José Ricardo A. França, Leonardo F. Peres, Raphaela N. Antônio
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- Beatriz Anjos Araújo
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1 ANÁLISE DO FLUXO MÉDIO DE RADIAÇÃO DE ONDA LONGA EMITIDA PELA SUPERFÍCIE TERRESTRE USANDO NOAA-AVHRR: APLICAÇÃO NA DETERMINAÇÃO DE ILHAS DE CALOR NA ÁREA METROPOLITANA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO José Rcardo A. França, Leonardo F. Peres, Raphaela N. Antôno LAMMA- Laboratóro de Modelagem de Processos Marnhos e Atmosfércos Departamento de Meteorologa Insttuto de Geocêncas UFRJ Av. Brgadero Trompowsky, S/N I. Fundão Ro de Janero Brasl E-mal: jrcardo@geo.ufrj.br ABSTRACT A research was developed wth the objectve of estmatng the daly upward longwave surface radaton flux. For ths calculaton ts necessary the surface temperature evaluaton obtaned at the begnnng of the afternoon from the Advanced Very Hgh Resoluton Radometer (AVHRR) onboard the satelltes Natonal Oceanc Atmospherc Admnstraton seres (NOAA-n), the mnmum ar temperature, easly avalable from the meteorologcal statons and the day length, computed from the ste coordnate and data, utlzng classcal astronomc equatons. Ths model employs an unque emprcal coeffcent statscally adjusted from a large data. 1- INTRODUÇÃO Uma das mas mportantes varáves clmatológcas da superfíce contnental é a temperatura da superfíce, já que a maora dos fluxos na nterface superfíce-atmosfera podem ser parametrzados através de seu uso. Ela pode representar um papel dreto, como na estmatva do fluxo de radação de onda longa, ou ndretamente, como na estmatva dos fluxos de calor latente e sensível. A temperatura da superfíce é um dos parâmetros essencas nos processos físcos da superfíce terrestre, em escala local, regonal, como em escala global. Ela combna os resultados de todas as nterações entre a superfíce e a atmosfera e de fluxos de energa entre o solo e a atmosfera. Portanto, a habldade de se determnar a temperatura da superfíce com precsão é essencal para mutos problemas centífcos e para admnstração de fontes renováves. Com o avanço de técncas de sensoramento remoto no nfravermelho termal e na capacdade computaconal, meddas de temperatura da superfíce fetas do espaço, permtem nvestgações do clma em uma escala local, regonal e global, sendo de elevada relevânca clmatológca (Wan e Dozer, 1989). O uso de meddas de satéltes no espectro nfravermelho pode dar acesso a estmatvas globas e unformes não só da temperatura da superfíce como também dos fluxos de energa que possam ser parametrzados através dela. Esses fluxos são de mportânca fundamental na estmatva do balanço de energa na superfíce. De todos os parâmetros do balanço de energa obtdos va sensoramento remoto, até agora, a radação de onda longa emtda pela superfíce, tem recebdo menos atenção. A estmatva deste fluxo tem váras aplcações nteressantes em dversas áreas como hdrologa, meteorologa, agronoma e estudos de desertfcação. Além de ser usado extensvamente na determnação de fluxos de evapotranspração em larga escala, o qual é a prncpal área de nvestgação na estrutura de programas nternaconas relaconados com a estmação de fluxos da superfíce, como o Internatonal Satellte Land Surface Clmatology Project (ISLSCP), Internatonal Geophere-Bosphere Programme (IGBP), European Programme on Clmate and Natural Hazards (EPOCH) e Hydrologcal Atmospherc Plot Experment (HAPEX). O objetvo deste trabalho é o de apresentar dos métodos de estmatva da temperatura da superfíce contnental a partr dos dados NOAA-AVHRR, para utlzar no modelo de estmatva do fluxo de radação de onde longa emtdo pela superfíce (Peres e França, 1998). E fnalmente, será apresentado um aplcatvo dreto desta estmatva que é a dentfcação da dstrbução espacal de lhas na regão metropoltana da cdade do Ro de Janero. 3779
