TICIANO ALBUQUERQUE DE CARVALHO ROCHA IDENTIDADES SONORAS NA CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO ORIENTADO POR TEMPORALIDADES

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1 Universidade de Aveir Deartament de Cmunicaçã e Arte 2014 TICIANO ALBUQUERQUE DE CARVALHO ROCHA IDENTIDADES SONORAS NA CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO ORIENTADO POR TEMPORALIDADES

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3 Universidade de Aveir Deartament de Cmunicaçã e Arte 2014 TICIANO ALBUQUERQUE DE CARVALHO ROCHA IDENTIDADES SONORAS NA CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO ORIENTADO POR TEMPORALIDADES Tese aresentada à Universidade de Aveir ara cumriment ds requisits necessáris à btençã d grau de Dutr em Música, realizada sb a rientaçã cientíica da Dutra Isabel Maria Machad Abranches de Sveral, Pressr Auxiliar d Deartament de Cmunicaçã e Arte da Universidade de Aveir! Ai inanceir da Crdenaçã de Aereiçament de Pessal de Nível Suerir CAPES!

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5 Dedic este trabalh à minha essa Cristina, as meus ais Odilsn e Laurita, e a meu ti Edilsn, r tdas as erguntas que semre cnseguiram, u nã, me resnder.!

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7 júri residente Pr. Dutr Antóni Manuel de Mel Susa Pereira ressr catedrátic da Universidade de Aveir Pr. Dutra Isabel Maria Machad Abranches de Sveral (rientadra) ressra auxiliar da Universidade de Aveir Pr. Dutr Benît Gibsn ressr auxiliar da Universidade de Évra Pr. Dutr Ricard Iván Barceló Abeijón ressr auxiliar cnvidad da Universidade D Minh. Pr. Dutr Evgueni Zudilkine ressr auxiliar da Universidade de Aveir

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9 agradeciments Agradeç à minha rientadra Isabel Sveral ela amliaçã das minhas ersectivas em relaçã a este tema e a td decrrer de sua investigaçã; Agradeç ainda el estímul e exigência assads el ressr Virgíli Mel. Agradeç também a ressr Luis Carvalh ela atençã disensada e a ressr Eli-Eri Mura cm qual arendi a imrtância d ensament e d trabalh cmsicinal. Agradeç ainda a minha essa Cristina Dignart ela aciência e ajuda em diverss níveis a lng de td este trabalh.!

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11 alavras-chave tem, tem musical, identidade snra, cmsiçã, snridade. resum O resente trabalh rõe-se investigar ael d tem em música a artir da rática cmsicinal. Para iss leva em cnsideraçã uma evluçã de cnceits de tem a lng da história humana, entendiment recente d tem musical e ds elements que cmõem. Sã abrdads, ara este im, s rinciais destes elements, a quantidade e a qualidade das inrmações musicais, sb a ersectiva criativa. Prõe-se entã uma rganizaçã cnceitual que ermita cmreender melhr ael d tem em música. Em um rimeir mment dentr de bras recentes de cmsitres que se dedicaram a tema e em um segund mment dentr de um cnjunt de bras riginais cmstas ara esta tese.

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13 keywrds time, musical time, sund identity, cmsitin, sntiry. abstract The resent study aims t investigate the rle time in music rm the cmsitinal ractice. Fr it takes int accunt an evlutin cncets time thrughut human histry, recent understanding musical time and the elements that cmse it. Are addressed, r this urse, the main elements these, the quantity and quality musical inrmatin under the creative ersective. Then rses a cncetual rganizatin enabling better understand the rle time in music. At irst in recent wrks by cmsers wh exlred the tic and in a secnd time within a set cmsed riginal wrks r this thesis.

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15 Índice Índice de Figuras... Índice de Exemls... 5 Parte I Intrduçã... 8 Caítul 1 Tem e Tem em Música Cnceções de Tem O Tem na Perceçã Individual Humana Duraçã Instante Tem Musical... 2 Caítul 2 Maniulaçã d Tem Musical Maniulaçã Temral em Música Através da Teria da Inrmaçã Lacunas da Teria da Inrmaçã Identidade Snra Timbre de um Sm Unidade Semântica Musical Snridade Interaçã Temral Cntext Musical Cntext de Transrmaçã Cntext de Reetiçã Cntext de Cntraste Cnstante Imact Recrrência Transrmaçã... 56

16 Caítul Abrdagens Temrais Temus ex Machina Gérard Grisey Time and Again Tristan Murail Mnemsyne Brian Ferneyhugh Timeieces Jnathan Harvey Vrtex Temrum Gérard Grisey Caítul 4 Abrdagem Cmsicinal Ruíds Pnteads Grãs de Areia Paraguaçu Auge Simultim Sidus Cnclusã Bibligraia Parte II Partituras das Obras Originais !

17 Lista de Figuras Figura 1. Exeml de ADSR n sngrama de uma nta Mí grave de um trmbne. O eix x reresenta tem e eix y reresenta as requências. Obtid cm stware Audiscult Figura 2. Diagrama rmal de Temus ex Machina cm arximaçã às rrções das seções Figura. Peril geral das mudanças de andament crridas n Prcess B. Nã é levada em cnsideraçã a duraçã de cada indicativ de andament. Valres de semínimas r minut Figura 4. Pnts redminantes ns quatr elements chave da bra Figura 5. Reresentaçã rmal de Time and Again, cm durações arximadas e indicações das Marcas de Ensai Figura 6. Reresentaçã da divisã rmal de Mnemsyne baseada em suas trcas de andament, relacinads em cada blc da igura Figura 7. Crresndência gráica de andaments e seções em Mnemsyne (a rimeira seçã nã ssui andament deinid) Figura 8. Reresentaçã gráica rmal arximada das temralidades n rimeir mviment de Timeieces. Cntend as marcas de ensai em letras maiúsculas, s andaments em sublinhad e as órmulas de cmass sbre as linhas Figura 9. Reresentaçã gráica rmal arximada das temralidades n segund mviment de Timeieces. Cntend as marcas de ensai em letras maiúsculas, s andaments em sublinhad e as órmulas de cmass utilizadas... 9 Figura 10. Dualidades temrais das seções d rimeir mviment Figura 11. Divisã rmal d segund mviment cm s elements mais reminentes em cada seçã Figura 12. Grus de alturas de base retirads das análises esectrais ds sns de vilas de arame Figura 1. Permutações intervalares ds cnjunts btids Figura 14. Evluçã ds cmnentes estatístics acrônics dentr da seçã A Figura 15. Evluçã ds cmnentes estatístics diacrônics dentr da seçã A !

18 Figura 16. Diagrama de reresentaçã rmal de Grãs de Areia em suas duas camadas simultâneas. A linha d discurs A aresenta duas divisões reerentes as seus rcesss interns. A linha d discurs B aresenta cinc blcs intrdutóris e mais cinc blcs que crresndem a suas recrrências exandidas Figura 17. Reresentaçã gráica da rma de Paraguaçu cm alusã às snridades cnduzidas na bra Figura 18. Peris de transrmaçã na síntese aditiva de dis sns utilizads na cnstruçã de seções texturais Figura 19. Reresentaçã gráica das seções de Auge cnrme suas rrções arximadas Figura 20. Reresentaçã gráica rmal distribuída simultaneamente entre as duas camadas temrais !

19 Lista de Exemls Exeml 1. Exeml de baixa taxa de inrmações (densidade negativa) n inal d Númer de Ensai 1 de Temus ex Machina de Gérard Grisey Exeml 2. Exeml de sbrecarga de inrmações (densidade sitiva) ns mments inais d númer de ensai 122 de Gruen de Karlheinz Stckhausen Exeml. Exeml de tem mderadamente reenchid. Primeirs it cmasss d quart mviment da quarta sinnia de Brahms Exeml 4. Gest inicial de susensã d Rndó da Snata O2. N.º 2 de Beethven.. 46 Exeml 5. Gest inicial de Partiels Exeml 6. Ocrrência de diverss gles de interruçã cm aument de sua incidência que culminam na sincrnizaçã métrica. É relevante ntar também a rjeçã esacial d sm, realçada elas linhas, r irradiaçã a artir d quart ercussinista Exeml 7. Entrada d quart ercussinista cm andament de semínima a 90 bm n NE7. Pde-se ver também um gle n tambur de bis d segund e d terceir ercussinistas Exeml 8. Trech d Prcess B, NE29, n qual crrem mviments esaciais em sentid anti-hrári e também n qual é ssível veriicar três mudanças de andament Exeml 9. Iníci d Prcess C n qual é ssível erceber s dis rimeirs ataques.70 Exeml 10. Reduçã ara ian ds acrdes em destaque em mei da ME B. Pde-se ntar sua interligaçã el reenchiment gradual e manutençã de ntas em cmum Exeml 11. Mtiv aresentad n clarinete ns últims cmasss da ME D Exeml 12. Fragment que interrme as transrmações recrrentes d mtiv em mei a ME E Exeml 1. Rearesentaçã n clarinete d mtiv alterad e transst em mei a ME H Exeml 14. Camadas temrais em ME D searadas r harmnia, timbre, ritm e gests ! 5

20 Exeml 15. Camadas temrais em ME H searadas r harmnia, timbre, ritm e gests Exeml 16. Cncatenaçã de identidades dísares e internamente densas Exeml 17. Diminuiçã gradual de interruções entre as seções 8 e /84 Exeml 18. Primeira siçã entre as camadas temrais na Marca de Ensai C de Timeieces de Jnathan Harvey Exeml 19. Mtiv de dança d rimeir mviment Exeml 20. Amstra da ME D Exeml 21. Amstra da ME O Exeml 22. Marca de Ensai A demnstrand a rmaçã das camadas n iníci d segund mviment Exeml 2. Amstra da ME N Exeml 24. Primeira camada temral n terceir mviment Exeml 25. Blc resnsável ela segunda camada temral n terceir mviment.100 Exeml 26. Final d rimeir blc de reetições n rimeir mviment de Vrtex Temrum Exeml 27. Fragments da evluçã da snridade de base da segunda seçã d rimeir mviment de Vrtex Temrum. Retirads resectivamente ds númers 8, 42 e Exeml 28. Trech d númer 69 que evidencia a ragmentaçã d discurs na terceira seçã de Vrtex Temrum Exeml 29. Dessincrnizaçã entre ian e demais instruments Exeml 0. Fusã gestual entre ian e vilin Exeml 1. Mdel rítmic de chula Exeml 2. Quatr exemls de transrmaçã da célula rítmica mdel Exeml. Alicaçã de transrmações d mdel rítmic da chula em Simultim Sidus Exeml 4. Ritm mais cmum da lca mat-grssense encntrad r Crrêa Exeml 5. Transrmações d mdel rítmic utilizadas em Ruíds Pnteads. A rimeira guarda mais semelhanças cm riginal, r se tratar de uma diminuiçã simles. A segunda e a terceira srem variações mais livres e rtant guardam mens semelhanças cm riginal !

21 Exeml 6. Seçã A, c.1 a c.2, e suas 5 subseções Exeml 7. Duas snridades em um mesm mment, que reresentam dis discurss temrais simultânes emregads r Grisey em Vrtex Temrum Exeml 8. Iníci da subseçã reerente à residência b Exeml 9. Célula rítmica usada requentemente n iníci de Grãs de Areia Exeml 40. Célula usada n c. 85 n Obé e desenvlvida sterirmente Exeml 41. Gest instrumental descendente aresentad ela lauta n c.1 é recrrid na arte eletrônica cm a duraçã estendida a artir de 9s Exeml 42. Gest instrumental de ataque, em tds s instruments, n c.22 seguid ela ressnância que transrma ataque instrumental em uma curta textura Exeml 4. Acrdes utilizads entre c.1 e 61 na camada ! 7

22 Intrduçã Este trabalh de investigaçã em música traz ara discussã a questã d tem em música através da ersectiva da atividade cmsicinal. Leva-se em cnta neste cas tem cm ercebid, exerienciad el uvinte. Cm abrdad e deendid r diverss autres que serã incluíds nesta investigaçã, esse tem exerienciad cnsiste de uma sensaçã temral, u seja, sensaçã de assagem d tem, que crre em decrrência da erceçã de quem uve. Send assim, esta exeriência temral de vir a ser um element de mair destaque na cmsiçã. Ou seja, durante a atividade cmsicinal as dierentes ssibilidades de exeriência d tem sã utilizadas cm material que estrutura e dá rma à bra musical. Ist signiica dizer que a investigaçã realizada aqui abrda bras, sejam elas as bras analisadas cm as bras cmstas, que têm a dissiçã das exeriências temrais cm um undamental mei de sua estruturaçã. Leva-se em cnta ara iss a caacidade da música t create, alter, distrt, r even destry time itsel, nt simly ur exerience it. (Kramer, 1988,. 5), cm bservada r Jnathan Kramer e utrs autres que serã abrdads aqui. Tal investigaçã rõe uma discussã teórica que cmreende uma relexã sbre a relaçã d hmem cm a dimensã d tem, cnceçã e entendiment, ara embasar tant as análises das bras que dã rma a este ti de utilizaçã d tem em música, quant das bras cmstas que tentam exr mais ssibilidades de abrdagens desse mesm artiíci. Farems uma síntese sbre md cm a sciedade cidental chegu até esses cnceits de tem ós Teria da Relatividade. Essa relexã teórica rcura abrdar tem exerienciad através da música e também de qual maneira s elements inerentes da rória música uncinam ara gerar as dierentes sensações temrais. Tais sensações temrais srem grande inluência d cntext essal de cada uvinte e este nã de ser ignrad, mas sua inluência é subjetiva e cnsequentemente de um esc muit aml. Nesse nt duas abrdagens sã utilizadas aqui ara discutir essa caacidade da música de inluenciar a erceçã d tem. Uma abrdagem quantitativa ds elements musicais, baseada n trabalh de autres que ruseram ara iss a Teria da Inrmaçã; esta abrdagem quantitativa que é mais simles de cnceber embra de diícil mediçã. Uma segunda abrdagem, cm um númer menr de trabalhs teórics, leva em cnsideraçã asect qualitativ ds elements musicais, u seja, cm 8!

