Adriana Pereira Silva Diniz 1, José Washington de Freitas Diniz Filho 2
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- Aparecida Cortês Vasques
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1 Os efeios dos impacos da economia brasileira sobre a carga ribuária nacional The effecs of he impacs of he brazilian economy on he naional ax burden Adriana Pereira Silva Diniz 1, José Washingon de Freias Diniz Filho 2 RESUMO: A carga ribuária é um agregado macroeconômico que inibe o desempenho empresarial das empresas privadas e o desenvolvimeno da economia nacional e mundial. Assim, a presene pesquisa em como objeivo principal verificar os impacos da economia brasileira sobre a carga ribuária nacional. Para isso, serão uilizadas duas ferramenas esaísicas: a regressão linear múlipla e o veor auorregressivo (VAR); serão rabalhados, como variável dependene, a carga ribuária brasileira e, como variáveis independenes, o Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, o Consumo da Adminisração Pública, a Formação Brua de Capial Fixo e a Taxa de Câmbio no período de 1980 a Quano aos resulados, observou-se que odas as variáveis independenes demonsraram promover impacos na carga ribuária e eses esão munidos com eses de pressuposos confiáveis. Quano ao comporameno da carga ribuária, após os impacos dos agregados macroeconômicos, verificou-se que as variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública e Taxa de Câmbio promoveram comporamenos homogêneos na variável carga ribuária; conudo, a variável Formação Brua de Capial Fixo gerou um comporameno divergene dos demais agregados na carga ribuária. PALAVRAS-CHAVE: Carga Tribuária; Economia Brasileira; Veor Auorregressivo. ABSTRACT: The ax burden is a macroeconomic aggregae ha inhibis he corporae performance of privae companies and he developmen of naional and global economy. Thus, he main objecive of his research is o verify he impacs of he Brazilian economy on he naional ax burden. For his, wo saisical ools will be used: muliple linear regression and auoregressive vecor (VAR), where he Brazilian ax burden will be used as he dependen variable and as independen variables Number of Companies Regisered a BM & FBOVESPA, Public Adminisraion Consumpion, Gross Fixed Capial and Exchange Rae from 1980 o Regarding he resuls, i was observed ha all he independen variables demonsraed o promoe impacs on he ax burden and hey are equipped wih ess of reliable assumpions. Regarding he behavior of he ax burden afer he impacs of he macroeconomic aggregaes, i was verified ha he variables Number of Companies Regisered in he BM & FBOVESPA, Public Adminisraion Consumpion and Exchange Rae promoed homogeneous behavior in he variable ax burden, however he variable Gross Fixed Capial Formaion generaed a divergen behavior of he oher aggregaes in he ax burden. KEYWORDS: Tax Charge; Brazilian economy; Vecor auoregressive. 1 Acadêmica do 3º período do curso de Ciências Conábeis da Universidade Ceuma e volunária do Grupo de Pesquisa Conabilidade, Sociedade, Esado, Políica e Gesão - GPCONT do curso de Ciências Conábeis. adrijwsilva@homail.com 2 Mesre em Adminisração pela Universidade Federal de Sana Maria (UFSM). Professor de Pós-Graduação e Graduação da Universidade Ceuma (Uniceuma). Líder do Grupo de Pesquisa Conabilidade, Sociedade, Esado, Políica e Gesão - GPCONT do curso de Ciências Conábeis da Universidade Ceuma (Uniceuma). Conador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). jwfdf@homail.com 101
