VALIDAÇÃO DO ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMÁTICOS COMO INSTRUMENTO DE INDUÇÃO TECNOLÓGICA: CASO DO MILHO E SOJA
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1 VALIDAÇÃO DO ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMÁTICOS COMO INSTRUMENTO DE INDUÇÃO TECNOLÓGICA: CASO DO MILHO E SOJA FERNANDA OLIVEIRA ULTREMARE 1, EDUARDO DELGADO ASSAD 2 1 Graduanda em Economia, IE/Unicamp, Bolsisa Embrapa Informáica Agropecuária, Campinas SP, Fone: (xx , feulremare@gmail.com. 2 Engenheiro Agrícola, Douor, Embrapa Informáica Agropecuária CNPTIA, Campinas SP. Apresenado no XVI Congresso Brasileiro de Agromeeorologia 22 a 25 de Seembro de 29 - GranDarrell Minas Hoel, Belo Horizone, MG RESUMO: O Zoneameno Agrícola de Riscos Climáicos em conribuído, desde a úlima meade dos anos 199, para o crescimeno da produividade na agriculura brasileira, bem como para a redução das soliciações de coberura por evenos climáicos sinisranes. Baseiase em informações de solos, de clima e de planas e esima o risco climáico para cada município brasileiro. Faz pare do processo de modernização da agriculura aravés da pesquisa, em que se verifica, pelo cálculo da produividade oal dos faores, que o crescimeno da produção na lavoura em ocorrido muio mais pelo aumeno da produividade que por expansão agrícola. O objeivo dese rabalho é apresenar os eses efeuados a fim de confronar a aceleração da produividade com o período de início do zoneameno. Foram uilizados os eses esaísicos não paraméricos de Mann-Kendall e Pei com nível de significância de 5% e 1% para as culuras do milho e da soja nos esados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, enre os anos de 198 e 27. Consaou-se a rupura na série de produividade coincidene com o início do programa de zoneameno. PALAVRAS-CHAVE: zoneameno; produividade; Mann-Kendall. VALIDATION OF CLIMATE RISKS ZONING AS A TOOL FOR TECHNOLOGY INDUCTION: CASE OF CORN AND SOYBEAN ABSTRACT: Agriculural Climae Risks Zoning has conribued o growh in produciviy in Brazilian agriculure and o reducion in requess o cover agriculural losses, since he las half of 199. I is based on he informaion of soils, climae and plans and requires risks esimaes for each region in Brazil. I is par of he modernizaion process of agriculure leaded by research. By calculaing he oal produciviy of facors, you can verify ha he growh in crop producion has been much more an oucome of increasing produciviy han he resul of agriculural expansion. The objecive of his paper is o presen he ess performed o compare he period of acceleraion in produciviy wih he zoning beginning. Non-parameric saisical ess of Mann-Kendall and Pei were used wih a significance level of 5% and 1% for crops of corn and soybean in he saes of São Paulo, Minas Gerais and Paraná, beween he years of 198 and 27. I showed ha he rupure in rend produciviy coincides wih he beginning of he zoning program. KEY-WORDS: zoning; produciviy; Mann-Kendall. INTRODUÇÃO: O Zoneameno Agrícola de Riscos Climáicos surgiu em 1996 como um insrumeno de apoio à agriculura, essencialmene nos seores de crédio e seguridade rural. Consise na análise de séries hisóricas de dados meeorológicos e idenificação, dada as
2 condições de solos regionais, das áreas adequadas ao culivo e dos melhores períodos de semeadura para espécies de culivo, denro de níveis de risco pré-esabelecidos (Assad e al., 28. Nese rabalho pare-se da hipóese de que com o Zoneameno Agrícola de Riscos Climáicos que em fore papel de induor de ecnologia, houve queda dos riscos climáicos na lavoura brasileira, com conseqüene crescimeno da produividade e reornos crescenes do capial invesido. A queda dos riscos deveu-se principalmene a quaro faores: - Melhor seleção do maerial genéico, uma vez que, pelas regras do zoneameno, são financiadas somene as culivares regisradas no RNC (Regisro Nacional de Culivares do MAPA- Minisério da Agriculura Pecuária e Abasecimeno, eliminando assim o planio de grãos como semene; -Redução das alíquoas do prêmio pago ao PROAGRO no caso de se adoar sisemas de produção em planio direo; -Privilégio ao planio inensivo em solos com média e ala capacidade de reenção de água, reduzindo os riscos de perda por veranicos severos (> 1 dias; -Consideração de nível de risco inferior a 2%, ou seja, se num deerminado período de planio, em ermos probabilísicos, não