2 2- METODOLOGIA UTILIZADA Para o cálculo do fluxo médo dáro de radação de onda longa será utlzado dos métodos dferentes para a estmatva da temperatura da superfíce contnental, um proposto por França e Cracknell (1994), já utlzado anterormente (Peres e França, 1998) e outro proposto por Becker e L (1990).O prncpal objetvo é, a comparação do efeto da estmatva da temperatura da superfíce desses dos métodos, um possundo seus parâmetros varáves para as condções atmosfércas e o outro que possu seus coefcentes varáves para dversos tpos de superfíce, na estmatva do fluxo de radação de onda longa. O método proposto por França e Cracknell (1994), utlzado neste trabalho, vsando a obtenção do fluxo de radação de onda longa para regão do Estado do Ro de Janero, tem como objetvo a estmatva da temperatura da superfíce terrestre através do uso das temperaturas de brlho dos canas 4 e 5 do AVHRR, localzados na janela atmosférca de 10,5 a 12,5 µm. Este leva em conta o problema da emssvdade e o estado atmosférco da regão em estudo. A magntude dos efetos atmosfércos é estmada através da resolução da equação de transferênca radatva, usando perfs atmosfércos dáros e médos. O algortmo escolhdo tem seus coefcentes dependentes das condções atmosfércas, com o ntuto de evtar aproxmações que possuam parâmetros fxos para todas as sazonaldades e lattudes. O modelo de correção atmosférca é baseado na equação de transferênca radatva, onde são fetas as seguntes suposções: () A superfíce da Terra é lambertana, reflectânca sotrópca, () não há presença de nuvens e () prevalecem condções atmosfércas locas de equlíbro termodnâmco. A temperatura atmosférca é consderada unforme e a radânca sotrópca. Esta aproxmação é válda para os prmeros 40 km da atmosfera, de acordo com a le de Krchoff (Lou, 1980). A radânca sensorada remotamente B ( T ), para uma dada temperatura de brlho ( T ) no canal, é vsta através de um ângulo zênte θ e é atenuada (absorção, emssão e espalhamento) ao longo de sua trajetóra. O vapor d água é o mas mportante absorvedor neste ntervalo de comprmento de onda. Sua concentração é altamente varável, tornando qualquer tratamento dfícl. Geralmente a maor parte deste consttunte está confnada abaxo dos prmeros 10 km da atmosfera. A atenuação por espalhamento não é consderada devdo a sua pequena nfluênca, em condções de céu claro, dentro desta parte do espectro (França e Cracknell, 1994). A equação de transferênca radatva que representa a radânca B ), regstrada no canal, ( = 4 ou 5), do sensor AVHRR, pode ser expressa da segunte manera: B ( T ) = ε τ B ( T ) + B ( T )(1 τ ( θ, z, h)) + (1 ε ) τ B ( T )(1 τ '( θ ', z,0)) (2.1.1) s z onde o prmero termo do lado dreto da equação (2.1.1) representa a radânca da superfíce. B ) é a radânca emtda, descrta pela função de Planck, para uma determnada temperatura da superfíce T s, ε representa a emssvdade da superfíce e τ é a transmtânca espectral total da atmosfera. O segundo termo reproduz a radânca emtda pela atmosfera ao longo do camnho ascendente. O tercero termo descreve a radânca atmosférca descendente que é refletda pela superfíce e posterormente atenuada em seu camnho ascendente até o sensor. ( 1 τ ( θ, z, h)) representa a absorção atmosférca drgda para cma, de um defndo nível z até a altura do sensor h, enquanto que ( 1 τ '( θ ', z,0)) descreve a absorção drgda para baxo, de z até a superfíce. τ (, z, h) e τ '( θ ', z,0) equvalem as transmtâncas atmosfércas a partr de z até h e de z até a superfíce, respectvamente. Fo assumdo que τ ( θ, z, h) = τ '( θ ', z,0) = τ para toda atmosfera. A fgura exbe esquematcamente os processos das três componentes, da radânca que atnge o sensor. θ ( T z ( T s 3780