2 1 INTRODUÇÃO A esruura e o comporameno do sisema ribuário nacional são basane complexos, pois envolvem elemenos que vão além da elevada carga ribuária aé chegar aos cusos causados à empresa; problema que, de longa daa, apresena inensa discussão na economia brasileira. Desde a primeira vez que se aferiu o impaco da carga ribuária sobre a economia nacional, em 1947, cuja paricipação foi 13,8% do Produo Inerno Bruo (PIB), observou-se uma clara endência expansiva da arrecadação pública. Conforme desaca Rosa (2007), após 1988, decorrene da promulgação do Sisema Tribuário Nacional e da Consiuição Federal de 1988, ocorreu um dos períodos de maior expansão da carga ribuária nacional. Por ouro lado, segundo Varsano (1998), movimeno diferenciado, na evolução da carga ribuária brasileira, verificou-se, no início da década de 1990, quando a arrecadação superou os 25% em 1991, paamar manido aé 1993, ao ser implanado, no Brasil, o novo modelo que resularia na permissão ao país para a susenação da esabilidade econômica. Em linhas gerais, conforme apona Filho (2017), esse agregado macroeconômico reflee sobre nossa economia e raz consigo algumas desvanagens, ais como: desfavorecer a produção, inibir o crescimeno econômico, reduzir os invesimenos; e, como consequência, lesa o poder econômico-financeiro de um país. Dessa forma, compreender o sisema ribuário nacional não é arefa fácil. O emaranhado de leis fiscais que exise, somado à burocracia inerene à cobrança do ribuo, orna-se um grande ofensor para o desenvolvimeno econômico do país. Cabe aponar que a arrecadação ribuária crescene reflee na economia e nas organizações como inibidores de crescimeno, conforme discuem Saniago e Silva (2006), endo na aividade agregada, nos invesimenos e no consumo, sobremaneira, seus efeios mais pronunciados. Diane do exposo, preende-se equacionar a seguine problemáica: já que a carga ribuária promove impacos na economia nacional, quais são os efeios que a Economia Brasileira promove na Carga Tribuária nacional? Cabe desacar que o Brasil possui uma das maiores cargas ribuárias do mundo. Dados do IBPT (Insiuo Brasileiro de Planejameno Tribuário) aponam que o país possui cerca de 33.4% da carga ribuária em relação ao nosso PIB (Produo Inerno Bruo), o qual é o valor de mercado de odos os bens de serviços finais produzidos denro de uma economia pelo período de um ano. Sachsida (2011) revela que os efeios gerados pelo aumeno da carga ribuária sobre o PIB, além de ocasionar resulados negaivos, implica, de forma exremamene ríspida, a economia no que se refere ao crescimeno em longo prazo. Enende-se que, mais grave do que a redução do 102
3 PIB, é o fao de que o aumeno da carga ribuária resula em um impedimeno para o crescimeno em longo prazo da economia, no Brasil, dos esados e dos municípios. Dessa forma, a presene pesquisa em como objeivo principal evidenciar os impacos que a economia nacional promove na carga ribuária brasileira. Para isso, será realizada uma regressão linear múlipla enre as variáveis independenes (Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio) e a variável dependene (Carga Tribuária Brasileira) no período de 1980 aé Além disso, será uilizada a modelagem Veor Auorregressivo (VAR) que objeiva verificar o impulsoresposa enre as variáveis macroeconômicas e a carga ribuária brasileira. Nessa eseira, Khair, Araújo e Afonso (2005) analisaram o comporameno da carga ribuária e do produo agregado na economia nacional, pois confronaram o aumeno real do PIB e da receia ribuária e verificaram que, no período pós-consiuine ( ), o incremeno da carga ribuária equivaleu a 79% do crescimeno do PIB; enquano que, no período pós-real ( ), a mesma relação foi de 75%. Já no período pós-crise cambial ( ), a arrecadação cresceu em valores absoluos 3% a mais do que o produo inerno gerado nesse mesmo período. Nesse ambiene, verifica-se que há inúmeros esudos realizados sobre a carga ribuária brasileira, em diversas áreas e com diferenes enfoques, dada a sua imporância nas decisões políicas e econômicas. Enreano, muio se em ainda a discuir, sobremaneira, no que