Movimentos populares urbanos no Brasil contemporâneo. A luta pelo direito à moradia na área central da cidade de São Paulo.

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1 XXVII Cngres de la Asciación Latinamericana de Scilgía. VIII Jrnadas de Scilgía de la Universidad de Buens Aires. Asciación Latinamericana de Scilgía, Buens Aires, Mviments ppulares urbans n Brasil cntemprâne. A luta pel direit à mradia na área central da cidade de Sã Paul. Rberta ds Reis Neuhld. Cita: Rberta ds Reis Neuhld (2009). Mviments ppulares urbans n Brasil cntemprâne. A luta pel direit à mradia na área central da cidade de Sã Paul. XXVII Cngres de la Asciación Latinamericana de Scilgía. VIII Jrnadas de Scilgía de la Universidad de Buens Aires. Asciación Latinamericana de Scilgía, Buens Aires. Dirección estable: Acta Académica es un pryect académic sin fines de lucr enmarcad en la iniciativa de acces abiert. Acta Académica fue cread para facilitar a investigadres de td el mund el cmpartir su prducción académica. Para crear un perfil gratuitamente acceder a trs trabajs visite:

2 Mviments ppulares urbans n Brasil cntemprâne A luta pel direit à mradia na área central da cidade de Sã Paul 1 Rberta ds Reis Neuhld * Os debates scilógics sbre s mviments sciais e a cnstruçã demcrática Desde final da década de 1970, cm as pressões, as reivindicações e s cnflits resultantes das mbilizações sciais n Brasil, cnceits cm mviments sciais e sciedade civil, direits e cidadania, esfera pública e privada adquiriram frça n vcabulári das Ciências Sciais. As terias e mdels que daí emergiram redefiniram cntexts intelectuais e plítics, em esfrçs cntínus para analisar prcess de demcratizaçã nacinal após mais de quinze ans de regime ditatrial. 1 Este artig apresenta algumas reflexões sbre a minha pesquisa de mestrad ainda em andament intitulada Sã Paul, habitaçã e cnflits em trn da aprpriaçã d espaç urban: as cupações de imóveis vazis realizadas pels mviments de sem-tet na área central da cidade entre 1997 e * Mestranda d Prgrama de Pós-Graduaçã em Scilgia da Faculdade de Filsfia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de Sã Paul. Blsista da Crdenaçã de Aperfeiçament de Pessal de Nível Superir (CAPES) e da Fundaçã de Ampar à Pesquisa d Estad de Sã Paul (FAPESP). rberta.neuhld@usp.br

3 N decêni seguinte, s mviments sciais fram tema de acalrads debates acadêmics, em pesquisas rientadas, principalmente, para a análise das mbilizações e reivindicações ppulares urbanas. Eram estuds sbre caráter classista e geradr de cntradições urbanas d Estad, recnhecend a ptencialidade da rganizaçã da sciedade civil cntra a tradiçã plítica autritária (OLIVEIRA, MOISÉS, 1978), bem cm sbre a espntaneidade e a autnmia ds mviments ppulares, a pluralidade ds seus sujeits e as nvas práticas de sciabilidade que redefiniam espaç da plítica (CACCIA-BAVA, KOWARICK, PAOLI; SADER, TELLES, SADER, 1988). Assim, frtaleciment ds mviments sciais e ds sindicats, a emergência de demandas ppulares na esfera pública e as significativas cnquistas incrpradas à Cnstituiçã brasileira de 1988 reacendiam as expectativas sbre a cnquista de relações demcráticas entre sciedade civil e Estad. Fi sbretud a partir da segunda metade da década de 1990 que centr das análises sbre as ações cletivas deslcu-se para as redes da sciedade civil e para s mecanisms institucinais da demcracia participativa. Nte-se que, n Brasil, ainda que tenha abarcad uma série de experiências, cnceit de sciedade civil adentru n cenári plític atrelad à atuaçã ds mviments ppulares urbans, prém difundiu-se justamente cm declíni ds estuds que s cncebiam cm alicerce da expansã demcrática. Iss quer dizer que a mairia das análises sbre s mviments sciais fi realizada na década de 1980 e, n decêni seguinte, diminuiu, da mesma frma que s registrs histórics das experiências de mbilizações cntemprâneas também se trnaram escasss. Trnaram-se entã recrrentes as investigações sbre s nvs canais de participaçã plítica e de cmunicaçã da sciedade civil cm as agências públicas, gvern e s partids plítics (AVRITZER, 1994, COSTA, 1994, DAGNINO, 2002). As avaliações sbre essa aprximaçã entre Estad e sciedade civil seriam publicadas puc temp depis junt cm s diagnóstics sbre as prfundas dificuldades para a cnslidaçã da demcracia brasileira e sbre s esfrçs de setres ppulares, cm mair u menr êxit, desprendids em tal prcess. Cabe um destaque para duas perspectivas assumidas pr parte dessas pesquisas acadêmicas. A primeira delas (OLIVEIRA; RIZEK, 2007) passu a apntar s bstáculs para que s direits se trnassem referências nrmativas das relações sciais (TELLES, 1994, p

