RESUMO ABSTRACT. Therapeutic options of the capillary hemangioma of the eyelids and orbit



Documentos relacionados
NEURO-BEHÇET Características Imagiológicas

Regras. Resumo do Jogo Resumo do Jogo. Conteúdo. Conteúdo. Objetivo FRENTE do Jogo

1. VARIÁVEL ALEATÓRIA 2. DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

Desvio do comportamento ideal com aumento da concentração de soluto

INFLUÊNCIA DO CLIMA (EL NIÑO E LA NIÑA) NO MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DO ARROZ

Simbolicamente, para. e 1. a tem-se

Faculdade de saúde Pública. Universidade de São Paulo HEP Epidemiologia I. Estimando Risco e Associação

CÂMARA MUNICIPAL DE FERREIRA DO ZÊZERE

Boas Práticas em Oftalmologia 2008 Elementos Clínicos de Avaliação e Referenciação

Física 1 Capítulo 3 2. Acelerado v aumenta com o tempo. Se progressivo ( v positivo ) a m positiva Se retrógrado ( v negativo ) a m negativa

Acta Otorrinolaringológica Gallega

Transporte de solvente através de membranas: estado estacionário

3. Cálculo integral em IR 3.1. Integral Indefinido Definição, Propriedades e Exemplos

Apoio à Decisão. Aula 3. Aula 3. Mônica Barros, D.Sc.

Carta Convite para Seleção de Preceptores. Desenvolvimento de Competência Pedagógica para a prática da Preceptoria na Residência Médica

Análise de Variância com Dois Factores

Projecções Cotadas. Luís Miguel Cotrim Mateus, Assistente (2006)

INTEGRAL DEFINIDO. O conceito de integral definido está relacionado com um problema geométrico: o cálculo da área de uma figura plana.

Semelhança e áreas 1,5

Operadores momento e energia e o Princípio da Incerteza

1 Fórmulas de Newton-Cotes

POLINÔMIOS. Definição: Um polinômio de grau n é uma função que pode ser escrita na forma. n em que cada a i é um número complexo (ou

Vectores Complexos. Prof. Carlos R. Paiva

Professores Edu Vicente e Marcos José Colégio Pedro II Departamento de Matemática Potências e Radicais

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

A ÁGUA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA

Eletrotécnica. Módulo III Parte I Motores CC. Prof. Sidelmo M. Silva, Dr. Sidelmo M. Silva, Dr.

, então ela é integrável em [ a, b] Interpretação geométrica: seja contínua e positiva em um intervalo [ a, b]

Quantidade de oxigênio no sistema

Técnica das Construções Edmundo Rodrigues 9

Material envolvendo estudo de matrizes e determinantes

CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA. Lei de Velocidade

Área de Conhecimento ARTES. Período de Execução. Matrícula. Telefone. (84) / ramal: 6210

Desenvolvendo novas ferramentas pedagógicas para a formação de gestores de parques nacionais: jogos de papéis e simulação informática.

ESMAFE/PR Escola da Magistratura Federal do Paraná

Comportamento de RISCO

CRUZAMENTO Indivíduo 12 Indivíduo 18 aa X Aa

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU

Trigonometria FÓRMULAS PARA AJUDÁ-LO EM TRIGONOMETRIA

WASTE TO ENERGY: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL PARA O BRASIL? 01/10/2015 FIESP São Paulo/SP

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Pontos onde f (x) = 0 e a < x < b. Suponha que f (x 0 ) existe para a < x 0 < b. Se x 0 é um ponto extremo então f (x 0 ) = 0.

Pacto pela Saúde 2010/2011 Valores absolutos Dados preliminares Notas Técnicas

ESTÁTICA DO SISTEMA DE SÓLIDOS.

3 Teoria dos Conjuntos Fuzzy

U04.6. Câmara Municipal da Amadora. Pág. 1 a. 00. Requerimento (Modelo 04.6/CMA/DAU/2009) 01. Documento comprovativo da legitimidade do requerente.

