Id. Acordam no Tribunal da Relação do Porto. 1. A Ap.a intentou acção de divórcio contra o Ap.e:

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ACÓRDÃO Nº 40 /03 15 Jul. 1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 29/03. (Processo nº 3372/02) SUMÁRIO DO ACÓRDÃO

REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL CONSTITUCIONAL ACÓRDÃO N. 532/2019. Em nome do Povo, acordam, em Conferência, no Plenário do Tribunal

Ap.e. Ap.a: Acordam do Tribunal da Relação de Évora

4. Respondeu a A. que o prazo se conta da data da regularização do sinistro.

Transcrição:

PN 1288.001; AP: TC Família Porto, 1º J; Ap.e2: Ap.a3: Id. Acordam no Tribunal da Relação do Porto 1. A Ap.a intentou acção de divórcio contra o Ap.e: (a) O R., desde 1995, não contribui para as despesas domésticas senão com quantias irrisórias; (b) Contrai dívidas de jogo excessivas, onerando em demasia o património do casal; (c) Manteve uma ligação sentimental com outra mulher, quando abandonou o lar conjugal; (d) Os conjuges têm actualmente vidas separadas, sendo da vontade da A. não reatar relações matrimoniais; (e) O R. ameaça a A., determinando-lhe insegurança e medo. 2. O R. contestou: 1 Vistos: Dr. (175) Dr. (972). 2 Adv. Dra.. 3 Adv. Dr.. 1

(1) o casamento não se gorou, não pretendendo de modo algum que seja dissolvido; (2) aliás, os factos imputáveis ao R. não prejudicam definitiva e irremediavelmente a possibilidade de vida em comum; (3) foi e é sempre o R. que tem mais facilidade no relacionamento com os filhos do casal, que não compreendem (têm-no dito) a decisão da A. de querer divorciar-se; (4) era ele quem os deitava, tratava deles, os ensina e leva ao médico; (5) sempre colaborou nas lides domésticas, com excepção de dar a ferro e cozinhar, tarefa esta contudo da sogra; (6) continua a ser o R. quem faz as compras da casa, bem como das roupas para o filho e para o casal; satisfaz ainda as despesas médicas e farmacêuticas, de água e luz, nunca tendo faltado com o necessário para a família; (7) por outro lado é a A. que, durante as discussões, de cabeça perdida, o agride fisicamente e o insulta: cabrão, mereces um par de cornos; (8) a A. também sempre colaborou nas dividas contraídas, pois era ela que tinha por mau hábito contrair empréstimos a particulares, por juro elevadíssimo, quer para o casal, quer para terceiros; (9) já deixou o vício do jogo. 3. Ficou provado: (a) A. e R. casaram em 81.05.24; (b) Deste casamento nasceram os filhos,, 80.12.29, e 89.08.12; (c) Em Out. 1996, o R. saiu de casa tendo estado ausente pelo menos duas semanas, após o que regressou; (d) O R. passou a contribuir para as despesas domésticas com Pte. 40 000$00, o que para a A. não era suficiente; (e) Contrai dividas à revelia da A., perante terceiros (bancos, particulares e casas de penhor), que não paga; 2

(f) O R. é frequentador assíduo do Casino de Espinho, onde gasta o dinheiro que ganha e ainda o que pede emprestado; (g) Ameaça a A. dizendo que acaba com ela, o que muito a angustia, causando-lhe enormes receios. 3.1. Consta da motivação: os depoimentos foram claros, coerentes e isentos; tiveram-se em consideração ainda os documentos juntos, nomeadamente uma cautela de penhor da aliança de casamento da A. e de uma pulseira em ouro, 10 cheques de quantias elevadas, sobrescritos por esta. 4. A sentença recorrida decretou o divórcio, com culpa exclusiva do R.: o R. tomou atitudes que permitem dizer ter violado o dever de respeito com a A., por forma reiterada e grave, não sendo exigível àquela que em tais condições mantenha a vida em comum, contra vontade, conclusão que resulta de critério de moderada razoabilidade, face aos padrões médios hoje em dia vigentes; Para além dos factos imputados ao R., nada de relevante se apurou com respeito à A., e que possa ser desfavoravelmente ponderado em relação a esta; por isso, obviamente culpado (art. 1787º /1 CC) 5. Este, não se conformado, concluiu: (a) A acção foi julgada procedente e o R. dado como único culpado; (b) Porém a decisão recorrida descurou a apreciação dos documentos juntos pelo Ap.e4, que não foram impugnados; (c) Por isso, a haver violação dos deveres conjugais, seria por parte da A. (dever de assistência), não por parte do R. (dever de respeito); (d) A violação do dever de respeito, indexada à resposta ao último quesito, é muito vaga: ficou provado que o R. nunca agrediu física e moralmente a A.; é 4 O R. foi quem juntou os cheques aludidos na motivação das respostas aos quesitos. Fê-lo com intuito de contraprovar Q.6: o R. contrai dividas à revelia da A., perante terceiros que não paga?. 3

