LÍDIA CARVALHO SILVA OS EFEITOS DO SISTEMA FINANCEIRO NA PRODUTIVIDADE: UMA ANÁLISE PARA OS ESTADOS SÃO CRISTÓVÃO - SE 2015

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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO PROFISSIONAL EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS LOCAIS LÍDIA CARVALHO SILVA OS EFEITOS DO SISTEMA FINANCEIRO NA PRODUTIVIDADE: UMA ANÁLISE PARA OS ESTADOS BRASILEIROS NO PERÍODO SÃO CRISTÓVÃO - SE 2015

2 2 LÍDIA CARVALHO SILVA OS EFEITOS DO SISTEMA FINANCEIRO NA PRODUTIVIDADE: UMA ANÁLISE PARA OS ESTADOS BRASILEIROS NO PERÍODO Disseração de Mesrado apresenada ao Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Sergipe UFS, Campus de São Crisóvão, como requisio para obenção do íulo de Mesre em Desenvolvimeno Regional e Gesão de Empreendimenos Locais. Orienador: Prof. Dr. José Ricardo de Sanana SÃO CRISTÓVÃO - SE 2015

3 3 LÍDIA CARVALHO SILVA OS EFEITOS DO SISTEMA FINANCEIRO NA PRODUTIVIDADE: UMA ANÁLISE PARA OS ESTADOS BRASILEIROS NO PERÍODO Disseração de Mesrado apresenada ao Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Sergipe UFS, como requisio para conclusão do curso de Mesrado Profissional em Desenvolvimeno Regional e Gesão de Empreendimenos Locais. Submeida à apreciação da banca examinadora, em: 30/04/2015. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. José Ricardo de Sanana Universidade Federal de Sergipe Orienador Dr. Saumínio da Silva Nascimeno Superinendene do BNB Examinador Exerno Prof. Dr. Marco Anonio Jorge Universidade Federal de Sergipe Examinador Inerno SÃO CRISTÓVÃO - SE 2015

4 4 Aos meus pais.

5 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por me dar sabedoria. Aos meus pais pelo apoio. A Fábio Rodrigues por me ajudar a finalizar a análise dos resulados. A odos os professores do PROPEC, pelos ensinamenos. Agradeço ao professor José Ricardo, por er conribuído com conhecimeno e apoio para a realização dessa pesquisa. Ao Dr. Saumínio Nascimeno e ao professor Marco Anonio, por pariciparem da banca examinadora.

6 6 RESUMO A lieraura econômica busca há algumas décadas analisar e ober resulados empíricos sobre a relação enre o sisema financeiro e o crescimeno econômico. Essa pesquisa objeiva avaliar o efeio que duas variáveis financeiras exercem sobre a produividade dos esados brasileiros, no período de 1991 a Os dados foram exraídos do Banco Cenral do Brasil e do IPEADATA/IBGE. Assim, os dados serão avaliados por meio do méodo economérico de análise em painel e calculados aravés de rês modelos embasados no exo de Firme e Freguglia Os resulados mosram que há uma relação posiiva e significaiva enre a poupança e a produividade, como ambém, enre o financiameno e a produividade dos esados. Palavras-chave: Sisema financeiro. Produividade. Poupança. Financiameno.

7 7 ABSTRACT The economic lieraure search for some decades o analyze and o obain empirical findings on he relaionship beween he financial sysem and economic growh. This research aims o evaluae he effec of wo financial variables have on he produciviy of brazilian saes, from 1991 o Daa were exraced from he Cenral Bank of Brazil and IPEADATA / IBGE. Thus, he daa will be evaluaed by he economeric mehod of analysis panel and calculaed by using hree models grounded in he ex of Firme e Freguglia The resuls show ha here is a posiive and significan relaionship beween savings and produciviy, as well as beween financing and produciviy of he saes. Keywords: Financial Sysem. Produciviy. Savings. Financing.

8 8 LISTA DE TABELA Tabela 1 Evolução do quaniaivo de insiuições financeiras auorizadas - Unidades Tabela 2- Quaniaivo de insiuições auorizadas, por unidades da federação UF Tabela 3 Produo Inerno Bruo per capia - Brasil Tabela 4 Comparaivo Taxa de Crescimeno - Esadual - % Tabela 5 Análise descriiva das variáveis Tabela 6 Esimaivas efeios fixos das variáveis e correções - Modelos 1 e 2 - Esados/BR 1991, 2000 e Tabela 7 Esimaivas efeios fixos das variáveis e correções - Modelos 1 e 3 - Esados/BR 1991, 2000 e Tabela 8 PIB Esadual per capia - R$ de Tabela 9 Despesa de capial - Esadual - R$ Tabela 10 Alfabeizados - pessoas 15 anos e mais - Esadual - % Tabela 11 População Residene Toal - Esadual Habiane Tabela 12 Poupança Toal - Esadual - R$ Tabela 13 Financiameno Toal - Esadual - R$

9 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO DESEMPENHO ECONÔMICO E O PAPEL DAS FINANÇAS Deerminanes do crescimeno econômico Modelo neoclássico Modelos de crescimeno com capial humano O papel das finanças na economia Perspeciva pós-keynesiana Imporância da inermediação financeira Relação enre finanças e produividade FINANÇAS E DESEMPENHO ECONÔMICO NA ECONOMIA BRASILEIRA Relação Sisema Financeiro e Crescimeno Econômico: esudos empíricos Ambiene econômico-financeiro no Brasil: nas úlimas duas décadas Evolução das variáveis macroeconômicas nas úlimas duas décadas Análise descriiva do comporameno do PIB e das variáveis financeiras MODELO DE ANÁLISE DO IMPACTO DAS FINANÇAS NA PRODUTIVIDADE Modelo empírico Base de dados e descrição das variáveis ANÁLISE EMPÍRICA DO EFEITO DO SISTEMA FINANCEIRO SOBRE A PRODUTIVIDADE NO BRASIL Análise dos efeios da poupança Análise dos efeios do financiameno CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO... 73

10 10 1. INTRODUÇÃO Desde 1980 a eoria do crescimeno econômico renova-se com o surgimeno de novos modelos, que objeivam sineizar o que deermina o aumeno da capacidade produiva da economia, como o de Mankiw, Romer e Weil 1992, por exemplo, e muios ouros que buscaram explicar o resíduo de Solow udo o que não era explicado pelo modelo de Solow. Denre os faores que originalmene não inegravam o modelo de Solow, esão os aspecos insiucionais. O sisema financeiro esá no rol desses aspecos. Em 1911 com a publicação do The heory of economic developmen, Schumpeer esudou a relevância do sisema financeiro no crescimeno econômico, e anos depois ornou- se ineresse de auores como Goldsmih 1969 e Shaw 1973 que descobriram empiricamene uma relação posiiva enre o sisema financeiro e o crescimeno econômico. A eoria pós-keynesiana sobre o crescimeno econômico ambém considera o sisema financeiro como uma variável que pode influenciar o desenvolvimeno econômico a parir de esudos como de Keynes, Sudar e Minsky, que ressalam a imporância dos bancos e do sisema financeiro para o crescimeno econômico. Auores como King e Levine 1993 esudaram e comprovaram essa associação por meio de evidências empíricas. Levine em 1997 foi um dos principais auores que consruiu o modelo que uniu o desenvolvimeno financeiro e crescimeno econômico. Noadamene, exisiam auores que consideravam que as finanças não inham imporância para o desenvolvimeno econômico, como Robinson 1952 que alegava que o desenvolvimeno financeiro simplesmene seguia o crescimeno econômico KING e LEVINE, Evidências salienam a vial ligação enre o funcionameno do sisema financeiro e o crescimeno econômico. Os países com bancos maiores e com mercados de ações aivos cresceram mais rapidamene ao longo das décadas, mesmo com inibição de ceros faores de crescimeno. Empresas e indúsrias que são dependenes do financiameno exerno crescem de maneira mais acelerada em países com bancos e mercados de valores bem desenvolvidos, do que em países com o sisema financeiro menos desenvolvido. Todavia, isso não significa que as finanças são sempre exógenas ao crescimeno econômico. Isso pode sugerir que o sisema financeiro é um deerminane fundamenal para o processo de evidenciação do desenvolvimeno econômico, o que requer uma maior evolução e esruura dos sisemas financeiros LEVINE, 1997.

11 11 Esa pesquisa não se propõe a analisar ligação enre o sisema financeiro e crescimeno exerno ao país e nem proporá políicas econômico-financeiras. Focará apenas em duas variáveis financeiras como deerminanes do crescimeno econômico somene a nível esadual do Brasil. O ineresse no esudo da relação enre o sisema financeiro e o crescimeno econômico jusifica-se porque é a inermediação financeira que permie a alocação de recursos financeiros, ao capar poupança, obendo recursos para serem empresados. Essa sequência é essencial para a geração de riqueza e para melhorar o capial humano e físico, e assim gera o crescimeno econômico SILVA e PORTO JUNIOR, Dessa maneira, o objeivo da pesquisa é a mensuração da influência de variáveis financeiras, como a poupança e o financiameno, na produividade dos esados brasileiros. Para alcançar o objeivo, serão uilizados faores como capial humano, capial físico, crescimeno populacional como proxies de conrole que colaborarão para alcançar os resulados desejados. Uiliza-se o méodo de esimação de análise em painel, regredido no sofware Saa 12, serão calculados os efeios fixos e aleaórios, aplicados eses de significância ese, F, Hausman e serão realizadas correções por meio do ese FGLS. Os dados foram exraídos do IPEADATA/IBGE e do Banco Cenral do Brasil O objeivo será aingido por meio de uma análise economérica de dados em painel, endo como variável dependene o Produo Inerno Bruo PIB per capia para os anos de 1991, 2000 e As variáveis explicaivas serão a despesa de capial, axa de alfabeismo, e axa de crescimeno populacional, além das variáveis financeiras, poupança e financiameno, para os mesmos anos ciados. Os dados serão esimados a parir do modelo de crescimeno uilizado por Firme e Freguglia 2013, baseado no modelo de Mankiw, Romer e Weil 1992 e Solow 1956, e a parir desse, a pesquisa avança com a derivação de dois novos modelos, acrescenando as variáveis financeiras proposas. Desse modo, o sisema financeiro será esudado como um dos deerminanes do crescimeno de uma economia. O rabalho se dividirá em cinco capíulos, além desa inrodução. O próximo capíulo abordará sobre o crescimeno econômico e as finanças por meio da lieraura eórica neoclássica, inernacional e da perspeciva pós-keynesiana. O erceiro capíulo analisará a relação enre finanças e desempenho econômico a nível nacional, de forma que observará os resulados de modelos de crescimeno adoados e aplicado principalmene no Brasil e averiguará o ambiene econômico brasileiro das úlimas décadas. O capíulo quaro

12 12 apresenará os aspecos meodológicos que serão aplicados na pesquisa para aingir os objeivos, a base de dados e as variáveis uilizadas. O quino capíulo exporá os resulados das esimações realizadas ano para a poupança quano para o financiameno. E o úlimo capíulo concluirá oda a abordagem da pesquisa.