3 Satélte Coluna Atmosférca Superfíce Fgura 2.1.1: Componentes da radânca que alcança o sensor a bordo do satélte. Fonte: França,1994a. Através da equação (2.1.1), é possível produzr o algortmo de obtenção da temperatura da superfíce para os canas 4 e 5 do NOAA-AVHRR, mostrado a segur: (ver França (1994) para maores detalhes) T s = T4 + A ( T4 T5 ) + B (2.1.2) onde C5 D4 + D4D5 A = (2.1.3) E e (1 ε 4 ) 2 ( D5C4) B = [1 2( a1,4 ( θ ) w + a2,4 ( θ ) w )] L4 ε E 4 (2.1.4) (1 ε 5 ) 2 ( D4C5) [1 2( a1,5 ( θ ) w + a2,5 ( θ ) w )] L5 ε 5 E onde C = ε τ cos(θ ) ; (2.1.5) D 2 = [ a ( θ ) w + a ( θ ) w ][1 + 2 (1 ε ) τ ( θ )cos( )]; (2.1.6) 1, 2, θ 5 4 D4C5 E = D C. (2.1.7) Através da equação (2.1.2), conhecendo τ e o conteúdo total de vapor d água, w, para um dado estado atmosférco, os coefcentes de absorção atmosférca ( a 1, ( θ ) e a 2, ( θ ) ) e também ε 4 e ε 5 da superfíce, é possível estabelecer a temperatura da superfíce. Os coefcentes A e B dependem da emssvdade da superfíce, dos coefcentes de absorção atmosférca e da quantdade total de vapor d água. O parâmetro B leva em conta duplamente o efeto da emssvdade. Neste trabalho foram usados os coefcentes A e B mensas da equação para a regão do Ro de Janero já calculados por Peres (1999). A estmatva dos coefcentes A e B fo realzada através do códgo computaconal LOWTRAN-7 e de perfs atmosfércos médos mensas, abrangendo um período de dezenove anos, 1961 a Os perfs utlzados são da estação de radossondagem do Galeão, de alttude de 42 m, localzada no Aeroporto Internaconal do Ro de Janero em 22,50 S e 43,14 W. Estes dados foram obtdos das médas clmátcas mensas de ar superor, produzdas pela seção 3781
4 de Clmatologa de Cêncas Atmosfércas do Insttuto de Aeronáutca e Espaço (IAE) pertencente ao Centro Técnco Aeroespacal (CTA). A méda clmátca mensal é consderada como a méda dos dados de um mesmo mês para todo o período. O códgo computaconal LOWTRAN-7 é desgnado a responder uma grande varedade de questões relaconadas às cêncas atmosfércas. Seus resultados são deas para a comparação com meddas de radômetros e espectrômetros. Ele pode ser utlzado na nvestgação do comportamento da transmtânca e emssão atmosférca, de acordo com varações no estado da atmosfera, no tamanho do camnho atmosférco e no ângulo zênte. O LOWTRAN-7 oferece duas opções quanto à defnção dos parâmetros atmosfércos: o usuáro utlza padrões de atmosferas, fornecdos pelo própro programa, ou os dados meteorológcos são fornecdos pelo usuáro. O trabalho realzado por Peres (1999) fo empregado a segunda opção, através do uso das médas clmátcas mensas de ar superor, possbltando a cração de um modelo atmosférco adconal. Esta metodologa permtu o cálculo da transmtânca dentro dos espectros de 10,3 a 11,3 µm e de 11,5 a 12,5 µm, canas 4 e 5, respectvamente, do AVHRR a bordo do satélte NOAA-14 e da quantdade de vapor d água atmosférco, ambos para cada mês do ano, consderando que a maor parte da superfíce da Terra possu uma emssvdade dentro do ntervalo de 0,96 a 0,99, com ε = ε 4 ε 5 varando de -0,01 a 0,01. Os coefcentes utlzados para a prmera etapa da presente pesqusa, calculados por Peres (1999), apresentaram para os meses de feverero (mês com maor quantdade de vapor d'água) e julho, mês mas seco do ano, apresentam, para a máxma