UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA RURAL

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA RURAL WITALO DE LIMA PAIVA DESENVOLVIMENTO REGIONAL CEARENSE: UMA LEITURA A PARTIR DA ANÁLISE ESPACIAL DO EMPREGO FORTALEZA 2010

2 WITALO DE LIMA PAIVA DESENVOLVIMENTO REGIONAL CEARENSE: UMA LEITURA A PARTIR DA ANÁLISE ESPACIAL DO EMPREGO Dssertação submetda à Coordenação do Curso de Mestrado em Economa Rural, da Unversdade federal do Ceará, como requsto parcal para obtenção do título de Mestre. Orentador: Prof. PhD. Ahmad Saeed Khan FORTALEZA 2010

3 Margareth de Fguerêdo Noguera Mesquta Bblotecára/UFC P171d Pava, Wtalo de Lma Desenvolvmento regonal cearense: Uma letura a partr da análse espacal do emprego. Fortaleza, fl. l. 21 cm. Orentador: Prof. Phd. Ahmad Saeed Khan. Mestrado em Economa Rural. Área de concentração: Economa Rural. 1.Emprego. 2. Dependênca Espacal. 3.Desenvolvmento Regonal. 4. Ceará. I. Título. CDD

4 WITALO DE LIMA PAIVA DESENVOLVIMENTO REGIONAL CEARENSE: UMA LEITURA A PARTIR DA ANÁLISE ESPACIAL DO EMPREGO. Dssertação submetda à Coordenação do Curso de Mestrado em Economa Rural da Unversdade federal do Ceará, como requsto parcal para obtenção do título de Mestre. Aprovada em 04/05/2010. BANCA EXAMINADORA Professor PhD. Ahmad Saeed Khan Unversdade Federal do Ceará Professora Drª. Patríca Verônca Pnhero Sales Lma Unversdade Federal do Ceará Dr. Ncolno Tromper Neto Insttuto de Pesqusa e Estratéga Econômca do Ceará.

5 AGRADECIMENTOS Agradecmentos. É aqu que tenho o felz momento de poder regstrar mnha gratdão a todos que contrbuíram para mas essa valosa conqusta. É hora de olhar para trás e para os lados e lembrar-se daqueles que foram pedras fundamentas em mas essa escalada, daqueles que me fzeram sempre olhar para frente, para o topo. É hora de dvdr o sabor da vtóra. Sou e sere para sempre grato: A Deus, Pa Crador, a Quem devemos toda honra e toda glóra, agora e para sempre. Aos meus pas, Seu Deca e Dona Fransqunha, pela vda que me deram e dão anda hoje, pelo amor, carnho, aconchego, segurança, ensnamentos, oportundades, por tudo que sou, que conquste e conqustare... À mnha esposa Danígela, pelo amor, cudados e carnhos, pela cumplcdade e parcera, pela pacênca e dedcação. Aos meus rmãos Paulo Rossy, Máro Ney, José Neudes e Márco Robéro pelo apoo, companhersmo, por me darem, junto com os meus pas, a melhor famíla do mundo. Aos meus amgos Pedro Albuquerque, Cleyber Mederos, Frere Júnor, Klínger Aragão e Ncolno Trompere, pela amzade e os auxílos necessáros à conclusão deste trabalho. Ao Insttuto de Pesqusa e Estratéga Econômca do Ceará, a todos que o fazem um órgão de extrema competênca e ótmo de se trabalhar, em especal aos dretores Marcos Holanda, Marcelo Ponte e Evelne Barbosa pela oportundade de cursar e conclur esse tão desejado mestrado. Aos professores Saeed Khan e Patríca Lma pelo apoo e orentação durante o mestrado, em especal em sua fase fnal. A todos que sempre acredtaram em mm e torceram pela mnha vtóra, mnha nfnta gratdão.

6 RESUMO O objetvo prncpal do estudo fo avalar a presença de dependênca espacal no estoque de emprego formal nos setores ndustral e agropecuáro cearenses nos anos de 1997 e Busca-se, assm, dentfcar seus transbordamentos espacas entre os muncípos e desta forma perceber as contrbuções de cada setor para reverter as desgualdades entre as regões cearenses. Para tanto se utlzou a Análse Exploratóra de Dados Espacas (AEDE), ou Exploratory Spatal Data Analyss (ESDA), com destaque para utlzação das estatístcas de autocorrelação espacal I de Moran e Moran Local, e de mapas temátcos. Os resultados ndcam que ambos os setores, ndústra e agropecuára, apresentaram um quadro semelhante, com índces de autocorrelação espacal crescentes mas anda baxos que apontam para uma capacdade de transbordamento lmtada. Deduz-se que tal lmtação barra o desenvolvmento das própras atvdades, em especal da ndústra, e acaba por reduzr os efetos postvos que estas atvdades podem exercer no crescmento do mercado formal de trabalho, na oferta de emprego e renda, e, consequentemente, no processo de desenvolvmento econômco das regões cearenses, além de restrngr tas efetos a algumas poucas áreas do estado. Uma polítca de qualfcação terrtoral e o redesenho dos mecansmos de concessão de ncentvos fscas hoje utlzados poderam ajudar a reverter esta realdade. PALAVRAS CHAVES: Emprego, Dependênca Espacal, Desenvolvmento Regonal, Ceará.

7 ABSTRACT The man objectve of ths study was to evaluate the presence of spatal dependence n the stock of formal employment n the ndustral and agrcultural sectors of Ceará n 1997 and Search s thus dentfy ther spatal spllovers between muncpaltes and thus realze the contrbutons of each sector to reverse the nequaltes between the regons of Ceará. It was used the Exploratory Spatal Data Analyss (ESDA) wth emphass on use of statstcs of spatal autocorrelaton Moran's I and Moran Local, and thematc maps. The results ndcate that both sectors, ndustry and agrculture, showed a smlar pcture. Whle growng, the ndces of spatal reman low and show a lmted capacty to overflow. Ths lmtaton hampers the development of actvtes, especally ndustry, and reduce the postve effects that these actvtes can exert on the growth of the formal labor market, labor supply and ncome, and hence the process of economc development of regons of Ceará, and restrct these effects to a few areas of the state. A polcy of terrtoral qualfcaton and redesgn of the mechansms of tax ncentves could help reverse ths stuaton. KEYWORDS: Employment, Spatal Dependence, Regonal Development, Ceará.

8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Dagrama de Dspersão de Moran ou Moran Scatterplot FIGURA 2 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação FIGURA 3 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação FIGURA 4 Evolução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação 1997 a FIGURA 5 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense Agropecuára FIGURA 6 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense Agropecuára FIGURA 7 Evolução do Emprego no Terrtóro Cearense - Agropecuára 1997 a FIGURA 8 LISA Emprego Industral FIGURA 9 LISA Emprego Industral FIGURA 10 LISA Emprego na Agropecuára FIGURA 11 LISA - Emprego na Agropecuára FIGURA 12 LISA BIVARIADO - Emprego na Indústra e na Agropecuára FIGURA 13 LISA BIVARIADO - Emprego na Indústra e na Agropecuára

9 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Indústra de Transformação TABELA 2 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Indústra de Transformação TABELA 3 Muncípos com os Maores Crescmentos no Número de Empregados Formas Indústra de Transformação 1997 a TABELA 4 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Agropecuára TABELA 5 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Agropecuára TABELA 6 Muncípos com os Maores Crescmentos no Número de Empregados Formas Agropecuára 1997 a TABELA 7 Índce I de Moran Emprego Formal na Indústra 1997 e TABELA 8 Índce I de Moran Emprego Formal na Agropecuára 1997 e

10 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Objetvo Geral Objetvos Específcos ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE DESENVOVLIMENTO REGIONAL A Atvdade Industral para o Desenvolvmento Regonal Agrcultura e Desenvolvmento: alguns comentáros ENTENDENDO A ANÁLISE ESPACIAL Efetos Espacas Dependênca Espacal Heterogenedade Espacal Análse Exploratóra de Dados Espacas Estatístcas de Autocorrelação Espacal Autocorrelação Espacal Global Autocorrelação Espacal Local Matrz de Vznhança METODOLOGIA E BASE DE DADOS RESULTADOS E DISCUSSÕES Evolução e Dstrbução Espacal do Emprego Formal no Ceará: Uma análse para os setores ndustral e agropecuáro Autocorrelação Espacal Global Autocorrelação Espacal Local: Indcadores Locas de Assocação Espacal (LISA) CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 88

11 9 1 INTRODUÇÃO As desgualdades regonas são reconhecdamente um entrave a um processo de desenvolvmento que se quer pleno e sustentável, seja quando o olhar recar sobre uma nação, seja quando a atenção se voltar para uma de suas regões. A coexstênca entre poucas áreas dnâmcas e compettvas e um grande número de terrtóros marcados por uma realdade oposta a esta, com oportundades restrtas de crescmento e condções de vda desfavoráves, não pode ser aceta como algo normal. O desenvolvmento das regões mas carentes, menos atratvas ao captal produtvo e com restrções socoeconômcas graves, deve, então, ocupar os lugares centras nas polítcas de estado voltadas ao tema. As estratégas segudas quando adaptadas às realdades onde são mplementadas, pragmátcas e contínuas no tempo aumentam as chances de sucesso e os retornos alcançados. Apesar dos reconhecdos avanços econômcos e socas alcançados nos últmos anos, o Estado do Ceará contnua a apresentar fortes desgualdades entre suas regões. De um lado destaca-se a Regão Metropoltana de Fortaleza, com sua rqueza, dnamsmo e compettvdade; do outro, se tem a mensa maora dos muncípos cearenses caracterzados por entraves ao crescmento e ao desenvolvmento econômco. Esta realdade ndesejada e anda exstente vem sendo ao longo do tempo combatda pelo governo local. Uma das prncpas estratégas adotadas na tentatva de desenvolvmento das regões menos favorecdas tem sdo a concessão de ncentvos fscas para nstalação de undades ndustras no terrtóro cearense, com maor estímulo para localzação destas no nteror do estado. Além da ndústra, outro setor que merece atenção é o agropecuáro, em especal no que dz respeto ao desempenho na produção de frutas frescas. Tas setores se colocam, desta forma, como nstrumentos potencas para reversão do cenáro de desgualdade e atraso presente em certas áreas no Estado. Num quadro onde as desgualdades regonas persstem e determnados setores se destacam, seja por ser foco explícto de uma polítca públca, seja pelo desempenho produtvo, surge o nteresse em perceber como estes têm contrbuído para o desenvolvmento das dferentes áreas do Estado. Assm, a déa central da presente pesqusa é avalar como os

12 10 setores ndustral e agropecuáro têm contrbuído para reverter a realdade de subdesenvolvmento característca de determnadas regões cearenses. A novdade da avalação que se pretende aqu é que esta se dá sob um novo prsma. A atenção reca agora sobre os transbordamentos espacas que tas setores apresentam no tocante ao emprego, mas precsamente no emprego formal. Ao consderar o efeto transbordamento, a pesqusa em tela oferece outra letura para o processo de desenvolvmento expermentado pela economa cearense. Em outras palavras, o foco é dentfcar se os setores ndustral e agropecuáro presentes em um muncípo nfluencam a formação do estoque de emprego formal nos mesmos setores, mas em um muncípo vznho. Em caso afrmatvo, ter-se-a que tas atvdades, embora sedadas em um dado local, seram capazes de promover o desenvolvmento da regão ao estmular o própro crescmento nas áreas vznhas. Este estímulo, percebdo a partr do estoque de emprego, sera acompanhado pela geração de renda e cração de oportundades aos ndvíduos locas, num estágo ncal de melhora do bemestar. A opção em se avalar o estoque de emprego formal como ndcatvo do desenvolvmento regonal se apóa em alguns argumentos prncpas. A varável emprego representa a geração de renda e a cração de oportundades de colocação profssonal, necessdades medatas em regões carentes; observar o estoque de emprego, se reveste anda, em uma tentatva de entender como as oportundades podem transbordar no espaço (se é que transbordam na realdade cearense!). Ademas, o número de empregados é uma das formas de representar o comportamento das atvdades econômcas, seus desempenhos. Já a opção pela formaldade resde no fato de o emprego formal sgnfcar uma relação de trabalho mas saudável para o ndvíduo e para a socedade. Quanto à escolha dos setores ndustral e agropecuáro, somam-se aos argumentos apresentados anterormente os seguntes: ) a opção por se avalar ndústra está relaconada com as suas característcas teorcamente mas favoráves ao crescmento econômco em especal no que se refere a capacdade de transbordamento seja para restante do tecdo econômco, seja para áreas vznhas espacalmente; ) com relação ao setor agropecuáro, a opção por abordá-lo se apóa na acetação da nfluênca de seus estímulos autônomos sobre o

13 11 resto da economa e nas possíves contrbuções que a agrcultura podera dar para ndustralzação e, prncpalmente, para o seu própro desenvolvmento. O processo de desenvolvmento pode ser apoado em ntervenções na atvdade ndustral, que se dz mas dnâmca, assocada a retornos crescentes, ou na agropecuára. A opção cearense parece ter sdo pela prmera. O presente trabalho permte perceber como estes dos setores se comportam no espaço com relação ao emprego e em suas nterações. A fm de perceber o efeto transbordamento utlza-se aqu o nstrumental oferecdo pela Exploratory Spatal Data Analyss (ESDA) ou Análse Exploratóra de Dados Espacas (AEDE). O nstrumental ESDA é adequado para manpulação de dados espacas e permte dentfcar a presença dos chamados efetos espacas: dependênca espacal e heterogenedade espacal. Em outras palavras, a utlzação do nstrumental, mas especfcamente dos ndcadores globas e locas de autocorrelação espacal, permte dentfcar emprcamente a exstênca de dependênca espacal, e com ela a ndcação da ocorrênca dos transbordamentos espacas. Daí a opção por tal metodologa. Além da justfcatva acma, a utlzação do nstrumental ESDA se faz necessáro uma vez que o estudo em questão consdera a localzação espacal do evento abordado. Comum em estudos regonas, a localzação do evento observado confere tanto ao própro evento em questão como aos dados que o representa característcas especas que tornam a presença dos efetos espacas algo bastante provável. Uma vez presente nos dados e nos eventos estudados, os efetos espacas exgem um tratamento metodológco adequado, que consdere o componente espacal na análse. Se neglgencada, a exstênca de tas efetos pode levar a um tratamento metodológco mprópro ou a uma nterpretação ncorreta da realdade estudada. A utlzação desta metodologa traz, então, ganhos mportantes. A dependênca espacal no estoque de emprego traz consgo a déa de que o emprego em determnada regão pode afetar ou ser afetado pelo comportamento do emprego em uma regão vznha. A fm de não só dentfcá-la, mas também perceber seu comportamento ao longo tempo e com ela a evolução temporal dos transbordamentos espacas, a análse consdera os anos de 1997 e 2007.

14 Objetvo Geral Identfcar a presença de dependênca espacal no estoque de emprego formal nos setores ndustral e agropecuáro cearense e com sso perceber os transbordamentos espacas de tas setores entre os muncípos do estado nos anos de 1997 e Objetvos Específcos Conhecer a dstrbução espacal do emprego no terrtóro cearense para cada um dos setores estudados, bem como a evolução destas dstrbuções entre 1997 e 2007; Calcular e analsar o ndcador global de autocorrelação espacal para cada um dos setores em cada um dos anos; Calcular e analsar o ndcador local de autocorrelação espacal para cada um dos setores em cada um dos anos; Localzar no terrtóro cearense a presença de autocorrelação espacal, dentfcando as regões para cada um dos setores, analsando as alterações no tempo e no espaço; Calcular e analsar o ndcador local bvarado de autocorrelação espacal para cada um dos anos; Localzar no terrtóro cearense a presença de autocorrelação espacal entre ndústra e agropecuára, dentfcando as regões para cada um dos anos, analsando as alterações no tempo e no espaço. Na busca por tas objetvos, a presente pesqusa está dstrbuída em outras cnco seções, além desta ntrodução. Na seção dos são apresentadas algumas consderações sobre desenvolvmento econômco. Na tercera parte a atenção volta-se para o entendmento da análse espacal. A quarta etapa apresenta os métodos empregados e a base de dados utlzada. Na qunta parte são apresentados os resultados e as análses pertnentes. Nesta, expõe-se a

15 13 dstrbução espacal do emprego e sua evolução no tempo e são dscutdos os resultados para índces de autocorrelação espacal. Por fm, na seção ses tecem-se as consderações fnas. 2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE DESENVOLVIMENTO REGIONAL Como exposto na parte ntrodutóra, o presente estudo enrquece o debate acerca do desenvolvmento regonal no estado do Ceará. Ao analsar a presença dos fenômenos espacas (dependênca e heterogenedade) no estoque de empregos formas nos muncípos cearenses, em partcular nos setores ndustral e agropecuáro, a pesqusa nclu na análse novos elementos mportantes ao entendmento e na nterpretação da realdade das dferentes regões do estado, bem como na defnção e avalação das estratégas adotadas. Como deve fcar claro ao longo do trabalho, o objetvo aqu não é, propramente, avalar as polítcas de desenvolvmento escolhdas pelo estado. A pretensão é, sm, jogar luz sobre elementos que permtam uma melhor letura do processo de desenvolvmento vvdo pelo estado, ao mesmo tempo em que auxlem para a correta avalação dos resultados alcançados pelas estratégas segudas. Determnar a exstênca dos fenômenos espacas no estoque de emprego formal é um dos ntutos deste trabalho, especalmente quando se percebe que os resultados obtdos trazem mplcações relevantes às dscussões sobre o desenvolvmento regonal cearense. Antes, porém, de se aprofundar no entendmento destes fenômenos - o que são, como se manfestam, e como podem ser detectados fazem-se agora algumas consderações sobre desenvolvmento econômco e suas questões. O objetvo não é revsar a extensa e complexa lteratura que trata do desenvolvmento econômco. É, smplesmente, apresentar alguns pontos nesta temátca que permtam melhor entender os resultados alcançados e nterpretá-los da manera correta.

