FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS - BACEN PROFESSORAS: ANGÉLICA DE CARVALHO E MARIANA LIMA
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- Lucas Gabriel de Sequeira Correia
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1 Olá, tudo bem? Esse é o curso preparatório de Fundamentos da Gestão de Pessoas para o concurso do Bacen para o cargo técnico área 1. As aulas contemplam a teoria e exercícios sobre os temas que caem no concurso. Nós traremos o máximo de questões da CESPE para que vocês treinem bastante, mas algumas vezes vamos inserir questões de outras bancas, como forma de complementar o conteúdo, ok? O objetivo sempre SERÁ PREPARÁ-LOS PARA PASSAR NO CONCURSO e para isso é muito importante que nos enviem as dúvidas que surgirem, seja de alguma questão ou algum ponto da aula que não tenham entendido. As respostas serão enviadas pelo fórum e, se for o caso, podemos retomar o ponto ao final da aula seguinte. O IMPORTANTE É QUE TODAS AS DÚVIDAS SEJAM ESCLARECIDAS! Segue o cronograma do curso: Aula 01 (09/09): 1 Principais modelos de administração pública: patrimonialista, burocrático, nova gestão pública e papéis do Estado. 2 O papel da área de recursos humanos. Aula 02 (16/09): 3 Recrutamento e seleção - formas de recrutamento, perfil do candidato, perfil do posto, técnicas seletivas. 4 Benefícios, higiene, segurança e qualidade de vida. Aula 03 (23/09): 5 Planos de carreira. 6 Gestão de desempenho: avaliação de desempenho, feedback, reconhecimento, elementos que favorecem desempenho de equipes. 7 Gestão por competências: mapeamento e avaliação. 8 Gestão de pessoas com foco em resultados. Aula 04 (30/09): 9 Educação corporativa. 10 Treinamento, Desenvolvimento e Educação: conceitos e importância, operacionalização e rotinas. 11 Benefícios Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 1
2 e serviços. 12 Bancos de dados e sistemas de informações de recursos humanos. Aula 05 (07/10): 13 Comportamento organizacional: clima e cultura organizacional, comunicação organizacional, liderança, equipes de trabalho Hoje trataremos do conteúdo da Aula 01. Estamos sempre disponíveis por e no fórum, não deixem de entrar em contato! s: mariaangelica@pontodosconcursos.com.br marianalima@pontodosconcursos.com.br Vamos lá? Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 2
3 PRINCIPAIS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Desde o momento em que as sociedades começaram a se estruturar em Estados, começou a existir a necessidade de algum tipo de organização e formalização de modo a defender interesses comuns sem que interesses pessoais se sobressaíssem aos interesses públicos e vice-versa. A partir dessa realidade, a Administração Pública vem evoluindo de acordo com as necessidades sociais e de modo a tentar suprir as demandas pelos serviços públicos. Segundo Chiavenato (2008), a reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 1990 não apenas em resposta à crise generalizada do Estado, mas como uma forma de defender o Estado enquanto res publica, enquanto coisa pública enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos. A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições ao longo do tempo. Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, percebe-se que administração pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial, conforme ilustra a figura a seguir: Figura: A evolução da Administração Pública Fonte: CEDERJ Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 3
4 O Modelo de Administração Patrimonialista No modelo da administração pública patrimonialista (ou do patrimonialismo), o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada da res principis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. Quando o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável (CHIAVENATO, 2008). Essa administração era marcada pela incapacidade ou relutância do príncipe em distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados: o governante era o maior beneficiário da riqueza do Governo e, ao mesmo tempo, o seu gestor. Por isso, era vista como uma forma de alguns privilegiados se apropriarem dos tributos sem qualquer tipo de retorno para a sociedade: o Governo não cumpria o seu papel de provedor de serviços públicos. Em consequência, a corrupção, o nepotismo e o fisiologismo eram inerentes a esse tipo de administração. De acordo com Paiva (2004), tais características patrimonialistas eram o foco da Administração Pública no Brasil durante o império e mesmo durante o período republicano representado pela República Velha ( ). Nesse período, os cargos da Administração Pública eram passados de pai para filho dando características personalistas a essa administração. Assim, por administração patrimonial entende-se a modalidade administrativa na qual não existe distinção entre bens públicos e privados, isto é os bens públicos são utilizados como se fosse patrimônio dos grupos privados. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 4
5 Modelo de Administração Pública Burocrática Com o surgimento do capitalismo e da democracia e com o mercado e a sociedade civil se distinguindo do Estado, tornou-se necessário uma distinção entre bens públicos e privados. Dessa forma, surgiu, na segunda metade do século XIX, na Europa, o modelo burocrático, com o intuito de proteger o patrimônio público contra a privatização do Estado, por meio de um serviço público profissional e de um sistema administrativo impessoal, formal e racional (BRESSER, 2005). O pensador da burocracia foi o sociólogo alemão Max Weber, que, ao estudar os tipos de sociedade e as formas do exercício da autoridade (tradicional e carismática), desenvolveu, como alternativa, o modelo racional-legal, ou burocrático. Weber foi quem conferiu à burocracia o significado característico de sistemas sociais relativamente avançados. No Brasil, a administração burocrática surgiu na década de 30, com a criação do DASP Departamento Administrativo do Serviço Público na tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. Os controles administrativos visando a evitar a corrupção e o nepotismo, são sempre a priori. Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos. Por outro lado, o controle a garantia do Poder do Estado transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a missão de sua missão básica, que é servir a sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos. Seu defeito, a ineficiência, a autorreferência, a incapacidade de voltar-se para os serviços aos cidadãos vistos como clientes. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 5