13 13 2 DESEMPENHO ECONÔMICO E O PAPEL DAS FINANÇAS O crescimeno econômico pode ser influenciado por diversas variáveis, abordadas em várias linhas de pesquisa. Nos esudos clássicos, os deerminanes são explicados pelos faores produivos que são básicos para a produção de bens e serviços como a erra, o capial e o rabalho. Solow demonsrou que o capial, rabalho e ecnologia podem ser inseridos em um modelo de crescimeno econômico e o baseou na influência da poupança, da depreciação e na variação da população para explicá-lo. Nesse esudo, o crescimeno é deerminado por faores exógenos como o crescimeno populacional e o progresso ecnológico VIANA e LIMA, Um dos deerminanes do crescimeno econômico e imporane para a geração de riqueza é o sisema financeiro. Esse sisema é inermediado pelo Banco Cenral do Brasil BACEN e pelos bancos comerciais e de invesimeno, correoras de valores, fundos de invesimenos, fundos de pensão, bolsas de valores e companhias de seguro, sendo que esses bancos são responsáveis por mais de 60% da fone de recursos exernos de empresas não financeiras 1, o que os ornam, de cera forma, represenanes legíimos do sisema financeiro, segundo a lieraura. O sisema financeiro exise porque há imperfeiçoes do mercado falhas no canal de ransmissão de informações enre os agenes econômicos e a disância que ocorre no mercado compeiivo, e colabora para a redução de cusos da roca de informações enre os agenes e minimização das imperfeições e faciliação de alocação de recursos enre poupadores e omadores de emprésimos SILVA e PORTO JR, As próximas seções apresenarão de forma mais dealhada as principais eorias sobre os deerminanes do crescimeno econômico e do desenvolvimeno financeiro, como ambém as evidências inernacionais da relação exisene enre o desenvolvimeno econômico e financeiro. Será analisado o modelo neoclássico, as ideias Keynesianas e pós-keynesiana sobre essas abordagens, e o ambiene financeiro no Brasil, englobando as eorias de inermediação, de risco e de bancarização. 2.1 Deerminanes do crescimeno econômico Essa seção elucidará sobre os deerminanes do crescimeno econômico por meio da visão eórica neoclássica, keynesiana e pós-keynesiana. O objeivo é verificar os avanços nas análises eóricas da lieraura exisene. 1 Dado referene à economia dos EUA segundo Mishkin 2000.

14 Modelo neoclássico Em 1956, Solow publicou o arigo A conribuion o he heory of economic growh que abordou sobre o crescimeno e o desenvolvimeno econômico e propôs um modelo imporane para explicar o porquê de alguns países serem ricos e ouros pobres 2. Vale esclarecer que um modelo é uma represenação maemáica de cero aspeco econômico JONES, O modelo de Solow é composo por duas equações: a função de produção e a equação de acumulação de capial. A função de produção é a que agrupa capial K e rabalhadores L para gerar um produo Y, e a função é a de Cobb-Douglas: Y F K, L K L 1, α é qualquer número enre 0 e 1, e apresena reornos consanes de escala, já que caso odos os insumos sejam duplicados, o produo dobrará. Uma propriedade geral dessa função e imporane resulado, é que o pagameno dos faores esgoa de forma oal o valor do produo que é gerado e não há lucros econômicos, o que pode ser observado aravés da função: JONES, capial: wl rk Y, sendo w o salário pago aos rabalhadores e r um aluguel A segunda equação que é fundamenal para o modelo de Solow é a de acumulação de K sy dk. Nessa equação observa-se que a variação no esoque de capial K é igual ao oal do invesimeno bruo sy deduzido o oal da depreciação do processo produivo dk. O JONES, K é a derivada do esoque de capial em relação ao empo: dk K d Se a economia for fechada, a poupança será igual ao invesimeno, e o invesimeno será somene uma acumulação de capial que será usado na produção pelas empresas. A depreciação d do capial que aconece a cada período durane a produção, é usualmene admiida como sendo igual a 0,05, ou seja, as máquinas e insalações da economia devem se desgasar em 5% a cada ano JONES, Jones levana algumas hipóeses para o uso do modelo de Solow e pressupõe que o produo consumido é homogêneo e são unidades do Produo Inerno Bruo PIB de um país; que a ecnologia é exógena, ou seja, não é afeada pelas ações das firmas.

15 15 Jones 2000 expõe as duas equações fundamenais do modelo de Solow, derivadas em ermos de produo por rabalhador e de capial por rabalhador: y k e k sy n d k 1 A primeira equação descreve que quano mais capial por rabalhador, maior a quanidade gerada de produos por rabalhador pelas empresas, enreano os reornos são decrescenes em relação ao capial por rabalhador. A segunda equação indica que a variação do capial por rabalhador será deerminada pelo invesimeno por rabalhador sy, pela depreciação por rabalhador dk e pelo crescimeno populacional nk, sendo que o sy aumena k e a dk diminui k. Sem depreciação, o aumeno da força de rabalho reduzirá o capial por rabalhador em exaamene nk vezes JONES, Exisem choques que podem afear a economia posiivamene ou negaivamene, como por exemplo, um aumeno na axa de invesimeno s ou um aumeno na axa de crescimeno populacional n. Quando a axa de invesimeno é elevada, o invesimeno por rabalhador será maior, o que fará necessário um aprofundameno do capial aé que o novo invesimeno por rabalhador se iguale à depreciação por rabalhador e ao crescimeno populacional, elevando assim o produo per capia da economia. Já quando exise um aumeno na axa de crescimeno populacional, o invesimeno por rabalhador orna-se insuficiene para maner a razão capial/rabalhador, a qual se reduzirá aé que sy = n +dk, com isso, a economia erá uma menor quanidade de capial por rabalhador e de produo per capia JONES, Jones 2000 apresena a fórmula do produo por rabalhador no esado esacionário, y*, expressa por: s y* n d /1 2 Essa equação foi usada para responder a perguna de Solow Por que somos ão ricos e eles ão pobres?. Isso ocorre porque em países com elevada razão poupança/invesimeno há uma endência de serem mais ricos, ceeris paribus. De acordo com o modelo de Solow, empiricamene susenado, países com baixa axa de invesimeno e elevada axa de crescimeno populacional são em média mais pobres JONES, 2000.

16 16 No esado esacionário dessa economia 3 não há crescimeno econômico per capia, pois o produo por rabalhador é consane e cresce na mesma medida do crescimeno populacional. Esse modelo deermina que a razão capial/produo e a axa de juros são consanes, mas não prevê que as economias possuem crescimeno susenado da renda per capia, já que, aé chegar ao esado esacionário, a economia cresce de forma lena aé cessar JONES,2000. Segundo Jones 2000, para que exisa o crescimeno susenado da renda per capia é necessário inroduzir na função de produção o progresso ecnológico, adicionando a variável ecnologia A, que será uma variável aumenadora de rabalho ou Harrod-neura : Y F K, AL K AL 1 3 O processo ecnológico advém com o aumeno de A ao longo do empo, de forma que a produividade da unidade de rabalho é maior com a elevação do nível da ecnologia. Uma imporane hipóese do modelo de Solow é a exogeneidade do progresso ecnológico, uma vez que aparece na economia auomaicamene e não considera ouros aconecimenos econômicos. Ao longo da rajeória de crescimeno equilibrado 4, o modelo de Solow apona que o produo por rabalhador e o capial por rabalhador crescem a mesma axa do progresso ecnológico exógeno, g y =g k =g, e mosra que o progresso ecnológico é a fone do crescimeno per capia susenado JONES, O modelo de Solow responde algumas quesões-chave sobre o crescimeno e desenvolvimeno de países. Primeiramene, o modelo apresena que exisem países mais ricos porque invesem mais e possuem menores axas de crescimeno da população, e isso facilia o acúmulo de capial por rabalhador e o aumeno da produividade. Em segundo lugar, o modelo expõe que o crescimeno susenado em como base o progresso ecnológico, que no longo prazo reduz o declínio do produo marginal do capial e o país passa a crescer a axa do progresso ecnológico. Oura quesão é por que as axas de crescimeno enre os países são diferenes, e isso ocorre por causa da dinâmica da ransição que faz com que países cresçam a axas diferenes das de longo prazo, quando sua razão capial/ecnologia esá inferior ao nível do seu esado esacionário JONES, Uilizando a versão simples do modelo de Solow. 4 Ocorre quando o capial, o produo, o consumo e a população crescem à mesma axa JONES, 2000.

