2º PAINEL Taxa de câmbio e semiestagnação desde 1981
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1 13º FÓRUM DE ECONOMIA DA FGV 2º PAINEL Taxa de câmbio e semiestagnação desde 1981 MARIO BERNARDINI 12 de setembro de 2016
2 O Brasil desaprendeu a crescer a partir dos anos 80
3 O BRASIL NÃO CRESCE DE FORMA SATISFATÓRIA, HÁ MAIS DE 30 ANOS % a.a. 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6, ,5 Variações anuais do PIB Brasileiro ,4 Figueiredo Sarney ,2 Collor + Itamar Variação Real % Anual Média % no período 2,6 2,3 3,5 Governo PIB PER CAPITA Período DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 3 4,6 2,2 FHC I FHC II Lula I Lula II Dilma I Dilma II * Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. *2015; **Média no período Média % ,2 Figueiredo ,4 Sarney ,3 Collor ,4 Itamar FHC I ,0 FHC II ,5 Lula I ,2 Lula II ,5 Dilma I ,3 Dilma II* , Brasil 1,1 Mundo** 1,3
4 E O PIB BRASILEIRO CRESCEU MENOS QUE A MÉDIA MUNDIAL E, AINDA MENOS, QUE O DOS EMERGENTES DESEMPENHO ACUMULADO DO PIB World Emerging market and developing economies Brazil Número índice, Base: 1980 = Figueiredo Sarney Collor + Itamar FHC I FHC II Lula I Lula II Dilma I Dilma II Fonte: FMI Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 4
5 O BRASIL INVESTE POUCO COMPARADO À AMÉRICA LATINA, MUNDO E BRICS (SEM B) Média dos investimentos nos últimos anos ( ) Investimento FBCF/PIB (%) 16,6 18,0 17,2 17,1 17,3 17,9 18,4 18,3 19,1 19,4 20,2 20,9 20,7 20,6 20,5 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00 21,00 22,00 23,00 24,00 25,00 Fonte: IBGE e IFMI Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Nota: Dados de 2015 preliminares. Legenda: BR Brasil, AL América Latina e Caribe; RICS Rússia, Índia, China e África do Sul. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 5 BR 18,8 18,2 AL 20,9 Mundo 24,1 RICS 28,8
6 E A FBCF VOLTA A DESPENCAR A PARTIR DE Trimestre corrente Média em 4 trimestres 20,8 21,5 21,6 21,0 19, ,6 20,1 18,8 19, ,9 17,9 17, ,0 17,9 17, ,2 17,1 16,5 16, ,4 16, I 2002.III 2003.I 2003.III 2004.I 2004.III 2005.I 2005.III 2006.I 2006.III 2007.I 2007.III 2008.I 2008.III 2009.I 2009.III 2010.I 2010.III 2011.I 2011.III 2012.I 2012.III 2013.I 2013.III 2014.I 2014.III 2015.I 2015.III 2016.I Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 6
7 O RESULTADO É UM BAIXO ESTOQUE DE CAPITAL PRODUTIVO EM RELAÇÃO A OUTROS PAÍSES Estoque de capital produtivo por pessoal ocupado (US$ mil 2011) United States Taiwan Japan Korea Mexico Brazil Russia China Fonte: PWT Penn World Table. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 7
8 O QUE REDUZ AINDA MAIS A PRODUTIVIDADE Fatores que influenciam a competitividade Por grupo de países PTF Capital humano Capital físico Países ricos Países pobres Fonte e Elaboração: Robert Inklaar e Marcel P. Timmer. Groningen Growth and Development Centre, University of Groningen, July DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 8
9 AFINAL, PORQUE NÃO CRESCEMOS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS? Existem explicações para todos os gostos: Faltam investimentos em infraestrutura; Baixos investimentos em educação e inovação ; Nível de poupança insuficiente; Abandono do tripé / falta de independência do Bacen; Exigências de conteúdo local / protecionismo excessivo; Falta de acordos comerciais / maior abertura comercial Subsídios do tesouro ao consumo e ao BNDES; Aumento do salário acima da produtividade, que não cresce adequadamente; Custo Brasil... DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 9
10 NA REALIDADE... Nos últimos 35 anos houve poucos períodos de crescimento que, com exceção dos anos Lula II, sequer chegaram perto dos ganhos de PIB per capita das décadas anteriores. A partir dos anos 80 a crise do petróleo antes e a hiperinflação depois, com sua sucessão de planos econômicos, tornaram o crescimento uma impossibilidade. Assim a pergunta que deve ser respondida é porque o Brasil não conseguiu acompanhar, a partir de relativa estabilidade de 95, o crescimento do mundo e muito menos o dos países emergentes. Em meu entendimento, a causa principal foi que, a partir de FHC I, o governo tirou da indústria as condições necessárias para crescer, investir e para demandar serviços de qualidade de forma crescente e assim aumentar tanto a sua produtividade como a do país. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 10