ange aos impacos da arrecadação pública sobre a dinâmica da economia brasileira, em paricular quando são considerados os principais agregados econômicos, aspeco esse que jusifica e se consiui na principal conribuição da pesquisa. Além disso, o presene rabalho esá esruurado em quaro seções, além desa inrodução. Na segunda, é apresenado o referencial eórico. Na erceira, os procedimenos meodológicos uilizados são mosrados. Na quara, é relizada a análise dos resulados que foram enconrados na pesquisa e por fim, na úlima seção, apresenam-se as principais conclusões do rabalho. 2 METODOLOGIA 2.1 Tese de Raiz Uniária Anes da aplicação da regressão linear múlipla e do veor auorregressivo (VAR) sobre as variáveis macroeconômicas brasileiras, buscou-se deerminar as propriedades das séries, a parir da consaação dos eses de esacionariedade, com o escopo de verificar a presença ou não de raíz 103
4 uniária; para isso, uilizou-se o ese Augmened Dickey- Fuller (ADF). Para Bueno (2008) e Hill (2010), ese ese em, na hipóese nula, a presença de raiz uniária ou não esacionariedade da série, conforme se pode consaar na equação em (1): Y py 1 u -1 p 1 (1) Logo, sendo p = 1, o modelo se orna um passeio aleaório (sem deslocameno). Se p, de fao, for igual à unidade, se esá diane do problema de raiz uniária, siuação de não esacionariedade, iso é, nesse caso, a variância de Y é não-esacionária. 2.2 Regressão Linear Múlipla Depois de apresenada a ferramena, que será uilizada para verificar a esacionariedade da série emporal, definiu-se o modelo analíico, o qual permie verificar quais variáveis independenes influenciam no agregado macroeconômico carga ribuária, de forma a idenificar os efeios de ais relações. A proposição sugesionada refere-se ao fao de que assim como a carga ribuária nacional promove impacos na economia brasileira, conforme esudo realizado por Filho e Filho (2017), pode ser que a economia nacional promova ambém impacos na carga ribuária brasileira. Assim, o modelo empírico apresena a seguine especificação, conforme a Equação (2): Y X X X... X i 0 1 1i 2 2i 3 3i p pi i (2) Em que Y i assume a variável dependene carga ribuária brasileira; X as variáveis independenes Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio; e aleaório, o qual assume média zero e variância consane. corresponde ao ermo de erro 104
5 2.3 Veor Auorregressivo (Impulso Resposa) Sendo o objeivo do rabalho verificar os efeios, na carga ribuária, após os impacos da economia nacional, uilizou-se a modelagem Auoregressive Vecor (VAR) que descreve a dinâmica da evolução de um conjuno de variáveis a parir de uma rajeória comum, sendo assim, consisene com um sisema de equações. Logo, nessa modelagem, odas as variáveis incluídas são consideradas endógenas. O ermo auorregressivo se deve ao aparecimeno do valor defasado da variável dependene no lado direio e o ermo veorial ao fao de se raar de um veor de duas ou mais variáveis. Maemaicamene, o modelo VAR é descrio pela equação em (3): Y n n 0 Y j X j (3) i 1 i 1 Em que Y define a variável dependene ou exógena; Y j são os valores defasados da variável dependene; X é uma mariz de variáveis incluídas no modelo: al que X ( X, X 2,..., X 1 n ) ; é um veor de parâmeros do modelo; e são as perurbações aleaórias não correlacionadas enre si conemporâneas ou emporalmene, sendo que as perurbações são ~ i. i. d.(0, ²). A parir da especificação do modelo VAR, orna-se possível a análise das funções impulsoresposa e da decomposição da variância, funções que permiem verificar as relações-efeios que os agregados macroeconômicos Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio exercem sobre a carga ribuária. 2.4 Decomposição da Variância De acordo com Enders (2010), a decomposição de variância fornece o percenual do erro da variância previsa, aribuída aos choques de uma deerminada variável versus os choques nas ouras variáveis do sisema. Se os choques observados, numa variável z, não são capazes de explicar a variância do erro de previsão da variável y, diz-se que a sequência y é exógena; caso conrário, diz-se que a sequência é endógena. 105