17 17 Segundo Jones 2000, Solow ambém apresena a decomposição do crescimeno do produo com aumeno do capial, aumeno da mão-de-obra e aumeno da mudança ecnológica, a parir da função de produção Y = BK α L 1-α, sendo B um ermo de produividade denominado Hicks-neuro. Após serem reirados os logarimos e derivar-se essa função, a equação da decomposição do crescimeno será: Y Y K L B 1 K L B 4 A equação raduz-se da seguine maneira, o crescimeno do produo é igual à média ponderada do crescimeno do capial e do rabalho mais a axa de crescimeno de B, sendo B /B o crescimeno da produividade oal dos faores ou crescimeno da produividade mulifaorial. Os esudos de Rober Solow colaboraram para o esclarecimeno da função da acumulação de capial físico e a imporância do progresso écnico como o moor essencial do crescimeno econômico susenado, na década de Nos anos 80, o ineresse pelo crescimeno econômico reacendeu-se devido aos rabalhos de Paul Romer e Rober Lucas na Universidade de Chicago, que desacaram a economia das ideias e do capial humano. Romer apresenou a economia da ecnologia a parir dos avanços na eoria da concorrência imperfeia JONES, Rober Barro, da Universidade de Harvard, quanificou e esou as eorias do crescimeno. As eorias e rabalhos empíricos sobre o crescimeno econômico desperam o ineresse de esudiosos aé os dias auais JONES, A próxima seção apresenará eorias que esudaram e esimaram ouras variáveis que colaboraram para o desenvolvimeno econômico Modelos de crescimeno com capial humano O avanço nas pesquisas sobre o desenvolvimeno econômico levou Mincer em 1958, a ornar-se o precursor da eoria do capial humano. Mincer 1958 explorou a associação enre invesimeno em pessoas e a disribuição de renda pessoal, concluindo que os rendimenos pessoais esavam correlacionados ao volume de invesimeno no capial humano e que isso em um impaco na produividade e no crescimeno da economia. Schulz 1964 enfaiza que a inclusão do capial humano em modelos de crescimeno econômico é

18 18 imporane para a compreensão da dinâmica da economia a longo prazo VIANA e LIMA, Becker 1993 afirma que a decisão de invesir em educação de um indivíduo pare dos seus cusos e benefícios, e a influência na economia advém do aumeno da produividade, dos lucros, do conhecimeno e das habilidades fornecidas, como ambém da resolução de problemas e superação de dificuldades. O capial humano pode ser mensurado em quaniaivo baseado no número de pessoas e qualiaivo capaciação écnica, faos que afeam as habilidades humanas e a produividade VIANA e LIMA, Para Figuerêdo e Resende 2013 é imporane observar o capial educacional, pois esudos empíricos aponam que quano mais alo esse for, mais posiivo é o impaco sobre a axa de crescimeno da produividade. Ouro faor imporane para se avaliar o capial humano é incluir um indicador de saúde da população, que ambém influencia a produividade, já que rabalhadores saudáveis são mais produivos 5. A parir disso, é possível compreender o processo de formação do capial humano, que ocorre por meio de reinamenos, recursos relaivos à saúde e serviços; educação formalmene organizada; programas de esudos; migração de indivíduos e de famílias. Schulz 1964, ambém mede o esoque de educação, considerando os anos de escola compleados mas não pondera o aspeco qualiaivo da educação, os anos escolares compleados consanes em um período de empo e os cusos que considera as várias proporções de invesimeno por caegoria de esudo VIANA e LIMA, Os esudos descrevem que os faores inegranes do capial humano são: saúde, migração e a educação, e demonsram empiricamene que o capial humano é responsável por explicar a maior pare do crescimeno econômico de longo prazo em países ou regiões. Os indicadores mais uilizados para mensurar o capial humano são a média de escolaridade por região e faixa eária, o número de marículas por caegoria de esudo e o percenual da 5 Essa pesquisa sugeriu acrescenar no modelo MRW algumas novas variáveis de conrole, como anos de esudo razão enre o somaório do número de anos de esudo compleados pelas pessoas que êm 25 ou mais anos de idade e o número de pessoas nessa faixa eária, densidade populacional como proxy para medir o impaco das exernalidades de aglomeração, moralidade infanil número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada 1000 crianças nascidas vivas e fecundidade número médio de filhos que uma mulher eria ao erminar o período reproduivo, com base em ouros esudos empíricos na busca por melhores resulados. Enreano, essas proxies não apresenaram os resulados esperados ao serem relacionadas com as ouras variáveis explicaivas. Por exemplo, os sinais eram diferenes, as variáveis eram não significaivas ou modificando a significância ou sinal de ouras variáveis que já haviam apresenado bons resulados.

19 19 população que possui o nível primário, secundário, médio ou superior VIANA e LIMA, Denre os modelos neoclássicos de crescimeno, enconra-se um dos principais descendenes do modelo de Solow, o modelo que incorporou o capial humano. Esse melhorameno no modelo foi execuado por Mankiw, Romer e Weil em 1992 aravés do exo A Conribuion o he Empirics of Economic Growh, pois reconheceram que a mão-de-obra possui diferenes níveis de insruções e qualificações. A abordagem de Mankiw e al expõe que o modelo de crescimeno neoclássico, dado como padrão, é derivado de uma função de produção de rendimenos consanes à escala com dois faores o capial K e o rabalho L, que são remunerados aos seus produos marginais. Enreano, o produo Y ambém vai depender do progresso ecnológico A FIRME e FREGUGLIA, Sendo assim, para explicar o crescimeno os auores uilizam a função de produção Cobb-Douglas com reornos consanes de escala: 1 Y K [ A L ] 0 < α < 1 5 Sendo Y, K e L respecivamene, o produo, o capial físico e o rabalho; α as elasicidades do produo em relação ao insumo capial físico; 1 - α as elasicidades do produo em relação ao insumo rabalho; e A o nível de eficiência ecnológica e econômica, de forma que o número de unidades efeivas de rabalho, AL, cresce à axa n+g. Segundo Firme e Freguglia 2013, no esado esacionário, a razão enre o capial e o rabalho é posiiva em relação à axa de poupança e negaiva em relação ao crescimeno populacional. O modelo elaborado por Solow apona que os faores são remunerados de acordo com o seu produo marginal, sendo possível esimar os sinais e magniudes dos coeficienes da poupança s k e da depreciação efeiva do capial. A renda per capia no esado esacionário será dada por: Y ln ln 0 ln A g s L 1 k ln n g 1 6 Pare da produção,que não é consumida, é poupada a uma axa consane e exógena s. O capial é depreciado a uma axa consane δ, a população cresce a uma axa n e a ecnologia a uma axa consane e exógena g. Se α se aproximar de 1/3, a elasicidade da renda per capia em relação à s k será aproximadamene 0,5, e com isso, a elasicidade em

20 20 relação à n+g+δ será de 0,5. Quando se considera que a depreciação do capial δ e o avanço ecnológico g são consanes enre as áreas analisadas, enão A represenará a diferença de doações, clima, insiuições e ec FIRME e FREGUGLIA, No esado esacionário a razão capial / produo orna-se uma consane e o esoque de capial irá se expandir a uma axa n+g. A hipóese de convergência do modelo de Solow é provocada a parir dos reornos marginais decrescenes dos faores de produção, de maneira que a renda per capia dos países convergirá para o esado esacionário FIRME e FREGUGLIA, Ao ser incluída a variável capial humano H no modelo de Solow, expandido por Mankiw e al.1992, a função ransforma-se em: Y K H [ A L ] 1 7 Onde β é a elasicidade parcial do produo em relação ao capial humano. No enano, a variável capial humano orna o efeio da poupança e do crescimeno populacional menor sobre a renda. O modelo que inclui o capial humano conseguiu explicar 80% da variação da renda per capia enre os países esudados por Mankiw, Romer e Weil FIRME e FREGUGLIA, 2013, e com a inclusão do capial humano em-se: Y ln y ln ln A0 g ln n g ln sk ln sh L Sendo s h a represenação da fração da renda que é invesida em capial humano. Pode ser observado que a renda é direamene proporcional ao capial físico e humano e inversamene proporcional a axa de crescimeno populacional. O valor de α coninua sendo 1/3, e β é esimado enre 1/3 e 1/2, pois com o capial humano, a endência é que os coeficienes associados ao capial físico e ao crescimeno da população aumenem. Como o capial humano esá correlacionado à axa de poupança e ao crescimeno populacional, sua eliminação ocasionaria em esimadores endenciosos FIRME e FREGUGLIA, Ouro embasameno meodológico para essa pesquisa será um esudo sobre o crescimeno econômico da OCDE 2005, que ambém segue a linha de Mankiw e al É possível presumir que A, sendo definida como o nível de eficiência ecnológica e econômica, possui dois componenes: a eficiência econômica I e o progresso ecnológico

21 21 Ω. A eficiência econômica é dependene das insiuições e das políicas econômicas e pode ser escria como uma função log-linear de variáveis insiucionais e políicas, e presume-se que o progresso ecnológico cresce a uma axa de g. As rajeórias emporais das variáveis 6 são descrias abaixo: ln ln L n L n V p p I I A h d n h k A s k k d n h k A s k j j j h k 9 Onde: k = K/L é a razão do capial rabalho; h = H/L é a razão do capial humano médio e y = Y/L do produo por rabalhador; sk é a axa de invesimeno de capial físico e sh a de capial humano; d é a axa consane de depreciação; n é a axa de crescimeno da população. A parir do princípio de que α + β < 1, ou seja, há rendimenos decrescenes nos faores reproduzidos, as equações acima podem ser resolvidas para se oberem os valores de crescimeno equilibrado de k* e h*, que podem ser definidas por: ln 1 1 ln 1 1 ln 1 ln ln ln 1 1 ln 1 ln 1 1 ln ln * * d n g s s A h d n g s s A k h k h k 10 Se essas duas equações forem subsiuídas na função de produção e for feio logarimo, passará a exisir uma expressão do esado esacionário do produo na forma inensiva. O úlimo sisema de equações pode ser expresso como função do invesimeno em capial humano s h e das ouras variáveis, ou pode ser expresso como esoque de capial humano de esado esacionário h* e das ouras variáveis OCDE, Sendo o capial humano definido no esudo como a média de anos de escolaridade da população com idade de rabalhar, os auores do relaório da OCDE 2005 apresenam uma 6 As variáveis com um pono significa que são derivadas em relação ao empo OCDE, 2005.