ampltude do ntervalo de emssvdade consderado, a menor (1,40ºC) e a maor (2,42ºC) varações de temperatura da superfíce, respectvamente. Os resultados encontrados por França e Cracknell (1994), Sobrno et al. (1991) e Peres (1999) demonstram que globalmente o mpacto em uma atmosfera úmda, devdo a varação da emssvdade espectral, não é tão mportante como para uma atmosfera seca. A razão para este fato é que, para uma atmosfera úmda e quente, a radação refletda pode ser compensada devdo ao fato da superfíce terrestre não emtr como um corpo negro. Como consequênca, para atmosferas úmdas, não é essencal um conhecmento precso da dferença entre as emssvdades dos canas (Sobrno et al., 1991). É sugerda a tentatva da utlzação para os meses mas secos, onde a sensbldade em relação à varação da emssvdade é maor, de um algortmo, como o proposto por Becker e L (1990), que possua seus coefcentes dependentes exclusvamente das condções da superfíce (fxado para todas as condções atmosfércas) O método splt wndow, para se obter a temperatura da superfíce marítma ou terrestre, é sufcentemente acurado se o efeto da emssvdade for neglgencado. Para o cálculo da temperatura da superfíce do mar, este método é bastante acurado, pos a emssvdade do mar pode ser consderada constante e gual a um (Becker e L, 1990). Por a superfíce terrestre possur grande varabldade de emssvdade, não há credbldade no cálculo da temperatura da superfíce utlzando este método. Isto pode ser mostrado na equação proposta por Becker (1987). T T = s4 + T 2 s5 T + s 4 T 2 s5 C X C 1 + X ( C 1) ( C + 1) β cosθ β cosθ s (2.2.1) T s = T + ( 1 ε ) ε L( T ) Onde, X = ( ε/2εy), ε = (ε 4 + ε 5 )/2, ε = ε 4 - ε 5, β = 1/cosθ + 2 e y = 2(1 - ε) cosθ + 1. Essa equação é válda somente quando (1 - ε ) βa W << ε e ε << ε. Como é sugerdo pela equação 2.2.1, T s depende somente das emssvdades ε 4 e ε 5 e do ângulo de vsada teta, e não do estado atmosférco. A temperatura da superfíce pode ser expressa como uma combnação lnear das temperaturas de brlho dos canas 4 e 5 com coefcentes dependentes da emssvdade espectral mas não das condções atmosfércas. A equação (2.2.1) fca então: T s = A 0 + A 1 T 4 + A 2 T
5 Onde, A 0, A 1 e A 2 são os coefcentes splt wndow, que dependem somente das emssvdades da superfíce e não do estado atmosférco. Para se determnar os coefcentes A 0, A 1 e A 2 para cada tpo de superfíce baseada em suas própras característcas, são fxadas temperaturas (T s, T 4 e T 5 ) dependentes das dferentes condções atmosfércas. Para uma ponto de vsta prátco, é extremamente dfícl coletar nformações de meddas da temperatura da superfíce n stu. Sendo, portanto, necessáro usar modelos que calculem a transmtânca e a radação termal emtda pela atmosfera e pela Terra. Levando em conta o efeto da emssvdade nos coefcentes do método splt wndow a equação (2.2.2) pode ser reescrta como T s = Ao + P (T 4 + T 5 ) / 2 + M (T 4 - T 5 ) / 2 Onde Ao = 1,274; P e M são coefcentes empírcos que dependem da emssvdade da superfíce ε = (ε 4 + ε 5 ) / 2 e de ε = ε 4 - ε 5. Os coefcentes P e M são calculados utlzando as seguntes equações: P = 1 + 0,15616 (1 - ε) / ε -0,482 ( ε / ε 2 ) (2.2.3) M = 6,26 + 3,98 (1 - ε) / ε + 38,33 ( ε / ε 2 ) (2.2.4) É utlzado o valor de ε = -0,016 (caso durno), sugerdo por Kerdles et al.