Regionalização da Depleção Regional com Dados Primários de Vazão
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- Leonardo Wagner Fartaria
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1 RBRH Revsa Braslera de Recursos Hídrcos Volume 1 n.3 Jul/Se 25, Regonalzação da Depleção Regonal com Dados Prmáros de Vazão Geraldo Lopes da Slvera, Jussara Cabral Cruz Deparameno de Hdráulca e Saneameno CT/UFSM Cdade Unversára geraldo@c.ufsm.br André Luz Lopes da Slvera Insuo de Pesqusas Hdráulcas UFRGS andre@ph.ufrgs.br Rafael Cabral Cruz Cenro Unversáro Francscano UNIFRA rafacruz@plug-n.unfra.br Recebdo: 2/8/4 revsado: 26/4/5 aceo: 19/7/5 RESUMO Ese argo propõe um méodo de obenção de faores de proporconaldade de vazões mínmas enre ponos de uma rede fluval, com base em algumas medções de vazão neses ponos, durane fases de depleconameno da baca hdrográfca. As medções de vazão, consderadas como dados prmáros, pos não são obdas por curvas-chave, são correlaconadas com caraceríscas fsográfcas clásscas num processo de regonalzação que negra esas com caraceríscas da depleção. O méodo da rego-depleção, como fo denomnado, é para uso em bacas com poucas esações fluvomércas onde há necessdade de sínese de vazões mínmas caraceríscas em város ponos, a parr das séres fluvomércas desas esações.. O méodo é especalmene aravo para necessdades de ouorga em bacas com dados fluvomércos escassos. Com ese nuo ele fo desenvolvdo e aplcado à baca do ro Sana Mara no Ro Grande do Sul. Algumas campanhas nensvas de medções de vazão nas seções fluvas de neresse foram sufcenes para esmava conssene dos referdos faores de proporconaldade. Palavras chave : ouorga, regonalzação, vazão mínma, Ro Grande do Sul INTRODUÇÃO Há uma déa preconcebda em hdrologa de que somene se pode exrar nformações úes quando as séres de vazões observadas são longas. Há uma espéce de descrédo sobre a uldade de regsros fluvomércos curos ou de medções de vazão orundas de algumas poucas campanhas. Susenando déa conrára, Slvera e Tucc (1998) demonsraram que séres parcas de fluvomera, sem os regsros de cheas, eram sufcenes para caracerzar a dsponbldade hídrca de pequenas bacas. Em ouros rabalhos Slvera e Slvera (1996) e Slvera e al. (1998) desenvolveram a déa de que algumas medções de vazão na depleção fornecem uma nformação hdrológca sgnfcava para uma sínese de vazões, por modelagem chuva-vazão, volada para o ramo nferor da curva de permanênca. No presene argo é reomada a déa de que vazões em depleção, mesmo em amosras reduzdas, razem consgo uma nformação conssene sobre as vazões mínmas de uma baca. Só que esa déa é esendda ao espaço geográfco da baca com vsas a esabelecer ner-relações na rede fluval. A hpóese adoada, porano, é de que é possível esabelecer relações conssenes enre vazões mínmas de sub-bacas com base em poucos regsros de vazão em depleção e nformações fsográfcas regonas radconas, como áreas conrbunes, comprmenos dos ros prncpas e declvdades. Apoando-se nesa hpóese o obevo dese argo é propor um méodo de obenção de faores de proporconaldade de vazões mínmas enre ponos de uma rede fluval, de uma baca com dados escassos, que sea superor ao méodo da proporção de áreas. 43