23 ercebems as identidades desses elements da música e as cnsequências de sua interrelaçã. Essa segunda abrdagem ermite reencher lacunas da abrdagem quantitativa, mas sre r sua grande subjetividade. A mair resença e destaque, sb diverss asects, da questã d tem na exeriência humana deve-se em arte às mudanças de aradigma desencadeadas ela Teria da Relatividade de Einstein e d trabalh de ilóss, cm Henri Bergsn, que ram inluenciads r esta teria 1. O tem cm sugerid r Einstein é uma grandeza variável is a lcalizaçã d bservadr e seu mviment esacial sã caazes de alterar a sua mediçã (d tem). O tem e esaç ram entendids a artir de entã cm uma cnjugaçã dimensinal que dará, r cnsequência, alguma liberdade cnceitual a indivídu ara encarar tem a artir de seu nt de vista. Ist signiica dizer que há uma rutura cm tem Newtnian, que se cnigurava cm uma linha única, imutável e invariável na sua mediçã. Essa nva atualidade cnceitual ermitiu que s ilóss ssem além ds elements ísics simles e clcassem questões sbre a exeriência única desse tem que resulta da erceçã de cada um. Para discutir tem em música, e a sua erceçã, é recis entã retrnar à questões undamentais da ilsia e da estética de md a cmreender a relaçã e a relexã que já se ez em trabalhs de autres imrtantes. Faz-se necessári ainda uma cntextualizaçã de trabalhs de criaçã musical nde tem é exlrad cm element rimrdial na cnstruçã de nvas narrativas musicais. Para iss serã aresentadas algumas bras cm abrdagens temrais distintas de Gérard Grisey, Jnathan Harvey e Brian Ferneyhugh. Estes cmsitres desenvlvem exeriências temrais que sã reminentes na estrutura rmal da bra. As bras selecinadas ara análise determinam dierentes cnceits e estabelecem alicações esecíicas d tem em música. Na arte rática desta tese há um cnjunt de bras riginais, cmstas n âmbit desta investigaçã, nas quais sã exlradas diversas abrdagens temrais a artir ds asects das identidades snras aresentadas. Cnjuntamente, um memrial de tais bras serve ara arundar artes d rcess criativ nelas emregad. Visa-se dessa maneira exr arte d ensament e da eitura das cmsições riginais aresentadas cm este 1 N entant, utras ruturas teóricas, cm a rsta r Isaac Newtn, já haviam alterad ercurs d ensament sbre tem, cm será vist n rimeir caítul.! 9

24 tema. Neste estági da investigaçã tenta-se ainda estabelecer um (uma) aralel entre reerencias extraídas da cultura ular rural brasileira e rtuguesa e as dierentes sensações de tem aqui relacinadas, através de sua utilizaçã cm cmnente enriquecedr das estruturas da cmsiçã. A temática esclhida ara esta investigaçã ermitiu-me desenvlver nvs caminhs cmsicinais eselhads nas bras de cmsitres da segunda metade d sécul XX aresentadas n caítul três. Este trabalh i sustentad em arte n trabalh de cmsitres cm Karlheinz Stckhausen, que trabalha nvas elabrações temrais cm rincíi estrutural em bras cm Gruen e Carré 2, assim cm Gérard Grisey, em bras cm Vrtex Temrum e Temus ex Machina. Esta tese articula-se em quatr caítuls, send que rimeir aresenta tem e a sua erceçã através de cnceits abrdads r autres que trabalharam em rundidade a relaçã d hmem cm a dimensã temral em várias áreas d cnheciment: ísica, ilsia, siclgia e música. Finalmente uma breve discussã é levantada acerca d tem musical e de suas relações cm s estuds citads anterirmente. O segund caítul aresenta uma discussã de cm a maniulaçã temral crre em música. Para iss abrda a Teria da Inrmaçã e sua alicaçã em música; bem cm abrda em detalhe s elements, rsts nesta tese, que englbam a questã da erceçã da identidade snra em música em três níveis hierárquics, a saber, Timbre, Unidade Semântica Musical e Snridade. A deinir e cntextualizar esses nts tencina-se relaciná-ls cm a exeriência temral rrcinada ela música ara exlrar as suas lacunas. N terceir caítul serã abrdadas algumas bras de reerência na rduçã musical recente que ssuem maniulações de tem em suas estruturas. Estas se dã através de análises que têm cm c as rriedades temrais na cnceçã rmal, visand assim cmreender a atuaçã de cada cmsitr erante tem cm atr estruturante. A segunda arte da tese traz um memrial cmsicinal das bras aresentadas cm s elements mais imrtantes ara a cnstruçã das suas temralidades e relações 2 Stckhausen escreveu ainda artig...hw Time Passes... (1960) que revela suas nderações sbre tem e sua assagem em música. Grisey escreve um artig hmônim n qual exõe suas interretações d tem dividid em camadas. 10!

25 que cnstituem as rstas criativas de cada bra musical. Estã inclusas ainda um cnjunt de cinc bras que erazem ttal de rstas cmsicinais, sã elas: Ruíds Pnteads vilncel sl, Grãs de Areia bé, agte, vilin, cntrabaix e vila de arame, Paraguaçu acusmática em 8 canais, Auge gru de câmara e eletrônica e Simultim Sidus rquestra sinónica. Estas bras rcuram exlrar dierentes asects da elabraçã temral. Através de seu relat tenta-se exr s rblemas e as sluções relevantes encntradas nas rstas de reresentaçã temral de cada bra.! 11

26 Caítul 1 O Tem e Tem na Música Cnceções de Tem O tem é uma dimensã cm rriedades de diícil cmreensã, que nã aresenta rmas ísicas materiais, e tem uma deiniçã verbal cmlexa devid a envlver inúmers atres. O esaç, r utr lad, aresenta uma acilidade mair na sua abrdagem, r rnecer nçã visual de sua cnstituiçã, send ssível delimitá-l, calculá-l e maniulá-l. Tant tem quant esaç tiveram uma evluçã em seus cnceits a lng da história humana. É cmum e recrrente na cultura cidental encarar tem, assim cm s asects da realidade que cercam, cm entidade autónma e exterir à exeriência humana. E, nessa ersectiva, tem que é extern a nós uncinaria cm uma entidade mvente descnhecend-se a rigem u destin. O tem cnigura-se desta maneira cm uma máquina imrevisível, que ns mve a tds, em sua linha rória, sem ns rrcinar a nçã de sua assagem embra s seus eeits sejam amlamente cnhecids. Pdems erceber esses eeits n envelheciment ds seres vivs, n relógi bilógic, na rtaçã e translaçã ds lanetas, entre utrs exemls. O tem muda tud e aeta a tds, cm airma também ilós Niclas Grimaldi, Mais il n y a as que les civilisatins ur changer, ni les cultures ur murir. Il n est rche si dure, ni si ierreuse sierra, que le vent ne rabte et les luies ne ravinent. (199,.84). O hmem tem diiculdade de se encaixar na envlvente assagem d tem cm sua rduçã incessante de mments sucessivs. Na verdade ser human tem diiculdade em cnsciencializar a assagem d tem tend só algum cntrle sbre as ações n mment resente, is a assagem d tem transrma em memória d assad que antes eram events descnhecids d utur. Este tem que se mve sem abal nem mudança de velcidade e sem alterar a rdenaçã ds events crrids é que vai ser cnsiderad el ísic Geza Szamsi cm tem abslut. Na antiga csmlgia cientíica der da bservaçã e da cnstataçã essal 4 nã eram caazes de abarcar r cmlet nssas 4 Na antiga csmlgia cientíica, que se dá a artir d renasciment, a bservaçã e a cnstataçã da exeriência essal eram relativamente recentes n rcess de deduçã cientíica. 12!

27 exeriências: tem seria semre abslut, e assaria aenas em uma direçã cm airma Szamsi, Time... assed always in ne directin nly. Time had an arrw which inted rm the ast t the uture thrugh the nw which was the nly erceivable segment it, (1986,.11). Nesse cntext tem era vist cm send semre luíd e dinâmic. Nessa cnceçã da ísica clássica Szamzi diz-ns que tem e esaç eram absluts e indeendentes (1986,. 12); sb nenhum nt de vista seus caminhs se interrelacinavam de maneira imrescindível. Send ambs absluts, nada seria caaz de alterar lux d tem e das rriedades esaciais, (Szamsi, 1986,. 12). Pdems dizer que de algum md essa nçã ainda ersiste na relaçã d hmem cm tem devid a descnrt que seu cnceit rrcina. Cm airma róri Szamsi. Time, t start with, had never been t cmrtable an idea t think abut. It mved inexrably even while ne was thinking, and ne culd nt st it r slw it dwn r redirect it. It swetne alng and gave n security. I it ever ered any cmrt at all, that came rm its universality, rm the ntin that it lew unirmly and unchangeably. (Szamsi, 1986,.155) A unirmidade e a imutabilidade d tem sã, em arte, resnsáveis el seu caráter abslut cm um td, seja bservad inrmalmente, seja bservad sb nt de vista cientíic; e essas características dem ter sid basilares ara at de mediçã matemática d tem. Mas antes de eetivamente medir tem, hmem cncebia através de seus cicls temrais. O tem cm ercebid r sciedades tribais ré-históricas era cíclic cnrme ressalta Szamsi, essa erceçã reletia s cicls d dia e da nite, das estações d an e da agricultura (Ibid,.66). Dierenças entre assad e utur eram descnsideradas - tud que acntecesse acnteceria nvamente. Três cnsequências deste ensament sã identiicadas el autr: 1 - nvidade e/u mudança eram encaradas de maneira amedrntadra is ameaçava a estabilidade da eterna recrrência ds cicls (Ibid,.67); 2 - cnceits cm história, evluçã e rgress nã diam existir nesse cntext; e - a visã atalista d mund que esta abrdagem d tem gerava, já que tdas as cisas retrnam a nt inicial (Ibid,.67). N entant, a rdenaçã d tem, que será desenvlvida na história da cultura cidental a artir desse eríd tribal ré-históric, mtivada em arte e através da divisã e subdivisã ds grandes mviments celestes, aarece cm uma tentativa de mediçã de sua assagem. Classiicar tem em cicls e identiicá-ls searadamente é uma tentativa! 1

28 de cntrle recrrente a lng da história, que só é ssível graças as elements reetitivs da natureza, cm a alternância entre dia e a nite e sua ligaçã cm a rtaçã e translaçã d laneta u as estações d an. Ou seja, a existência desses enómens naturais e cíclics ermitiu que hmem relicasse a rdenaçã r cicls em seu qutidian. Assim cm também nta Grimaldi C est lui [le tems] que igure une ligne qu n tirerait cntinûment, et que servent à mesurer le muvement éridique des astres et le rythme du balancier (199,.12). Nessa rática nta-se que a interretaçã d tem el ser human se dá através de cnceits esaciais em sua cnsciência. As distâncias esaciais sã utilizadas cm análgas ara a cmreensã das distâncias temrais, embra, reviamente, cnsiderems ambas cm indeendentes e abslutas. Já na dimensã ísica d esaçtem essa interretaçã muda a entenderms que estas dimensões se aetam mutuamente, e ti de cnexã deixa de ser metaóric e assa a ser causal. O calendári human, seja slar u lunar, é deinid a artir da requência ds mviments celestes, is estes sã análgs as dias e as estações d an. Trna-se natural ara hmem que mviment e esaç sejam vists nã só cm análgs, embra indeendentes, mas também que sejam assíveis de serem exlicads um através d utr. Iss se relete na utilizaçã requente de terms cm distância temral, que demnstram a deendência das metáras esaciais ara alar sbre tem. A divisã d tem em unidades e subunidades garante, em arte, um cntrle sbre a assagem inexrável d mesm. A demanda humana de tentar entender tem az ensá-l cm uma sequencia de unidades, e, talvez r crrelaçã cm a sucessã de instantes, ermite-se ser reresentada através de númers. É recrrente ensarms tem e esaç de md semelhante, cm se rimeir udesse ter unidades tangíveis e cntabilizáveis cm segund. Grimaldi destaca iss em seu livr Ontlgie du Tems, segund ele c est dnc arce que nus le [le tems] rerésentns seln le schème de l esace que nus le cryns mesurable, que nus l imaginns divisible, cmsé de arties et que nus cherchns à le réduire à l instant cmme un nmbre à l unité. (199,.12). Neste sentid, Szamzi cita a evluçã d cérebr human, e da erceçã que este az d mund, assim cm da sua necessidade em se adatar à eridicidade ds events naturais, areendend tem tribal, anterir as civilizações antigas, cm um tem 14!