(1996). Para a estmatva da emssvdade da superfíce terrestre (ε) fo usado o método descrto a segur. Método proposto por Van de Grend e Owe (1993) ε = 1, ,047 ln (NDVI) (2.2.5) Indretamente através do Normalzed Dfference Vegetaton Index (NDVI) podemos obter dferentes emssvdades para cada pxel. O método a ser utlzado fo ncalmente proposto por Lagouarde e Brunet (1993) e tem sdo adaptado por Peres e França, 1998, França, 1999 e Peres, É um smples algortmo, que necessta somente da temperatura da superfíce obtda no começo da tarde que é dervada do satélte NOAA - AVHRR, da temperatura mínma do ar que é faclmente obtda através das redes meteorológcas, e do comprmento do da, calculado para as coordenadas do lugar (lattude e longtude) e para a época do ano através de relações clásscas astronômcas. O modelo tem como característca um únco coefcente empírco, ajustado estatstcamente sobre uma grande sére de nformações. A fgura 2.2 mostra o organograma com as dferentes etapas para a obtenção do fluxo de radação de onda longa, onde: σ - Constante de Stefan- Boltzman, α - Coefcente empírco (1,13), Tam - Temperatura mínma do ar (em Kelvn), D - Duração astronômca do da (em horas),τ - Período de 24 horas, ε - Emssvdade da superfíce terrestre e Ld - Mapa do Fluxo de Radação de Onda Longa emtdo daramente pela superfíce Terrestre (W/m 2 ). 3- RESULTADOS OBTIDOS Fo usada a méda da temperatura mínma do ar, para cada da consderado, de nove estações meteorológcas localzadas na cdade do Ro de Janero, gualmente fornecdas pelo INMET, como exbdo na tabela Esta também apresenta o comprmento do da para cada magem utlzada. A fgura 3.1 mostra a regão metropoltana da cdade do Ro de Janero. Nesta fgura podemos observar as regões com florestas, tpcamente mata atlântca e/ou restícos de mata atlântca, que são representadas na fgura com a cor verde que representam o Parque Naconal da Tjuca, o Parque Estadual da Pedra Branca e o Parque Ecológco do Medanha. A grande área verde ao fundo da baa de Guanabara é a área da serra do mar onde se localza o Parque Naconal da Serra dos Órgãos. As regões com tonaldades mas branca, representam a malha urbana da regão. A fgura 3.2, (a) e (b), exbe os resultados da estmatva do fluxo médo dáro de radação de onda longa emtdo pela superfíce terrestre. Esses resultados foram calculados utlzando prmeramente o método proposto por França e Cracknell, 1994 (3.2.a) e pelo método de Becker e L, 1990 (3.2.b). 3783
6 A partr destas fguras duas análses podem ser fetas. Prmeramente comparando os fluxos estmados utlzando dos métodos dferentes no cálculo da temperatura da superfíce, pode-se observar que a dstrbução dos valores nas magens (3.2.a) são bem mas heterogêneas do que as magens (3.2.b), sso ndca que a estmatva do fluxo de radação de onda longa utlzando o cálculo da temperatura da superfíce pelo método 1 representa melhor a dstrbução heterogênea da superfíce contnental urbana do que o método 2. Dados do NOAA/AVHRR Obtdos na passagem ascendente as 14:30 local. T 4 e T 5 Correção radométrca. Identfcação dos pxels com Nuvens Mascaramento de nuvens. T s = T 4 + A (T 4 T 5 ) +B Estmatva da temperatura da superfíce terrstre ( Splt-Wndow ). D T am Temperatura mínma do ar obtda através de estações Comprmento meteorológcas. do da. R 4 s = σt am 3 Ts T 8 α Tam am 4 16 Ts T + α π Tam am 3 Ts T + 3 α Tam am 2 8 Ts T + α π Tam am D + Γ} Emssão de um corpo negro em escala dára. Ld = ε R d / Γ Mapa do fluxo médo dáro de radação de onda longa emtdo pela superfíce terrestre. Fgura 2.2: Etapas pra a obtenção do fluxo de radação de onda longa. Tabela 3.1.1: Dados de temperatura mínma do ar, das nove estações meteorológcas localzadas na cdade do Ro de Janero, e do comprmento do da para cada magem utlzada. Da das magens Estações Meteorológcas Localzadas na Cdade do Ro de Janero Santos Dumo nt Alto da Boa Vsta Bangu Jacarepaguá Maracanã 3784 Jardm Botânco Dados de Temperatura Mínma do Ar ( C) Praça Mauá Realengo Santa Cruz Méda ( C) D (horas) 31-Jan-98 27,0 23,0 26,4 25,9 27, ,9 11,98 10-Fev-98 28,6 23,4 27,6 27,7 28,5-26, ,0 11,98 21-Mar-99 25,2 19,8 24,0 24,1 21,4 23,1 24,1 23,4 23,1 11,99 01-Abr-99 24,2 18,4 22,8 23,3 23,8 21,0 21,9 22,7 23,0 22,3 11,99 05-Ma-99 21,6 16,6 19,0 19,6 20,6 18,1 19,3 19,6 20,5 19,4 12,00 08-Jun-98 17,1 12,2 12,8 14,2 14,2-15,1 15,8 14,5 12,0 14-Jul-98 17,8 14,4 16,3 18,2 12,5-15,7-15,0 15,7 12,01
