CONSTRUÇÃO INTUITIVA DOS NÚMEROS INTEIROS. Resumo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CONSTRUÇÃO INTUITIVA DOS NÚMEROS INTEIROS. Resumo"

Transcrição

1 CONSTRUÇÃO INTUITIVA DOS NÚMEROS INTEIROS Rosivaldo Antonio Gonçalves 1 Luiz Carlos Gabriel Filho 2 Resumo Neste trabalho vamos estudar de forma intuitiva o conjunto dos números naturais, que denotamos por Ν. Inicialmente estudamos as principais propriedades do conjunto dos números naturais, onde discutimos o fundamento para o entendimento do conjunto dos números inteiros, que denotamos por Ζ. Desta forma, identificamos a relação existente entre o conjunto dos números naturais Ν com o conjunto dos números inteiros Ζ. Palavras chave: Números naturais, números inteiros, operações, classes de equivalência. INTRODUÇÃO Entendemos por conjunto como um agregado ou coleção de elementos. Por exemplo, um conjunto de ovelhas, um conjunto de canetas etc. Em escavações arqueológicas foram descobertas pequenas tábuas, onde o homem na pré-história fazia registros da quantidade de animais de seu rebanho. Para cada animal do rebanho, o homem registrava um traço numa tábua ou pedaço de osso. Ou seja, para trinta animais o homem registrava trinta traçinhos na tábua. Da mesma maneira, o homem poderia corresponder trinta pedrinhas com trinta animais do rebanho. Assim, é provável que a primeira ideia que o homem pode ter tido no processo de contagem seja a noção de número natural, que hoje denotamos por Ν={1, 2, 3, 4,...}. Em seu processo evolutivo o homem procurou representar quantidades perceptíveis na natureza por símbolos. É possível que o homem tenha notado que quando um rebanho possuía mil animais era penoso representar mil traçinhos num pedaço de madeira. Assim, ouve uma evolução 1 Doutor em Matemática pela Universidade de Valência, Espanha. Departamento de Ciências Exatas/Unimontes. 2 Mestre em Matemática pela Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Ciências Exatas/Unimontes.

2 nas formas de representar quantidades por símbolos. Em seu processo de socialização, algumas civilizações estabeleceram relações comerciais com outros povos. Os gregos com os persas, os romanos com os egípcios, os chineses com os indianos etc. Assim, quando uma pessoa realizava compras, muitas passaram a contrair dívidas, daí surgiu a ideia de saldo devedor. Por exemplo, na Roma antiga um saco de farinha valia 10 denários romanos, se um cidadão romano tivesse 9 denários romanos, ele levava o saco de farinha mais ficava devendo ao comerciante 1 denário romano. Assim, era dito que este cidadão ficou com saldo devedor, ou como dizemos hoje, com saldo negativo. Desta forma aos poucos foi introduzida a ideia de número inteiro na história como uma extensão da ideia. No início matemáticos rejeitavam esta ideia de números negativos, tais como resolver equações algébricas do tipo x+1=0 cuja solução é o número negativo -1. Hoje em dia, representamos o conjunto dos números inteiros por Ζ={...,-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}. 1-NÚMEROS NATURAIS O conjunto dos números naturais é bastante conhecido e, em geral, é representado da seguinte maneira Ν={1, 2, 3, 4,5,...} Tudo começa com o número que simbolizamos por 1, que representa a unidade. E a cada número temos o seu sucessor, isto é, o número que lhe segue. Alguns fatos importantes no conjunto dos números naturais é a possibilidade de dotá-lo de uma soma, que simbolizamos por (+), e produto, que representamos por ( ). Por exemplo, 2+2=4 e 3 3=9. A soma permite também uma ordenação em Ν, ou seja, para cada dois números naturais, podemos decidir qual deles precede o outro. Esta relação de precedência é simbolizada pelo sinal de menor (<). Assim, a < b se existe c de maneira que a+c=b. Por exemplo, 3 < 8, pois existe 5 de maneira que 3+5=8. Mas 12 não é menor que 7, pois não existe c Ν, tal que 12+c=7. Esta relação que ordena os números naturais possui a propriedade transitiva: Se a<b e b<c, então a<c. Por exemplo, 1<2 e 2<3, então 1<3. Dados dois números naturais a e b, verificamos apenas uma das três possibilidades, que chamamos de tricotomia, ou

3 seja a<b, a=b e b<a. Por exemplo, dados a=10 e b=1, temos que b<a, ou seja, 1<10. Quando escrevemos a>b, lemos a é maior que b. A relação de precedência nos motiva a considerar um par de números naturais que estão relacionados, da seguinte forma: (a,b) está relacionado com (c,d) quando a+d=b+c. Por exemplo, o par (1,3) está relacionado com o par (2,4), já que 1+4=2+3. Para dizer que dois pares de números naturais estão relacionados vamos utilizar o símbolo, para dizer que (a,b) está relacionado com (c,d). Assim, (a,b) (c,d) a+d=b+c. Dado um número natural a, o sucessor de a será também representado por a+1. Assim, quando somamos 2+3, deslocamos 2 de três posições para a direita. Assim, obtemos a seguinte sequência: 2, 2+1=3, 3+1=4, 4+1=5, Ou seja, o deslocamento de 2 de três posições para a direita resulta no número 5. Assim, dizemos que 2+3=5. Agora vamos deslocar o número 3 duas posições para a direita, que resulta na seguinte sequência, 3, 3+1=4, 4+1=5, Assim, temos também 3+2=5. Ou seja, 2+3=3+2=5. Este fato nos motiva a definir sobre o conjunto Ν a propriedade comutativa da adição: Dados quaisquer números naturais a e b, temos que a+b=b+a. Para somar três números a, b e c, podemos fazer o seguinte: somamos a e b, formando o número (a+b), depois somamos este número com c, obtendo o número (a+b)+c, ou então, podemos somar b e c, formando o número (b+c), e depois somamos este número com a, obtendo o número a+(b+c). Por exemplo, consideremos 2, 3 e 4. Assim, (2+3)+4=5+4=9 e 2+(3+4)=2+7=9. Portanto, (2+3)+4=2+(3+4). Isto nos motiva a definir sobre o conjunto Ν a propriedade associativa da adição: Quaisquer que sejam os números naturais a, b e c, temos (a+b)+c=a+(b+c). Podemos relacionar o conceito de ordem com a soma, que é o seguinte: Dados quaisquer números naturais a, b e c, temos: a<b a+c<b+c. Ou seja, se a for menor do

4 que b, quando deslocamos a de c posições para a direita, b também fica deslocado de c vezes para a direita. Por exemplo, 1<2, então 1+3<2+3, ou seja, 4<5. E se tivermos a<b e c<d, temos que a+c<b+d. Ou seja, quando deslocamos a de c vezes para a direita este número é menor do que b deslocado de d vezes para a direita, sempre que a<b e c<d. Por exemplo, 3<4 e 12<13, então, 3+12< <17. Até agora trabalhamos com o conceito e notamos que este conceito se relaciona com o conceito de ordem em Ν. Vimos alguns exemplos que mostram a relação entre estes conceitos. Agora vamos estudar sobre Ν a multiplicação, que vamos simbolizar por ( ). Mas o que é multiplicação? Quando escrevemos a b, levemos a vezes b, que pode ser os seguintes valores: a b=b, se a=1 e se a>1, a b significa somar a parcela b um número b de vezes. Por exemplo, 1 2=2, ou seja, a parcela 2 foi tomada apenas uma vez. E 2 2=2+2=4, quer dizer que multiplicar 2 por 2 equivale a somar o número 2 por ele mesmo duas vezes. E 3 2=2+2+2=6, onde multiplicar 3 por 2 significa somar 2 por ele mesmo três vezes. E 4 2= =8. Por outro lado, 2 3=3+3=6, ou seja, multiplicar 2 por três equivale a somar 3 por ele mesmo duas vezes. Assim, observamos que 2 3=3 2=6, e verificamos que 4 2=2 4=8. Ou seja, sobre os números naturais vale a propriedade comutativa da multiplicação: Dados quaisquer números naturais a e b, temos que a b=b a. A multiplicação entre números naturais pode ser estendida para mais números. Por exemplo, dados 2, 3 e 5, temos: 2 (3 5)=2 15=30. Por outro lado, (2 3) 5=6 5=30, ou seja, 2 (3 5)= (2 3) 5. Isto nos mostra que a multiplicação sobre Ν é associativa. Assim, dados quaisquer a, b e c números naturais, temos que a (b c)=(a b) c. Outro fato importante sobre os naturais é a propriedade distributiva da multiplicação com relação à adição. Ou seja, dados a, b e c números naturais, temos c (a+b)=c a+c b e (a+b) c=a c+b c. Por exemplo, dados 2, 3 e 4, temos que 2 (3+4)=2 (7)=14, e =6+8=14. Assim, podemos escrever 2 (3+4)= E (3+4) 2= =6+8=14.

