Carta de Brasília. Recomendações para a Formulação e Implementação de uma Política Nacional de Prevenção da Violência e Segurança nos Estádios
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- Victoria Avelar Malheiro
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1 Carta de Brasília Recmendações para a Frmulaçã e Implementaçã de uma Plítica Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis Seminári sbre Segurança ns Estádis Ministéri d Esprte / Ministéri da Justiça 24 e 25 de març de 2003
2 Princípis O tema da segurança ns estádis é cmplex e multicausal, de md que a sua sluçã deve envlver a cperaçã ds diverss atres envlvids e interessads n tema: gverns federal, estadual e municipal, Pder Judiciári, Ministéri Públic, plícias, clubes, federações, espectadres e trcidas, universidades, veículs de cmunicaçã e rganizações da sciedade civil. Neste sentid, uma plítica pública cnseqüente na área deve cntemplar de frma equilibrada a prduçã de respstas para as diversas faces d prblema: infra-estrutura ds estádis, equipes e sistemas de mnitrament e segurança, pliciament especializad, atuaçã judicial e penal, prgramas de educaçã e cnscientizaçã d espectadr, etc. A cperaçã para tant deve se dar de frma plural e demcrática, visand à definiçã de medidas e à distribuiçã de respnsabilidades de frma clara e cmpartilhada, cm base n diálg franc e cnstrutiv. O cnceit de segurança ns estádis abarca tant a prevençã e cntrle de delits e da vilência quant a garantia de cndições que reduzam a mínim risc de acidentes e a crrência de dans as espectadres em situações de emergência; A priridade deve ser dada à prevençã destes acnteciments n ambiente ds estádis e seu entrn, evitand-se a td cust a açã reativa e tardia. O trcedr é antes de tud um cidadã e cliente de um espetácul, devend, prtant, ser tratad cm respeit e cntar cm máxim de cnfrt e segurança, tend seus direits prmvids e assegurads em tdas as situações que envlvam a freqüência as events esprtivs. O futebl é parte fundamental da cultura ppular brasileira, devend-se evitar qualquer plítica que nã cntemple caráter demcrátic e inclusiv da circulaçã e celebraçã cletiva típica ds espetáculs esprtivs.
3 Objetivs Gerais Cntribuir para desencadeament e a implementaçã n Brasil de um prcess sólid e efetiv de recuperaçã ds estádis de futebl cm lcais de festa e cngraçament acessíveis as mais diverss grups da sciedade brasileira, em um ambiente de tlerância, segurança, cnfrt e garantia de direits. Cntribuir para a reduçã ds índices de acidentes e criminalidade ns estádis de futebl, pr mei da execuçã de um cnjunt sistêmic e multiagencial de ações capazes de prevenir, de frma duradura, a crrência de tais acnteciments.
4 Ações de Respnsabilidade d Gvern Federal Criaçã d Cnselh Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis, frmad pr representantes ds órgãs d Gvern Federal envlvids cm a questã e ds demais atres a ele ligads em td país (gverns estadual e municipal, Pder Judiciári, Ministéri Públic, plícias, clubes, federações, espectadres e trcidas, universidades, veículs de cmunicaçã, rganizações da sciedade civil etc) e crdenad pels Ministéris d Esprte e da Justiça, cm a atribuiçã de: crdenar a criaçã e peraçã de um sistema nacinal de prevençã da vilência e segurança ns estádis e articular s diverss atres envlvids para a cperaçã, a trca de experiências e desenvlviment regular das ações cnjuntas necessárias para a efetividade da plítica nacinal; prpr, apiar e mnitrar a implementaçã de plíticas relacinadas a tema em td país; identificar, sistematizar e apiar a disseminaçã em âmbit nacinal das melhres práticas existentes na área, de caráter lcal u estadual u internacinal; prduzir e difundir diretrizes e rientações técnicas para aperfeiçament das estratégias de açã pels diverss agentes e ns váris setres envlvids cm tema; editar u prpr, respeitand a distribuiçã de cmpetências em cada cas, nrmas e regulamentações para a garantia legal e administrativa ds requisits mínims para funcinament ds estádis e a realizaçã de espetáculs esprtivs em cndições de cnfrt e segurança; Apiar técnica e/u financeiramente, na medida d pssível, desenvlviment, a implementaçã e a avaliaçã de medidas de caráter estratégic u priritári para funcinament d sistema, pr mei de cnvênis e parcerias cm s váris atres envlvids em cada cas e lcalidade;