07 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO DE

Resolução A primeira frase pode ser equacionada como: QUESTÃO 3. Resolução QUESTÃO 2 QUESTÃO 4. Resolução

Oferta n.º Praça do Doutor José Vieira de Carvalho Maia Tel Fax

Construção e montagem

Algoritmos de Busca de Palavras em Texto

Física Geral e Experimental I (2011/01)

Um disco rígido de 300Gb foi dividido em quatro partições. O conselho directivo ficou. 24, os alunos ficaram com 3 8

Aplicações da Integral

Capítulo III INTEGRAIS DE LINHA

Trabalhando-se com log 3 = 0,47 e log 2 = 0,30, pode-se concluir que o valor que mais se aproxima de log 146 é

a a 3,88965 $ % 7 $ % a 5, 03295

Relações em triângulos retângulos semelhantes

TARIFÁRIO 2016 Operadora Nacional SEMPRE PERTO DE VOCÊ

Rolamentos com uma fileira de esferas de contato oblíquo

COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIÃO DE BEJA (2003)

a TESTE DIAGNÓSTICO 7.º ANO

TRANSPLANTE DE FÍGADO NO PROGRAMA DE TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO NO ESTADO DE SERGIPE EM ANÁLISE DE DADOS CLÍNICOS E CUSTO

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Comissão Permanente de Concurso Público CONCURSO PÚBLICO 23 / MAIO / 2010

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA #8. fonte imagem: Google Earth

A Diretoria de Relações Internacionais da Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas - 1. OBJETIVO 2. PRÉ-REQUISITOS. Re~ unis

Resistência de Materiais 2

81,9(56,'$'( )('(5$/ '2 5,2 '( -$1(,52 &21&8562 '( 6(/(d 2 0$7(0É7,&$

MTDI I /08 - Integral de nido 55. Integral de nido

Prótese coxofemoral em cães: Relato de dois casos

6-1 Determine a primitiva F da função f que satisfaz a condição indicada, em cada um dos casos seguintes: a) f(x) = sin 2x, F (π) = 3.

Modelação de motores de corrente contínua

Obrigado por escolher Besafe izi Kid i-size. Informação vital. Preparação para instalação SIP+

BOLETIM TÉCNICO LAMINADOS

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA NA COUVE FLOR

O atrito de rolamento.

Teorema Fundamental do Cálculo - Parte 1

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x?

INTEGRAIS DEFINIDAS. Como determinar a área da região S que está sob a curva y = f(x) e limitada pelas retas verticais x = a, x = b e pelo eixo x?

TÍTULO: Métodos de Avaliação e Identificação de Riscos nos Locais de Trabalho. AUTORIA: Ricardo Pedro

Aula 10 Estabilidade

ALGEBRA LINEAR AUTOVALORES E AUTOVETORES. Prof. Ademilson

A Lei das Malhas na Presença de Campos Magnéticos.

Seu pé direito nas melhores faculdades

b 2 = 1: (resp. R2 e ab) 8.1B Calcule a área da região delimitada pelo eixo x, pelas retas x = B; B > 0; e pelo grá co da função y = x 2 exp

ROTAÇÃO DE CORPOS SOBRE UM PLANO INCLINADO

ESTATÍSTICA APLICADA. 1 Introdução à Estatística. 1.1 Definição

Edital de Processo Seletivo Nº 21/2015

Incertezas e Propagação de Incertezas. Biologia Marinha

1 As grandezas A, B e C são tais que A é diretamente proporcional a B e inversamente proporcional a C.

Ângulo completo (360 ) Agora, tente responder: que ângulos são iguais quando os palitos estão na posição da figura abaixo?

se vai Devagar Devagar se vai longe longe...

CÁRIE DENTÁRIA SEGUNDO O NÍVEL SOCIOECONÔMICO EM ITAPETININGA SP

outras apostilas de Matemática, Acesse:

Aula 8: Gramáticas Livres de Contexto

Curso Básico de Fotogrametria Digital e Sistema LIDAR. Irineu da Silva EESC - USP

Conversão de Energia I

Gabarito - Matemática Grupo G

Resumo com exercícios resolvidos do assunto: Aplicações da Integral

x 0 0,5 0,999 1,001 1,5 2 f(x) 3 4 4,998 5,

Transcrição:

Oftlmologi - Vol. 34: pp. 479-485 As Aordgens Terpêutics do Hemngiom Cpilr Plperl e Oritário Nádi Lopes 1, Guilherme Cstel 2, Ctrin Piv 2, Rui Cstel 3, Roque Loureiro 4 1 Interno do Internto Médico de Oftlmologi 2 Assistente Hospitlr de Oftlmologi 3 Chefe de Serviço de Oftlmologi 4 Director de Serviço de Oftlmologi Serviço de Oftlmologi do Centro Hospitlr de Coimr, E.P.E Director: Dr. Roque Loureiro ndilopes80@gmil.com RESUMO Ojectivo: Avlição ds diferentes modliddes terpêutics no trtmento dos hemngioms cpilres plperl e oritário n crinç. Mteril e Métodos: Estudo retrospectivo relizdo entre os nos 2000-2009, incluindo 7 crinçs com iddes compreendids entre os 4 e 12 meses. Em todos os csos, form vlidos os seguintes spectos: clínic, exmes imgiológicos (tomogrfi xil computorizd e ressonânci mgnétic) e trtmentos relizdos (corticosteróides intrlesionis e sistémicos, interferão, et-loquentes sistémicos e excisão cirúrgic). Resultdos: As injecções intrlesionis de corticosteróides levrm à regressão tumorl complet em dois csos. Três crinçs form trtds com corticosteróides sistémicos. Num cso, foi necessário ssocir o interferão. No trtmento com et-loquente, oservou-se involução do tumor num cso e no outro foi relizd excisão cirúrgic. Conclusão: Um ordgem multidisciplinr é essencil pr um óptim gestão do trtmento. A mliopi deverá ser trtd sempre que estiver presente. ABSTRACT Therpeutic options of the cpillry hemngiom of the eyelids nd orit Purpose: To evlute the diferent therpeutic solutions for the mngment of the eyelids nd orit hemngiom in children. Mteril nd methods: A retrospective study conducted etween 2000 nd 2009, including 7 children, ged from 4 month to 1 yer. In ll the cses we evluted: clinicl exmintion, computorized tomogrphy, mgnetic resonnce nd the different mngement options (intr-lesionl steroid injection, orl steroids, et-locker nd surgicl excision). Results: In 2 cses, intr- -lesionl corticosteroid injections led to complete reduction of tumorl volume. Three children were treted with orl steroid. In one cse, n interferon therpy ws initited. With et-locker, regression of the tumor ws noted in one cse, complementry therpy VOL. 34, JULHO - SETEMBRO, 2010 479

Nádi Lopes, Guilherme Cstel, Ctrin Piv, Rui Cstel, Roque Loureiro with surgery ws needed in nother cse. Conclusion: Perioritl hemngioms must e mnged y interdisciplinry therpeutic pproches. Therpy of mlyopi remins mndtory in ll cses of lrge eyelid hemngioms nd/or oritl involvement. Plvrs Chve: Hemngiom; Amliopi; Corticoterpi; Propnolol; Excisão cirúrgic. Key words: Hemngiom; Amlyopi; Corticosteroid Therpy; Propnolol; Surgicl excision. Introdução O hemngiom cpilr é tumor plperl e oritário mis comum n infânci com um incidênci de 10% ns crinçs com 1 no de idde 1. O sexo feminino é mis frequentemente fectdo (rtio 3:2). É um tumor de nturez enign, constituído por céluls endoteliis hiperplásics e present um crescimento em três fses: um fse inicil de proliferção, seguid por um fse de estilizção e finlmente um fse de involução do tumor, em 70% dos csos por volt dos 7 nos 2. O dignóstico é soretudo clínico, efectudo ns primeirs semns de vid e té os 6 meses de idde. Apresent-se n form superficil, como um formção vermelhd morngo- -like e n form profund, pode mnifestr-se num proptose, lterção d conformção do gloo ou nisometropi. Qundo são profundos, o dignóstico efectu-se com uxílio d ecogrfi óculo-oritári modo B ou doppler, tomogrfi computorizd (TAC) ou ressonânci mgnétic nucler (RMN). A ecogrfi permite determinr relção do tumor com o gloo oculr e o nervo óptico. Pel TAC é possível precisr loclizção, extensão e relção do tumor. A RMN é modlidde terpêutic mis eficiente pr crcterizr em todos os tecidos 3. N sequênci T1, o hemngiom prece isointenso em relção os músculos e à gordur. Em T2, o tumor é hiperintenso, sendo relçdo pós dministrção de gdolínio (Fig. 1). A mliopi represent complicção mis devstdor e surge como consequênci d nisometropi por stigmtismo, estrismo e privção por oclusão do eixo 4 visul. A miori dos hemngioms não requerem trtmento, pois cm por regredir espontnemente. Contudo, n presenç de um defeito estético importnte e/ou complicção oftlmológic, torn-se impertivo trtr. O ojectivo Fig. 1 RMN de hemngiom oritário direito. () Corte frontl sequênci T1 com gdolínio, () corte trnsversl, sequênci T2. 480 OFTALMOLOGIA

