RELAÇÕES DE PREÇO I NSUMO/PRODUTO NA CULTURA DO MILHO DO CENTRO-SUL DO BRASIL Elizbeth Christin Swenson Pontes! João Crlos Grci 2 RESUMO - Teve-se por objetivo estudr o comportmento dos preços de insumos utilizdos n cultur do milho e o preço deste cerel, em três estdos d região centro-sul do Brsil entre 1973 e 1981. Form clculds s relções dos preços insumo/produto em cd no, e justds equções pr verificr tendênci ds vrições no período. Simulrm-se, tmbém, três sistems de produção pr vlir s necessiddes mínims de produção de milho, de form cobrir os respectivos custos nuis de produção. Três insumos presentrm preços crescentes com relção o do milho: óleo diesel, cloreto de potássio e sementes de milho híbrido. Com bse n vlição do custo totl de produção, existem indícios de que é necessári um produtividde por áre cd vez mior pr cobrir os custos com condução d lvour. Entretnto, mis importnte do que isto é grnde vrição nul d quntidde de milho requerid pr este fim, o que reflete um situção de insegurnç e desestímulo pr o uso dos chmdos insumos modernos. INPUT/OUTPUT RATIOS FOR MAIZE CROP IN CENTRAL-SOUTHERN BRAZIL ABSTRACT - The objective of the present ssyws to study the mize crop lnput prices behvior nd the price of this grin in three Centrl-Southern Brzilin Sttes, during the 1973-1981 period. The input/output prlce rtios were clculted for ech yer, nd equtions were djusted to evlute the vrition trends in the period. Three production systems were lso simulted in order to verify the rnininum mize yield necessities for covering production nnul costs. Three inputs hve showed incresing prices s relted to mize price: diesel oil, potssium chlorld- nd hybrid mize seeds. The totl production cost indictes tht incresingly higher yields will be necessry in order to cover such investment. More importnt, however, is the gret nnul vrition on the mize yield requirements for tht purpose, which cretes n insecure nd discourging sitution s concerned to the use of the so-clled modern inputs. INTRODUÇÃO Os preços reltivos de insumos e produtos desempenhm um função primordil n definição de tecnologis serem utilizds. A regr pr mximizção do lucro, que implic se tentr igulr o produto mrginl do insumo à rzão de preços insumo/produto (crescid, logicmente, de outros custos de oportunidde e de compensções pr o risco), ilustr bem est firmtiv. Segundo el, um 2 Eng~ -Agr~ - BANESPA, Estgiári do Convênio EMBRAPA!CNPq por ocsião d relizção deste trblho. Ru Comenddor Assd Abdll, n'? 25, CEP 01022 São Pulo, SP. Eng. - Agr., D.Sc., Pesquisdor - CNPMilho e Sorgo! EMBRAPA, Cix Postl 151, CEP 35700 Sete Lgos, MG. créscimo (redução) n relção de preços insumo/ produto constntemente conduziri à redução (créscimo) no uso de ftores produtivos. Est relção tmbém é empregd pr verificr s vrições no poder de compr dos gricultores. Neste cso, procur-se vlir como o resultdo obtido pelo gricultor é cpz de finncir um próximo plntio. Apesr de seu uso freqüente, um série de vícios no cálculo ds relções de preços pode ser pontd. O primeiro deles refere-se o uso de médis nuis de preços de insumos e produtos. Com bse nos estudos de szonlidde disponíveis, sbe-se que os preços dos produtos flutum no correr dos meses do no, gerlmente presentndo seu vlor mis bixo por ocsião d comercilizção, nível de gricultor, d mior prte d sfr. Este é o preço relevnte, do ponto de vis- 19