2 Regonalzação da Depleção Regonal com Dados Prmáros de Vazão PROPORCIONALIDADE DE VAZÕES Na regonalzação hdrológca, a expressão da vazão mínma méda com deermnada duração pode ser represenada da segune forma (Tucc, 1993): Q = aa L S P b c d e f mn (1) onde A é a área da baca, L é o comprmeno do ro prncpal, S, sua declvdade méda, P a precpação méda anual e a duração da vazão mínma ; as leras a, b, c, d, e, f são parâmeros de ause regonas. Ouras varáves, além de A, L, S e P poderam ambém ser consderadas na expressão, como a declvdade méda da baca ou um faor represenavo da geologa ou solo. Consderando a expressão acma pode-se esabelecer, enão, um faor de proporconaldade de vazões mínmas de mesma duração enre duas bacas quasquer da regão. Idenfcando-se pelo sub-índce uma das bacas e por, a oura, a razão mosrada a segur corresponde a um faor de proporconaldade de vazões : Q A L S k, = = (2) Q A L S mn mn b b Ese faor k, é o faor que mulplca a vazão da baca para ober a correspondene vazão da baca. Na expressão 2 fo consderada a mesma precpação P nas duas bacas. Um caso parcular é quando somene a varável área esá presene e ela possu expoene unáro. Traa-se do conhecdo faor de proporção de áreas : mn mn c c d d Q A k, = = (3) Q A Comparada com esa, a expressão aneror, mosra-se, por evdênca, mas abrangene e flexível para absorver as dversas nformações fsográfcas, cuo conuno pode embur processos não explícos, como aé mesmo os referenes ao comporameno dos aquíferos da regão. DEPLEÇÃO REGIONAL A curva de depleção de vazões em um ro esá assocada ao esvazameno dos aquíferos da baca conrbune e em a segune expressão : Q = Q α ( o ) e (4) onde Q é a vazão mínma no nsane, Q é a vazão de referênca no nsane e α é o coefcene de depleção. Para um conuno de sub-bacas de uma baca é possível magnar que possa exsr uma curva de depleção represenava regonal, mas para sso é precso que as vazões de depleção de cada uma delas seam vazões específcas (vazões por undade de área conrbune). Para ober al curva regonal com dados prmáros, ou sea com vazões dreamene meddas em campo, não há necessdade de smulanedade das medções, sendo necessáro apenas que eseam parcpando de um únco processo de esvazameno da baca. Assm consderado, a equação de depleção das vazões específcas pode ser escra como : q = q α ( o ) e (5) onde q é a vazão mínma específca no nsane, q é a vazão de referênca no nsane e α é o coefcene de depleção. Um modelo de depleção regonal podera ser ausado com a equação 5, endo-se o conuno de vazões específcas obdas como : Q q = (6) A onde q represena as vazões específcas das medções, Q, as vazões de depleção realmene meddas em odas as sub-bacas e dversos nsanes ; A são as áreas desas sub-bacas. Os nsanes represenam os horáros das medções, omados relavamene a uma referênca. Enreano, a ulzação da vazão específca pode ser resrva, pos apenas a área parcpa como varável fsográfca explcava. A necessdade de flexblzação e maor abrangênca explcava, com a consderação de mas varáves fsográfcas conduzram à proposção do méodo a segur. REGIONALIZAÇÃO COM DEPLEÇÃO : MÉTODO DA REGIO-DEPLEÇÃO Para possblar a ulzação de ouras varáves, além da área, na composção de uma vazão 44