16 A Atvdade Industral para o Desenvolvmento Regonal A abrangênca do tema desenvolvmento econômco traz consgo dferentes vsões sobre suas causas, e, especalmente, sobre as estratégas que devem ser segudas para sua promoção 1. Dentre estas dferentes vsões e estratégas resde a que acredta na acumulação de captal e na adoção de novações tecnológcas como forças capazes de estmular o processo de desenvolvmento, seja de uma regão, seja de uma nação. Para os economstas e pensadores defensores desta, o desenvolvmento vra como resultado do crescmento ndustral acelerado e de transformações estruturas socoeconômcas assocadas. Em regões subdesenvolvdas, as fragldades nternas manfestadas, dentre outras, em um mercado nterno (ou regonal) reduzdo e na nsufcênca de capacdade empresaral e de mão-de-obra qualfcada, desestmulam os nvestmentos produtvos e tornam escassos os recursos locas. Estmular o nvestmento e a adoção de novas tecnologas torna-se, então, etapa essencal no processo de desenvolvmento. Neste contexto, o crescmento da atvdade ndustral cumprra o papel de favorecer a atração dos nvestmentos necessáros. (Souza, 1999) A opção pela ndústra está relaconada com as suas característcas, mas favoráves ao crescmento econômco, partcularmente no que se refere à exstênca de rendmentos crescentes e de sua capacdade de transbordamento para o restante do tecdo econômco. (Thrlwall, 2005). Dentre os modelos de desenvolvmento apoado na ndústra, dscorre-se aqu, a partr do trabalho de Souza (1999), sobre duas estratégas de ndustralzação para regões não desenvolvdas, a saber: ) crescmento equlbrado ou estratéga de grande mpacto; e ) estratéga do crescmento desequlbrado ou concentrado. A prmera delas defende a dspersão dos nvestmentos, de modo equlbrado, para crar um mercado nterno a partr da expansão do emprego e da renda. Já a outra, sugere concentrar o nvestmento, de modo desequlbrado, em setores da ndústra de maor rentabldade e maor poder de encadeamento com o restante do sstema econômco. 1 Dentre estas dferentes vsões ou concepções destacam-se a dos economstas clásscos (Smth, Rcardo, Marshall, entre outros), a Marxsta, a de Malthus, de Keynes e de Kaleck, a vsão Shumpterana, e a Cepalna. Para maores detalhes sobre cada uma destas, ver Souza (1999).

17 15 A estratéga do crescmento equlbrado fo apresentada, especalmente, nos trabalhos de Nurkse (1957) e Rosensten-Rodan (1969) 2. Conforme ctada em Souza (1999), a dea de Rosensten-Rodan conssta em conjunto de nvestmentos em uma gama varada de ndústras promovendo, assm, um grande mpulso na economa, cujos novos trabalhadores formaram o mercado para novas atvdades. Já Nurkse, anda conforme Souza (1999), propôs o rompmento do círculo vcoso da pobreza, ou do subdesenvolvmento, pela cração smultânea de váras atvdades novas 3. A estratéga do grande mpacto parte do pressuposto de que empreendmentos realzados em conjunto aumentam a chance de sucesso em relação àqueles executados ndvdualmente. A déa subjacente é a de que uma vez mplantados smultaneamente, os dferentes projetos estmularam com maor ntensdade a expansão da renda e do emprego e o consequente crescmento do mercado nterno. A complementardade de demanda fnal é o maor fundamento desta estratéga e se soma à nterdependênca no nível tecnológco e nas relações nsumo-produto exstentes entre as atvdades. Neste racocíno, a demanda se expande com o desenvolvmento da oferta, em um comportamento ao estlo Le de Say 4. Como afrmado antes, a dmensão reduzda do mercado nterno, a escassez de nvestmento e o pequeno estoque de captal são causas para o subdesenvolvmento de determnadas regões. Está na possbldade de remoção destes entraves a prncpal vantagem da estratéga de ndustralzação de grande mpacto. Dentre os seus resultados, este modelo de desenvolvmento a partr da atvdade ndustral favorece o aumento do estoque de captal, a amplação do mercado nterno, e a possbldade de especalzação e aumento da efcênca, podendo romper como círculo vcoso da pobreza. Apesar das vantagens, a atuação em váras frentes ao mesmo tempo traz consgo algumas dfculdades e problemas. Dentre estas, destacam-se a nsufcênca dos recursos que uma atuação assm demanda, sejam eles lgados ao captal fnancero ou ao captal humano 2 Na verdade, em 1943, Rosensten-Rodan apresentou tal modelo para ndustralzação da Europa Orental e Sul- Orental no contexto do Plano Marshall. Porém, o paper com suas déas fo publcado somente em Para maores detalhes ver Souza (1999). 3 No círculo vcoso da pobreza um país é pobre porque é pobre : baxos níves de renda e poupança reduzem a propensão a nvestr, o que reduz a acumulação e a produtvdade, mantendo o nível de renda nsufcente. 4 A Le de Say, um dos plares de sustentação do modelo clássco de macroeconoma, argumenta que a oferta cra sua própra demanda a partr do funconamento perfeto do fluxo crcular da renda.

18 16 (capacdade e dsposção empresaral, força de trabalho, etc); a pouca atenção aos empreendmentos específcos, como os voltados à exportação; e por fm, o aumento das mgrações campo-cdade, da favelzação das cdades e da margnaldade urbana, dentre outros possíves resultados do crescmento acelerado e smultâneo de város setores da economa. Em oposção ao pregado pela estratéga do crescmento equlbrado, o modelo de crescmento desequlbrado defende os nvestmentos em setores seleconados, dentre estes aqueles com maores encadeamento do produto e do emprego, e não em todos os setores smultaneamente. Para esta corrente, o crescmento se dá de modo descontínuo, e o desenvolvmento é o resultado fnal de uma séra de desequlíbros ou de avanços desguas dos dferentes setores. Uma estratéga de crescmento, que se quer equlbrado, preocupada em corrgr os desequlíbros pode acabar por destrur mecansmos mportantes para os avanços das economas, que são os efetos de ndução e de snalzação do mercado. O poder do estado de desequlíbro como engrenagem para o desenvolvmento, onde cada movmento da economa corresponde a uma resposta a um (estado de) desequlíbro anteror, é ressaltado por Hrschman (1974; 1983), prncpal defensor da estratéga de crescmento desequlbrado ou concentrado, como se pode nferr a partr de Souza (1999). Em seus argumentos, a estratéga de crescmento concentrado, defende que as economas subdesenvolvdas dspõem de poupança, força de trabalho e capacdade empresaral para realzar projetos específcos. Em tal realdade, as carêncas passam a ser os mecansmos de ndução ao nvestmento e às novações tecnológcas. O modelo opta por soluções sequencas e não smultâneas, e sso porque as ações em sequênca requerem um menor volume de recursos e são, na verdade, respostas aos desequlíbros gerados pelo própro crescmento precedente. O desenvolvmento resulta então da cração de ndução a nvestr. Esta, por sua vez, surge como resposta às pressões, tensões e desequlíbros, e são ampladas por economas externas e expectatvas de lucro. As economas externas surgem da complementardade dos nvestmentos (lnkages) e das nfra-estruturas econômcas cradas pelo estado, que reduzem custos de produção e se traduzem em maores taxas de retornos pra os nvestmentos.

19 17 Dante dos recursos lmtados (captal, mão-de-obra, etc.), o modelo do crescmento desequlbrado para desenvolver uma regão, ou um país, afrma a necessdade de maxmzar os efetos encadeamentos resultantes dos novos nvestmentos, através da escolha de setores específcos, defndos prncpalmente pelos seus volumes de compra e venda de produtos, especalmente nsumos 5. Por fm, cabem aqu duas ponderações. Prmero, a correção dos desequlíbros exge tempo e pode ocorrer em sncrona com a exstênca de recursos dsponíves. As própras nterlgações de produção, ou efetos encadeamento (ou lnkages), demandam tempo para se completarem totalmente. Segundo, a déa do desequlíbro deve ser acompanhada de bastante bom senso, pos em um dado momento são necessáras aplcações de recursos para corrgr os desequlíbros anterormente crados. A título de conclusão, Souza (1999, p. 253) expõe: (...) mesmo se no curto prazo os nvestmento ocorrem de modo concentrado em atvdades-chave, no longo prazo o crescmento tende a se dversfcar, pela própra ação do mercado que busca corrgr os desequlíbros. A estratéga de crescmento desequlbrado, no curto prazo, maxmza os efetos encadeamento no conjunto da economa, gerando necessdades a serem satsfetas, que se traduzem em crescmento mas equlbrado no longo prazo. A questão da dversfcação no longo prazo parece ser resolvda pelos própros mecansmos de mercado. Uma das grandes questões relatvas à ndustralzação dz respeto ao conflto entre maxmzar a produção ou o emprego. Com relação a esta questão específca, a defnção quanto aos setores chaves (que aumentam os encadeamentos) ganha um ngredente a mas: um setor pode ser chave em um crtéro e pouco mportante do ponto de vsta de outros objetvos de polítca. Geralmente, as atvdades mas mportantes na formação de captal ou no encadeamento da produção não geram muto emprego e confltam quanto aos demas objetvos de polítca. (SOUZA, 1999) As estratégas, sucntamente descrtas acma, mostram o papel que a atvdade ndustral pode desempenhar no desenvolvmento de uma regão. A partr de agora, o objetvo será aprofundar o conhecmento sobre o desenvolvmento da atvdade ndustral e seus reflexos na economa, amplando a dscussão sobre o elemento até aqu central: a capacdade de transbordamento da ndústra. O desejo de se enveredar no assunto fca justfcado no papel 5 Em Souza (1999) é possível encontrar uma exposção detalhada de como tas setores devem ser seleconados. Tal ponto não é abordado aqu, pos a preocupação maor é apresentar as déas fundamentas do modelo, e não mergulhar a fundo em seus detalhes.

20 18 fundamental que tal entendmento terá nas dscussões dos resultados alcançados por este estudo. Como menconado, a escolha da ndústra como ndutora do crescmento e do desenvolvmento econômco se deve, dentre outras característcas, ao seu potencal de transbordamento para o restante do sstema econômco, ou mas especfcamente, por suas relações produtvas que resultam nos encadeamentos setoras. Esta capacdade de transbordamento da atvdade ndustral, responsável por colocá-la como parte essencal nas estratégas de desenvolvmento como as abordadas aqu, é a prncpal fonte de outras característcas que conferem a ndústra um papel especal no crescmento da economa e em seu processo de desenvolvmento. Nas palavras de Thrlwall (2005, p. 43) 6, esta déa fca mas clara: Na prátca, entretanto, o crescmento agregado relacona-se naturalmente com a taxa de expansão do setor que tem as característcas mas favoráves ao crescmento. Inúmeros dados hstórcos empírcos sugerem que há algo de especal na atvdade da ndústra e, partcularmente, na atvdade manufaturera. Parecer haver, nos dversos países, estreta assocação entre o nível de renda per capta e o grau de ndustralzação, e também parece haver, nas váras nações assocação estreta entre o crescmento do PIB e o crescmento da ndústra manufaturera. O algo de especal' que exste na atvdade ndustral só se torna perceptível quando os processos de crescmento e desenvolvmento são avalados a partr de recortes setoras. Segundo o autor, só se pode compreendê-los adotando-se uma abordagem setoral, dstngundo entre as atvdades com rendmentos crescentes (ndústra), por um lado, e a atvdades com rendmentos decrescentes (atvdade baseadas na terra, como agrcultura e mneração), por outro. 7 As palavras de Thrlwall sugerem uma relação causal entre o crescmento da ndústra, em especal da atvdade manufaturera, e o crescmento do PIB. Não bastasse tal relação, o autor ressalta anda o fato de que quanto mas rápda cresce a produção manufaturera em relação ao PIB, mas rápdo este cresce. Uma das explcatvas é a exstênca 6 A ctação dz respeto à publcação em português do lvro The Nature of Economc Growth An Alternatve Framework for Understandng the Performance of Natons, de autora do professor A. P. Thrlwall, da Unversdade de Kent, Inglaterra, realzada pelo Insttuto de Pesqusa Econômca Aplcada (IPEA). 7 Aqu, Thrlwall (2005) faz referêncas aos textos de Ncolas Kaldor, em especal aos relaconados às conferêncas realzadas em 1966, nttuladas Causas do Rtmo Lento do Crescmento Econômco do Reno Undo e Fatores Estratégcos do Desenvolvmento Econômco.

21 19 de rendmentos crescentes, que podem ser tanto estátcos quanto dnâmcos. Os prmeros referem-se ao tamanho e à escala das undades fabrs, já os rendmentos dnâmcos têm sua orgem no progresso tecnológco nduzdo pela aprendzagem prátca, por economas externas de produção, entre outras. Como vsto, o efeto transbordamento da ndústra não se manfesta apenas nos encadeamentos setoras, mas também na relação dreta com crescmento do produto e da produtvdade da economa, em especal devdo aos rendmentos crescentes que possu. Neste ponto, especalmente com relação aos rendmentos dnâmcos, entram em cena as economas externas. As economas externas desempenham papel de grande relevânca no desenvolvmento da ndústra, e por conseqüênca nos seus efetos sobre a economa. Importante para que o setor ndustral apresente rendmentos crescentes, sua exstênca estmula a nstalação de parques fabrs e almenta o crescmento da atvdade. Apesar de resultar dos já falados transbordamentos nerentes a ndústra, as economas externas não estão sempre presentes para todas as empresas e dependem da localzação escolhdas por estas. Em outras palavras, estão assocadas ao local, à regão, onde a undade fabrl é nstalada. Segundo Lemos et al (2005a) as empresas stuadas em determnadas localdades são favorecdas pela exstênca de atvdad es ndustras em lugares vznhos: Tas vantagens de vznhança efetos de transbordamento e encadeamento surgem de dversos tpos de redução de custos no fornecmento de nsumos, formação de mercado regonal de trabalho especalzado e facldade de acesso a nformações relevantes e novas tecnologas. Economas externas como estas no âmbto de uma localdade partcular tem efetos fortemente potencalzadores a partr do fluxo de trocas entre localdade contíguas geografcamente. (LEMOS et al, 2005a, p.326). Pelo exposto, a regão e suas partculardades ocupam, assm, posção de destaque no processo de decsão das empresas no tocante à nstalação de novas undades produtvas ou ao deslocamento espacal da produção. O espaço passa, então, a ser uma varável mportante no crescmento da atvdade ndustral. Tal relevânca é fruto da percepção de que a nstalação e a aglomeração

