Boletim Diário MERCADOS. Índices, Câmbio e Commodities. Bolsa. Câmbio. Altas e Baixas do Ibovespa. Juros. Ibovespa x Dow Jones (em dólar)

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1 MERCADOS Bolsa Ontem a bolsa permaneceu em baixa desde a abertura, refletindo o cenário político doméstico e acentuando a queda após a divulgação da ata da reunião do Fed, com a sinalização de que o BC dos EUA pode subir os juros. Ao final o Ibovespa fechou em baixa de 1,95% aos pontos, com fraco giro financeiro, de R$ 5 bilhões. Na agenda de hoje o IGP-DI de março em 0,43% abaixo do esperado acumulando 11,07% em 12 meses. Nos EUA os dados de Seguro-desemprego e os Novos pedidos de seguro-desemprego. Para hoje, bolsas europeias operam em queda, e por aqui não descartamos a continuidade do movimento de realização, à luz do cenário político. Câmbio O comportamento do dólar foi principalmente influenciado pela ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) sinalizando que o aperto monetário nos EUA virá, mas de forma gradual. Isso resultou na recuperação das moedas emergentes e levou o dólar a fechar em queda frente ao real. No mercado local, o BC não realizou leilão de swap cambial reverso, contribuindo para a realização de lucro. O dólar comercial caiu 1,05% para R$ 3,6444, enquanto o contrato futuro para maio recuava 1,04% para R$ 3,67. Índices, Câmbio e Commodities Fech. * Dia (%) Mês (%) Ano (%) Ibovespa 48,096 (2.0) (3.9) 10.9 Ibovespa Fut. 48,300 (1.2) Nasdaq 4, (1.7) DJIA 17, S&P 500 2, MSCI 1, (0.9) (1.8) Tóquio 15, (6.0) (17.3) Xangai 3,008 (1.4) 0.1 (15.0) Frankfurt 9, (3.4) (10.4) Londres 6, (0.2) (1.3) Mexico 45, (1.3) 5.4 India 24,685 (0.9) (2.6) (5.5) Rússia (1.5) 14.0 Dólar - vista R$ 3.64 (1.0) 1.4 (8.1) Dólar/Euro $ Euro R$ 4.15 (0.9) 1.5 (3.5) Ouro $1, (0.7) (0.8) 15.2 Petróleo Brent $ Petróleo WTI $ (1.5) 1.9 * Dia anterior, exceto Ásia Altas e Baixas do Ibovespa MRFG3 3.0% RUMO3 MRVE3 1.6% 1.4% Juros FIBR3 CTIP3 1.1% 1.1% Nos juros, mais do mesmo, em termos de cenário. Os futuros fecharam em alta, sensibilizados por um comportamento mais cauteloso diante do aumento das incertezas em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma. No pregão regular o DI para janeiro de 2017 subiu de 13,8% para 13,815%, enquanto o jan/18 aumentou de 13,62% para 13,66%. Já o jan/21 avançou de 13,99% para 14,11%. Brasil Referência Expectativa Apurado Anterior 08:00 Inflação FGV IGP-DI A/A Março 11,09% 11,07% 11,93% 08:00 FGV: IPC-S (m/m) 07/abr 0,48% 0,43% 0,79% Estados Unidos Referência Expectativa Apurado Anterior 09:30 Novos pedidos seguro-desemprego 2-abr 270 mil 276 mil 09:30 Seguro-desemprego 26-mar 2170 mil 2173 mil USIM5-9.4% CCRO3 CESP6 CMIG4 PCAR % -6.3% -5.8% -4.4% Ibovespa x Dow Jones (em dólar) Dow Jones Ibovespa Página 1

2 ANÁLISE DE EMPRESAS E SETORES Braskem (BRKM5): Dividendos e início de produção no México A empresa anunciou ontem que vai pagar R$ 1 bilhão aos seus acionistas na forma de dividendos, sendo R$ 1, por ação ordinária ou PNA e R$ 0, para as PNB. O pagamento deste provento será realizado a partir do dia 15 de abril de 2016 (sexta-feira da próxima semana). A partir de 7/abril as ações serão negociadas ex-dividendos. Este dividendo equivale a um retorno de 5,4% para os acionistas, considerando a cotações de BRKM5 no fechamento do pregão de ontem. Além da boa notícia dos dividendos, a Braskem também comunicou ontem o início da produção de polietileno na primeira planta do Complexo Petroquímico do México. As expectativas são de que as outras duas plantas de polietileno comecem a operar ainda neste mês. A Braskem detém 75% do capital deste complexo no México em associação com o grupo local Idesa (25%), sendo que o projeto deve demandar US$ 5,2 bilhões em investimentos. Este complexo é constituído por um cracker de etano, que é integrado a três plantas de polietileno. O fornecimento de etano está assegurado por um contrato de 20 anos com a Pemex (estatal mexicana de petróleo), com o preço referenciado ao gás nos Estados Unidos. As ações PNA da Braskem estão sendo negociadas com um indicador Preço/Lucro de 5,7x para os resultados de 2016 e 5,2x para 2017, considerando as projeções médias do Bloomberg. O potencial de alta de BRKM5 está em 35% para seu Preço Justo de R$ 31,17/ação. Banco Central Relatório de Poupança mostra saída líquida de R$ 5,4 bilhões em mar/16 Segundo dados do Banco Central do Brasil, após a saída líquida de R$ 6,7 bilhões em fevereiro, os depósitos de poupança registraram saída líquida de R$ 5,4 bilhões em março de 2016, acumulando no 1º trimestre do ano, saída líquida de R$ 24,1 bilhões. Em março de 2015 a poupança registrou saída líquida de R$ 11,4 bilhões. Página 2