esiver disponível para a plana água suficiene que evie a penalização da produividade, procura-se um novo período que enha as condições climáicas necessárias para o melhor crescimeno da culura (Rossei, 21. MATERIAL E MÉTODOS: Para idenificar a hipóese de rupura de séries, a análise foi feia em cima dos eses esaísicos não paraméricos de Mann-Kendall e Pei (Pei, 1979; Moraes e al., 1995 na série de dados de produividade para o milho e a soja nos esados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná de 198 a 27 (IBGE. Em relação aos produos com crescimeno de produção e produividade para o período em esudo (198 a 27, desaque deve ser dado à soja e ao milho, junos responsáveis aualmene por mais de 8% da paua nacional de produção de grãos (Conab, 29. A soja recebe desaque no grupo dos produos do agronegócio, sendo que as exporações do complexo soja (soja em grãos, farelo de soja, e óleo de soja cresceram 58% em um só ano, de US$ milhões em 27 para US$ milhões em 28 (Conab, 29. O ese de Mann-Kendall (Sneyers e al., 199 considera que, na hipóese de esabilidade de uma série emporal, a sucessão de valores ocorre de forma independene, e a disribuição de probabilidade deve permanecer sempre a mesma (série aleaória simples. Permiindo ambém o enconro do pono de rupura da série. Ese ese é realizado pela somaória n do número de ermos mi da série, que esá relacionado ao valor i x <, ou seja, j < são inferiores ao mesmo ( x i cujos ermos precedenes ( j x i = Ν [ n Ε( n ] n m i. Para u( = com disribuição normal e sob a hipóese nula ( i=1 var( n ausência de endência, ( Η é rejeiada quando ( de confiança. A inersecção das curvas u ( e u, ( (inversa de u ( Η de u maior que 1,96, para um nível de 95% localiza o pono de mudança se esa ocorre denro dos limies do inervalo de confiança. Ao mosrar uma endência significaiva, se as curvas do ese de Mann-Kendall se enrelaçarem várias vezes, orna-se difícil a deecção do pono em que realmene ocorreu quebra na endência. O ese de Pei (Pei, 1979 permie a localização do pono em que houve a mudança brusca na média de uma série emporal, além de calcular o nível de significância esaísica, sem se conhecer previamene o pono no empo onde ela ocorre. Nese ese a esaísica u é considerada para os valores de com 1 < Ν e expressa o, Ν número de vezes que um membro da primeira amosra supera um membro da segunda. Ν = Ν D ij i j u *, e Dij Sin( xi x j =, onde = + 1 j e Sin( x é o sinal da operação. O ese da
3 hipóese nula ( Η de não ocorrência de mudança na série é feio pelo uso da esaísica k, onde k. = 1 <Ν máx u, Ν RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os gráficos com os eses de Mann-Kendall aparecem com níveis de significância apresenados pelas reas racejadas: racejados curos para o nível de 1% (- - - e racejados longos para o nível de 5% ( _. O cruzameno enre as curvas esaísicas u ( e u, ( (pono aproximado de início deve aparecer denro dos limies de significância e a curva u( deve cruzá-los e maner-se além deles (pono em que se orna significaiva para que a endência possa ser deecada. Para as culuras do milho e da soja nos esados de São Paulo e Minas Gerais o pono de cruzameno das curvas ocorreu enre os anos de 1995 e 1996, ano de início do Zoneameno Agrícola de Riscos Climáicos nesas regiões. Em odas elas a hipóese nula de não exisência de endência significaiva foi rejeiada, com a padronização da esaísica u( denro do inervalo de confiança de 95%. O não cruzameno denro do inervalo pré-esabelecido das curvas do milho em São Paulo e do milho e da soja em Minas Gerais no ese de Mann-Kendall não anula o resulado da endência. O ese de Pei, por sua vez, aponou quebra de endência em São Paulo no período para o milho e para a soja, que apresenou ouro pico para baixo em Em Minas Gerais o ano de rupura na série foi para o milho e para a soja. Com relação ao esado do Paraná, a hipóese nula do ese de Mann- Kendall foi rejeiada ano no caso do milho quano da soja, mas o pono de rupura, ou seja, de aleração na endência de crescimeno ocorreu em 1997 para o milho e em 1994 para a soja. No enano, de acordo com o ese de Pei, o pono de quebra da endência ocorreu enre 1991 e 1992 para as duas culuras. Essas culuras apresenaram picos de queda de produividade nos anos de 1995 e Gráfico 1. Tese de Mann-Kendall para milho em São Paulo. Gráfico 2. Tese de Pei para milho em São Paulo.