t do gricultor. O mesmo ocorre com os preços dos insumos que tingem seu vlor máximo por ocsião do início d époc de plntio, qundo são dquiridos em mior quntidde pelos gricultores. Este seri, então, o preço relevnte pr os gricultores, e nd grnte que relção clculd com estes preços coincid com relção ds médis nuis. Seri, portnto, recomendável o uso de preços verificdos em determindos meses críticos ou de um preço ponderdo pel quntidde vendid ou dquirid em cd mês do no. Outr resslv se fzer diz respeito às diferentes bses de preços mensis necessáris pr diferentes finliddes, cso se decid pelo uso de preços em meses críticos. Pr vlir vrições no poder de compr do setor grícol, os períodos relevntes são os principis meses de vend de produto e compr de insumos, dentro de um mesmono civil. Pr verificção do retomo o investimento ou pr gui n locção de recursos, os períodos relevntes são os principis meses de vend do produto e compr de insumos, dentro de um mesmo no grícol. Pr finlizr, cbe ssinlr um ftor gerlmente desconsiderdo nests nálises, e que diz respeito à flutução nul dos rendimentos grícols. Embor prte ds vrições, longo przo, do rendimento grícol poss ser explicd pelo desenvolvimento tecnológico, s flutuções nuis são, em grnde intensidde, determinds pels condições climátics que vigorrm no <\110 grícol. Estes dois movimentos fetm remunerção do gricultor, portnto devem ser considerdos em estudos pr vlir tendênci d relção de pre-- ços no tempo. Estes spectos serão empregdos n nálise do comportmento d relção de preços de insumos e de milho, no período 1972 1981, nos Estdos de Mins Geris, São Pulo e Prná. Deve-se ressltr que o interesse, qui, está centrdo no comportmento dest relção longo przo, fornecendo lgums indicções sobre como os gricultores estão sendo fetdos em su tividde pel tendênci dos preços. Movimentos nuis, de curto przo, possíveis de ser detectdos, não serão objeto de estudo, embor reconheç-se su importânci pr implementção de certs polítics grícols. Neste cso, pens s informções mis recentes serim relevntes, sendo s mis ntigs de interesse pens pr verificção d dequção de medids que form, ou não, dotds. MATERIAL Relções de preços E MÉTODOS Os ddos de preços pgos por milho (CrS/kg), clcário (CrS/t), fosfto nturl (CrS/kg), cloreto de potássio (CrS/kg), superfosfto simples (Cr S/kg), sulfto de môni (CrS/kg), óleo diesel (CrS/l) e trtor médio de pneus (CrS/unidde) form obtidos em publicções d Fundção Getúlio Vrgs (FGV 1973/83), o mesmo ocorrendo com os preços de milho (Cr S/sc de 60 kg) pgos os gricultores (Fundção Getúlio Vrgs 1973/82). Os preços de insumos referem-se o mês de outubro de cd no e os preços pgos os gricultores pelo milho form os registrdos nos meses de junho do período de 1972 1981. Pr eliminr s diferençs de inflção verificds durnte cd no, os preços de milho form deflciondos de junho té outubro do no nterior, pr vlir o retorno os investimentos, e inflciondos de junho té outubro do mesmo no, pr vlir flutuções no poder de compr. Pr isto, foi empregdo o índice gerl de preços, no conceito de disponibilidde intern (colun 2), d Fundção Getúlio Vrgs. Isto implic que s comprções form feits entre vlores reis de preços, em períodos definidos de tempo. Do ponto de vist de cpcidde de compr, tem-se s relções entre preço dos insumos e preço corrigido do milho, ou sej, supondo-se que este vlor no período junho-outubro foi plicdo de form evitr perd do poder de compr provocdo pel inflção. Rciocínio semelhnte se plic com relção à nálise com vists o retorno o investimento. Com bse nests informções, form clculds s relções de preço insumo/produto pr diferentes ftores de produção em cd Estdo. Ests são s relções não corrigi ds pr s vrições n produ tividde.. A correção pr produtividde foi efetud 20