4 44), indicand um mment de impsiçã d cnsens, de substituiçã da plítica pela gestã e da pressã e ds trabalhs de base ds mviments sciais pela negciaçã pragmática cm Estad, bem cm da falsa cnsciência da desnecessidade d públic e da cnseqüente privatizaçã ds seus cnteúds (OLIVEIRA, 2000). Outr grup de autres (DAGNINO, 2000, GRUPO DE ESTUDOS..., ), cntud, prpuseram um balanç psitiv sbre s desdbraments da década de 1980, cm a precupaçã analítica centrada nas pssibilidades da busca de alternativas para a radicalizaçã da demcracia. Para eles, a açã ds mviments sciais nã se esgtara, mas ganhara desafis nvs e imenss, que mais uma vez cmeçaram a aprfundar a discussã acerca ds significads de participaçã, direits, cidadania e demcracia, em um cntext de vitórias eleitrais de frentes ppulares e de cnfiguraçã ds mviments sciais cm parceirs d Estad na frmulaçã e implementaçã de plíticas públicas (FELTRAN, 2005, p. 50). Nã se deve perder de vista cntext históric n qual se inserem esses debates mais recentes, u seja, fat da esperança demcrática ter sid acmpanhada pr graves crises ecnômicas, pela elevaçã d trabalh infrmal e d desempreg, pels baixs saláris, pela precariedade ds serviçs públics. Dit de utra frma, s direits cnquistads durante a década de 1980 mstraram-se frágeis ns ans que se seguiram e sem enraizaments n ctidian scial e plític. Esse prcess se agravu cm avanç das plíticas neliberais que paulatinamente destruíram as pssibilidades de universalizaçã da cidadania. De fat, se, entre 1980 e 1990, um sistema plític demcrátic se cnslidu n Brasil, s direits civis (integridade física e igualdade perante a lei) e sciais (benefícis advinds de plíticas públicas e relativs a mund d trabalh) nã se estenderam igualmente à ttalidade da ppulaçã (KOWARICK, 2002). N entant, e sem querer aqui deduzir s cnflits sciais das cndições macrestruturais, diverss grups e classes sciais cntinuaram se rganizand e se mvimentand na tentativa de traduzir em plíticas sciais e em camps institucinais de negciaçã de interesses e de arbitragem de cnflits s direits inscrits na Cnstituiçã (KOWARICK, 2002, p. 16). Exempl diss sã s mviments de sem-tet que atuam em alguns centrs urbans brasileirs u, mais especificamente, para ficar n escp da minha pesquisa de mestrad (NEUHOLD, 2006), na área central da cidade de Sã Paul, reivindicand - 3 -

