Fotos cedidas pelo Museu Amsterdam Sauer - Rio de Janeiro A R Q U I T E T U R A
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- Ana Júlia de Sá Carrilho
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1 Foos cedidas pelo Museu Amserdam Sauer - Rio de Janeiro
2 P r ó s & C o n r a s Ao lado, réplica cenográfica de uma mina de pedras preciosas consruída denro do museu e que impressiona pelo seu realismo. Amserdam Sauer Por Cláudia Cavallo O brilho das pedras preciosas sob fibras óicas CRIADO EM 1989, O MUSEU AMSTERDAM SAUER de pedras preciosas e minerais, localizado no mais requinado recho da Zona Sul do Rio de Janeiro Ipanema, esá abero ao público, com enrada franca, diariamene, expondo a beleza de pedras preciosas em seu esado bruo e lapidado. Em agoso do ano passado, o espaço de exposição passou por uma profunda reforma conceiual e arquieônica do seu inerior, onde inúmeros dealhes foram levados em cona, inclusive a iluminação do acervo, que passou a ser feia com ecnologia de fibra óica, considerada a mais aual em iluminação de museus. O uso da fibra óica em iluminação em sido difundido no Brasil predominanemene em aplicações decoraivas, conornando piscinas ou simulando céu esrelado em quaros de crianças. O Museu Amserdam Sauer, enreano, é um exemplo de como esa ecnologia pode e deve ser uilizada efeivamene como fone de luz principal, com o uso da fibra óica do ipo endligh (emissão de luz ponual). Para desenvolver e execuar o projeo de iluminação do Museu, o iluminador Robero Bueno e o Direor da Amserdam Sauer, Dino Psomopoulos, iveram que considerar algumas variáveis comenadas a seguir, fundamenais para quem preende especificar fibra óica, e que devem ser analisadas e esadas com apoio do fornecedor. Temperaura de Cor e Índice de Reprodução de Cor A emperaura de cor e o IRC da fibra óica depende do ipo de lâmpada que se usa na fone, no iluminador. É possível o uso de filros de correção na saída do iluminador para que se crie variações, embora não seja, normalmene, a melhor solução. No que diz respeio à fibra óica, há uma série de faores que devem ser levados em cona quando se fala em Temperaura de Cor e Reprodução de Cor. Por isso, a escolha do modelo de iluminador não deve ser realizada de forma aleaória, e sim com o supore do fornecedor, que possui condições precisas para avaliar o equipameno correo em função das necessidades. Não convém o uso de fones feias em fundo de quinal, principalmene em insalações fixas. Cada espécie de pedra preciosa em um grau de ransparência e índice de refração da luz próprio. Algumas podem
3 Nas virines cenrais foi adoado um sisema híbrido, embuido no forro colméia, combinando fibra óica e lâmpadas dicróicas. ser iluminadas por fones de emperaura de cor ala como é o caso de diamanes e pérolas, por exemplo. Já ouras, como a água marinha, esmeralda, opázio imperial e urmalinas precisam esar sob fones com emperaura de cor baixa para realçar odo o seu especro de cores. O ângulo de incidência da luz ambém inerfere no resulado. A pona do feixe pode ser focalizado perpendicularmene ao objeo ou, ambém, a um ângulo que favoreça a melhor axa de reorno de luz e densidade de cor das pedras iluminadas. Nas virines laerais de exposição do Museu Amserdam Sauer foi possível o uso exclusivamene de fibra óica e, nas virines cenrais, onde a variedade de pedras preciosas é maior, foi adoado um sisema híbrido, embuido no forro do eo ipo colméia, combinando o uso de fibra óica com emperaura de cor 5000K e lâmpadas halógenas dicróicas Consan Color 50W / 38 graus com emperaura de cor 3100K. Disância em relação ao objeo a ser iluminado Ese deve ser um dos primeiros parâmeros a se definir, pois dele depende o índice de iluminância. Em se raando de fibra óica, 10 a 15cm de erro podem fazer diferença no resulado. O índice definido para o Museu foi de 500 lux, em média. A variação de iluminância em função da disância em relação ao objeo a ser iluminado ocorre em qualquer ipo de iluminação ou fone de
4 luz não é uma caracerísica específica da fibra óica. O que pode aconecer é que, aravés da uilização de fachos mais concenrados gerados por adapadores (acessórios) a variação pode ser mais percepível, não em valores percenuais, mas em valores de iluminância. No Museu, as virines laerais possibiliavam a insalação da fibra direamene nas paredes de vidro garanindo a devida disância enre a pona da fibra (a fone de luz) e as pedras (objeo a ser iluminado). Já nas virines cenrais, esudou-se o melhor rendimeno e aproveiameno do poencial das fones de fibra óica em conjuno com as halógenas dicróicas o que garaniu um índice de iluminância médio de 450 lux, absoluamene saisfaório. Localizado em Ipanema - RJ, o Museu esá abero ao público, diariamene, com enrada franca, expondo a beleza de pedras preciosas em seu esado bruo e lapidado. Comprimeno da fibra A fibra óica não pode ser seccionada in loco, muio menos emendada. O processo de core e polimeno requerer o devido know-how e ecnologia, só pode ser feio na fábrica e é um aspeco fundamenal para o êxio do projeo. Muias vezes represena um dos faores que diferenciam a ecnologia dos fornecedores. Não há, exaamene, uma limiação de comprimeno para os cabos. Mas há uma perda de As virines laerais receberam apenas iluminação por fibras óicas, pois foi possível a insalação e fixação de adapadores a uma disância ideal em relação às pedras.