com bse nos rendimentos de milho obtidos em cd Estdo. As relções de preço não corrigids form, então, dividids pelos vlores de produtividde referentes o mesmo no. Um resumo dos cálculos está ns equções 1 e 2. onde: R é rzão de preços entre insumos (ID e milho 1.. (Mi) pr o no i; e Rci é rzão de preços corngid pr produtividde (Pj) obtid no no i. Pr verificr tendênci ds relções de preço, form justds equções de regressão do tipo d equção 3: onde: Yi =. e bt (3) Yi é relção de preços no no i, e é bse dos 10- grítimos neperinos, e t é um vriável de tendênci, igul 1 no primeiro no d série. A tx nul de vrição (r) de Y é consegui d por meio d fórmul 4. (4) Flutuções do-custo de produção Pr vlir como s vrições de preços têm fetdo rentbilidde e cpcidde de custeio d lvour de milho como um todo, um série de custos de produção form clculdos pr o período 1973/83, com bse nos vlores correntes no Estdo de Mins Geris. Em função d necessidde de se incluir custo de mquinri, form empregdos os vlores unitários de insumos e serviços levntdos pel EPAMIG, PIPAEMG e Centro de Estudos Ruris d SA-MG (Esttístic... 1975/1983, Preços... 1972/1974). Embor s fontes sejm diferentes, não há rzões pr se supor que exist discrepânci entre os ddos qui utilizdos e os empregdos ns seções nteriores. Com o firn de verificr possíveis diferençs entre sistems de produção, os custos form clculdos pr três sistems hipotéticos. Um resumo destes sistems está n Tbel 1. A metodologi empregd no trtmento dos preços de insumos e produtos foi mesm descrit n seção nterior. Com os preços de insumos e preços do milho corrigidos, form clculds s quntiddes mínims de milho necessáris pr, cd no, cobrir os custos de produção. Tmbém qui produção mínim de milho foi corrigi d com bse nos rendimentos obtidos no Estdo de Mins Geris, pr se levr em cont os possíveis efeitos climáticos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Relções de preço e retorno econômico N Tbel 2 estão s relções de preços nos três Estdos, sob ótic de.retorno o investimento. Os vlores representm quntidde de scos de 60 kg de milho necessários pr pgr um unidde de insumo que foi empregd n produção. TABELA 1. Sistems de produção hipotéticos utilizdos pr os cálculos. Sistems II 111 Fertiliz. plntio Fertiliz. cobertur Forç de trblhoê o O humn/niml 150 O niml/mecânic 250 100 mecânic Nos três sistems, colheit é mnul, sendo debulh, nos sistems 11 e 111, efetud por debulhdeir copld à tomd de forç de um trtor. 21
TABELA 2. Médis trienis de relções de preço de ins.umos/milho em Mins Geris, São Pulo e Prná. Primeiro e último triênio e último no. Milho Clcário Fosfto Cloreto de Sulfto de Superfosfto Óleo Trtor Estdos híbrido moído nturl potássio Amôni Simples diesel médio (kg) (t) (kg) (kg) (kg) (kg) (li) Mins Geris 1973/75 0,086 3,554 0,012 0,044 0,051 0,037 0,053 b 1897 1979/81 0,135 2,216 0,013 0,068 0,054 0,040 0,080 1981 0,167 2,316 0,013 0,068 0,063 0,040 0,095 2643 São Pulo 1973/75 0,023 0,042 0,054 0,036 0,040 1604 1979/81 3,212 0,042 0,078 0,060 0,043 0,093 1981 4,323 0,050 0,093 0,079 0,049 0,113 Prná 1973/75 0,107 4,995 0,048 0,050 0,062 0,046 0,047 2097 1979/81 0,172 7,441 0,038 0,080 0,063 0,052 0,099 2625 1981 0,211 7,930 0,037 0,086 0,074 0,057 0,118 2994 b Médi do período. O no refere-se o d colheit (p.ex.: 1973 refere-se o no grícol 1972/73). 