6 Esse defeito, entretanto não se revelou determinante porque os serviços do Estado, na época, eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade (CHIAVENATO, 2008). As principais características do modelo burocrático são: Estrutura de autoridade impessoal; Hierarquia de cargos baseada em um sistema de carreiras altamente especificado; Cargos com claras esferas de competência e atribuições; Sistema de livre seleção para preenchimento dos cargos, baseado em regras específicas e contrato claro; Seleção com base em qualificação técnica (há nomeação e não eleição); Remuneração expressa em moeda e baseada em quantias fixas, graduada conforme o nível hierárquico e a responsabilidade do cargo; O cargo como a única ocupação do burocrata; Promoção baseada em sistema de mérito (meritocracia); Sistemática e rigorosa disciplina e controle do cargo; Normatização, com controles rígidos e a priori de processos e procedimentos. Com a operacionalidade do Estado, as crises econômicas mundiais e o gigantismo de multinacionais, ficava claro que a estratégia adotada pela burocracia o controle hierárquico e formal de procedimentos havia provado ser inadequada. Essa estratégia podia talvez evitar a corrupção e o nepotismo, mas era lenta, cara e ineficiente (BRESSER, 2005). Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 6
7 Ela fazia sentido no tempo do Estado liberal do século XVIII: um Estado pequeno dedicado à proteção dos direitos de propriedade; um Estado que só precisava de um parlamento para definir as leis, de um sistema judiciário e policial para fazer cumpri-las, de forças armadas para proteger o país do inimigo externo e de um ministro das finanças para arrecadar impostos. Mas era uma estratégia que já não fazia sentido, uma vez que o Estado havia acrescentado às suas funções o papel de provedor de educação pública, de saúde pública, de cultura pública, de seguridade social, de incentivos à ciência e tecnologia, de investimentos em infraestrutura e de proteção ao meio ambiente. A essa fragilidade da administração burocrática somava-se a crença de que o setor privado possuía o modelo ideal de gestão. Dessa forma, foi no contexto de escassez de recursos públicos, de enfraquecimento do poder do Estado e de avanço de uma ideologia privatizante que o modelo gerencial se implantou no setor público. A Nova Administração Pública e os papéis do Estado - Modelo Gerencial A reforma da gestão pública, ou gerencial, é a segunda reforma administrativa que acontece no capitalismo. A primeira foi a reforma burocrática, que aconteceu nos países desenvolvidos na segunda metade do século XIX, e nos anos 30 no Brasil. E a segunda é a reforma da gestão pública que está acontecendo desde os anos 80 nos países desenvolvidos e desde 90 no Brasil. (BRESSER;PEREIRA, 2002). Muitos estudiosos e pesquisadores da administração pública e das organizações têm sugerido que o setor público adote um padrão de gestão semelhante ao das organizações do setor privado. Este movimento mundial, denominado de New Managerialism ou Nova Administração Pública. Este modelo teve origem em 1979, na Grã Bretanha, no governo Tatcher; e em 1980 nos Estados Unidos da América, no Governo Reagan, tendo seus Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 7
8 princípios aplicados também em países como Austrália, Nova Zelândia, Suécia, e Canadá. No Brasil, este movimento é denominado Administração Pública Gerencial. Cabe ressaltar que essa forma de superação deve ser interpretada como uma forma de melhorar procedimentos que, embora de origem burocrática, ainda sejam indispensáveis para a obtenção da eficiência e eficácia das organizações públicas. A Nova Gestão pública supõe uma significativa mudança de perspectiva sobre a maneira de alcançar resultados no âmbito público. Segundo Araújo (2010), constituem ideias centrais da Nova Gestão pública: Estado administrativo ao estilo da iniciativa privada; Contratos de gestão entre unidades; Avaliação de desempenho; Ênfase em resultados; Redução do poder da burocracia; Focalização na eficiência; Busca de mecanismos regulatórios; Introdução sistemática de conceitos de produtividade; Flexibilidade; Competitividade administrada; Participação dos agentes sociais e controle dos resultados; Foco no cidadão, orçamento e avaliação por resultados e performance; Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia; Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 8