22 20 de ndústras em determnadas regões resulta do balanço entre forças favoráves, que atraem empresas, aglomerando-as, e força contráras que desestmulam os nvestmentos, dspersando-os no espaço. Exstem alguns elementos capazes de atuar ou como forças centrífugas que dspersam as atvdades ou como forças centrípetas, que as aglomeram. Custos de transporte mas baxos, externaldades postvas e retornos crescente de escala nas atvdades produtvas atuam como elementos de atração. As polítcas públcas, ou governo, podem atuar como força de atração ao favorecer a produtvdade e a qualdade de vda, na ndução de nvestmentos e transferênca de renda. Acumulação de conhecmento e captal humano, urbanzação, economas de localzação propcam externaldades postvas. Quanto às externaldades negatvas, estas têm sua orgem quando o processo de aglomeração urbana trás consgo polução, congestonamentos, nsegurança, dentre outros transtornos; a exstênca de fatores fxos atua no mesmo sentdo, desestmulando o ngresso de novos nvestmentos na regão. (PAIVA, 2007; PAIVA, 2009) As estratégas de desenvolvmento a partr do setor ndustral jogam, assm, luz sobre dos outros pontos que ganham mportânca nesse processo: os transbordamentos da ndústra para o restante da economa e as característcas da regão que dão condções ao crescmento da atvdade. Com todos esses elementos tem-se um círculo vrtuoso onde a ndústra favorece o desenvolvmento regonal e este, por sua vez, oferece condções ao crescmento do setor manufaturero, realmentando o processo. Em partcular, a mportânca dada às característcas regonas traz à tona algumas das deas contdas no arcabouço do desenvolvmento regonal endógeno (ou local). Neste, o processo de superação de uma realdade subdesenvolvda é realzada a partr dos atrbutos locas, seja porque funconam como ncentvos à atração e nstalação de agentes produtvos, seja porque carregam consgo as sementes para um cclo vrtuoso de crescmento. Segundo Amaral Flho (1996, p. 37), do ponto de vsta espacal ou regonal, o desenvolvmento endógeno pode ser entenddo como (...) um processo nterno de amplação contínua da capacdade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacdade de absorção da regão, cujo desdobramento é a retenção do excedente econômco gerado na economa local e/ou a atração de excedentes provenentes de outras regões. Esse processo tem como resultado a amplação do emprego, do produto, da renda local (...). Sstemas

23 21 resultantes desse processo produzem economas externas que determnam a aglomeração de empresas fabrcando a mesma mercadora ou gravtando em torno de uma produção típca. O desenvolvmento endógeno segue uma vsão terrtoral dos processos de crescmento e mudança estrutural, assumndo que o terrtóro é também um agente de transformação. Os processos de desenvolvmento endógeno ocorrem graças à utlzação produtva do potencal de desenvolvmento possbltado quando as nsttuções e os mecansmos de regulação do terrtóro funconam efcentemente. (CASSIOLATO & LASTRES, 2000; BARQUERO, 2002) De fato, em um movmento endógeno, o ponto de partda é a transformação, o fortalecmento e a qualfcação das estruturas nternas de uma regão. O objetvo é crar um ambente capaz de consoldar um desenvolvmento orgnalmente local e/ou favorecer a atração e localzação de novas atvdades econômcas numa perspectva de uma economa aberta e de sustentabldade. Um dos mecansmos utlzados para alcançar esse processo de promoção do desenvolvmento local tem sdo a concessão de ncentvos fscas para atração empresas. Tas ncentvos buscam adconar um dferencal em favor das regões que o concedem, tornandoas mas atratvas. Embora jogue um papel mportante, por s só o ncentvo fscal não defne a decsão sobre a localzação das undades produtvas. (AMARAL FILHO, 1996; 2003). Os ncentvos conceddos funconam como um empurrão necessáro para se atrar e reter nvestmentos. Porém, sua função é temporára e se destna a corrgr falhas nos ncentvos prvados de mercado de uma localdade ou regão em relação a localdades onde estas falhas não exstem. Desta forma, a polítca de concessão de ncentvos fscas se confgura em uma polítca de desenvolvmento local e regonal que se utlza de um nstrumento fscal para se vablzar. (AMARAL FILHO, 1996; 2003). Apesar de mportante e, até certo ponto, necessára, a concessão de ncentvos fscas somente, se mostra uma estratéga nsufcente e nsustentável no longo prazo. Isoladamente, tal nstrumental pode apenas crar um amontoado de empresas sem lgações entre s e com o local, podendo desaparecer com o tempo prncpalmente se nexstrem condções propícas à geração de aglomerações e rendmentos crescentes.

24 Agrcultura e Desenvolvmento: Alguns Comentáros Outro setor que desempenha papel mportante no desenvolvmento das regões é o agrícola, ou melhor, o setor agropecuáro. A partr do trabalho de Souza (1999), percebe-se que o entendmento sobre o papel que a atvdade agrícola desempenha no processo de desenvolvmento fo dferente ao longo do tempo. Num prmero momento, a agrcultura era vsta como dependente do crescmento urbano-ndustral; tempos depos, passa-se a enfatzar os estímulos que o setor agrícola oferece ao restante da economa. Até nco da década de 60 do século passado, a agrcultura era vsta como elemento passvo e dependente dos estímulos econômcos provenentes do setor urbanondustral e do setor públco. Defenda-se, assm, a moblzação de recursos para o setor ndustral. A déa subjacente era a de que a mplantação de projetos ndustras e a cração de novos centros urbanos, em determnadas áreas, com maor número de empregos teram fortes mpactos na agrcultura, elevando a demanda por almentos e matéras-prmas, estmulando a expansão do setor. O desenvolvmento agrícola era, portanto, dependente do crescmento urbano-ndustral. Nas décadas seguntes, 70 e 80, enfatzou-se a nfluênca dos estímulos autônomos provenentes da agrcultura sobre o resto da economa. Por um lado, reconheca-se que o setor responda aos estímulos externos de modo varável, em função do seu meo, do nível tecnológco, das nfraestruturas de transporte, comercalzação e comuncações, da estrutura de posse da terra, da dsponbldade de terras fértes e do crédto. Por outro, atenção maor recaa mas sobre as contrbuções que a agrcultura podera dar para ndustralzação do que para o desenvolvmento dela própra. Neste ponto, a expansão da agrcultura resultara em um crescmento nduzdo nos demas setores, exercendo o setor um papel atvo, e não dependente, no desenvolvmento. (SOUZA, 1999) O papel atvo que a agrcultura tem no processo de desenvolvmento sera explcado por uma correlação postva entre o crescmento da atvdade e dos demas setores da economa. Tal relação exstra, prncpalmente, devdo às nterlgações que o setor agrícola possu com os outros setores, especalmente com a ndústra.

25 23 Por seu turno, o encadeamento entre a agrcultura e o restante da economa vra como resultado do cumprmento de algumas funções báscas por parte do setor agrícola. Dentre outras: a) lberar mão-de-obra para ser empregada na ndústra; b) fornecer almentos e matéras-prmas para o setor urbano-ndustral; e c) consttur mercados para os bens ndustras, complementando os mercados urbanos. O cumprmento dessas funções dá níco a dos fenômenos, dstntos, mas relaconados, na agrcultura. A saber, a) agrondustralzação crescente, como benefcamento e ndustralzação de frutas, vegetas, cereas, e outros almentos e matéras-prmas; e b) penetração do captalsmo no campo, mplcando, dentre outros, o uso mas ntenso de nsumos modernos e de admnstração profssonal. A maor oferta de almentos ndustralzados, expandndo smultaneamente a produção da ndústra e da agropecuára, não apenas favorece o crescmento econômco, como também aumenta o bem-estar socal ao gerar maor nível de emprego e renda. Duas questões mportantes emergem das funções báscas e dos fenômenos resultantes descrtos acma: a mobldade da mão-de-obra no sentdo campo - espaço urbanondustral e o avanço tecnológco na agrcultura. Com o processo de ndustralzação e o crescmento das atvdades comercas e de servços aumentam a demanda por mão-de-obra. O desenvolvmento dos centros urbanos com uma oferta de emprego crescente e saláros relatvamente melhores aos percebdos no campo atraem os trabalhadores excedentes do meo rural. Tal processo, de níco favorece toda a economa, uma vez que essa transferênca de mão-de-obra além de não reduzr a produção agrícola que, na verdade, é estmulada pela maor demanda urbano-ndustral por almentos e matéras-prmas, aumenta a produtvdade no campo e mantém o equlíbro no mercado de trabalho nas cdades. Entretanto, a lberação excessva e contnuada de trabalhadores para as cdades tem como consequênca o agravamento de problemas socas, como morada, saúde públca e segurança. Nesta realdade, outra função para agrcultura sera crar novos empregos no própro meo rural. Para tanto contrburam programas governamentas que fxassem o homem no campo e permtssem sua volta à agrcultura (extensão rural, crédto, nfraestrutura socal e econômca), ou anda, estratégas de ndustralzação nas pequenas cdades do nteror

26 24 e das própras zonas agráras, evtando com sso o nchaço das cdades mas desenvolvdas, onde tas problemas são anda mas graves. Polítcas públcas têm, de fato, papel mportante no desenvolvmento do setor agrícola e para maores contrbuções deste ao desenvolvmento econômco de uma regão (ou nação), contrbuções estas que vão além de fxar o homem no campo, como já comentado. Sobre a atuação do Estado, uma mudança mportante ocorreu na década de noventa, com a abertura da economa naconal e o ngresso do país no processo de globalzação. Conforme explca Khan (2002, p. 268), após as lmtações mperatvas dos anos otenta e dante dos novos ventos da década de noventa, (...) o Estado paternalsta, centralzador e gestor de polítcas agrícolas, cede lugar ao Estado ndutor, ncentvando a utlzação efcente dos recursos, ao mesmo tempo em que, permte o despertar das potencaldades da população rural, objetvando o seu aprovetamento na superação das dfculdades de adequação às mposções da concorrênca e efcênca do mercado (...). Na regão Nordeste, no Ceará em partcular, um exemplo desta forma de atuar é o ncentvo ao desenvolvmento da frutcultura rrgada, especalmente por meo da oferta de nfraestrutura de rrgação, dentre outras ações. A agrcultura rrgada, de um modo geral, tem um papel mportante no desenvolvmento da atvdade e da economa, prncpalmente em regões que sofrem com condções clmátcas desfavoráves (prncpalmente chuvas escassas e mal dstrbuídas). Segundo Ablas (2002), a agrcultura rrgada dmnu os rscos com as varações clmátcas, permte atngr níves maores de produção, além de estmular a geração de empregos. Anda de acordo com Ablas, a agrcultura rrgada é modernzante, favorece o aumento da produtvdade tanto da terra quanto da mão-de-obra e modfca o ambente de atraso das regões menos desenvolvdas ao contrbur para que o processo produtvo ganhe característcas de produção captalsta atrando a agrondústra moderna. Um bom exemplo, cta o autor, são os projetos de rrgação do Vale do São Francsco. Como comentado na parte ntrodutóra, a agropecuára cearense tem se destacado nos últmos anos especalmente pelo desenvolvmento da frutcultura rrgada, com a produção e exportação de frutas frescas. O tema voltará a ser abordado nas seções seguntes deste estudo e ajudará a entender alguns dos resultados alcançados.

27 25 Depos de dscutdos as relações dos setores ndustral e agrícola com o processo de desenvolvmento, cabe aqu um comentáro adconal. As estratégas de desenvolvmento a partr destes setores podem, em um prmero momento, ser mas bem entenddas quando se pensa em uma nação. Porém, algumas deas essencas são váldas para uma avalação que se quer regonal. Dentre estas, a formação de um mercado consumdor pode ser vsta como o surgmento de um mercado regonal, a partr do crescmento de cdades vznhas, ou anda, como a formação de um mercado para outras atvdades (como comérco e servços), a partr da renda gerada pelo desenvolvmento da ndústra ou do agronegóco cuja produção pode ser exportada para outras regões ou outros países, não sendo, necessaramente, consumda no local onde é produzda. 3 ENTENDENDO A ANÁLISE ESPACIAL Estudos de desenvolvmento regonal, ou mas precsamente de economa regonal, trazem consgo, de uma forma explícta ou não, a déa de localzação. O local onde os eventos ocorrem, a noção do espaço no qual os fenômenos se desenvolvem, passa, aqu, a ter posção de destaque. Assocada à atenção dspensada à dmensão espacal dos fenômenos, dos outros pontos, necessaramente, devem ser consderados: as característcas dos eventos espacas e as partculardades dos dados espacas. Neglgencar tas elementos na análse pode conduzr a conclusões não verdaderamente corretas, e levar, ao fnal, a posconamentos equvocados. As razões que justfcam uma atenção especal às característcas dos eventos e dos dados espacas são, na verdade, complementares. Os eventos espacas levam em conta a organzação espacal dos fenômenos e são marcados por certa nterdependênca espacal. Em outras palavras, os fatores explcatvos daqulo que ocorre em um determnado lugar podem estar localzados em outro local, e sto é favorecdo seja pelas lgações exstentes entre os locas ou pela nteração entre os agentes localzados em dferentes regões, seja pela própra

28 26 nterdependênca entre as regões ou até mesmo pelo efeto transbordamento de determnadas atvdades econômcas, como fcará claro ao longo do trabalho. Os eventos espacas trazem, anda, a percepção de realdades e estruturas regonas dstntas, dferentes de local para local. Tal característca repercute em comportamentos econômcos nstáves no espaço, e em dferentes respostas dependendo da localzação e da escala espacal. Os dados espacas (ou regonas), empregados na tentatva de conhecer e explcar os eventos regonas, trazem em s característcas especas relaconadas à forma com são defndos e coletados. Assocados a uma localzação geográfca, ou georreferencados, e coletados, dentre outros, de modo agregado por área, tas dados detêm partculardades que repercutem no modo como devem ser tratados. Adconalmente, carregam em s a manfestação das característcas que defnem os eventos espacas. Seja pela forma como são obtdos, seja pela assocação estreta com os eventos espacas, os dados regonas são, então, na maora das vezes, marcados pela presença dos chamados efetos espacas. Dvddos em dependênca espacal e heterogenedade espacal, os efetos espacas representam, conjuntamente, as partculardades dos dados e dos eventos espacas presentes nos fenômenos regonas. A exstênca e a presença dos efetos especas quando não consderados na metodologa de análse pode afetar a valdade dos resultados, especalmente quando o arcabouço econométrco tradconal é o empregado (o que ocorre na maora dos casos). Neste partcular, sso ocorre porque as característcas dos dados espacas podem nvablzar a utlzação de alguns procedmentos tradconas 8. Como vsto, não consderar os eventos e os dados espacas com suas partculardades, não dspensando-lhes o tratamento adequado em estudos de economa regonal ou de desenvolvmento regonal pode se ncorrer no erro de uma nterpretação equvocada da realdade ou no uso de abordagem metodológca nadequada. A análse espacal e seus componentes, a análse exploratóra de dados espacas (AEDE) e a 8 Esta dscussão não será aprofundada neste trabalho. Tas questões estão relaconadas à modelagem econométrca com componente espacal na presença de efetos espacas. Esta abordagem foge ao escopo deste estudo.