1976/78. Indic ddo não disponível. As relções presentds dest form servem, bsicmente, pr ilustrr s diferençs que se verificm entre os Estdos, motivds, em lguns csos, princi plmen te pelo custo dos insumos (csos do clcário e do fosfto nturl em Mins Geris) e em outros pelo diferencil de preço de milho existente (cso típico d relção referente o óleo diesel nos últimos nos). De um mneir gerl, s menores relções referem-se o Estdo de Mins Geris, o que implicri um menor necessidde de produção pr pgr os insumos utilizdos. As relções de preços, corrigids pr produ tividde obtid em cd no (Tbel 3), presentm um qudro levemente diferente. As diferençs entre os IÉstdos são sensivelmente reduzids e, em lguns csos, os vlores pr o triênio 1978/81 são té inferiores os de 1973/7 5 (p.ex.: sulfto 'de môni e superfosfto simples, no Prná), invertendo um situção verificd nteriormente. As equções de tendênci justds permitem, um nálise de comportmento dests relções de preços, sem o viés motivdo pel escolh de perío- do inicil ou qulquer outro ftor subjetivo (Tbel 4). A vrição de lgums relções de preço, embor diferindo entre Estdos, fornece lgums indicções interessntes, começr pel redução provocd pel correção pr produtividde, que se verific em todos os insumos. Isto implic n existênci de um compensção entre preços e produtividdes de milho nos diferentes nos. Produtividdes mis lts (bixs) contribuírm, então, pr preços recebidos mis bixos (ltos), o que, de cert form, serviri pr reduzir s oscilções d receit brut dos gricultores. N nálise de cd insumo isoldmente, chm tenção o umento significtivo d relção referente o milho híbrido, Este insumo, presentdo gerlmente como responsável por um prcel pequen do custo totl de produção, presentou um tx de vrição, com relção o preço do milho, positiv e significtiv. O mesmo não ocorreu com o sulfto de môni e o superfosfto simples, cujs txs de vrição não form significtivs. Dos fertilizntes industrilizdos, pens o KCQ 22
TABELA 3. Médis trienis e relções de preço de insumos/milho corrigids pr produtividde obtid em Mins Geris, São Pulo e Prná."Primeiro e último triênio e último no. Estdos Milho híbrido (kg) Clcário mordo (t) ;:osfto nturl (kg) Cloreto de potássio (kg) Sulfto de Amôni (kg) Superfosfro Simples (kg) Óleo diesel (Q) Trtor médio Mins Geris 1973/75 0,057 1979/81 0,079 1981 0,096 São Pulo 1973/75 1979/81 1981 Prná 1973/75 0,058 1979/81 0,073 1981 0,085 2,379 0,008 0,028 0,033 0,024 O,036 b 1,301 0,008 0,040 0,032 0,023 0,047 1,369 0,007 0,040 0,036 0,023 0,055 0,011 0,021 0,027 0,018 0,020 1,399 0.Q18 0,034 0,026 0,019 0,048 1,847 0,021 0,040 0,034 0,021 0,048 2,725 0,027 0,027 0,034 0,025 0,025 816 3,170 0,016 0,033 0,027 0,022 0,042 1124 3,191 0,015 0,034 0,030 0,023 0,047 1205 b Médi do per íodo. Os nos referem-se os ds colheits (p.ex.: 1973 retere-se o no grícol 1972/73). 