3 RBRH Revsa Braslera de Recursos Hídrcos Volume 1 n.3 Jul/Se 25, específca, consdera-se que a equação 6 pode evolur de modo análogo à evolução da equação 2 em relação à equação 3, ou sea, propõe-se uma varável do po : Q u = (7) A L S b c d onde u é defnda como uma vazão específca fsográfca (m 3 /s por undade do faor do denomnador), Q e A foram defndas acma e L e S são, respecvamene, comprmenos e declvdades dos ros prncpas das sub-bacas. A varável u é análoga à varável q, assm pode-se propor para u uma equação de depleção regonal com a mesma esruura da equação (5), ou sea, é possível consderar uma depleção regonal admensonal do po : u = u α ( o ) e (8) onde u é o valor de referênca de u no nsane. A vanagem desa equação é que ela propca uma regonalzação, flrando a nfluênca da depleção em vazões meddas em sub-bacas e nervalos de empo dferenes, mas que ocorreram em um mesmo processo de esvazameno da baca. Porano, o méodo, que chamamos aqu de Méodo da Rego-Depleção, mescla as equações 7 e 8 de forma a ober uma equação de regressão capaz de fornecer os parâmeros regonas b, c, d. Os parâmeros da depleção (α, o ) são coaduvanes no processo, apesar de obdos smulaneamene com os regonas no procedmeno de regressão. Assm, para cada depleção, em-se : Q = u b c d α ( o ) A L S e (9) A forma de ause sugerda é por mínmos quadrados. Há anos conunos de A, L e S quano de sub-bacas, mas normalmene deve haver mas de uma medção por sub-baca, durane a campanha. Desa forma haverá uma amosra de Q, A, L, S, e de amanho gual ao número de vazões meddas na depleção. Se houver mas de uma depleção com vazões para ause, a esraéga mas convenene para um cálculo mas precso dos faores de proporconaldade de vazões é monar um esquema de omzação para ober um únco conuno dos expoenes de A, L e S, dexando lvre a busca de um par α e u para cada depleção solada. Para aender o obevo, o méodo proposo obém assm, porano, os expoenes b, c, d. O passo meodológco segune é ulzá-los na equação 2 e ober os faores de proporconaldade de vazões mínmas deseados para espacalzar vazões mínmas de neresse, como, por exemplo, a Q 7,1 (vazão mínma de 7 das consecuvos e 1 anos de período de reorno) ou a Q 95 (vazão de 95% de permanênca no empo). A aplcação da equação 2 é smples, pos basa denfcar as sub-bacas fone (sub-bacas ) e as sub-bacas alvo (sub-bacas ). As sub-bacas que podem ser do po fone são aquelas da rede hdromeeorológca naconal com séres fluvomércas das quas é possível calcular as vazões mínmas de neresse. Assm, para que o méodo proposo funcone é precso que as vazões meddas em depleção enham ordem de grandeza semelhane às vazões mínmas que se quer espacalzar. O méodo apresenado nese argo pode ser avalado, enre ouras possbldades, de duas formas Por comparação com um procedmeno de regonalzação radconal aplcado às vazões de depleção meddas; Por comparação com os faores de proporconaldade do prmero modelo canddao nesas crcunsâncas, que é o modelo de proporção de áreas conrbunes. A prmera forma de avalação usa como ese mplíco observar o que aconece com a desconsderação do efeo da depleção e sua cronologa. Como o méodo proposo flra o efeo da depleção, embudo na nformação regonal de vazões meddas durane o esvazameno da baca, confgura-se uma oporundade de avalar esse efeo pela comparação dos resulados da equação 9 com os da equação 1 abaxo : f g h Q = aa L S (1) A segunda forma de avalação vsa coear o méodo proposo com aquele que é nauralmene avenado em prmero lugar, pela sua smplcdade em esmar faores de proporconaldade de vazões pela proporção de áreas. Um modelo mas sofscado só se usfca se for melhor que um mas smples normalmene empregado. Em suma, esa segunda forma é a comparação do desempenho dos índces das equações 2 e 3. 45