3 Captação Líquida (SBPE + Rural) para os meses de março (R$ milhões) Fonte: BCB/Planner Corretora mar/13 mar/14 mar/15 mar/16 A saída líquida de R$ 5,4 bilhões em março foi sustentada pela saída de R$ 5,2 bilhões de recursos do crédito imobiliário, e a retirada líquida de R$ 0,2 bilhão da poupança rural. Considerando o rendimento de R$ 3,9 bilhões em março (para ambas as aplicações), o saldo da poupança caiu de R$ 646,1 bilhões em fevereiro para R$ 644,6 bilhões em março, dos quais o saldo de R$ 497,1 bilhões (77,1%) é do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 147,5 bilhões (22,9%) da Poupança Rural. Captação Líquida (SBPE+Rural) por trimestre - R$ milhões T11 2T11 3T11 4T11 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 Fonte: BCB/Planner Corretora. Em 2015, a saída líquida alcançou R$ 53,6 bilhões, revertendo à entrada líquida de R$ 24,0 bilhões de 2014, e a expressiva entrada de R$ 71,0 bilhões em Para 2016 a tendência permanece a mesma, de forte retirada líquida dos recursos da poupança, à semelhança de Página 3

4 Captação Líquida (SBPE + Rural) em R$ milhões +43% % T16 Fonte: BCB/Planner Corretora Dentre os fatores principais que explicam este movimento de forte retirada líquida de recursos da poupança, o menor rendimento das famílias somado a inflação alta, com consequente redução do poder de compra dos poupadores, e o aumento do desemprego. Ressalte-se que, a manutenção da Meta Selic no atual patamar, resulta na perda de atratividade da aplicação em relação a outros investimentos. Lembrando que desde agosto de 2013, a poupança voltou a ser remunerada por TR+0,5%, sendo que, pela regra atual, caso a Selic volte a ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros, acrescido da TR. Opinião: A saída líquida de R$ 5,4 bilhões em março deste ano foi 53% menor do que a saída de mar/15 (R$ 11,4 bilhões) o que é positivo. Já no 1T16, a retirada líquida de R$ 24,1 bilhões representou o maior volume desde o lançamento do Plano Real, início da série histórica pelo BC. Em maio do ano passado, na tentativa de aumentar a alocação de recursos na aplicação, o governo alterou as regras de compulsórios sobre a poupança. Na época, o potencial de liberação foi de R$ 22 bilhões, dos quais, apenas R$ 12 bilhões foram utilizados. Recentemente o governo anunciou uma rodada de medidas, dentre as quais, um novo "funding" ao setor com o uso do FGTS para a compra de R$ 10 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Mesmo assim, acreditamos na perda de atratividade da poupança em relação aos demais investimentos. A persistir esse cenário de retirada dos recursos da poupança, pode levar o governo a adotar novas medidas visando a retomada do crédito habitacional este ano. Não sabemos, contudo, se surtirão o efeito desejado, uma vez que a demanda está fraca. Página 4

5 Queda de 27,8% na produção de veículos no 1T16 A produção brasileira de veículos caiu 23,7% em março/2016, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em relação a fevereiro, a produção de março cresceu 42,6%. No primeiro trimestre de 2016, o volume produzido ficou 27,8% abaixo daquele verificado no 1T15. Segundo o presidente da Anfavea, os números de produção ficaram abaixo das expectativas da entidade. Produção de Veículos Unidades Mar/16 Mar/15 Var. 3M16 3M15 Var. Veículos leves ,5% ,3% Automóveis ,0% ,8% Comerciais leves ,0% ,9% Caminhões ,2% ,2% Ônibus ,6% ,5% Rodoviário ,2% ,7% Urbano ,1% ,4% Total ,7% ,8% Fonte: Anfavea A contínua queda na produção de veículos é reflexo da recessão que se abate sobre o país, que reduz a confiança do consumidor, o emprego e a renda. Além disso, os bancos já vêm a longo tempo sendo mais seletivos no crédito, o que contribui também para reduzir as vendas. Prova disso é que, segundo a Anfavea, as vendas a prazo em março atingiram a menor participação desde 2005, com apenas 51,4% do volume comercializado. Em março, houve redução na produção em todos os segmentos da indústria. Porém, o pior desempenho continuou sendo dos ônibus urbanos e os veículos comerciais leves, com quedas de 51,1% e 36,0%, respectivamente. Em termos de licenciamentos (vendas) de veículos nacionais, os números da Anfavea mostram redução de 22,2% no volume vendido em março, com queda de 27,0% no acumulado do ano. Página 5