1976/78. Indic ddo não disponível. TABELA 4. Tx de vrição ds relções de preço insurnos/milho no perlodo 1973/81 em Mins Geris, São Pulo e Prná. Insumos Tx sem correção Tx com correção pr produtividde pr produtividde MG SP PR MG SP PR Milho híbrido 8,5 8,2 6,2 6,9 Clcário moldo -6;8 5,9-8,8 4,7 Fosfto ntu rl 2,5 10,9 2,3 0,6 9,O -3,5 Cloreto de potássio 8,9 11,2 8,4 6,6 9,3 7,l Sulfto de môni 4,3 4,5 2,3 1,9 2,7 1,2 Superfosfto simples 2,7 4,2 3,5 0,6 2,4 2,2 Óleo diesel 15,4 14,9 12,6 10,5 12,8 11,2 Trtor médio 3,9 Significnte 10%. Signific ddo não disponível. presentou vrição positiv e significnte, motivd, tlvez, pelo fto de ser um produto totlmente importdo. Este mesmo ftor explic elevção d rzão de preços óleo diesel/milho. O preço do fosfto nturl cresceu significtivmente com relção o do milho pens em São Pulo, enqunto que o do clcário ciu em Mins Geris (onde se loclizm s miores jzids do Brsil) e se elevou no Prná. Ests txs positivs de crescimento implicm 23
que gerlmente tem sido necessári produção de miores quntiddes de milho pr pgr o investimen!o feito. Como dois dos produtos que presentrm txs positivs e significntes não representrm progresso tecnológico que justificsse este fto (o KCQ e o óleo diesel), certmente os gricultores form prejudicdos. Qunto o milho híbrido, embor est informção não sej disponível n litertur, dificilmente se pode crer que o progresso tecnológico, expresso por mior potencil de produção, cresceu txs tão elevds neste período, ponto de nulr o crescimento presentdo n Tbel 4. Deve-se ssinlr que, mesmo com correção pr produtividde, os coeficientes ds regressões justds ind permnecem positivs e significn tes, embor sejm menores em vlores bsolutos. Relções de preço e cpcidde de compr Com os preços reltivos clculdos prtir dqueles verificdos nos meses de concentrção d colheit e de compr pr sfr seguinte (Tbel 5), pode-se ter um idéi de como o resultdo finnceiro obtido o finl de um sfr é cpz de cobrir os custos referentes à sfr seguinte. Como nteriormente, existem lgums diferençs entre os Estdos, sendo que, gerlmente, Mins Geris present s menores relções de preço qundo els não são corrigi ds pr produtividde. Qundo isto é feito (Tbel 6), s diferençs estduis prticmente desprecem, com exceção do clcário e do fosfto nturl, que presentm ind vlores inferiores em Mins Geris. Este comportmento é reflexo d menor produtividde de milho obtid em Mins Geris, corri. relção os dois outros Estdos. A mnutenção d vntgem no que diz respeito o clcário e fosftos nturis é, possivelmente, devid à ocorrênci de grndes fontes destes produtos no Estdo, o que reduziri o custo de trnsporte. A tendênci de crescimento ds relções de preços (Tbel 7) present poucos vlores esttisticmente diferentes de zero (10 em 40) sendo que, destes, miori tem vlor negtivo. Com vlor positivo, pens s relções (com e sem correção pr produtividde) referentes óleo diesel no Estdo de São Pulo. Isto signific que, durnte os TABELA 5. Médis trienis de relções de preço de insumos/milho em Mins Geris, São Pulo e Prná. Milho Clcário Fosfto Cloreto de Sulfto de Superfosfto Óleo Trtor Estdos híbrido mordo nturl potássio Amôni Simples diesel médio (kg) (t] (kg) (kg) (kg) (kg) (Q) Mins Geris 1972/74 0,067 3,022 0,009 0,030 0,034 0,026 O,033 b 1979/81 0,070 1,148 0,007 0,035 0,028 0,021 0,042 1981 0,082 1,164 0,006 0,034 0,031 0,020 0,047 São Pulo 1972/74 0,017 0,031 0,038 0,027 0,032 1979/81 1,647 0,021 0,040 0,031 0,022 0,048 1981 2,124 0,025 0,045 0,039 0,024 0,056 Prná 1972/74 0,087 3,960 0,033 0,038 0,043 0,033 0,039 1882 1979/81 0,089 3,846 0,019 0,041 0,033 0,027 0,051 1364 1981 0,104 3,900 0.ü18 0,042 0,037 0,28 0,058 1472 b Médi do perfodo., cd no correspondendo o no civil. Ano de 1972 pens. Signific ddo não disponível. 24