6 A decomposição da variância dos erros de previsão mosra a evolução do comporameno dinâmico, apresenada pelas variáveis do sisema econômico, ao longo do empo, iso é, permie separar a variância dos erros de previsão, para cada variável, em componenes que podem ser aribuídos por ela própria e pelas demais variáveis endógenas, isoladamene, ao apresenar, em ermos percenuais, qual o efeio que um choque não anecipado, sobre deerminada variável, em sobre ela própria e as demais variáveis perencenes ao sisema (BUENO, 2008). 2.5 Colea dos Dados e Consrução da Base de Dados Para o desenvolvimeno do modelo proposo, foi uilizado um conjuno de variáveis que inclui a carga ribuária, o Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, o Consumo da Adminisração Pública, a Formação Brua de Capial Fixo e a Taxa de Câmbio. Todas as variáveis foram coleadas no sie do Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada, com correspondene período de 1980 a 2015, endo periodicidade anual. Saliena-se que al período se refere à disponibilidade inegral de informações enconradas. Ademais, para a análise de efeios reais, as séries foram deflacionadas pelo Índice Geral de Preços Disponibilidades Inernas e calculadas pela Fundação Geúlio Vargas. As séries, como ambém as definições e as unidades de medida, esão exposas no Quadro 1. Quadro 1: Variáveis, definições e unidades de medidas VARIÁVEL UNIDADE DE MEDIDA DEFINIÇÕES UTILIZADAS NO MODELO EMPÍRICO Carga ribuária % CT Número de empresas regisradas na Unidades BM&FBOVESPA BM&FBOVESPA Consumo da adminisração pública R$ milhões ou bilhões CAP Invesimeno R$ milhões ou bilhões FBCF Taxa de câmbio % TC Fone: Elaborada pelos auores. 3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS 3.1 Análise dos Efeios na Carga Tribuária Após Impacos da Economia Brasileira Para aender aos objeivos proposos, seguiu-se um conjuno de procedimenos esaísicos. A parir disso, inicialmene, averiguou-se a ordem de inegração das séries uilizadas por meio dos eses de esacionariedade. A esacionariedade ou não das séries macroeconômicas foi verificada a 106
7 parir da uilização do ese Dickey-Fuller Aumenado (ADF) em nível e em diferença; sendo que os resulados esão exposos na Tabela 1. De forma geral, os resulados indicam que odas as variáveis: Carga Tribuária, Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio são não esacionárias em nível. Logo, possuem raiz uniária, ao considerar-se o nível de 5% de significância. Nesse senido, fez-se necessário esimar as séries em primeira diferença, procedimeno que gerou resulados indicaivos de que inexise raiz uniária; dessa forma, as séries são esacionárias ao nível de 5% de significância, porano consideradas inegradas de ordem um I(1). Tabela 1: Resulados do ese de raiz uniária (ADF) para as séries econômicas analisadas enre 1980 e 2015 em nível e em diferença. Em nível Em diferença Variável Esaísica Valor Esaísica Valor Def. Def. Tese Críico (5%) Tese Críico (5%) CT 8-2,5355* ,6688* -4,2967 BM&FBOVESPA 8-2,4796* ,2024* -4,2967 CAP 8-2,6421* ,4163* -4,2967 FBCF 8-2,4796* ,2024* -4,2967 TC 8-2,8971* ,6939* -4,2845 Fone: Resulados da pesquisa com base no sofware Grel. Elaborada pelos auores. Após verificar-se o comporameno da esacionariedade das variáveis macroeconômicas uilizadas na pesquisa, agora o rabalho visa idenificar quais variáveis influenciam no comporameno da carga ribuária brasileira. O primeiro passo, em nosso esudo, é verificar o ese F de significância global, pois ese