7 19-Ago-98 23,2 16,5 18,5 20,8 20,4-21,3-21,1 20,3 12,00 13-Set-98 25,0 17,8 22,2 26,5 23,7-24,7-24,2 23,4 12,00 21-Out-98 21,0 16,2 17,4 17,6 19,0-17, ,1 11,99 25-Nov-98 21,8 17,2 20,4 20,5 20,9 19,0 19,4-20,5 20,0 11,97 22-Dez-98 27,2 21,2 26,7 26,0 28,0 24,8 26,2-27,7 26,0 11,97 Fgura 3.1: Mapa da Reserva Bosfera da Mata Atlântca do Estado do Ro de Janero de 1994 (SEMA- IEF). A segunda é a aplcação que pode ser feta a partr dos valores estmados. Analsando as fguras 3.2 com o mapa de uso do solo (fgura 3.1), observamos que exste uma perfeta concordânca dos valores de fluxo de radação de onda longa com o estado da vegetação. Para todas as magens, ndependente da época do ano, os menores valores de fluxo de radação de onda longa emtdo pela superfíce terrestre ocorrem nas áreas com maor cobertura vegetal. Por consegunte torna-se possível dentfcar nas magens, através destes valores, o Parque Naconal da Floresta da Tjuca e o Parque Estadual da Pedra Branca, ambos localzados dentro da própra cdade do Ro de Janero. Portanto, mesmo dentro da cdade do Ro de Janero, dentfca-se regões mas quentes que outras, devdo a presença de áreas vegetadas na cdade. As regões de Petrópols, Teresópols, onde estão localzados o Parque Naconal da Serra dos Órgãos e a Reserva Bológca do Tngua, formados em grande parte por Floresta Ombrófla Densa de Montana, e o Parque Estadual da Serra da Trrca, localzado em Nteró, são também representados nas magens. Nas demas regões, não dotadas de uma vegetação exuberante, como nas proxmdades da cdade do Ro de Janero, Duque de Caxas, São João de Mert e na área de São Gonçalo, são encontrados os maores valores de radação de onda longa. Este resultado ndca que o método de estmatva do fluxo de radação de onda longa pode ser utlzado para a detecção de lhas de calor urbanas e provavelmente, para montorar o desenvolvmento urbano. Tal aplcação é de grande vala já que a remoção da cobertura natural da superfíce e a ntrodução de materas urbanos (ex.: concreto e metas) alteram o balanço de energa, como uma consequênca do aumento do fluxo de calor sensível em detrmento da dmnução do fluxo de calor latente. A análse acma, demonstra que os resultados do fluxo de radação de onda longa, apresentam uma boa varação de acordo com a temperatura da superfíce, a qual se espera que possua menores valores na área coberta com vegetação e maores na áreas sem vegetação ou urbanzadas. Por consegunte, é constatado que apesar do algortmo de estmatva da temperatura da superfíce possur seus coefcentes fxos para o estado e tpo da superfíce, este apresenta uma boa varação com relação a esta. 3785
8 08/06/98 19/08/98 25/11/98 31/01/99 21/03/
9 (a) Nuvem Água < >440 Fgura 3.2a: Estmatva do fluxo médo dáro de radação de onda longa emtdo pela superfíce terrestre Método de cálculo de T S de França e Cracknell (1994) (Wm -2 ). 14/07/98 19/08/98 25/11/