TABELA 6. Méd"is trienis de relções de preço de insumos/milho corrigids pr produtividde em Mins Geris, São Pulo e Prnâ. Milho Clcário Fosfto Cloreto de Sulfto de Supe rfosfto Óleo Trtor Estdos híbrido mo (do nturl potássio môni simples diesel médio (kg) (t) (kg) (kg) (kg) (kg) (li) Mins Geris 1972/74 0,046 2,099 0,006 0,020 0,022 0,017 0,025 b 1979/81 0,041 0,676 0,004 0,021 0,016 0,012 0,024 1981 0,047 0,673 0,003 0,019 0,018 0,011 0,027 São Pulo 1972/74 0,008 0,015 0,019 0,013 0,016 1979/81 0,720 0,009 0,017 0,013 0,019 0,021 1981 0,907 0,011 0,019 0,017 0,D10 0,024 Prná 1972/74 0,047 2,176 0,018 0,021 0,024 0,018 0,021 1025 1979/81 0,038 1,658 0,008 0,D18 0,014 0,012 0,022 591 1981 0,042 1,569 0,007 0,017 0,015 0,011 0,023 592 Médi do pertodo, cd no correspondo o no civil: b Ano de 1972, pens. Ddo não disponível. TABELA 7. Tx de vrição ds relções de preço insumos/milho sob 6tic de cpcidde de compr, no período 1973/81, em Mins Geris, São Pulo e Prnã. Insumos Tx sem correção Tx com correção pr produtividde pr produtiv idde MG SP PR MG SP PR Milho híbrido 0,9 0,4-1,4-1,8 Clcárlo mordo -11,9-0,3-1,4-2,6 Fosfto ntu rl -3,1 4,0-6,6-6,6 2,5-8,6 Cloreto de potássio 2,8 3,5 1,3 0,53 2,0-0,9 Sulfto de môni -1,0 3,3-2,7-3,3-2,4-5,0 Superfosfto simples -2,3-2,0-2,0-4,4-3,2-4,4 Óleo diesel 3,7 5,1 3,6 0,4 3,5 1,2 Trtor médio -3,8-6,O Significnte 5%. nos nlisdos, s flutuções ns relções de preço form, n miori dos csos, letóris, or beneficindo or prejudicndo os gricultores. Apens em lguns csos, estbeleceu-se um tendênci nítid, sendo que dentre els miori foi no sentido de beneficir os gricultores. Isto signific que, gerlmente, os preços recebidos têm sido suficientes pr custer os insumos pr sfr seguinte, des- 25
de que corrigidos de form compensr inflção do período junho-outubro, com um únic exceção: óleo diesel em São Pulo. Custo de produção e retorno econômico N Tbel 8, encontr-se um resumo dos cálculos efetudos pr os três sistems em dois períodos, distintos de tempo e, com bse em regressões lineres, vrição nul médi em todo o período estuddo. As quntiddes mínims de milho necessáris tnto pr cobrir o custo de produção (retorno) como pr custer sfr seguinte (custo) crescerm, em todos os sistems, nos períodos considerdos, embor em pens dois csos este crescimento tenh sido esttisticmente significtivo. Isto pode ser verificdo por meio dos vlores obtidos ns regressões utilizds pr o cálculo do crescimento médio nul. O sistem I necessitou, em médi, de cerc de 29 kg de milho por hectre por no pr fornecer TABELA 8. Produções mlnims de milho pr cobrir o custo de produção ou fornecer retorno sobre os gstos em três sistems de produção. Períodos seleciondos e vrição médi nul no perfodo nlisdo. Sistem I Sistem 11 Sistem 111 1973/75 Retorno 774 1293 1843 Custo 771 1284 1828 Retorno corrigido 0,52 0,88 1,25 Custo corrigido 0,53 0,88 1,24 1980/83 Retorno 980 1623 2257 Custo 880 1461 2030 Retorno corrigido 0,53 0,88 1,23 Custo corrigido 0,49 0,82 1,14 Crescimento médio nul 1973/1983 Retorno (kg/no) 29 (46) 44 (33) 56 (23) Custo 15 (22) 22 (13) 25 ( 7) Retorno corrigido 0,02 (0,0) 0,01 (0,0) -0,02 (0,0) Custo corrigido -0,04 (5) -0,10(8) -0,16 (11) Siqnificnte 10%. Entre prênteses, o R 2 d equção justd. um retorno que cobrisse o custo de produção. Est quntidde foi igul 44 kg/h e 56 kg/h nos sistems 11 e I1I, respectivmente. Sob o ponto de vist d quntidde necessári pr cobrir os custos d sfr seguinte, os incrementos form de 15, 22 e 25 kg de mílho/h/no. Entretnto, um specto deve ser ressltdo, e refere-se o bixo R 2 obtido ns equções de justmento, o que reflete um lto gru de instbilidde nestes nos considerdos. As quntiddes míni- ms de milho necessáris pr ssegurr o retorno no sistem Ill, por exemplo, vrirm entre 1.498 kg/h (sfr 1973/74) e 2.531 kg/h (sfr 1981/82). Isto, tlvez mis do que o crescimento em si d quntidde necessári, prejudic qulquer plnejmento nível de propriedde grícol e coloc um constnte dúvid cerc d remunerção ser obtid n condução ds lvours. Os resultdos corrigidos pel produtividde médi do Estdo mostrm vlores mis próximos 26
no início e fim do ciclo. Longe de indicr estbilidde, isto reflete, pens, usênci de tendênci defínid (vide R 2 ds equções justds). Estes vlores refletem percentgem d produtividde médi obtid no Estdo que seri suficiente pr cobrir o custo de produção, de cordo com os diferentes enfoques. Como o rendimento médio do milho em Mins Geris tem crescido um tx o redor de 24%.. (Vencovsky & Grci 1983), est seri tx de crescimento de rendimento médio de cd um destes sistems, necessári pr cobrir os custos de produção. Isto indic um situção negtiv pr o produtor, visto serem estes sistems compostos por elementos que não incorporm melhoris tecnológics com o pssr dos nos, com exceção ds sementes de milho híbrido, cujo umento do potencil produtivo nestes nos necessit ser vlido. Dest form, ou o gricultor orgniz o seu sistem de form obter o máximo possível dele (vi melhoris no modo de utilizr os insumos de produção) - ou verá su mrgem de rentbilidde diminuir, longo przo, sujeit, ind, às já mencionds grndes vrições nuis - ou, em últim instânci, modific lguns componentes de seu sistem de produção de form reduzir seu custo unitário de produção. Comentários dicionis Com bse nos resultdos ds relções de preços, clculdos sob o ponto de vist do retorno o investimento, not-se um situção que poderá fetr doção de certs prátics grícols. O umento ns relções referentes milho híbrido, cloreto de potássio e óleo diesel indicm que, cd vez mis, é necessári produção de mior quntidde de milho pr pgr o uso destes insumos. Dest form, pr stisfzer s condições de mximizção de lucros, os produtores deverim usr menos uniddes destes insumos. Dois destes insumos tem grnde importânci no estbelecimento ds lvóurs de milho: s sementes e o óleo diesel. Como reflexo pode ocorrer substituição de sementes por mteril próprio e diminuição nos serviços de prepro de solo e cultivos mecnizdos, menos que o potencil produtivo ds sementes se eleve-o Pr os gricultores com cesso o crédito rurl subsidido, est situção torn-se mis grve, em função d progressiv e recente retird deste subsídio. O custo efetivo dos insumos (como fertilizntes, cujos juros subirm de zero té 30%.. nos últimos nos estuddos) pr o gricultor pode ter crescido mis do que ns séries nuis de preços não subsididos. Neste cso, tx de crescimento ds relções de preço se elevri e poderi se tornr té esttisticmente diferente de zero. O contrário ocorreu pr s relções de preço sob ótic de cpcidde