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Transcrição:

PN 7286.04-5; Ap.: TC Mondim de Basto ( Ape.: Apos.: Acordam no Tribunal da Relação do Porto I- Introdução (a) Os AA. Não se conformam com a sentença de 1.ª Instância que apenas condenou os RR a reconhecerem o direito de propriedade que lhes assiste no que diz respeito ao prédio vizinho e a reporem o caminho [disputado] por forma a mantê-lo nas suas dimensões, nivelado com o[ outro] prédio..., de modo a não impedir ou estorvar de qualquer jeito o direito de passagem deles AA. (b) Da sentença recorrida: (1) Face à matéria de facto comprovada,... resulta claramente que o direito de propriedade do prédio [vizinho] pertence aos AA... tendo na verdade os AA logrado provar que, por si, e antecessores desde há mais de 100 anos o cultivam e o semeiam, dão de arrendamento, recebem as respectivas ren das e pagam as contribuições e impostos inerentes, ininterruptamente, á vista de todos, sem oposição de quem quer, no convencimento de se tratar de prédio seu; (2) Para poder ser considerada constituída uma servidão [legal] de passagem a favor deste prédio dos AA, necessário se torna va esclarecer se o caminho 1 Adv. Dr. 2 Adv. Dr. 1

[disputado], tem em todo ou em parte o seu trajecto pelo prédio dos RR: foi nessa sequência e para se esclarecer inequivocamente [esta questão], que foi determinada a repetição do julgamento; (3) Mas das respostas não lograram os AA retirar como provado que o caminho em causa margina esse prédio dos RR [Chão dos Moinhos], o que necessariamente impõe concluir negativamente perante a questão posta; (4) Contudo, resultou provado que existia um caminho por onde os AA e seus antepossuidores passavam para a Leira do Carvalho e que em meados de Outubro de 1997, sem aviso prévio, os RR, utilizando uma máquina escavadora arrancaram pedras e terras e desfizeram bordaduras, fazendo desaparecer o leito da passagem até á entrada para o prédio Chão do Moinho..., desnivelando-o em cerca de 30 cm [com o que atingiram a integridade da propriedade dos AA, ao modificarem-lhe a sua morfologia exterior e retirando-lhes, por isso, a possibilidade de utilização do caminho para o prédio deles]; (5) Destarte, importa concluir que, pela sua conduta... os RR se constituírem em responsabilidade extra-contratual e na consequente obrigação de indemnizar os danos que assim causaram aos AA, sendo certo que a reconstituição natural é a forma preferida por lei de assegurar tal indemnização3 não se tendo apurado que não seja possível, nem que não repare integralmente ou que seja excessivamente onerosa. II- Matéria Assente: (1) Por escritura publica de compra e venda, 88.10.28, C.Not. Mondim de Basto, CC, este também na qualidade de procurador de cc, cc, declararam vender pelo preço já recebido de PTE 350 000$00 aos AA, que assim aceitaram, dois prédios sitos na freguesia d e Bilhó, um dos quais o seguinte: Chão 3 Art. 566/1 CC 2

do Moinho, culto, em Vila Chã, desc. C.Reg.P. sob a ficha 81, insc. na respectiva matriz sob os artigos 125,126 e 127; (2) Da descrição do r eferido prédio [0081/220988], consta que o mesmo confronta do N.: caminho e S ; Nasc. e Poente: rio; (3) Na actual matriz rústica sob o art.2613 en contra-se inscrito o prédio sito em Vila Chão, denominado Chão do Moinho, cultura arvense de regadio e 95 videiras em cordão, que confronta N: e caminho; Nasc. e S: Rio Cabrão;: PO:, aí constando como titular do direito ao rendimento o A, marido; (4) Os RR são donos também de um prédio denominado Chão do Moinho, de cultura arvense e regadio, sito no lugar de Vila Chã, Bilhó N: AA; Nasc e S: Rio Cabrão; PO: herdeiros de es; inscrito na respectiva matriz sob o art.º 2614; (5) Através de um prédio dos AA existiu um caminho para o prédio denominado Leira do Carvalho; (6) Os AA, por si, desde 88.10.28 e antecessores desde há mais de 100 anos cultivam e semeiam o prédio Chão do Moinho, insc. mat. 2613, dão-no de arrendamento, recebem as respectivas rendas e pagam as contribuições e impostos inerentes, ininterruptamente, á vista de todos, sem oposição de quem quer, no convencimento de se tratar de coisa deles; (7) O prédio referido na escritura de compra e venda assinalada corresponde a este último prédio, tendo-lhe sido dado novo e único artigo matricial a quando da avaliação geral da propriedade rústica no concelho de Mondim de Bastos; (8) E é composto por diversas leiras separadas por bordaduras; (9) Uma dessas leiras é já referida Leira do Carvalho: tem área de cerca de 400m2 e confina com o prédio dos RR também denominado Chão do Moinho; (10) O caminho através do qual os AA acediam á Leira do Carvalho é um caminho íngreme, em rampa, com cerca de 30m de comprimento e 1,80m de largura, com inicio no caminho publico que dá á povoação de Vila C hã e á casa de lavoura dos AA e se desenvolve com ligeira curvatura á esquerda até ao pr édio Chão do Moinho, pertença destes, ao aproximar-se do qual flectia mais acentuadamente para a esquerda até atingi-lo justamente na Leira do Carvalho; 3