objeiva perceber se a modelagem que se uiliza é úil para explicar a influência das variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio sobre a variável dependene Carga Tribuária. Conforme se observa na abela 02, o valor P do ese F do modelo apresena um valor de 0,001819; isso significa, esaisicamene, que pelo menos uma das variáveis macroeconômicas impaca na carga ribuária nacional e que a modelagem pode ser uilizada na pesquisa. Logo em seguida, verificou-se o ese de significância individual com o objeivo de perceber o grau de influência de cada variável independene sobre a carga ribuária. Sendo assim, para que uma variável independene explique a variável dependene, o seu P valor em que ser menor que 5%. Assim, na abela 02, consaa-se que as variáveis independenes Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial 107
8 Fixo e Taxa de Câmbio são esaisicamene significanes, já que o Valor P é menor que o nível de significância de 0,05. Dessa forma, rejeia-se a hipóese nula e conclui-se que esas variáveis são esaisicamene significaivas e que influenciam o comporameno da carga ribuária nacional, pois apresenam um P valor de 0,0325, 0,0351, 0,0032 e 0,0423, respecivamene. Cabe aponar que a variável Consumo da Adminisração Pública apresena um sinal β posiivo, o que significa que há uma relação direa enre essa variável macroeconômica e a carga ribuária. Enreano, comporameno conrário foi observado nas variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio, já que esas apresenaram um coeficiene negaivo, pois informou-se que há uma relação inversa enre elas e a carga ribuária. O próximo passo foi verificar os valores de R² e R² ajusado, em que o escopo foi idenificar quano as variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio explicam a carga ribuária. Conforme resulados enconrados, na abela 02, as variáveis independenes explicam 43% da variável carga ribuária. Tabela 02: Resulados do Modelo de Regressão com erros-padrão Robusos Variáveis β Valor P Número de Observações 35 BM&FBOVESPA - 0, ,2539 0,0325 F(4,27) 5, CAP 1,2566e-05 2,2190 0,0351 P valor (F) 0, FBCF - 6,79759e-06-3,2371 0,0032 R² 0, TC - 0, ,1310 0,0423 R² Ajusado 0, Consane - 0, ,2459 0,8076 Fone: Resulados da pesquisa com base no sofware Grel. Elaborada pelos auores. Por fim, foi empregado, ao modelo esaísico, o ese de Heeroscedasicidade de Whie, endo por objeivo verificar a consância da Variância dos resíduos. Além disso, complemenarmene, foram aplicados à modelagem os eses de Normalidade dos resíduos e de Mulicolinearidade para consaar se as variáveis não fornecem informações semelhanes. Ao observar-se a abela 03, descobriu-se que o modelo não apresena problemas de Heeroscedasicidade, pois o seu Valor P regisra uma imporância de 0,10 e o nível de significância é acima de 0,05. Isso significa que a variância, enre os resíduos, maném-se em odo o especro das variáveis independenes e há Homocedasicidade na variância dos resíduos. 108
9 No ese de Normalidade, achou-se um Valor P de 0,28, o que significa que, na modelagem apresenada, não se rejeia a hipóese nula, pois se raa de uma disribuição normal e, assim, se cumpre o pressuposo de normalidade, já que o nível de significância é de aé 0,05. Quano ao ese de Mulicolinearidade, enconrou-se uma média enre as rês variáveis independenes de 2,35 do VIF (faores de inflação da variância), o que leva a concluir que os resulados da regressão não apresenam problemas de Mulicolinearidade. Conforme Gujarai (2006), quano maior o valor do VIF de uma variável independene, maior a Colinearidade dessa variável. Tabela 03: Teses dos Pressuposos Pressuposos Ho Valor P Nível de Significância Normalidade dos resíduos Normalidade dos resíduos 0,29 0,05 Heeroscedasicidade de Whie Variância dos resíduos é consane 0,10 0,05 