9 Descentralização na formulação e execução de políticas e por fim maior autonomia às unidades executoras. Uma das principais características que vem sendo referenciada como promotora da eficiência e da eficácia pública é a gestão orientada para resultados, defendida como uma forma de se garantir que o poder público busque os resultados almejados, contribuindo, não somente para a eficiência da máquina pública, mas também para melhorar os resultados obtidos com as ações do Estado. A administração pública gerencial constitui um avanço e, até certo ponto, um rompimento com a administração burocrática. Isto não significa, entretanto que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública que continua um princípio fundamental. Este modelo, que visa contribuir de forma significativa para o aumento da equidade no acesso aos serviços públicos, requer o planejamento estratégico das ações a serem desenvolvidas pelo poder público, maior autonomia gerencial, elaboração de indicadores de desempenho e, sobretudo, a avaliação dos resultados obtidos. Na busca por um novo padrão de administração pública, credita-se ao modelo de gestão pública orientada para resultados a modernização e o fortalecimento da gestão, por meio do uso adequado dos recursos para, assim, alcançar os resultados determinados. Nesse caso, também é papel do poder púbico, além de dirigir e executar, planejar e avaliar, sem esquecer que o foco central será o resultado da ação. Para alcançar seus objetivos, a gestão orientada por resultados dispõe, em sua estrutura, de alguns recursos, exemplos: os contratos de desempenho, que podem ser compreendidos como uma forma de pactuação dos objetivos e Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 9
10 metas a serem alcançados, alinhados com os objetivos estratégicos ; a flexibilidade/autonomia de gestão, que concede maior autonomia gerencial, orçamentária ou financeira aos dirigentes e servidores. O paradigma pós-burocrático O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos princípios de confiança e da descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções, incentivos à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho e à capacitação permanente, que já eram características da boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da competição administrada. Segundo Chiavenato (2008) uma visão realista, da reconstrução do aparelho do Estado, atualmente, em bases gerenciais deve levar em conta a necessidade de equacionar assimetrias decorrentes da persistência de aspectos patrimonialistas na administração contemporânea, bem como dos excessos formais e anacronismos do modelo burocrático. Não se trata simplesmente de descartá-la, mas sim de considerar os aspectos em que está superada e as características que ainda mantêm válidas como formas de garantir efetividade à administração pública. O modelo gerencial tornou-se realidade no mundo desenvolvido quando, por meio da definição clara de objetivos para cada unidade da administração, da descentralização, da mudança de estruturas organizacionais e da adoção de valores e de comportamentos modernos do Estado, se revelou mais capaz de promover o aumento da qualidade e da eficiência dos serviços sociais oferecidos pelo setor público. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 10
11 Vamos exercitar? FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS - BACEN 1. (CESPE 2010 EMBASA Administrador) De acordo com a teoria da burocracia, julgue os itens subsequentes e assinale a alternativa FALSA: a) Na burocracia weberiana, o funcionário tem determinada a sua forma de agir, de acordo com rotinas preestabelecidas. b) A necessidade de documentar e formalizar todas as comunicações, por escrito, pode conduzir ao excesso de formalismo e documentação. c) A burocracia weberiana é uma forma de organização cujas consequências desejadas se resumem à previsibilidade do comportamento das pessoas que nela atuam. d) Fila constante, em frente aos postos de atendimento das organizações, inclui-se entre as características da teoria da burocracia weberiana. Comentários: a) Na burocracia weberiana, o funcionário tem determinada a sua forma de agir, de acordo com rotinas preestabelecidas. Certa! Todas as atividades da organização são definidas por escrito (rotinas e procedimentos) e a organização opera de acordo com um conjunto de leis ou regras. b) A necessidade de documentar e formalizar todas as comunicações, por escrito, pode conduzir ao excesso de formalismo e documentação. Certa! Todas as comunicações são feitas por escrito e documentada, porém pode conduzir ao excesso de formalismo e documentação. c) A burocracia weberiana é uma forma de organização cujas consequências desejadas se resumem à previsibilidade do comportamento das pessoas que nela atuam. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 11
12 Certa! A burocracia, segundo Weber, visa atingir certas consequências desejadas e antecipadamente previstas. d) Fila constante, em frente aos postos de atendimento das organizações, inclui-se entre as características da teoria da burocracia weberiana. Falsa! Não corresponde à teoria burocrática. Para Max Weber a burocracia é exatamente ao contrário, é a organização eficiente por excelência. Gabarito D 2. (CESPE 2013 MI Administrador) No que se refere a abordagens da administração, evolução da administração pública no Brasil e nova gestão pública, julgue o item a seguir. Para a antiga administração pública, anterior à nova gestão pública, o interesse público representava a agregação dos interesses individuais. a) Certo b) Errado Comentários: Se faz necessário uma breve contextualização para então responder à essa questão. Desde o momento em que as sociedades começaram a se estruturar em Estados, começou a existir a necessidade de algum tipo de organização e formalização de modo a defender interesses comuns sem que interesses pessoais se sobressaíssem aos interesses públicos e vice-versa. A partir dessa realidade, a Administração Pública vem evoluindo de acordo com as necessidades sociais e de modo a tentar suprir as demandas pelos serviços públicos. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 12