(11) Tal caminho está desde tempos imemoriais, definido, trilhado e calçado tendo sinais marcados nas lajes ou pedras que formavam o seu traçado; (12) Nas fragas do leito desse caminho ex istiam sinais de passagem dos carros de bois; (13) Há mais de 100 anos que os AA por si e antepossuidores faziam trajecto p elo caminho em questão para a Leira do Carvalho, durante todo o ano, a qualquer hora do dia ou da noite, a pé e com gado solto; (14) Há mais de 100 anos por si e antepossuidores pelo caminho em questão para a Leira do Carvalho, p elo São Miguel e na altura das colheitas, com veículos de tracção animal. (15) Tudo isto que era feito á vista de toda a gente, nomeadamente os RR, sem oposição de quem quer, ininterruptamente, agindo os AA e antepossuidores na convicção de que exerciam um direito próprio de passagem. (16) Em meados de 10.97, sem aviso prévio aos AA, os RR, utilizando máquina escavadora, arrancaram pedras e terr as e desfizeram bordaduras, fazendo desaparecer o leito do caminho que tem vindo a ser referido até á entrada para o prédio Chão do Moinho dos AA, pretendendo reb aixar a faixa de terreno onde se implantava e desenvolvia o dito caminho, com vista a nivela-la com a parte culta do seu prédio, também denominado Chão do Moinho, a qual, até ali, apenas é alcançável a pé através de degraus em pedra. (17) Os RR desnivelaram assim em cerca de 30 cm o prédio C hão de Moinho dos AA, relativamente à f aixa de terreno onde o caminho, que se tem vindo a referir, está agora implantado. (18) O prédio Chão do Moinho dos AA confronta co m o caminho publico para onde tem um acesso próprio e as leiras que o compõem tem ligação umas às outras, ficando nomeadamente a Leira do Carvalho, deste modo, com acesso ao caminho publico. (19) Há mais de 25 anos caiu um calço que destruiu o caminho para a Leira do Carvalho e obstruiu a passagem com veículos de tracção animal em cerca de 9/10m de extensão: desde essa altura deixou de ser utilizado por aqueles veículos. (20) Em meados de 10.97, porque necessitavam de acesso para os seus prédios, os RR retiraram as pedras e terras do calço que caiu, com uma máquina, fazendo um acesso para si com cerca de 4m de largura 4

III- Justificação do julgamento da matéria de facto: (a) Na sequência de acórd ão desta Relação que anu lou o julgamento para ser dada nova resposta a Q 114, dado que a inicial não esclarecia se o caminho em debate estava ou não aberto no prédio dos R R5, ficou respondido de acordo com II (10) parte final; (b) Esta decisão assentou genericamente na valoração e ponderação dos depoimentos prestados em Audiência: as testemunhas foram unanimes e peremptórias ao afirmarem de forma inequívoca e convincente, apontando os respectivos sítios no local, que o caminho em questão para a Leira do Carvalho se inicia no caminho público que dá á povoação de Vila Chã e á casa de lavoura dos AA, mas que tal caminho não passa pelo prédio deles AA chamado Chão do Moinho nem margina tal prédio, referindo ainda todas as testemunhas que o aludido caminho passa antes pelo meio de um outro prédio dos mesmos denominado Fraga do Chão do Moinho IV- Cls/alegações: (a) O tribunal d e 1.ª instância não reconheceu aos AA o direito de servidão de passagem que onerasse o prédio dos RR em fav or do prédio deles: justificou a sentença em sede de responsabilidade civil; (b) E na verdade, não se v erificam neste caso os pressupostos de reconhecimento do direito de servidão, dado que eles AA tem um acesso próprio para Leira do carvalho6; 4 Base instrutória:... Q11: [Caminho ] que se inicia no caminho pub lico que dá à povoação de Vila Chã e à ca sa de lavoura dos AA e ma rgina o prédio dos RR? Provêm de 16 e 17 PI 5 Do acórdão da Relação:... Assim, para poder ser considerada con stituíd a a servidão de passagem a favor do prédio dos AA necessário se torna esclarecer se o caminho em causa tem, em todo ou em parte, o seu trajecto pelo prédio dos RR denominado Chão de Moinho: é este préd io dos RR que os AA dizem onerado com a servidã o de passagem a favor do seu prédio, pelo q ue a procedência da acção depende da prova de que o caminho passa pelo dito prédio do s RR. 6 O art.º1543 CC define servidão co mo um encargo imposto num prédio em proveito exclusivo de outro prédio pertencente a dono diferente, sendo necessária a existência de um prédio encravado. 5