29 27 econometra espacal, se dedcam ao tratamento adequado dos dados e eventos espacas, fornecendo os camnhos e procedmentos que evtam tas erros. 3.1 Efetos Espacas Uma das grandes contrbuções a aplcação das técncas de análse espacal à economa, em especal à cênca regonal, e ao desenvolvmento de ramos como a análse exploratóra de dados espacas (AEDE) e a econometra espacal, veo do avanço tecnológco e o conseqüente aumento na dsponblzação de dados socoeconômcos georreferencados. Se por um lado, a maor oferta de nformações cra novas oportundades para pesqusa centífca, por outro, traz consgo novas necessdades, especalmente no tocante às abordagens metodológcas. Quando se trabalha com dados georeferencados, ou melhor, quando se trabalha com dados espacas, é precso utlzar nstrumentos que permtam captar algumas de suas característcas, como tendêncas, valores atípcos, esquemas de assocação ou concentração espacal, entre outros. Isto é necessáro porque em dados de natureza espacal podem estar presentes os chamados efetos espacas: dependênca espacal e heterogenedade espacal. (KREMPI, 2004; BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). Pelo exposto, conhecer a natureza dos dados espacas mostra-se uma questão também relevante. Em lnhas geras, o dado espacal pode ser defndo como a observação de uma varável assocada a uma localzação no espaço geográfco; denotam uma natureza espacal em termos de localzação geográfca da varável que está sob análse e demonstram uma preocupação em determnar onde ocorrem as alterações na varável de estudo. prncpas: Segundo Albuquerque (2009), os dados espacas podem, antão, assumr três tpos Eventos ou padrões pontuas: são fenômenos expressos por meo de pares ordenados, geralmente, lattude e longtude. São exemplos os focos de uma doença, a localzação de um crme ou de undades produtvas;

30 28 Superfíces contínuas: são estmados com base em amostras de pontos obtdos de manera regular ou rregular. Como exemplos têm-se os levantamentos ecológcos; Áreas com contagem e taxas agregadas: são obtdos através de levantamentos como os censos. São conhecdos por dados regonas e estão assocados a um polígono no espaço, que pode ser uma regão, um muncípo, um setor censtáro, um barro, entre outros 9. Os dados de área, ou regonas, são os tpos de dados espacas mas comuns em estudos regonas. Assocam o mapa geográfco a uma base de dados, e tal mapa é dvddo em áreas que possuem uma ou mas varáves aleatóras que representam o total para área e não apenas para um ponto específco desta. A base de dados é então formada por nformações agregadas não permtndo conhecer a localzação exata do fenômeno. (KREMPI, 2004) Obtenção de modo agregado é uma mportante característca dos dados espacas. Por serem assm obtdas, estas nformações podem não guardar uma perfeta relação entre a esfera espacal do fenômeno sob estudo e a delmtação das undades espacas de observação, em outras palavras, mudanças nternas nestas undades que seram de nteresse do estudo, são perddas na agregação de nformações e na delmtação da área. Outras característcas dzem respeto ao fato dos dados espacas estarem ntmamente relaconados à delmtação regonal, à unformdade dentro destas regões, bem como ao tamanho e a estrutura entre as dferentes regões. (ANTONIO, 2008) As defnções das regões, dos espaços a serem pesqusados, a heterogenedade ntra e entre as regões, assm como a obtenção de modo agregado, dentre outras característcas, podem conferr aos dados coletados duas partculardades, conhecdas por efetos espacas, a saber, dependênca espacal e heterogenedade espacal. Embora as característcas peculares dos dados espacas explquem a presença dos efetos espacas, não são suas úncas fontes. A própra natureza dos eventos espacas contrbu para sua exstênca, como fca claro a segur. 9 Formalmente, um polígono é defndo como um conjunto de pares ordenados (x, y) de coordenadas espacas, de tal forma que o últmo ponto seja dêntco ao prmero, formando uma regão fechada no plano. (ALBUQUERQUE, 2009).

31 Dependênca Espacal A dependênca espacal, ou autocorrelação espacal como também é chamada, é o mas conhecdo e comum dentre os efetos espacas. Está relaconada a ausênca de ndependênca frequentemente presente nos conjuntos de dados espacas. Pode ser sntetzada na prmera Le da Geografa de Tobler, enuncada em 1979: (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008, p.14; PEROBELLI & HADDAD, 2006, p. 86) Everythng s related to everythng else, but near thngs are more related than dstant thngs É através da autocorrelação espacal, manfestação empírca da dependênca espacal, que se percebe que as explcatvas para um determnado evento em dado local podem ser encontradas nas regões vznhas. É por meo dela que se constata, ou não, as lgações exstentes entre os locas, as nterações entre os agentes, a nterdependênca entre as regões e os efetos transbordamentos de determnadas atvdade econômcas. A dependênca especal em um conjunto de dados se refere ao fato de que uma observação assocada a uma localzação, depende de outra observação assocada a uma outra localzação j, sendo j. Formalmente: ( ) y = f = 1,...,n j (1) y j Onde cada observação de uma varável y em pertencente a S, o conjunto que contém todas as undades espacas de observação, esta relaconada através da função f com a varável de outra undade espacal deste mesmo conjunto S. (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). Pelo exposto, à dependênca espacal está assocada a déa de localzação relatva. Entretanto, tal déa não enfatza apenas o efeto da dstanca físca, medda em metros, mas também a dstânca tomada a partr das dferenças econômcas, socas e polítcas. De todo modo, por que se espera que os dados, que as nformações sejam espacalmente dependentes? Por que um fenômeno em uma regão está assocado às característcas ou aos fenômenos de outra regão? Enfm, quas as fontes deste efeto espacal?

32 30 Como deve ter fcado claro, suas causas estão tanto nas característcas dos dados empregados na análse quanto na natureza dos eventos espacas. Com relação aos dados, as orgens da dependênca espacal podem estar, dentre outros, nos erros de medda, frutos da delmtação arbtrára do espaço de observação, e nos problemas de agregação espacal, como já comentado. Entretanto, a causa mas mportante esta ntmamente relaconada com a organzação espacal dos fenômenos observados, com a mportânca do espaço como elemento estrutural nas explcações sobre o comportamento humano, sobre as atvdades econômcas. La cenca regonal esta basada em la premsa de que la ubcacón y la dstanca son fuerzas mportantes en trabajos de geografía humana y actvdades de mercado. (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008, p. 15) Alguns exemplos, ctados por Antono (2008) ajudam a entender como o espaço contrbu para crar a dependênca espacal: a) Processos de ntercâmbos e transferêncas, como as trocas de mercadoras e os fluxos de renda. A renda gerada em uma determnada regão pode ser gasta em uma outra vznha; aqulo produzdo num local pode ser consumdo em outro; b) Processos de nteração, onde os acontecmentos de um local têm nfluênca e são nfluencados pelos acontecmentos em outros locas. O preço de um determnado produto ou servço pratcado em uma cdade pode estar relaconado ao preço deste mesmo produto ou servço, ou de seus substtutos, em cdades próxmas; c) Processos de dspersão. Movmentação da força de trabalho em busca de melhores saláros entre regões próxmas. Dentre outros. A suspeta da exstênca de dependênca espacal nos dados e nos fenômenos estudados aconselha a utlzação de um nstrumental adequado capaz de dentfcá-la. Algumas destas ferramentas são apresentadas na sequênca.

33 Heterogenedade Espacal Se a dependênca espacal está assocada a relações dependentes no espaço, a heterogenedade espacal se refere à varação das relações no espaço. Em lnhas geras, consdera que para cada undade espacal de observação está presente uma relação dferente. Formalmente, uma relação lnear sera expressa como segue: y = β X + ε = 1,...,n (2) Mas quas as causas deste efeto? Por que esperar que as relações entre as varáves se alterem com o espaço? Como no caso da dependênca, sua orgem tem relação com os dados e com a realdade dos eventos espacas, e por estes fatos deve-se suspetar que nformações assocadas a uma localzação geográfca apresentem heterogenedade espacal. Apontar os dados espacas como uma das fontes da heterogenedade espacal está, dentre outras, relaconado ao fato das nformações serem coletadas em regões de tamanhos dferentes, como acontece com a delmtação arbtrára, o que favorece a exstênca de valores anormas; bem como em áreas com característcas dstntas. (ANTONIO, 2008) Exstem fartas evdencas da falta de unformdade dos eventos no espaço. Não é precso muto esforço para perceber que város fenômenos afetam de modo dstnto os dferentes espaços onde ocorrem. Esta nstabldade estrutural está assocada às característcas partculares de cada regão e da lgação exstentes entre elas. As undades espacas de observação não são de modo algum undades homogêneas. De fato, dferem no tamanho, na dsponbldade e concentração de recursos, nos níves de renda e de desenvolvmento tecnológco, entre outros, e tas dscrepâncas repercutem em dferentes capacdades de respostas, em dferentes comportamentos dante dos fenômenos com que se deparam. (ANTONIO, 2008; BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). Em uma realdade assm, a presença de heterogenedade espacal é quase certa. Assm como no caso da dependênca espacal, um nstrumental adequado deve ser utlzado na heterogenedade espacal, até porque sua ocorrênca está quase sempre também

34 32 acompanhada da presença de dependênca. A próxma etapa é dedcada a apresentar a abordagem analítca empregada na presença dos efetos espacas ora apresentados. 3.2 Análse Exploratóra de Dados Espacas Antes de se apresentar a Análse Exploratóra de Dados Espacas (AEDE), é nteressante entender o sgnfcado da análse espacal, da qual faz parte, e os concetos assocados a ela. A análse espacal é o estudo quanttatvo dos fenômenos que se localzam no espaço, os eventos estudados possuem sempre alguma forma de localzação geográfca. Sob este prsma, mutos dados que podem ser analsados estatstcamente possuem alguma referênca espacal, como os dados censtáros, por exemplo. De manera ddátca, a análse espacal pode ser dvdda em três etapas: a) vsualzar o processo espacal, especalmente através da construção de mapas temátcos; b) testar o processo espacal, a partr do cálculo de índces estatístcos aproprados; e por fm, c) explcar o processo espacal. (ALBUQUERQUE, 2009). A estatístca espacal, uma das peças da análse espacal, tem como característca maor o uso explícto da referenca geográfca, e esta é sua maor dferença em relação à estatístca clássca. A localzação espacal está presente na coleta, descrção e análse dos dados, e assm sendo, o nteresse está centrado nos processos que ocorrem no espaço, e os métodos empregados buscam descrever e analsar seus comportamentos. (KREMPI, 2004) Enquanto a estatístca espacal foca os dados, a econometra espacal, outra componente da análse espacal e entendda também como uma subárea da econometra tradconal, tem o enfoque no modelo teórco. A econometra espacal trata da nteração, ou dependênca espacal e da heterogenedade espacal nos modelos econométrcos. De acordo com Anseln (1988), é uma coleção de técncas que trata das peculardades causadas pelo espaço na análse estatístca dos modelos regonas. A Análse Exploratóra de Dados Espacas (AEDE), ou Exploratory Spatal Data Analyss (ESDA), de especal mportânca neste estudo, é um tpo de análse exploratóra de dados que faz uso de nformações georreferencadas para tentar vsualzar e descrever padrões

35 33 espacas. É váldo ter em mente que a Análse Exploratóra de Dados (AED), ou Exploratory Data Analyss (EDA), é uma técnca analítca prelmnar representada por estatístcas descrtvas e gráfcas cujo objetvo é tentar descobrr padrões e estruturas nos dados, e sua contrapartda em análse espacal é a AEDE (ou ESDA). (LEMOS et al, 2005a) A ESDA é feta com base em um conjunto de ferramentas gráfcas e descrtvas cujo objetvo é dentfcar propredades espacas dos dados. Está baseada nos aspectos espacas das nformações, ou seja, trata dretamente de questões como dependênca espacal e heterogenedade espacal. O objetvo, é então, descrever a dstrbução espacal, os padrões de assocação espacal, verfcar a exstênca de dferentes regmes espacas ou outras formas de nstabldade espacal e dentfcar agrupamento de valores semelhantes (clusters), ou de observações atípcas (outlers). O cluster espacal é um agregado de ocorrêncas no espaço ou a ocorrênca de valores semelhantes em áreas próxmas; já os outlers espacas são dados cuja localzação pode exercer uma forte nfluênca, especalmente nas estmações. (KREMPI, 2004; PEROBELLI et al, 2007) A ESDA permte encontrar exceções locas ou tendêncas geras, seja nos dados, seja nas relações entre os espaços. Através dela ncorporam-se os problemas locaconas na dscussão, questões mportantes na análse da performance econômca das regões. (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008; PEROBELLI & HADDAD, 2006) Segundo Gonçalves (2005) apud Perobell et al (2007, p.68) Métodos convenconas, como regressões múltplas e nspeção vsual de mapas, não são formas mas adequadas de ldar com dados georreferencados, pos não são confáves para detectar agrupamentos e padrões espacas sgnfcatvos Complementando, segundo Messner et al (1999, p.427) apud Perobell et al (2007), p.68 A percepção humana não é sufcentemente rgorosa para determnar agrupamentos sgnfcatvos e, de fato, tende a ser envesada para achar padrões, mesmo em dados espacas aleatóros Assm, com a ESDA é possível extrar meddas de autocorrelação espacal e autocorrelação local nvestgando a nfluenca dos efetos espacas por meo de nstrumentos quanttatvos, e não pelo olho humano. (ANSELIN, 1998)

36 34 Como já menconado, a dstrbução não aleatóra dos fenômenos no espaço, como ocorre na presença dos efetos espacas, tem consequêncas sobre a análse estatístca convenconal e mutos dos pressupostos fetos sobre os dados antes de aplcar as provas estatístcas não são váldos nestes casos 10. Deste modo, a Análse Exploratóra de Dados Espacas deve ser a prmera etapa em estudos que envolvam dados georreferencados, espacalmente estudos econométrcos. (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008) Estatístcas de Autocorrelação Espacal A dependênca espacal pode ser medda através da autocorrelação espacal que, por sua vez, pode ser estmada por meo de dversos ndcadores, todos com a mesma déa: verfcar como vara a dependênca espacal com base na comparação entre os valores de uma amostra e seus vznhos. Os ndcadores de autocorrelação espacal são casos partculares de uma estatístca de produtos cruzados do tpo: Γ n n ( h) = ( )ξ ω = 1 j= 1 j h j j (3) Onde h representa a dstânca e ω j fornece uma medda de contgüdade, vznhança, espacal entre as varáves aleatóras y e y j, por exemplo, nformando se estão separadas por uma dstânca maor que h. A matrz ξ j fornece uma medda de correlação entre essas varáves aleatóras. (ALBUQUERQUE, 2009). A autocorrelação espacal ocorre quando as observações nfluencam-se mutuamente, e mede o quanto o valor observado de uma varável numa regão é (n)dependente dos valores desta mesma varável nas regões vznhas. (KREMPI, 2004). A autocorrelação espacal pode ser defnda de manera nformal como a concdênca entre valores em regões próxmas. Valores altos ou baxos de uma varável 10 Para maores detalhes ver Antono (2008).

37 35 aleatóra tendem a se aglomerar no espaço (correlação espacal postva - clusters) ou uma determnada regão tende a ser rodeada por regões com valores mutos dstntos (correlação espacal negatva - outlers). Formalmente, a exstênca de autocorrelação espacal pode ser expressa pela condção: Cov ( y, y ) E( y y ) E( y ) E( y ) 0 para j (4) j = j j Onde y e y j são observações de uma varável aleatóra nas regões e j. (ALBUQUERQUE, 2009) Autocorrelação Espacal Global A mportânca dos problemas causados pelos chamados efetos espacas e suas mplcações na valdade das técncas estatístcas convenconas não é algo totalmente novo. A novdade esta no renovado nteresse pela área e nos avanços tecnológcos que amplaram a base de nformações socoeconômcas georreferencadas expandndo as fronteras da análse centífca, como já menconado. De fato, o reconhecmento dos problemas causados pela dependênca espacal já era observado nos trabalhos de Student (1914) sobre métodos de estatístca tradconas, até alcançar os escrtos de Moran (1948) e Geary (1954) que construíam os prmeros índces formas para dentfcar a presença de autocorrelação espacal nos dados. (ANTONIO, 2008; KREMPI, 2004). A presença de autocorrelação espacal é medda usualmente por meo de estatístcas globas. Os ndcadores globas consttuem uma aproxmação mas tradconal do efeto da dependênca espacal, em que a estrutura geral de dependênca fca resumda em um únco valor. (KREMPI, 2004; LEMOS et al, 2005a) Os ndcadores mas comuns para medr a assocação espacal são C de Geary, Gets-Ord Global, e I de Moran. Cada um deles é apresentado a segur:

38 36 Gets-Ord Global O índce Global Gets-Ord (G k ), assm como os demas, mostra quão concentrados estão os dados para uma determnada área de estudo. Sua expressão é dada por: G k n = n n j n ω y y j k j y y j j j (5) Onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, k é ordem da matrz de vznhança, y é a varável de nteresse na regão, y j é varável de nteresse na regão j, e n é o número de observações. (ALBUQUERQUE, 2009; KREMPI, 2004). A hpótese nula do índce global Gets-Ord é não há conglomerados espacas entre os valores. Valor sgnfcatvo e postvo para o ndcador mostra ndícos de que valores altos da varável de nteresse estão aglomerados, já se o valor do índce é sgnfcatvo, mas negatvo, os ndícos são de que valores baxos da varável de nteresse estão aglomerados. (ALBUQUERQUE, 2009). C de Geary O C de Geary (C) é uma medda de autocorrelação e seu valor vara entre 0 e 2. Quando o índce é gual a 1, sgnfca ausênca de correlação espacal. Valores pequenos menores do que 1 ndcam autocorrelação postva e valores maores do que 1 apontam para uma autocorrelação negatva. O C de Geary é nversamente proporconal ao I de Moran, mas não dentcamente. Enquanto o I de Moran é uma medda global, o C de Geary é mas sensível a meddas locas, embora seja formalmente consderado um ndcador global. (ALBUQUERQUE, 2009; KREMPI, 2004). C n n ( n 1) ωj ( y y j ) = n 2 ωj ( y y) n j j n, j (6)