5 2-MÚLTIPLOS COMUNS E POTENCIAÇÃO EM Ν Dado um número k Ν, o definimos o conjunto dos múltiplos de k pelo conjunto: M(k)={1 k, 2 k, 3 k,..., n k,...} Por exemplo, M(1)={1, 2, 3,...}, que é o próprio Ν; M(2)={2, 4, 6,...}, que é o conjunto dos números naturais pares; três. M(3)={3, 6, 9,...}, que é o conjunto dos números naturais múltiplos de Agora, vamos escrever alguns números da sequência dos múltiplos de 3, que é: 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36, 39, 42, 45, 48,... E a sequência dos múltiplos de 5: 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65, 70, 75, 80,... Observando as sequências acima, notamos que existem números que são simultaneamente múltiplos de 3 e de 5, que são: 15, 30, 45,... E entre os múltiplos comuns de 3 e 5, percebemos que existe um valor que é o menor, que neste caso é 15. Isto nos motiva a definir o mínimo múltiplo comum entre dois números naturais a e b, que denotamos por mmc(a,b). Assim, mmc(3,5)=15. Por outro lado, tomando a sequência dos múltiplos de 4, temos: 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, 52,... Desta forma, mmc(3,4)=12 e mmc(4,5)=20. Isto quer dizer que o menor número natural que é múltiplo de 3 e 4 é 12 e o menor número natural múltiplo de 4 e 5 ao mesmo tempo é 20. Dados dois números naturais a e n qualquer, definimos a operação de potenciação da seguinte maneira: aⁿ=a, se n=1 e se n>1, aⁿ é igual ao produto de a n vezes. Por exemplo, 2²=2 2=4, 2³=2 2 2=8 etc. Além disso, a potenciação possui as

6 seguintes propriedades: 1ⁿ=1, por exemplo, 1²=1, 1³=1 1 1=1 etc. Além disso, temos aⁿ a =aⁿ+, (aⁿ) =aⁿ e (ab)ⁿ=aⁿ bⁿ. Dados 2, 3 e 4 temos: 3² 3³=9 27=243=3⁵=3²+³ 3² 3³=3²+³. (4 3)²= 12²=144=16 9=4² 3² (4 3)²=4² 3² 3-RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA E CLASSES DE EQUIVALÊNCIA Antes de estudar o conceito de números inteiros, vamos definir produto cartesiano e relação de equivalência. A partir destes dois conceitos, podemos compreender melhor a ideia de números inteiros. Um par ordenado é um elemento da forma (a,b), sendo que a primeira coordenada pertence a um conjunto X e a segunda coordenada a um conjunto Y. Dizemos que o par ordenado (a,b) é igual ao (c,d), se e somente se a=c e b=d. Assim, dados X e Y dois conjuntos não vazios, o produto cartesiano de X por Y, que indicamos por X Y, é o conjunto A={(x,y); x X e y Y }. Por exemplo, se X={1, 3, 5, 7} e Y={2, 3, 4}, então X Y={(1,2), (1,3), (1,4), (3,2), (3,3), (3,4), (5,2), (5,3), (5,4), (7,2), (7,3), (7,4)}. O produto cartesiano acima pode ser representado no plano cartesiano do seguinte modo: Produto Cartesiano entre os conjuntos X e Y. Fonte: Autores. Dados dois conjuntos X e Y, todo subconjunto S de X Y é chamado de relação de X em Y. Assim, quando X=Y, dizemos que S é uma relação sobre X. Assim, quando o par ordenado (a,b) pertence a S, dizemos que a se relaciona com b pela relação S. Por exemplo, dados X={1, 2, 3, 4} e Y={5, 7}, temos que X Y={(1,5), (1,7), (2,5),

7 (2,7), (3,5), (3,7), (4,5), (4,7)}. Assim, definimos a relação S sobre X Y da seguinte maneira: Dado (x,y) X Y, dizemos que x se relaciona com y, quando divididos por 2 deixam o mesmo resto. Assim obtemos S={(1,5), (1,7), (3,7)}. Notemos que S é um subconjunto de X Y, e indicamos este fato por S X Y, e lemos S está contido em X Y. Dizemos que a relação S sobre um dado conjunto X é uma relação de equivalência sobre X se ela cumpre as seguintes condições: a) (x,x) S, para todo x X (propriedade reflexiva); b) Se x e y são elementos de X tais que (x,y) S, então (y,x) S (propriedade simétrica); c) Se x, y e z são elementos de X tais que (x,y) S e (y,z) S, então (x,z) S (propriedade transitiva). Por exemplo, dado o conjunto X={1, 2, 3, 4,}, assim, X X={(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (2,1), (2,2), (2,3), (2,4), (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (4,1), (4,2), (4,3), (4,4)}. Definimos sobre X a seguinte relação S: x está relacionado com y, quando divididos por 3 deixam o mesmo resto. Assim, S={(1,1), (1,4), (2,2), (3,3), (4,1), (4,4)}. Notemos que a relação S sobre X é uma relação de equivalência, pois (1,4) S (4,1) S. Além disso, S é uma relação reflexiva em transitiva. Dado o conjunto Y={a, b, c}, definimos sobre Y a seguinte relação R={(a,a), (b,b), (c,c), (a,c), (c,a)}. Claramente R é uma relação de equivalência sobre Y. Agora vamos definir o que é uma classe de equivalência. Para isto consideramos S uma relação de equivalência sobre um conjunto X. Dado x X, chamamos classe de equivalência determinado pelo elemento x, como o subconjunto C(x) X, constituído pelos elementos y, tais que x se relaciona com y, que denotamos por xry. Assim, C(x)={y X; yrx}, ou seja, C(x) é o conjunto de todos os y pertencentes a X, tais que y se relaciona com x. Nos exemplos acima temos, C(1)={1,4}, C(2)={2}, C(3)={3} e C(4)={4,1} e C(a)={a,c}, C(b)={b} e C(c)={c,a}.

8 ... O conjunto de todas as classes de equivalência a partir de uma relação S sobre um conjunto X, denotamos por X/S, que chamamos de conjunto quociente de X por S. Para os exemplos acima, temos X/S={{1,4}, {2}, {3}} e Y/R={{a,c}, {b}}. O conjunto quociente de X por uma relação S, nos motiva a definir uma partição sobre um conjunto. Para isto, seja X um conjunto não vazio. Dizemos que uma classe Κ de subconjuntos não vazios de X é uma partição de X, quando: 1. Dois membros quaisquer de Κ ou são iguais ou são disjuntos; 2. A união dos membros de Κ resulta no conjunto X. Por exemplo, dado o exemplo acima, X={1, 2, 3, 4,} para a relação S: dois elementos em X estão relacionados quando deixam o mesmo resto quando divididos por 3, mostramos que X/S={{1,4}, {2}, {3}}. Assim, uma partição do conjunto X é o conjunto Κ={{2}, {3}, {1,4}}. Notemos {2} {3} {1,4}= e {2} {3} {1,4}=X, ou seja, a união de cada elemento de Κ resulta no conjunto X e a interseção entre cada elemento de Κ é vazia. 4-NÚMEROS INTEIROS Muito bem, tendo visto estas definições e construído uma ideia intuitiva dos números naturais, vamos estudar o conjunto dos números inteiros, que denotamos pela letra Ζ. Vamos considerar o produto cartesiano Ν Ν, que geometricamente podemos representar por uma malha de pontos, como na figura abaixo: Produto Cartesiano Ν Ν. Fonte: Autores.