6 Uma boa notícia para o setor foi o aumento das exportações. O volume de autoveículos montados que foram vendidos ao exterior cresceu 19,8% em março e 24,0% no 1T16, comparando com os mesmos períodos de No entanto, em termos de valores das exportações, os números não são positivos. Em março/16, as exportações renderam US$ 851 milhões, valor 7,7% menor que em No 1T16, as exportações (US$ 2,2 bilhões) ficaram 7,6% menores que no ano passado. Um aspecto perverso desta crise é o aumento do desemprego no setor. Nos últimos doze meses a indústria automobilística nacional cortou em 12,3 mil empregos (8,8%). Estes números fracos da indústria automobilística e suas consequências na siderurgia mantém nosso pessimismo para as vendas no mercado interno do setor no 1T16. Nossas recomendações para as ações do setor são de Manutenção para GGBR4 (Preço Justo de R$ 4,80) e USIM5 (R$ 1,70) e Venda para CSNA3 (R$ 6,20). Página 6

7 FLUXO ESTRANGEIRO Evolução mensal do fluxo líquido de capital estrangeiro na Bovespa (R$ milhões) abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 Fonte: Ibovespa, dados até 04/04/2016 Fluxo de Capital Estrangeiro (R$ milhões) 4/4/16 30 dias Mês Ano Saldo (236,4) 3.466,9 (112,6) ,6 Fonte: BMFBovespa Contratos em Aberto Ibovespa Futuro Investidores Não Residentes Investidores Insitucionais Contratos em Aberto - Ibovespa Futuro I. Não Residentes I. Institucionais Compra Venda Líquido Página 7

8 AGENDA MACROECONÔMICA Data Horário País / Região Indicador Referência Expectativa Anterior Sexta-feira 08:00 BR FGV: IPC-S (m/m) 07/abr 0,50% 0,50% 08/04/ :00 BR IBGE: IPCA (m/m) Março 0,46% 0,90% 09:00 BR IBGE: IPCA (a/a) Março 9,42% 10,36% 11:00 EUA Estoques no atacado (m/m) Fevereiro -0,20% 0,20% 11:00 EUA Vendas de negócio no atacado (m/m) Fevereiro 0,20% -1,70% Segunda-feira 08:00 BR FGV - IGP-M 1º Prévia Abril 0,43% 11/04/ :25 BR BC - Pesquisa Focus (Semanal) 15:00 BR Balança Comercial semanal 10/abr Terça-feira 05:00 BR IPC FIPE- Semanal 07/abr 0,92% 12/04/ :00 BR Vendas a varejo (m/m) Fevereiro -1,50% 09:00 BR Vendas no varejo (a/a) Fevereiro -10,30% 09:30 EUA Índice de preços de importação (m/m) Março 1,00% -0,30% 09:30 EUA Índice de preços de importação (a/a) Março -6,10% 00:00 CH Balança comercial Março 33,40 bi. 32,59 bi. 00:00 CH Balança comercial CNY Março 203,65 bi. 209,50 bi. Quarta-feira BR Atividade econômica (m/m) Fevereiro -0,61% 13/04/2016 BR Atividade econômica (a/a) Fevereiro -7,55% 08:00 EUA MBA - Solicitações de empréstimos hipotecários 08/abr 2,70% 09:30 EUA Adiantamento de vendas no varejo (m/m) Março 0,20% -0,10% 09:30 EUA Vendas no varejo exc auto (m/m) Março 0,40% -0,10% 09:30 EUA Vendas no varejo exc auto e gás Março 0,40% 0,30% 09:30 EUA Vendas no varejo Grupo de controle Março 0,30% 0,00% 09:30 EUA IPP exceto alimentos e energia (m/m) Março 0,10% 0,00% 09:30 EUA IPP Ex alimentos, energia, negociação M/M Março 0,10% 09:30 EUA IPP exceto alimentos e energia (a/a) Março 1,30% 1,20% 09:30 EUA IPP Ex alimentos, energia, negociação A/A Março 0,90% 06:00 EURO Produção industrial Sazonal (m/m) Fevereiro 2,10% 06:00 EURO Produção industrial (a/a) Fevereiro 2,80% Fonte: Bloomberg Página 8

9 Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima de Jesus ijesus@planner.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 9