5 que denminam de mradia digna e, n limite, para resgatar a clássica frmulaçã de Lefèbvre (1969), direit à cidade, u seja, direit à vida urbana renvada e transfrmada, a predmíni d valr de us d urban (prduzid na vivência diária a partir da cmplexa interaçã entre as diversas classes sciais) em detriment d valr de trca (ist é, d espaç urban dminad pelas práticas ecnômicas e plíticas engendradas pels capitalistas e pel Estad). Nas palavras da liderança de um ds mviments de sem-tet, trata-se de uma luta na qual a mradia aparece cm endereç primeir da cidadania (SILVA, 2000, p. 166). Os mviments de sem-tet e a luta pel direit à mradia digna na área central da cidade de Sã Paul Unificaçã das Lutas de Crtiçs (ULC), Fórum de Crtiçs e Sem-Tet, Mviment de Mradia d Centr (MMC), Mviment Sem-Tet d Centr (MSTC): estes sã apenas alguns ds grups rganizads cnhecids cm mviments de sem-tet u mviments de mradia que reúnem, segund depiments ds seus crdenadres, cada um, cerca de duas mil pessas, a mairia delas riundas de habitações cletivas precárias de aluguel, também denminadas crtiçs 2, lcalizadas n centr da cidade de Sã Paul. Direcinar lhar para estes mviments de sem-tet pde cntribuir para a reflexã sbre as experiências cntemprâneas de mbilizaçã scial e para as suas frmas específicas de expressã na cidade. A rganizaçã desses mviments de sem-tet cincide cm desenvlviment de inúmeras prpstas e de intervenções d pder públic e de entidades privadas na tentativa de requalificar a área central de Sã Paul, de frma semelhante a que vem crrend em centrs histórics de utras cidades d mund após agravament de prcesss de esvaziament ppulacinal. Os integrantes ds mviments de sem-tet 2 Cnhecids cm a mais antiga mdalidade de habitaçã prletária da cidade de Sã Paul (ANT; KOWARICK, 1988), s crtiçs pdem ser definids, em linhas gerais, cm edificações subdivididas em diverss e pequens cômds alugads para diferentes famílias e pessas. Nessas mradias multifamiliares, caracterizadas pela superltaçã de pessas, pr infra-estrutura e circulaçã precáris, sã exercidas variadas funções em um mesm cômd (drmir, czinhar, etc.), enquant as instalações sanitárias e s espaçs nã edificads sã cletivs. Sbre s crtiçs ver Kwarick (2007) e Piccini (2004)

6 passaram a reivindicar direit de participar das discussões sbre as plíticas implementadas na área central e, mais d que iss, de permanecer vivend naquela regiã, mas em mradias unifamiliares e cm cndições de habitabilidade. Ressalte-se que a reivindicaçã pr mradia digna na área central da cidade de Sã Paul nã é irrelevante se se cnsiderar que a questã habitacinal cnfigura-se cm um prblema scial históric n Brasil e que as plíticas habitacinais direcinadas para a ppulaçã de baixa renda, quand existiram, basearam-se, priritariamente, na prduçã de mradias nvas em lteaments cm precária infra-estrutura nas distantes regiões periféricas. Desse md, s mviments de sem-tet, em certa medida, tentaram rmper cm a lógica das plíticas habitacinais para a ppulaçã de baixa renda, disputand um espaç da cidade que, embra deterirad, pssui um grande valr históric e simbólic para as elites da cidade 3. A estratégia adtada pels mviments de sem-tet para pressinar pder públic e sensibilizar a piniã pública para as péssimas cndições de vida enfrentadas pels mradres de crtiçs cnsistiu, inicialmente, a cupaçã de imóveis abandnads na área central. Entre 1997 e 2007, mais de setenta edifícis fram cupads pr esses mviments de sem-tet em ações que chegaram a reunir mais de seis mil pessas em uma única nite. Aqui residem algumas especificidades ds mviments de sem-tet que destam da literatura scilógica cntemprânea: em primeir lugar, a sua apariçã pública data de um mment de declíni ds estuds acadêmics sbre s mviments e ações ppulares; em segund lugar, enquant as pesquisas enfatizam a cnstruçã de canais institucinais de participaçã e nã mais a cnflitividade scial, que utrra inseriu s mviments sciais urbans brasileirs n cenári públic, s mviments de sem-tet d centr deram visibilidade para as suas demandar pr mei de ações fra ds mecanisms institucinais de participaçã. De acrd cm depiments de integrantes ds mviments de sem-tet, as cupações de imóveis ciss pretendiam pressinar pder públic a executar prgramas habitacinais e a mstrar que havia uma série de edifícis n centr que pderia ser 3 Ver Frúgli (2006) e Neuhld (2008)