13 Segundo Chiavenato (2008), a reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 1990 não apenas em resposta à crise generalizada do Estado, mas como uma forma de defender o Estado enquanto res publica, enquanto coisa pública enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos. A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições ao longo do tempo. Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, percebe-se que administração pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial, conforme ilustra a figura a seguir: Figura: A evolução da Administração Pública Fonte: CEDERJ Assim, para a antiga administração pública, anterior à nova gestão pública, identificamos a administração pública patrimonialista e a burocrática. No modelo da administração pública patrimonialista (ou do patrimonialismo), o interesse público é uma extensão do poder do soberano e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza real. No modelo da administração pública burocrática a efetividade está no controle dos abusos. O interesse público limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 13
14 Logo a afirmativa está errada. Gabarito B 3. (CESPE 2013 MI Administrador) No que se refere a abordagens da administração, evolução da administração pública no Brasil e nova gestão pública, julgue o item a seguir. O modelo de reforma do Estado brasileiro, posto em prática sob a ótica neoliberal, mostrou-se eficaz na solução dos problemas socioeconômicos do país, pois estava orientado para o desenvolvimento e levou em consideração a necessidade do Estado e sua construção em novas bases. a) Certo b) Errado Comentários: Uma das principais características dessa reforma que vem sendo referenciada como promotora da eficiência e da eficácia pública é a gestão orientada para resultados, defendida como uma forma de se garantir que o poder público busque os resultados almejados, contribuindo, não somente para a eficiência da máquina pública, mas também para melhorar os resultados obtidos com as ações do Estado. Para alcançar seus objetivos, a gestão orientada por resultados dispõe, em sua estrutura, de alguns recursos, exemplos: os contratos de desempenho, que podem ser compreendidos como uma forma de pactuação dos objetivos e metas a serem alcançados, alinhados com os objetivos estratégicos ; a flexibilidade/autonomia de gestão, que concede maior autonomia gerencial, orçamentária ou financeira aos dirigentes e servidores. Contudo, não são suficientes para a solução dos problemas socioeconômicos do país. Assim, a afirmativa está errada. Gabarito B Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 14
15 4. (CESPE 2013 Ministério da Saúde Administrador) Considerando a evolução da administração e as reformas administrativas que levaram à nova gestão pública, julgue o item a seguir. Na administração pública gerencial, a sociedade cujos cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições é tratada como um campo de conflito, cooperação e incerteza. a) Certo b) Errado Comentários: A administração pública gerencial está baseada em uma concepção de Estado e de sociedade democrática e plural, enquanto que a administração pública burocrática tem um vezo centralizador e autoritário. O liberalismo do século XIX, no qual se moldou a forma burocrática de administração pública, era um regime político de transição do autoritarismo para a democracia. Enquanto a administração pública burocrática acredita em uma racionalidade absoluta, que a burocracia está encarregada de garantir, a administração pública gerencial pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e incerteza, na qual cidadãos defendem seus interesses e afirmam suas posições ideológicas, que afinal se expressam na administração pública. Nestes termos, o problema não é o de alcançar a racionalidade perfeita, mas de definir instituições e práticas administrativas suficientemente abertas e transparentes de forma a garantir que o interesse coletivo na produção de bens públicos ou quasi-publicos pelo Estado seja razoavelmente atendido (ENAP, 1998). Logo a afirmativa está correta. Gabarito A 5. (CESPE 2013 Unipampa Administrador) Considerando a evolução da administração e as reformas administrativas que levaram à nova gestão pública, julgue o item a seguir. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 15
16 No modelo de administração pública patrimonialista, os servidores públicos possuem status de nobreza real, e os cargos funcionam como recompensas, o que contribui para a prática de nepotismo. a) Certo b) Errado Comentários: No modelo da administração pública patrimonialista (ou do patrimonialismo), o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica (coisa pública) não é diferenciada da res principis (aquilo que pertence ao Estado ou ao próprio soberano). Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração (CHIAVENATO, 2008). Afirmativa correta! Gabarito A 6. (CESPE 2013 Unipampa Administrador) Considerando a evolução da administração e as reformas administrativas que levaram à nova gestão pública, julgue o item a seguir. A administração pública gerencial foi implantada no Brasil, na metade do século XX, em substituição ao modelo burocrático, incompatível com o avanço do capitalismo. a) Certo b) Errado Comentários: Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 16