29 cíclic. E, cm dit anterirmente, neste tem cíclic a ideia de evluçã linear d tem - assad, resente e utur - nã existia. This eridic, circular view time, with its rts in the mechanics the slar system and with its maniestatins in the day-night and seasnal cycles, was a suerbly useul symblic mdel. It allwed the wrld t be redictable and stable; it established rder and reduced uncertainty. (Szamsi, 1986,.66) Mas tal cnceçã d tem cm cíclic é deixada de lad a artir da csmlgia hebraica antiga em direçã a um nv tem simbólic, que deine mund cm send inserid num lux temral linear e nã reetitiv. Ibid,.69. Esta visã dá muit mais imrtância a tem que a esaç. Anterirmente a esse nv tem simbólic existia uma mediçã d tem através da divisã d an em estações cm a ajuda de calendáris e relógis rudimentares: tem medid nã tinha unidades menres que equivalente à duraçã de um dia. A mediçã d tem nã era ainda um cnceit abstrat, mas aenas um relex da exeriência Ibid,.66, u seja, um md de sequenciar mviment de events. O tem cm grandeza de mediçã d mviment só vem a ser deinid r Galile Galilei. Oitenta ans aós trabalh de Galile ter descrit matematicamente cm mviment deria ser exlicad através d tem decrrid, ist é, time is the indeendent variable in the descritin mtin (Ibid,.91), Newtn dá destaque a tem cm indeendente de seu ambiente mesm que sua assagem ssa ser mensurável. A mediçã temral enquant cnceit abstrat trna-se ssível aós a distinçã entre a deiniçã de tem abslut e tem da exeriência individual humana. Cnrme Szamsi, When Newtn described abslute time as smething which lws withut relatin t anything external, he emhasized the indeendence the lw time rm the envirnment (1986,. 97). Segund este autr, Sant Agstinh, já retratara tem cm autónm e nã cm resultad d mviment ds crs (in Szamsi, 1986,.99). Szamsi rmula a hiótese da mediçã d tem, cm um td, ter sid desenvlvida na Eura durante renasciment graças à evluçã da música liônica e sua necessidade de sistematizar as durações. Iss só i ssível através d ensament simbólic, que ermite abstrair as durações ds sns medids ela escuta ara a sua sterir reresentaçã gráica. A mediçã d tem surge entã da necessidade rática ds músics renascentistas em encntrar um unidade cmum ara a sua cmaraçã e cmunicaçã. Ist ermitiria que a música liônica udesse ser executada em cnjunt! 15

30 de md recis. Segund Szamsi, Measurement is a symblic rcess; it envlves a cnscius cmarisn simultaneusly assing time intervals and the use units r standards. It is recisely this eratin that is invlved in lyhny and in lyhny nly (Ibid,. 107). Essa abrdagem métrica d tem assa a ser redminantemente usada na vida qutidiana send sua utilidade rática indiscutível; trna-se ssível crdenar relógis, luz d dia e rtinas de atividades, cm airma a ilósa Susanne Langer (195,.109). Mas essa lenta cnstruçã cultural, cnrme ntada r Szamzi, nã esclarece r cmlet a nssa exeriência d tem (Ibid,.11). Chamams a mediçã d tem (segmentaçã abstrata) de tem real, is ela é caaz de materializar um event de 60 minuts de maneira racinalmente tangível, enquant chamams de ilusória a nssa exeriência dele, r ser cntinuamente incnstante (Ibid,.91). De maneira semelhante Clitn airma A clck may be very useul in arranging aintments, but it can tell us nthing abut time itsel, (in Kramer, 1988,.5). Mesm ns dias de hje, há uma diiculdade em recnhecer, deinir, identiicar e cnceituar tem exerienciad a nã ser el us de metáras que arximam as dimensões distintas, tem e esaç. Iss se deve em arte a ti de areciaçã d tem cmummente raticada, que cmartimenta seu lux em unidades e cicls indistints, e nã relete ttalmente a nssa exeriência dele. A nssa exeriência individual dá a tem eetivamente ercebid dierentes rriedades graças à dinâmica que encntrams na dissiçã ds events. Mesm um event reetid de ser ercebid temralmente de mais de uma maneira deendend d estad de cnsciência d indivídu. A cnceçã humana de tem deende também da vivência d tem que indivídu carrega em si n mment em que a exeriencia temral crre. O tem eetivamente róxim à cnsciência humana é, rtant, rut de níveis de cncentraçã; s events, interns u externs a essa cncentraçã, alteram a erceçã 5 da mesma. Pde-se dizer que em níveis mais runds de cncentraçã, cm rrcinad r exeriências estéticas, tem vivid é essencialmente tem exerienciad. N que diz reseit à erceçã d tem ds events a artir da exeriência individual, Langer diz-ns que as vantagens ráticas e intelectuais geradas ela racinalizaçã d tem levam a que imrtantes elements da nssa erceçã sejam 5 Muit dessa erceçã envlve s cnceits de assciações cntextuais cnrme discutid r Mura, 2007, assunt abrdad n Segund caítul desta tese. 16!

31 ignrads: we have a great deal temral exerience that is, intuitive knwledge time that is nt recgnized as true beacuse it is nt rmalized and resented in any symblic mde; we have nly ne way the way the clck t think discursively abut time at all. (195,.111). Tend sid tem da exeriência deixad de lad ela alta de rmalizaçã e aresentaçã simbólica, entendiment d cntat human cm tem i relegad a segund lan, até iníci d sécul XX. Pr este mtiv, deve-se cnsiderar a eetiva exeriencia temral d indivídu a artir ds trabalhs de alguns autres, que ns arximarã cada vez mais d tem da exeriência musical O Tem na Perceçã Individual Humana A exeriência temral tende a ser diícil de racinalizar, e uma das cnsequências dessa diiculdade se relete na sua verbalizaçã, cm já n sécul XII disse Sant Agstinh, em uma airmaçã citada requentemente: O que é, is, tem Se ninguém m ergunta, sei que é; mas se quer exlicá-l a quem m ergunta, nã sei: n entant, dig cm segurança que sei que, se nada assasse, nã existiria tem assad, e, se nada adviesse, nã existiria tem utur, e, se nada existisse, nã existiria tem resente. (Agstinh, 2000,.567) Esse cnlit ara deinir a assagem d tem advém de duas grandes características inerentes: a rimeira característica maniesta-se na relaçã d ser human cm a intangibilidade d tem, que rege td assar de events e existe antes e deis d róri hmem. Pr nã existir seja cm matéria, u melhr dizend, cm esaç, que tems sbre ele trata-se nã mais d que uma sensaçã aenas. A segunda característica diz reseit à mutabilidade d tem enquant ercebid ela cnsciência humana na sua exeriência individual ds events de seu cntext. Essa mutabilidade é causada ela erceçã individualizada, e, cm cnsequência, a mensuraçã d tem ela cnsciência nã é eicaz. Exeriências estétic-sensriais, cm um ilme, dem absrver a cnsciência d uvinte, a nt de tensões e resluções intrínsecas da bra distrcerem a sensaçã de assagem d tem. Esse enômen é cmum da vida humana, e é resnsável ela sensaçã de duraçã alterada que tems nas atividades em que estams envlvids intelectual e emcinalmente. Pr esses mtivs, tem raramente! 17

32 de ser exlicad de uma só maneira e, mais que iss, habitualmente as exlicações sã disares e cncrrentes entre si. Desde a antiguidade, que dierentes autres e culturas 6 exlicam tem de duas maneiras, de acrd cm a caacidade de medir: de um lad, tem que de ser medid, e de utr, tem que nã de ser medid. As discussões e denminações sbre esses mdels temrais receberam diversas nvas abrdagens, rincialmente a artir da ublicaçã da Teria da Relatividade de Albert Einstein em N entant, desde Newtn, a criaçã da medida d tem cm a ajuda de um relógi ermitiu, segund Szamsi, que a ciência, tecnlgia e indústria existissem. N entant, essa mesma medida d tem, cmletamente abstrata, cntraria a nssa exeriência individual d mesm (1986,.92-9). Talvez rblema rincial dessa diiculdade de deiniçã cnceitual sbre a assagem d tem crra quand nã sms caazes de exlanar sbre tem, mas só que crre nele. O tem nã cnsegue ser exlicad, mas é através dele que s events existem e sã cnsequentemente cmreendids (Grimaldi, 199,.11). O tem é irracinal abslut. E send uma grandeza ininita ele recede e antecia qualquer exlicaçã ssível, (Ibid,.29). Da mesma rma, ara a ilósa Susanne Langer a but the exerience time is anything but simle. It envlves mre rerty than length (195,.112). Para Langer, tem ssui vlume, u seja, cnteúd de uma dada duraçã ssui um leque de características que altera a erceçã dessa mesma duraçã. Tais características sã tensões que multidirecinam nssa erceçã, u seja, The henmenema that ill time are tensins hysical, emtinal, r intellectual (Ibid,.112). Um ti de tem virtual é criad nesse emaranhad de tensões. Mas, em suas alavras, lie is always a dense abric cncurrent tensins, and as each them is a measure time, the measurements themselves d nt cincide. (Ibid,.11). A rganizaçã resultante desse at az transarecer um tem incnstante e disrme, alg cmletamente cntrári a tem abslut e unirme d eríd da ísica clássica. Mas, é undamental recnhecerms que é justamente esse tem disrme e diícil de agarrar que retrata u dimensina s nsss ercurss de vida, is tais tensões diversas sã cnteúd de nssas vidas. O 6 Cm a cultura indígena ds Kamayurá na qual tem é relatad de dis mds distints: tem históric (cm características lineares) e tem mític (cm características nã-lineares) cnrme ntad r Menezes Basts. 18!

33 tem real u duraçã de Bergsn equivale, ara Langer, a tem subjetiv que tem rimazia n ensament ilsóic da autra, cm será vist adiante. Tmand cm base livr Ontlgie du Tems de Niclas Grimaldi, é ssível vislumbrar mais algumas questões que cercam a exeriência d tem. O que cnsiderams cm assagem d tem está reresentad na assagem de events, u seja, a mudança de acnteciments que cada um ercebe n mund à sua vlta. Esses events sã ercebids inicialmente cm events uturs e acabam r se trnar events assads à medida que tem esca. Cm anta Aristóteles, a nçã d tem seria derivada da sucessã, Nus renn cnscience du tems lrsque, distinguant ce qui récède de ce qui suit, nus distinguns un muvement. (in Grimaldi, 199,.16). Interessante ntar que já está resente nesta bservaçã de Aristóteles a metára d esaç 7, tem cm mediçã d mviment esacial. Cm mencinad anterirmente, a relaçã d tem e d esaç se desenvlve através da remissa de que nã é tem que se mve, as cisas é que se mvem n tem. Da mesma maneira, ara Lcke a sucessã de events é que cnhecems cm distância entre events, a duraçã, nus aelns durée, la distance qui est entre quelques arties de cette sucessin (in Grimaldi, 199,.16). Nvamente esaç, através da distância, serve cm guia d entendiment d tem. Quant a tem cm sucessã, Grimaldi exõe, (Ibid,.16), que ara s ilóss emiristas que suscita a sensaçã de tem se articula em dis teremas recírcs: 1) se nã há dierença [entre events] nã há sucessã, e 2) é a sucessã de imressões que rduz a cnsciência d tem. Neste seguiment, Hume cnclui, (in Grimaldi, 199,.15), que um hmem durante sn u em um ensament rund deixa de ter cnsciência d tem: semre que se erdem as erceções sucessivas erdese igualmente a nçã d tem. Nta-se que é através da cnsciência, cm element que interreta tem, que esses autres entendem a realidade da exeriência temral. A cnsciência vai utilizar as erramentas de que disõe ara reletir sbre tem. Essas erramentas dem ser recnhecidas cm send: a atençã, a exectativa, e, a caacidade de relacinar dads que vã send armazenads na memória. Estas erramentas serã abrdadas em mair detalhe n segund caítul desta tese. 7 Alg que Szamsi abrda a cnstatar que a interretaçã d mund ds gregs era redminantemente esacial enquant que ara s hebreus a redminância era temral.! 19

34 Grimaldi dá ênase à exeriência temral através da cnsciência ura, e chama de sensaçã da ausência a que denminams cm nssa exeriência d tem, vist tem só existir ela maneira cm aeta nssa cnsciência. Lrsque c est sur le mde du suvenir, elle s aecte du assé cmme d une réalité; et lrsque c est sur le mde de l attente, ele se réère à l avenir cmme à une réalité qu elle redute u qu elle esère. (Grimaldi, 199,.1) Duraçã Será rtun abrdar resumidamente s trabalhs de dis ilóss que reletem acerca d tem. Henri Bergsn e Gastn Bachelard têm bras que renvaram entendiment d tem e, a artir de seus trabalhs, diverss autres debruçaram-se sbre cnceit e entendiment d tem na vida humana. O trabalh de Bergsn aóia-se, em arte, na teria de Einstein ara sugerir que a exeriência d tem que vivems se traduz em duraçã. Sabems que cm Einstein, a velcidade da luz é a única cnstante da natureza, tem e esaç deixam de ser absluts e indeendentes. Dessa maneira, abriu-se recedente ara que tem e esaç nã ssem mais encarads só cm entidades externas e inalcançáveis. Essa nva maneira de reletir sbre tem e sbre esaç abria a ssibilidade a um tem que nã era mais uma máquina rígida e que se sbreunha a tem exerienciad. Cm airma também Bachelard: Avec la Relativité est aaru le luralisme temrel. Pur la Relativité, il y a lusiers tems qui, sans dute, se crresndent et qui cnservent des rdres de dérulement bjectis mais que ne gardent ceendant as de durrées abslues. La durée est relative. Tuteis, la cncetin des durées dans les dctrines de la Relativité accete encre la cntinuité cmme um caractère évident. (199,.90) Bergsn deende que a duraçã é tem da cnsciência, tend seu iníci e im delimitads ela existência de cada indivídu, n qual estã inseridas tdas as suas exeriências. Mesm que as exeriências sejam events externs, é através da cnsciência que ns é ermitid ter erceçã destes cm send indeendentes e simultaneamente ligads a td da rória cnsciência. Só na cnsciência as durações de events externs dem ser cmaradas à duraçã que nunca ns abandna, e é só através dela que s events e suas durações tmam signiicad, já que recisams cnstantemente dessa 20!