5 Mnitrar e fiscalizar a execuçã das plíticas prpstas e nrmativas existentes e elabrar rientações para aperfeiçament das mesmas em cada lcalidade u estabeleciment esprtiv. Estímul à criaçã de cnselhs estaduais e municipais e de cnselhs cnsultivs de gerenciament ds estádis, que reprduzam em âmbit lcal a estrutura e md de trabalh d Cnselh Nacinal e rientem e supervisinem a peracinalizaçã das diretrizes e nrmativas prpstas pel mesm; Articulaçã e api para a celebraçã e implantaçã, em âmbit estadual e municipal, pels variads atres respnsáveis e envlvids cm tema em cada realidade, de pacts lcais para a segurança ns estádis, materializads, sempre que pssível e naquil que cuber, em terms de ajustament de cnduta firmads perante Ministéri Públic após a realizaçã das audiências públicas e negciações necessárias, n interir ds quais as ações prpstas pela Plítica Nacinal citada tenham a sua magnitude, seus prazs e a respnsabilidade pela sua implementaçã devidamente firmads e acrdads; Realizaçã de estuds para detalhament e a nrmatizaçã, a partir das sugestões reunidas n seminári realizad, das ações, metas, prazs e respnsabilidades da Plítica Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis que será prpsta e desenvlvida pel Gvern Federal ns próxims quatr ans; Realizaçã de estuds de viabilidade e de cntats cm s atres cmpetentes para a elabraçã de prpsta para a divisã de respnsabilidades e mdel de financiament para a implementaçã das medidas prpstas durante seminári; Identificaçã ds estádis cujs prprietáris e administradres estejam dispsts a iniciar prcesss de refrma e adequaçã para as cndições e práticas ideais para a garantia da segurança e d cnfrt ds espectadres e elabraçã cnjunta de prjets para tant, visand à criaçã de mdels cncrets para a superaçã d prblema n país; Mapeament ds principais fcs de prblemas de vilência e insegurança ns estádis em td país, tend em vista a definiçã das priridades para a implantaçã da futura Plítica Nacinal ;
6 Prduçã e ediçã de diretrizes e rientações básicas para a açã de segurança ns estádis ns seus váris aspects (infra-estrutura, gerenciament e supervisã, pliciament etc); Criaçã d banc de melhres práticas para a segurança ns estádis em nível nacinal e internacinal, em frmat impress e na web, a partir da identificaçã e reuniã das experiências exitsas já realizadas na área, e api daí à sistematizaçã e disseminaçã das mesmas; Criaçã de redes de trabalh entre gestres de estádis e plíticas afins de segurança ns mesms em td país, articuladas e alimentadas pel Cnselh Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis, visand a frtaleciment ds canais de trca de experiências e cperaçã regular entre s mesms; Estabeleciment de plítica regular de cperaçã e intercâmbi cm a Ftbal Licensing Authrity (Inglaterra) e demais órgãs públics de utrs países respnsáveis pel tema; Criaçã d Prêmi Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis.
7 Demais Plíticas Prpstas e Atres Respnsáveis Cm base na experiência inglesa apresentada e nas demais experiências acumuladas em âmbit internacinal e nacinal, nas legislações d esprte e da prmçã de espetáculs esprtivs existentes nacinal e internacinalmente (Tratad d Cnselh da Eurpa, ETS n. 120, Eurpean Cnventin n Spectatr Vilence and Misbehaviur at Sprts events and in particular at ftball matches ) e nas sugestões apresentadas pels participantes d seminári, as seguintes plíticas fram listadas cm diretrizes iniciais para a cnslidaçã da plítica e das nrmativas nacinais para a prevençã da vilência e a segurança ns espetáculs esprtivs: Infra-estrutura ds estádis Ações Ediçã de nrmativas e manuais para as cndições mínimas de segurança ns estádis de futebl brasileirs; Refrma e adequaçã ds estádis existentes para s requisits mínims para seu funcinament; Definiçã ds limites de públic ds estádis nã apenas cm base na sua capacidade de cmprtar s espectadres, mas também de acrd cm suas cndições de segurança; Definiçã clara das respnsabilidades pela garantia de segurança em cada estádi e ds órgãs cmpetentes para fiscalizar e punir desvis. Respnsáveis Clubes e demais prprietáris de estádis, Federações Estaduais e Cnfederaçã Brasileira, Cnselh Nacinal.