Mulicolinearidade FIV < 10 não há problema de Mulicolinearidade 2,34 N/A Fone: Resulados da pesquisa com base no sofware Grel. Elaborada pelos auores. Depois de analisadas as propriedades esaísicas das séries, procedeu-se a esimação da modelagem VAR, a parir da qual se obiveram as funções de resposa a impulsos e à decomposição da variância dos erros de previsão. Os resulados das referidas funções, conforme Figura 1, foram obidos, pois se consideraram as séries em diferença e a uilização do choque de um desvio padrão. Figura 1: Resulados das funções impulso resposa da Carga ribuária a um choque nas Variáveis Macroeconômicas, Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio. resposa de d_carga a um choque em d_naempresas, com inervalo de confiança boosrap resposa de d_carga a um choque em d_fbcf, com inervalo de confiança boosrap 0,6 0,4 Inervalo de confiança de 90 por ceno esimaiva ponual 1,2 1 Inervalo de confiança de 90 por ceno esimaiva ponual 0,8 0,2 0,6 0 0,4-0,2 0,2-0,4 0-0,2-0,6-0,4-0,8-0, , anos anos 109
10 resposa de d_carga a um choque em d_cons_adm, com inervalo de confiança boosrap resposa de d_carga a um choque em d_cambio, com inervalo de confiança boosrap 1 Inervalo de confiança de 90 por ceno esimaiva ponual 0,8 0,6 Inervalo de confiança de 90 por ceno esimaiva ponual 0,5 0,4 0, ,2-0,5-0,4-0,6-1 -0,8-1 -1,2-1, anos anos Fone: Resulados da pesquisa com base no sofware Grel. Elaborada pelos auores. Ao fazer-se uma análise geral da reação da Carga Tribuária, após os impacos nos agregados macroeconômicos, consaa-se que a maioria das variáveis, no caso o Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública e Taxa de Câmbio, provocou um comporameno decrescene acenuado na variável carga ribuária no primeiro período. Enreano, a variável Formação Brua de Capial Fixo fez com que a carga ribuária apresenasse, no primeiro ano, um comporameno ascendene. Ao parir-se para uma análise individualizada, após os impacos nos agregados macroeconômicos sobre a carga ribuária, inicia-se com a variável Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, a qual promoveu na carga ribuária, conforme figura 01, uma endência decrescene nos períodos de 0 a 1 e de 3 a 5. Porém, no período de 1 a 3, consaa-se um comporameno ascendene da carga ribuária e um período de consância a parir do quino período. Quano ao comporameno da carga ribuária, após os impacos na variável Formação Brua de Capial Fixo, consaa-se uma endência adversaiva em relação às demais variáveis macroeconômicas. Nos períodos de 0 a 1 e 3 a 5, a carga ribuária demonsrou um comporameno ascendene; conudo, no período de 1 a 3, foi observado um comporameno abrupo decrescene. A parir do período 5, percebeu-se uma consância na endência da variável carga ribuária, conforme abela 01. Nessa linha, Francini (2013) sugere que o pleno desenvolvimeno de uma economia necessia de uma mudança na realocação dos recursos disponíveis em direção à ampliação dos invesimenos. Esa ampliação e a consequene susenação de axas elevadas de crescimeno 110
11 exigem alerações na dinâmica dos gasos correnes do Governo, com o objeivo de ampliar o invesimeno público, limiar a expansão da carga ribuária e maner a axa de juros em níveis inernacionais. Na variável Consumo da Adminisração Pública, o comporameno da carga ribuária não foi muio diferene da variável anerior, pois apresenou um comporameno decrescene nos período de 0 a 1 e de 2 a 5. Conudo, no período de 1 a 2, consaou-se um comporameno ascendene da carga ribuária, conforme abela 01, e uma endência consane a parir do quino período. Sobre essa discussão, Pereira (2010), ao analisar a incidência da aividade do seor público, com ênfase para a políica fiscal, sobre a disribuição de renda, evidencia que ão imporane quano os efeios dos ribuos são, ambém, os