17 A reforma da gestão pública, ou gerencial, é a segunda reforma administrativa que acontece no capitalismo. A primeira foi a reforma burocrática, que aconteceu nos países desenvolvidos na segunda metade do século XIX, e nos anos 30 no Brasil. E a segunda é a reforma da gestão pública que está acontecendo desde os anos 80 nos países desenvolvidos e desde 90 no Brasil. (BRESSER;PEREIRA, 2002). Este modelo teve origem em 1979, na Grã Bretanha, no governo Tatcher; e em 1980 nos Estados Unidos da América, no Governo Reagan, tendo seus princípios aplicados também em países como Austrália, Nova Zelândia, Suécia, e Canadá. No Brasil, este movimento é denominado Administração Pública Gerencial. Cabe ressaltar que essa forma de superação deve ser interpretada como uma forma de melhorar procedimentos que, embora de origem burocrática, ainda sejam indispensáveis para a obtenção da eficiência e eficácia das organizações públicas. A administração pública gerencial constitui um avanço e, até certo ponto, um rompimento com a administração burocrática. Isto não significa, entretanto que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública que continua um princípio fundamental. Logo a afirmativa está errada! Gabarito B 7. (CESPE TRE-ES - Analista Judiciário - Área Judiciária Específicos) Julgue os itens relativos à administração pública. O paradigma burocrático da administração pública pressupõe que o aparelho do Estado funcione como uma extensão do poder do dirigente. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 17
18 a) Certo b) Errado Comentários: Com o surgimento do capitalismo e da democracia e com o mercado e a sociedade civil se distinguindo do Estado, tornou necessária uma distinção entre bens públicos e privados. O que contribui com o surgimento, na segunda metade do século XIX, na Europa, do modelo burocrático, com o intuito de proteger o patrimônio público contra a privatização do Estado, por meio de um serviço público profissional e de um sistema administrativo impessoal, formal e racional. Logo a afirmativa está errada! Gabarito B 8. (CESPE TRE-ES - Analista - Contabilidade Específicos) No que se refere à administração pública, julgue os itens a seguir. Enquanto o modelo burocrático utiliza o controle rígido para combater a corrupção, o modelo pós-burocrático adota meios como indicadores de desempenho e controle de resultados. a) Certo b) Errado Comentários: No modelo burocrático a estratégia estava voltada para evitar a corrupção e o nepotismo decorrentes e fortes no sistema anterior. O modelo pós-burocrático, chamado de gerencial, visa contribuir de forma significativa para o aumento da equidade no acesso aos serviços públicos, Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 18
19 requer o planejamento estratégico das ações a serem desenvolvidas pelo poder público, maior autonomia gerencial, elaboração de indicadores de desempenho e, sobretudo, a avaliação dos resultados obtidos. Assim, a afirmativa está correta! Gabarito A 9. (CESPE TRE-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa Específicos) No que se refere aos fundamentos da administração pública no Brasil nos últimos 30 anos, julgue os seguintes itens. Após a reforma ocorrida na década de 90 do século XX, o Estado brasileiro superou o paradigma burocrático, adotando, com êxito, o modelo gerencial. a) Certo b) Errado Comentários: Segundo Chiavenato (2008) uma visão realista da reconstrução do aparelho do Estado, em bases gerenciais, deve levar em conta a necessidade de equacionar assimetrias decorrentes da persistência de aspectos patrimonialistas na administração contemporânea, bem como dos excessos formais e anacronismos do modelo burocrático. Não se trata simplesmente de descartála, mas sim de considerar os aspectos em que está superada e as características que ainda mantêm válidas como formas de garantir efetividade à administração pública. O modelo gerencial tornou-se realidade no mundo desenvolvido quando, por meio da definição clara de objetivos para cada unidade da administração, da descentralização, da mudança de estruturas organizacionais e da adoção de valores e de comportamentos modernos do Estado, se revelou mais capaz de promover o aumento da qualidade e da eficiência dos serviços sociais Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 19
20 oferecidos pelo setor público. Com isso, podemos dizer que a afirmativa está errada. Não ocorreu uma total ruptura ou separação total do modelo burocrático, e sim a manutenção do que era válido e descarte do que já não era mais válido. Gabarito B 10. (CESPE TRE-BA - Analista Judiciário Contabilidade) A respeito de administração pública, julgue os itens a seguir. Instrumentos praticados pela administração pública, como a divisão do trabalho, a hierarquia de autoridade, a racionalidade, as regras e os padrões e a impessoalidade, foram restringidos com o surgimento da administração pública gerencial, que substituiu o modelo burocrático até então adotado pelo governo brasileiro. a) Certo b) Errado Comentários: A gestão pública deve ser orientada para o cidadão, e desenvolver-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 20
21 Fonte: Logo a afirmativa está errada! Gabarito B 11.(CESPE 2009 MCT/FINEP) Assinale a opção que descreve a forma de administração pública denominada patrimonialista. a) Emergiu na segunda metade do século XX como resposta à expansão das funções econômicas e sociais do Estado. b) A garantia do poder do Estado é materializada pelo controle como um fim em si mesmo, que se transforma na própria razão de ser do funcionário. c) A estratégia principal deve voltar-se para a definição precisa dos objetivos que um administrador público deve atingir em sua unidade. d) A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração, em que o aparelho de Estado funciona como uma extensão do poder do soberano. e) A administração pública é inspirada na forma como as empresas privadas administram seus próprios patrimônios. Comentários: Vamos analisar as alternativas: a) Emergiu na segunda metade do século XX como resposta à expansão das funções econômicas e sociais do Estado. Errada! O modelo patrimonialista era o foco da Administração Pública no Brasil durante o império e mesmo durante o período republicano representado pela República Velha ( ). Nesse período, os cargos da Administração Pública eram passados de pai para filho dando características personalistas a essa administração. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 21