35 ersectiva cmarativa. Nesta linha de ensament tem da duraçã, da cnsciência, seria tem real 8. De uma certa maneira deríams dizer que a cnsciência seria caaz de assimilar e descriminar múltils tems cm s exsts r Einstein na sua teria. À medida que uma exeriência é vivida, ser human acaba r ter a sua duraçã deinida ela maneira que entendiment é estabelecid. Entretant, duas u mais exeriências cm tems distints dem ser simultaneamente absrvids el tem da cnsciência. Duraçã é, ara Bergsn, a hetergeneidade, a successin qualitative changes that establish, enetrate, withut recise cnturs, withut any tendency t reveal them t each ther, withut any relatinshi with the number: it is ure hetergeneity. (Bergsn aud Messiaen, 1998,.18). Sbre a duraçã de Bergsn, Deleuze cnsidera-a cm uma assagem, um devir, a airmar il s agit d un assage, d un changement, d un devenir, mais d un devenir qui dure, d un changement qui est la substance même Mais ainsi déinie, la durée n est as seulement exérience vécue, elle est aussi cnditin de l exérience (2008,.29). Grimaldi rerça esta linha de ensament quand reere que devir é a materialidade da mudança (199,.0). Essa abrdagem ermite entender a cnsciência cm lugar detentr da verdade da erceçã temral, is ssibilita à música um caminh de desenvlviment de uma retórica temral rória, que cnsidera as rriedades temrais da música cm s elements resnsáveis r transrmar e deinir a exeriência d tem d indivídu. As relações criadas durante a exeriência musical redeinem a rória sensaçã de tem. Esse entendiment será ssível através de alguns autres cm se verá mais adiante Instante Também se de ntar que a exeriencia individual serve cm baluarte da avaliaçã temral a cnsiderarms ensament de Gastn Bachelard sbre tem, e de cm a erceçã d mesm acntece. Segund autr, julgament de valr de cada indivídu age ara clariicar seu julgament da exeriência temral vivida, e, desta rma, seria Imssible de cnnaître le tems sans le juger. (Bachelard, 199,.6). 8 Para Bergsn tem é uma dimensã insearável da exeriência, mas ara muits autres nã aenas, existiria também cm um tem ra de nós, Santaella e Nrth.! 21

36 Dessa maneira, Bachelard airma que Le tems est ce qu n sait sur lui. (ibid,.2). Mas, n ensament de Bachelard, a cnsciência d tem se dá através de um instante ensad. Dierentemente da duraçã ercebida de Bergsn, que se cnigura em um lux cnstante. Sabems que a tmada de cnsciência sbre um instante crrid n tem só surge aós a sua assagem: tda a cnsciência acntece sbre um acnteciment assad. Iss cmartimenta tem, e trna descntínu. Rerçand a dierença cm a duraçã de Bergsn, instante, segund Lcke, seria cm um tem sem devir, uma duraçã estagnante, que dura um estad sem mudanças. A relexã sbre instante de Grimaldi serve ara dar mais uma ersectiva a esse nt. Há n cnceit de instante um rblema, cm anta Grimaldi, Par ailleurs, il ne eut y avir de tems que si, ne demeurant jamais mais devenant tujurs autre, l instant erd sn identité aussitôt même qu il l acquiert. (199,.9). Existe um cnlit em si mesm, já que as rnteiras ds instantes se misturam, e é diícil islar um só instante. E, cnsequentemente, um instante ica sem assad e utur, un instant araitement déterminé et tujurs identique, la limite entre le assé et l avenir n en serait as mieux déterminée car il n y aurait lus alrs, ar le ait, ni assé ni avenir (Ibid,.10). Pdems dizer que instante é um tem resente que nã tem medida. Se s instantes ssem assíveis de serem medids, veriicaríams a ineicácia dessa mediçã devid às características inerentes a róri instante. Pr exeml, instantes cm limites mais largs se sbreriam a utrs, que imlicaria a existência simultânea de váris instantes. Para Grimaldi tem reudia instante assim cm instante reudia tem. E ist teria iníci a artir de nssa rória ilusã de cnsiderar tem sb mdel d númer (Ibid,.10). É quand tentams reresentar instante segund mdel numéric que cmreendems a imssibilidade de medir tem e instante segund s mesms arâmetrs. Embra s ensaments de Bergsn e Bachelard sejam cnlitantes, r abrdarem em seu racicíni nts de artida sts, tem musical é caaz de estabelecer uma ligaçã entre instante e duraçã a exigir mais de uma estratégia de escuta durante um mesm discurs musical. Nesse sentid, Seincman cnstrói uma abrdagem que tenta enquadrar, na música, tais mds de ensar tem cm cmlementares. O instante ensad irá, r um lad, rdenar tem, naturalmente ragmentad, em um lux. A duraçã irá, inversamente, exerimentar tem cm um lux de vivência. Pis cm 22!

37 airma Seincman, se ara Bergsn a realidade é cntínua e a vida siclógica descntínua, ara Bachelard a realidade é descntínua e a vida siclógica um esrç de manter a cesã e cntinuidade. (2001,.172). Entretant, em música, deria haver a cexistência de ambs a cnsiderar s cnlits gerads r instantes marcantes, cm acrdes esecíics, e a sua acúmul integral na memória da cnsciência. Cm já bservu Barreir, Seincman ensa a erceçã musical cm alg que age dinamicamente n tem através de exectativas e reavaliações, lançand mã d jg entre cntinuidade e descntinuidade. (2000,.116). Na música de-se erceber elements imrtantes d tem devid a sua cnstruçã r sucessã de events. Cm Kramer lembra, music is meaningul, as I have said, rimarily thrugh time. (1988,.1). O tem em música se erece cm um aml cam de exerimentaçã das relações d tem em si e destas relações cm hmem. 1. Tem Musical Send tem uma exeriência variável, uma abrdagem desenvlvida r alguns autres, cm Gisèle Brelet, se aia n tem musical ara cmreender algumas nuances da rória exeriência temral. Nas alavras da autra, le tems est inintelligible dites-vus C est sans dute que vus ignrez le tems musical et ne cncevez d autre mde de cnnaissance que le mde cncetuel. Mais le tems, aque aux cncets, est clair à la ensée ensante (1949,.481). Fica clar ara a autra que embra seja diícil entender eetivamente cnceits relativs a tem, tem musical é cmreendid através da rória música. N mesm sentid, a ilósa Susanne Langer diz-ns que a duraçã musical, reerente a univers das durações 9 e nã a quants minuts e segunds uma bra musical dura, é uma imagem d tem exerienciad, um tem virtual. E esta assagem de tem is measurable nly in terms sensibilities, tensins, and emtins (Langer, 195,.109). Para ela tem virtual é distint da sequencia de acnteciments reais assim cm esaç virtual é distint d esaç real 10. Pis este tem musical de, it 9 Transarecend a inluência de Bergsn n trabalh de Langer. 10 Para Langer esaç virtual é aquele esaç uramente visual, n qual nssas demais exerienciais sensriais entram em cnlit cm a visã. Cm airma a autra, Being nly visual, this sace has n! 2

38 susends rdinary time, and ers itsel as an ideal substitute and equivalent., cm dit r Basil de Selincurt (aud Langer, 195,.110). Langer identiica ainda, d lad st, tem d relógi cm hmgéne, abstrat, e distingue d tem exerienciad que, segund ela, cntém vlume e ssui mais de uma dimensã, send tem verdadeiramente ercebid. E que reenche este tem ercebid are tensins hysical, emtinal, r intellectual (ibid,.112). O tem que exerienciams é esse em que sms submetids a essas tensões e suas resluções, retardaments e substituições r utras tensões mais u mens lngas. Nvamente retrna-se à ideia de tem subjetiv. O tem vivid, exerienciad, é cnstantemente cntraíd e exandid. Nã é rar que tem ercebid send incerente cm tem crnmetrad cause surresa. Aenas através da cnstante lembrança de um uls reerencial, cm bservar um metrónm u relógi, arximams nss tem vivid d tem crnmétric. Pis róri ensament se dá r mei de variações temrais, se adata a cada tema exigind discurss dierentes. Cm cada discurs de ensament cmrta identiicações e relexões únics iss acaba r gerar cnsequências distintas. Dessa maneira tem subjetiv de ser cnsiderad cm na verdade tem real, em cncrdância cm Langer e cm Bergsn e a sua duracã-real. O tem crnmétric r utr lad seria a abstraçã útil e necessária ara nã se erder ns amálgamas das exeriencias temrais essais. Esse sim uma erramenta, de mediçã, ara ssibilitar a realizaçã de tareas e até a cmunicaçã entre músics cm já airmad r Szamsi. Neste trabalh se segue a linha de ensament desenvlvida r este arcabuç teóric, que cncebe tem cm uma maniestaçã variável em suas ssibilidades de exeriência. Serã encads duas destas maniestações: tem extern a ser, que é tem da natureza e ds events indeendentes da cndiçã humana; e tem intern, que é ttalmente deendente da interrelaçã entre indivídu e s events que cercam. Ainda é imrtante salientar que tem musical cnrme entendid aqui é resultad de um rcess que envlve tant a bra, cm suas rriedades inerentes (cm a crrelaçã entre events snrs escrits, a rduçã desses events r um instrument e a errmance), cm rcess de escuta e areensã de seu cnteúd. Iss se dá dessa cntinuity with the sace in which we live; it is limited by the rame, r by surrunding blanks, r incngruus ther things that cut it. (195,.72). 24!

39 rma rque dentr ds limites da rória música nã se encntram tds s elements que cnstrem a exeriência d tem. Essa exeriência deende de atres individuais cm: a cncentraçã que imerge uvinte na escuta; a sua amiliaridade e caacidade de encntrar relações reerenciais entre cnteúd que exeriencia e s cnheciments que reuniu em sua rmaçã. Muit embra essa limitaçã da exeriência musical nã aça cm que tem em música seja ttalmente sujeit às cndições da exeriência humana e r iss mesm se az necessári cnsiderar a cnstruçã das bras e de cm as dierentes rganizações reletem dierentes exeriências temrais. Recnhecend nesta hiótese element basilar da maniulaçã temral em música, recrrente n ensament (e ns escrits) de diverss cmsitres, dentre s quais, Messiaen, Bulez, Manury, Grisey, Xenakis, esta investigaçã tenta reunir meis de encntrar e de rr a reresentaçã temral em música cm um element exressiv. Element este que de gerar material desde as estruturas mais básicas, mas que nã retende sur a eetiva exeriência temral que s uvintes terã. Reresentações temrais em música dem entã ser deinidas cm sensações esecíicas de assagem de tem imstas em algum nível ara uvinte através da escuta, alg que tda música az inerentemente, seja de maneira cnsciente u nã. A maneira cm seus events sã rganizads ritmicamente, tnalmente, texturalmente, harmnicamente, etc., determinand cnteúd musical, incide sbre a nssa erceçã n que tange a exeriências dierentes de tems musicais subjetivs. Nesse sentid, dese airmar que uma bra musical derá gerar dierentes sensações temrais em seus uvintes deendend de seu cnteúd. Iss é ssível ela uniã ds elements uramente musicais em cnjunt cm as reerencias extra musicais que sã evcadas ela cnceçã de mund d uvinte. Cmreende assim um cmlex cnjunt de interações diicilmente descdiicáveis mas cm tencial exressiv. Paralelamente, esaç e s seus cnceits tem sid cnsiderads cm um mei relativamente nv de adicinar cnteúd exressiv a música r autres cm Stckhausen, Wishart e Henry Brant, rincialmente n cas da música eletracústica. De maneira semelhante, tem em música i send cnsiderad, rvavelmente desde iníci d sécul XX, um nv mei de rganizar a música em vlta de uma exressividade que nã está resa smente a uma vertente de cmsiçã musical. Ist nã quer dizer que antes tais elements nã ssem cnsiderads n at cmsicinal, mas é a artir d! 25

40 trabalh de certs cmsitres n sécul XX que um arundament e destaque sã dads a tem e também a esaç em música. Prática que relete e que alimenta s róris rcesss de evluçã cultural e musical d seu entrn. Uma abrdagem que busca esclarecer enômen da crrência de temralidades em música arte de Jnathan D. Kramer ( ). Ele airma que a música é caaz de t create, alter, distrt, r even destry time itsel (Kramer, 1988,. 5). Duas rinciais rriedades d tem musical linearidade e nã-linearidade sã descritas r ele: Let us identiy linearity as the determinatin sme characteristic(s) music in accrdance with imlicatins that arise rm earlier events the iece. Thus linearity is rcessive. Nnlinearity, n the ther hand is nn rcessive. It is the determinatin sme characterist(s) music in accrdance with imlicatins that arise rm rinciles r tendencies gverning an entire iece r sectin. (Kramer, 1988,. 20) Cm Kramer argumenta, existem ainda as várias ssibilidades temrais intermediárias entre linearidade e nã-linearidade. Além d mais, segund ele, virtualmente tda música se utiliza de ambs s rcesss, em mair u menr grau (Ibid.,.19) 11. Exemls musicais cm redminância d tem linear sã acilmente encntrads na música tnal. A rma snata é um exeml de um tem direcinad que busca a resluçã de imlicações tnais aresentadas anterirmente em sua exsiçã. O desenrlar d seu rcess musical é rechead de desenvlviments temátics, recrrências, rearações e resluções, dand a uvinte nts de reerência snrs e tem suiciente ara rcessar as inrmações que trnarã rcediment auditiv cerente e encadead. Nesse cas, uvir tda a bra é de suma imrtância ara a cmleta areensã musical através d arc temral aresentad em sua ttalidade. Obras cm a Quarta Sinnia de Brahms exõem, em seu rimeir mviment, r exeml, claramente as tensões e resluções que estruturam um arc dramátic que direcina a escuta de alguma maneira. Em lad st, d tem nã-direcinad, algumas bras da literatura musical d Sécul XX servem ara exemliicar exeriments esecíics relacinads à 11 A autra Barbara Barry (1990), em seu livr Musical Time: The Sense Order, distingue dis tis de tem musical: transcendental e estruturad. O tem transcendental, nã-mensurad, cm ausência de resluções e cm acnteciments ineserads, tem seu cnceit arximad d tem nã-linear de Kramer (1988). O tem estruturad, r utr lad, é mensurad, direcinad e regular, e tem seu cnceit arximad a d tem linear de Kramer. A abrdagem de Barry será arundada n Segund caítul desta tese. 26!