9 Em Ν Ν vamos definir a seguinte relação de equivalência: (a,b) (c,d) a+d=c+b, que lemos da seguinte forma: o par ordenado (a,b) está relacionado com o par (c,d) se, e somente se, a+d=c+b. Quando dois elementos estiverem relacionados o símbolo estará entre dois pares ordenados. Podemos mostrar que a relação acima é uma relação de equivalência: 1. (a,a) (a,a), pois a+a=a+a; 2. Se (a,b) (c,d) a+d=c+b c+b=a+d (c,d) (a,b); 3. Se (a,b) (c,d) então a+d=c+b e (c,d) (e,f) então c+f=e+d. Portanto, (a+d)+(c+f)=(c+b)+(e+d) (a+f)+(c+d)=(e+b)+(c+d). Como estamos sobre Ν, temos que a+f=e+b, ou seja (a,b) (e,f). Concluímos que a relação é reflexiva, simétrica e transitiva. Logo é uma relação de equivalência sobre Ν. Por exemplo, (1,3) (2,4), pois 1+4=2+3. Assim, sobre Ν definimos a seguinte classe de equivalência: [(a,b)]={(c,d) Ν Ν; a+d=c+b}, que lemos classe do par (a,b) Ν Ν é o conjunto de todos os pares ordenados (c,d) Ν Ν, tais que a+d=c+b. Por exemplo: [(1,3)]={(c,d) Ν Ν; 1+d=c+3}={(1,3), (2,4), (5,7), (10,12)... }, enfim, existem infinitos pares (c,d) Ν Ν, tais que 1+d=c+3. Diante disso, definimos o conjunto dos números inteiros como: Ζ=Ν Ν/ ={[(a,b)]; (a,b) Ν Ν]} Ou seja, o conjunto dos inteiros é definido como o conjunto quociente entre Ν Ν pela relação de equivalência acima definida. Assim, os inteiros é o conjuntos das classes de equivalência. Assim, temos: a) O número inteiro [(1,1)] chamamos de zero, que denotamos por 0;

10 b) Seja a classe [(a,b)], tal que a>b. Escrevemos K=a b Ν, ou seja, k Ν onde a=k+b. A classe assim definida, denotamos por K a b; c) Seja a classe [(c,d)], tal que c<d. Escrevemos K=d c Ν, isto é, v Ν, tal que v+c=d. A classe assim definida, denotamos por K; Observação: Segue do item a) que a classe do zero é aquela em que a primeira coordenada é igual a segunda coordenada, ou seja, ela é da forma [(a,a)]. A classe de um número positivo é aquela em que a primeira coordenada é maior do que a segunda, e a classe de um número negativo é aquela em que a primeira coordenada é menor do que a segunda coordenada. Sobre o conjunto Ζ definimos as operações de soma e multiplicação, que são: 1. A soma é uma função : Ζ Ζ Ζ, definida por: [(a,b)], [(c,d)] [(a,b)] [(c,d)]=[(a+c,d+b)]; 2. O produto é uma função : Ζ Ζ Ζ, definida por: [(a,b)], [(c,d)] [(a,b)] [(c,d)]=[(a c+b d, a d+c b)]. Por exemplo, dados [(1,3)] e [(6,1)]. Portanto, [(1,3)] [(6,1)]=[(7,4)], ou seja, ( 2)+5=3. Analisemos as seguintes classes: [(1,3)]={(c,d) Ν Ν; 1+d=c+3}={(1,3), (2,4), (5,7), (10,12),... } [(6,1)]={(a,b) Ν Ν; 6+b=a+1}={(6,1), (7,2), (8,3), (10,5),...} e [(7,4)]={(e,f) Ν Ν; 7+f=e+4}={(7,4), (6,3), (8,5), (23,20),...}. Notamos que para cada elemento da classe [(1,3)] a diferença entre a primeira coordenada e a segunda coordenada é o número negativo 2. E na classe [(6,1)], a diferença entre os elementos da primeira coordenada com os elementos da segunda coordenada é igual a 5. Como a soma das classes resulta na classe [(7,4)], concluímos que somar dois números inteiros equivale a fazer operações entre as classes que representam tal número.

11 Agora vamos analisar o produto de dois números inteiros a partir da definição de produto de classes acima definida. Por exemplo: [(1,4)] [(1,6)]=[( , )]=[(25,10)], que equivale a dizer que ( 3) ( 5)=15. Daqui percebemos a chamada regra de sinais, onde o produto de dois números negativos gera um inteiro positivo. Assim, podemos operar classes de equivalência e associar tal resultado à soma ou produto de inteiros. Segue abaixo mais alguns exemplos: [(2,3)] [(3,2)]=[( , )]=[(12,13)] ( 1) (1)= 1. [(3,2)] [(2,3)]=[( , )]=[(12,13)] (1) ( 1)= 1. [(1,1)] [(2,3)]=[( , )]=[(5,5)] (0) ( 1)= 0. [(1,1)] [(1,1)]=[( , )]=[(2,2)] (0) (0)= 0. [(1,3)] [(3,1)]=[(1+3,1+3)]=[(4,4)] ( 2)+(2)= 0. A partir das operações acima podemos ter uma intuição sobre regras de sinais. Além disso, operações definidas sobre os inteiros a partir do conceito de classes de equivalência satisfazem as seguintes relações: Soma: [(a,b)], [(c,d)], [(e,f)] Ν Ν/, temos que a) [(a,b)] [(c,d)]= [(c,d)] [(a,b)]; (comutatividade) b) ([(a,b)] [(c,d)]) [(e,f)]= [(a,b)] ([(c,d)] [(e,f)]) (associatividade) c) [(a,b)] Ν Ν/, [(1,1)] Ν Ν/, tal que [(a,b)] [(1,1)]=[(a,b)] (elemento neutro da adição) d) [(a,b)] Ν Ν/, [(b,a)] Ν Ν/, tal que [(a,b)] [(b,a)]=[(1,1)]. (inverso aditivo) Produto: [(a,b)], [(c,d)], [(e,f)] Ν Ν/, temos que a) [(a,b)] [(c,d)]= [(c,d)] [(a,b)]; (comutatividade)

12 b) ([(a,b)] [(c,d)]) [(e,f)]= [(a,b)] ([(c,d)] [(e,f)]) (associatividade) c) [(a,b)], [(2,1)] Ν Ν/, tal que [(a,b)] [(2,1)]=[(a,b)] (elemento neutro da multiplicação) d) ([(a,b)] [(c,d)]) [(e,f)]= [(a,b)] [(e,f)] [(c,d)] [(e,f)] (distributividade) As propriedades de soma e produto acima são facilmente verificadas. Por exemplo, vamos mostrar a propriedade b) para o produto. As outras propriedades seguem imediatamente a partir das definições de soma e produto. Notemos que ([(a,b)] [(c,d)]) [(e,f)]=([(a c+b d,a d+c b)]) [(e,f)]= [((a c+b d) e+ (a d+c b) f, (a c+b d) f+ e (a d+c b))]= [(a c e+ b d e+ a d f+ c b f, a c f+ b d f+ e a d+ e c b)]. (I) Além disso, [(a,b)] ([(c,d)] [(e,f)])= [(a,b)] ([(c e+d f,c f+e d)])= [(a (c e+d f)+ b (c f+e d),a (c f+e d)+(c e+d f) b)]= [(a c e+a d f+b c f+b e d, a c f+ a e d+ c e b+ d f b)]. (II) Por (I) e (II), temos que ([(a,b)] [(c,d)]) [(e,f)]= [(a,b)] ([(c,d)] [(e,f)]), ou seja, é válida a lei associativa em relação ao produto. Além disso, para o espaço Ν Ν/ são válidas as seguintes relações de ordem: a) [(a,b)]<[(c,d)] a+d<b+c; b) [(a,b)]>[(c,d)] a+d>b+c; c) [(a,b)]=[(c,d)] a+d=b+c. Para exemplificar as relações acima, sejam [(3,1)] e [(7,2)], temos que [(3,1)]<[(7,2)], pois 3+2<7+1 5<8. E [(1,2)]<[(2,2)], pois 1+2<2+2 3<4. Além disso, as relações acima estão associadas com o conceito de soma, do seguinte modo: Para quaisquer [(a,b)], [(c,d)] e [(e,f)] pertencentes a Ν Ν/, tais que [(a,b)] [(c,d)]