4 Regonalzação da Depleção Regonal com Dados Prmáros de Vazão Em ese podera haver uma ercera forma de avalação, ambém com dados prmáros de vazão se, no conuno das medções de posos com séres longas, fosse possível esabelecer faores de proporconaldade enre as vazões de esagem. Enreano, as medções deses posos fluvomércos ofcas são normalmene soladas no empo e dfclmene conseguem regsrar os processos de depleção, não sendo nem mesmo concomanes, muas vezes. BACIA DO RIO SANTA MARIA /RS A baca hdrográfca do ro Sana Mara esá suada na fronera sudoese do Ro Grande do Sul, abrangendo os muncípos de Sanana do Lvrameno, Dom Pedro, Lavras do Sul, Rosáro do Sul, Cacequ e São Gabrel. Orenada em sendo sul-nore, a baca hdrográfca do ro Sana Mara apresena a aparênca aproxmada de um y nverdo, sendo os braços do y, respecvamene à lese e oese, os ros Sana Mara e Ibcuí-da-Armada, que se enconram uno à cdade de Rosáro do Sul. A parr desa confluênca, o ro Sana Mara segue ao nore aé enconrar o ro Ibcuí-Mrm para formar o ro Ibcuí, recebendo nese raeo as águas do ro Cacequ, na sua margem drea e do arroo Sacã na sua margem esquerda, á próxmo ao exuóro da baca. A baca hdrográfca apresena uma forma que lembra o corpo de um volão, apresenando um esreameno por vola da laude 3º 3 S. A Fgura 1 apresena a localzação da baca hdrográfca do ro Sana Mara. A área em esudo caracerza-se especalmene pela avdade agropecuára, apresenando pasagens ípcas da fronera gaúcha, onde a pecuára exensva radconal se mescla com a orzculura moderna, em campos enremeados com várzeas ocupadas por roação de pasagem naural e lavoura de arroz. Esa pasagem apresena um exo de mudanças lese-oese, que reflee as ransções do Escudo Rograndense, Depressão Cenral e Planalo da Campanha, confgurando os padrões que caracerzam as dferenças observadas enre as sub-bacas referenes aos braços Sana Mara e Ibcuí-da-Armada, que possuem suas cabeceras nas margens oposas dese gradene. A crescene escassez de água e conflos de uso, como é o caso da baca do ro Sana Mara, na regão hdrográfca do Urugua, ndca a necessdade de mplanar a ouorga de uso da água, de forma a mnmzar os conflos á exsenes e evar aqueles poencas. Assm, a baca do Ro Sana Mara fo obeo de esudos recenes vsando o desenvolvmeno de meodologas para mplanação de um proeo ploo de ouorga no Esado do Ro Grande do Sul (UFSM/SEMA, 22). Para essa fnaldade, a rede de drenagem fo dvdda em rechos de gerencameno (Fgura 1). O problema hdrológco se concenra, enão, na avalação de dsponbldades hídrcas para as seções hdrológcas de referênca (SHRs) que delmam os rechos esabelecdos, com base nas nformações exsenes e em campanhas de medção de vazão. Fgura 1 Baca do Ro Sana Mara/RS A baca do ro Sana Mara dspõe de uma reduzda base de dados e nformações hdromeeorológcas da Agênca Naconal de Águas. Aualmene esão em operação na baca nove esações pluvomércas (Torquao Severo, Dom Pedro, Três Vendas, Sanana do Lvrameno, Sana Ra, Rosáro do Sul, Grana Umbu, Sacã e Cacequí) e apenas duas esações fluvomércas: no ro Sana Mara em Rosáro do Sul, com área de drenagem de km 2, e no ro Ibcuí da Armada em Pone Ibcuí da Armada, com área de 6.5 km 2. A presene escassez de nformações conduzu à necessdade de ulzação de écncas regonas para esmava das vazões nos locas sem dados, o que culmnou pelo desenvolvmeno da meodologa ora proposa. 46