41 maniulaçã temral em música. Uma delas é HPSCHD (1969), de Jhn Cage ( ) e Lejaren Hiller ( ). Essa eça, cujs events nã deendem nem derivam uns ds utrs, é um exressiv exeml de música dminada el tem nã-linear. Escrita ara 7 cravs e 52 itas gravadas cm sns gerads r cmutadr, ela aresenta, d cmeç a im, uma grande massa snra. Essa massa snra é rmada r trechs esclhids a acas dentre bras musicais de cmsitres clássics e ds róris Cage e Hiller (tcads els cravs), sbrests as diverss sns gerads r cmutadr. Graças às rriedades aleatórias e suerdimensinadas, e cnseqüentemente cmlexas, da massa snra, uvinte trna-se indierente a cmrtament ds events articulares da rória massa snra. Iss imlica dizer que, aesar de recnhecer a existência de alturas, ritms e timbres róris da música, uvinte nã é caaz de recnhecer nenhum cnlit, desenvlviment u resluçã, rincialmente r causa da imensa cmlexidade d sm gerad. Para areender esta música nã é necessári que uvinte tenha a erceçã de um arc temral já que a bra nã evlui n tem. Neste âmbit, se uvinte nã escutar, r exeml, iníci da bra, cntinua a ter a erceçã da mesma, is a bra acntece cm um únic mment muit rlngad. Em Debussy já é ssível vislumbrar a reminência de uma nva dimensã na utilizaçã d tem cm estruturante da música. Cm airma Gubernik, O que se encntra na bra de Debussy é um us que deslca as unções tradicinais das categrias e que inaugura uma nva rma de agenciament rmal e temral, Debussy daria à sua música uma qualidade ragmentada, e sem uma rma cm mdel ré-estabelecid. O que ermite a rgressã musical dessa rma aberta seria cntrle abslut das rrções. Pis as relações e reetições entre durações de render a exressã e entendiment temral de uma bra. Gubernik ressalta: Cm váris teórics e criadres têm insistid, nã se dem mudar s mds de rduçã tnais sem mdiicar s undaments da reresentaçã temral. Esta questã se trna cada vez mais imrtante à medida que se descbre que a rça exressiva se encntra mais nas determinações temrais que ns sistemas de alturas. É a determinaçã duracinal que cncretiza a exressã musical. (1996) Debussy vai a encntr da utilizaçã de elements cm a ragmentaçã linear (caracterizada ela rutura da cntinuidade d discurs), cntrle de rrções (que ermite a criaçã de relações através da escuta cumulativa), e a relaçã a artir d timbre! 27

42 que durante sécul XX viriam a ser cnsiderads cm indisensáveis ara a cmsiçã musical, distanciand-se da rática tradicinal tnal anterir. Um utr exeml de maniulações temrais já d iníci d séc. XX de ser encntrad na bra The Unanswered Questin de Charles Ives. Esta bra, de 1908, cnta cm duas temralidades distintas e simultâneas. D rincíi a im da bra é ssível erceber claramente duas camadas musicais que evluem dierentemente. De um lad, mviment lent ds lngs acrdes nas crdas, e d utr, elements melódics d trmete sã seguids r resstas ragmentadas nas madeiras. Essa instrumentaçã, que se mantém r tda a duraçã da bra, é uma estratégia de distinguir esses discurss, n entant, a maneira cm evluem temralmente crrbra cm essa estruturaçã das camadas musicais. É imrtante ressaltar que Ives assim az sem que nenhuma das duas camadas ssua uma direccinalidade rte, em uma cnceçã mais tradicinal tnal, trabalhand assim cm a sbresiçã de temralidades nã tradicinais já n iníci d sécul. Assim cm antava a bra de Debussy a relexã sbre tem geru tais exlrações de seu asect nã-linear e descntínu. Cmeça a mudar assim grande arte d aradigma d tem em música n sécul XX. A artir de Debussy a descntinuidade temral será um ds destaques da rduçã musical, trazend cnsig nvs rblemas e sluções de exressã artística. Tend em cnta surgiment de muitas bras que esmiúçam essa descntinuidade, ôde-se alcançar um nv atamar que ermitiu arundament das exlrações cmsicinais ds dierentes tis de temralidade resultantes. Mas essas nvas abrdagens nã artem exclusivamente de decisões individuais de cmsitres d iníci d séc. XX. À semelhança de tants utrs mments de viragem na história da criaçã, as nvas abrdagens estã diretamente relacinadas cm utrs atres que dem ser de rdem scial, cultural e/u tecnlógica elements externs que se interligam e ertilizam as nvas crrentes criativas. Esses atres externs se interligam e ssibilitam meis das transrmações crrerem n cam musical. Kramer anta s atres cntextuais que trazem à tna essa até entã direçã inexlrada na criaçã musical, a nã-linearidade. Au début du XXème siècle, quatre acteurs se snt révélés déterminants dans l établissement d une esthétique de la nn-linéarité: le climat culturel et idélgique, l inluence de la musique 28!

43 nn ccidentale, l imact de la technlgie de l enregistrement et, enin, la manière dnt l art a relété de lus en lus l irratinalité du mi intérieur. (2004,.197) Esses atres teriam alterad a substância da assagem d tem em música. O relex que a música az d exterir se adequa a essas nvas ssibilidades de enxergar tem. Cm airma Bulez, A cmsitin is n lnger a cnsciusly directed cnstructin mving rm a beginning t an end and assing rm ne t anther. Frntiers have been deliberately anesthetized. Listening time is n lnger directinal but time-bubbles, as it were. (1986b,.178). Tda uma maneira nã-linear de desenvlver cnteúd cmeça a ser exlrada requentemente. Pr uma utra ersectiva é interessante ntar que Linearidade e Nã-Linearidade dem, cm Kramer deine, ser assciadas, embra nã sejam análgas, cm s cnceits de revisibilidade e imrevisibilidade r lidarem cm a negaçã u cumriment da exectativa. Segund Kramer, cumriment, slidiicaçã/materializaçã u nã de algumas imlicações que gvernam uma eça cnduzem discurs, rvcand uma sensaçã linear n rimeir cas e nã-linear n segund. E ainda segund Fitzell, Pierre Bulez asserts that it is recisely with resect t the redictability r unredictability uture events that certain st-war music mst diers rm earlier music (2004,.6). Essa questã da revisibilidade versus imrevisibilidade será um ds temas centrais da relexã realizada neste trabalh, e ermeia também s escrits de alguns cmsitres tais cm Messiaen, Stckhausen, Bulez, Grisey e Xenakis. Aresenta-se a seguir um aanhad das cnsiderações de alguns desses cmsitres que verbalizaram seus ensaments acerca d tem musical. N trabalh de Olivier Messiaen cnceit de duraçã de Bergsn tem grande inluência, e ritm é ara cmsitr i cndutr d discurs musical, is deine inclusive utrs arâmetrs. Para este cmsitr s tems sã múltils e sbrests, cm tem da existência humana u ds crs celestes, e iss r cnsequência revela a existência de uma lirritmia. É relevante salientar que ara Messiaen é recis avaliar alguns atres que cntrariam a erceçã da existência de lirritmia ara que se ssa exlrar cnscientemente as rnteiras da multilicidade d tem. Para ele esses sã chamads atres de cesã, e s rinciais sã as semelhanças de timbre, iscrnism, a tnalidade, a unidade de registr, a unidade de tem, s uníssns de durações, a unidade de intensidade e a unidade de ataque. Elements que sã, de um md u de utr,! 29

44 indisensáveis à discussã da relaçã entre identidade e escament d tem que se aresentará n segund caítul desta tese. Em seu trabalh, Stckhausen rcura uniicar s arâmetrs musicais sbre a Unidade d Tem Musical. A série de dze sns era um rincíi uniicadr, e n trabalh de Stckhausen, segund Fichet, uma rimeira etaa recedia seu lanejament. Essa etaa retendia azer tds esses arâmetrs d sm deenderem de um mesm element de base (Fichet, 1996,.296). É de Stckhausen um ds exemls mais ntóris d estabeleciment de uma rma baseada na cncatenaçã de ragments sem relaçã entre si. A bra Mmente, que é rmada r trinta seções cm baixa relaçã entre si, clca em destaque um cnjunt de tems musicais que nã criam uma relaçã de causacnsequência recnhecíveis, deixand assim um tem nã-linear cm rincial escament temral. A estruturaçã desta bra é ssível através d cntrle rigrs da rrçã entre as durações de cada mment. O mment cm uma reresentaçã d tem resente nã aresenta cmeç, mei u im. Cm airma Kramer, Althugh the iece must start r simle ractical reasns, it des nt begin; it must st, but it des nt end. (1988,.20). Iniciar e arar sã ara Stckhausen cnceits distints de cmeç e im, send esses últims ligads semre a arc linear. Em seu artig Temus ex Machina (2008), Grisey deine tem em música cm send cmst r três camadas sb as quais acntece a cnstruçã e a receçã d tem musical. Sã elas esquelet d tem, a carne d tem e a ele d tem. Para cmsitr tais camadas crrem em dierentes mments de uma bra, desde laneament cmsicinal até a receçã mental d uvinte. Iss cincide cm a diminuiçã d der de maniulaçã d tem d cmsitr, de um lad nde ele cntrla cada detalhe (esquelet d tem) e de utr nde a rória bra e uvinte se cnrntam (ele d tem). Essas camadas reletem ara cmsitr as dierentes hierarquias envlvidas na exeriência d tem. N esquelet d tem Grisey clca s arâmetrs musicais em clabraçã cm a Teria da Inrmaçã 12, e iss signiica que a quantidade de inrmaçã envlvida em trechs de uma bra de vir a aetar escament d tem ercebid. Na carne d tem cmsitr clca imrtância na qualidade das inrmações musicais, e elabra cnceits cm de revisibilidade, que ele renmeia cm ré-audibilidade. A ele d tem é ara ele uma questã da sic-acústica 12 Cnrme alicada às artes r Abraham Mles esta teria será abrdada em mair detalhe n caítul 2. 0!

45 e scilgia mais d que da cmsiçã, r se tratar de um lieu de cmmunicatin entre le tems musical et le tems de l auditeur (Grisey, 2008b,.85). As questões que Grisey levanta quant à ele d tem evcam cntext d uvinte, uncinament da memória d uvinte, a selecinar events e rganizar a cmlexidade d enômen snr. N ensament de Xenakis tem de uma bra musical resulta de estruturas ra-d-tem, estruturas n-tem e estruturas temrais. Nessa divisã, estruturas rad-tem crresndem a uma arte d lanejament ré-cmsicinal, is estes existem ra d tem da bra e sã aenas ssibilidades. Quand essas ssibilidades sã deinidas (e escritas cm cnsequência dist) elas se trnam eetivamente estruturas n-tem, e, r sua vez, estruturas temrais quand executadas r um instrument. Pr cnsequência, estruturas temrais crresndem a events musicais reais, u seja, já errmads. Em um estági sterir desta cadeia, na escuta, as estruturas temrais seriam indexadas cm estruturas ra-d-tem através da atuaçã da memória d uvinte que transrmaria events snr-musicais mais uma vez em ideias, estruturas ra-d-tem. Segund Barreir, Xenakis airma que medims lux d tem através de events ercebids que ns servem de reerência. Estes nã desaarecem sem deixar traçs em nssa memória, (2000,.27). Sã bem cnhecids s cnceits de Bulez de Tem Lis e Tem Estriad. Ambs sã deinids ela resença u nã de ulsaçã que existe sistematicamente, regular u irregular, n Tem estriad. N Tem Lis a ulsaçã, cas exista, nã é assível de ser identiicada; n tem lis nã há nts de reerência, e a exeriência deste é amra. O tem estriad/ulsad est nctin, en eet, d un tems chrnmétrique lus u mins restreint, large, variable; la relatin du tems chrnmétrique et du nmbre de ulsatin sera l indice de vitesse. (1986a,.100). Já tem amr será seulement lus u mins dense suivant le nmbre statistique d événements qui arrivernt endant un tems glbal chrnmétrique; la relatin de cette densité au tems amrhe sera l indice d ccuatin (Ibid,.100). Tend exst alguns ds cnceits destes cmsitres, estas relexões e remissas integram argument a artir d qual alguns elements, teórics e cmsicinais, d trabalh desta tese sã desenvlvids. Tend este cam sid amlamente exlrad r cmsitres e autres ns últims ans, de-se arveitá-l! 1

46 ara tentar exlrar maneiras esecíicas e riginais de utilizar e maniular tem em música. Assume-se assim que a clcar s asects temrais da música em rimeir lan, na elabraçã cmsicinal, de-se, nesta investigaçã, atingir um nível mais rund de entendiment sbre tem musical a artir da ersectiva d cmsitr. A seguir será desenvlvida uma relexã sbre dierentes estratégias de maniulaçã da exeriência d tem musical. Essas serã vistas r dis rinciais ânguls, da quantidade e da qualidade de inrmações. 2!