22 22 fórmula em ermos de esoque de capial humano, de maneira que a rajeória de esado esacionário do produo na forma inensiva poderá ser expressa como: ln 1 ln 1 ln 1 ln ln ln * 0 * d n g h s V p p y k j j j 11 Porém, não é observado o esoque de capial humano no esado esacionário. Essa equação é valida se os países esiverem no esado esacionário ou com os desvios do esado esacionário disribuídos independenemene, isso quando se leva em consideração uma análise empírica enre países OCDE, Por ouro lado, h* como uma função do capial humano efeivo é expressa por: / ln 1 ln ln * A h h h 12 sendo ψ uma função de α, β e n + g + d. Se exisir uma dinâmica fora do esado esacionário nas axas de crescimeno uilizadas, as dinâmicas ransiórias necessiarão ser moldadas expliciamene, assim, a aproximação linear das dinâmicas ransiórias é expressa como: g p g d n g h V p h s y y j j j k 0 ln 1 ln 1 ln 1 1 ln ln 1 ln 1 1 ln ln 0 13 Onde 1 d n g, e sendo adicionada uma dinâmica de curo prazo, que consise em uma forma funcional genérica, a equação orna-se: ln ln ln ln ln ln ln 1 ln ln V b n b h b s b V a a n a h a s a y a y j j j k j j j k 14

23 23 Assim, os auores afirmam que há a possibilidade de as esimaivas de coeficienes de esado esacionário e dos parâmeros de função de produção serem feias a parir dos coeficienes esimados dessa úlima equação exposa OCDE, Quando a convergência passa a ser levada em consideração, os auores Mankiw e al fazem um relaxameno da hipóese de que os países esão em um esado esacionário e assim, ao considerar al período de convergência, em-se: ln y 1 e - ln y * e - ln y 0 15 Em que y* represena o nível de renda do esado esacionário em unidades efeivas de rabalho; λ é a axa de convergência, enendida por: λ = n+g+δ1- α -β. Caso y* for subsiuído e subrair-se y 0 de ambos os lados, a equação será: y ln y0 1 e - ln y0 ln s 1 ln A0 g k ln n g ln s 1 1 h 16 Ao considerar o faor capial humano, a convergência condicional fica a uma axa que se aproxima ao previso no modelo de Solow, prediz-se que as diferenças na axa de reorno e no movimeno de capial fariam com que os países pobres apresenassem maiores reornos do capial físico e humano. Assim, a especificação operacional para esimar o modelo MRW de Mankiw e al são: y ln 0 1 ln y0 2 ln sk 3 ln n g 4 ln s y0 h 17 Sendo que y é renda per capia real; y 0 a renda per capia real inicial; s k a fração da renda invesida em capial físico e; s h a fração da renda invesida em capial humano FIRME e FREGUGLIA, A equação dezessee será a base para o principal modelo desa pesquisa e da qual se derivarão ouros modelos uilizados no rabalho. Enre os deerminanes pode-se desacar o capial humano educação, saúde, crescimeno da população, capial físico, como ambém faores do sisema financeiro, como poupança, invesimeno, financiameno e crédio, dealhados no decorrer dessa pesquisa. A próxima seção considerará o papel do sisema financeiro para a economia, ano inernacional quano nacional.

24 O papel das finanças na economia Conforme viso na seção anerior, o crescimeno econômico pode ser deerminado por diversos faores, que nessa pesquisa serão de exrema imporância para a análise do sisema financeiro como deerminane da produividade. O sisema financeiro exerce uma imporane influência sobre os faores econômicos de um país ou região. Essa influência será avaliada nessa seção a parir de pesquisas inernacionais que enfaizam sua necessidade e como sendo um dos principais faores que deerminam o desenvolvimeno de uma economia, e ambém por meio de aspecos eóricos sobre inermediação, risco e bancarização Perspeciva pós-keynesiana As análises de Keynes sobre a aividade bancária e o financiameno da economia ocorreram bem anes da publicação de seu livro Teoria Geral. Keynes 1937 argumenava que a aividade bancária não é somene uma ransferência de recursos de agenes superaviários para agenes deficiários, mas sim a criação de liquidez, pois a moeda oma a forma de moeda-crédio e a concessão de crédio é que gerará os depósios bancários. Mesmo pós-teoria Geral, Keynes reafirma o papel cenral dos bancos no financiameno do invesimeno, na aividade econômica e na endogeneidade que exise no processo de criação da moeda bancária PAULA, Keynes diferencia financiameno de poupança ao considerar que o invesimeno será sempre realizado mesmo com fala de poupança. No enano, esse fao não aconecerá se houver fala de financiameno. Isso ocorre porque, segundo Keynes, a fala de liquidez pode ornar o mercado de invesimeno congesionado PAULA, Keynes 1937 afirma que a quanidade de poupança ex-ane, em qualquer momeno, vai depender das decisões subjeivas omadas no período em que é poupada objeivamene e fora dos rendimenos que poseriormene serão acrescidos. De forma análoga, ocorre com o invesimeno ex-ane que dependerá das decisões subjeivas para invesir e gerará efeios objeivos poseriormene. O financiameno anecede o invesimeno e independe de uma poupança a renda não consumida prévia, pois a deerminação do invesimeno é por meio das expecaivas dos empresários quano aos rendimenos de seus aivos no longo prazo, já que a disposição para invesir precede a criação de renda. São essas expecaivas e a disponibilidade de crédio pelos bancos que susciarão o sucesso dos negócios PAULA, Keynes 1937 assegura que

25 25 nada é mais cero do que o fao de que o crédio ou o financiameno, que é exigido pelo invesimeno ex-ane, não em como seu principal fornecedor a poupança ex-ane. Com base no princípio da demanda efeiva, é a poupança que resula da geração de renda na economia, não sendo uma barreira para o invesimeno. A exisência do financiameno que induza a realização do invesimeno, fará com que o gaso com o invesimeno gere variações na renda agregada de forma que permia que haja uma variação da poupança das famílias na mesma magniude do invesimeno inicial PAULA, Pode-se afirmar enão, que os fundos disponíveis para serem oferados não são deerminados pelo direcionameno do fluxo de poupança em cero período, e sim pelos aivos financeiros esocados. Cabe aos agenes financeiros renunciarem à liquidez para possibiliar a geração de fundos para financiar o invesimeno, por meio da ofera de íulos novos e da criação aiva de crédio PAULA, A exisência da ofera agregada de financiameno na economia moneária depende da criação de crédio e depósio, por pare das insiuições financeiras, além do esoque de moeda PAULA, Keynes 1937 divide em duas eapas o procedimeno de financiameno da formação de capial: i. Quando o aprovisionameno de moeda por pare do seor bancário corrobora para a implemenação das despesas com invesimeno, na hora em que a firma resolve invesir. ii. Quando a poupança ex pos passa a ser empregada para consolidação de dívidas a fim de execuar as despesas com invesimeno. Para Keynes, o processo de formação de capial inicia-se com o financiameno, sendo que após as decisões de invesimeno é que se gera a poupança que resula do processo muliplicador de renda. E é a poupança ex-pos que servirá para esabilizar a dívida de curo prazo de empresas invesidoras. Segundo o auor, a criação de moeda é imporane para a realização de gasos de qualquer naureza por pare dos invesidores, isso é denominado de demanda de financiameno ou finance 7 PAULA, E é a políica aderida pelos bancos que deermina o rimo do avanço de novos invesimenos, pois são os bancos que fornecem oalmene o finance durane o inerregno KEYNES, Keynes define como sendo um fundo roaivo sem que exisa uma poupança prévia Keynes, 1937.

26 26 Para que os bancos possam financiar o invesimeno quando não há uma poupança prévia, é necessário que a insiuição financeira decida fazer um emprésimo para algum novo projeo de invesimeno, que criará uma obrigação depósio correspondene, e assim o finance será gerado quando a auoridade moneária acomodar a demanda por reservas dos bancos, resulane da criação do depósio via crédio. Com isso, a empresa usa o emprésimo para a compra de novos equipamenos e conraar novos empregados, e ano a firma quano os rabalhadores deposiarão a renda nos bancos, aumenando a capacidade desses de financiar invesimenos sem poupança prévia PAULA, Com isso, os bancos melhoram sua escala de aividades sem pressionar a demanda por liquidez e a axa de juros. Mas, caso recusarem-se a relaxar esses faores liquidez e axa de juros, surgirá um congesionameno no mercado de emprésimos de curo prazo ou de novas emissões, o que bloqueia a melhoria do mercado. No enano, sempre haverá poupança ex-pos para financiar os invesimenos ex-pos. Uma imporane observação é que o mercado de invesimeno pode congesionar-se por fala de moeda, mas nunca se ornará congesionado por escassez de poupança Keynes, O problema de uma economia empresarial, porém, não é a geração de poupança, mas sim como fazer com que a poupança disponível fique acessível para que as dívidas dos invesidores possam ser consolidadas. Isso aconece porque o invesimeno é uma compra de aivo de longo prazo, necessiando que se orne compaível com o período das obrigações da empresa que invesiu, e que possui odo o risco de não pagar a dívida de curo prazo. E mesmo a poupança sendo criada concomianemene com o invesimeno, não é garania de que ela se ornará disponível para ser usada nas dívidas dos invesidores, pois pode ornar-se um aivo de curo prazo PAULA, Quando o sisema financeiro não apresena uma relação funcional ao crescimeno econômico, as consequências da dinâmica de crescimeno da economia passam a ser adversas, pois períodos com baixas expecaivas de longo prazo geram uma redução no nível de invesimenos devido à piora nas expecaivas, pela reduzida disponibilidade de financiameno por causa da preferência pela liquidez dos bancos, e no progresso econômico. Em momenos em que as expecaivas esão oimisas, o invesimeno que é planejado pode ser financiado por ações, crédio de curo prazo e emprésimos exernos. Caso seja feio um financiameno do invesimeno de forma inadequada, haverá um maior descasameno de

27 27 prazos e moedas e como consequência maior fragilidade financeira e maiores riscos na economia PAULA, A deficiência de um sisema financeiro em relação ao crescimeno financeiramene esável faz com que a ala fragilidade financeira domésica ou exerna acompanhe os ciclos de crescimeno. Isso fará com que uma crise bancária ou cambial aumene o risco de uma inerrupção do ciclo de crescimeno econômico. Na perspeciva pós-keynesiana, o conceio de funcionalidade do sisema financeiro é a capacidade de promover financiameno finance colaborando para a realização de gasos com invesimeno por pare dos empresários e ainda conduz poupança para as dívidas criadas PAULA, Enre as bases pós-keynesianas, Sudar 1995, separa a funcionalidade dos sisemas financeiros na dimensão macroeconômica e microeconômica. Na dimensão microeconômica, ele afirma que essa funcionalidade relaciona-se com a capacidade de promoção das funções 8 acima do menor cuso. Já na macroeconômica, a funcionalidade deve ser avaliada pelo grau de supore que exise ao crescimeno financeiramene esável. O sisema financeiro pode execuar suas funções com alos cusos de inermediação e arriscar-se com projeos fuuros duvidosos, ou pode er a opção de uilizar ecnologias sofisicadas e eficienes, mas incompeenes quano a sua funcionalidade macroeconômica PAULA, Dessa maneira, a funcionalidade do sisema financeiro é uma qualidade imporane para o crescimeno de longo prazo. Mesmo sendo dependene das expecaivas empresariais de longo prazo, com base nos esudos desses auores, percebe-se que o desenvolvimeno do sisema financeiro é exremamene fundamenal para dar apoio ao desenvolvimeno econômico PAULA, Diferene da visão keynesiana, que raa o mercado financeiro como locus da inermediação de capial enre os poupadores e os invesidores, a eoria pós-keynesiana aborda a funcionalidade e o funcionameno do sisema financeiro em economias de mercado. Para os pós-keynesianos o sisema financeiro é mais complexo e aivo que somene er função de inermediador, e é baseado no circuio financiameno-invesimeno-poupança-funding. Isso ocorre porque em uma siuação de crescimeno, é a paricipação aiva do sisema bancário que irá deerminar o volume de financiameno do invesimeno, e porque mesmo sendo um 8 As funções seriam: Finance a demanda por moeda que orna possível a compra de bens de invesimeno demanda de financiameno. E Funding processo de ransformação de dívidas de curo prazo em dívida de longo prazo, fazendo com que a mauridade e o monane das obrigações da empresa inovadora sejam ajusados ao reorno que se espera pelo invesimeno.