As Aordgens Terpêutics do Hemngiom Cpilr Plperl e Oritário deste trlho consiste em discutir s principis modliddes terpêutics utilizds, ssim como vlir su eficáci e principis efeitos dversos. Mteril e Métodos Estudo retrospectivo relizdo entre o no 2000-2009, incluindo 7 crinçs (6 menins e 1 menino) com iddes compreendids entre 4 e 12 meses. As crinçs presentvm hemngioms cpilres fectndo s pálpers, órits ou ms. Em cd cso, foi vlid dimensão d lesão, refrcção so cicloplegi, o estudo ds tropis, os movimentos oculres, o segmento nterior, o fundo oculr e os exmes imgiológicos (TAC e RMN). Discutem-se os trtmentos relizdos e evolução oservd. Resultdos Form utilizds 4 opções terpêutics isoldmente ou em ssocição: corticoterpi intrlesionl e sistémic, o ionterferão, os etloquentes sistémicos, e excisão cirúrgic. Form trtds 4 crinçs com hemngiom cpilr plperl (qudro 1). Em dois csos, form relizds injecções intrlesionis de corticosteróides (trimcinolon 20 mg e etmetson 4 mg). Num dels foi necessário dministrr um segund dose pós 4 meses. Em mos os csos, oservou-se um regressão tumorl complet, sem sequels oftlmológics (Fig. 2). N terceir crinç foi dministrd prednisolon orl (3 mg/kg/di) durnte 2 meses. Apesr do trtmento, houve crescimento d lesão pelo que se iniciou um terpêutic com interferão -2 (3MU/m 2 /di), Qudro 1 Hemngioms plperis. Ptiente n.º Sexo, idde Loclizção, dimensão do tumor 1, 6 meses. Lesão n pálper inferior esquerd (16x10mm). 2, 1 no. Lesão n pálper superior esquerd (18x18mm). 3, 6 meses. Lesão n pálper superior direit (19x20mm). 4, 8 meses. Lesão n pálper inferior direit (15x18mm) Trtmento relizdo 1 injecção intrlesionl de corticosteróides (trimcinolon 20mg e etmetson 4mg). 2 injecções intrlesionis de corticosteróides (trimcinolon 20mg e etmetson 4mg) com 4 meses de intervlo. Corticoterpi orl (prednisolon 3 mg/kg/ /di) durnte 2 meses seguido por trtmento com IFN -2 S.C (3MU/m 2 /di) durnte 8 meses. Trtmento d mliopi -loquente orl (propnolol 2mg/Kg/di) durnte 8 meses. Resultdos Regressão d lesão pós 2 meses, sem recidiv. Resolução pós segund injecção. Crescimento d lesão so corticoterpi. Regressão totl pós dministrção de IFN -2. Redução do volume tumorl, com pequen lesão residul. Fig. 2 Crinç com hemngiom plperl inferior trtd com injecção intrlesionl de corticosteróides. () specto ntes do trtmento, () specto pós 2 meses. VOL. 34, JULHO - SETEMBRO, 2010 481