39 37 Onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, y é a varável de nteresse na regão, y j é varável de nteresse na regão j, y é a méda amostral, e n é o número de observações. I de Moran O índce I de Moran é a ferramenta mas utlzada para calcular a autocorrelação espacal. O ndcador mede a correlação espacal de uma varável de nteresse e é smlar em város aspectos ao índce de correlação de Pearson. (ALBUQUERQUE, 2009; BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). O índce I de Moran vara de -1 a +1, fornece uma medda geral de assocação espacal, e presta-se a testar a hpótese nula de ndependênca espacal (I=0) contra a hpótese alternatva de dependênca espacal (I 0). Em outras palavras, testa se as áreas vznhas apresentam maor semelhança quanto a varável de nteresse do que o esperado num padrão aleatóro. De fato, o ndcador é uma das formas de detecção de smlardades entre as regões, é um dos meos de dentfcar dstancamentos de uma dstrbução espacal aleatóra, o que permt observar a exstênca de padrões espacas. (ALBUQUERQUE, 2009; KREMPI, 2004). A realzação do teste de hpótese para o índce I de Moran supõe uma dstrbução de probabldade obtda por meos alternatvos, uma vez que para estatístcas de autocorrelação globas as dstrbuções genércas são de dfícl apuração. Com a necessdade de se trabalhar com resultados assntótcos, uma das alternatvas utlzadas consste no método de Monte Carlo: em um mapa com n áreas têm-se n possíves alocações de valores, assm, o método randomza, aleatorza, esses resultados nas áreas gerando uma dstrbução sob a hpótese nula de ndependênca espacal. Se a probabldade desse índce observado ocorrer for muto pequena, rejeta-se a hpótese nula. (ALBUQUERQUE, 2009). De posse dos resultados, valores não sgnfcatvos, ou próxmos a zero ndcam ausênca de autocorrelação espacal sgnfcatva entre os valores da varável de nteresse entre as regões. Valores postvos e sgnfcatvos ndcam autocorrelação espacal postva, ou seja, o valor da varável de nteresse em determnada regão tende a ser semelhante aos de seus vznhos. Para valores negatvos e sgnfcatvos a ndcação é autocorrelação negatva,

40 38 sto é, o valor da varável de nteresse em determnada regão tende a ser dferente aos valores percebdos em seus vznhos. Formalmente, o índce é expresso por: I j n j = n n 2 ( y y) n n ω ( y y)( y y) n j ω j j (7) Onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, y é a varável de nteresse na regão, y j é varável de nteresse na regão j, y é a méda amostral, e n é o número de observações. (BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). n n Anda segundo Bohórquez & Ceballos (2008), O termo j ( y y)( y j y) j ω é, na verdade, uma covarânca. Ao se calcular o produto da dferença das observações de cada regão com a méda geral, se determna aonde as observações varam conjuntamente. Se tanto y como y j estão do mesmo lado da méda, este produto é postvo; se ao contraro estão de lados opostos da méda o produto é negatvo. O tamanho absoluto do valor resultante depende de quão próxmos da méda estão os valores observados. Os termos da covarânca são multplcados por ω j. O termo n n j ω ntroduz o número de relações no mapa ; ao j passo que o fator dados. n n ( y y) = 1 ( 2 V y ) é uma dvsão pela varânca geral do conjunto de Outro modo de cálculo do ndcador é apresentado em Clff e Ord (1981). Nestes, a expressão é: I t = n S o ' ztwz ' zt zt t t = 1, 2,..., n. (8) Onde (z t ) é o vetor de n observações para o ano t na forma de desvo em relação à méda. W é a matrz de pesos espacas, ou a matrz de contgüdade ou vznhança. S o é um

41 39 escalar gual a soma de todos os elementos de W. Quando a matrz de pesos espacas é normalzada na lnha, ou seja, os elementos de cada lnha somam 1, a expressão em (8) tornase: I t ' ztwz = ' zt zt t t = 1, 2,..., n. (9) A estatístca fornece então uma ndcação formal de assocação lnear entre os valores observados no ano t (z t ) e a méda ponderada dos valores da vznhança, ou lags espacas (Wz t ). Outro modo de nterpretar os resultados da estatístca I de Moran é compará-los ao seu valor esperado, dado por: 1 E ( I ) = (10) n ( 1) Aqu, valores de I maores do que o valor esperado E(I) sgnfca autocorrelação postva; já valores menores ndcam autocorrelação negatva. Os ndcadores ora descrtos fornecem meddas globas e desta forma não permtem observar a estrutura da correlação espacal ao nível local. As estatístcas globas desconsderam a exstênca de padrões locas de autocorrelação espacal podendo até levar a resultados enganosos sobre a exstênca de autocorrelação espacal nos dados. A fm de se observar a exstênca de clusters e/ou outlers espacas e quas regões que mas contrbuem para presença de autocorrelação espacal deve-se mplementar as meddas de autocorrelação espacal local Autocorrelação Espacal Local Os ndcadores globas de autocorrelação espacal, como os vstos aqu, possuem como resultado um únco valor como medda de assocação espacal para todo o conjunto de dados, nformação útl para caracterzação da regão como um todo.

42 40 Entretanto, quase sempre é necessáro examnar os padrões com maor nível de detalhes, especalmente quando a área em estudo é formada por váras dvsões capazes de apresentar dferentes regmes de assocação espacal. Assm, os resultados globas podem esconder padrões locas de autocorrelação espacal, sendo mportante avalá-lo para se obter maor detalhamento. Duas ferramentas bastante utlzadas para analsar a autocorrelação espacal local são o Dagrama de Dspersão de Moran, ou Moran Scatterplot, e as estatístcas LISA, Indcadores Locas de Assocação Espacal, ou Local Indcators of Spatal Assocaton. Dagrama de Dspersão de Moran Segundo Anseln (1996), o dagrama, ou gráfco, de dspersão é uma das formas de nterpretar a estatístca I de Moran, e permte uma comparação vsual entre os valores da varável de nteresse numa regão e nos seus vznhos de modo medato. Em outras palavras, o dagrama de dspersão é uma representação do coefcente de regressão e permte vsualzar a correlação lnear entre os valores observados z e a méda ponderada dos valores da vznhança Wz através do gráfco de duas varáves. No caso específco do ndcador I de Moran, tem-se o gráfco de Wz e z, e o coefcente deste ndcador será a nclnação da curva de regressão de Wz contra z.) O gráfco de dspersão de Moran é dvddo em quatro quadrantes que representam quatro dferentes regmes de assocação espacal local entre as regões e seus vznhos. São eles: Prmero Quadrante (Q1): localzado na parte superor dreta, mostra regões que apresentam altos valores para varável em análse (valores acma da méda) cercada por regões que também apresentam valores acma da méda. Esse quadrante é classfcado como Alto-Alto (AA), ou Hgh-Hgh (HH); Segundo Quadrante (Q2): localzado na parte superor esquerda, mostra regões com valores baxos (valores abaxo da méda) rodeadas por regões vznhas que apresentam valores altos. O quadrante é classfcado como Baxo-Alto (BA), ou Low-Hgh (LH);

43 41 Tercero Quadrante (Q3): localzado no canto nferor esquerdo, ndca regões com valores baxos rodeadas por regões com valores gualmente baxos. É classfcado como Baxo-Baxo (BB), ou Low-Low (LL); Quarto Quadrante (Q4): localzado no canto nferor dreto, é consttuído por regões que com altos valores na varável de nteresse cercada por áreas com baxos valores. O quadrante é classfcado como Alto-Baxo (AB), ou Hgh-Low (HL). Segundo Quadrante (Q2) BA ou LH Prmero Quadrante (Q1) AA ou HH Varável y defasada espacalmente Tercero Quadrante (Q3) BB ou LL Quarto Quadrante (Q4) AB ou HL Varável y Fgura 1 - Dagrama de Dspersão de Moran ou Moran Scatterplot. Fonte: Elaboração própra. Regões localzadas nos quadrantes Q1 e Q3, respectvamente AA e BB, apresentam autocorrelação espacal postva. Estas regões formam clusters, ou conglomerados, espacas. Já as áreas localzadas nos quadrantes Q2 e Q4, classfcados como BA e AB, apresentam autocorrelação espacal negatva. Estas regões formam os outlers espacas. Apesar de trazer ótmos avanços com relação aos ndcadores globas, o dagrama de dspersão de Moran neglgenca a avalação da ncerteza estatístca das regões AA, BA, BB e AB. Os ndcadores LISA, ferramentas da ESDA, auxlam neste questo. Indcadores Locas de Assocação Espacal (LISA) Os ndcadores locas, ao contráro das estatístcas globas, produzem um valor específco para cada área permtndo a dentfcação de agrupamentos com valores

44 42 semelhantes (clusters) ou dferentes (outlers) e de regmes espacas, não percebdos através dos resultados globas. Um ndcador LISA é qualquer estatístca que satsfaça a dos crtéros: a) permte a dentfcação de padrões de assocação espacal sgnfcatva para cada área da regão de estudo; e b) consttu uma decomposção do índce global de assocação espacal, ou seja, o somatóro do Lsa para todas a regões é proporconal ao ndcador de autocorrelação espacal global. (Anseln, 1995; Anseln, 1996). As estatístcas Lsa fazem a decomposção de ndcadores globas em ndcadores locas permtndo avalar a contrbução ndvdual de cada observação para o resultado global. Deste modo, a maora das estatístcas globas podem ser decompostas em estatístcas locas. (LEMOS et al, 2005a) Uma das estatístcas locas mas utlzadas é conhecda como Moran Local, dervada da estatístca global I de Moran. Apesar de ser a mas usual, a estatístca Moral Local não é a únca, destacando-se também o índce G (d) de Gets-Ord, o Geary Local e o Gama Local 11. Moran Local A estatístca Moran Local é um ndcador da sgnfcânca e do sentdo da autocorrelação espacal, sendo defnda para cada observação em função da méda dos vznhos. É expresso da segunte forma: I z n j = n n j ω z z j 2 j j, sendo z = y y e z = y y (11) j j Onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, y é a varável de nteresse na regão, y j é varável de nteresse na regão j, y é a méda amostral, e n é o número de observações. 11 Para maores detalhes sobre outros ndcadores Lsa, como Geary Local e o Gama Local ver Anseln (1995). Sobre G (d) Gets-Ord, ver Kremp (2004).

45 43 Outra forma de se expressar a estatístca Moran Local é dada por Le Gallo e Erthur (2003): xt µ t I t = ωj ( xt µ t ), com m 0 j m 0 ( x µ ) 2 t t = (12) n Onde x t é a observação de uma varável de nteresse na regão para o ano t, µ t é a méda das observações entre as regões no ano t para qual o somatóro em relação a j é tal que somente os valores vznhos dretos de j são ncluídos no cálculo da estatístca. Consderando os resultados, valores postvos para a estatístca sgnfcam a exstênca de autocorrelação espacal local postva, ou seja, valores smlares (altos ou baxos) à méda dos vznhos para uma determnada regão, evdencando a presença de clusters de altos (AA) e/ou baxos (BB) valores para varáves. Por outro lado, valores negatvos apontam para exstênca de autocorrelação espacal local negatva, sto é, valores mas altos ou baxos para cada regão quando comparados às médas dos vznhos ndcando padrões Alto-Baxo ou Baxo-Alto, evdencando a presença de observações atípcas (outlers espacas). A estatístca Lsa mede a hpótese nula de ausênca de autocorrelação espacal local. Entretanto, assm como nos ndcadores globas, no caso das estatístcas locas a dstrbução genérca é de dfícl apuração. Portanto, para corrgr o problema trabalha-se com resultados assntótcos utlzando uma aleatorzação que permta auferr pseudoníves de sgnfcânca. Em outras palavras, para cada área calcula-se o índce local, em seguda permuta-se eleatoramente o valor das demas áreas até obter uma pseudodstrbução com a qual podemos computar o nível descrtvo do teste (p-valor). Tal procedmento é smlar ao empregado para o índce global. (PEROBELLI & HADDAD, 2006; PEROBELLI et al, 2007; ALBUQUERQUE, 2009) Os níves de sgnfcânca das dstrbuções serão aproxmados por meos da desgualdade de Bonferron ou por ntermédo da formulação proposta por Sdák. Ths means that when the overall sgnfcance assocated wth multple comparsons (correlated test) s set to α, and there are m comparsons, then the ndvdual sgnfcance α should be set to ether α/m (Bonferron) or 1 ( 1 )m 1 α (Sdák) (ANSELIN, 1995, p.96)

46 44 Obtda a sgnfcânca, é nteressante gerar um mapa apenas com as observações sgnfcatvas Matrz de Vznhança Nas dscussões anterores sobre os ndcadores de autocorrelação espacal, um termo desconhecdo até então surgu com bastante freqüênca, se mostrando um elemento comum nas formulações matemátcas. Trata-se da matrz de vznhança, também conhecda como matrz de contgüdade, matrz de pesos espacas, ou anda, matrz de proxmdade espacal, e seus elementos. Neste momento, é oportuno, e necessáro, apresentar melhor tal conceto e sua mportânca. As noções de dependênca e heterogenedade espacal mplcam a necessdade de se determnar que undades dentro do sstema espacal em análse tenham relação (nfluencam e/ou são nfluencadas por esta) com uma regão partcular. Em outras palavras, a matrz representa, através de seus elementos, as relações que cada regão tem com as demas no espaço estudado, de forma smlar como se vera por meo de um mapa. (ANTONIO, 2008; BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). A matrz de pesos espacas é uma representação formal dos efetos espacas, é uma forma de expressar a estrutura espacal dos dados. É o ponto ncal para qualquer teste estatístco ou modelo, sendo assm, tem necessáro para se estmar os índce de autocorrelação. (PEROBELLI & HADDAD, 2006; ANTONIO, 2008; ALBUQUERQUE, 2009). Há na lteratura um enorme número de matrzes de pesos, ou seja, exste uma grande varedade de formas como a matrz de vznhança pode ser construída. É possível mplementar uma ESDA com base em uma matrz bnára ou consderando uma estrutura de vznhança mas complexa. As matrzes utlzadas por Moran (1948) e Geary (1954) baseavam-se em noções de vznhança bnára entre as áreas estudadas. Em tas matrzes, os elementos assumam valor 1 (um) quando as regões que se encontravam nas respectvas lnhas e colunas eram vznhas,

47 45 sto é, possuíam alguma frontera em comum, ou assumam valor 0 (zero) quando a vznhança não era constatada. (ANTONIO, 2008) De qualquer modo, dado um conjunto de n regões (ou polígonos), (P 1,...,P n ), construímos a matrz ω nxn onde cada um dos elementos ω j representa uma medda de proxmdade espacal entre os polígonos P e P j. Tal proxmdade pode ser calculada de dferentes e varadas formas, dando orgem a dferentes matrzes. Por exemplo: contráro ω = 0 j a) ω = 1, se P j compartlha pelo menos um lado em comum com P j ; caso. Esta matrz é chamada de Rook; contráro ω = 0 j b) ω = 1, se P j compartlha pelo menos um ponto em comum com P j ; caso. Esta matrz é chamada de Queen; contráro ω = 0 j polígono; c) ω = 1, se o centróde de P j está a uma determnada dstanca de P j ; caso. Entende-se por centróde o ponto escolhdo para representar todo o d) ω = 1, se P j está entre os k vznhos mas próxmos de P j ; caso contráro ω j = 0. Esta matrz é conhecda como k-nearest ou vznhos de ordem k ou k vznhos mas próxmos; e) ω j lj = l o perímetro e polígono., onde l j é o comprmento da frontera em comum entre P e P j, e l é Vale destacar dos pontos. O prmero refere-se à possbldade de generalzação da matrz ω nxn, de ordem 1, para ordens superores, ou seja, defnndo que P e P j são vznhos e P é vznho de P k, então P j e P k também são vznhos. O segundo trata de matrzes não bnáras como a descrta no tem e e está lgada ao fato de outras característcas, puramente geográfcas ou não, defnr a vznhança, como por exemplo, o número de lgações telefôncas entre as regões, o número de lnhas muncpas de ônbus que as lgam, a dstânca em qulômetros que as separam, entre outras.

