodford (1999). Ineres Rae Rules in an Esimaed Sicky Price Model. In Moneary Policy Rules, edied by J.B. Taylor, Universiy of Chicago Press and NBER. Taylor, John B. (1993). Discreion versus Policy Rules in Pracice. Carnegie Rocheser Conference Series on Public Policy, 39, Woodford, Michael (2003). Ineres and Prices, chap. 4, Princeon Universiy Press. 32

44 APÊNDICE A: Sobre o Dynare. O Dynare é um pré-processador do MATLAB e GNU que resolve modelos nãolineares com variáveis prospecivas. Sob conexos deerminísicos, pode ser usado para calcular a solução dos modelos que assumem a hipóese de previsão perfeia. Normalmene supõe-se que o sisema pare do esado de equilíbrio quando, no período seguine, um fao novo ou um choque é aprendido pelos agenes no modelo. O objeivo da simulação é descrever a reação das variáveis do sisema anes (em anecipação ao choque) e depois do choque, aé que o modelo reorne para um novo esado de equilíbrio. Na maioria dos modelos, ese reorno ao equilíbrio é apenas um fenômeno assinóico que pode ser aproximado por um horizone de simulação grande o suficiene. Ouro exercício para o qual Dynare é bem uilizado é o esudo do caminho de ransição do equilíbrio inicial para um novo equilíbrio a parir de um choque permanene. Para as simulações deerminísicas, o Dynare usa um algorimo do ipo de Newon em vez de uma aproximação de Taylor de primeira ordem, como é feio em programas de simulação de gerações aneriores. Acredia-se que esa abordagem deve ser, em geral, a mais rápida e mais robusa. Para modelos esocásicos, o Dynare calcula uma ou várias simulações correspondendo a um soreio aleaório dos choques. Ele usa uma aproximação de Taylor, aé a erceira ordem, das funções de confiança. Também é possível uilizá-lo para esimar os parâmeros do modelo, quer pela máxima verossimilhança ou uilizando uma abordagem bayesiana. Dynare ambém vem com a versão (Dynare++) especializada para aproximações de k- ordem da dinâmica esocásica de modelos de equilíbrio geral. A versão aual calcula a aproximação das regras de decisão em odo o esado deerminísico ou esocásico esacionário, execua uma série de simulações e despeja odos os resulados em um arquivo MAT. Aualmene a equipe de desenvolvimeno de Dynare é composa de S. Adjemian, H. Basani, M. Juillard, F. Mihoubi, G. Perendia, M. Rao e S. Villemo. É amplamene uilizado pelos bancos cenrais, FMI, acadêmicos, pesquisadores e esudanes de pós-graduação 33

45 Código de programação do modelo no Dynare: % Modelo DSGE padrão % ESPECIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS % Variáveis endógenas são lisadas aravés do comando var % Variáveis exógenas são lisadas aravés do comando varexo var n c pi b g; varexo e; % DECLARAÇÃO E CALIBRAÇÃO DOS PARÂMETROS parameers bea lambda_p phi hea_n phi_pi sigma hea_ phi_b rho phi_g rho_g gamma_c gamma_g; bea = 0.97; lambda_p = 0.09; phi = 0.2; hea_n = 0.28; phi_pi = 1.5; sigma = 0.84; hea_ = 0.05; phi_b = 0.5; rho = 0.03; phi_g = 0.1; rho_g = 0.9; gamma_c = 0.8; gamma_g = 0.2; 34

46 % EPECIFICAÇÃO DO MODELO model; pi=bea*pi(+1)+lambda_p*c+phi*lambda_p*n; c-hea_n*n+(phi_pi/sigma)*pi=c(+1)+(1/sigma)*pi(+1)- hea_n*n(+1)+hea_*phi_b*(b-b(-1))+hea_*phi_g*(rho_g-1)*g; n=gamma_c*c+gamma_g*g; b=(1+rho)*(1-phi_b)*b(-1)+(1-rho)*(1-phi_g)*g; g=rho_g*g(-1)+e; end; seady; check; shocks; var e; sderr 1; end; soch_simul(irf=20); 35

47 APÊNDICE B: A seguir reunimos as principais funções impulso obidas nos exercícios de simulação exposos nesse rabalho. Gráfico 1: Função Impulso Cenário Base do modelo (gamma_c = 0,8) 36

48 Gráfico 2: Função Impulso Cenário Base do modelo (gamma_c = 0,7) Gráfico 3: Função Impulso Simulação (Lambda = 0) 37

49 Gráfico 4: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,1) Gráfico 5: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,2) 38

50 Gráfico 6: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,3) Gráfico 7: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,4) 39

51 Gráfico 8: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,6) Gráfico 9: Função Impulso Simulação (Lambda = 0,7) 40

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