28 28 subproduo da muliplicação do invesimeno, a poupança pode ser fundamenal para a consolidação financeira do passivo de curo prazo das empresas e dos bancos STUDART, Para Keynes a esruura financeira implícia é baseada em dois pilares, o sisema bancário desenvolvido e os mercados organizados de ações. Isso raz consigo problemas quano à separação dos aos de poupar e invesir, o empo enre financiameno e mauração do invesimeno e a incereza da economia. Já a visão pós-keynesiana busca o financiameno da acumulação em economias moneárias como forma insiucional, ouros ambém esruuram em sisema baseado em mercado de capiais e no crédio STUDART, Os sisemas baseados no crédio possuem um mercado de capiais fraco, e as empresas dependem do crédio para erem recursos acima dos lucros reidos. Conudo, os bancos comerciais dependem das auoridades moneárias para o governo influenciar os níveis e direções do invesimeno privado e, como consequência, há um rápido aumeno do endividameno de firmas inovadoras em períodos de crise STUDART, Cada insiuição possui como caracerísica própria a condição de esabilidade financeira, diferene do mercado de capiais que é sensível a oscilações do mercado especulaivo. Em conrapono a perspeciva pós-keynesiana, exise a lieraura da liberalização financeira, que argumena que a elevação das axas de juros não aumena os fundos de financiameno dos invesimenos, pois essa axa não deermina o nível de poupança agregada, somene a disribuição da riqueza financeira. O aumeno da axa de juros pode ambém reduzir o nível de invesimeno e gerar dificuldades financeiras para empresas com projeos de invesimeno STUDART, A desregulamenação financeira em países desenvolvidos não necessariamene garanirá que uma segmenação do mercado de capiais e que as políicas de crédio sejam consequência de uma repressão financeira. E a segmenação desses colabora para que seja cobera a inexisência de fones privadas de financiameno de longo prazo, de forma que em uma liberalização financeira há inrinsecamene o risco de rompimeno dos arranjos insiucionais exisenes, sem haver um que o subsiuía. Dessa forma, o risco da liberalização e a elevação das axas de juros podem ser uma panaceia para o crescimeno do financiameno e para a eficiência de alocação de recursos, sendo para Keynes uma visão equivocada e desasrosa caso execuada STUDART, 1993.

29 29 A próxima seção abordará ponos chaves para a evolução do ambiene financeiro no Brasil, como a inermediação financeira, a bancarização, a busca pela redução de riscos pelas insiuições financeiras, e imporanes para o desenvolvimeno do sisema financeiro Imporância da inermediação financeira Compreende-se mercado como o processo em que pessoas esão ineressadas em vender deerminado produo ou serviço. A ofera e demanda no mercado financeiro relacionase a um produo especifico, ou seja, o uso do dinheiro no empo. A inermediação financeira é imporane, pois é aravés dela que o sisema financeiro diversifica as oporunidades enre poupadores e invesidores na economia, reduz cusos ao agenciar empresadores e omadores e miiga as implicações dos cusos de inermediação e informação PAULA, Esses cusos de informação e ransação financeira geram incenivos para os momenos que haverá necessidade de socorrer os mercados e as insiuições financeiras. Se exisisse informação perfeia, as insiuições financeiras seriam dispensáveis, já que as negociações poderiam ser feias direamene enre oferanes e demandanes. Como não há perfeição no conhecimeno da exisência de oporunidades de invesimenos produivos, as insiuições financeiras passam a er um papel crucial no financiameno do invesimeno, pois nem os poupadores, nem os invesidores conseguem enconrar boas oporunidades para invesir ou aplicar os recursos PAULA, A inermediação financeira originou-se em uma abordagem que susena o papel básico dos inermediários financeiros como sendo a reirada e subsiuição de circulação de íulos privados primários do mercado, por íulos secundários, já que são ransferidores de fundos superaviários para as unidades deficiárias. A função dos inermediários é a de emissor de dívida conra si mesmo, chamada de dívida indirea, alocando recursos de emprésimos das unidades superaviárias para as deficiárias PAULA, Paula 2013 explora a diferença enre financiameno direo e indireo. O direo ocorre quando unidades deficiárias emiem íulos primários para as unidades superaviárias sem a necessidade de um inermediário. Mas é considerada uma forma limiada de financiameno por não ser possível avaliar os riscos. Já no financiameno indireo, os inermediários financeiros usam os depósios disponíveis, providos pelas unidades superaviárias, para adquirirem íulos primários com as deficiárias, por meio de uma concessão de crédio.

30 30 O sisema financeiro orna-se uma forma eficiene de alocar recursos dos poupadores para serem invesidos, corroborando para a flexibilidade e eficiência na ransferência de fundos na economia, sobreudo porque reduz o risco para os poupadores. Com isso, os inermediários financeiros possuem a função de ransformar e compaibilizar as necessidades dos invesidores com o desejo dos poupadores, ornando aivos ilíquidos de longo prazo emprésimos em aivos líquidos de curo prazo depósios PAULA, A inermediação financeira na eoria moderna fundamena-se na exisência de falhas de mercado, por causa da assimeria ou imperfeição da informação, inverso ao paradigma clássico que assegura que os mercados são perfeios. As insiuições financeiras são responsáveis por reduzir os cusos de ransações originadas das informações assiméricas e corrigir ais falhas, pois possuem informação privilegiada, o que ajuda no moniorameno dos omadores de crédio de forma eficiene e na minimização de cusos de agenciar omadores e empresadores PAULA, A assimeria de informação pare do pono de que quem esá omando emprésimo provavelmene erá mais informação do que aquele que empresa, consequene risco do emprésimo risco moral ou seleção adversa e reduor da eficiência na ransferência de fundos enre unidades superaviárias e as deficiárias. Para conornar esses riscos, os bancos precisam formar relações de longo prazo com as empresas, ou seja, a relação próxima enre o banco e o omador de emprésimo capacia-o a ober informações e acompanhar ese, um fao inrínseco a aividade de inermediação financeira. Assim, as insiuições financeiras são a coalizão enre agenes que avaliam, invesem e dividem reornos sobre porfólio de projeos, reduzem cusos para processar informações e beneficiam-se de ganhos de escala com a práica de moniorameno. A capacidade de diversificação, que reduz os cusos de inermediação, é que raz vanagem para os inermediários financeiros PAULA, A eoria de cuso de ransação argumena que os bancos são a coalizão enre agenes que desejam explorar as economias de escala resulanes do uso de ecnologias de ransações sisema de pagamenos e as economias de escopo por causa da diversificação de porfólio emprésimos. As insiuições financeiras fornecem liquidez aos aivos financeiros e diferenciam oporunidades para quem poupa e invese, endo como funcionalidade a redução de cusos de ransação para a realização do financiameno. Caso não exisisse banco, maior seria o cuso/reorno do poupador e omador de crédio, pois o cuso de ransação seria maior PAULA, 2013.

31 31 A eoria da regulação impora-se com a regulação que incide sobre a criação de moeda e no processo de poupança e financiameno em deerminada economia capialisa. Por causa de sua aividade como ransformador de mauridade, a regulação pode afear a solvência e liquidez de um banco. Isso ocorre porque a capacidade de financiameno e de receber pagamenos de omadores depende direamene do nível de capial próprio da insiuição financeira. Mesmo sendo cusosa ao banco, devido aos gasos com a adminisração e supervisão, a regulação de inermediários financeiros é fundamenal para a inermediação e esabilidade do sisema financeiro PAULA, É imporane desacar ambém a caracerização das insiuições financeiras que se subdividem em bancos múliplos, comerciais, desenvolvimeno, invesimeno e câmbio, caixa econômica, sociedades, agências de fomeno, companhias hipoecárias, cooperaivas e adminisradoras de consórcio. A Tabela 1 apresena a evolução quaniaiva das insiuições financeiras no Brasil nos úlimos cinco anos. É percepível que enre os ipos de bancos, o banco múliplo desaca-se por er uma maior quanidade no país, no enano, são as cooperaivas de crédio que mais possuem unidades no Brasil, ambos com redução no decorrer dos anos. Tabela 1 Evolução do quaniaivo de insiuições financeiras auorizadas - Unidades Tipo de insiuição Dez Dez Dez Dez Dez Bancos Múliplos Comerciais e filiais de bancos esrangeiros Desenvolvimeno Invesimeno Câmbio Caixa Econômica Federal Sociedades Arrendameno mercanil Agências de fomeno Companhias hipoecárias Cooperaivas Adminisradoras de consórcio Toal Fone: Unicad e Capef. Relaório de Esabilidade Financeira BACEN. Elaboração da auora. Noa: Foram consideradas as insiuições nas siuações "Auorizada sem aividade", "Auorizada em aividade", "Em inervenção", "Paralisada" e "Em Adminisração, Especial Temporária". As insiuições na siuação "Paralisadas" e "Em Inervenção" passaram a ser levadas em consideração desde dezembro de 2013.