8 Mnitrament e gestã da segurança Ações Exigência de um administradr de segurança / gerente de riscs em cada estádi, assim cm da indicaçã de um representante d pder públic para a clabraçã e acmpanhament de tais trabalhs; Criaçã de cnselhs cnsultivs lcais para gerenciament da segurança e de riscs em cada estádi, reunind administraçã, clubes, espectadres, pliciais, defesa civil, autridades gvernamentais da área de esprtes e judicial, dentre utrs pssíveis em cada realidade, Frmaçã de equipes de mnitria e segurança treinadas e prfissinalizadas ( stewards ); Celebraçã de acrds clars de divisã de respnsabilidades cm a plícia; Instalaçã de sistemas de mnitrament eletrônic d flux de entrada e saída de espectadres ns estádis; Instalaçã de circuits interns de TV ns estádis; Criaçã de uvidrias ns estádis, divulgadas e acessíveis a públic, cnfrme já previst n prjet d Estatut d Trcedr em tramitaçã n Cngress Nacinal; Criaçã de sistemas infrmatizads e capilarizads de venda de ingresss, a mens para s principais jgs e/u aqueles de mair risc. Respnsáveis Clubes e demais prprietáris de estádis, Federações Estaduais, Plícias Militares, Cnselh Nacinal. Pliciament e Justiça Criaçã de grupaments especializads em segurança ns estádis, de perfil eminentemente preventiv e cmunitári, bem cm api para aperfeiçament daqueles grupaments já existentes; Definiçã de plítica de fiscalizaçã e prevençã de desvis pr parte de integrantes das trcidas rganizadas, em parceria e sintnia, sempre que pssível, cm as diretrias das mesmas; Instalaçã ns estádis de juizads especiais criminais; Criaçã de plítica de aplicaçã e execuçã de penas alternativas (restritivas de direits) para s autres de Secretaria de Segurança Pública ds Estads, Plícias estaduais, Ministéris Públics estaduais, Tribunais de Justiça estaduais, trcidas rganizadas, Ministéri da Justiça / Secretaria Nacinal de Segurança Pública, Cnselh Nacinal.
9 delits de menr ptencial fensiv durante s jgs; Aperfeiçar s mecanisms de fiscalizaçã, pelas autridades cmpetentes em cada cas, d cumpriment ds requisits legais para funcinament de estádis e realizaçã de events esprtivs pr parte ds prprietáris e administradres de estádis e ds rganizadres ds trneis e cmpetições. Educaçã e cnscientizaçã Desenvlviment de prgramas de cmunicaçã scial para a educaçã d trcedr e cnscientizaçã para a paz ns estádis; Criaçã de estratégias de infrmaçã e cmunicaçã cm espectadr na entrada ds estádis e/u durante a realizaçã ds jgs; Frmulaçã de prgramas de parceria cm s clubes e as trcidas rganizadas para a fiscalizaçã e cnscientizaçã para a garantia da segurança e d bem-estar ns estádis e para desenvlviment de iniciativas sciais e culturais junt as seus assciads; Estímul a envlviment de jgadres e ídls antigs ds clubes em iniciativas dessa natureza; Desenvlviment de plíticas de incentiv e facilitaçã para a freqüência ns espetáculs esprtivs de mulheres, crianças, famílias e prtadres de necessidades especiais. Clubes, trcidas rganizadas, ONGs, veículs de cmunicaçã, Federações Estaduais e Cnfederaçã Brasileira, Cnselh Nacinal. Transprte e segurança ns arredres ds estádis Criaçã de sistemas especiais para transprte cletiv ds trcedres para s estádis e n retrn ds mesms, assegurand a prteçã e cnfrt e prevenind a crrência de chques cm trcidas adversárias; Criaçã, quand necessári e pssível, de cinturões de segurança ns arredres ds estádis; Fiscalizaçã da venda de bebidas alcólicas ns estádis e arredres; Criaçã, quand viável, de blsões de estacinament nas prximidades ds estádis. Prefeituras Municipais, Plícias Militares.