13 [(a,b)] [(e,f)] [(c,d)] [(e,f)]. Por exemplo, [(3,1)] [(7,2)] e seja [(4,5)] [(3,1)] [(4,5)] [(7,2)] [(4,5)] [(7,6)] [(11,7)], ou seja, Como mostramos acima, o conjunto dos inteiros é definido como o espaço quociente Ν Ν/, sendo que a relação de equivalência entre pares de Ν Ν é definida por: (a,b) (c,d) a+d=c+b. Assim, existe a classe do zero, que denotamos por 0, a classe dos números positivos (números naturais) e a classe dos números negativos. Assim, o conjunto dos números inteiros é descrito como Ζ={ 5, 4, 3, 2, 1, 0, 1, 2, 3,4,5, }. CONCLUSÃO Em nosso trabalho mostramos uma construção intuitiva dos números naturais, com suas propriedades fundamentais. Definimos soma e produto, e estudamos as conseqüências fundamentais destas operações sobre o conjunto dos números naturais. Introduzimos conceitos de relações, relações de equivalência, classes de equivalência e espaços quocientes. A partir daí, percebemos que o conjunto dos números inteiros é uma extensão dos números naturais, onde definimos sobre Ν Ν uma relação de equivalência, e observamos o comportamento de Ζ, que nos mostra a existência do zero, de números positivos e números negativos. Mostramos que operar números inteiros equivale a operar classes de equivalências relacionadas com tais números inteiros. A partir daí, obtemos respostas mais satisfatórias operações com sinais, que frequentemente é apresentada sem nenhuma explicação para os estudantes do ensino médio e fundamental. É normal os professores apresentarem os inteiros da seguinte forma: Representação de Ζ. Fonte: Autores. E depois são definidas operações, onde o produto de números com mesmos sinais resulta num número positivo e o produto de números com sinais opostos resulta num número negativo. Mas porque? Muitos professores desconhecem a fundamentação teórica fundamental para a compreensão dos inteiros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOYER, CARL B. História da Matemática. São Paulo. Editora Edgard Blücher Ltda. Tradução de Elza F. Gomide. Segunda edição, 1996.

14 DOMINGUES, HYGINO H. & IEZZI, GELSON. Álgebra Moderna. São Paulo, segunda edição, editora atual, GONÇALVES, ROSIVALDO ANTONIO, Notas de aula de fundamentos de Matemática GOMES, OLIMPIO RIBEIRO & SILVA, JHONE CALDEIRA. Estruturas Algébricas para Licenciatura: Introdução à teoria dos números, Brasília, edição do autor, HEFEZ ABRAMO, Iniciação à aritmética: Programa de iniciação científica OBMEP, 2009.

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida EMENTA: Conceitos introdutórios de limite, limites trigonométricos, funções contínuas, derivada e aplicações. Noções introdutórias sobre a integral

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula João Roberto Gerônimo 1 1 Professor Associado do Departamento de Matemática da UEM. E-mail: jrgeronimo@uem.br. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO Esta notas de aula

Leia mais

Material Teórico - Módulo: Vetores em R 2 e R 3. Operações Envolvendo Vetores. Terceiro Ano - Médio

Material Teórico - Módulo: Vetores em R 2 e R 3. Operações Envolvendo Vetores. Terceiro Ano - Médio Material Teórico - Módulo: Vetores em R 2 e R 3 Operações Envolvendo Vetores Terceiro Ano - Médio Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto 1 Adição de vetores Na aula anterior

Leia mais

Produto Cartesiano. Exemplo: Dados os conjuntos A = {5,6} e B = {2,3,4}, vamos determinar o produto cartesiano AXB;

Produto Cartesiano. Exemplo: Dados os conjuntos A = {5,6} e B = {2,3,4}, vamos determinar o produto cartesiano AXB; Produto Cartesiano Par ordenado: são dois elementos em uma ordem fixa, (x,y) Produto Cartesiano: Dados dois conjuntos A e B, não vazios, chamamos de produto cartesiano de A por B o conjunto indicado por

Leia mais

Introdução: A necessidade de ampliação dos conjuntos Numéricos. Considere incialmente o conjunto dos números naturais :

Introdução: A necessidade de ampliação dos conjuntos Numéricos. Considere incialmente o conjunto dos números naturais : Introdução: A necessidade de ampliação dos conjuntos Numéricos Considere incialmente o conjunto dos números naturais : Neste conjunto podemos resolver uma infinidade de equações do tipo A solução pertence

Leia mais

Números Reais. Jairo Menezes e Souza 19/09/2013 UFG/CAC

Números Reais. Jairo Menezes e Souza 19/09/2013 UFG/CAC UFG/CAC 19/09/2013 Iniciamos com o conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Iniciamos com o conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Chamamos de Z o conjunto dos números

Leia mais

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS Fundamentos de Álgebra Moderna Profª Ana Paula CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS Os números inteiros formam um conjunto, que notaremos por, no qual estão definidas duas operações, que chamaremos de adição

Leia mais

Operações Fundamentais com Números

Operações Fundamentais com Números Capítulo 1 Operações Fundamentais com Números 1.1 QUATRO OPERAÇÕES Assim como na aritmética, quatro operações são fundamentais em álgebra: adição, subtração, multiplicação e divisão. Quando dois números

Leia mais

DE MATEMÁTICA I. Prof. ADRIANO CATTAI. Corpos Numéricos (Atualizada em 8 de março de 2016)

DE MATEMÁTICA I. Prof. ADRIANO CATTAI. Corpos Numéricos (Atualizada em 8 de março de 2016) ac COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA I Prof. ADRIANO CATTAI Corpos Numéricos (Atualizada em 8 de março de 2016) NOME: DATA: / / Não há ciência que fale das harmonias da natureza com mais clareza do que a matemática

Leia mais

Aula 3 Vetores no espaço

Aula 3 Vetores no espaço MÓDULO 1 - AULA 3 Aula 3 Vetores no espaço Objetivos Ampliar a noção de vetor para o espaço. Rever as operações com vetores e sua representação em relação a um sistema ortogonal de coordenadas cartesianas.

