PN ; Ap.: Tc. Miranda do Douro ( Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:
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- Larissa Capistrano Domingos
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1 PN ; Ap.: Tc. Miranda do Douro ( Ap.e1: Ap.o2: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (a) O R. não se conforma com o vencimento parcial do A., tendo de pagar-lhe, segundo a sentença recorrida, 4 736,98, e juros de mora desde a citação, montante proveniente do preço de um aparelho de aquecimento central. (b) Da sentença recorrida: (1) No caso sub judice, o A. fez prova da realização dos trabalhos acordados, todavia o R não logrou provar o pagamento, ainda que parcial, do preço ajustado; (2) E além do mais, não tendo o R. logrado demonstrar qualquer situação de cumprimento defeituo so ou que a obra estivesse inacabada, sempre claudicaria fundamento à excepção de não cumprimento (3) In casu, pese embora tenha sido alegado que a data acordada para pagamento do preço era a data da conclusão das obras e da entrega das facturas, não resultou provado em que dia foi feita a interpelação do R. para cumprir, data esta que se não presume; (4) Assim, nos termos do art. 805/1 CC, ter-se-á de entender que o R. se constituiu em mora após a data da citação; 1 Adv.: Dr. 2 Adv.: Dr. 1
2 (5) É forçoso concluir quer o R. é responsável pelo pagamento da importância reclamada, bem como doa juros vencidos e vincendos, mas cotados desta última data. II. MATÉ RIA ASSENTE: (1) O A.,, dedica-se ao comércio de electrodomésticos, materiais para electricidade, aquecimento, piscinas e às artes de electricista e picheleiro; (2) No exercício da sua actividade, celebrou com o R.,, emigrante em França, um contrato d e empr eitada, datado de : é o seguinte trabalho um aquecimento central com 12 radiadores em alumínio de 70 cm de altura, 127 elementos completos com os respectivos acessórios, incluindo mãode-obra, pela importância de Pte $00; neste mesmo dia deu entrada a importância de Pte $00; (3) Antes de ficar cumprid a a obra em causa, o R. e o A. celebraram verbalmente um outro acordo, mediante o qual este último se comprometeu a executar obras na instalação eléctrica da habitação do primeiro; (4) O preço corr espondente, aceite por ambos, era de 1245,27. III. FUNDAMENTAÇÃO DA MATÉRIA ASSENTE: (a) As respostas negativas a todos os QQ derivam da inexistência de qualquer suporte probatório susceptível de juízo sobre a matéria controvertida; (b) No que respeita a Q1 não provado o depoimento de, responsável pela contabilidade do A., conju gado com os documentos a propósito juntos, confirmou que foram emitidas facturas nos montantes respectivos de Pte $00, Pte $20 e Pte $40 (valores sobre os quais foi liquidado o respectivo IVA), mas apenas foi recebida pela empresa a quantia de Pte $00; (c) Entretanto,, irmão do R., foi a única testemunha a afirmar ter-lhe emprestado Pte $00, em notas, para pagamento da obra e a dizer ter conhecimento de posteriormente o A. ter recebido mais Pte $00 para o mesmo efeito; 2
3 (d) No entanto, este depoimento foi titubeante e pouco seguro: n ão mereceu credibilidade, tanto que se não alicerçou em qualquer tipo de prova do cumental; (e) Quanto a Q2 e Q3 não provados as respostas provêm da total e absoluta contradição entre s depoimentos das testemunhas do A e das testemunhas do R: sem motivo de superiorização de umas ou outras: da Cruz, que trabalhou na obra, afirmou-a efectivamente concluída sem anomalias aparentes, enquanto ter lá ido com o R., onde se apercebeu de uma caldeira a verter e de uma fuga num tubo; (f) Quanto a Q4, Q5, Q6 não provados por não ter sido possível concretizar se e em que circunstâncias foram entregues as quantias perguntadas ou se efectivamente estavam quaisquer obras por concluir nas datas. IV. CLS./ALEGAÇÕES: (a) O A. não logrou p rovar que não tinha recebido toda a quantia que o R. lhe entregou; (b) E confessou até publicamente, e a uma testemunha indicada por ambas as partes, que já a tinha recebido em notas; (c) A outra testemunha confessou, depois, que o R. apenas lhe devia 100 c.; (d) Mas premeditadamente afirmou que o R. lhe teria que voltar a dar o dinheiro que já lhe tinha dado; (e) Em suma, foi feita prova, através de testemunhas, que o R. pagou e que o A. confirmou ter recebido o total do preço menos Pte $00; (f) E não houve qualquer outra prova em sentido contrário; (g) Por isso, a decisão jamais poderia ter sido condenatória; (h) Sendo esta, e só esta, a prova produzida em Audiência, a sentença recorrida errou ao dar como não provado que o R. tivesse pago ao A. o preço respeitante ao aquecimento na sua totalidade: deveria ter tido como assente que apenas faltavam pagar Pte $00; (i) A sentença recorrida infr ingiu os arts. 665/3 e 668/2.c C PC; (j) Deve ser revo gada e substituída por outra nos termos propostos. 3