5 Diamanes e pérolas devem ser iluminados por fones com emperaura de cor ala. Água marinha e esmeralda precisam esar sob fone de emperaura de cor baixa. energia luminosa (não é energia elérica), devido a seu prolongameno excessivo (observe o quadro Perda de Transmissão ). Convém, mais uma vez, consular o fornecedor durane o desenvolvimeno do projeo para que se faça as devidas especificações. Diâmero da fibra Um cabo de fibra óica pode ser formado por uma única fibra sólida ou pela aglomeração de várias fibras muio finas. As fibras sólidas êm menor durabilidade e menor flexibilidade. No caso da Amserdam foram usados cabos de 4,5mm e 6mm, formados por várias fibras de 0,75mm de diâmero cada. Os diâmeros disponíveis no mercado variam de 1mm a 8mm, com a possibilidade de biolas especiais, feias sob medida. Alguns fornecedores dispõem de sofwares de cálculo que possibiliam a enrada de diversas variáveis, ais como modelo do iluminador, diâmero do cabo, comprimeno do cabo, quanidade de cabos por aberura do facho, diâmero da base do cone do facho, iluminância no objeo, ec. Ese sofwares, enreano, são dedicados (exclusivos) para os produos dos respecivos fabricanes. Em ermos práicos, o ideal é que o arquieo enha em mene quais são os objeivos luminoécnicos a serem cumpridos, a fim de que o fornecedor possa apresenar formas de se chegar aos melhores resulados. Acessórios Foram uilizados adapadores ipo bola, com lene de 26mm, nas virines laerais e, nas cenrais, adapadores ajusáveis embuidos, com lene de 26mm. A fibra óica do ipo endligh pode ser embuida direamene numa superfície como aconece em aplicações de céu esrelado ou receber adapadores (com ou sem lenes) para concenração ou difusão e direcionameno da luz. Já exisem, disponíveis no Brasil, adapadores para iluminação de museus e exposições, iluminação subaquáica, paisagismo, iluminação residencial e comercial, degraus, praeleiras e ouros usos. No Museu Amserdam Sauer foram uilizados
6 A fibra óica é a ecnologia mais aual em iluminação de museus, porque em baixíssimo consumo, não ransmie ulra-violea, calor ou energia elérica. Sobre a Fibra Óica adapadores ipo bola, com lene de 26mm, nas virines laerais e, nas cenrais, adapadores ajusáveis embuidos com lene de 26mm. Desafio vencido Quando decidiram pelo uso de fibra óica na nova iluminação do Museu Amserdam Sauer, Dino Psomopoulos e Robero Bueno inham algum conhecimeno sobre a ecnologia, mas havia muio a ser pesquisado, ainda, principalmene sobre a diferença de resulado dese ipo de fone de luz sobre pedras preciosas de variadas espécies. O desafio maior, enreano, foi o prazo. Todos os eses, desenvolvimeno e execução do projeo iveram de ser realizados em apenas um mês. Com dedicação em empo inegral e apoio do fornecedor de fibras óicas o desafio foi vencido. A ecnologia da fibra óica represena hoje um dos mais modernos sisemas de iluminação do mundo. A fibra óica plásica é um excelene conduor de luz, capurando-a e levando-a a ouros ponos. Nese processo, não há condução de energia elérica ou érmica e, desa forma, milhares de cabos de fibra óica podem ser iluminados aravés de fones de baixo consumo elérico. Aravés de um disposiivo de colorização, é possível gerar movimenos e efeios especiais, seja qual for o uso. Como resulado, obém-se uma iluminação de impaco e eficiene, dinâmica, que realmene capura a aenção do observador, seja em aplicações arquieurais, decoraivas ou de comunicação visual. Basicamene, o processo de condução de luz pelos cabos de fibra óica pode se dar de duas maneiras: ponual e perimeral. Fibra óica ipo endligh (emissão de luz ponual) No sisema de condução ponual, a luz é levada de uma exremidade a oura, apresenado a menor perda possível nese percurso. Assim, com uma única fone de iluminação diversos ponos óicos podem ser iluminados. Fibra óica ipo side ligh (emissão de luz laeral) No sisema de condução perimeral, a camada exerna de fibra permie uma perda de luz conrolada por sua laeral, criando um efeio de iluminação ao longo da mesma. Ambos os sisemas podem rabalhar apenas conduzindo luz ou com efeios luminosos especiais e roca de cores.
7 Realização de um Sonho Ficha écnica Arquieura e cenografia: Zé Penha (ZP Design) Projeo luminoécnico: Robero Bueno (Lumière Tecnologia e Design) e Dino Psomopoulos (Amserdam Sauer) Fornecedores: FASA Fibra Óica e La Lampe O Museu Amserdam Sauer é o fruo de um desejo de Jules Roger Sauer, fundador da empresa, que começou sua vida profissional rabalhando com pedras preciosas em Anos de rabalho e dedicação no fabuloso mundo das pedras preciosas fizeram com que Jules Sauer criasse um espaço onde pudesse mosrar ao público pare de seu acervo e sua paixão por esas jóias da naureza. Há, no local, uma réplica cenográfica de uma mina de pedras preciosas, que impressiona o visiane por seu realismo, com pedras preciosas verdadeiras e imagens de garimpeiros rabalhando em uma galeria e aé um poço. Embora sejam pequenas pinuras e bonecos ampliados por um sisema de espelhos, parecem reais. Anes de criar o cenário em 1989, o arquieo André Reverse viajou para o inerior de Minas Gerais e lá ficou por quase dez dias, visiando áreas de produção, para reraar o mais fielmene possível a área de rabalho dos garimpeiros. O iluminador Robero Bueno deu um raameno odo especial à luz nese espaço, ressalando as cores das rochas e do céu cenográfico. O Museu esá de poras aberas para quem puder apreciar.
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