Leia mais

Notas de aulas. álgebra abstrata

Notas de aulas. álgebra abstrata 1 Notas de aulas de álgebra abstrata UEMA LICENCIATURA EM MATEMATICA Elaborada por : Raimundo Merval Morais Gonçalves Licenciado em Matemática/UFMA Professor Assistente/UEMA Especialista em Ensino de Ciências/UEMA

Leia mais

MATEMÁTICA I. Ana Paula Figueiredo

MATEMÁTICA I. Ana Paula Figueiredo I Ana Paula Figueiredo Números Reais IR O conjunto dos números Irracionais reunido com o conjunto dos números Racionais (Q), formam o conjunto dos números Reais (IR ). Assim, os principais conjuntos numéricos

Leia mais

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS . CONJUNTOS NUMÉRICOS.. INTRODUÇÃO Uma exposição sistemática dos conjuntos numéricos, utilizados na Matemática, pode ser feita a partir dos números usados para contar, chamados de números naturais. Estes

Leia mais

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

1 Conjuntos, Números e Demonstrações 1 Conjuntos, Números e Demonstrações Definição 1. Um conjunto é qualquer coleção bem especificada de elementos. Para qualquer conjunto A, escrevemos a A para indicar que a é um elemento de A e a / A para

Leia mais

Axiomas de corpo ordenado

Axiomas de corpo ordenado Axiomas de corpo ordenado 2 a lista de exercícios Análise real A abordagem axiomática dos números reais previne erros que a intuição pode ocasionar e torna mais rigoroso o processo de demonstração matemática,

Leia mais

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c Números Reais Víctor Arturo Martínez León (victor.leon@unila.edu.br) 1 Os números racionais Os números racionais são os números da forma a, sendo a e b inteiros e b 0; o conjunto b dos números racionais

Leia mais

AXB = {(x, y) x A e y B}

AXB = {(x, y) x A e y B} CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE PAULISTA LÓGICA E MATEMÁTICA DISCRETA 2010 1 Produto Cartesiano Par ordenado: são dois elementos em uma ordem fixa, (x,y) Produto Cartesiano: Dados dois conjuntos A e B, não

Leia mais

SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM. Nome legível: Assinatura:

SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM. Nome legível: Assinatura: SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Matemática Básica Humberto José Bortolossi http://www.professores.uff.br/hjbortol/ Nome legível: Assinatura: [01] (2.0) Resolva a desigualdade 1 x 2 2 x 3 0 usando a

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo Divisibilidade Abramo Hefez PROFMAT - SBM Julho 2013 Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio do

Leia mais

Conjuntos. Notações e Símbolos

Conjuntos. Notações e Símbolos Conjuntos A linguagem de conjuntos é interessante para designar uma coleção de objetos. Quando os estatísticos selecionam indivíduos de uma população eles usam a palavra amostra, frequentemente. Todas

Leia mais

Teoria dos anéis 1 a parte 3

Teoria dos anéis 1 a parte 3 A U L A Teoria dos anéis 1 a parte 3 Meta da aula Descrever a estrutura algébrica de anel como uma generalização de determinadas propriedades dos números inteiros. objetivos Ao final desta aula, você deverá

Leia mais

Reticulados, Álgebra Booleana e Formas Quadráticas Abstratas

Reticulados, Álgebra Booleana e Formas Quadráticas Abstratas Reticulados, Álgebra Booleana e Formas Quadráticas Abstratas Clotilzio Moreira dos Santos Resumo O objetivo deste trabalho é introduzir formas quadráticas sobre reticulados. Demonstramos que a definição

Leia mais

Os números inteiros. Capítulo 2

Os números inteiros. Capítulo 2 6 Capítulo 2 Os números inteiros Intuitivamente, o conjunto Z dos números inteiros é composto pelos números naturais e pelos "negativos". Como justificamos de uma forma simples qual a origem dos números

Leia mais

Capítulo Propriedades das operações com vetores

Capítulo Propriedades das operações com vetores Capítulo 6 1. Propriedades das operações com vetores Propriedades da adição de vetores Sejam u, v e w vetores no plano. Valem as seguintes propriedades. Comutatividade: u + v = v + u. Associatividade:

Leia mais

Figura disponível em: <http://soumaisenem.com.br/fisica/conhecimentos-basicos-e-fundamentais/grandezas-escalares-egrandezas-vetoriais>.

Figura disponível em: <http://soumaisenem.com.br/fisica/conhecimentos-basicos-e-fundamentais/grandezas-escalares-egrandezas-vetoriais>. n. 7 VETORES vetor é um segmento orientado; são representações de forças, as quais incluem direção, sentido, intensidade e ponto de aplicação; o módulo, a direção e o sentido caracterizam um vetor: módulo

Leia mais

Fundamentos de Matemática Curso: Informática Biomédica

Fundamentos de Matemática Curso: Informática Biomédica Fundamentos de Matemática Curso: Informática Biomédica Profa. Vanessa Rolnik Artioli Assunto: sequências e matrizes 05 e 06/06/14 Sequências Def.: chama-se sequência finita ou n-upla toda aplicação f do

Leia mais

Slides de apoio: Fundamentos

Slides de apoio: Fundamentos Pré-Cálculo ECT2101 Slides de apoio: Fundamentos Prof. Ronaldo Carlotto Batista 23 de fevereiro de 2017 Conjuntos Um conjunto é coleção de objetos, chamados de elememtos do conjunto. Nomeraremos conjuntos

Leia mais

CÁLCULO VETORIAL E GEOMETRIA ANÁLITICA

CÁLCULO VETORIAL E GEOMETRIA ANÁLITICA CÁLCULO VETORIAL E GEOMETRIA ANÁLITICA Consideremos uma reta r e sejam A e B dois pontos de r Ao segmento de reta AB, podemos associar 2 sentidos : de A para B e de B para A Escrevemos AB para representar

Leia mais

2 Igualdade e Operações com pares ordenados. 1 Conjunto R 2. 3 Vetores. 2.1 Igualdade. 1.2 Coordenadas Cartesianas no Plano

2 Igualdade e Operações com pares ordenados. 1 Conjunto R 2. 3 Vetores. 2.1 Igualdade. 1.2 Coordenadas Cartesianas no Plano 1 Conjunto R 1.1 Definição VETORES NO PLANO Representamos por R o conjunto de todos os pares ordenados de números reais, ou seja: R = {(x, y) x R y R} 1. Coordenadas Cartesianas no Plano Em um plano α,

Leia mais

Bem-vindos (as), estudantes! Vamos recordar... e conhecer um novo conjunto numérico... Prof. Mara

Bem-vindos (as), estudantes! Vamos recordar... e conhecer um novo conjunto numérico... Prof. Mara Bem-vindos (as), estudantes! Vamos recordar... e conhecer um novo conjunto numérico... Prof. Mara Recordando... Números Naturais Você já ouviu falar dos Números Naturais? Eles são utilizados a todo o momento

Leia mais

Curso Satélite de. Matemática. Sessão n.º 1. Universidade Portucalense

Curso Satélite de. Matemática. Sessão n.º 1. Universidade Portucalense Curso Satélite de Matemática Sessão n.º 1 Universidade Portucalense Conceitos Algébricos Propriedades das operações de números reais Considerem-se três números reais quaisquer, a, b e c. 1. A adição de

Leia mais

Humberto José Bortolossi x 1 < 0 x2 x 12 < 0. x 1 x + 12 (x + 3)(x 4)

Humberto José Bortolossi   x 1 < 0 x2 x 12 < 0. x 1 x + 12 (x + 3)(x 4) SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Matemática Básica Humberto José Bortolossi http://www.professores.uff.br/hjbortol/ Nome legível: Assinatura: [0] (2.0) Resolva a inequação x 2 < x + 2 no conjunto dos

Leia mais

Apresentar o conceito de anel, suas primeiras definições, diversos exemplos e resultados. Aplicar as propriedades dos anéis na relação de problemas.

Apresentar o conceito de anel, suas primeiras definições, diversos exemplos e resultados. Aplicar as propriedades dos anéis na relação de problemas. Aula 10 O CONCEITO DE ANEL META Apresentar o conceito de anel, suas primeiras definições, diversos exemplos e resultados. OBJETIVOS Definir, exemplificar e classificar anéis. Aplicar as propriedades dos

Leia mais

Semana 2. Primitivas. Conjunto das partes. Produto cartesiano. 1 Teoria ingênua dos conjuntos. 2 Axiomática ZFC de conjuntos. 4 Conjuntos numéricos

Semana 2. Primitivas. Conjunto das partes. Produto cartesiano. 1 Teoria ingênua dos conjuntos. 2 Axiomática ZFC de conjuntos. 4 Conjuntos numéricos Semana 2 1 Teoria ingênua dos conjuntos 2 Axiomática ZFC de conjuntos 3 4 Semana 2 1 Teoria ingênua dos conjuntos 2 Axiomática ZFC de conjuntos 3 4 e pertinência Conjunto é entendido como uma coleção de

Leia mais

Ordem dos Inteiros AULA. 4.1 Introdução. 4.2 Ordem Ordem dos Inteiros

Ordem dos Inteiros AULA. 4.1 Introdução. 4.2 Ordem Ordem dos Inteiros META: Apresentar ordem nos números inteiros e os Princípio de indução e do Menor elemento. OBJETIVOS: Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: Usar o processo de indução finita dos Inteiros. Justificar

Leia mais

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos Tópicos de Matemática Lic. em Ciências da Computação Teoria elementar de conjuntos Carla Mendes Dep. Matemática e Aplicações Universidade do Minho 2010/2011 Tóp. de Matemática - LCC - 2010/2011 Dep. Matemática

Leia mais

Observação: Todas as letras em negrito abaixo (x, y, z, a e b) representam números reais.