7 transfrmada em mradia ppular. Entretant, n curt e médi praz, várias cupações, cm ficaram cnhecidas, se transfrmaram em mradias prvisórias para pessas que nã tinham nde viver u que sfriam ameaça de despej ds crtiçs. Cnfrme a crdenadra de um ds mviments de sem-tet, cm nã havia prgramas habitacinais, a saída era pegar pv despejad e cupar prédi públic. Cntud, s mviments cmeçaram a ter muits prblemas, que envlveram desde s riscs presentes na entrada em prédis antigs, há muits ans fechads, sujs e insalubres, à vilência, a med e à tensã durante as cupações e s despejs, frtemente marcads pela repressã plicial, passand pr um ctidian de prvisórias e precárias cndições de habitabilidade, de acusações de invasã de prpriedade, de lutas, muitas vezes inglórias, cntra tráfic de drgas, vivend de prmessas de uma mradia digna que, quand se efetiva, demra muit temp para se cncretizar. Cm temp, crdenadres de alguns mviments cmeçaram a defender que as cupações fssem realizadas apenas para pressinar pder públic, durand pucs dias, sem se transfrmarem em mradia prvisória. Tdavia, essa avaliaçã nã se trnu um cnsens entre tdas as lideranças, que acabu resultand em divisões e n surgiment de utrs mviments de sem-tet. Para crdenadres destes nvs mviments, que levara à mudança d caráter das cupações fra a relaçã cntraditória entre, de um lad, s mviments de mradia e, de utr, gvern e parlamentares. Em utras palavras, a partir d mment em que lideranças ds mviments de mradia fram trabalhar em gabinetes de parlamentares u quand aceitaram cargs n gvern, deixaram de fazer pressã cntra pder públic para tentar negciar pr mei de utrs canais. Para remeter às análises daqueles autres citads n iníci deste artig (OLIVEIRA; RIZEK, 2007), pderia ser identificad aqui um prcess de perda de autnmia e capacidade de mbilizaçã em prl de negciações pragmáticas cm Estad, cujs resultads nã se reverteriam em plíticas habitacinais, mas n atendiment parcial de demandas específicas de um mviment em detriment d utr e da ppulaçã em geral