5 RBRH Revsa Braslera de Recursos Hídrcos Volume 1 n.3 Jul/Se 25, Índces fsográfcos dos rechos de gerencameno de cada SHR A obenção dos índces fsográfcos, necessáros à aplcação da meodologa para esmava da dsponbldade hídrca em cada SHR, fo realzada aravés de mapas dgalzados, com o auxílo de écncas de geoprocessameno. Os prncpas mapas ulzados na deermnação dos índces foram: Mapa almérco obdo por nerpolação aravés de um modelo de rangulação (TIN), a parr das curvas de nível e ponos coados dgalzados com orgem em caras da DSG 1:5. e proeados sobre uma grade com células de 5m. Mapas geológco e de solos veorzados respecvamene a parr das caras da CPRM em escala 1:1., edadas em 1986, e do proeo RADAMBRASIL. Mapa de coberura e uso dos solos obdo com classfcação supervsonada da magem do saéle Landsa TM7 de ouubro de 21, pela écnca de máxma verossmlhança. A baca de conrbução de cada SHR é defnda como a área oal de conrbução àquela seção, desde a nascene, nclundo, quando for o caso, as SHRs suadas à monane. Da mesma forma defne-se como créro para o ro prncpal aquele mas longo. Os índces obdos esão descros na Tabela 1. Tabela 1 Índces fsográfcos e méodos de esmava Elemeno Índce Méodo Baca A = Área Dreamene em modo veoral Ro Prncpal L = Comprmeno Dreamene em modo veoral Ro Prncpal S = Declvdade mulplcação do mapa méda de declvdades expressas em porcenagem pelo mapa booleano (ro = 1, verene = ). Na Tabela 2 esão colocados os valores obdos dos índces. Medções de vazões nas sub-bacas As medções de vazão ulzadas no esudo são orundas da campanha de campo realzada enre 27 de anero e 6 de feverero de 22. Foram realzadas 54 medções de vazão em 18 sub-bacas delmadas por SHRs. As vazões meddas e as correspondenes vazões específcas esão nas Tabelas 3 e 4, em ordem cronológca. A esraéga da campanha de campo, de rês medções por SHR, procurou capar o regme hdrológco de depleção na baca. Mesmo com a ocorrênca de chuvas, que sempre podem aconecer em meo a campanhas, a despeo de prevsões, a campanha realzada logrou em exrar nformações hdrológcas de neresse. A análse realzada, com base na seqüênca cronológca das vazões específcas, permu dsngur rês grupos de vazões (Fgura 2), dos referenes a processos de depleção regonal (da baca como um odo) e um ercero, reunndo vazões de cheas parcas em locas solados da baca e ouros casos, nclundo algumas poucas nconssêncas. Tabela 2 Índces fsográfcos das SHRs SHR A km 2 L km S % 1 33,2 39,5, ,1 82,8, ,3 57,2 2, ,6 29,5 1,46 5 7,2 45,8 1, ,7 116,7 1, ,9 76,8 3, ,1 62,9 2, ,6 26,3, ,2 33,1 4, , 55,7 1, ,9 14,6, ,5 95,4, ,2 25,2 1, ,1 196,5, , 293,1, ,6 51,8, ,2 9,6, ,6 341,3, ,4 61,8 1, ,3 362,6,427 47