Nádi Lopes, Guilherme Cstel, Ctrin Piv, Rui Cstel, Roque Loureiro durnte 8 meses o que permitiu um redução tumorl. Neste cso, verificou-se presenç de mliopi, tendo-se procedido o seu trtmento (correção d metropi e oclusão do olho mlíope). No último cso, o trtmento com propnolol (2mg/Kg/di) durnte 4 meses resultou n involução d lesão. Ds 3 crinçs com hemngiom órito- -plperl (qudro 2), dus receerm corticoterpi por vi orl (metilprednisolon, 3mg/Kg/di), durnte 1 mês num crinç e 2 meses noutr, d qul resultou um regressão tumorl complet (Fig. 3). N terceir crinç, foi dministrdo um et-loquente sistémico (propnolol, 2mg/Kg/di). Após dus semns, oservou-se diminuição ds dimensões d lesão, lterção d su colorção pssndo de vermelho escuro roxo, e d textur, tendo ficdo mis lis. Pernte usênci de regressão tumorl complet, ssociou- -se um terpêutic com corticosteróides sistémicos (deflzcort, 2 m/kg/di). Por fim, foi necessário proceder à excisão cirúrgic prcil. Actulmente, present hemngiom residul, iniciou trtmento d mliopi e mntém terpêutic com propnolol (Fig. 4). Qudro 2 Hemngioms órito-plperis. Ptiente n.º 5 Sexo e idde d crinç Loclizção e dimensão do tumor Trtmento relizdo Resultdos, 4 meses. Proptose do ldo direito e lesão introritári extr-cónic (12x10mm). Corticoterpi orl (metilprednisolon 3mg/Kg/di) durnte um mês com redução progressiv d dose. Involução d lesão 6, 12 meses. Lesão n pálper superior esquerd (17mmx22mm) com extensão introritári extr-cónic. Corticoterpi orl (metilprednisolon 3 mg/di) durnte 2 meses, com redução progressiv d dose. Involução d lesão 7, 10 meses. Lesão n pálper inferiror esquerd (26x13mm) com oclusão do eixo visul e extensão introritári extr-cónic. -loquente orl (propnolol 2mg/Kg/di) 7meses, corticoterpi orl (deflzcort 3mg/Kg/di) 2 meses e excisão cirúrgic. Involução prcil d lesão pós trtmento com -loquente e corticoterpi. Lesão residul pós excisão cirúrgic. Fig. 3 () Lesão introritári direit n TAC () sem lesão pós 1 mês de corticoterpi orl. 482 OFTALMOLOGIA

As Aordgens Terpêutics do Hemngiom Cpilr Plperl e Oritário c Fig. 4 () crinç com hemngiom volumoso direito com oclusão do eixo visul. () 2 semns pós trtmento com propponol, houve redução ds dimensões d lesão, lterção d su cor e textur. (c) Lesão residul pós excisão cirúrgic. Discussão Os principis ojectivos do trtmento do hemngiom cpilr são prevenção ds complicções oftlmológics em como resolução de deformiddes estétics importntes. N escolh do trtmento é importnte ter em cont idde d crinç, dimensão d lesão, o seu gru de extensão e presenç de complicções (mliopi e compressão de estruturs oritáris). Actulmente, s terpêutics médics corticoterpi locl e sistémic, interferão lf-2, et-loquentes sistémicos, vincristin e rdioterpi e s ordgens cirúrgics excisão do tumor e lser são utilizds, isoldmente ou em cominção, no seu trtmento. A corticoterpi previne o crescimento do tumor e celer su involução. O mecnismo de cção deste fármco não é em conhecido, dmitindo-se ser relevnte o seu efeito vsoconstritor indirecto 5. A corticoterpi intrlesionl permite liertção de lts concentrções de princípio ctivo no hemngiom e compnh-se por um regressão tumorl rápid 6. Os princípios ctivos utlizdos são trimcinolon, etmetson, dexmetson e metilprednisolon, sendo hitul ssocição de um fármco de cção rápid e outro de cção lent. As complicções ssocids o seu uso são: s lterções cutânes (70%); s lterções no sistem drenérgico (28%) trduzids por trso de crescimento, fácies cushinóides, hirsutismo, distúrios gstrintestinis; emolizção d rtéri centrl d retin (7%) 7. Qundo dministrd em grndes volumes está ssocid efeitos sistémicos importntes pelo que está reservd pr pequenos hemngioms, especilmente queles limitdos à pálper. A corticoterpi sistémic tem um início d cção mis lento, ctundo prtir d primeir segund semn. É dministrd n dose de 2-4 mg/kg/di, durnte 4 6 semns, com redução progressiv em dois meses. As lterções do sistem drenérgico (54,2%) e o efeito reound pós su interrupção VOL. 34, JULHO - SETEMBRO, 2010 483