22 b) A garantia do poder do Estado é materializada pelo controle como um fim em si mesmo, que se transforma na própria razão de ser do funcionário. Errada! Essa garantia era materializada sob a forma do governante ser o maior beneficiário da riqueza do Governo e, ao mesmo tempo, o seu gestor. c) A estratégia principal deve voltar-se para a definição precisa dos objetivos que um administrador público deve atingir em sua unidade. Errada! O Governo não cumpria o seu papel de provedor de serviços públicos, alguns privilegiados se apropriarem dos tributos sem qualquer tipo de retorno para a sociedade, em consequência, a corrupção, o nepotismo e o fisiologismo eram inerentes a esse tipo de administração. d) A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração, em que o aparelho de Estado funciona como uma extensão do poder do soberano. Correta! A corrupção e nepotismo são inerentes deste Modelo. e) A administração pública é inspirada na forma como as empresas privadas administram seus próprios patrimônios. Errada! É uma das características do Modelo gerencial. Vamos ver quais são as outras características? Segundo Araújo (2010), constituem ideias centrais do modelo: Estado administrativo ao estilo da iniciativa privada; Contratos de gestão entre unidades; Avaliação de desempenho; Ênfase em resultados; Redução do poder da burocracia; Focalização na eficiência; Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 22
23 Busca de mecanismos regulatórios; Introdução sistemática de conceitos de produtividade; Flexibilidade; Competitividade administrada; Participação dos agentes sociais e controle dos resultados; Foco no cidadão, orçamento e avaliação por resultados e performance; Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia; Descentralização na formulação e execução de políticas e por fim maior autonomia às unidades executoras. Gabarito D 12. (CESPE 2009 TCE/AC) A administração pública burocrática brasileira está relacionada com a) A promulgação do Decreto-Lei n.º 200. b) A criação do SEMOR. c) A criação do DASP. d) Os princípios de orientação para o cidadão-cliente. e) A implantação do PRND. Comentários: Aa administração burocrática surgiu na década de 30, com a criação do DASP Departamento Administrativo do Serviço Público na tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 23
24 Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. Os controles administrativos visando a evitar a corrupção e o nepotismo, são sempre a priori. Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos. Logo a alternativa correta é a C. Gabarito C 13. (CESPE 2009 TCE/AC ) São características da administração pública patrimonialista a) O foco no cidadão e a distribuição do patrimônio do Estado de forma equitativa. b) O foco no cidadão e a impessoalidade no tratamento. c) A desconfiança dos administradores e o controle rígido de suas ações. d) A avaliação sistemática e a capacitação permanente. e) corrupção e o nepotismo. Comentários: Falar da administração pública patrimonialista é dizer: O aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica (coisa pública) não é diferenciada da res principis (aquilo que pertence ao Estado ou ao próprio soberano). Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 24
25 A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. Assim, podemos dizer que a alternativa correta é a E. Gabarito E 14.(CESPE 2009 AUGE/MG) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado identificava, em uma perspectiva histórica, três formas básicas de administração pública, a saber: a) Administração pública clássica, administração pública burocrática e administração pública gerencial. b) Administração pública patrimonialista, administração pública burocrática e administração pública gerencial. c) Administração pública burocrática, administração pública pós-burocrática e administração pública gerencial. d) Administração pública patrimonialista, administração pública burocrática e administração pública republicana. e) administração pública tradicional, administração pública burocrática e administração pública gerencial. Comentários: As três formas básicas de administração pública, também chamadas de modelos são: administração pública patrimonialista, administração pública burocrática e administração pública gerencial. Gabarito B 15. (CESPE 2009 AUGE/MG) São princípios comuns às reformas gerenciais ou modelos pós burocráticos Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 25
26 a) O estímulo à melhoria na qualidade dos serviços públicos, a responsabilização dos agentes públicos e a transparência. b) A centralização, a ênfase no controle dos meios e a responsabilização dos agentes públicos. c) Os serviços públicos orientados ao cidadão, a rigidez de procedimentos e de estruturas organizacionais e a meritocracia. d) A ênfase no controle em detrimento dos resultados, a gratificação ao desempenho individual e organizacional e o empowerment. e) A administração orientada para resultados, a nomeação para cargos públicos baseada fundamentalmente no livre provimento e a rigidez de normas e procedimentos. Comentários: a) O estímulo à melhoria na qualidade dos serviços públicos, a responsabilização dos agentes públicos e a transparência. Correta! Melhoria da qualidade, cidadão, responsabilização dos agentes e transparência são características deste modelo. b) A centralização, a ênfase no controle dos meios e a responsabilização dos agentes públicos. Errada! Este modelo prevê a descentralização e não centralização. c) Os serviços públicos orientados ao cidadão, a rigidez de procedimentos e de estruturas organizacionais e a meritocracia. Errada! Não se prevê a rigidez de procedimentos, mas a flexibilidade. d) A ênfase no controle em detrimento dos resultados, a gratificação ao desempenho individual e organizacional e o empowerment. Errada! O foco é no resultado e não no controle. Não se esqueçam! Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 26