4 V. CONTRA-ALEGAÇÕES: (a) A Apelação deve ser liminarmente rejeitada, porque a minuta infringe o art. 690-A CPC: fez tábua rasa quer do nº2 quer d o nº5 desta norma, não sabendo o reco rrido se corresponde ou não à verdade a transcrição dos depoimentos das testemunhas que vem junta às Alegações; (b) Não indica, com referência à matéria assinalada na Acta, como a tal está obrigado, porquê, como e em que se baseia, no sentido de obter respostas diferentes do Tribunal; (c) Contudo, se assim não for entendido, face à prova produzida, resulta mais que óbvio não merecer a decisão de 1ª instância qualquer reparo: deve ser confirmada na íntegra; (d) E é bem patente que o recurso não tem o mínimo fundamento de facto e de direito, visando passar tempo, retardar o trânsito; (e) Com efeito, constam dos autos elementos de prova, documental e testemunhal, mais do que suficientes para fazer vingar a tese do recorrido que alegou e provou ter celebrado dois distintos contrato de empreitada com o Ap.e, envolvendo o primeiro o preço de Pte $00, e o segundo de Pte $000; (f) Depois, ficou provado que o recorr ente apenas lhe pagou a quantia de Pte $00, relativamente ao primeiro contrato: nada mais; (g) Aliás, as testemunhas arroladas pelo A. atestaram categoricamente esta versão: existência dos contratos de empreitada, cumprimento rigoroso por parte daquele, emissão de facturas pelos trabalhos levados a cabo ( com a inerente liquidação de IVA e de IRS), pagamento parcial de apenas 400 c; consequentemente, dívida do R. para com o A. do remanescente, ou seja, do montante de Pte $00; (h) Logo, andou muito bem a Mma. Juíza ao responder como respondeu não provado aos QQ; (i) É que nenhuma das testemunhas do R. viu efectuar qualquer entrega de dinheiro ao A. e uma delas,, a mais convincente, afirmou sucessiva e categoricamente ter sido realizada a obra já à volta de 4 anos ou 3 ou 2, tudo isto entre muitas peripécias, onde também se inclui o depoimento 4
5 titubeante e pouco seguro de, tal como é dito na motivação da sentença sobre a matéria de facto; (j) De qualquer modo, nos termos do art. 655 CPC, o Tribunal aprecia livremente as provas e no presente caso a prova produzida foi ponderada e apreciada de acordo com a convicção do julgador, e estamos em crer que essa convicção ex pressa pelo Tribunal de 1ª instância tem suporte razoável naquilo que os elementos de prova disponíveis nos podem exibir, guiado o julgamento por padrões de probabilidade forte, segundo a experiência comum; (k) Depois, perante a alegação de ser nula a sentença recorrida, visto o art. 668/1.c CPC, ninguém consegue vislumbrar nela qualquer oposição entre os factos e a decisão; (l) Não violou, pois, a sentença r ecorrida qualquer preceito legal, muito menos o inex istente art. 665/3 CPC, tal como quer fazer crer o recorrente. VI. RECURSO: pronto para julgamento, nos termos do art. 705 CPC. VII. SEQUÊNCIA: (a) O preceito do art. 690-A CPC refere-se ao mínimo dos mínimos formais da minuta em que o recorrente p retend a fazer a crítica do julgamento da matéria de facto, defendendo respostas novas e diferentes. (b) No caso vertente, o Ap.e juntou transcrição integral da Audiência gravada, pelo que não lh e era exigível senão o discurso sobre a discordância, que todo surge de pleno na peça. (c) Por conseguinte, não é de rejeitar liminarmente a Apelação, por incumprimento das leis de processo. (d) Mas problema muito diferente é, de seu natural, saber se tem mérito a Apelação ou, pelo contrário, se claudica o intento recursivo: sigamos. (e) A leitura atenta e benevolente da transcrição, meritória sem dúvida e sobretudo meritório o esforço de defesa da versão contrária à sentença, infelizmente não conven ce de razões contrárias à base do julgamento da matéria de facto que nos apresentou, fundamentado, a 1ª instância. (f) Na verd ade, perante a dúvida dos blocos de prova frente a frente, os documentos fazem cair o convencimento no sentido da tese do A e ainda que já 5
6 não se possa dar colorido à tradição da palavra de lei, que tão cara foi nas terras desta causa. (g) Em suma, perante a dúvida das falas teremos de nos socorrer dos papéis: os documentos não comprovam o pagamento. (h) Por conseguinte, tem de ser concluído que não há erro no julgamento da matéria de facto: de direito não houve críticas, nem elas seriam pertinentes. (i) Carente de um rasto das notas, de onde vieram e onde foram postas, o caso não pode deixar de ser julgado tal como foi: este despacho mantém, pois, a decisão recorrida, pelos mesmos fundamentos de facto e de direito que apresenta. VIII. CUSTAS: pelo Ap.e, sucumbente. 6
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