efeios dos gasos do Governo. Nesse senido, para o apropriado funcionameno do Esado, é essencial a gesão adequada das finanças públicas. Para Sachsida (2011), do pono de visa econômico, o crescimeno esaal gera a necessidade do aumeno da carga ribuária. Conudo, o aumeno desa orna o recebimeno dos bens públicos mais onerosos para os rabalhadores; consequenemene, há a necessidade de despender mais horas de rabalho para pagar o maior nível de imposos. Para a úlima variável impacada, no caso a Taxa de Câmbio, ao verificar-se o que ocorre com o agregado macroeconômico carga ribuária, foi observado o mesmo comporameno que nas variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA e Consumo da Adminisração Pública, ou seja, um comporameno decrescene nos períodos de 0 a 1 e de 2 a 5. Enreano, consaou-se uma endência ascendene no período de 1 a 2 e uma consância a parir do período 5. Ao explicar o exposo, Filho (2017) desaca que a depreciação cambial, resulane de choques na ribuação, pode denoar as dificuldades da economia em coner os desequilíbrios do seor público. Em ouras palavras, refleiria a desconfiança exerna em relação à solidez da economia. Enreano, a análise isolada dessa relação é limiada, dado que o enendimeno passaria por um exame conjuno de diversos aspecos, os quais envolveriam, além da políica fiscal, as políicas moneária e cambial. Todavia, o que se pode discuir é que políicas fiscais expansionisas de elevação de alíquoas, ao impor cusos adicionais, diminuiriam a produção e, por sua vez, os fluxos de comércio seriam afeados pela redução da compeiividade dos produos domésicos. Por fim, em coninuidade à análise, em-se a decomposição da variância dos erros de previsão (ver Figura 02), a qual fornece a paricipação do erro da variância (previsa), aribuída aos choques de uma deerminada variável sobre as ouras variáveis do sisema. Quano à carga ribuária, observa-se que, nos primeiros períodos, a variância é explicada, em grande medida, pelo 111
12 próprio comporameno da ribuação. Ao longo do empo, ganham imporância o consumo da adminisração pública, a axa de câmbio e a formação brua de capial fixo. Já a variável número de empresas regisradas na BM&FBOVESPA apresenou efeio reduzido sobre os erros de previsão da carga ribuária brasileira. Figura2: Resulados da Decomposição da Variância dos Erros de Previsão da Carga Tribuária decomposição da variância da previsão para d_carga d_carga d_naempresas d_fbcf d_cons_adm d_cambio 100 d_carga d_naempresas d_fbcf d_cons_adm d_cambio 80 decomposição da variância da previsão para d_carga anos anos Fone: Resulados da pesquisa com base no sofware Grel. Elaborada pelos auores. CONSIDERAÇÕES FINAIS A esruura e o comporameno do sisema ribuário nacional são basane complexos, sendo que envolvem elemenos que vão além da elevada carga ribuária aé chegar aos cusos causados à empresa; problema que, de longa daa, apresena inensa discussão na economia brasileira. Diane do exposo, a presene pesquisa em com objeivo principal evidenciar os impacos que a economia nacional promove na carga ribuária brasileira. Para isso, realizou-se uma regressão linear múlipla enre as variáveis independenes (Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio) e a variável dependene (Carga Tribuária Brasileira) no período de 1980 aé Além disso, uilizou-se a modelagem Veor Auorregressivo (VAR) que objeivou verificar o impulsoresposa enre as variáveis macroeconômicas uilizadas na pesquisa e a carga ribuária brasileira. 112