10 31/01/99 (b) Nuvem Água < >440 Fgura 3.2b: Estmatva do fluxo médo dáro de radação de onda longa emtdo pela superfíce terrestre Método de cálculo de T S de Becker e L (1990) (Wm -2 ). 4- CONCLUSÃO Tanto os resultados gerados pelo método de França e Cracknell (1994) quanto pelo método de Becker e L (1990) anda deverão sofrer outros testes e valdados com expermentos de campo. Mas fazendo uma préva comparação, nota-se que os dos métodos seguem um mesmo padrão quanto a dstrbução dos valores obtdos de radação de onda longa. Entretanto, percebe-se que através da utlzação do método de Becker e L (1990) resultou em valores maores de radação de onda longa, o que leva a conclur que a temperatura da superfíce obtda através desse método é mas alta. Além dsso, fo verfcado que para os meses mas secos a dferença entre os dos método é bem maor que para os meses úmdos. Isto provavelmente é devdo ao fato de que o mpacto em uma atmosfera úmda, devdo a varação da emssvdade espectral, não é tão mportante como para uma atmosfera seca. A verfcação de qual contrbução, varação da emssvdade ou das condções atmosfércas, é mas mportante para a precsão da estmatva da temperatura da superfíce será realzada na contnuação desta pesqusa. Devdo ao fato da expansão urbana possur mportantes mplcações clmátcas em todas as escalas, a tentatva da utlzação do método de estmatva do fluxo de radação de onda longa para a dentfcação de lhas de calor e para o montoramento do desenvolvmento urbano é de grande vala. Com a mudança no modelo orgnal, de toda parte referente a obtenção da temperatura da superfíce, é esperada uma melhora na precsão do método de estmatva do fluxo de radação de onda longa, já que o algortmo usado por Lagouarde e Brunet (1993) forneca, nas melhores condções, um erro de 2 K. Para uma melhor valdação do modelo, pretende-se usar em estudos futuros, dados de dferentes expermentos que têm sdo realzados, onde foram realzadas meddas de emssvdade, temperatura e radação em dversos tpos de superfíce, smulando as bandas espectras do NOAA-AVHRR. Agradecmentos: Agradecemos ao Conselho Naconal de Desenvolvmento Centífco e Tecnológco (CNPq) por fnancar parte deste trabalho, Proc /95-5. Ao Programa PIBIC-CNPq-UFRJ e ao CPTEC/INPE por dsponblzar as magens. Este trabalho faz parte do Grupo de Aplcações de Meteorológcos, UFRJ/CPTEC-INPE. 5- BIBLIOGRAFIA Becker, F., and L, Z.L., 1990: "Towards a Local Splt Wndow Method Over Land Surfaces. Internatonal Journal of Remote Sensng, vol. 11, no. 3, França, G.B., and Cracknell, A.P., 1994: Retreval of Land Surface Temperature Usng NOAA-11 AVHRR Data n North-Eastern Brazl. Internatonal Journal of Remote Sensng, vol. 15, no. 8, França, J.R.A., 2000: Utlzação dos Dados Mult-Espectras do NOAA-AVHRR para o Montoramento da Bosfera Contnental. Relatóro Técnco Centífco, MCT/CNPq, Projeto N /95 5, Brasíla, DF, 85pp. 3788
11 Lagouarde, J.P., and Brunet, Y., 1993: "A Smple Model for Estmatng the Daly Upward Longwave Surface Radaton Flux from NOAA- AVHRR Data. Internatonal Journal of Remote Sensng, vol. 14, no. 5, Lou, K.N., 1980: An Introducton to Atmospherc Radaton. Academc Press, London, 392pp. Peres, L. F. e França, J.R.A.,1998: Estmatva do Fluxo de Radação de Onda Longa Emtdo Daramente pela Superfíce Terrestre Usando Dados do NOAA-AVHRR". Anas do X Congresso Braslero de Meteorologa - VIII Congresso da Flsmet (Federação Latno Amercana e Ibérca de Socedades de Meteorologa). Brasíla, DF. 26 a 30 de Outubro de Sobrno, J.A., Col, C. and Caselles, V., 1991: "Atmospherc Correcton for Land Surface Temperature Usng NOAA-11 AVHRR Channel 4 and 5. Remote Sensng of Envronment, 38, Wan, Z., and Dozer, J., 1989: "Land Surface Temperature Measurement from Space: Physcal Prncples and Inverse Modelng". IEEE Transactons on Geoscence and Remote Sensng, vol. 27, no. 3,
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