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Transcrição:

PN1055.08-5; Ap: TC Paredes, 2º J ( ) Ap.e: Apª: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (1) Os recorrentes discordam da sentença de 1ª instância que os condenou como litigantes d e má fé e absolveu do pedido os R R: demolir imóvel que construíram numa parcela de terreno propriedade dos AA, restituindo-lha e reconhecendo-lhe o direito. (2) Da sentença recorrida: (a) Tendo em vista a construção de um edifício de 1750m2, destinado a infantário e outros fins sociais (ATL) que se iniciou em 1993, no ano anterior, a R. Conferência de S. Vicente Paulo, solicitou o apoio da CM Paredes: consubstanciou-se na elaboração do projecto de arquitectura. (b) Esse mesmo projecto foi alterado a pedido dos AA, para afastar o edifício 5m em relação ao prédio [agora dito invadido], tendo a Câmara aceitado, até, fazer um muro divisório que levantou. (c) Por conseguinte, quando os AA., já depois, em 1998, outorgaram a escritura de justificação usucapiativa do prédio que vieram a inscrever, bem sabiam da localização e separação do ATL. 1 Adv: Dr.. 2 Adv. Dr.. 3 Adv. Dra. 4 Adv. Dr. 1

(d) Não exerciam, nem nunca exerceram poderes de facto sobre a área predial dita ocupada pelas RR. (e) Sendo assim, os AA. não provaram a qualidade de titulares do direito de propriedade sobre a coisa reivindicada, pressuposto de proced ência [global]. (f) Em suma: muito embora, os AA/justificantes, tenham declarado na escritura de justificação de 1998, que estavam n a posse há 26 anos, da área do prédio dita invadida, a verdade é que na parcela reivindicada estava construído o edifício desde 1993, com conhecimento deles. (g) Daqui decorre que os AA. sabiam que não deterem o chão com a área declarada, pois, em 1750m2 estava implantado este último. (h) De resto, ficou provado que, no momento da escritura de justificação, os AA. estav am conscientes de a declaração feita perante o Notário não corresponder à verdade da área predial, e de nunca terem exercido poderes de facto sobre a dita parcela, com a convicção de pertencer-lhes. (i) Logo: o teor da descrição 01722/090698, prédio inscrito em favor dos AA. [com base na escritura de justificação], não corresponde à realidade da superfície. (j) Procede o pedido recon vencional da Junta de Freguesia d e Lordelo, de nulidade da escritura e, em consequência, tem de ser ordenado o cancelamento da inscrição acima referida, bem como de todos os registos posteriores. (k) Por último: os AA. ao intentarem a presente acção apresentaram um pedido cuja falta de fundamento não deviam ignorar e fizeram do processo um uso manifestamente rep rovável, com o fim de conseguirem o objectivo ilegal de consolidarem um direito que tentaram radicar contra a verdade, com intuito de apropriação de algo bem sabido não lhes pertencer. (l) Litigar am de má fé, em termos que carecem de ser severamente sancionados: 10 UCs face á gravidade dos factos e especial desvalor da acção dolosa. II. MATÉ RIA ASSENTE: (a) Pela ap. 06/090698, encontra-se inscrita na C.Reg. P. Paredes, a aquisição em favor dos AA., por usucapião, do prédio urbano, sito em Parteira, composto de casa de R/C, habitacional, com logradouro: 110m2 de superfície 2

coberta e 2000m2, quintal, descoberto, conf. Nasc. e S. ; Po e N. Caminho Público, prédio este descrito na mesma conservatória sob o n.º 01722/090698, Lordelo. (b) Na matriz predial urbana do Concelho de Paredes, Freguesia de Lordelo, sob o art.º 2128, está inscrito em nome do A. marido, o prédio localizado na Parteira, com superfície coberta de 110 m2 e quintal de 2000m2, composto de R/C, habitacional, conf. N. e Po. Caminho público; S e Nasc. (c) Há cerca de 30 anos, os AA. efectuaram obras de desaterro em parte do terreno deste prédio, no qual iniciaram obras de construção da casa de R/C habitacional, com a superfície de 110m2, concluída acerca de 25 anos, o que fizeram à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, e co nvictos da pertença. (d) Os AA. pagam contrib uição autárquica inerente ao prédio. (e) No ano de 1981/1982, fo ram trabalh ar e residir para a Ilha da Madeira. (f) No prédio foi construído um edifício com a área de 1750 m2 qu e se destinou a infantário e outros fins sociais. (g) Em 1992, a R. Conferência de S. Vicente Paulo, solicitou apoio à R. CM Paredes na construção de um ATL, em Parteira, Paredes. (h) O apoio que a Câmara lhe prestou consubstanciou-se na elaboração do projecto de arquitectura. (i) Este projecto foi alterado a pedido dos AA. e a construção do edifício acima referido [ao qual se refere o projecto dito] iniciou-se em 1993. (j) Na cor recção do projecto, os AA. pretenderam um afastamento de 5m da casa de habitação de R/C que haviam construído. (k) Pretensão essa que foi acolhida no projecto final, tendo o prédio que lhes pertence ficado a ter uma área de 290m2. (l) E foi a solicitação dos AA. que a R. Câmara Municipal aceitou levantar um muro divisório do prédio dos AA e do prédio onde foi erguido o ATL. ( m) Contudo, os AA. inscreveram a aquisição sobre o prédio na integralidade originária com base em escritura de justificação notarial lavrada no C. Not. P. Ferreira, 98.01.05. (n) Sob declaração perante o Notário de estarem na posse do referido prédio, incluindo os 1750m2, há mais de 26 anos. 3