47 Caítul 2 Maniulaçã d Tem Musical N seguiment ds cnceits levantads anterirmente sbre tem e, mais eseciicamente, sbre tem musical, e a sua inluência na exeriência humana, rms arundar a relexã sbre elabraçã d tem numa bra musical. A discussã levantada nesta investigaçã serve-se ds cnceits gerais aresentads n rimeir caítul, de md a arundar entendiment sbre md cm dierentes temralidades dem ser cnstruídas numa bra musical. Send item c deste caítul, a maniulaçã d tem em música é realizável através das eculiaridades d entendiment da música ela cnsciência, que cnstrói assciações e mlda à sua maneira cnteúd musical. Iss signiica dizer que a cnjunçã ds váris arâmetrs musicais de uma bra az cm que um event musical ssa evcar relações cgnitivas que sejam caazes de imlementar uma rça aetiva, cm airma Berry (1987). Tal rça aectiva diz reseit a relações adquiridas entre events na medida em que estes sã ercebids, cnrme ressalta Mura, Tdavia, é através de dierentes graus de assciações cntextuais que s events musicais adquirem rças qualitativas mais rtes. Cm esse term, reerim-ns à caacidade de quaisquer events musicais cnluentes e/u sucessivs ara estabelecer entre si (u, mais arriadamente, na mente ercetiva) níveis variads de cnexões, relações e interações sintáticas. (2007,.70) Tais cnexões, relações e interações sintáticas, sã cnsideradas nesta tese r duas rinciais linhas de investigaçã: a quantidade das inrmações musicais e a qualidade das inrmações ercetíveis. Estes lads sã cexistentes, e se inluenciam à medida que uma bra musical é areendida ela escuta. Embra âmbit maniulável existente na exeriência temral seja equen, is deende de inúmeras variáveis individuais e culturais, ele ermite algum desenvlviment a artir de um nt de vista criativ, devid a exsiçã ds elements que ermitem alterar tem de md a cincidir cm s bjetivs cmsicinais da bra. 2.1 Maniulaçã Temral em Música Através da Teria da Inrmaçã Nessa ersectiva, a utilizaçã da Teria da Inrmaçã, cnrme alicada à erceçã estética, de Abraham Mles, ela autra Barbara Barry em seu livr The!

48 Musical Time, surge cm uma abrdagem undamental ara a cnsideraçã e maniulaçã d tem em música. A Teria da Inrmaçã rvém, dentre utrs, ds estuds matemátics de Claude Shannn, articularmente resente n seu artig The Mathematical Thery Cmmunicatin (1948). Alicada às cmunicações humanas, tal teria estuda as relações entre a quantidade de inrmaçã recebida el uvinte, e, cm tal, quantidade aeta a erceçã individual. Mles (1969) utiliza esta teria ara reletir sbre a erceçã estética. A artir de suas relexões, estabelece três níveis de erceçã diretamente ligads à quantidade de inrmaçã (que ele chama excitaçã ísica). [...] Cm eeit, td sistema sensrial reage às excitações ísicas, segund as mdalidades seguintes: 1). Abaix de um cert limite de excitaçã ísica, sistema recetr trna-se insensível, é limiar da sensibilidade; 2). Acima de um cert limite de excitaçã ísica, sistema recetr é saturad limiar de saturaçã e nã ercebe mais as variações dessa excitaçã devend rtant ser cnsiderad cm sem ressta esecíica. (Mles, 1969,. 24) Um nível de quantidade de inrmações muit elevad, e da mesma maneira um nível muit baix, transria limite d sensível, enquant que um nível mderad de inrmações ermaneceria dentr d limite d sensível. Ist signiica dizer que uma grande u uma uca quantidade de inrmaçã musical cnduzem igualmente a um esvaziament da sensibilidade embra r meis distints. Esse esvaziament nã crreria em um nível médi de inrmações. Neste sentid, Barry az uma ressalva, There are n abslute standards measurement because the marvelus diversity human cmlexity, the individual acts backgrund, training, exerience, interest, tastes and many ther things that we bring t bear when listening t music. (1990,.228). Mas ainda assim, elements guias relevantes dem ser encntrads dentr destas variáveis. Para a autra, tem subjetiv, e seu st, tem bjetiv, instrumentalmente mensurável, dem ser exerienciads em música mediante a velcidade e quantidade de inrmaçã ercebidas. Barry distingue assim dis tis de tem musical: transcendental e estruturad. O tem transcendental, nã-mensurad, cm ausência de resluções e cm acnteciments ineserads, tem um cnceit róxim d tem nã-linear de Kramer (1988). O tem estruturad, r utr lad, é mensurad, direcinad e regular, e tem seu cnceit arximad a d tem linear de Kramer. Nta-se que Barry (1990), em sua abrdagem, assume a stura de semre assciar elements quantitativs, decrrentes da Teria da Inrmaçã, a esses tis de tem. N 4!

49 que a autra denmina Teria de Densidade/Andament, a emergência das qualidades temrais, transcendental e estruturada, é exlicada rincialmente sb a luz da quantidade de elements musicais resentes em uma bra. Barry esclarece ainda que reenchiment d tem nã deende aenas d númer de ntas but can ccur in any ne r mre áreas density, such as harmnic rate, harmnic cmlexity, extended meldic range, rhythmic irregularity. (1990,.180) 1. Para a autra, tem estruturad é alcançad r mei d que ela chama de rriedade de tem mderadamente reenchid (Barry, 1990) rriedade deinida ela resença de uma densidade média de inrmações, róxima da quantidade de inrmações cmummente resente na música cnvencinal, a qual as essas em geral estã mais acstumadas a escutar. Para determinar esse nível de inrmações transmitidas Barry baseia-se na velcidade de rcessament mental necessária ara que cada indivídu ssa assimilar as inrmações musicais de uma bra. O resultad da erceçã temral resultaria entã da cnjugaçã entre andament e a quantidade de inrmações cntidas nele. Se uma quantidade mderada de inrmações é estabelecida cm cntext, qualquer desvi ara cima u ara baix imlicará na alteraçã da erceçã temral. O tem transcendental 14, r sua vez, de ser mldad através da densidade sitiva e da densidade negativa de inrmaçã resectivamente, densidades acima e abaix d nível médi de inrmaçã d tem mderadamente reenchid, r cnsequência, tem exerienciad irá ser mair 15. A baixa densidade requer um mair esrç mental ara relacinar e rcessar s events musicais que estã distantes entre si. Pr utr lad, a alta densidade requer um rcessament de inrmações mais cmlex. Nesses cntexts de baixa e alta densidades, uvinte nã irá, em geral, ter a caacidade de criar uma relaçã de hierarquia entre dierentes events musicais. Cm a equalizaçã de events, rrcinada r esses cntexts e decrrente da diiculdade de erceçã, a mente d uvinte nã cnsegue estabelecer um entendiment linear ds acnteciments musicais r nã haver meis hábeis de cnectá- 1 Segund Barry (1990), utr atr que inluencia a erceçã temral é a existência u nã de nts de reerência a lng d discurs musical. Fenômen que será desenvlvid em mair detalhe nesta tese quand abrdarms sentid de identidade. Tant a baixa densidade quant a alta densidade de inrmações diicultam a descberta desses nts de reerência el uvinte. 14 Deinid r Barry cm aquele tem que, cntrariamente a tem estruturad, ssibilita desligament da cnsciência nde in the mst intense exeriences such as mystic religin, lve, art and hallucinatry drugs, time is susended. (1990, ). 15 Term que a autra Susanne Langer reere utilizar a invés de mais dens.! 5

50 ls em uma cncatenaçã cerente, já que s events nã ssuem relaçã de causa e eeit aarente. Para a sustentaçã da teria da Densidade/Andament a deiniçã d nível médi de inrmações é undamental, is é a artir de sua deiniçã que s limites, acima e abaix, sã cnsiderads. O exeml, dad ela autra, de nível médi de inrmações, cm características que ermitem resluções às exectativas e às unções d róri sistema, é cral 7 da Paixã Segund Sã Mateus de Jhann Sebastian Bach, is este ssui uls regular, unidades de tem reincidentes, direcinament e nts de reus. Mas, cm se verá adiante, tal abrdagem estatística trna-se rblemática sb nt de vista da subjetividade, já que tis de escuta, cntext e rmaçã d uvinte mudam drasticamente seu entendiment d tem da bra. Um exeml de baixa quantidade de inrmações reside em um trech da bra Temus ex Machina de Grisey. Em seu iníci, aesar de haver uma eridicidade ns ataques, há uma grande distância temral entre s mesms devid a andament lent (semínima=45), e a ausência de alterações r uma lnga duraçã, que aumenta a rbabilidade de erder a sensibilidade dessas durações. Exeml 1. Exeml de baixa taxa de inrmações (densidade negativa) n inal d Númer de Ensai 1 de Temus ex Machina de Gérard Grisey. Pr utr lad, uma grande quantidade de inrmações rduz a mesma sensaçã, cm ns mments inais d númer de ensai 122 da bra Gruen de Karlheinz Stckhausen. A grande quantidade de inrmações, rut da liritmia, articulaçã, 6!

51 interaçã entre camadas e alturas distintas que cnstrói a textura, aliada, naturalmente, às dierenças de identidade ds elements cncatenads, gera a alta de nts de reerência, que ermite criar a sensaçã de nã-linearidade. Exeml 2. Exeml de sbrecarga de inrmações (densidade sitiva) ns mments inais d númer de ensai 122 de Gruen de Karlheinz Stckhausen.! 7

52 Cm vist em Barry (1990), a saturaçã e a rareaçã da quantidade de inrmações resulta na erceçã de uma duraçã d resente musical exerienciad, mais lnga d que a duraçã medida el relógi. Já n tem mderadamente reenchid, s nts de reerência usuruem de tdas as cndições ara emergir em mei a discurs musical, ssibilitand uma escuta linear. N Exeml é ssível recnhecer essa linearidade n discurs guiad elas tensões e resluções ds rimeirs 8 cmasss d 1.º mviment da Quarta Sinnia de Brahms. Uma linha temral é ercetível neste trech devid a adensament das tensões harmónicas que sã reslvidas aenas n inal da rase cm a cntribuiçã, rerç, das linhas das lautas e ds trmbnes que se aastam gradualmente. Em: iv6 iiº6 i iv6 V7/V i6 V# I# Exeml. Exeml de tem mderadamente reenchid. Primeirs it cmasss d quart mviment da quarta sinnia de Brahms. 8!

53 Ainda n que cncerne à alta densidade de inrmações, cnstruçã mens recrrente na música tradicinal, cmsitr nrte-american James Drew detalha as rriedades alicadas a bras de massas snras, cm as de Iannis Xenakis: the larger the mass, the less imrtant is each individual cmnent; that is t say, we are dealing then with mass-identity rather than with any lcal reerence. (Drew, 1968,. 98). Nas alavras de Xenakis: Mais d'autres vies cnduisent aussi au meme (sic) carreur stchastique. Tut d'abrd des événements naturels tels que les chcs de la grele (sic) u de la luie sur des suraces dures u encre le chant des cigales dans a cham en lein été. Ces événements snres glbaux snt aite de milliers de sns islés, dnt la multitude crée un événement snre nuveau sur un lan d'ensemble. Or cet événement d'ensemble est articulé et rme une lastique temrelle qui suit, elle aussi, des lis aleatires, stchastiques. (aud Drew, 1968,. 98). Ist acntece, cnrme airma Meyer a citar Bradbent (1994,. 291), rque Exeriments suggest that there is a limit t the amunt inrmatin which a listener can absrb in a certain amunt amunt time; that is, he has a limited caacity.. O que se assemelha à interretaçã de Barry acerca da alteraçã da duraçã ercebida el excess de inrmações rcessadas. Uma abrdagem cmsicinal a artir desta teria ermite cntrlar diverss elements que dem vir a alterar a sensaçã temral em diverss tis de exeriências temrais esecíicas. Pde-se maniular a quantidade de inrmações, sejam a quantidade de ataques, a densidade harmónica, a lirritmia, tratament tímbric e etc., ara atingir s extrems dessa balança temral, send nível médi de inrmações um guia ara cmsitr. Mas nã há um tratament minucis de cntrle nessa abrdagem quantitativa, e mais ssibilidades de maniulaçã dem ser encntradas em utrs mds de exlraçã Lacunas da Teria da Inrmaçã Neste nt é relevante salientar que embra nã seja ssível descartar s asects abrdads sbre a erceçã temral a artir da Teria da Inrmaçã, alguns utrs atres nã sã abrangids r tal teria. Esta nã abrda, r exeml, a unçã das questões qualitativas ds materiais musicais na cnstruçã de tems musicais, cm cnstatam Barreir e Zamrnha (2000), já que a erceçã nã é aenas um deósit de! 9

54 inrmações em quantidade. Sbre esta questã, Brian Ferneyhugh, n artig The Tactility Time, (199,.2) sugere que events musicais, já r si cmlexs, sã caazes de diicultar a nssa caacidade de rcessament e cmreensã das inrmações, mdiicand a erceçã d tem, u seja, essa caacidade de rcessament de ser alterada quand relacinada à de utrs events musicais recedentes e subsequentes. Cm Ferneyhugh reere, a Teria da Inrmaçã nã leva em cnta s graus de relaçã entre uma inrmaçã e utra, u seja, seu cntext. Barreir e Zamrnha relatam ainda que s events musicais, e sua quantidade de inrmações, têm sid estudads isladamente, e que n âmbit de uma bra musical cmleta, cntext musical derá alterar eeit temral que determinad event rduz de rma islada. Mas questinam: N entant uma série de questões surgem. Pr exeml, artir-se de bjets islads ara estudar bjets em cntext é claramente uma hiótese atmista. Elements menres sã cmbinads e cnstituem s elements maires. Pde-se questinar se a erceçã de at uncina assim, se ela de at ssui tijls ercetuais (bjets) sbre s quais cnstrói relações (Barreir e Zamrnha, 1999,.6). O cntext musical englba, na verdade, a cmaraçã de dierentes qualidades das inrmações musicais. Ist é, um determinad event snr islad aresenta um ti de inluência temral, mas deendend das qualidades ds events que cercam a sua inluência é alterada. Na escuta uvinte cmara incessantemente as identidades cm seu cntext, e, assim, estabelece a sua leitura esecíica d tem musical. Dessa maneira, tentar entender a erceçã temral só através da artitura reduz as ssibilidades a um só ti de uvinte. Lg, ara Barreir e Zamrnha, na cnceçã de Barry esse uvinte é um uvinte médi, estatístic e, rtant, as ssibilidades individuais sã deixadas de lad. Ainda um utr nt é levantad r Hraci Vaggine (199,.96): a alta de caacidade de lidar cm váris níveis simultânes de cmlexidades az cm que a Teria da Inrmaçã nã cnsiga exlicar situações cmlexas reais. Pis, cm se cnjugam s dierentes graus de quantidade de inrmações entre mais de uma cadeia de events Embra nã seja ssível resnder a tdas essas demandas, a questã da identidade snra merece ser discutida. 40!