4 Gráfico 3. Tese de Mann-Kendall para soja em São Paulo. Gráfico 4. Tese de Pei para soja em São Paulo. Gráfico 5. Tese de Mann-Kendall para milho em Minas Gerais. Gráfico 6. Tese de Pei para milho em Minas Gerais. Gráfico 7. Tese de Mann-Kendall para soja em Minas Gerais. Gráfico 8. Tese de Pei para soja em Minas Gerais. Gráfico 9. Tese de Mann-Kendall para milho no Paraná. Gráfico 1. Tese de Pei para milho no Paraná. Gráfico 11. Tese de Mann-Kendall para soja no Paraná. Gráfico 12. Tese de Pei para soja no Paraná. CONCLUSÕES: A agriculura brasileira passou por uma fore modernização nos úlimos 3 anos e seu crescimeno dependeu muio mais do aumeno da produividade que da expansão agrícola. A pesquisa agropecuária foi um dos principais moores nese processo de modernização e crescimeno da produividade.
5 A parir dos dados apresenados e dos eses realizados conclui-se que a produividade nas lavouras de milho e soja para os esados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná vem apresenando crescimeno acelerado desde a úlima meade dos anos 199 coincidenemene com o inicio do Zoneameno de Riscos Climáicos no Brasil. Fica evidene o fore peso do avanço ecnológico no aumeno da produividade. O fao de coincidir a quebra de rupura das séries com o inicio do Zoneameno agrícola de riscos climáicos, que em uma imporane função de induor de ecnologia, mosra que esse insrumeno em seu papel no incremeno de produividade. Como sugesão de coninuidade da pesquisa, deve-se procurar isolar o peso do clima na produção, para quanificar a real influencia da redução dos riscos climáicos no aumeno de produividade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAD, E. D.; MARIN, F. R.; PINTO, H. S.; ZULLO JUNIOR, J. Zoneameno agrícola de riscos climáicos do Brasil: base eórica, pesquisa e desenvolvimeno. Informe Agropecuário, Belo Horizone, v.29, n.246, p.47-6, 28. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Safras. Disponível em: < Acesso em: 1 mai. 29. IBGE. Produção agrícola municipal. Disponível em: < Acesso em: 1 mar. 29. MORAES, J. M.; PELLEGRINO, G.; BALLESTER, M. V.;MARTINELLI, L. A.; VICTORIA, R. L. Esudo preliminar da evolução emporal dos componenes do ciclo hidrológico da bacia do Rio Piracicaba. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 11; SIMPÓSIO DE HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS DOS PAÍ-SES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA, 2., 1995, Recife. Anais. Recife: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, p PETTITT, A.N. A non-parameric approach o he change-poin problem. Applied Saisics, London, v. 28, n. 2, p , ROSSETTI, L. A. Zoneameno agrícola em aplicações de crédio e securidade rural no Brasil: aspecos auariais e de políica agrícola. Revisa Brasileira de Agromeeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, p , 21. SNEYERS, R; VANDIEPENBEECK, M.; VANILIERDE, R.; DEMAREE, G.R. Climaic changes in Belgium as appearing from he homogenized series of observaions made in Brussels Uccle ( In: SCHIETECAT, G.D (ed. Conribuions à l éude des changemens de clima. Bruxelles: Insiu Royal Meeorologique de Belgique, 199. Publicaions Série 124. p.17-2.
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