(o) Declaração que sabiam, todavia, não corresponder à verdade. (p) Mais declararam, tê-lo adquirido de viva voz a Dias (q) Mas a área de terreno onde foi construído o edifício do ATL, sempre foi terreno baldio. (r) E os AA. nunca exerceram quaisquer poderes de facto sobre essa área de 1750 m2 do terreno, com a convicção de lhes pertencer. III. CLS/ALEGAÇÕES: (1) A sentença recor rida padece de nulidades nos termos dos art.º 668º e 669º CPC, porquanto são abundantes no processo, documentos e factos provados que de si próprios implicam necessariamente decisão diversa. (2) Os factos provados, aliás, demonstram cabalmente que os recorrentes provaram legitimidade enquanto proprietários e p ossuidores do prédio, em causa: o tribunal desrespeitou o art.º 311º/1.2 CC e art.º 1º C. Reg. P. (3) Enfim, os AA. provaram os factos e o direito, sendo, por maioria de razão, inaceitável a condenação como litigantes de má fé: nenhum facto o bjectivo e em concreto foi enumerado e lhes foi imputado, que possa sustentar a pena. (4) Resumindo: a sentença contraria inequivocamente os factos provados e assentes e faz tábua rasa da prova documental carreada. (5) Fez errada interpretação não só dos documentos, mas até da confissão do A., constante do depoimento de parte. (6) Deve ser considerada nula, pelo menos, revogada. IV. CONTRA-ALEGAÇÕES: (CM Paredes) (1) O tribunal julgou bem e fez uma cuidadosa análise da prova apresentada. (2) Em todo o caso, o presente recurso resulta da confusão que os recorrentes fazem entre impugnação de documentos e impugnação dos teores. (3) No caso em apreço, o que foi impugnado não foi a existência dos documentos apresentados pelos AA., mas antes, a veracid ade dos factos descritos. 4

(4) Nesta sequência, a circunstância de o tribunal ter dado como assente a existência de uma concreta inscrição, não o impede de vir a considerar falsos os factos inscritos, tal como, aliás, sucedeu. (5) Não existe qualquer confusão por parte do tribunal entre a propried ade dos AA. e a propriedade da R. (6) Deve ser inteiramente mantida a sentença recorrida sob crítica. V. RECURSO: Pronto para julgamento, nos termos do artº 705 CPC. VI. SEQUÊNCIA: (1) Não há, como bem defende a CM Paredes, contradição interna à matéria provada nem entre esta e os meios de prova de que se serviu o tribunal. (2) Na verdade, não está em causa que exista uma descrição predial englobando toda a área disputada, nem a realidade da inscrição desta toda em nome dos AA. (3) Contudo, como não é lugar de diver gências na doutrina, as áreas das descrições prediais, tal como constam dos livros do Conservador, não entram nas presunções registais. (4) Por outro lado, reproduzindo a descrição predial necessariamente as áreas e as confrontações da matriz, apenas lhes con ferem o valor de referência ao cadastro fiscal, e este não presume nem faz prova. (5) Por conseguinte, deveremos concluir que as descrições prediais se resumem, na publicidade e nas presunções do registo, ao nome e local das terras e edifícios. (6) Nesta perspectiva, todos os argumentos tirados da área predial inscrita na matriz e transcrita na descrição, ou das confrontações do prédio, acabam por ser vãos, tanto quanto também foram à escritura de justificação notarial, não na sua materialidade própria, mas de mera referência: adquiriram o terreno onde foi construído o prédio há cerca de 26 anos, por contrato verbal de compra e venda, feito a [ e] exercem sem interrupção no dito prédio, todos os poderes de fa cto inerentes ao direito de propriedade, portandose como seus verdadeiros donos, praticando os actos necessários às suas 5