(c) Isto posto, ao condenar os RR a constituir o alud ido caminho está a impor-lhes a obrigação de rep arar algo que no entanto lhe está atribuído de dir eito em propriedade, o que é totalmente descabido: nem sequer ficou provada a necessidade da utilização do caminho em causa pelos AA; (d) Ora, não existindo deste modo lesão de qualquer interesse ou direito alheio, pois nem sequer os AA têm qualquer direito de passagem, conforme decidiu a sentença recorrida, está a decisão a ultrapassar o pedido: trata-se de sentença extra petitum; (e) Enfim, criou um direito ex novo, que não foi, nem podia ser objecto do pedido, os AA pediram sim o reconhecimento de um direito que supostamente existiria, o direito de servidão de passagem; (f) Assim sendo, não podem os RR serem condenados a reconstituir o caminho, cujo novo perfil não resultou de qualquer acto ilícito, nem da lesão de um direito ou prejuízo de interesses alheios, que naturalmente não existem, em face do que tem ido a estas conclusões; (g) Em suma: não se verificam neste caso os pressupostos necessários para que os RR incorram na reconstituição de coisa nenhuma; a decisão recorrida tornou-se incoerente e sem fundamento; (h) Infringiu desde logo o art.º 483 CC, inverificados quaisquer dos factos base da responsabilidade civil, e o art.º 661 CPC, por ter ido além do p edido, como se disse; (i) Deve portanto ser revogada e substituída por acórdão absolutório. V- Contra-alegações: os RR defenderam a manutenção do julgado, chamando a atenção para se terem provado os factos integrantes da aquisição da servidão por usucapião, circunstância conjugada com a de os recorrentes não terem pedido a ex tinção da mesma por desnecessidade; contudo, não utilizaram a faculdade da ampliação do objecto do recurso7. 7 Vd. p.ex. 33 e 35 das Cls/contra-alegaçõ es: a improcedência do pedido formulado pelos AA, de se declarar constituída a favor do eu prédio Leira do Carvalho uma servidão de passagem a pé com gado solto e p reso, veículos de tracção animal e mecânica, durante todo o ano e a qualquer ho ra através do caminho [em debate] enferma de erro inconsciente do julgador, motivado pelo jogo de palavras utilizado pelos RR...: duvidas inexistem de que a servidão em crise recai sobre o prédio dos RR Chão do Moinho, uma vez que não sendo destes seria pertença dos AA, caso em que a acção não faria qualquer sentido. Mas remataram, 38: erro aquele... que, só por si, implica, a este resp eito, decisão diversa da proferida mas que o julgador, por lapso manifesto, não to mou em consideração devendo, em consequência nos termos do art.º 669/2 b. CPC proceder-se á reforma da sentença no que diz respeito á improcedência do pedido dos AA relativa á constituição da servidão de passagem em causa. O art.º 669/2 b. CPC diz respeito ao pedido de aclaração ou reforma da sentença por manifesto erro de direito, mas instituiu um 6

VI- Recurso: pronto para julgamento nos termos do art.º 705 CPC VII- Sequência: (a) Como ficou anotado em III (a) e (b) e respectivas notas de pé de págin a, parece não poder ser superada a dificuldade de no julgamento repetido não ter sido feita uma apreciação da prova no sentido, aliás em tudo consentâneo com a lei e as necessidades de subsunção, proposto pelo acórdão do Tribunal da Relação que mandou dar nova resposta a Q11; (b) Na verdade, o convencimento do Tribunal diz-se estribado em depoimentos que terão afirmado não passar o caminho pelo prédio dos AA, e mais especificamente por este p rédio dos AA chamado Chão de Moinho, mas por outro deles: Fraga do Chão de Moinho... mas o que estava em causa era saber se o caminho passava ou não pelo prédio dos RR também chamado Chão do Moinho; (c) Tratar-se-á porventura de lapsos calami? Não resultam elementos dos autos com suficiência bastante para o assegurar, porquanto a conclusão sentencial de se não ter provado que o camin ho estava definido no prédio dos RR apenas remete para a resposta a Q11, evidentemente para a sua justificação; (d) Por conseguinte, terá de ordenar-se de novo a repetição do julgamento da matéria de facto para resposta a Q11, sendo certo que é de toda a conveniência que no exame do local se p ro ceda á v erificação das confrontações decorrentes da inscrição matricial de ambos os prédios Chão de Moinho; (e) Visto o art.º 712/4 CPC, vai assim revogada a sentença recorrida para que se sigam os procedimentos que ficaram anotados. VIII- Custas: no final, por quem decair. dispositivo de que o beneficiário tem de lançar mão no decendio (a partir da notificação) e não nas contraalegações. 7