Nádi Lopes, Guilherme Cstel, Ctrin Piv, Rui Cstel, Roque Loureiro (1%) representm os seus principis efeitos dversos 7. É importnte monitorizr crinç pr desenvolvimento de efeitos colteris, s vcins vivs não podem ser dministrds e recomend-se ind dministrção de suplementos com cálcio e potássio. Está indicd nos hemngioms com evidênci clínic e rdiológic de envolvimento intr- -oritário 8. O interferão IFN -2 e IFN -2 o iniir o crescimento e migrção ds céluls endoteliis, é eficz n involução ds lesões com respost entre s 2 e 12 semns de trtmento 9. É dministrdo por vi sucutâne n dose de 3 MU/m 2 /di, durnte tod fse prolifertiv do tumor. Está indicd nos hemngioms que não respondem outrs modliddes terpêutics pois está ssocido complicções grves nomedmente prési espástic (20%) 10. Recentemente, foi demostrd eficáci de propnolol em 11 crinçs com hemngiom severo. Form proposts s seguintes hipóteses pr explicr o seu efeito terpêutico: vsoconstrição, redução d expressão do VEGF e FGF e indução d poptose ds céluls endoteliis 11. É dministrdo n dose de 2mg/kg/di e é importnte monitorizr os sinis vitis e glicémi num fse inicil. Represent um terpêutic promissor por ser em tolerd, ms gurdm-se estudos multicêntricos com recomendções em relção à su utilizção. A vincristin e rdioterpi são pouco utilizds pel su toxicidde e tempo de cção prolongdo 12. Enfim, excisão cirúrgic permite um supresssão imedit do fctor mliogénico 13. No entnto requer um cirurgião experiente pois su excisão incomplet compnh- -se de recidiv do tumor e existe o risco de lesão de estruturs vizinhs (nervo óptico e músculos extr-oculres). Está indicd nos hemngioms em delimitdos que fectm visão e não respondem o trtmento médico. Por fim, o lser (CO 2, Argon, Yg, Dye- -pulsdo) é eficz ns lesões superficiis, residuis e ulcerds 14. Conclusão Apesr d incidênci do hemngiom, o seu trtmento continu ser lvo de lgum controvérsi. As sus váris forms de presentção e os seus diferentes perfis evolutivos tornm difícil elorção de um único protocolo terpêutico. O conhecimento ds diferentes opções terpêutics e su escolh sed n idde d crinç, dimensão e extensão do tumor são essenciis pr um melhor gestão do trtmento. Biliogrfi 11. Hik B, Zrcioglu Z, gordon r, PecHous BP.: Cpillry hemngiom (infntil perioculr hemngiom). Surv Ophthlmol 1994; 38:399-426 12. drolet B, esterly n, Friedmen i.: Hemngioms in children. Nengl J Med.1999; 341:2018-2019 13. millischer, enjolrs o, klif g, dmsbum c.: Les hémngiomes plperux du nourisson: pport de l IRM. J Rdiol 2004; 85:2019-24 14. stigmr g, crwford j, wrd c.: Ophthlmic sequele of infntil hemngiom of the eyelid nd orit. Am J Ophthlmol. 1978; 85: 806-813 15. rnchod t, Frieden j, Fredrick d.: Corticosteroid tretment of perioritl hemngiom of infncy: review of the evidence. Br J Ophthlmol 2005; 89:1134-37 16. o keefe m, lnign B, Byrne s.: Cpillry hemngiom of the eyelid nd orit: clinicl review of the sfety nd efficcy of intrlesionl steroid. Act Ophthlmol Scnd 2003;81:294-8 17. wssermn B, medow n, Hom m, HoeHn m.: Tretment of perioculr cpillry hemngioms. J AAPOS 2004; 8:175-81 18. Bennet m, FleiscHer, chmlin s, Frieden i.: Orl corticosteroid use is effective for cutneous hemngioms: n evidence-sed evlution. Arch Dermtol 2001; 137:1208-13 19. Hsting m, milot j, HersHon l, dubois r, leclerc j.: Recominnt interferon lf2 in the tretment of vision-thretenig cpillry hemngioms in chidhood. J AAPOS 1997; 1:226-30 10. worle H, mss e, kohler B, treuner j.: Interferon lph-2 therpy in hemngiom of infncy: spstic diplegi s severe compliction. Eur J Peditr 2004; 11:99-107 484 OFTALMOLOGIA

As Aordgens Terpêutics do Hemngiom Cpilr Plperl e Oritário 11. lbréze c, roque en HuBicHe t, Borlevi F.: Propnolol for severe hemngiom of infncy. N Engl J Med 2008;358:2649-51 12. welsh o, olzrn Z, gomez m, Bermn m.: Tretment of infntile hemngiom with short term ppliction of imiquimod 5% crem. J Am Acd Dermtol 2004;51:639-42 13. slughter, sullivn t, Boulton j, gole g.: Erly surgicl intervention s definitive tretment for oculr dnexl cpillry hemngiom. Clin Experiment Ophthlmol 2003;31:418-23 14. l BH, verheghe e, dierckxsens l, neyert jm.: Erly tretment of hemngioms with lsers. A review. Dermtology 2003;206:370-3 VOL. 34, JULHO - SETEMBRO, 2010 485