32 32 Já a Tabela 2 exibe o quaniaivo de insiuições auorizadas no Brasil por esado. Observa-se que as regiões Sudese e Sul englobam um percenual de 82% do oal de insiuições financeiras no Brasil, seguidas pelo Nordese com 8% do oal em Tabela 2- Quaniaivo de insiuições auorizadas, por unidades da federação UF. Unidade da Federação / Unidade da Federação / Toal Região Região Toal Alagoas AL 14 Disrio Federal DF 34 Bahia BA 52 Goiás GO 50 Ceará CE 17 Mao Grosso do Sul MS 25 Maranhão MA 7 Mao Grosso MT 10 Paraíba PB 19 Cenro-Oese 119 Pernambuco PE 25 Piauí PI 3 Espírio Sano ES 44 Rio Grande do Nore RN 12 Minas Gerais MG 253 Sergipe SE 6 Rio de Janeiro RJ 144 Nordese 155 São Paulo SP 632 Acre AC 4 Sudese Amapá AM 2 Amazonas AP 14 Paraná PR 179 Pará PA 27 Rio Grande do Sul RS 181 Roraima RO 22 Sana Caarina SC 143 Rondônia RR 3 Sul 503 Tocanins TO 3 Nore 75 Toal Fone: Unicad / BACEN. Posição em 31/03/2015. Elaboração da auora. Com o objeivo de conribuir para o desenvolvimeno econômico e social das regiões Cenro-Oese, Nordese e Nore, foram criados, aravés da Lei nº 7.827, de , os Fundos Consiucionais de Financiameno do Cenro-Oese FCO, do Nordese FNE e do Nore FNO, por meio das insiuições financeiras federais de caráer regional, para o cumprimeno de programas de financiameno aos seores produivos. Os recursos desinados para esses Fundos correspondem a 3% do produo da arrecadação do IPI e IR, sendo que cabe ao FNO 0,6%, ao FCO 0,6% e ao FNE 1,8%. Os recursos desses Fundos ambém são os principais insrumenos de financiameno da Políica Nacional de Desenvolvimeno Regional PNDR, de maneira que pare dos recursos ribuários da União são uilizados para redução das desigualdades iner-regionais e implemenação de políicas de desenvolvimeno regional do país. 9 A úlima abordagem, sobre o sisema financeiro, é a de gerenciameno de risco em suas disinas formas mauridade, inadimplência, mercado e ouros. Uma das funções dos 9 Minisério da Inegração Nacional. Disponível em: hp:// Acessado em: 25/05/2015.

33 33 bancos e das companhias de seguro é a absorção de risco, diminuindo a incompaibilidade enre os que poupam e os que invesem, esses são menos avessos ao risco enquano aqueles são mais avessos. Essa eoria pressupõe que os inermediários financeiros conseguem gerenciar os riscos mais eficienemene e com menos cuso do que os ouros agenes econômicos, pois diversificam a careira de invesimenos e com isso asseguram os poupadores PAULA, A eoria moderna de inermediação financeira abrange um sisema financeiro funcional, de forma que há uma melhor disribuição de informação para os consumidores e poupadores alocarem da melhor maneira seus recursos, reduzindo a assimeria de informação enre quem poupa e quem invese, o que colabora para melhor gerenciar o risco que exise na aividade de inermediação financeira. Admie ambém a redução nos cusos de ransação e consequenemene uma melhor alocação dos recursos que esão disponíveis para esimular o crescimeno PAULA, O auor afirma que o monane de recursos disponíveis para invesimeno dependerá da poupança previamene acumulada, de maneira que o banco orna-se um inermediário neuro de recursos na economia. Isso ocorre porque seu procedimeno não afea a condição de financiameno da economia, por causa de sua incapacidade de criar liquidez para raificar alguma decisão de gasos dos agenes PAULA, A gesão de risco abrange o risco de crédio, risco de liquidez, risco fora do balanço, o risco cambial e de axa de juros. Quando um banco conhece os efeios do risco sobre seu desempenho financeiro, isso ocasiona em uma redução da probabilidade de insolvência e uma maior esabilidade para a insiuição 10 FAYMAN e HE, O conceio de risco esá relacionado à indeerminação e à perda, já que não exise risco quando se conhece anecipadamene os resulados, mesmo com prejuízo VICENTE, Por exisir uma maior dificuldade de se eviar o risco e ese ser um gerador de perdas, a principal saída das insiuições financeiras é conrolar/gerenciar o risco. Para melhor adminisrá-lo, o banco precisa assegurar-se de que seus aos proegerão a sua inegridade e omar aiudes que faciliarão o processo de minimização de perdas. 10 Tradução livre da auora.

34 34 Uma das principais arefas para a área de finanças é a concessão de crédio, que passou por uma reesruuração com o Novo Acordo 11. Pode-se afirmar que crédio é a roca de bens e serviços que serão recebidos em um período fuuro das compensações financeiras. Porano, o crédio é a roca de bens presenes por bens fuuros VICENTE, O crédio é o principal objeivo do negócio para as insiuições financeiras. A gesão de riscos em sua imporância porque odas as decisões que são omadas possuem um componene de risco inrínseco, e por ser um gerador de valor. Os objeivos e políicas de crédio baseiam-se nas garanias de reorno e na segurança. O risco de crédio possui caracerísicas quaniaivas, quando se relaciona com o monane que poderá ser perdido em operações de crédio. E qualiaiva quano exise o possível sinal ou a probabilidade de perda raings VICENTE, A modelagem do risco é feia por meio de modelos maemáicos, em forma de repeição de uma experiência para solucionar problemas. As razões são o esímulo à inovação financeira com a desregulamenação, aumeno dos mercados de crédio, crescimeno do risco fora do balanço, redução das margens, securiização e avanço na eoria de finanças VICENTE, Já a mensuração do risco de crédio pode ser feio aravés da análise das perdas poenciais perdas esperadas, não esperadas e excepcionais. A perda esperada é a probabilidade média de perda de cada eveno com base em informações do passado e essa provisão é uma forma de proeção conra perdas esperadas VICENTE, Galvão 2008 afirma que no risco de crédio, as perdas esperadas equivalem à média do porfolio de perdas. As perdas não esperadas são as que ficam acima do cálculo das perdas esperadas ou que se desviam desse valor. Já as excepcionais são as perdas que ficam fora do nível olerado, que aneriormene foi especificado. Com o empo será necessário, além da avaliação das políicas públicas, ponderar a axa de juros do BACEN, a segmenação e sazonalidade, rever os modelos das funções, pois podem apresenar alerações nos pesos dos índices que são usados ou ocorrer o surgimeno de novos, e simular novos cenários fuuros. O uso de 11 É um conjuno de quaro resoluções e 15 circulares que implanam no Brasil as recomendações do Comiê de Supervisão Bancária de Basileia relaivas à esruura de capial de insiuições financeiras. Conhecidas em seu conjuno por Basileia III BIII, as novas regras buscam aperfeiçoar a capacidade das insiuições financeiras de absorver choques, foralecendo a esabilidade financeira e a promoção do crescimeno econômico susenável. O aumeno da quanidade e qualidade do capial regulamenar manido por insiuições financeiras visa a reduzir a probabilidade e a severidade de evenuais crises bancárias, e os seus consequenes cusos para a economia real BACEN, 2013.

35 35 esaísicas compuadorizadas em colaborado para a maior dinâmica e aualização dos modelos de predição VICENTE, Dessa maneira, a inermediação financeira é imporane para a economia, pois colabora para a melhor alocação dos recursos, melhor disribuição de informação, e assim orna compaíveis as necessidades dos invesidores com o desejo dos poupadores, colaborando para a eficiência do sisema financeiro. A próxima seção apresenará as resposas da lieraura inernacional que explica ambém de forma empírica a exisência de uma relação posiiva enre o sisema econômico e o crescimeno da economia, principalmene a parir de abordagens como a de King e Levine a parir de Relação enre finanças e produividade O esudo da relação enre o crescimeno econômico e o desenvolvimeno financeiro ornou-se um imporane faor de pesquisa para a economia aplicada. Esse esudo foi mais aprofundado a parir de King e Levine 1993 quando consaaram que a profundidade financeira em sua imporância para explicar as variações no crescimeno enre países. Mesmo sendo uma relação já esabelecida, exisem variações significaivas enre as finanças e o crescimeno nos países. Essa relação empírica ambém em sido apoiada pela lieraura eórica sobre a inermediação financeira e o crescimeno endógeno, em que surgem modelos sobre a produção de novas ideias e ecnologias TREW, King e Levine 1993 analisam se os níveis mais elevados do desenvolvimeno financeiro são posiivamene relacionados com o desenvolvimeno econômico, ou seja, se os alos níveis de desenvolvimeno financeiro são significaivamene e robusamene correlacionados com as axa auais e fuuras do crescimeno econômico. Os auores preenderam comprovar empiricamene se Schumpeer esava cero ao acrediar nessa associação enre as finanças e o crescimeno econômico. Schumpeer, em 1911, argumenava que faores como os serviços presados por inermediários financeiros, como mobilização da poupança, avaliação de projeos, gesão de riscos e faciliação de ransações, são uilizados ano para a inovação ecnológica quano para o desenvolvimeno econômico, sendo que para esse auor o essencial para gerar inovação e desenvolvimeno é o papel que o crédio exerce como financiador dos projeos. King e Levine 1993 afirmam que os indicadores de desenvolvimeno financeiro amanho do inermediário financeiro em relação ao PIB, os bancos em relação ao Banco

36 36 Cenral, a razão do crédio para as empresas privadas em relação ao PIB são inensamene e robusamene correlacionados ao crescimeno econômico, a axa de acumulação de capial físico e a melhora na eficiência da alocação de capial. O indicador amanho do inermediário financeiro em relação ao PIB é igual à razão dos passivos líquidos do sisema financeiro em relação ao PIB. Já o indicador bancos em relação ao Banco Cenral é a relação do depósio de aivos domésicos de bancos mais os aivos domésicos do banco cenral. O úlimo indicador razão do crédio para as empresas privadas em relação ao PIB é a proporção de crédios do seor privado não financeiro em relação ao PIB. Para os auores, Schumpeer poderia esar cero sobre a imporância das finanças para o crescimeno, porém para ele a visão era de desruição criaiva 12. A pare relevane da eoria de Schumpeer é que a concessão de crédio é que orna possível a inovação ecnológica e o desenvolvimeno econômico. Dessa forma, os serviços financeiros esimulam o crescimeno econômico por meio da inensificação da axa de acumulação de capial e do aperfeiçoameno da eficiência com que a economia usa o capial KING e LEVINE, Já Levine analisa a esruura analíica do reflexo das finanças para o crescimeno. Observa-se que os incenivos para o surgimeno dos mercados e das insiuições financeiras são causados essencialmene pelos cusos para adquirir informações e execuar ransações, de maneira que surgem para amenizar os problemas ocasionados pelas informações e pelas ransações. Com o objeivo de reduzir esses cusos, é que o sisema financeiro passa a er como principal função a de faciliador na alocação de recursos em um ambiene incero, além do espaço e do empo LEVINE, básicas: Levine 1997 divide essa função principal do sisema financeiro em cinco funções i. faciliar a negociação, hedging, diversificar e parilha de risco; ii. alocar recursos; iii. moniorar os gesores e exercer conrole socieário; iv. mobilizar poupança; v. faciliar o inercâmbio de bens e serviços. 12 Quando uma inovação subsiui um anigo méodo de produção e produos, por melhores procedimenos, mercadorias e serviços Shleifer, 1986, apud King e Levine 1993.