55 2.2 Identidade Snra Cm vist em escrits anterires, a se abrdar a erceçã temral sb nt de vista da Teria da Inrmaçã é ssível ntar algumas lacunas quant a seu entendiment. Lacunas geradas el at da erceçã d uvinte crrer de inúmeras maneiras, u r nã cnseguir deinir qual u quais arâmetrs sã mais ativs nessa erceçã, já que cada arâmetr de se r a utr. Uma dessas lacunas reside na descnsideraçã das qualidades das inrmações musicais envlvidas, e iss arece nã ser levad em cnsideraçã em diverss trabalhs sbre a erceçã d tem musical. Grisey, n entant, já revê a junçã desse asect à Teria da Inrmaçã. Ça n est lus le seul sn dnt la densité va dnner chair au tems, mais bien lus la diérence u l absence de diérence entre un sn et le suivant; en d autre termes, le assage du cnnu à l incnnu et le taux d inrmatin qu'intrduit chaque événement snre. (Grisey, 2008b,.76) Para que seja ssível reletir sbre a atuaçã da qualidade das inrmações snras nas erceções temrais de uma bra, nt undamental d bjetiv desta rsta de investigaçã, é recis areender s cnceits que envlvem essas identidades em música. Onde reside e que signiica identidade em uma bra musical Barry cnsidera a identidade cm alg além da simles sma das características de um bjet. Pis a mudança de algumas dessas características de nã alterar a erceçã de identidade de um bjet, cm airma a autra: Rather than residing in individual characteristics, then, it wuld seem that identity has mre t d with hw thse characteristics rm art a ttal ersnality (1990,.29). E r utr lad, ara Barry, mesm que uma ideia musical já aresentada retrne em artes sterires de uma bra, seu retrn nã é eetiv, is sua escuta será relacinada cm sua rimeira aariçã, assim cm cm material que as searu (Ibid,.0). Neste sentid Grisey airma. Ntre ercetin est relative ; elle cmare sans cesse l bjet qu elle vient d aréhender à un autre erçu auaravant u encre virtuel, lcalisé dans ntre mémire. La diérence u l absence de diérence qualiie tute ercetin. Nus rdnnns ainsi le erçu nn en nctin d une nrme unique mais en l insérant dans un réseau de relatins ur en dégager la qualité intrinsèque. En d autres termes, un sn n existe qu en raisn de sn individualité et cette individualité ne se révèle que dans un cntexte qui l éclaire et lui dnne sens. (2008a,.29)! 41

56 A ensar em identidade snra identiic el mens três cams de maniestaçã da mesma em estruturas musicais. Cada uma destas maniestações atua em um nível dierente da cnstruçã musical, mas suas características ermitem a erceçã de uma unidade autônma que de ser trabalhada musicalmente e individualmente. Ressalta-se que essa ersectiva se rigina a artir d uvinte e d que ele de identiicar musicalmente através da audiçã, embra nã se resuma a ist. Os três níveis de articulaçã da identidade rsts r mim dem ser reunids cm agentes de identiicaçã, e abrangem desde timbre de um sm até um agruament snr. Suas deinições sã abrdadas em detalhe abaix cm uma rma de delimitar sua atuaçã nesta investigaçã Timbre de um Sm O timbre é um cnceit subjetiv d sm e em muits cass é entendid aenas cm as qualidades acústicas que dierenciam um sm de utr. Tal deiniçã se alinha cm deinições antigas cm a d ísic Helmut Helmhltz que designa timbre cm Aquela rriedade que ermite a distinçã de um sm de um utr cntend a mesma altura e intensidade (in Menezes, 200,.200). Essa deiniçã abrangente gera muitas lacunas na classiicaçã das identidades ds sns cmreendids entre sm ur (sinusidal em uma única requência) e ruíd branc (cnstituíd r tdas as requências em amlitude esectral cnstante). Entretant a caacidade humana de recnheciment dessa identidade é ntável e cnsegue searar e identiicar um timbre esecíic mesm em mei a diversas sbresições de utrs timbres. Muit se de cmreender através das qualidades acústicas que sã inerentes à sua identidade. Os cmnentes acústics de um timbre sã descrits geralmente cm send esectr, u seja s arciais esecíics daquele sm, e a envltória desse esectr. Na Figura 1 dems bservar s cmnentes acústics d sm em sua reresentaçã gráica usual. O sngrama ermite bservar as requências harmónicas d sm e também s estágis da envltória, attack, decay, sustain e release, chamads usualmente r sua abreviatura ADSR. O mment que cmreende attack e decay junts é chamad transiente de ataque. 42!

57 Figura 1. Exeml de ADSR n sngrama de uma nta Mí grave de um trmbne. O eix t reresenta tem e eix reresenta as requências. Obtid cm stware Audiscult. Estuds acústics demnstram que as requências e seus níveis de intensidade, reerentes a esectr, e eril geral de intensidade desse esectr, chamada de envltória, sã rimrdiais ara a cnstituiçã de um timbre. Muit embra a erceçã eetiva d timbre de um sm r um indivídu nã tenha a mesma clareza nem tã ácil deiniçã. Segund Menezes timbre nã cnstitui um arâmetr d sm, mas cnsiste antes na resultante ds demais atributs snrs (a altura, a intensidade e a duraçã) interrelacinads entre si. (.199, 200). Timbre seria na verdade, segund Menezes, a micrrganizaçã interna de um determinad esectr snr, qual, em sua estruturaçã micrscóica, resulta da inter-relaçã entre as alturas, as amlitudes, as durações e s cmrtaments dinâmics (evluçã das amlitudes n tem) de seus arciais cnstituintes. (Ibid,.199). Sbre esse tema é relevante ressaltar que em esquisas realizadas a artir da década de 1940, Pierre Schaeer (1989) cnsidera mment inicial da envltória, u seja, transiente de ataque 16 (ver Figura 1), cm um mment chave ara a identiicaçã de um timbre. É ntóri seu exeriment de remver mment inicial e cnstatar que a identiicaçã d seu timbre riginal trnava-se mais ambígua. Henrique rerça essa cnstataçã a se reerir tant a transiente de ataque quant a transiente de extinçã, O que se assa durante s eríds transientes é da máxima imrtância ara recnheciment d timbre d sm, (2007,.171). 16 O transiente inicial crresnde à assagem d silênci a sm (Henrique, 2007,.171).! 4

58 Os elements acústics rmam entã arte d cnceit de timbre, mas, ara a escuta, seu recnheciment nem semre deende estritamente destes elements. A alteraçã u manutençã das artes nã garante r si só a identiicaçã d sm já que td é mais d que a sma de suas artes, cm ressalta Menezes a cmarar s enveles esectrais de três ntas distintas, Aesar da dissemelhança entre s enveles esectrais médis das ntas distintas acima relacinadas, é natural que existam traçs uniicadres entre esses sns distints, cnerind-lhes uma certa identidade que deríams até mesm classiicar de incnundível., (200,.209). Devid a escassez de deiniçã da smatória desses elements, a caacidade de recnheciment de um determinad timbre é um intens bjet de estud nas últimas décadas. Nesse cam de estud um cnceit imrtante é da segregaçã de lux auditiv, que segund Stehen McAdams (1999,.95) é a searaçã de events em mensagens distintas ela erceçã. Para ele existe um rincíi que guia a rmaçã de luxs auditivs que cnsiste em: successive events that are relatively similar in their sectrtemral rerties may have arisen rm the same surce, and shuld be grued tgether; individual surces d nt tend t change their acustic rerties suddenly and reeatedly rm ne event t the next. (Ibid,.95) Mas Paul Iversn (199) relata três rinciais terias de estud sbre a segregaçã de lux auditiv, canalizaçã eriérica, rincíis de agruament r gestalt e análise de cena auditiva. Para a canalizaçã eriérica sns que estimulam as mesmas células cailares na membrana basilar serã entendids cm arte d mesm lux e cntrári cas estimulem dierentes células cailares. O agruament r gestalt cnsidera regras glbais de entendiment similares aquelas desenvlvidas r sicólgs da Gestalt ara a visã, (Iversn, 199,.14). A análise de cena auditiva rsta r Bregman (1990) diz que se s sns rvierem de ntes dierentes eles serã segregads, enquant se rvierem de ntes similares arã arte d mesm lux. Nesse estud reerid autr cnduz uma série de exeriments que aresentam diverss ares de sns ara uvintes que deveriam julgar quant rimeir tm recisaria mudar ara sar cm segund. Embra Iversn ndere que s resultads dem ter sid inluenciads também r equenas variações acústicas, imssíveis de rever, airma que The results the thesis exeriments surt the Gestalt exlanatin streaming. The Gestalt mdel redicts that 44!

59 tnes will jin the same stream i they have similar acustics, are clse inrequency and time, and i the transitins between tnes are cntinuus (199,.91). Iversn relata ainda que embra utilizem dads distints há similaridades entre seu trabalh e cnduzid r Sandell, Cncurrent timbres in rchestratin: A ercetual study acts determining blend de O que uniria em alguns asects a erceçã de identidade tímbrica em cntexts sequenciais e simultânes. Desta rma ercebems r esses estuds quais atres sã undamentais na identiicaçã d timbre e dem subsequentemente ns ajudar a veriicar a identidade estrutural através d róri timbre Unidade Semântica Musical O cnceit de Unidade Semântica Musical tecid nesta tese retende abranger cnceits de mtiv e de gest musical de md a reunir suas similaridades sb uma mesma nmenclatura reerente a sua unçã estrutura. Prtant, neste trabalh, Unidade Semântica Musical USM é deinid cm aquil que btém um ael signiicante dentr de uma bra musical, cm destaque dad a um material esecíic. Esse ael existe através da identiicaçã da existência de níveis hierárquics de utilizaçã dessa mesma unidade a lng de uma estrutura musical. Cmummente utilizada na cnstruçã musical mtiv-temática a USM de ser exandida também às cnstruções baseadas em gests musicais. O cnceit de Arnld Schenberg de mtiv-básic cm intervals and rhythms, cmbined t rduce a memrable shae r cntur which usually imlies an inherent harmny. (1967,.8) que, a mesm tem, sã mínim múltil cmum e máxim divisr cmum de uma bra, mstra mtiv cm rincial cmnente estruturante d discurs. Os rcediments de variaçã alicads a mtiv durante uma bra lidam cm a sua identiicaçã em dierentes cntexts e sb dierentes estads. Essa identiicaçã ercrre eix entre cntraste e reetiçã cm uma maneira de dar dinâmica e unidade rmal à bra. Quant mens variad mais róxim e identiicável mtiv se aresenta, r utr lad, quant mais variad mtiv mais distante e irrecnhecível ele se trna. A artir destas transrmações mtiv-básic, cnrme deinid r Schenberg, estrutura bras inteiras.! 45

60 Cmlementarmente à ideia de Schenberg, cnceit de gest de Rbert Hatten, Any energetic shaing thrugh time, whether actual r imlied, and whether intentinal r unwitting, may be cnsidered as a gesture i it may be interreted as meaningul in sme ways. (Hatten, 2006,.1), ermite encarar mesm cm dend ter unções análgas àquelas d mtiv. Pis a reuniã cmsicinal de arâmetrs, gerand mviment, que de adquirir signiicad e imrtância em uma bra r estar em nts rivilegiads da estrutura musical, ssui similaridades cm a unçã d mtiv. Pr iss ambs sã reunids aqui sb mesm cnceit. Para ser identiicad gest necessita aresentar uma trajetória de mviment-energia, c.. Smalley, 1997, que irá deinir ara ele uma nçã de causalidade. Cm airma Bachratá, gesture may be seen as an energy-mtin trajectry, which links the human hysical activity with the sectr mrhlgical cnsequences the actual snrus structure. (Bachratá, 2009,.125). E é através dessas características que gest carrega sua carga signiicante que identiica. Hatten erece um exeml de gest n inale da snata.2 n.2 de Beethven, n qual gest de susensã é trabalhad a lng d mviment da snata, Exeml 4. Exeml 4. Gest inicial de susensã d Rndó da Snata O2. N.º 2 de Beethven. Outr exeml de gest reside n ataque inicial de Partiels de Grisey, Exeml 5, is nele é ssível recnhecer a trajetória de mviment-energia que simula ataque de um timbre, seus harmônics e envltória, de uma nta Mi grave de um trmbne. 46!