de compr. Aqui, poucos produtos presentrm tendênci significtiv em termos esttísticos. Aprentemente, os preços dos insumos sofrerim influênci do resultdo finnceiro obtido n sfr nterior, e se mnterim mis pr com 6 preço do milho. Assim, bixos resultdos reduzirim demnd' por insumos serem utilizdos n sfr seguinte e, prentemente, tmbém seus preços, de form mnter um relção quse constnte. Est explicção pec pelo fto de que lguns insumos (óleo diesel e trtores p. ex.) têm seu mercdo muito pouco influencido pelo consumo referente à utilizção no processo de produção de milho. Isto é verdde, pens em -menores grus de relcionmento, com os outros insumos, à exceção óbvi do milho híbrido (cujos preços são em grnde prte determindos em função dos preços de milho d sfr nterior). O que pode estr ocorrendo é que, novmente com exceção dos csos extremos (óleo diesel, trtor e milho híbrido), o milho refletiri um situção que estri ocorrendo no setor rurl, sendo o seu preço bstnte correlciondo com o de outros produtos. Dest form, explicção cim seri válid pens com resslv de que o que fetri o preço dos insumos serim os preços de todo ou prte do setor grícol, que por su vez estrim correlciondos com o preço do milho. A vlição com bse no custo totl de produção indicou, pr sistems hipotéticos, necessidde de elevção d produtividde, com vists remunerr o cpitl empregdo n lvour do milho. Entretnto, mis importnte do que isto é grnde vrição, de no no, d quntidde mínim de milho requerid pr este fim, o que reflete um situção de insegurnç pr o gricultor e desestí- 27
mulo no que diz respeito o uso dos chmdos insumos modernos. CONCLUSÕES 1. No período 1973/81, o preço do óleo diesel, do cloreto de potássio e ds sementes crescerm mis do que o preço pgo os produtores pelo milho em um mesmo no grícol. O mesmo ocorreu com clcário e trtor médio, no Prná, e fosfto nturl, em São Pulo. Em Mins Geris, o preço do clcário ciu em relção o do milho. Os preços do sulfto de môni e superfosfto simples não presentrm vrições significntes com relção o do milho. 2. Do ponto de vist d cpcidde rel de compr, pens o preço do óleo diesel em São Pulo cresceu com relção o preço do milho, enqunto o preço do fosfto nturl e do trtor médio no Prná se reduziu com relção o preço do milho. Os outros insumos não presentrm tendênci definid. 3. A nálise com relção três sistems de produção hipotéticos, no período de 1973/1983, em Mins Geris, indicou necessidde de um créscimo de 29 kg/h, 44 kg/h e 56 kg/h por no n produção de milho pr cobrir os umentos nos custos totis de produção. 4. Os vlores ds relções de preço e ds produtividdes mínims necessáris pr cobrir os custos de produção vrim considervelmente de no no, indicndo um situção de insegurnç e desestímulo pr o uso dos chmdos insumos modernos. REFERÊNCIAS ESTATfsTICA. lnf. gropec., 1/7, 1975/1983. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, Rio de Jneiro, RJ. Preços pgos pelos gricultores - 1973/1981. Rio de Jneiro, 1973/1982. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, Rio de Jneiro, Rl. Preços recebidos pelos gricultores - 1972/81. Rio de Jneiro, 1973/1982. PREÇOS gropecuários em Mins Geris. Inf. Estt. M. Geris, 7/9, 1972/1974. VENCOVSKY, R. & GARCIA, l.c. Situção e distribuição d cultur do milho no pís. In: SIMPOSIO SO- BRE PRODUTIVIDADE DO MILHO, Londrin, PR, 1983. Anis... Londrin, IAPAR, 1983. p.5-20. 28