37 37 O sisema financeiro influencia a acumulação de capial aravés de alerações na axa de poupança ou por meio da realocação da poupança enre as diferenes ecnologias de produção de capial. A mobilização de recursos envolve a aglomeração de capiais de quem poupa para serem usados como invesimeno. A mobilização dos poupadores requer que haja superação dos cusos de ransação e das assimerias de informações, para fazer com que os poupadores sinam-se conforáveis em não conrolarem direamene suas economias e sejam convencidos da solidez dos invesimenos. Os sisemas financeiros eficazes na junção de poupança de indivíduos são capazes de afear profundamene o desenvolvimeno econômico, pois além da acumulação do capial, corroboram para a alocação de recursos e esimulo à inovação ecnológica, fomenando assim o crescimeno LEVINE, As conclusões, hesianes e com amplas qualificações, preponderanes enre o raciocínio eórico e as evidências empíricas, mosram que exise uma relação posiiva de primeira ordem que demonsra que o nível de desenvolvimeno financeiro é um bom indício de fuuras axas crescimeno econômico, de acumulação de capial e mudanças ecnológicas, e a longo prazo pode influenciar a velocidade e o padrão do desenvolvimeno econômico LEVINE, É a parir desse principal resulado da lieraura inernacional que essa pesquisa ambém se apoiará para aprofundar o esudo sobre essa imporane relação para a economia dos esados brasileiros. Assim, nessa pesquisa, espera-se que os faores deerminanes para o crescimeno econômico sejam principalmene a poupança e o financiameno, além dos faores como o capial humano educação, o capial físico e a axa de crescimeno da população. O próximo capíulo apresenará alguns esudos empíricos sobre a associação enre o sisema financeiro e o crescimeno econômico, e serão apresenados desde os objeivos dos auores, as meodologias uilizadas, aé os resulados que foram enconrados, denre os esudos, é exposo ambém o que foi usado como base para essa pesquisa. O capíulo ambém abordará o desenvolvimeno financeiro e econômico de maneira aplicada, ou seja, uma avaliação da evolução de algumas variáveis macroeconômicas e de variáveis essenciais para a fuura esimação de modelos empíricos.

38 38 3 FINANÇAS E DESEMPENHO ECONÔMICO NA ECONOMIA BRASILEIRA Esse capíulo em por objeivo expor alguns esudos empíricos que raam da associação enre as finanças e o crescimeno econômico no Brasil. O capíulo ambém apresenará a evolução de variáveis macroeconômicas do Brasil e dos esados brasileiros, avaliando o progresso ou reração dessas nas úlimas décadas e o comporameno de variáveis imporanes para a esimação de modelos economéricos. 3.1 Relação Sisema Financeiro e Crescimeno Econômico: esudos empíricos Essa seção exporá as evidências e comprovações empíricas, explicadas de forma sucina a parir de modelos de alguns auores, sobre a relação enre o sisema financeiro e o crescimeno econômico. A ênfase nessas análises dar-se-á no nível de influencia que as finanças exercem sobre o crescimeno de uma economia. Dias e Dias 2007 discuem sobre como políicas econômicas podem influenciar o crescimeno da produividade no longo prazo. Os auores esam empiricamene esse efeio por meio de aspecos como o invesimeno em educação, disribuição de renda e invesimeno em ecnologia a nível esadual, e uilizando economeria de painel com eses de raiz uniária. Os dados para os 26 esados são do período de 1992 a Os resulados mosram que a axa de crescimeno da produividade dos esados do Brasil é afeada de forma posiiva pelo aumeno na razão do nível educacional dos empregados / empregadores, por políicas de redisribuição de renda que favoreçam os 40% mais pobres e a classe média, que segundo os auores é uma indicação da necessidade de políicas específicas para o crescimeno e desenvolvimeno econômico a longo prazo; e pela ecnologia, que mosra que a ineração com ecnologias do exerior é imporane para o crescimeno da economia, quando o efeio das ouras variáveis são consanes, conudo um maior nível de capial diminui a axa de crescimeno no longo prazo DIAS e DIAS, Já os invesimenos em educação dos esados brasileiros iveram efeios negaivos sobre a axa de crescimeno das suas produividades, ou seja, indica que esse invesimeno impõe realocação dos insumos do seor produivo de bens e serviços para o de educação no curo prazo, o que pode ser um inibidor do aumeno de invesimeno em educação nos esados. Isso explica porque os invesimenos em educação não ocorrem com a mesma inensidade nos esados brasileiros DIAS e DIAS, 2007.

39 39 A análise de Andrade 2009 em como objeivo explanar sobre a relação enre finanças e crescimeno econômico no Brasil, mosrando as disparidades regionais por meio da invesigação da influência da concessão de crédio sobre a produção de riqueza do Brasil. A auora agrupa os municípios conforme as similaridades e dissimilaridades das caracerísicas econômicas e sociais. A análise é de regressão com dados em painel de efeio fixo para esimação dos dados e a sua avaliação empírica. As variáveis usadas foram o PIB oal de municípios e algumas caegorias de crédio emprésimos e íulos desconados, financiamenos e concessão de crédio. Os resulados mosram divergência no país com relação ao financiameno para pecuária, agriculura, agroindúsria e imobiliário, pois são concedidos principalmene em cidades do ipo pequena, socialmene desfavorecidas e médias. Denre os resulados, o financiameno da agriculura é não significaivo sobre o PIB dos municípios não conribuindo para a geração de riqueza. As demais variáveis apresenaram uma boa significância e efeios posiivos sobre o PIB, sendo que os crédios iveram a maior conribuição ANDRADE, Taques 2014, dedica-se a esudar a relação enre o crédio bancário concedido às pessoas físicas e jurídicas e o crescimeno da economia dos esados brasileiros para os anos de 2004 a 2012, uilizando a esimação de dados em painel para ober-se a elasicidade das variáveis. A pesquisa pare do princípio de que o sisema financeiro nacional não é funcional ao crescimeno, pois o sisema bancário não incorre em rade-off quano ao prêmio de liquidez e renabilidade moneária. Os dados uilizados foram os saldos das operações de crédio, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor IPCA em reais de 2000, para pessoa física e jurídica, como variáveis explicaivas e a renda domiciliar per capia como proxy dependene, sendo que odas as variáveis foram expressas em logarimo. Como resulado, o auor enconra que há uma relação posiiva enre as operações de crédio e o aumeno da renda domiciliar per capia, somene para as pessoas físicas, e assim consequenemene para o desenvolvimeno econômico. Não houve significância nos resulados quano às pessoas jurídicas, e dessa forma, não há impaco no crescimeno econômico TAQUES, Trew 2014 esuda a relação enre os muios conceios de desenvolvimeno financeiro e o crescimeno econômico equilibrado. O auor uiliza um modelo de crescimeno endógeno que agrega a eficiência financeira e o acesso a serviços financeiros, o que ajuda no enendimeno da relação enre a dimensão do seor financeiro e do crescimeno.

40 40 Trew 2014 desenvolve modelos simples que capuram as conexões enre muios conceios de desenvolvimeno financeiro em uma economia em crescimeno de longo prazo. O auor aplica regressões nas axas médias de crescimeno do PIB per capia para o período de , e esse modelo clássico resulou em uma relação posiiva enre o aprofundameno financeiro e o crescimeno. O resulado de ouro modelo mosra que o amanho do seor financeiro não pode ser considerado um indicador confiável de crescimeno impulsionado pelas finanças, isso ocorre porque somene o aumeno do crescimeno econômico é que suporará o aumeno do acesso ao financiameno, ou seja, o nível de desenvolvimeno é imporane para o aprofundameno financeiro sobre o crescimeno. A implicação do modelo uilizado é que a eficiência financeira deve ser considerada juno com a medida de amanho do seor financeiro nas regressões de crescimeno. A variável dependene axa de crescimeno média anual do PIB per capia é esimada no período de 1987 a 2008, e os dados de financiameno, log do número de agências bancárias por cem mil adulos e log de conas de depósio bancário por cem mil adulos são as variáveis explicaivas. O auor usa como variável de profundidade financeira a razão enre crédio privado, passivos líquidos e capialização bolsisa em relação ao PIB, e como proxy de eficiência financeira a margem líquida de juros. Como resulado, a profundidade amanho não é esaisicamene significaiva, a eficiência e as ouras variáveis são foremene significaivas. Assim o desenvolvimeno financeiro pode conribuir para o crescimeno de longo prazo TREW, Já Firme e Freguglia 2013 analisaram os condicionanes do crescimeno dos municípios brasileiros uilizando o modelo de Mankiw, Romer e Weil de 1992 e fizeram uma especificação espacial para o período de 1980 a 2010, com esimação em painel, para conrolar os efeios que não se observa e os espaciais. Os auores usam como proxy dependene a renda per capia das famílias e como variáveis explicaivas a despesa de capial municipal, o percenual de pessoas alfabeizadas, a soma das axas de crescimeno populacional, uma mariz de peso espacial é uilizada para defasar as variáveis do modelo e as dummies de região. Os resulados apresenaram que as regiões nore e nordese possuem caracerísicas especificas que as limiam de crescer como as ouras regiões, e o cenro-oese é a melhor região em ermos de crescimeno. As capiais dos esados apresenam spillovers negaivos; os

41 41 modelos de efeios fixos mosraram que o capial humano em um maior impaco que o físico e exise o indício de convergência da renda. É nesse úlimo esudo que essa pesquisa se embasará para esimar o efeio de duas variáveis financeiras no crescimeno econômico dos esados do Brasil, por meio do modelo original desses auores excluindo-se a mariz de peso espacial e as dummies de região e da derivação de ouros dois modelos. A descrição da meodologia será visa no Capíulo 4 que além dos modelos, apresenará as descrições dos dados e variáveis. A próxima seção expõe a análise descriiva de deerminadas variáveis econômico-financeiras, ou seja, a descrição dos resulados macroeconômicos nas úlimas duas décadas, em relação ao Brasil e aos esados brasileiros. 3.2 Ambiene econômico-financeiro no Brasil: nas úlimas duas décadas Essa seção apresenará a evolução do ambiene econômico brasileiro de 1991 a 2010 e as consequências da crise de 2008 no país. A abordagem será feia por meio do esudo da evolução de variáveis macroeconômicas nas úlimas duas décadas e raará sobre a descrição do comporameno de deerminadas variáveis imporanes para a esimação economérica Evolução das variáveis macroeconômicas nas úlimas duas décadas Enre os anos de 1991 a 2010, houve muias mudanças nas políicas econômicas adoadas pelos dois governos que esiveram no poder e as modificações corroboraram para variações nos indicadores de crescimeno da economia. Essas variações serão analisadas no ranscorrer dessa seção, por meio de comparações enre os indicadores. A Tabela 3 apresena valores nominais do PIB per capia enre os anos de 1991 a Observa-se que houve um conínuo crescimeno no decorrer dos anos, o crescimeno do PIB per capia nacional foi de 31% de 1991 para 2000, 60% de 2000 para 2010 e 109% de 1991 para No período de 2003 a 2010 ambém houve um crescimeno do invesimeno, imporane para a acumulação de capial e aumeno do produo no longo prazo, de maneira que a relação invesimeno/pib saiu de 16,23% no início de 2003 para 20,1% em 2008, mas reduziu em 2010 para 17,85% por causa da crise financeira inernacional. No enano, essa relação ainda é baixa se for comparado com alguns países emergenes CURADO, 2011.