48 46 A matrz de vznhança é uma matrz quadrada de ordem n (ω nxn ) e sua dagonal prncpal, por defnção, é zero, uma vez que não faz sentdo dzer que uma regão é vznha dela mesma. Pelo fato dela ser usada nos cálculos dos índces de autocorrelação espacal é usual que se normalze suas lnhas de modo que a soma seja gual a 1. Como vsto, exstem dferentes formas de se defnr a estrutura de vznhança a nortear a construção da matrz de pesos espacas. A escolha do tpo de matrz a ser usada na análse é, em geral, arbtrára, entretanto, um das alternatvas para se escolher a mas adequada é a natureza do problema que se pretende estudar e o uso de nformações adconas aos dados utlzados, como por exemplo, a quantdade de rodovas, as relações comercas, os fluxos de mercadoras e de ndvíduos, dentre outras. (ALBUQUERQUE, 2009; BOHÓRQUEZ & CEBALLOS, 2008). 4 METODOLOGIA E BASE DE DADOS Neste momento, são agora defndos os métodos e a base de dados efetvamente utlzados na pesqusa. Como dscutdo, a dentfcação da presença dos chamados efetos espacas nos eventos espacas requer o uso das técncas contdas na análse exploratóra de dados espacas (ESDA, na sgla em nglês). Neste ponto se destaca a utlzação das estatístcas de autocorrelação espacal global e local, além de outros nstrumentos como gráfcos de dspersão e mapas temátcos. Não é comum, entretanto, na lteratura a utlzação do nstrumental da análse espacal na avalação do estoque de emprego formal. Em outras palavras, verfcar a presença de efetos espacas na determnação da quantdade de emprego exstente em certas regões não é algo que se vê com freqüênca. Por outro lado, a análse exploratóra de dados espacas é empregada em dferentes oportundades, mas todas com o mesmo objetvo, dentfcar padrões espacas nos eventos estudados. Assm, a ESDA é utlzada em trabalhos que versam sobre a dstrbução geográfca de categoras profssonas, como médcos; sobre a ocorrênca de acdentes de trânsto ou a prátca de atos crmnosos (QUEIROZ, 2003; PEIXOTO et al, 2003; PÓVOA,

49 ); em estudos que abordam o crescmento econômco dos estados ou de seus muncípos; as nterações econômcas e os padrões de comérco entre os estados brasleros. (PEROBELLI, 2004; PEROBELLI & HADDAD, 2006; FERRARIO et al, 2009). A ESDA é empregada anda em pesqusas cujo objetvo é analsar a dstrbução, ou organzação terrtoral de setores econômcos, como ndústra e agropecuára; ou mas especfcamente, em trabalhos que tratam da produtvdade agrícola ou do potencal para exportar de determnados muncípos. (LEMOS et al, 2005a; MORO et al, 2006; PEROBELLI et al, 2007; ROCHA & PARRE, 2008;). Com tantos exemplos, adaptar a metodologa para utlzação das nformações sobre o estoque de empregados não se mostra uma tarefa muto complcada. Os estudos menconados no parágrafo anteror são de especal mportânca nesta pesqusa, mesmo que utlzando-se de varáves dstntas daquela que é empregada aqu. Naqueles trabalhos, os autores nvestgam, a partr do nstrumental da ESDA, dentre outros pontos, a exstênca de efeto transbordamento entre cdades vznhas. Esta mportânca decorre do fato de que dentre os alvos persegudos neste estudo, busca-se, a partr da análse da autocorrelação espacal (ou dependênca espacal), avalar o efeto transbordamento entre os muncípos cearenses das atvdades ndustras e agropecuáras. Vale frsar, que tal transbordamento é avalado sob a ótca do estoque de emprego formal exstente em cada setor em cada uma das cdades do estado. Autocorrelação Espacal Global Os ndcadores globas de autocorrelação espacal mensuram a assocação espacal para regão como um todo, caracterzando-a de um modo geral, global. O cálculo destes ndcadores é o prmero passo para verfcar a exstênca de efetos espacas, ou mas precsamente, a presença da dependênca espacal no evento observado, notada emprcamente através da autocorrelação espacal. Na pesqusa em tela, o Índce I de Moran fo utlzado para calcular a autocorrelação espacal. Como é sabdo, este ndcador nos mostra a assocação espacal global, sendo que valores postvos apontam para a exstênca de autocorrelação espacal postva, e valores negatvos ndcam a presença de autocorrelação espacal negatva. (PEROBELLI et al, 2007)

50 48 O Índce de I de Moran (I) está, então, assm defndo: I j n j = n n 2 ( y y) n n ω ( y y)( y y) n j ω j j (13) onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, y é o estoque de emprego formal no muncípo, y j é o estoque de emprego formal no muncípo j, y é a méda amostral, e n é o número de muncípos cearenses, no total de 184 observações. É mportante dexar claro que o Índce I de Moran (I) é calculado para o setor ndustral e para o setor agropecuáro em cada um dos anos, 1997 e Desta forma, o estoque de emprego formal para cada um dos muncípos, y e agropecuára, em cada um dos anos, 1997 e y j, se refere a cada um dos setores, ndústra e O índce fo estmado para três dferentes tpos de matrz de vznhança ω. A escolha da matrz de vznhança, ou matrz de pesos espacas, é muto mportante em uma análse ESDA, pos os resultados seguntes dependem desta seleção. (PEROBELLI & HADDAD, 2006; PEROBELLI et al, 2007). Foram, então, empregadas matrzes do tpo k vznhos mas próxmos, utlzando-se k=3, k=4 e k=5, sto é, para os três vznhos mas próxmos, para quatro vznhos mas próxmos e para os cnco vznhos mas próxmos. As matrzes do tpo k vznhos mas próxmos foram calculadas usando déa de grande círculo entre os centros dos polígonos (no caso, os muncípos cearenses) e têm a segunte especfcação: ω ( k ) = 0 se = j; j ω ( k ) = 1 se d D (k) j j (14) ω ( k ) = 0 se d D (k) j j >,

51 49 em que d j é a dstanca medda pelo grande círculo entre os centros dos muncípos y e y. D (k) é um valor crítco que defne o valor de corte, sto é, a dstânca j máxma para consderar as regões vznhas. (PEROBELLI & HADDAD, 2006; PEROBELLI et al, 2007) Como prátca usual, todas as matrzes foram normalzadas de modo que a soma dos elementos de cada uma de suas lnhas seja gual a 1. A sgnfcânca das estatístcas fo obtda por meo de técncas de randomzação ou aleatorzação 12. Por fm, Os resultados foram gerados com base no software estatístco R (2009). Indcadores Locas de Assocação Espacal (LISA) Optou-se aqu pelo índce Moran Local obtdo a partr do índce global I de Moran. O índce Moran Local (I ) está, então, assm defndo: I z n j = n n j ω z z j 2 j j, sendo z = y y e z = y y (15) j j onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, y é o estoque de emprego formal no muncípo, y j é o estoque de emprego formal no muncípo j, y é a méda amostral, e n é o número de muncípos cearenses, no total de 184 observações. De modo análogo ao índce I de Moran (I), o índce Moran Local (I ) é calculado para o setor ndustral e para o setor agropecuáro em cada um dos anos, 1997 e Assm, o estoque de emprego formal para cada um dos muncípos, y e ndústra e agropecuára, em cada um dos anos, 1997 e y j, se refere a cada um dos setores, O índce fo estmado para matrz de vznhança ω do tpo k vznhos mas próxmos, utlzando-se k=3, sto é, para os três vznhos mas próxmos, sendo calculada usando déa de grande círculo entre os centros dos polígonos (no caso, os muncípos 12 Para maores esclarecmentos consultar a metodologa.

52 50 cearenses). A matrz fo normalzada de modo que a soma dos elementos de cada uma de suas lnhas seja gual a 1. A sgnfcânca das estatístcas fo obtda por meo de técncas de randomzação ou aleatorzação adotando-se a correção de Bonferron para um nível de sgnfcânca de 5% 13. Por fm, Os resultados foram gerados com base no software estatístco R (2009). O ndcador Lsa acma é uma versão unvarada que observa um muncípo e seu entorno com base em uma mesma varável e um mesmo ponto no tempo. Entretanto, é possível trabalhar com uma versão bvarada do ndcador consderando dferentes varáves. Esta abordagem consste em avalar a autocorrelação espacal exstente entre um dado muncípo para determnada varável de nteresse em um dado ano e seus vznhos para o mesmo ponto no tempo, porém consderando uma outra varável. Os resultados permtem perceber como as varáves em questão se relaconam espacalmente. Neste trabalho, mantém-se a opção pelo índce Moran Local, mas com algumas adaptações. Algebrcamente, a expressão é a mesma: I z n j = n n j ω z z j 2 j j, sendo z = y ynd e z j = y j yagr (16) onde ω j é elemento da matrz de contgüdade ou vznhança ω, mas agora y passa a ser o estoque de emprego formal no setor ndustral no muncípo, e y j o estoque de emprego formal na agropecuára no muncípo j, y nd é a méda amostral dos empregos na ndústra, y agr é a méda amostral dos empregos na agropecuára e n é o número de muncípos cearenses, no total de 184 observações. Assm como na versão unvarada, o índce aqu é calculado para os anos de 1997 e 2007, sendo estmado para matrz de vznhança ω do tpo k vznhos mas próxmos, utlzando-se k=3 calculada usando déa de grande círculo entre os centros dos polígonos (no 13 Para maores esclarecmentos consultar a metodologa.

53 51 caso, os muncípos cearenses). A matrz fo normalzada de modo que a soma dos elementos de cada uma de suas lnhas seja gual a 1. A sgnfcânca das estatístcas fo obtda por meo de técncas de randomzação ou aleatorzação adotando-se a correção de Bonferron para um nível de sgnfcânca de 5%. Os resultados foram gerados com base no software estatístco R (2009). Base de Dados Como já comentado a varável utlzada na pesqusa é o estoque de emprego formal nos setores ndustral e agropecuáro em cada um dos muncípos cearenses. Os dados constam da Relação Anual de Informações Socas (RAIS) dsponblzada pelo Mnstéro do Trabalho e Emprego (MTE). O atrbuto formal utlzado aqu sgnfca qualquer vínculo entre empregado e empregador regdo por contrato legal de trabalho. Incluem-se aqu empregados celetsas, estatutáros, com contratos por tempo determnado, entre outros. A quantdade de trabalhadores empregados com vínculo formal fo coletada para cada um dos muncípos que compõem o estado de Ceará. Os setores ndustral e agropecuáro seguem a classfcação do Insttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE), sendo que, com relação a ndústra, fo consderada apenas o segmento de transformação, não levando-se em conta os seus demas ntegrantes: construção cvl e servços ndustras de utldade públca. A ndústra de transformação, nesta pesqusa, engloba também a atvdade Extratva Mneral. O estoque de emprego formal fo mensurado pela quantdade de trabalhadores que possuíam vnculo formal atvo em 31 de dezembro de cada ano. O fltro adotado na seleção dos dados sobre emprego (empregos atvos em 31 de dezembro) é de especal mportânca uma vez que fornece a dmensão correta do estoque de empregados exstente ao fnal de cada período. Outro ponto mportante está no fato de que a adoção deste fltro exclu os meses de pco no número de empregados em cada setor, em outras palavras, reflete o verdadero contngente de trabalhadores seja na agropecuára, seja na ndústra. Nesta análse foram consderados os anos de 1997 e Com relação à agropecuára, tas anos são semelhantes quando se consdera o volume de chuvas. Não se trata, portanto, de períodos dferentes em suas condções clmátcas e os resultados para o setor não podem ser assocados às mudanças meteorológcas.

54 52 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Há presença de dependênca espacal no estoque de emprego formal nos setores ndustral e agropecuáro cearenses? Como esta dependênca evoluu ao longo do tempo e como está dstrbuída no terrtóro estadual? Quas suas mplcações para o desenvolvmento econômco do estado e de suas regões? Nesta etapa encontrar tas respostas será o objetvo persegudo. A dscussão a segur, esta dvdda em três momentos. No prmero deles, a partr de uma análse descrtva dos dados e da construção de mapas será possível vsualzar a confguração espacal da varável em análse: o estoque de emprego formal. Na sequênca, abordar-se-á a autocorrelação espacal global; e por fm, as estatístcas locas. Fnalmente, vale frsar, que os detalhes metodológcos serão, também, apresentados. 5.1 Evolução e Dstrbução Espacal do Emprego Formal no Ceará: Uma Análse para os Setores Industral e Agropecuáro Observar a evolução do emprego no estado e como sua dstrbução no terrtóro mudou ao longo dos dez anos avalados, além de conhecer melhor cada setor, ajuda a compreender os resultados alcançados através dos ndcadores de autocorrelação espacal. A dscussão, a segur, nca-se com a atvdade ndustral e na sequênca são tecdos comentáros com relação ao setor agropecuáro. Em 1997, o estoque de emprego formal ndustral cearense alcançava a marca de 173,1 ml trabalhadores. Neste ano, apenas doze muncípos concentravam 90,5% deste contngente. Dentre estes, destaque para Fortaleza com 89,3 ml empregados na ndústra, o equvalente a 51,6% do emprego total no setor. Segundo a captal do Estado, sobressaam-se os muncípos de Maracanaú (19,9 ml) e Sobral (12,4 ml). Em tas muncípos predomnavam os setores tradconas na manufatura estadual. Têxtl e Almentos e Bebdas, em Fortaleza e Maracanaú, e Calçados em Sobral eram as atvdades com maor número de empregados naquele ano. (Tabela 1)

55 53 Tabela 1 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Indústra de Transformação Muncípo Número de Empregados Partcpação Relatva (%) Fortaleza ,6 Maracanaú ,5 Sobral ,2 Caucaa ,8 Eusébo ,8 Horzonte ,6 Maranguape ,4 Juazero do Norte ,4 Crato ,2 Pacajus ,6 Cascavel ,6 Iguatu ,9 Total Prncpas ,5 Estado ,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra. Na sequênca, a fgura 2 traz a dstrbução do emprego na atvdade ndustral em todo o terrtóro cearense.

56 Fgura 2 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação 1997 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9. 54

57 55 Dez anos depos, em 2007, a manufatura local regstrou 210,6 ml trabalhadores formas. Agora, dezoto muncípos concentraram 90,2% dos empregados na ndústra, revelando uma melhor dstrbução do emprego no espaço cearense. Ver tabela 2. Tabela 2 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Indústra de Transformação Muncípo Número de Empregados Partcpação Relatva (%) Fortaleza ,9 Maracanaú ,6 Sobral ,5 Horzonte ,4 Eusébo ,2 Juazero do Norte ,0 Caucaa ,9 Maranguape ,9 Russas ,3 Crato ,9 Aquraz ,8 Pacatuba ,5 Cascavel ,5 Itapajé ,3 Iguatu ,3 Itappoca ,3 Pacajus ,2 Barbalha ,9 Total Prncpas ,2 Estado ,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra. Nota: Muncípos em negrto não constavam na lsta dos prncpas muncípos em número de empregos formas na ndústra de transformação em Fortaleza permaneceu como a maor empregadora, embora com quantdade nferor à observada em Em 2007, a captal do estado respondeu por 35,9% dos empregos formas exstentes na ndústra, o equvalente a 75,5 ml ndvíduos. Maracanaú (22,2 ml), Sobral (20,0 ml) e agora Horzonte (11,3 ml) se destacam ao lado de Fortaleza com as maores quantdades de trabalhadores atvos no setor. Assm como em 1997, os setores tradconas contnuaram em destaque como os maores empregadores nestas regões. Têxtl e Almentos e Bebdas, em Fortaleza e Maracanaú, e Calçados, em Sobral e Horzonte, permaneceram com os maores contngentes de trabalhadores dentre os setores ndustras. Além destes, sobressaem-se em 2007, os muncípos de Aquraz e Pacatuba, na Regão Metropoltana de Fortaleza (RMF), e Russas, Itapagé, Itappoca e Barbalha, no nteror cearense, pela relevânca conqustada como regões ndustras no estado. Nos muncípos da RMF, novamente, os setores Têxtl e Almentos e Bebdas possuem o maor

58 56 número de trabalhadores formas. Já no nteror, a atvdade calçadsta se destaca pelo número de empregados. A exceção fca por conta de Barbalha, onde a ndústra químca é a prncpal empregadora dentre os demas setores ndustras naquele muncípo. A fgura 3 mostra a dstrbução do emprego na ndústra para o ano de Entre 1997 e 2007 o emprego ndustral cresceu 21,7% no estado, o equvalente a 37,5 ml novas vagas. Consderando os muncípos, Sobral e Horzonte se destacam com os maores crescmentos em termos absolutos, favorecdos pela expansão no setor de calçados. Neste ntervalo, 14,4 ml novos postos foram preenchdos nas duas cdades, colocando-as como as maores contrbuções à expansão da ndústra no Ceará no que se refere à geração de emprego. Por outro lado, observando o crescmento em termos percentuas, as cdades de Russas, Pacatuba e Itapagé chamam a atenção pelo forte desempenho, refletndo uma profunda mudança sobre a realdade de A tabela 3 expõe os muncípos com os maores crescmentos no estoque de emprego formal no setor, vstos como as prncpas contrbuções para o aumento do número de vagas no estado. Já a fgura 4 mostra a evolução do emprego em todo terrtóro cearense. Tabela 3 Muncípos com os Maores Crescmentos no Número de Empregados Formas Indústra de Transformação 1997 a Muncípo Número de Empregados Crescmento Absoluto % Sobral ,7 Horzonte ,4 Russas ,8 Juazero do Norte ,4 Eusébo ,9 Aquraz ,8 Pacatuba ,8 Itapajé ,9 Maracanaú ,7 Maranguape ,1 Itappoca ,9 Iguatu ,8 Estado ,7 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra.