Observação: Todas as letras em negrito abaixo (x, y, z, a e b) representam números reais. Para mostrar que menos vezes menos dá mais precisamos admitir alguns fatos relacionados aos números reais. Vamos chamá-los de axiomas e simplesmente aceitá-los como sendo válidos: Observação: Todas as

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Regional Catalão - IMTec

Universidade Federal de Goiás Regional Catalão - IMTec Universidade Federal de Goiás Regional Catalão - IMTec Disciplina: Álgebra I Professor: André Luiz Galdino Gabarito da 1 a Lista de Exercícios 11/03/2015 1. Prove que G é um grupo com a operação de multiplicação

Leia mais

MA23 - Geometria Anaĺıtica

MA23 - Geometria Anaĺıtica MA23 - Geometria Anaĺıtica Unidade 1 - Coordenadas e vetores no plano João Xavier PROFMAT - SBM 8 de agosto de 2013 Coordenadas René Descartes, matemático e filósofo, nasceu em La Have, França, em 31 de

Leia mais

Chama-se conjunto dos números naturais símbolo N o conjunto formado pelos números. OBS: De um modo geral, se A é um conjunto numérico qualquer, tem-se

Chama-se conjunto dos números naturais símbolo N o conjunto formado pelos números. OBS: De um modo geral, se A é um conjunto numérico qualquer, tem-se UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA Conjuntos Numéricos Prof.:

Leia mais

ENFOQUE USANDO CORTES DE DEDEKIND

ENFOQUE USANDO CORTES DE DEDEKIND Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit CONSTRUÇÃO DOS REAIS: UM ENFOQUE

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 22 Resumo. Aritmética das Classes Residuais

MA14 - Aritmética Unidade 22 Resumo. Aritmética das Classes Residuais MA14 - Aritmética Unidade 22 Resumo Aritmética das Classes Residuais Abramo Hefez PROFMAT - SBM Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio

Leia mais

INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS

INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS 1 INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS Gil da Costa Marques 1.1 Introdução 1.2 Conceitos básicos 1.3 Subconjuntos e intervalos 1.4 O conjunto dos números reais 1.4.1 A relação de ordem em 1.5 Intervalos 1.5.1

Leia mais

n. 1 Matrizes Cayley (1858) As matrizes surgiram para Cayley ligadas às transformações lineares do tipo:

n. 1 Matrizes Cayley (1858) As matrizes surgiram para Cayley ligadas às transformações lineares do tipo: n. Matrizes Foi um dos primeiros matemáticos a estudar matrizes, definindo a ideia de operarmos as matrizes como na Álgebra. Historicamente o estudo das Matrizes era apenas uma sombra dos Determinantes.

Leia mais

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula 5 27 de agosto de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula 5 27 de agosto de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Aula 5 27 de agosto de 200 Aula 5 Pré-Cálculo Expansões decimais: exemplo Números reais numericamente

Leia mais

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos) Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos) Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago Capítulo 1 Os Números Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago 1.1 Notação Números naturais: Neste texto, N = {0, 1, 2, 3,...} e N + = {1, 2, 3, }. Mas existem vários autores considerando

Leia mais

Geometria Analítica. Geometria Analítica 28/08/2012

Geometria Analítica. Geometria Analítica 28/08/2012 Prof. Luiz Antonio do Nascimento luiz.anascimento@sp.senac.br www.lnascimento.com.br Conjuntos Propriedades das operações de adição e multiplicação: Propriedade comutativa: Adição a + b = b + a Multiplicação

Leia mais

Conjunto Quociente e Classe de Equivalência (Alguns Exemplos e Definições)

Conjunto Quociente e Classe de Equivalência (Alguns Exemplos e Definições) Exemplos Definições Conjunto Quociente e Classe de Equivalência (Alguns Exemplos e Definições) Matemática Elementar - EAD Departamento de Matemática Universidade Federal da Paraíba 4 de setembro de 2014

Leia mais

1 Números Complexos. Seja R o conjunto dos Reais. Consideremos o produto cartesiano R R = R 2 tal que:

1 Números Complexos. Seja R o conjunto dos Reais. Consideremos o produto cartesiano R R = R 2 tal que: Números Complexos e Polinômios Prof. Gustavo Sarturi [!] Esse documento está sob constantes atualizações, qualquer erro de ortografia, cálculo, favor comunicar. Última atualização: 01/11/2018. 1 Números

Leia mais

13 AULA. Relações de Equivalência LIVRO. META: Introduzir o conceito de relações de equivalência e suas propriedades.

13 AULA. Relações de Equivalência LIVRO. META: Introduzir o conceito de relações de equivalência e suas propriedades. 2 LIVRO Relações de Equivalência META: Introduzir o conceito de relações de equivalência e suas propriedades. OBJETIVOS: Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: Identificar se uma dada relação

Leia mais

Pensamento. "A escada da sabedoria tem os degraus feitos de números." (Blavatsky) Prof. MSc. Herivelto Nunes

Pensamento. A escada da sabedoria tem os degraus feitos de números. (Blavatsky) Prof. MSc. Herivelto Nunes Aula Introdutória Álgebra Linear I- Abril 2017 Pensamento "A escada da sabedoria tem os degraus feitos de números." (Blavatsky) Prof. MSc. Herivelto Nunes Unidade Matrizes. Matrizes A matriz foi criada

Leia mais

MATEMÁTICA I. Profa. Dra. Amanda L. P. M. Perticarrari

MATEMÁTICA I. Profa. Dra. Amanda L. P. M. Perticarrari MATEMÁTICA I Profa. Dra. Amanda L. P. M. Perticarrari amanda.perticarrari@unesp.br www.fcav.unesp.br/amanda MATEMÁTICA I AULA 1: PRÉ-CÁLCULO Profa. Dra. Amanda L. P. M. Perticarrari CONJUNTOS NUMÉRICOS

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano. Prof. Ulisses Lima Parente

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano. Prof. Ulisses Lima Parente Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas Números Irracionais e Reais Oitavo Ano Prof. Ulisses Lima Parente 1 Os números irracionais Ao longo deste módulo, vimos que a representação

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas Números Irracionais e Reais Oitavo Ano Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto 1 Os números irracionais Ao longo

Leia mais

A ordem em que os elementos se apresentam em um conjunto não é levada em consideração. Há

A ordem em que os elementos se apresentam em um conjunto não é levada em consideração. Há 1 Produto Cartesiano Par Ordenado A ordem em que os elementos se apresentam em um conjunto não é levada em consideração. Há casos entretanto em que a ordem é importante. Daí a necessidade de se introduzir

Leia mais

1.2. ELEMENTOS DE ÁLGEBRA EXPANSÃO DE PRODUTOS

1.2. ELEMENTOS DE ÁLGEBRA EXPANSÃO DE PRODUTOS 1.2. ELEMENTOS DE ÁLGEBRA 1.2.1. EXPANSÃO DE PRODUTOS Em álgebra, é frequente termos de expandir produtos cujos fatores são expressões algébricas (polinômios, por exemplo). Para isso, aplicamos a propriedade

Leia mais

Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos

Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos 1 Conjuntos Um conjunto está bem caracterizado quando podemos estabelecer com certeza se um elemento pertence ou não

Leia mais

Par ordenado [ordered pair]. É uma estrutura do tipo x, y. Se x y x,y y,x.