6 Regonalzação da Depleção Regonal com Dados Prmáros de Vazão Tabela 3 Medções de vazão em ordem cronológca (medções 1 a 27) N SHR Daa Q (m3/s) /1/2 15:35 1,93 1, /1/2 18:3 1,47,793 q ( l/s/km2) /1/2 9: 2,17 3,7 (1) /1/2 11: 62,6 4,827 (1) /1/2 14:45 45, 7,56 (1) /1/2 17:35 7,7 5,861 (1) /1/2 19:,988 4,466 (1) /1/2 8:15 25,2 5,511 (1) /1/2 1:2 5,3 3,94 (1) /1/2 12: 1,77 2,668 (1) /1/2 15:15,548 2,141 (1) /1/2 18: 6,1 3,44 (1) /1/2 8:,32 1,472 (1) /1/2 1:35 5,42 2,388 (1) /1/2 12:5 1,16 1,659 (1) /1/2 15:45,441 1,1 (1) /1/2 17:1 1,3 1,639 (1) /1/2 18:2,933 1,79 (1) /2/2 8:35 16,5 8,213 (2) /2/2 11: 7,28 5,935 (2) /2/2 13: 84,2 6,979 (2) /2/2 14:45 38, 8,318 (2) /2/2 15:5 2,62 3,948 (2) /2/2 19: 79,4 34, /2/2 1:3 19,8 28, /2/2 18:15 11,2 28, /2/2 19:45 1,25 5,74 (2) (1) prmera depleção (2) segunda depleção Iso sgnfca que a campanha realzada conseguu evdencar a depleção regonal na baca e medr duas amosras desa depleção, as quas foram obeo de aplcação do méodo proposo. Os dados numércos desas depleções esão snalzados nas Tabelas 3 e 4. Na Tabela 3 esá oda a prmera depleção e pare da segunda. Na Tabela 4 esá a segunda meade das medções com o reso da segunda depleção. Tabela 4 Medções de vazão em ordem cronológca (medções 28 a 54) N SHR Daa Q (m3/s) q ( l/s/km2) /2/2 : 25,5 12, /2/2 :1 8,99 5,244 (2) 3 2 3/2/2 :2 7,31 1, /2/2 11:1 1,2 4,1 (2) /2/2 14:25,971 4,389 (2) /2/2 16:35 51,3 8, /2/2 18: 8,2 4,427 (2) /2/2 : 8,32 15, /2/2 8:35 1,54 2,445 (2) /2/2 1:3 4,17 3,41 (2) /2/2 12:2 7,68 4,146 (2) /2/2 16:55 7,69 1, /2/2 18:5 124,1 9, /2/2 : 5,19 3,26 (2) /2/2 9:4 112,3 9, /2/2 1:35 46,7 7, /2/2 11:35,541 2,446 (2) /2/2 12:45 29,7 6, /2/2 16:15,249, /2/2 17:5 2,18 3, /2/2 19:5 19,9 1, /2/2 9: 36,4 16, /2/2 1:45 16,4 23, /2/2 13:15 1,9 2,72 (2) /2/2 14:45,572 2,631 (2) /2/2 16:1 1,49 2,867 (2) /2/2 17:55 1,3 1,628 (2) (2) segunda depleção Com respeo aos dados dsponíves da rede fluvomérca ofcal, as nformações condas na Tabela 5 esclarecem sobre a precaredade observaconal da hdrologa da baca do ro Sana Mara. Há apenas duas esações em operação e mesmo que as exnas esvessem operando anda assm a coberura espacal sera defcene. De qualquer forma, para os propósos dese argo, havam ses posos cuos conunos de medções de vazão poderam ser ulzadas nas avalações, mas a fala de concomânca na maora das daas das vazões de esagem, fez abandonar sua ulzação como uma evenual referênca de valdação. 48
7 RBRH Revsa Braslera de Recursos Hídrcos Volume 1 n.3 Jul/Se 25, vazão específca (l/s/km 2 ) Vazões meddas da campanha de an/fev 22 Baca do ro Sana Mara/RS 1a depleção 2a depleção odas medções 27/1 29/1 31/1 2/2 4/2 6/2 8/2 da Fgura 2 Medções de vazão e depleções Tabela 5 - Posos Fluvomércos da Baca do Sana Mara Códgo Nome Curso D água Área (km2) 7625 Dom Pedro 7626 P. do Guerres 763 P. Ibc. Armada 7631 Rosáro do Sul Azevedo Sodré Ro Sana Mara Ar. Taquarembó R. Ibc. Armada Ro Sana Mara Períod o Ro Cacequ Cacequ Ro Cacequ RESULTADOS A parr dos dados de vazão das duas depleções seleconadas, o méodo proposo fo aplcado, obendo-se os resulados da Tabela 6. O coefcene de deermnação médo (Nash-Suclffe) fo de R 2 =,73. Os valores b, c, d guardam coerênca físca, aesando vazões mínmas maores com o aumeno da área e declvdade e vazões mínmas menores com o aumeno da declvdade. As depleções sucessvas explcam a queda do parâmero α pos as reservas d água esão maores na baca quando se dá a segunda depleção, que fo, por sso, mas suave. Os parâmeros α e u não nervêm no cálculo dos coefcenes de ransposção, apenas possblam o cálculo dos parâmeros b, c, d, eses sm, negranes das expressões desses coefcenes, conforme vso anerormene. Tabela 6 Parâmeros ausados Parâmero 1 a depleção 2 a depleção b (*),773 c (**),271 d (***) -,31 u 11,11 1,6 α,423,183 (*) váldo para área em km 2 (**) váldo para