utilidades, habitando-o e procedendo a obras no mesmo, pagando as contribuições devidas, convictos de exercerem o mencionado direito á vista de toda a gente e sem oposição de ninguém continua e pública[mente], durante mais de 20 anos. (7) Em suma: a declaração usocapiativa notarial, no seu verdadeiro conteúdo, não diz respeito ao terreno onde foi construída a casa senão por referência, a referência, coincidente, do cadastro tributário acima enunciada, quer quanto às confrontações e insiste-se, quer também quanto às áreas5:) (8) Ora, como as áreas são caso fiscal ou de prova contenciosa, segue-se que ao AA não provaram a extensão do pr édio até ao local onde foi implantado o edifício do ATL ou, pelo menos, que este dado negativo aceite pelo tribunal de 1ª instância não pode ser refutado por documentação de prov a livre, por ter sido construído noutros mais meios de prova6. (9) Neste particular, por conseguinte, não merece a sentença recorrida qualquer critica: aos AA incumbia terem provado o domínio que reivindicavam. (10) No entanto, a sentença de 1ª Instancia foi mais longe e declarou a nulidade da escritura d e justificação: neste ponto não pode ser-lhe dado bom acordo. (11) É que, como acima vimos, a justificação não se refere á usucapião de um prédio com determinada morfologia, mas simplesmente indicado por nome, situação e categoria jurídica, elementos necessários e suficientes para a inscrição registral do prédio, devendo as alterações de figura ser promovidas junto do cadastro fiscal. 5 Neste caso, nem sequer ainda tinha sido aberta a descrição do prédio no Registo Predial 6 Justificação do julgamento da matéria de facto: baseou-se o tribunal no depoimento de Albano Amaral que exerc eu a presidência da Junta de Lordelo cuja isenção não foi minimamente beliscada o terreno onde foi construído o edifício do ATL foi cedido pela Junta à Associação ; nos depoimentos do Arq. Francisco Ferreira, director do urbanismo e do Vereador José A. Couto - o A. marido, na altura, apenas se insurgiu contra o facto de o limite do terreno do ATL se encontrar muito próximo do terreno da sua habitação, tendo então chegado a acordo na delimitação das extremas das respectivas propriedades, comprometendo-se o Presidente da Câmara a afastar em 5 m. a construção do edifício e a fazer um muro divisório das duas propriedades, o que foi aceite por ele A. que, na ocasião, se não arrogou proprietário do terreno onde veio a ser construído o ATL;..e no que se refere [ao] terreno [ser] baldio, de significado apreendido e entendido pele generalidade como conceito de facto,[foi] o próprio A. quem, no depoimento de parte, confessou que o terreno em causa era,na verdade, baldio; [depois], à data da outorga da escritura de justificação, em 01.98, o edifício do ATL já estava construído e a funcionar regularmente desde o ano de 94, [enquanto] os AA., como confessaram, haviam regressado da Madeira e residiam na casa vizinha desde 93/94; confessaram também não corresponder á verdade que tivessem adquirido o terreno[da disputa] ao pai do A marido, por contrato verbal e pago pelo mesmo qualquer preço 6

(12) Assim, a escritura não tem um conteúdo falso, pela simples razão de nem sequer poder estar em desacordo com o documento da matriz e a futura descrição do mesmo modo: Vale e vale sobretudo para a inscrição nominal do prédio (13) Não há também portanto que a anular: improcede deste modo o pedido reconvencional, que só se tornará contencioso se não lo grar êxito prévio no domínio da rectificação da matriz e da descrição predial, passos intercalares necessários. (14) Em face de tudo, o pensamento dos AA, base da propositura da acção, é porventura formalístico, mas não culpável, jogando-se aliás como em todo este tipo de interpretações, numa margem de dúvida potencial e que não pode descartar-se sem mais: logo, tem de cair a condenação por litigância. (15) Assim, vai confirmada a sentença recorrida, nos termos do disposto nos art.ºs 1311.º/1 CC e 516.ºCPC, no que diz respeito á improcedência do pedido dos AA; mas revogada no que diz respeito á procedência do pedido reconvencional e á condenação em má fé de e mulher, vistos os art.ºs 372/1 CC e art.º456.º C PC. VII. CUSTAS: em partes iguais pelos sucumbentes 7