Par ordenado [ordered pair]. É uma estrutura do tipo x, y. Se x y x,y y,x. Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 4 Par ordenado [ordered pair]. É uma estrutura do tipo x, y. Se x y x,y y,x. então Produto cartesiano do conjunto A pelo conjunto B [cartesian product].

Leia mais

Os números reais. Capítulo O conjunto I

Os números reais. Capítulo O conjunto I Capítulo 4 Os números reais De todos os conjuntos numéricos que estudamos agora, a transição de um para outro sempre era construída de forma elementar A passagem do conjunto dos números racionais aos reais

Leia mais

1 A Álgebra do corpo dos números complexos

1 A Álgebra do corpo dos números complexos Números Complexos - Notas de Aulas 1 1 A Álgebra do corpo dos números complexos 1.1 Preliminares Suponhamos fixado no plano um sistema retangular de coordenadas. Como usual, designaremos os pontos do planos

Leia mais

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS. Apostila do 8º ano Números Reais Apostila I Bimestre 8º anos

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS. Apostila do 8º ano Números Reais Apostila I Bimestre 8º anos CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS NÚMEROS RACIONAIS Apostila do 8º ano Números Reais Apostila I Bimestre 8º anos Numero racional é todo o numero que pode ser escrito na forma a/b (com b diferente de zero) : a)

Leia mais

Relações Binárias, Aplicações e Operações

Relações Binárias, Aplicações e Operações Relações Binárias, Aplicações e Operações MAT 131-2018 II Pouya Mehdipour 6 de dezembro de 2018 Pouya Mehdipour 6 de dezembro de 2018 1 / 24 Referências ALENCAR FILHO, E. Teoria Elementar dos Conjuntos,

Leia mais

Números Racionais. Matemática - UEL Compilada em 25 de Março de 2010.

Números Racionais. Matemática - UEL Compilada em 25 de Março de 2010. Matemática Essencial Números Racionais Conteúdo Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 25 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ 1 Relacionando

Leia mais

Fundamentos de Álgebra Moderna Profª Ana Paula CONJUNTOS

Fundamentos de Álgebra Moderna Profª Ana Paula CONJUNTOS Fundamentos de Álgebra Moderna Profª Ana Paula CONJUNTOS O conjunto é um conceito fundamental em todos os ramos da matemática. Intuitivamente, um conjunto é uma lista, coleção ou classe de objetods bem

Leia mais

Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. Aplicar as propriedades dos grupos na resolução de problemas.

Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. Aplicar as propriedades dos grupos na resolução de problemas. Aula 04 O CONCEITO DE GRUPO META Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. OBJETIVOS Definir e exemplificar grupos e subgrupos. Aplicar as propriedades dos grupos na

Leia mais

Programa Combinatória Aritmética Racional MATEMÁTICA DISCRETA. Patrícia Ribeiro. Departamento de Matemática, ESTSetúbal 2018/ / 52

Programa Combinatória Aritmética Racional MATEMÁTICA DISCRETA. Patrícia Ribeiro. Departamento de Matemática, ESTSetúbal 2018/ / 52 1 / 52 MATEMÁTICA DISCRETA Patrícia Ribeiro Departamento de Matemática, ESTSetúbal 2018/2019 2 / 52 Programa 1 Combinatória 2 Aritmética Racional 3 Grafos 3 / 52 Capítulo 1 Combinatória 4 / 52 Princípio

Leia mais

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A. Capítulo 1 Números Reais 1.1 Conjuntos Numéricos Um conjunto é uma coleção de elementos. A relação básica entre um objeto e o conjunto é a relação de pertinência: quando um objeto x é um dos elementos

Leia mais

Números Inteiros Axiomas e Resultados Simples

Números Inteiros Axiomas e Resultados Simples Números Inteiros Axiomas e Resultados Simples Apresentamos aqui diversas propriedades gerais dos números inteiros que não precisarão ser provadas quando você, aluno, for demonstrar teoremas nesta disciplina.

Leia mais

PLANO DE AULA IDENTIFICAÇÃO

PLANO DE AULA IDENTIFICAÇÃO PLANO DE AULA IDENTIFICAÇÃO Escola: IFC Campus Avançado Sombrio Município: Sombrio Disciplina: Matemática Série: 2 ano Nível: Ensino médio Professor: Giovani Marcelo Schmidt Tempo estimado: Cinco aulas

Leia mais

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores.

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores. Aula 5 Produto interno - Aplicações MÓDULO 1 - AULA 5 Objetivos Calcular áreas de paralelogramos e triângulos. Calcular a distância de um ponto a uma reta e entre duas retas. Determinar as bissetrizes

Leia mais

MONÔMIOS E POLINÔMIOS

MONÔMIOS E POLINÔMIOS MONÔMIOS E POLINÔMIOS Problema: Observa as figuras. 6-9 6 4 Sabendo que as figuras são equivalentes, determina as dimensões do retângulo. Resolução: Se as figuras são equivalentes significa que têm a mesma

Leia mais

Obviamente não poderíamos ter um número negativo de livros. Também não poderíamos imaginar alguém falando: Tenho 3,4231 livros na minha estante.

Obviamente não poderíamos ter um número negativo de livros. Também não poderíamos imaginar alguém falando: Tenho 3,4231 livros na minha estante. Conjunto dos Números Naturais A noção de um número natural surge com a pura contagem de objetos. Ao contar, por exemplo, os livros de uma estante, temos como resultado um número do tipo: N = {0,1,2,3 }

Leia mais

Preliminares de Cálculo

Preliminares de Cálculo Preliminares de Cálculo Profs. Ulysses Sodré e Olivio Augusto Weber Londrina, 21 de Fevereiro de 2008, arquivo: precalc.tex... Conteúdo 1 Números reais 2 1.1 Algumas propriedades do corpo R dos números

Leia mais

Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina.

Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina. Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina. O material completo a ser estudado encontra-se no Capítulo 11 - Seção 1.3 do livro texto da disciplina: Aritmética, A. Hefez,

Leia mais

Revisão de conceitos Matemáticos. Matemática e Fundamentos de Informática

Revisão de conceitos Matemáticos. Matemática e Fundamentos de Informática Revisão de conceitos Matemáticos Matemática e Fundamentos de Informática 1 1 Conjuntos Teoria dos conjuntos Em Matemática, conjunto é uma coleção de objetos (chamados elementos). Os elementos podem representar

Leia mais

Por meio de uma figura fechada, dentro da qual podem-se escrever seus elementos. Diagrama de Venn-Euler.

Por meio de uma figura fechada, dentro da qual podem-se escrever seus elementos. Diagrama de Venn-Euler. REPRESENTAÇÕES Um conjunto pode ser representado da seguinte maneira: Enumerando seus elementos entre chaves, separados por vírgulas; Exemplos: A = { 1, 0, 1} N = {0, 1, 2, 3, 4,...} Indicando, entre chaves,

Leia mais

Sumário Algumas Demonstrações CONCLUSÃO RESUMO ATIVIDADES... 34

Sumário Algumas Demonstrações CONCLUSÃO RESUMO ATIVIDADES... 34 Sumário Aula 11: Relações Binárias 9 11.1 Introdução... 10 11.2 Relações Binárias... 10 11.2.1 Propriedades das Relações Binárias... 13 11.3 Algumas Demonstrações... 16 11.4 CONCLUSÃO... 18 11.5 RESUMO....

Leia mais

ALGEBRA I Maria L ucia Torres Villela Instituto de Matem atica Universidade Federal Fluminense Junho de 2007 Revis ao em Fevereiro de 2008

ALGEBRA I Maria L ucia Torres Villela Instituto de Matem atica Universidade Federal Fluminense Junho de 2007 Revis ao em Fevereiro de 2008 ÁLGEBRA I Maria Lúcia Torres Villela Instituto de Matemática Universidade Federal Fluminense Junho de 2007 Revisão em Fevereiro de 2008 Sumário Introdução... 3 Parte 1 - Preliminares... 5 Seção 1 - Noções

Leia mais

Definimos como conjunto uma coleção qualquer de elementos.