8 Cnsiderações finais Se, pr um lad, na chave daquelas pesquisas que avaliam psitivamente as pssibilidades abertas na relaçã da sciedade civil cm Estad para aprfundament da demcracia, s mviments de sem-tet nã esgtaram sua pssibilidade de mbilizaçã e de ampliaçã da sua presença em canais institucinais de participaçã plítica, pr utr lad, pde-se sugerir que a sua capacidade de negciaçã plítica cm pder públic scila entre a criminalizaçã e a gestã. Iss quer dizer que, d pnt de vista empíric, s sem-tet, pr mei das cupações rganizadas de imóveis na área central, talvez tenham cnseguid cnquistar certa visibilidade, ampliar sua presença em canais institucinais de participaçã, viabilizar atendiment de uma parcela de seus membrs em algumas mdalidades de prgramas habitacinais e, inclusive, participar de alguns prjets inédits de reabilitaçã e reciclagem de imóveis e de intervenções n centr de Sã Paul. Entretant, a despeit dessas cnquistas, a pstura d pder públic frente às questões clcadas pels mviments de sem-tet se alterna entre us da vilência institucinal, que silencia e desqualifica qualquer frma de dissens, e desenvlviment de fórmulas institucinais capazes de garantir cntrle da sua capacidade plítica, a sua instrumentaçã pel gvern e a elabraçã de plíticas públicas que permanecem afastadas da idéia de direits universalizads. A brutal vilência utilizada pels aparats d Estad na casiã das cupações de imóveis e das reintegrações de psse e, nas palavras de Francisc de Oliveira (2000, p. 80), a anulaçã da fala reivindicante ds sem-tet, frçand desapareciment plític de suas demandas, exemplificariam primeir cas. N segund, a vinculaçã de integrantes ds mviments a mandats parlamentares u mesm a gestões municipais e federais, lnge de se traduzirem na cnquista de direits, estaria cmprmetend a sua autnmia e inserind suas ações n âmbit d que pde ser gerid e cntrlad pel pder públic; resultad diss tem se resumid na elabraçã de algumas plíticas pntuais e fragmentadas que nã resistem às mudanças de gverns e, pela sua própria lógica, sã incapazes de se trnarem universais. Sã, prtant, mecanisms que nã apenas dificultam a capacidade de açã e de invençã pública e plítica nas mais diversas frmas de atuar na cidade, cm, n limite, a inviabilizam, seja pr mei das frças repressivas, seja pr mei da sua instrumentaçã pel gvern, evitand transbrdament indesejável ds cnflits para s espaçs da cidade e garantind a ba gvernança da máquina pública

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10 LATINA. Anais d III Simpósi Lutas Sciais na América Latina. Lndrina: Universidade Estadual de Lndrina, Dispnível na Internet em: terceirgepal/rbertadsreis.pdf. Acess em: 12 ut Sã Paul, habitaçã e cnflits em trn da aprpriaçã d espaç urban: as cupações de imóveis vazis realizadas pels mviments de sem-tet na área central da cidade entre 1997 e Prjet de pesquisa apresentad a Prgrama de Pós-Graduaçã em Scilgia da FFLCH USP. Sã Paul, ag Mime. OLIVEIRA, Francisc. Acumulaçã mnplista, Estad e urbanizaçã: a nva qualidade d cnflit de classe. In: MOISÉS, Jsé Álvar et al (rgs). Cntradições urbanas e mviments sciais. Ri de Janeir: CEDEC / Paz e Terra, 1977, p Privatizaçã d públic, destituiçã da fala e anulaçã da plítica: ttalitarism neliberal. In: OLIVEIRA, Francisc de; PAOLI, Maria Célia (rgs.). Os sentids da demcracia: plíticas d dissens e hegemnia glbal. 2 a ed. Petróplis / Brasília: Vzes / NEDIC, 2000, p OLIVEIRA, Francisc; RIZEK, Cibele Saliba (rgs.). A era da indeterminaçã. Sã Paul: Bitemp, PAOLI, Maria Célia; SADER, Eder. Sbre classes ppulares n pensament scilógic brasileir: ntas de leitura sbre acnteciments recentes. In: CARDOSO, Ruth (rg.). A aventura antrplógica. Ri de Janeir: Paz e Terra, 1988, p PICCINI, Andrea. Crtiçs na cidade: cnceit e precnceit na reestruturaçã d centr urban de Sã Paul. 2ª ed. Sã Paul: Annablume, SADER, Eder. Quand nvs persnagens entraram em cena: experiências e lutas ds trabalhadres da Grande Sã Paul, Ri de Janeir: Paz e Terra, SILVA, Luís Gnzaga da. A luta ppular pela mradia: depiment. Crítica Marxista, nº 10, Sã Paul, Bitemp, 2000, p TELLES, Vera da Silva. Mviments sciais: reflexões sbre a experiência ds ans 70. In: KRISCHKE, Paul; SCHERER-WARREN, Ilse (rgs.). Uma revluçã n ctidian: s nvs mviments sciais na América d Sul. Sã Paul: Brasiliense, Sciedade civil, direits e espaçs públics. Pólis, n 14. Sã Paul, Institut Pólis, 1994, pp