42 42 Tabela 3 - Produo Inerno Bruo per capia - Brasil Ano PIB per capia 1 US$ Ano PIB per capia 1 US$ , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,29 Fone: IPEADATA - Banco Mundial, World Developmen Indicaors WDI e Fundação Sisema Esadual de Análise de Dados, Pesquisa de Emprego e Desemprego Seade/PED. Elaborado pela auora. Noa: 1. Produo Inerno Bruo PIB: conceio de paridade do poder de compra PPC em US$. Dados em dólares inernacionais correnes de cada ano. Como pode ser observado no Gráfico 1, houve ala variação do IPCA em relação aos anos de Noa-se que o percenual reduziu de 22,41% em 1995 para 5,9% em 2010, sendo que os menores percenuais ocorreram em ,7%, em ,1%. É percepível a insabilidade no índice de preços durane esses anos, porém não se compara com os valores do período anerior à esabilização da moeda, como por exemplo, de 1991 a 1994 o IPCA chegou a paamares de 472,7%; 1.119,10%; 2.477,15% e 916,46% respecivamene. Gráfico 1 - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado IPCA Variação Anual % Brasil , ,56 5,22 1,65 8,94 5,97 7,67 12,53 9,3 7,6 5,69 3,14 4,46 5,9 4,31 5, Fone: IPEADATA - Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísica, Sisema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor IBGE/SNIPC. Elaboração da Auora. A melhora na disribuição de renda e do processo de crescimeno, enre 2003/2010, ambém foi consequência da esabilidade de preços, pois sucedeu da endência de igualdade enre a axa efeiva de inflação e a sua mea que é deerminada pelo Conselho Moneário

43 AC AP AM PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC 0,9% 1,3% 2,0% 2,9% 2,7% 2,7% 2,9% 2,9% 2,7% 2,5% 2,2% 2,7% 2,4% 2,4% 2,3% 2,6% 2,6% 2,0% 2,6% 2,3% 2,2% 2,2% 2,4% 1,8% 1,6% 2,1% 2,2% 43 Nacional CURADO, A parir de 1991, somene os anos de 2000, 2006, 2007 e 2009 iveram um índice inferior à mea esabelecida para cada ano, nos ouros anos, o índice de preços ulrapassou o limie esabelecido para a inflação em cada período. No Gráfico 2, é possível observar que ao longo dessas décadas os esados brasileiros desenvolveram-se em média 2,3% a.a., enquano a axa média de crescimeno do PIB per capia do Brasil é de 4% a.a. nesse mesmo período. Desacam-se os esados do Nore e Nordese com os maiores percenuais de crescimeno e grandes esados como o Disrio Federal, Rio de Janeiro e São Paulo com o indicador de desenvolvimeno abaixo da média. Gráfico 2 Taxa Média de Crescimeno do PIB per capia dos Esados do Brasil ,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% Fone: IPEADATA/IBGE. Elaboração da auora. Ouro faor a ser discuido e que vem ganhando força no Brasil nos úlimos anos é a inclusão financeira. Segundo a Felaban 2011 é a principal condição para que exisa um crescimeno econômico susenado, que se maerializará no processo de bancarização da sociedade, adequando-se a cada necessidade e colaborando para a qualidade de vida. A bancarização é medida pelo nível de acesso e o grau de uso dos serviços financeiros, como por exemplo, o crescimeno das ransações bancárias em milhões enre milhões e milhões. Esse crescimeno abrange as ransações no auoaendimeno, no inerne banking, nos POS ponos de venda no comércio, caixas de agências, call cener, correspondenes não bancários e ouros, como pode ser observado no Gráfico 3.

44 44 Gráfico 3 Crescimeno das Transações Bancárias no Brasil Nº de ransações Fone: FEBRABAN Exisem deerminadas variáveis do sisema financeiro que ambém são imporanes para a avaliação do ambiene econômico brasileiro nas úlimas rês décadas e essa pesquisa selecionou algumas como preferenciais para analisar sua corroboração com o crescimeno econômico do Brasil. O crédio e o financiameno, por exemplo, são proxies para medir o grau de invesimeno de pessoas físicas ou jurídicas, enquano que o monane de poupança ajuda a verificar a acumulação de capial por esado. O Gráfico 4 apresena a axa de crescimeno do crédio, que engloba o crédio concedido a pessoa física e jurídica, nos esados brasileiros. Compreende-se desse gráfico que a concessão de crédio em sido baixa ao longo desses anos, com uma média de 2,7%, sendo que em alguns esados o percenual foi negaivo, como para Bahia -0,8%, Mao Grosso do Sul -1% e Paraná -11,3%. Para odos os esados houve uma queda no monane do crédio no ano de 2000, quando comparado com 1991, e um aumeno em 2010, comparando-se às duas décadas aneriores. De acordo com Freias 2009, isso ocorreu por causa das ransformações na concorrência do sisema bancário do Brasil, que corroboraram para aumenar a solidez das insiuições e o grau de sofisicação, e por causa do início do ciclo de expansão do crédio a parir de 2003 ao seor privado. Já que havia a garania de menor volailidade macroeconômica, de redução de axas de juros, elevação de renda e emprego.

45 AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC 2,1% 3,0% 6,6% 10,8% 45 Gráfico 4 Taxa Média de Crescimeno do Crédio nos Esados do Brasil ,0% -5,6% AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC 0,5% 6,4% 7,5% 8,2% 6,0% 9,4% 9,9% 10,6% 6,8% 4,9% 7,2% 8,3% 7,3% 5,4% 8,7% 7,7% 6,3% 3,6% 7,5% 4,4% 6,7% 5,3% 4,1% 4,7% 3,4% 7,2% -11,3% -0,8% -1,0% 0,6% 3,7% 0,8% 2,5% 3,4% 0,4% 4,6% 3,5% 5,7% 3,2% 1,8% 0,2% 3,7% 2,2% 0,6% 2,8% 2,0% 3,5% 7,0% 5,6% 12,0% 2,0% -3,0% -8,0% -13,0% Fone: Banco Cenral do Brasil. Elaboração da auora. Noa: As linhas em vermelho equivalem às médias ponderadas por regiões N = 6,9%; NE = 2,2%; CO = 1,9%; SE = 2,3%; S = -1,5%. Já o Gráfico 5 apresena o percenual médio de acúmulo em poupança. Percebe-se que muios esados possuem axas próximas à média 6%, no enano, o esado do Paraná sofreu uma queda na poupança domésica de 5,6%, reduzindo de R$11 bilhões em 1991 para R$1 bilhão em 2000 e R$3 bilhões em Esse fao ambém colabora para despencar o nível de invesimeno do esado e simulaneamene da poupança e invesimeno nas conas nacionais, reduzido ambém por grandes esados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Disrio Federal, que mesmo com um alo monane acumulado, iveram um baixo percenual de crescimeno enre 1991 e Gráfico 5 Taxa Média de Crescimeno da Poupança nos Esados do Brasil ,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% -2,0% -4,0% -6,0% Fone: Banco Cenral do Brasil. Elaboração da auora. Noa: As linhas em vermelho equivalem às médias ponderadas por regiões N = 8,3%; NE = 6,8%; CO = 4,8%; SE = 3,4%; S = 2,0%. O Gráfico 6 dispõe sobre o financiameno, que agrega os invesimenos imobiliário, rural e agroindusriais, e mosra que a média de crescimeno de odos os esados é de 10,5%.

46 -6,4% -3,3% -1,2% -2,5% -1,7% -2,7% -2,5% -2,3% AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC 1,7% 2,0% 1,0% 0,3% 2,0% 7,5% 6,2% 5,4% 5,1% 6,1% 9,4% 8,0% 3,9% 7,0% 5,2% 5,9% 10,8% 16,7% 24,0% 46 Noa-se que os esados da região Nore, Acre, Rondônia, Roraima e Tocanins, possuem os percenuais de crescimeno mais alos. E os esados da região Nordese, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Nore e Sergipe são os esados com as menores axa médias. Gráfico 6 Taxa Média de Crescimeno do Financiameno nos Esados do Brasil ,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% -5,0% -10,0% Fone: Banco Cenral do Brasil. Elaboração da auora. Noa: As linhas em vermelho equivalem às médias ponderadas por regiões N = 8,6%; NE = -1,1%; CO = 1,3%; SE = 6,2%; S = 7,4%. Enreano, mesmo com desenvolvimeno dos esados do Brasil, aumeno de renda, da educação e do capial nas úlimas décadas, o país ambém sofreu efeios da crise imobiliária inernacional em 2008, necessiando frear o crédio e a reduzir a expansão econômica para minimizar as pressões inflacionarias. Na enaiva de desacelerar a economia, o governo designou um recolhimeno compulsório sobre os depósios bancários das empresas de leasing 13 reraindo as emissões de debênures e elevando a concorrência enre os bancos. Para subsiuir essa perda e oberem maior capura de recursos, os bancos passaram focar nos cerificados de depósios a prazo CDB, o que elevou os juros dos insrumenos da dívida direa FREITAS, Oura medida foi a elevação da axa Selic Sisema Especial de Liquidação e de Cusódia, que ornou maior a dispua por recursos no mercado domésico de capiais, aumeno nos cusos de capação das empresas e dos bancos, principalmene os de pequeno e médio pore. A crise inernacional alcançou o sisema econômico do Brasil após uma sequência de crescimeno em aceleração de seis rimesres, e com isso, as insiuições financeiras reraíram o crédio e ornaram-se mais prudenes, dificulando a realização de novos invesimenos ou aquisição de capial de giro por pare das empresas, o que desacelerou 13 Capuram recursos por meio de emissão de debênures.

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