Definimos como conjunto uma coleção qualquer de elementos. Conjuntos Numéricos Conjunto Definimos como conjunto uma coleção qualquer de elementos. Exemplos: Conjunto dos números naturais pares; Conjunto formado por meninas da 6ª série do ensino fundamental de

Leia mais

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS O conjunto dos números reais,, que possui as seguintes propriedades:, possui uma relação menor ou igual, denotada por O1: Propriedade Reflexiva:

Leia mais

Objetivos. e b, designado por a + b, é o. a e. a + b = AB + BC = AC. Na Figura 2.1, mostramos a soma a + b dos vetores

Objetivos. e b, designado por a + b, é o. a e. a + b = AB + BC = AC. Na Figura 2.1, mostramos a soma a + b dos vetores MÓDULO 1 - AULA Objetivos Aula Vetores no Plano - Operações Definir as operações de adição de vetores e multiplicação de vetores por escalares reais. Compreender as propriedades das operações com vetores.

Leia mais

Axioma dos inteiros. Sadao Massago

Axioma dos inteiros. Sadao Massago Axioma dos inteiros Sadao Massago setembro de 2018 Sumário 1 Os Números 2 1.1 Notação......................................... 2 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos)................... 2

Leia mais

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS. No conjunto dos números naturais operações do tipo

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS. No conjunto dos números naturais operações do tipo CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS No conjunto dos números naturais operações do tipo 9-5 = 4 é possível 5 5 = 0 é possível 5 7 =? não é possível e para tornar isso possível foi criado o conjunto dos números

Leia mais

Números - Aula 03. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

Números - Aula 03. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil Números - Aula 03 Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 28 de Fevereiro de 2014 Primeiro Semestre de 2014 Turma 2013106 - Engenharia Mecânica Corpos Vimos que o

Leia mais

n. 28 RELAÇÕES BINÁRIAS ENTRE CONJUNTOS

n. 28 RELAÇÕES BINÁRIAS ENTRE CONJUNTOS n. 28 RELAÇÕES BINÁRIAS ENTRE CONJUNTOS Uma relação é um conjunto de pares ordenados, ou seja, um subconjunto de A B. Utilizando pares ordenados podemos definir relações por meio da linguagem de conjuntos.

Leia mais

Aula 1 Conjuntos. Meta. Introduzir as noções básicas de conjunto e produto cartesiano de. conjuntos. Objetivos

Aula 1 Conjuntos. Meta. Introduzir as noções básicas de conjunto e produto cartesiano de. conjuntos. Objetivos Conjuntos AULA 1 Aula 1 Conjuntos Meta conjuntos. Introduzir as noções básicas de conjunto e produto cartesiano de Objetivos Ao final desta aula, você deve ser capaz de: Definir as noções básicas de conjunto

Leia mais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais Matemática I 1 Propriedades dos números reais O conjunto R dos números reais satisfaz algumas propriedades fundamentais: dados quaisquer x, y R, estão definidos a soma x + y e produto xy e tem-se 1 x +

Leia mais

Podemos concluir que o surgimento do número fracionário veio da necessidade de representar quantidades menores que inteiros, por exemplo, 1 bolo é um

Podemos concluir que o surgimento do número fracionário veio da necessidade de representar quantidades menores que inteiros, por exemplo, 1 bolo é um FRAÇÕES Podemos concluir que o surgimento do número fracionário veio da necessidade de representar quantidades menores que inteiros, por exemplo, 1 bolo é um inteiro, mas se comermos um pedaço, qual seria

Leia mais

Operações Fundamentais com Números

Operações Fundamentais com Números Capítulo 1 Operações Fundamentais com Números 1.1 QUATRO OPERAÇÕES Assim como na aritmética, quatro operações são fundamentais em álgebra: adição, subtração, multiplicação e divisão. Quando dois números

Leia mais

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a Exemplo (U(n)) Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a multiplicação módulo n é uma operação binária

Leia mais

Definição. Geometria plana

Definição. Geometria plana Geometria analítica Definição A palavra geometria vem do grego geometrien onde geo significa terra e metrien medida. Geometria foi, em sua origem, a ciência de medição de terras. O historiador grego Heródoto

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR. Espaços Vetoriais. Prof. Susie C. Keller

ÁLGEBRA LINEAR. Espaços Vetoriais. Prof. Susie C. Keller ÁLGEBRA LINEAR Espaços Vetoriais Prof. Susie C. Keller Introdução Com doze andares de altura e pesando 75 toneladas, o US Columbia partiu majestosamente de sua plataforma de lançamento numa manhã fresca

Leia mais

Unidade I MATEMÁTICA. Prof. Celso Ribeiro Campos

Unidade I MATEMÁTICA. Prof. Celso Ribeiro Campos Unidade I MATEMÁTICA Prof. Celso Ribeiro Campos Números reais Três noções básicas são consideradas primitivas, isto é, são aceitas sem a necessidade de definição. São elas: a) Conjunto. b) Elemento. c)

Leia mais

OPERAÇÕES - LEIS DE COMPOSIÇÃO INTERNA

OPERAÇÕES - LEIS DE COMPOSIÇÃO INTERNA Professora: Elisandra Figueiredo OPERAÇÕES - LEIS DE COMPOSIÇÃO INTERNA DEFINIÇÃO 1 Sendo E um conjunto não vazio, toda aplicação f : E E E recebe o nome de operação sobre E (ou em E) ou lei de composição

Leia mais

A2. Cada operação é distributiva sobre a outra, isto é, para todo x, y e z em A, x (y + z) = (x y) + (x z) e x + (y z) = (x + y) (x + z)

A2. Cada operação é distributiva sobre a outra, isto é, para todo x, y e z em A, x (y + z) = (x y) + (x z) e x + (y z) = (x + y) (x + z) Álgebra Booleana Nesta parte veremos uma definição formal de álgebra booleana, que é baseada em um conjunto de axiomas (ou postulados). Veremos também algumas leis ou propriedades de álgebras booleanas.

Leia mais

ÁLGEBRA DE BOOLE B.1 - DIAGRAMA DE VENN

ÁLGEBRA DE BOOLE B.1 - DIAGRAMA DE VENN ÁLGEBRA DE BOOLE B.1 - DIAGRAMA DE VENN No século XIX Georges Boole desenvolveu uma teoria matemática com base nas leis da lógica - a Álgebra de Boole - cuja aplicação nos circuitos digitais e computadores

Leia mais

2. PRODUTOS NOTÁVEIS 2.1. EXPANSÃO DE PRODUTOS

2. PRODUTOS NOTÁVEIS 2.1. EXPANSÃO DE PRODUTOS 2. PRODUTOS NOTÁVEIS 2.1. EXPANSÃO DE PRODUTOS Em álgebra, é frequente termos de expandir produtos cujos fatores são expressões algébricas (polinômios, por exemplo). Para isso, aplicamos a propriedade

Leia mais

Universidade Federal Fluminense ICEx Volta Redonda Introdução a Matemática Superior Professora: Marina Sequeiros

Universidade Federal Fluminense ICEx Volta Redonda Introdução a Matemática Superior Professora: Marina Sequeiros 1. Conjuntos Objetivo: revisar as principais noções de teoria de conjuntos afim de utilizar tais noções para apresentar os principais conjuntos de números. 1.1 Conjunto, elemento e pertinência Conjunto

Leia mais

Sumário. 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra

Sumário. 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra Sumário 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra 2 Conjuntos numéricos 2 Conjuntos 3 Igualdade de conjuntos 4 Subconjunto de um conjunto 4 Complemento de um conjunto 4 Conjunto vazio 4 Conjunto universo 5 Interseção

Leia mais

É um sistema formado por dois eixos, x e y, perpendiculares entre si. Origem. Continua

É um sistema formado por dois eixos, x e y, perpendiculares entre si. Origem. Continua RELAÇÕES É um sistema formado por dois eixos, x e y, perpendiculares entre si. Origem Continua Continuação O eixo x é denominado eixo das abscissas e o eixo y é o eixo das ordenadas. Esses eixos dividem

Leia mais