10 Crdenaçã e regulamentaçã Ediçã de nrmativas e manuais cm regras mínimas e rientações para a implementaçã de plíticas cnsistentes de segurança ns estádis de td país; Criaçã de práticas de mnitrament e prduçã de relatóris sbre a situaçã da segurança ns estádis d país; Estímul à frmulaçã de prgramas e pacts estaduais u lcais de segurança ns estádis n país; Definiçã ds hráris ds jgs cm base também ns critéris de garantia da segurança e d cnfrt ds espectadres. Cnselh Nacinal, Federações e Clubes. Outrs Estud de mdels para financiament das ações listadas: fixaçã de percentuais fixs da arrecadaçã, respnsabilizaçã ds clubes e prprietáris ds estádis, criaçã de lteria de bl (exempl da Inglaterra), renúncia fiscal parcial, etc; Ministéris da Justiça e d Esprte, Clubes e Federações. Mudanças institucinais u legislativas Criaçã d Cnselh Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis; Acmpanhament das tramitações da MP 79 e d Códig de Defesa d Trcedr, bem cm d Estatut d Desprt; Estud da prpsiçã de alterações na Lei / 95, visand a incentiv para a instalaçã ds juizads especiais criminais ns estádis. Cnselh Nacinal, Ministéri d Esprte, Ministéri da Justiça
11 Em 15 dias: Crngrama Cnstituiçã ds grups de trabalh temátics para detalhament das prpstas de ações, requisits mínims e respnsabilidades em cada eix; Criaçã de grup de trabalh reunind representantes d gvern federal, clubes, federações e demais atres que pssam cntribuir para estud de mecanisms pssíveis para financiament e a execuçã das várias medidas a serem implantadas n âmbit da Plítica Nacinal a ser aprvada. Em 30 dias: Cnstituiçã, pr mei de prtaria interministerial, d Cnselh Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis e iníci das suas atividades; Em 45 dias: Apresentaçã pels grups de trabalh ds estuds e prpsições finais prduzidas; Em 60 dias: Realizaçã de nv encntr d grup técnic (e eventuais nvs atres envlvids) para discussã das prpsições apresentadas pels grups de trabalh e elabraçã de versã preliminar d dcument que deverá referenciar a Plítica Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis a ser apresentada; Em 90 dias: Realizaçã de nv encntr para a aprvaçã d dcument final cntend a Plítica Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis e s respectivs plans de trabalh para a execuçã da mesma a lng de 2003 em particular e ds próxims 4 ans, em uma visã glbal; Frmaçã da Rede Nacinal de Prevençã da Vilência e Segurança ns Estádis, integrand gestres de ações nesta área em td país para a trca de experiências e a cperaçã regulares;
12 Apresentaçã da hme page d Cnselh Nacinal e da Rede Nacinal, a qual deverá cnstituir a platafrma para a divulgaçã das ações realizadas e a cmunicaçã entre s diverss atres envlvids em td país. A lng ds próxims 90 dias, visand à reuniã de subsídis para a frmulaçã da Plítica Nacinal e seus plans de trabalh e à apresentaçã ds prduts cncmitantemente à aprvaçã da mesma: Identificaçã e busca d envlviment de nvs atres, nã presentes n seminári mas fundamentais para a peracinalizaçã e sucess da plítica prpsta; Reuniã e sistematizaçã em trn das principais idéias e infrmações ds estuds e publicações apresentads durante seminári, de prpstas legislativas em tramitaçã sbre tema e de utrs estuds e experiências sbre assunt existentes em âmbit nacinal e internacinal; Identificaçã das melhres experiências em curs u já realizadas n Brasil e internacinalmente, as quais servirã de mdel para a implantaçã da plítica nacinal a ser apresentada; Identificaçã de lcais, estádis e parceirs institucinais dispsts e vcacinads para desenvlviment de experiências pilt de implantaçã das ações prpstas e planejament das mesmas; Realizaçã ds cntats e prcediments para a celebraçã de acrd de cperaçã permanente cm a Ftball Licensing Authrity e, se prtun e pssível, cm utrs órgãs ligads a tema n plan internacinal.
13 Seminári sbre Segurança ns Estádis Ministéri da Justiça Márci Thmaz Basts Ministéri d Esprte Agnel Queirz Grup Técnic: (25/03) Luiz Eduard Sares Francisc Gil Castell Branc Net Luiz Marcel Vider Vieira Sants Majr Marcs Cabral Marinh de Mura Majr Marcel Vianna Pessa Majr Niltn Alves Braga Fernand Capez Alexandre Themístcles de Vascncels Francisc Hrta Marcel Damat Cmte Manuel Jair Sants Cláudi Fria Rmer
14 Helísa Helena baldy ds Reis Elizabeth S. C. Hernandes Jsé Marcel Zacchi Rita de Cássia de Suza Machad Pedr Strzenberg Luciana Gumarães Weber Magalhães Estanislau da Csta Sá Junir Jse Juli de Siqueira Sartri Franklin da Csta
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