27 e) A administração orientada para resultados, a nomeação para cargos públicos baseada fundamentalmente no livre provimento e a rigidez de normas e procedimentos. Errada! Novamente não se prevê a rigidez das normas e procedimentos. Gabarito A 16. (FCC TRE-RN - Analista Judiciário - Área Administrativa) Com relação à passagem do modelo racional-legal ao paradigma pósburocrático, considere as afirmativas abaixo. I. Apesar da forte tendência de flexibilização, não houve ruptura com o modelo burocrático, tendo em vista que a lógica de ação predominante nas organizações continua sendo voltada para o cálculo utilitário de consequências, associado à racionalidade formal. II. As organizações ditas pós-burocráticas ainda estão fortemente vinculadas à autoridade racional-legal, base do modelo criado por Max Weber. III. A organização pós-moderna teria como principais características a centralização e a estruturação em redes hierarquizadas conectadas pelas tecnologias de informação. IV. A liderança nas organizações pós-burocráticas é facilitadora e solucionadora de conflitos e problemas, baseando-se na abertura, participação, confiança e comprometimento. V. O tipo organizacional pós-burocrático é representado por organizações simbolicamente intensivas, produtoras de consenso por meio da institucionalização do diálogo. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 27
28 b) II e IV. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS - BACEN c) III, IV e V. d) I, II, IV e V. e) I, II, III e IV. Comentários: I. Apesar da forte tendência de flexibilização, não houve ruptura com o modelo burocrático, tendo em vista que a lógica de ação predominante nas organizações continua sendo voltada para o cálculo utilitário de consequências, associado à racionalidade formal. Correta! Não houve a ruptura, já vimos isso em questões anteriores. II. As organizações ditas pós-burocráticas ainda estão fortemente vinculadas à autoridade racional-legal, base do modelo criado por Max Weber. Correta! A autoridade racional legal ainda prevalece. III. A organização pós-moderna teria como principais características a centralização e a estruturação em redes hierarquizadas conectadas pelas tecnologias de informação. Errada! Prevê a descentralização e não centralização. IV. A liderança nas organizações pós-burocráticas é facilitadora e solucionadora de conflitos e problemas, baseando-se na abertura, participação, confiança e comprometimento. Correta! A liderança é facilitadora e solucionadora de conflitos e problemas. V. O tipo organizacional pós-burocrático é representado por organizações simbolicamente intensivas, produtoras de consenso por meio da institucionalização do diálogo. Correta! Prevê-se o diálogo neste modelo. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 28
29 Gabarito D FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS - BACEN 17. (FCC TCE-RO Auditor) Na gestão do setor público, a incorporação do paradigma do cidadão como cliente a) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado. b) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos. c) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõe o atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade. d) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão. e) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. Comentários: Como sabem a incorporação do paradigma do cidadão como cliente se dá no modelo gerencial. Com base nas ideias centrais deste modelo que já vimos na questão 24 vamos analisar cada uma das alternativas. a) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 29
30 Errada! Não foi rejeitada, bem como tem a missão de atender a clientela, ou seja, foco no cidadão. b) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos. Correta! A gestão pública deve ser orientada para o cidadão, e desenvolver-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. E o princípio da impessoalidade afirma que pessoas em situações idênticas devem ser tratadas de forma idêntica. c) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõe o atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade. Errada! Não é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, tampouco independente da qualidade. d) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão. Errada! Não é dependente da eliminação do modelo burocrático, como já sabemos não houve uma ruptura total. e) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. Errada! Como vimos na alternativa B a gestão pública deve desenvolver-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, assim não depende da retirada destes princípios. Gabarito B Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 30
31 18. (FCC BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais Administração) Na administração do Estado moderno, reforma administrativa burocrática trata-se a) da orientação da transição do Estado burocrático para o Estado gerencial. b) do processo de transição do Estado patrimonial para o Estado burocrático weberiano. c) da gestão do processo de transição da Administração Pública tradicionalista para o Estado gerencial patrimonial. d) do processo de transição do Estado burocrático weberiano para o Estado patrimonial. e) da reforma da gestão pública orientando o conjunto de atividades destinadas à execução de obras e serviços, comissionados ao governo para o interesse da sociedade. Comentários: Vamos resgatar a figura com a linha do tempo e transição dos modelos que trabalhamos no início do tópico 2: Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 31