comprmeno de ro em km (***) váldo para declvdade do ro em % A Fgura 3 mosra o aspeco vsual da adequação das curvas de vazão (específca) fsográfca propcado por ause de odos os parâmeros às duas depleções observadas. Noa-se uma boa represenavdade das curvas, permndo uma boa confabldade dos parâmeros dos coefcenes k de ransposção de vazões. vazão fsográfca Ause pela Rego-Depleção Campanha an/fev 22 27/1 29/1 31/1 2/2 4/2 6/2 8/2 DISCUSSÃO vazões 1a depleção vazões 2a depleção curva 1a depleção curva 2a depleção da Fgura 3 Ause do méodo Uma avalação mas obeva fo fea comparando-se os resulados do méodo com aqueles dos méodos da proporção de áreas e regonalzação aplcados às mesmas vazões das depleções analsadas. A Fgura 4 resume esa 49
8 Regonalzação da Depleção Regonal com Dados Prmáros de Vazão comparação. O méodo da proporção de áreas é rval e fo aplcado endo por base a SHR 16 (Rosáro). O méodo da regonalzação conssu na regressão da vazão (equação 1) em função das mesmas varáves ulzadas na rego-depleção A, L e S (área da baca, comprmeno e declvdade), desconsderando-se a cronologa, ou sea, o efeo das depleções. Os coefcenes de deermnação grafados na Fgura 4 demonsram os melhores resulados do méodo proposo (R 2 =,978 conra,927 da proporção de áreas e,941 da regonalzação). O méodo da proporção de áreas, comparavamene ao méodo da rego-depleção, em uma rea de valores esperados mas nclnada em relação à rea da gualdade exaa, e uma dspersão maor dos ponos, o que baxou seu R 2. O méodo da regonalzação eve um R 2 nermedáro, mas suas predções (não mosradas na Fgura 4) foram de qualdade nferor. Assm, baseado nesas consaações pôde-se adoar conssenemene os resulados do méodo que chamamos aqu da regodepleção. Os resulados do méodo proposo e adoado permem que se esabeleçam coefcenes de proporconaldade de vazões enre duas SHRs quasquer. Enreano, no exemplo da baca do Sana Mara, como o obevo é snezar vazões nas SHRs, porque quase odas não dspõem de séres fluvomércas de amanho sufcene, resolveu-se adoar como esação-fone o poso fluvomérco de Rosáro (que é a SHR 16), que possuía uma sére de vazões dáras conssene enre 1977 e 21. vazão calculada (m 3 /s) Efeo da Depleção R 2 =,978 R 2 =, vazão medda (m 3 /s) Fgura 4 Comparação de desempenho regonalzação rego-depleção Lnear (regodepleção) Lnear (regonalzação) Na Tabela 7 são apresenados os coefcenes de proporconaldade k obdos. Uma verfcação adconal pôde ser fea com a seção SHR 15, que é a seção do ouro poso operaconal da baca do Sana Mara com dados de vazão (Pone Ibcuí da Armada). O seu coefcene k eve valor noavelmene semelhane à proporconaldade de vazões com Rosáro, sendo ndferene a aplcação do mesmo ou o uso dreo da sére da SHR 15 na defnção de vazões mínmas de referênca. CONCLUSÃO SHR Tabela 7 faores k k 1,321 2,1718 3,37 4,179 5,524 6,1549 7,358 8,394 9,41 1,145 11,466 12, , ,153 15, , 17,884 18, ,1473 2, ,3776 A proposção e a aplcação de um méodo baseado em regsros regonas de vazão meddas em campanhas lmadas no empo e em nformações fsográfcas revelaram que a consderação do efeo da depleção regonal melhorou obevamene as esmavas de vazões de baxa magnude em comparação com méodos como da regonalzação e proporção de áreas, aplcados aos mesmos dados. Iso aconece porque o méodo proposo flra o efeo da depleção regonal, sempre presene em campanhas programadas em esagem, e os faores de proporconaldade de vazões enre subbacas passam a nclur preferencalmene apenas efeos fsográfcos. 5