59 Fgura 3 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação 2007 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9. 57

60 Fgura 4 Evolução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense - Indústra de Transformação 1997 a 2007 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9. 58

61 59 Como vsto, o setor calçadsta desempenhou um papel relevante na expansão do emprego ndustral no estado, prncpalmente em suas regões nteroranas. Este crescmento está assocado à sua nserção nternaconal ocorrda especalmente a partr de 2004, o que se confrma com o aumento das exportações de calçados. Soma se a sto a relocalzação ndustral do setor em dreção aos estados do Nordeste, em especal no Ceará, motvada pela redução de custos de produção e pela concessão de ncentvos governamentas à nstalação das ndústras em seus terrtóros 14. Voltando a atenção à atvdade agropecuára, no ano de 1997, o estado regstrava 15,8 ml empregados formas. Neste ano, vnte e cnco muncípos concentravam 90,2% deste total, o equvalente a 14,2 ml trabalhadores. Dentre estes, destaque para Fortaleza e Aquraz com os maores contngentes. Ver tabela 4 e fgura Comentáros adconas sobre as atvdades produtvas e seus reflexos nos estoques de emprego formal serão realzados quando das dscussões sobre os ndcadores de autocorrelação espacal

62 60 Tabela 4 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Agropecuára Muncípo Número de Empregados Partcpação Relatva (%) Fortaleza ,2 Aquraz ,8 Jaguaruana 755 4,8 Aracat 707 4,5 Horzonte 651 4,1 Quxadá 452 2,9 Maracanaú 429 2,7 Camocm 417 2,6 Maranguape 402 2,5 Icapuí 261 1,7 Fortm 258 1,6 Pacajus 253 1,6 Beberbe 246 1,6 Pacot 244 1,5 Eusébo 228 1,4 Caucaa 224 1,4 Itappoca 176 1,1 Maurt 176 1,1 Pacatuba 176 1,1 Cardade 152 1,0 Cascavel 151 1,0 Tanguá 143 0,9 São Luís do Curu 114 0,7 Pndoretama 102 0,6 Paracuru 99 0,6 Total Prncpas ,2 Estado ,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra. No ano de 2007, a quantdade de trabalhadores formas saltou para 24,1 ml ndvíduos. Agora, vnte e sete muncípos concentram 90,2% do emprego total no setor, o equvalente a 21,7 ml empregados. À Fortaleza e Aquraz, que permanecem como prncpas empregadores, juntam-se Quxeré, Lmoero do Norte, Icapuí, Beberbe, Aracat e Ubajara. O maor estoque de emprego formal está dretamente relaconado ao desenvolvmento empresaral da atvdade, favorecda, dentre outras, pelo expansão da frutcultura rrgada e pela carcncultura 15. A tabela 5 mostra os muncípos com os maores crescmentos no estoque de emprego formal no setor, vstos como as prncpas contrbuções para o aumento do número de vagas no estado. Já a fgura 6 expõe a evolução do emprego em todo terrtóro cearense 15 Idem.

63 61 Tabela 5 Prncpas Muncípos em Número de Empregados Formas Agropecuára Muncípo Número de Empregados Partcpação Relatva (%) Quxeré ,7 Fortaleza ,8 Lmoero do Norte ,7 Icapuí ,0 Beberbe ,9 Aracat ,3 Aquraz ,7 Ubajara ,6 Russas 739 3,1 Maranguape 579 2,4 Itarema 568 2,4 Paracuru 427 1,8 Horzonte 420 1,7 São Benedto 406 1,7 Pacajus 390 1,6 Camocm 373 1,5 Eusébo 354 1,5 Cascavel 339 1,4 Maracanaú 314 1,3 Guaúba 304 1,3 São Gonçalo do Amarante 300 1,2 Jaguaruana 294 1,2 Pndoretama 265 1,1 Tanguá 215 0,9 Acaraú 200 0,8 Quxadá 196 0,8 Mssão Velha 174 0,7 Total Prncpas ,2 Estado ,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra. Nota: Muncípos em negrto não constavam na lsta dos prncpas muncípos em número de empregos formas na agropecuára em 1997.

64 Fgura 5 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense Agropecuára 1997 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9. 62

65 Fgura 6 Dstrbução do Emprego Formal no Terrtóro Cearense Agropecuára Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9 63

66 64 Embora em expansão, o estoque de empregados formas no setor anda é relatvamente reduzdo o que caracterza uma atvdade tpcamente famlar, sem relações formas de trabalho. Por outro lado, embora menor, o emprego na atvdade agropecuára mostra-se melhor dsperso do que a ndústra no terrtóro estadual 16. Ao longo dos dez anos consderados, 1997 a 2007, o emprego formal no setor agropecuáro cresceu 52,5%, o que representa 8,3 ml vagas adconas. As maores contrbuções para tal crescmento foram dadas pela expansão da atvdade nos muncípos de Quxeré, Lmoero do Norte, Icapuí, Beberbe e Ubajara (tabela 6 e fgura 7). Tabela 6 Muncípos com os Maores Crescmentos no Número de Empregados Formas Agropecuára 1997 a Muncípo Número de Empregados Crescmento Absoluto % Quxeré ,0 Lmoero do Norte ,1 Icapuí ,9 Beberbe ,2 Ubajara ,4 Russas ,5 Aracat ,6 Itarema ,3 Estado ,5 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra. 16 É mportante ressaltar que estoque de emprego reduzdo na agropecuára se refere aos números de empregados formas. O setor é marcado por elevada nformaldade nas relações de trabalho o que ajuda a entender um estoque relatvamente menor.

67 Fgura 7 Evolução do Emprego no Terrtóro Cearense - Agropecuára 1997 a Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própra com base no software Arcgs 9 65

68 Autocorrelação Espacal Global A estmação do grau de autocorrelação espacal no estoque de emprego formal em um setor no muncípo em relação à méda de seus j muncípos vznhos, em um conjunto de n muncípos, possblta a dentfcação de aglomerações espacas do estoque de emprego formal do setor em questão. A exstênca de tas aglomerações evdencam a presença de possíves transbordamentos espacas entre cdades contíguas, ou de um efeto multplcador do emprego nesse espaço delmtado. A tabela 7 a segur, apresenta as estmatvas para o Índce I de Moran e as nformações sobre sua sgnfcânca estatístca. Os cálculos são referentes ao estoque de emprego formal no setor ndustral em cada um dos muncípos cearenses, para os anos de 1997 e Tabela 7 Índce I de Moran Emprego Formal na Indústra 1997 e 2007 Ano Matrz Moran Méda Desvo Padrão P-valor IC (95%) k = 3 0,1703-0,0054 8,0097 0,0000 0,1700-0, k = 4 0,1463-0,0054 7,9504 0,0000 0,1462-0,1466 k = 5 0,1216-0,0054 7,4157 0,0000 0,1214-0,1217 k = 3 0,2483-0,0054 7,8284 0,0000 0,2480-0, k = 4 0,2096-0,0054 7,6207 0,0000 0,2093-0,2099 k = 5 0,1882-0,0054 7,6499 0,0000 0,1879-0,1885 Fonte: Elaboração própra com base no software R. Todos os coefcentes, seja para as dferentes matrzes, seja para os dferentes anos, são postvos e estatstcamente sgnfcantes, em outras palavras, a hpótese de aleatoredade espacal é rejetada para a varável em análse nos dos períodos. Os resultados apontam, anda, para um índce crescente no ntervalo de tempo observado. A robustez dos resultados quanto à escolha da matrz de pesos é confrmada quando se percebe que os coefcentes preservam o snal e a sgnfcânca estatístca mesmo com o uso de dferentes números de vznhos (k=3, k=4, k=5). (PEROBELLI & HADDAD, 2006; PEROBELLI et al, 2007). A partr dos resultados é, então, possível afrmar que a dstrbução do estoque de emprego formal no setor ndustral forma clusters em ambos os períodos. O resultado postvo ndca que muncípos com elevado estoque de emprego (acma da méda) na ndústra são

69 67 vznhos de muncípos que também apresentam a mesma característca, ou, alternatvamente, que cdades com baxo estoque de emprego formal (abaxo da méda) na atvdade ndustral estão rodeadas por cdades que também possuem baxo estoque de emprego na ndústra. A matrz k=3 (três vznhos mas próxmos) apresenta os maores resultados com relação ao grau da autocorrelação espacal. Consderando esta matrz, embora a autocorrelação espacal seja postva, sgnfcante do ponto de vsta estatístco e crescente nos dez anos observados, ela anda apresenta um grau reduzdo. Os valores postvos para o índce apontam para presença de autocorrelação espacal e ndcam a exstênca de aglomerações de muncípos semelhantes, evdencando a presença de possíves transbordamentos espacas entre cdades vznhas. No Ceará, então, os valores reduzdos dos índces revelam um efeto transbordamento anda fraco e lmtado. A não aleatoredade espacal, ou seja, a presença de dependênca espacal permte perceber que o estoque de emprego formal na ndústra em uma localdade é dependente do estoque de emprego presente neste mesmo setor nas localdades vznhas. Assumndo a quantdade de emprego como uma aproxmação da estrutura ndustral exstente, tal dependênca revela, assm, a presença de vantagens de vznhança efetos transbordamento e encadeamento 17.(MORO et al, 2006). Tem-se, assm, que a formação das aglomerações depende não apenas do atrbuto do muncípo, mas também das característcas dos muncípos vznhos. Para economa cearense, entretanto, tas vantagens se mostram pequenas, exercem uma nfluênca reduzda na formação do estoque de emprego formal da atvdade manufaturera no estado. Outros pontos, dretamente lgados aos atrbutos muncpas, também explcam a formação dos clusters. São eles: a) os requstos locaconas das frmas; e b) sua capacdade de contágo, ou seja, de transbordamento e encadeamento. Frmas com elevadas necessdades quanto às característcas dos locas onde se nstalam tendem a ter maor vantagem e vocação a se aglomerar, ao contráro daquelas cujos requstos locaconas são mínmos. A capacdade de contágo, por sua vez, está relaconada tanto às característcas da frma quanto aos atrbutos da localdade, uma vez que as característcas locas podem favorecer ou lmtar o surgmento das relações entre frmas de muncípos vznhos. 17 Tas efetos resultam, dentre outros, da redução de custos, da consttução de um mercado de trabalho especalzado, do acesso a nformações e compartlhamento de nfraestruturas (como transporte).

70 68 Na realdade cearense, os atrbutos muncpas, ou pelo menos da maora deles, não se mostram atratvos o sufcente para nstalação de frmas ndustras em seus terrtóros 18. Por outro lado, a maor parte das frmas exstentes são aquelas com pequenos requstos locaconas, sem maores nclnações à aglomeração, o que é, de certa forma, conseqüênca da própra nexstênca de atratvos às frmas mas exgentes em termos locaconas 19. Embora o resultado para 2007 (0,2483) retrate esta realdade descrta acma, o avanço com relação ao ano de 1997 (0,1703) não deve ser neglgencado. A maor ntensdade para a autocorrelação espacal snalza para uma melhor nteração entre os muncípos cearenses sugerndo um lento e crescente transbordamento na atvdade ndustral do estado. Como exemplos é possível ctar o pólo calçadsta nos muncípos de Crato, Juazero do Norte e Barbalha e o setor ndustral na Regão Metropoltana de Fortaleza Em resumo. A partr do grau de autocorrelação espacal ou da dependênca espacal no estoque de emprego formal, o efeto transbordamento na atvdade ndustral cearense se mostrou anda fraco e lmtado, ao passo que as chamadas vantagens de vznhança não se materalzaram, seja pelos atrbutos dos muncípos, seja pelas exgêncas locaconas das empresas nstaladas 20. Nesta realdade, o desenvolvmento da própra atvdade fca lmtado, as contrbuções para aumento do emprego são reduzdas, assm como reduzdos são os efetos postvos sobre o desenvolvmento das regões do estado. Por outro lado, o aumento na ntensdade desta autocorrelação sugere uma maor nteração entre os muncípos, mas tal movmento anda é nsufcente para alterar este quadro. Tal quadro ganha relevânca uma vez que o desenvolvmento da atvdade é pautado na concessão de ncentvos fscas. Sem a cração de atratvos adconas aos benefícos fscas, como os que se orgnam a partr dos transbordamentos e das vantagens de vznhança, a sustentabldade do processo pode ser comprometda após o térmno do tratamento fscal dferencado. 18 Os atrbutos muncpas devem aqu ser entenddos como característcas que nfluencam a atração e nstalação de ndústras, tas como grau de urbanzação, tamanho da população, captal humano, nfraestrutura urbana, exstênca de fornecedores e servços especalzados, menor custos de transporte, entre outros. 19 A ndustra calçadsta é um exemplo onde as frmas possuem pequenas exgêncas locaconas. Estas não necesstam de uma mão-de-obra altamente qualfcada, de um elevado grau de urbanzação ou de uma nfraestrutura urbana completa para se nstalar em determnados locas. 20 É possível que para setores ntegrantes da ndústra de transformação, consderados de modo solado, a realdade seja outra, ou seja, o efeto transbordamento seja mas ntenso. Estudos mas detalhados podem confrma tal possbldade.

71 69 Observados os resultados para a ndústra, a avalação agora reca sobre a atvdade agropecuára. A tabela 8 a segur, apresenta as estmatvas para o Índce I de Moran e as nformações sobre sua sgnfcânca estatístca. Os cálculos são referentes ao estoque de emprego formal no setor agropecuáro em cada um dos muncípos cearenses, para os anos de 1997 e Tabela 8 Índce I de Moran Emprego Formal na Agropecuára 1997 e 2007 Ano Matrz Moran Méda Desvo Padrão P-valor IC (95%) k = 3 0,0912-0,0054 4,0421 0,0000 0,0910-0, k = 4 0,0743-0,0054 3,8298 0,0000 0,0741-0,0745 k = 5 0,1006-0,0054 5,6768 0,0000 0,1004-0,1008 k = 3 0,2767-0,0054 5,6343 0,0000 0,2762-0, k = 4 0,2196-0,0054 5,1601 0,0000 0,2192-0,2200 k = 5 0,2530-0,0054 6,6082 0,0000 0,2527-0,2535 Fonte: Elaboração própra com base no software R. Assm como no caso da ndústra, para o emprego formal na agropecuára as estmações para índce de Moran também apresentam coefcentes postvos e sgnfcantes do ponto de vsta estatístco para os dos anos analsados e para as dferentes matrzes utlzadas. Novamente, a hpótese de aleatoredade espacal para a varável em análse é rejetada e a robustez dos resultados quanto à escolha da matrz de pesos é confrmada, uma vez que os coefcentes preservam o snal e a sgnfcânca estatístca mesmo com o uso de dferente número de vznhos (k=3, k=4, k=5). Da mesma forma que o anteror, os resultados para agropecuára ndcam um índce crescente no ntervalo de tempo observado e apontam para exstênca de clusters em ambos os anos. A nterpretação aqu é gual: muncípos com elevado estoque de emprego formal (acma da méda) no setor são vznhos de muncípos com a mesma característca, ou de outro modo, cdades com baxo número de empregados formas na atvdade agropecuára estão cercadas por cdades que também apresentam reduzdo estoque de emprego neste setor. A partr da análse do índce de Moran para a ndústra obteve-se ndcatvos sobre a exstênca de transbordamentos da atvdade ndustral entre os muncípos cearenses. Para o setor agropecuáro a avalação é semelhante. Antes, porém, é precso atentar para dferenças exstentes entre a ndústra e a agropecuára. Por ser uma atvdade dretamente dependente de condções naturas que não podem ser modfcadas pela ação do homem, a capacdade de transbordamento da

72 70 agropecuára está naturalmente lmtada no espaço. Embora estas condções lmtem, não evtam que as vantagens de vznhança se manfestem, especalmente por meo da reprodução de tecnologas e prátcas corretas, sem contar com a redução de custos, o acesso a servços especalzados, e outros ganhos semelhantes aos percebdos para ndústra. O resultado postvo para o índce de Moran revela que o estoque de emprego formal no setor agropecuáro de um muncípo é dependente do estoque de empregados formas presente nos muncípos vznhos. Tal dependênca aponta para presença de ganhos de vznhança, como os ctados aqu. Consderando a matrz k=3, os resultados são anda pequenos e mostram uma nfluênca lmtada destas vantagens na formação do estoque de emprego formal, ou no desenvolvmento da atvdade 21. Identfcar, porém, o quanto desta nfluênca ou de sua lmtação é explcada por questões puramente naturas e qual parcela se deve a pontos passves de tratamento pelo homem requer um maor aprofundamento que foge às pretensões deste trabalho. De qualquer modo, o avanço que o ndcador apresentou nos dez anos consderados merece alguns comentáros. O crescmento no índce de Moran, de 0,0912 para 0,2767 entre 1997 e 2007, está dretamente assocado à expansão no estoque de empregados formas na agropecuára, e este crescmento, por sua vez, reflete o desenvolvmento empresaral da atvdade, que pode ser comprovado pelo aumento na quantdade de trabalhadores formas no setor nos muncípos de Quxeré, Lmoero do Norte, Icapuí, Beberbe e Ubajara. Embora a produção famlar caracterze hoje boa parte do setor agropecuáro cearense, o que pode ser uma das explcatvas para índce permanecer baxo, a exstênca de uma produção empresaral já contrbu para avanço do agronegóco no estado. Após a letura dos resultados para a ndústra e para a agropecuára uma prmera reflexão se mostra oportuna. Ambos os setores apresentam um quadro semelhante. Embora crescentes, os índces permanecem baxos e apontam para uma capacdade de transbordamento lmtada. Tal lmtação barra o desenvolvmento das própras atvdades, em especal da ndústra, e acaba por reduzr os efetos postvos que estas atvdades podem exercer no crescmento do mercado formal de trabalho, na oferta de emprego e renda, e, 21 A matrz k=3 é a escolhda por apresentar o maor resultado para ndcador de autocorrelação em 2007.