13 Quano aos resulados da regressão múlipla, consaou-se que as variáveis independenes Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública, Formação Brua de Capial Fixo e Taxa de Câmbio demonsraram, num primeiro momeno, impacar na carga ribuária brasileira, uma vez que odos os p valores apresenaram valores abaixo de 0,05. Além disso, com o fio de corroborar os impacos da economia brasileira sobre a carga ribuária nacional e verificar os efeios desses impacos, aplicou-se, sobre as variáveis esudadas, o VAR, a parir do qual se obiveram as funções de resposa a impulsos. Nos resulados, observou-se que as variáveis Número de Empresas Regisradas na BM&FBOVESPA, Consumo da Adminisração Pública e Taxa de Câmbio fizeram com que a carga ribuária brasileira apresenasse, nos primeiros períodos, uma endência decrescene; depois iniciava-se uma comporameno ascendene e, por fim, uma consância em seu desenvolvimeno. Comporameno conrário foi verificado no impaco da variável Formação Brua de Capial Fixo sobre a carga ribuária, já que, nos primeiros períodos, houve uma endência crescene na variável carga ribuária, mas depois um abrupo declínio no comporameno desa aé apresenar uma endência de uniformidade no comporameno da variável. Sendo assim, esudos, cada vez mais aprofundados sobre os efeios e o comporameno do agregado macroeconômico carga ribuária, podem gerar ferramenas de conrole e adminisração desse grande inibidor de crescimeno da economia brasileira e mundial para os gesores públicos e privados. Para a realização de novas pesquisas, sugere-se a uilização de invesigações mais específicas nos efeios desse agregado na área empresarial e ambém na área pública. REFERÊNCIAS ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Manual de direio ribuário. Rio de Janeiro: Impeus, BUENO, R. L. S. Economeria de séries emporais. São Paulo: Cengage Learning, ENDERS, W..Applied economeric ime series. New York: John Wiley and Sons, FILHO, J.W.; FILHO, R. B. UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E DOS EFEITOS DA CARGA TRIBUTÁRIA NA ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DE 1980 A RAGC, v.5, n.20, p Minas Gerais: FILHO, J. W. F. D.. A Carga Tribuária Na Economia Brasileira. Ediora Lexia: São Paulo,
14 FRANCINI, P. A quesão ribuária como obsáculo ao desenvolvimeno.ineresse Nacional, ano 5, n. 20, jan./mar Disponível em: <hp://ineressenacional.uol.com.br/index.php/edicoesrevisa/a-quesao-ribuaria-como-obsaculo-ao-desenvolvimeno/>. Acesso em: 28 fev HARADA, K. Direio financeiro e ribuário. 20. ed. São Paulo: Alas, HILL, R. C.. Economeria. São Paulo: Saraiva, 2010 KHAIR, A.; ARAUJO, E. A.; AFONSO, J. R. R.. Tribuos e juros: as duas grandes cargas na economia Disponível em: < Acesso em: 14 de março de 2014 LOPES, M. L. R. Direio ribuário brasileiro. Rio de Janeiro: Impeus, PEREIRA, J. M. Gesão das políicas fiscal e moneária: os efeios colaerais da crise mundial no crescimeno da economia brasileira. Observaório de la Economia Lainoamericana, n. 148, Disponível em: hp:// Acesso em: 17 mar ROSA, D. D. A evolução da carga ribuária no Brasil. Âmbio Jurídico, Disponível em: <www. ufsm. br/direio/arigos/ribuário/, egov.ufsc.br>. Acesso em: 15 de novembro de SASCHIDA, A. Como os Imposos Afeam o Crescimeno Econômico?. Brasil: Economia e Governo, Disponível em: <hp:// org.br/2011/03/16/como-osimposos-afeam-o-crescimeno-economico/ >. Acesso em: 01 dez SANTIAGO, M. F.; SILVA, J. L. G. Evolução e composição da carga ribuária brasileira. Revisa Brasileira de Gesão e Desenvolvimeno Regional, Taubaé, v. 2, n. 1, p , jan./abr SABBAG, E. Manual de direio ribuário. 4. ed. São Paulo: Saraiva, SANTIAGO, M. F.; SILVA, J. L. G. Evolução e composição da carga ribuária brasileira. Revisa Brasileira de Gesão e Desenvolvimeno Regional, Taubaé, v. 2, n. 1, p , jan./abr SASCHIDA, A. Como os Imposos Afeam o Crescimeno Econômico? Brasil: Economia e Governo, Disponível em: <hp:// >. Acesso em: 01 dez VARSANO, R. e al. Uma análise da carga ribuária do Brasil. Texo para discussão, Rio de Janeiro, n. 583,
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