9 RBRH Revsa Braslera de Recursos Hídrcos Volume 1 n.3 Jul/Se 25, Paralelamene, o méodo preconza que a nformação que provém de campanhas de medção de vazão em locas de neresse sem posos fluvomércos pode enrquecer a ransposção de nformações de vazões mínmas referencas de posos fluvomércos para eses locas. Iso eve uma evdênca a favor quando o méodo proposo obeve faores de proporconaldade de vazões mínmas superores ao méodo da proporção de áreas (que não envolve nformações de vazão). Na aplcação fea à baca do Sana Mara, que servu de esudo de caso, o méodo desenvolvdo no presene argo permu a ransferênca de curvas de permanênca de uma seção fluvomérca (Rosáro do Sul) para as demas SHRs, caracerzando, desa forma, a dsponbldade hídrca nos rechos para gerencameno de ouorgas. AGRADECIMENTOS Ao apoo da Secreara Esadual do Meo- Ambene do Ro Grande do Sul que ornou possível ese rabalho. REFERÊNCIAS SILVEIRA G. ; TUCCI, C.E.M. ; SILVEIRA, A.L.L., 1998, Quanfcação de Vazão em Pequenas Bacas sem Dados, Revsa Braslera de Recursos Hídrcos, Vol. 3, N.3, ul/se, pp SILVEIRA G. ; TUCCI, C.E.M., 1998, Monorameno em Pequenas Bacas para a Esmava de Dsponbldade Hídrca, Revsa Braslera de Recursos Hídrcos, Vol. 3, N.3, ul/se, pp SILVEIRA, A.L.L.; SILVEIRA G.L., 1996, Novo Méodo de Quanfcação de Vazões em Pequenas Bacas Hdrográfcas Sem Dados, II Fórum de Energa e Meo Ambene, Sana Mara, novembro, Anas, pp SILVEIRA, A.L.L. ; SILVEIRA, G., 21, Capíulo 5 Vazões Mínmas. In : PAIVA, J.B.; PAIVA, E.M., 21 (org.), Hdrologa Aplcada à Gesão de Pequenas Bacas Hdrográfcas, Recope- Rehdro Sub-rede 3 Fnep, ABRH, UFSM, Sana Mara, pp TUCCI, C.E.M., 1993, Regonalzação de vazões, In : TUCCI, C.E.M. (org.), Hdrologa, Cênca e Aplcação, cap 15, ABRH, Edora da Unversdade, Poro Alegre, UFSM/SEMA, 22, Desenvolvmeno das Ações de Apoo Necessáras à Implanação da Ouorga de Uso da Água na Baca Hdrográfca do Ro Sana Mara, Relaóro Técnco, Convêno SEMA (Secreara Esadual do Meo- Ambene/RS) e UFSM (Unversdade Federal de Sana Mara/RS). Regonalzaon of Regonal Low Flows usng Prmary Dscharge Daa ABSTRACT Ths paper proposes a mehod o oban proporonaly facors for low flows beween pons on a rver nework, based on dscharge measuremens a hose pons durng recesson phases n he basn. Dscharge measuremens, consdered as prmary daa because hey are no obaned from a sage-dscharge curve, were correlaed wh classcal physographc characerscs n a regonalzaon process ha combnes hese characerscs wh low flow characerscs. The mehod, here called he regonal-depleon mehod, was developed for use n basns wh few flow-gaugng saons, where s necessary o synhesze low-flow characerscs a varous pons, usng such flow records as are avalable. The mehod s especally aracve where lcenses for waer use are o be graned n basns where flow daa are scarce. The mehod was developed and appled for hs purpose n he basn of he Rver Sana Mara, n he Brazlan Sae of Ro Grande do Sul. Some nensve feld vss for dscharge measuremen n secons of neres were suffcen o provde conssen esmaes of he facors of proporonaly Key-words: waer use lcenses; regonalzaon; low flow; Ro Grande do Sul 51
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