11 Se a causa é o baixo investimento (em modernização, tecnologia, P&D, inovação...), porquê investimos pouco?
12 O REAL APRECIADO TIRA A COMPETIVIDADE DO PRODUTO NACIONAL Variação percentual real acumulada pelas moedas selecionadas em relação ao USD (Base: 2005) Real EURO ,69 0 DÓLAR ,44 60 jan/97 ago/97 mar/98 out/98 mai/99 dez/99 jul/00 fev/01 set/01 abr/02 nov/02 jun/03 jan/04 ago/04 mar/05 out/05 mai/06 dez/06 jul/07 fev/08 set/08 abr/09 nov/09 jun/10 jan/11 ago/11 mar/12 out/12 mai/13 dez/13 jul/14 fev/15 set/15 abr/16 nov/16 Fonte: LCA e Bacen. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 12
13 AO REDUZIR OS PREÇOS DOS PRODUTOS TRADEABLES REDUZ A MARGEM Variação % acumulada em 12 meses IPCA IPA DI Industrial IPP Industria de transformação mai 16 jan 04 mai 04 set 04 jan 05 mai 05 set 05 jan 06 mai 06 set 06 jan 07 mai 07 set 07 jan 08 mai 08 set 08 jan 09 mai 09 set 09 jan 10 mai 10 set 10 jan 11 mai 11 set 11 jan 12 mai 12 set 12 jan 13 mai 13 set 13 jan 14 mai 14 set 14 jan 15 mai 15 set 15 jan 16 Fonte: IBGE e FGV; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 13
14 E FAZ COM QUE O INCENTIVO AO CONSUMO RESULTE EM SUBSTITUIÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL POR IMPORTADOS 200 COMÉRCIO PRODUÇÃO INDUSTRIAL jan 02 jun 02 nov 02 abr 03 set 03 fev 04 jul 04 dez 04 mai 05 out 05 mar 06 ago 06 jan 07 jun 07 nov 07 abr 08 set 08 fev 09 jul 09 dez 09 mai 10 out 10 mar 11 ago 11 jan 12 jun 12 nov 12 abr 13 set 13 fev 14 jul 14 dez 14 mai 15 out 15 mar 16 Número índice, base: 2002 = 100 Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 14
15 OUTRA CAUSA IMPORTANTE É A TAXA DE JUROS ELEVADA Meta (Percentual ao ano) 50 CONTA GARANTIDA SELIC 10 0 IPCA 03/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /2016 Fonte: Bacen e IBGE; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 15
16 QUE LEVA O CUSTO DO CAPITAL A SER MAIOR QUE O RETORNO DO INVESTIMENTO Fonte e Elaboração: Cemec DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 16
17 O AUMENTO DO ENDIVIDAMENTO DAS EMPRESAS TANTO NO MERCADO INTERNO (A PARTIR DE 2008) Saldo da carteira de crédito Pessoas jurídicas em relação ao PIB (percentual) DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 17 26,2 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 mar/16 jun/16 Fonte: Bacen; Elaboração: DCEE/ABIMAQ.
18 QUANTO NO MERCADO EXTERNO 250 (valores em US$ bilhões) 200 Operações intercompanhia Empresas não financeiras Fonte: Bacen; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 18
19 LEVA A UM FORTE CRESCIMENTO DAS DESPESAS FINANCEIRAS Despesas financeiras líquidas e custos dos produtos vendidos da indústria Número índice, base : 2010 = 100 Fonte: IEDI a partir de Balanços Patrimoniais e Demonstrações Financeiras. Elaboração: IEDI DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 19
20 CONCLUSÃO Considerando que o investimento do setor industrial, ao longo das últimas décadas, tem sido custeado, em média, com mais de 70% de recursos próprios e menos de 30% de capital de terceiros, e que a redução das margens, causada basicamente pelo real apreciado ao longo de quase todo o período posterior ao Plano Real, agravada pelo aumento dos custos financeiros, principalmente depois da crise de 2008, reduziu a poupança das empresas, tivemos, salvo em poucos e curtos períodos, um desestímulo ao investimento produtivo o que reduziu diretamente o crescimento do PIB nas última décadas e, indiretamente, via baixa produtividade em consequência do insuficiente estoque de capital produtivo disponível por pessoa ocupada. DCEE Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 20
21 OBRIGADO!
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