pois muito vaga a ameaça, dizer que acaba com ela, sabendo a parte contrária que tal nunca aconteceria; (e) Não houve violação dos deveres conjugais que, pela sua gravidade e reiteração, comprometesse a possibilidade de vida em comum; (f) Aliás o casal continua a viver na mesma casa, fala-se, convive e relacionase amigavelmente; (g) Por fim, a sentença recorrida não indicou os factos em que baseou a culpa do R., e deve ser anulada nos termos do art. 712º /4 CPC. 6. Nas contra alegações disse-se: a sentença recorrida deve ser mantida, porque está elaborada em harmonia com as respostas dadas pelo Tribunal, que não têm qualquer contradição ou defeito. 7. O recurso está pronto para julgamento. 8. Estando em causa não só a declaração do cônjuge culpado mas ainda a decisão, em si mesma, de decretamento do divórcio, o recorrente acaba por fazer apelo aos poderes de ofício do Tribunal de Recurso, com vista, cremos assim, a uma ampliação da matéria de facto, não tendo todavia criticado ou impugnado a base instrutória. É possível na verdade este esquema recursivo. E é justificado, como veremos, ponderar, em face do que ficou alegado na contestação, e não foi ao questionário, se há interesse útil numa reformulação da peça. Apenas foi quesitado que o R. contribuía com Pte. 40 000$00/mês para as despesas doméstica, o que a A. reputava de insuficiente. O segmento destacado é demasiadamente ambíguo, podendo conotar um mero juízo de valor, ou uma situação objectiva de carência, pensada nessa objectividade pela A. Admitindo que é este último sentido que vale, mas mesmo que se elimine, aceitando a 1ª perspectiva, sempre teria de ser quesitado se correm pelo R., como ele aduziu, as compras da casa, bem como das roupas para os filhos e para o casal; ainda as Juntou também dois recibos de electricidade, nos montantes respectivos de Pte. 10 507$00 e Pte. 11 589$00, para contraprova de Q.4: passou a contribuir para as despesas domésticas com 40 c. mensais, o que para a A. não era suficiente?. 4

despesas médicas e farmacêuticas, de água e luz. Trata-se de uma posição radicalmente contrária à da A., que deve ser averiguada, para se aferir do cumprimento ou incumprimento do dever de assistência. Também quanto, e nesta perspectiva, a saber se sempre colaborou nas lides domésticas, com excepção de dar a ferro e cozinhar, tarefa esta contudo da sogra, matéria não quesitada. Apenas foi quesitado ainda que o R. contrai dividas à revelia da A., mas não que a A. também sempre colaborou nas dividas contraídas; que tinha por hábito pedir empréstimos a particulares, por juro elevadíssimo, quer para o casal, quer para terceiros. Do mesmo modo, estamos perante versão contraditória e significativa no sentido de se poder apurar o real quadro da instabilidade financeira do casal, suas causas e relevância para a autorização do divórcio. Foi quesitado: o R. é frequentador assíduo do Casino de Espinho, onde gasta o dinheiro que ganha e ainda o que pede emprestado; mas não que tenha deixado já o vício do jogo. É importante para caracterizar o relevo da atitude do marido, frente à vida familiar e conjugal. Não foi quesitado que a A., durante as discussões, agride o R. fisicamente e o insulta: cabrão, mereces um par de cornos, mas apenas que o R. ameaça a A. dizendo que acaba com ela. Ora, as agressões e insultos por parte desta têm pelo menos interesse no domínio da fixação da culpa, muito embora não sejam significativos, na perspectiva do R., para pôr em causa a relação matrimonial. Por outro lado, mas não levado ao questionário, e já que a família instituída pelo casamento não deixa de ser um valor a ter em conta no quadro da ruptura matrimonial, parece não ser despiciendo, nomeadamente para se aferir da intensidade das faltas conjugais, apurar se foi e é sempre o R. que tem mais facilidade no relacionamento com os filhos do casal; que não compreendem a decisão da A. de querer divorciar-se; se era ele quem os deitava, tratava deles, os ensina e leva ao médico. Convencemo-nos por conseguinte que é necessária a ampliação da matéria de facto no sentido proposto, o que é lícito decidir nos termos do disposto no art. 712º /4 CPC. Esta circunstância dispensa-nos de sopesar os restantes argumentos levados às conclusões, não sem que se anote ter maior relevância no quadro da repetição do 5

julgamento a critica baseada numa errada interpretação dos cheques que constituem documentos oferecidos pelo R., e na desconsideração dos recibos de electricidade. 9. Atento o exposto, vista a citada disposição legal, determinam a anulação do julgamento para que sejam aditados ao questionário quesitos com a redacção em itálico constante de 8. 10. Custas a final, pelo sucumbente. 6