73 71 consequentemente, no processo de desenvolvmento econômco das regões cearenses, além de restrngr tas efetos a algumas poucas áreas do estado. Identfcar tas áreas, localzar no terrtóro cearense os muncípos que apresentam dependênca espacal no estoque de emprego, em outras palavras, perceber onde os desejados transbordamentos ocorrem, ou até mesmo negar as ndcações fornecdas pelo ndcador de autocorrelação espacal global, é possível com uma análse da autocorrelação espacal local, a partr dos ndcadores LISA, Local Indcators of Spatal Assocaton. Os ndcadores Locas de Assocação Espacal têm outros papés que se somam aos menconados acma. Os ndcadores globas de autocorrelação espacal, como o I de Moran, podem esconder padrões locas de autocorrelação espacal e levar a resultados enganosos sobre a exstênca de efetos espacas nos dados. Segundo Perobell et al (2007), é possível ocorrer três stuações dstntas: a) a ndcação de um I de Moran nsgnfcante estatstcamente com ndcações de autocorrelação espacal local nsgnfcante, postva ou negatva; b) ndcação do I de Moran postvo que oculta autocorrelação espacal local negatva e nsgnfcante do ponto vsta estatístco; e c) evdênca de autocorrelação espacal global negatva e ndícos de autocorrelação espacal local postva para certos grupos dos dados. A fm de obter maor detalhamento e mtgar tal problema foram desenvolvdos os ndcadores locas que permtem avalar o padrão local da dependênca espacal. 5.3 Autocorrelação Espacal Local: Indcadores Locas de Assocação Espacal (LISA) Como vsto, os resultados globas podem esconder padrões locas de autocorrelação espacal, sendo mportante avalá-lo para se obter maor detalhamento a respeto da dependênca espacal exstente. Os ndcadores locas permtem alcançar tal detalhamento ao produzr um valor específco para cada área, permtndo assm, a dentfcação de dferentes regmes espacas, bem como agrupamentos com valores semelhantes (clusters) ou dferentes (outlers).

74 72 Ao consderar os padrões locas de autocorrelação espacal, têm-se nformações sobre a presença de heterogenedade espacal. Pode-se, então, a partr daí dentfcar assocações espacas do tpo alto-alto (AA) ou baxo-baxo (BB), ou anda, alto-baxo (AB) ou baxo-alto (BA). Os ndcadores locas dentfcam os dferentes regmes espacas ao mesmo tempo em que avalam a sgnfcânca estatístca dessas assocações. Neste trabalho, um regme de assocação do tpo AA ndca o agrupamento de muncípos com elevado estoque de emprego formal no setor e ano consderados, do mesmo modo, um regme BB aponta para grupos de muncípos com pequena quantdade de empregados formas. Em ambos os casos, o estoque de emprego dos muncípos apresenta elevada correlação postva com seus vznhos e formam os chamados conglomerados ou clusters espacas. Regmes do tpo AB revelam o agrupamento de muncípos com elevado estoque de emprego formal com aqueles que apresentam um estoque pequeno para o mesmo setor e ano consderados. Já assocações BA mostram grupos formados por muncípos com pequena quantdade de empregados formas e aqueles com grande número de trabalhadores com vínculo formal. Em ambas as stuações, o estoque de emprego dos muncípos apresenta elevada correlação negatva com seus vznhos e formam os chamados outlers espacas. Os regmes espacas AA evdencam a correlação espacal entre muncípos com elevados número de trabalhadores na ndústra ou na agropecuára sugerndo a exstênca de transbordamentos e/ou encadeamentos produtvos espacas. Já assocações BB, mostram áreas excluídas pela ndústra ou agropecuára, ndcando restrções geografcamente localzadas ao desenvolvmento destas atvdades produtvas. Assocações espacas do tpo AB ou BA evdencam os lmtes geográfcos dos (aos) transbordamentos produtvos e a característca restrtva e lmtada do ponto de vsta espacal das atvdades observadas. No prmero (AB) têm-se lhas ou enclaves, onde o muncípo mas avançado (A) tem vznhos relatvamente menos desenvolvdos (B). No segundo (BA) o desenvolvmento da atvdade se dá em um muncípo (A) que embora não atngndo a sgnfcânca esperada proporcona esta ao vznho baxo (B). Por meo dos ndcadores locas de assocação espacal deste é possível localzar no espaço os regmes espacas e perceber o deslocamento destas áreas ao longo do tempo, ou

75 73 seja, como se dstrbuíram no terrtóro cearense e como evoluíram no período estudado. Os ndcadores Lsa ajudam a entender como a dependênca espacal no emprego, como os tão ctados efetos transbordamentos percebdos a partr desta, se manfestam nas dferentes regões do estado. É mportante frsar que a exstênca ou não dos efetos transbordamentos constatada nas análses a segur é dentfcada a partr da presença de dependênca espacal no estoque de emprego formal para cada um dos setores e anos consderados. As fguras 12 e 13, a segur, trazem os mapas para ndústra nos ano de 1997 e 2007, respectvamente. Em 1997, apenas um únco regme espacal estava presente no terrtóro cearense. A assocação do tpo AA ocorra em apenas duas regões do estado: uma próxma à Fortaleza, e a outra, na regão mas ao sul do estado. Nestas, mostraram-se estatstcamente sgnfcantes os muncípos de Fortaleza, Maracanaú, Caucaa, Eusébo e Horzonte, ntegrantes da RMF, Cascavel e, na porção sul cearense, Crato e Barbalha. Em termos de setores ndustras e consderando o número de empregados, na RMF se destacavam o Têxtl e o de Almentos e bebdas, enquanto que na regão sul se sobressaa, além de almentos e bebdas, o setor calçadsta Dez anos depos, em 2007, o regme AA permaneceu como o únco a exstr no estado, mas com algumas alterações. Tas mudanças ocorreram apenas na RMF, onde à lsta de 1997 somam-se agora os muncípos de Aquraz e Pacatuba. Com relação a outra área do estado, apenas os muncípos de Crato e Barbalha contnuaram a apresentar assocação espacal do tpo AA. Setoralmente, as atvdades ndustras que se destacaram em 2007 são as mesmas de Cabe aqu um comentáro com relação à regão sul do estado. A sgnfcânca estatístca para Juazero do Norte era algo esperado que não se confrmou e, provavelmente, a defnção de quas vznhos são os mas próxmos pode ter nfluencado o resultado. No ano de 1997, o pequeno número de cdades justfcava um índce de Moran postvo, mas de valor reduzdo, ao mesmo tempo em que mostrava o caráter espacalmente lmtado do efeto transbordamento, restrto a poucos muncípos cearenses. Já em 2007, os novos muncípos, ou seja, o aumento da área onde se verfca o regme AA, e a maor nteração entre os muncípos onde este tpo de assocação já ocorra em 1997, explcam a maor ntensdade da autocorrelação espacal percebda por meo do índce de Moran na

76 74 análse global, mas não alteram a exstênca de um efeto transbordamento anda lmtado e restrto a poucas áreas do estado.

77 Fgura 08 LISA Emprego Industral 1997 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9 75

78 Fgura 09 LISA Emprego Industral 2007 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9 76

79 77 Nestas regões fca evdente a exstênca de efetos transbordamento e/ou encadeamento na atvdade ndustral al presente. Tas áreas mostram-se núcleos consstentes da atvdade ndustral no estado. Em ambos os anos, a RMF apresentou as melhores condções para o desenvolvmento da ndústra, tas como o parque ndustral mas dversfcado do estado, concentrador do maor número de atvdades e responsável pela maor quantdade dos empregos exstente no setor, bem como maor adensamento urbano, oferta de servços, nfraestrutura, entre outros atratvos. Semelhante a esta no que dz respeto ao grau de urbanzação, nfraestrutura, entre outras vantagens, se destaca no estado a regão formada pelos muncípos de Crato e Barbalha localzados ao sul do Estado. Em tas áreas, especalmente na RMF, a proxmdade geográfca torna-se uma vantagem para o desenvolvmento da produção e confere a estas um maor potencal de atração. Com relação as outras regões no estado, a densdade ndustral exstente parece ser nsufcente para o fazer surgr os efetos transbordamentos e encadeamentos desejados. De fato, regões de destaque na ndústra cearense não são observadas nos mapas, como Sobral por exemplo, devdo a fragldade do entorno que não fornece à regão a sgnfcânca estatístca esperada, e sso reforça o caráter lmtado e restrto daqueles efetos 22. Fazendo um paralelo entre a análse descrtva realzada anterormente e os resultados do índce de autocorrelação local se extra algumas observações mportantes, relaconadas ao exposto logo acma. As áreas sgnfcantes do ponto de vsta estatístco, áreas estas em que se constata a presença de dependênca espacal no emprego, ou em outras palavras, a exstênca dos efetos transbordamentos são aquelas que concentram a maor quantdade de empregados no setor, algo já esperado. Entretanto, nem todos os muncípos mportantes para o setor são percebdos na análse da autocorrelação espacal, e os motvos para tanto já são conhecdos: densdade ndustral nsufcente e/ou fragldade da atvdade nas regões vznhas. Outro ponto dz respeto ao crescmento do emprego ndustral. Embora algumas áreas se destaquem no aumento do estoque de empregados, como Russa e Itapaje, o avanço obtdo não fo sufcente para garante-lhes relevânca no mapa da dependênca espacal. No tocante a agropecuára, as fguras 14 e 15, abaxo, trazem os mapas para a atvdade nos anos de 1997 e A forma como o índce é calculado, comparando a méda dos vznhos, está por trás do argumento.

80 78 Em 1997, duas áreas no terrtóro cearense apresentavam os regmes AA. A prmera compreenda alguns dos muncípos próxmos a captal do estado, como Aquraz, Eusébo e Pacajus. Nestes se destacavam a avcultura e a pesca, especalmente em Fortaleza. O segundo conglomerado era formado pelos muncípos de Aracat, Fortm, Icapuí e Jaguaruana, localzados no extremo leste do estado. Aqu se sobressaam a frutcultura, a pecuára letera e a pesca. O desenvolvmento da avcultura sugere algum efeto transbordamento na regão próxma a Fortaleza, ao passo que na área mas ao leste cearense as condções naturas parecem melhor explcar a dependênca espacal al exstente. Em 2007, a realdade é dferente. Duas regões do estado contnuam a apresentar clusters do tpo AA, mas sob uma nova confguração que confrma a maor ntensdade da autocorrelação espacal detectada anterormente através do índce I de Moran. Dentre estas, destaque especal para a maor, exstente na regão leste do estado. Nesta, o desenvolvmento da frutcultura rrgada em especal, favorecdo, agora, não só pela exstênca de condções naturas propícas, mas também por ações de ncentvo a atvdade (nfraestrutura de rrgação, entre outras) garantram a expansão da atvdade estmulando as vantagens de vznhanças al presentes. A outra assocação do tpo AA ocorre em Fortaleza e alguns muncípos próxmos como Aquraz e Eusébo, e aqu predomnam as atvdades e os efetos já presentes em Assm como para a ndústra, no setor agropecuáro a autocorrelação espacal está presente nos muncípos com os maores estoques de emprego formal, como esperado. Com relação ao crescmento no período, as novas áreas a regstrar a presença de dependênca espacal em 2007 estão entre aquelas de maor expansão no número de empregados. O desenvolvmento empresaral da atvdade agropecuára, especalmente a relaconada com a frutcultura rrgada ajuda a entender este resultado e tornam claro o aprovetamento das vantagens de vznhança al presentes.

81 Fgura 10 LISA Emprego na Agropecuára 1997 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9 79

82 Fgura 11 LISA - Emprego na Agropecuára 2007 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9. 80

83 81 O ndcador Lsa analsado nas págnas anterores é uma versão unvarada. Entretanto, é possível trabalhar com uma versão bvarada do ndcador. As fguras 16 e 17, abaxo, trazem os mapas com as áreas estatstcamente sgnfcantes para o Lsa Bvarado consderando emprego formal na ndústra e na agropecuára nos anos de 1997 e 2007, respectvamente. As regões sgnfcantes do ponto de vsta estatístco em cada um dos anos são as mesmas observadas para o Lsa Unvarado consderando o emprego ndustral. A alteração resde apenas no regme espacal exstente. Em 1997, as assocações do tpo AA e AB estavam presentes no terrtóro cearense. O regme AA caracterzava os muncípos de Fortaleza, Maracanaú, Caucaa, Eusébo, Horzonte, Pacajus e Cascavel. Nestas áreas, a assocação espacal exstente revela um desenvolvmento conjunto das atvdades e uma geração de empregos não concorrente, sto é, a atvdade ndustral num muncípo não nterfere no desempenho do setor agropecuáro nos vznhos nem captura sua força de trabalho. Tal desenvolvmento é mas bem explcado pelas vocações locas para cada uma destas atvdades do que pelas possíves nterações ou complementardades ntersetoras. Já o regme AB ocorre em Crato e Barbalha e aqu a assocação espacal presente sugere que as áreas vznhas aos dos muncípos não apresentam um maor desenvolvmento da agropecuára quando se observa o estoque de empregos formas. Tal quadro pode ser resultado da nexstênca de condções locas favoráves ao setor uma vez que a atvdade ndustral presente não tera condções de absorver toda mão-de-obra a ponto de torná-la escassa, e deste modo contrbur para o não desenvolvmento da agropecuára. No ano de 2007 poucas alterações ocorreram em relação ao quadro de dez anos atrás. Fortaleza e seus vznhos contnuaram a apresentar o regme AA mantendo do a realdade de O muncípo de Crato contnua como AB, mas Barbalha, em 2007, passou a regstrar uma assocação espacal do tpo AA. Este caso partcular reforça a letura feta acma uma vez que retrata o desenvolvmento conjunto da ndústra e do campo. Tal resultado ndca a construção de condções favoráves ao desempenho da agropecuára alterando a realdade de 1997.

84 Fgura 12 LISA BIVARIADO - Emprego na ndústra e na Agropecuára 1997 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9. 82

85 Fgura 13 LISA BIVARIADO - Emprego na ndústra e na Agropecuára 2007 Fonte: Elaboração própra com base nos softwares R e Arcgs 9. 83

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