32 Assim, podemos dizer que a reforma administrativa burocrática trata-se da transição do Estado patrimonial para o Estado burocrático weberiano, logo a afirmativa correta é a B. Gabarito B 19. (FCC TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário - Área Administrativa) Com relação às convergências entre a gestão pública e a gestão privada, considere as afirmativas abaixo. I. Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa, isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os olhos no clienteconsumidor e tomar decisões rápidas para aproveitar oportunidades de mercado. II. A gestão pública funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de focar necessidades especiais dos cidadãos. III. Os órgãos públicos existem para servir a todos igualmente, independentemente da capacidade de pagar pelo serviço prestado, o que pode dificultar alcançar a agilidade e a eficiência das empresas privadas. IV. Os órgãos públicos devem operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. V. Os servidores públicos estão submetidos a normas jurídicas e a condições de trabalho que impedem sua responsabilização diante das possíveis falhas no atendimento aos cidadãos. Estão corretas SOMENTE a) I, II, III e IV. b) II, III e V. c) I e III. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 32
33 d) III e IV. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE PESSOAS - BACEN e) I, III e V. Comentários: Vamos analisar as afirmativas: I. Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa, isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os olhos no clienteconsumidor e tomar decisões rápidas para aproveitar oportunidades de mercado. Correta! É correto afirmar que o órgão público deve buscar compatibilizar custos e resultado como na iniciativa privada bem como atuar com foco no cliente e tomar decisões rápidas de forma a aproveitar oportunidades. II. A gestão pública funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de focar necessidades especiais dos cidadãos. Errada! A gestão pública não funciona exclusivamente sob forma de modelo burocrático, como sabem o modelo gerencial surgiu com objetivo de superar os problemas advindos do modelo burocrático. III. Os órgãos públicos existem para servir a todos igualmente, independentemente da capacidade de pagar pelo serviço prestado, o que pode dificultar alcançar a agilidade e a eficiência das empresas privadas. Correta! A gestão pública tem que ser orientada para o cidadão, e desenvolver-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. E o princípio da impessoalidade afirma que pessoas em situações idênticas devem ser tratadas de forma idêntica. IV. Os órgãos públicos devem operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 33
34 Errada! Os órgãos públicos devem operar E LEVAR em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. V. Os servidores públicos estão submetidos a normas jurídicas e a condições de trabalho que impedem sua responsabilização diante das possíveis falhas no atendimento aos cidadãos. Errada! NÃO impedem a responsabilização!! Logo a alternativa correta é a C. Gabarito C 1. O PAPEL DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Para que vocês compreendam o papel que a Área de Recursos Humanos desempenha hoje nas organizações, vamos fazer um breve resgate da evolução da Área de Recursos Humanos dentro das organizações, ok? 1.1 EVOLUÇÃO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Á área de recursos humanos surge nas organizações na industrialização clássica, com o nome de departamentos de pessoal e, posteriormente, como departamentos de relações industriais. O surgimento do departamento de pessoal ocorre no momento em que os profissionais começam a ser vistos como fatores de produção cujos custos devem ser administrados. Portanto, os departamentos de pessoal surgem com a função de gerenciar custos da mão-de-obra e são voltados Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 34
35 para as transações processuais, para os trâmites burocráticos e responsáveis por garantir o cumprimento das exigências legais (FISCHER, 2002). Os principais procedimentos e processos de responsabilidade do departamento de pessoal eram: admissão, realizar anotações na carteira de trabalho, contagem de horas trabalhadas para efeito para pagamento, aplicação de advertências e medidas disciplinares pelo não cumprimento do contrato contagem de férias, etc. (CHIAVENATO, 2010). Resumidamente, o departamento de pessoal preocupava-se com a produtividade, recompensa, eficiência de custos e na adequação dos trabalhadores às tarefas cientificamente ordenadas, o que é compatível com a administração científica, ideologia organizacional dominante na época (FISCHER, 2002). Com a primeira guerra mundial há o surgimento dos movimentos sindicais e modificações nas relações entre operário e empresa. Nessa época ocorre uma crescente organização dos trabalhadores e fortalecimento dos sindicatos, fazendo com que o RH assumisse o papel de representante das empresas nas negociações sindicais e mediador de conflitos entre empresa e trabalhador e passam a ser denominados de departamentos de relações industriais. No entanto, os departamentos de relações industriais se restringem as atividades operacionais e burocráticas, recebendo instruções da cúpula sobre como proceder. As pessoas são consideradas apêndices das máquinas e meras fornecedoras de esforço físico e muscular, predominando o conceito de mãode-obra. A partir de 1950, o Departamento de relações industriais começa a ceder espaço à Administração de Recursos Humanos, que visa administrar as relações da empresa com seus funcionários com o objetivo de concretizar os interesses organizacionais. A visão de recursos humanos focada no gerenciamento dos custos da mão de obra é substituída pela visão, ainda que incipiente, de valorização do Prof. Angélica de Carvalho e Mariana Lima 35
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