61 Exeml 5. Gest inicial de Partiels. Neste sentid, tant gest cm mtiv dem ser imbuíds de uma carga signiicante d discurs musical em equena u grande escala. Mesm gest de ser trabalhad cm mtiv em uma bra, srend transrmações em mments deinids cm imrtantes el cmsitr. Muit embra a sua natureza e a de suas transrmações sejam amlamente distintas das d mtiv Snridade Pr snridade utiliza-se aqui cnceit cnrme deinid r Didier Guigue, em seu livr Estética da Snridade (2011). A snridade é uma unidade snra cmsta 17, 17 Embra tenha anterirmente utilizad term bjet-snr ara designar a unidade snra cmsta autr relata que a sua utilizaçã trnu-se diícil de ser dissciada d enômen da escuta cnrme cntext assciad a term ns trabalhs de Pierre Schaeer e demais esquisadres (Guigue, 2011,.49).! 47

62 rmada da cmbinaçã e interaçã de um númer variável de cmnentes (2011,.47) que ertencem em mair arte a que autr chama de nível secundári, um cnjunt de categrias estatísticas, e em menr arte a nível rimári, que é cnsiderad cm send a cleçã de classe de ntas, registr e dinâmica. Essa snridade nã tem uma duraçã ré-deinida e de cmreender um mment u uma bra inteira 18. Sua utilizaçã de ser recnhecida já nas bras de Debussy, que aarentavam um discurs ragmentad embra aresentassem uma estrutura de ligaçã recnhecível através ds agruaments snrs, u seja, através de snridades. Para se cmreender a snridade é recis searar que autr distingue cm nível rimári e nível secundári. N nível rimári residem as alturas distribuídas n registr, as intensidades e s artiícis que alteram a rduçã snra, cm edais n ian u surdinas ns srs, que autr chama de eeits exógens. O nível secundári é resnsável r arâmetrs mais estatístics que envlvem dmíni mrlógic, reerente à dissiçã estática esacial ds elements snrs, e dmíni cinétic, reerente à dissiçã ds elements n tem. Os arâmetrs estatístics sã elements de ambs s dmínis e através deles será ssível descrever a qualidade da snridade a artir de elements quantiicáveis. N dmíni mrlógic seriam eles, âmbit (relativ à ssibilidade instrumental esecíica), artiçã (a distribuiçã de alturas nesse âmbit), densidade de alturas (relativa à quantidade máxima ssível) e a mdalidade de distribuiçã das mesmas (cm snância e harmnicidade). N dmíni cinétic, duraçã (relativa), densidade temral e a mdalidade de distribuiçã ds ats snrs n tem. Esta abrdagem é utilizada nesta investigaçã r ermitir um aarat teóric ara a cnceçã musical a artir da rganizaçã de snridades 19. É ssível dessa maneira recnhecer a sua cnstruçã e relações que inluenciarã na erceçã temral. A cmsiçã ensada a artir de snridades têm sid um ram desenvlvid em diversas bras r cmsitres d sécul XX e XXI, cm é ssível ntar el trabalh analític d autr que abrda bras de Debussy, Stckhausen, Pierre Bulez, Lucian Beri e 18 Que autr cmara cm a airmaçã de Grisey de que rcess é um bjet-snr exandid (2008b,.84). 19 Ou utrs terms cnrme seu autr, mments, bjets, ragments u unidades. Tds s que azem reerência a resultad snr btid. 48!

63 Helmut Lachenmann 20. A deiniçã destes agentes delimita suas áreas de atuaçã enquant erramentas analíticas e cmsicinais ara as demais atividades desta investigaçã Interaçã Temral A maniulaçã d tem ela música é vista aqui cm uma cnjunçã de elements ercebids e relacinads, cm airma Mura, através de assciações cntextuais cntrladas (em acrd cm as escalas resultantes de tensã/relaxament retendidas e s cnsequentes graus de revisibilidade), s events musicais dem ser ercebids e entendids em uma grande variedade de estruturas temrais (2006,.7). E ainda segund Mura, a citar Meyer, através de alts graus de assciações cntextuais, s events musicais dem imlicar uns ns utrs de dierentes maneiras, em dierentes graus, e em dierentes níveis hierárquics (2007,.72). As assciações cntextuais seriam entã resnsáveis elas sensações de tensã e relaxament que servem cm elements guias d discurs musical, send a revisibilidade uma extensã destas sensações. Dierentemente, ara Mura, as assciações cntextuais sã uma categria ainda mair que englba atres cm recrrência, mudança, taxa de redundância, cmlexidade, designaçã de regists e ainda a taxa de mudança de events. Esta taxa de mudança é undamental ara Barry n entendiment da erceçã e rcessament ds events, is, em sua Teria da Densidade/Andament, é necessári tem ara que rcessament ds events ercebids acnteça e se ssa estabelecer relações sintáticas entre eles. Neste sentid, um cas tíic reside ns direcinaments de larga escala que sã ercebids em events musicais cm uma taxa muit alta de inrmações, mesm que em equena escala s elements nã tenham relaçã aarente entre si. Nã é semre que a saturaçã u a rareaçã de events é levada às últimas cnsequências e/u cmreenda tda uma bra. O que deria casinar em uma destruiçã da assagem d tem. Mas mesm neste cas a caacidade de assciar elements dísares ns é inata, cm airma Rwell, This caacity can be exlained by gestalt sychlgy studies which shw that it 20 Esse trabalh analític é ssível em grande arte ela utilizaçã da bibliteca SOAL ara stware Oen Music, cm mencinad anterirmente, desenvlvida el Gru de Pesquisa Mus, crdenad el Pr. Dr. Didier Guigue na Universidade Federal da Paraíba.! 49

64 is a characteristic bth ur visual and auditry ercetin t imse attern, even un aarently uncnnected sense data (198,. 245). O c desta investigaçã reside na interaçã que caracteriza as assciações cntextuais ds agentes de identidade rsts em uma bra ensada a artir d tem musical. As análises musicais emreendidas tem cm bjetiv ajudar a cmreender cm essas identidades ram utilizadas na cnstruçã temral e rmal das bras. Buscase dessa maneira um maeament das relações estabelecidas entre identidade e temralidade ara que seja ssível cnsiderar algumas erramentas de se trabalhar cmsicinalmente essa interaçã. Desenvlveu-se nesta investigaçã quatr cnceits relativs à erceçã das identidades que ainda devem ser cnsiderads: Cntext, Imact, Reetiçã e Transrmaçã. Na rigem de cada um é ssível ntar imrtante ael da cmaraçã entre elements. Entretant, lnge de se tentar rvar que determinad acnteciment imlica na erceçã temral em música, de-se artir destes cnceits ara rr desenvlviment de estruturas musicais erigidas através de reresentações temrais. Ist é desenvlvid aqui r se tratar de uma abrdagem cmsicinal que tangencia asects ds estuds da cgniçã, sic-acústica e semiótica. Lg, cm bjetiv de deinir âmbit desta discussã acerca das interações temrais entre identidades, esses cnceits serã elabrads cm reerência ara uma relexã acerca d ael da identidade e das assciações cntextuais na maniulaçã temral em música Cntext Musical Pr cntext entende-se aqui um cnjunt de características musicais que de ser reunid sb uma só unidade. A ensar a artir das inrmações musicais, um cntext será estabelecid semre que um cert rigr u característica cmum r recnhecida. Um cntext de tant ser a manutençã, u reiteraçã, de uma característica cm de ser também a cnstante trca de características. Rwell (198, ) airma, a exlicar enômen da cmreensã de um td, The mind attemts instinctively t reduce erceived cmlexity [...]either by cusing n a single strand, imsing attern and hierarchy n the sense data, r by using the data int a uniied surace.. Bent cnirma iss ela ersectiva da teria da Gestalt, the erceiving mind seeks the simlest available 50!

65 gruing, lking r basic, cmlete shaes r cntinuus whles, (1980,.54). Ist ns ermite deinir que cntext é a estabilizaçã da taxa de intrduçã de nvas inrmações em um instante musical bservada a artir da ersectiva d uvinte 21. Essa estabilizaçã de crrer tant ela atuaçã ds róris events quant a artir da erceçã d uvinte, inluenciada r atres externs, que de eventualmente saturar e nã s cnsiderar individualmente. Ou seja, cntext é uma cnstruçã de quantidade e qualidade de inrmações, e iss acaba r nivelar sua imrtância hierárquica. Em suma, que estabelece um cntext é a cmaraçã entre elements cntígus, que segund Grisey azems a td instante, e surgiment de relações que s cnectem. Estabelecer cntext signiica também deinir limites entre quant se de mudar sem que essa mudança seja ercebida. Kramer ressalva iss a airmar: i there are large cntrasts between sectins, a higher degree internal mtin will nt disturb the erceived staticism as it wuld in situatins where the cntrasts between sectins are small, (1978,.18). Entã utrs events dem nã cntribuir ara estabeleciment, u rutura, de um cntext is atuam cm digressões. Neste cas é ssível cnsiderar que uma inrmaçã nva é na verdade um desvi de um determinad cntext de inrmações (r ex. uma reetiçã em um cntext de ermanente variaçã). A quantidade e a velcidade de inrmações de ser alta u baixa, mas semre é ssível adicinar uma nva inrmaçã, is esta reere-se a cmaraçã de qualidades individuais, em um determinad cntext. Send assim, r mais variada que seja uma sequência de inrmações nvas, u seja, qualidades, esta mesma sequência acaba r se transrmar em um cntext estável devid a usã que a erceçã az. Pr iss, direcinaments dem ser ercebids em larga escala mesm que em equena escala s elements nã tenham relaçã aarente entre si. Nã é semre que uma cnstruçã extremamente ragmentada e descnexa é desenvlvida a seu extrem de descnexã ara revalecer em td discurs de uma bra, mesm neste cas a caacidade de assciar elements dísares ns é inata, cm anterirmente abrdad r Rwell (198,.245). Tais rganizações cntextuais intererem na nssa erceçã temral cm airma Ferneyhugh a erceber que a variaçã d ti de relações entre events musicais az também cm que tem seja ercebid de maneiras distintas. Nas alavras d autr: 21 Muit embra seja recnhecid que rimeir uvinte de uma bra, a mens em imaginaçã, é róri cmsitr.! 51

66 It's clear that, i we have several musical bjects llwing n rm ne anther, we will erceive the lw time dierently accrding t whether (e.g.) these bjects are bviusly crssrelated, whether they are cnnected by gradualistic transrmatins in ne r mre arameters, whether there exist cdiiable cnsistencies in intervening "buer materials," and s n. (Ferneyhugh, 199,.24) Segund Barreir, ensament de Ferneyhugh se arxima d de Barry is leva em cnsideraçã tem de rcessament mental gast ara a erceçã d tem. Embra Ferneyhugh areça reerir-se também a chque e às dinâmicas temrais geradas el encntr de identidades distintas. Iss ica clar também ara Barreir a airmar: Ferneyhugh cncebe que grau de entrelaçament resultante da interaçã entre s elements musicais desses distints luxs aralels rça a atençã a acelerar u retardar as suas erações de varredura, u seja, a acelerar u retardar rcessament necessári ara se erceber (cmreender) aquil que se assa na música. (2000,.96) Esse grau de entrelaçament de que ala Ferneyhugh irá clcar em cmaraçã events musicais cm características distintas, já que ele cncebe três luxs temrais de events em Mnemsyne (a linia interrutiva criada ela mudança cnstante de linhas na lauta, a atuaçã métrica d surte e s adrões de intererência criads ela eliminaçã de artes de mdels ritmics) que irã gerar um ti de cnlit 22 na erceçã de quem uve. Ist ermite adentrar n cnceit de imact que tant ele quant Grisey irã mencinar. A ensar em cntexts musicais, seja n nível de snridades, USMs u timbres 2, ss, de maneira geral, estabelecer três tis de cntexts, basead nas características que cmõem. O Cntext de Transrmaçã, Cntext de Reetiçã e Cntext de Cntraste Cnstante Cntext de Transrmaçã Neste ti de cntext uma arte u a ttalidade ds elements musicais sã transrmads de maneira mais u mens gradual e dem aresentar velcidades de 22 Trabalhads na bra Mnemsyne ara lauta baix e tae. 2 Cnrme deinids anterirmente. 52!

67 transrmaçã variadas. Este cntext caracteriza rtemente a temralidade linear da música tnal tradicinal já que semre há algum ti de mviment cntínu de variaçã e cntraste que imulsina e direcina mesm em mments de estabilidade. Da mesma maneira, a música de cmsitres nrte-americans ertencentes a crrente da música minimalista cmartilha cntexts semelhantes em grande arte de sua rduçã ns cntexts glbais de cada bra. Assim também é ssível identiicar cntexts de transrmaçã em bras que utilizam cnceit de rcess 24 : a transrmaçã cntínua em seu interir é ercebida de maneira macr embra seus cmartiments ssam ser cnstruíds a artir de equens cntexts de reetiçã Cntext de Reetiçã Na maniestaçã extrema de um cntext de reetiçã nenhuma nva identidade é adicinada n âmbit de sua duraçã. A reetiçã de timbre, USM u Snridade é a rória essência de sua estrutura. Dentr de um cntext de reetiçã nã é ssível identiicar mviment dada a ausência de inrmaçã, e, r cnsequência, direcinament temral ermanece estacinad. Cnrme relatad anterirmente, s cmartiments interns de bras minimalistas sã um exeml deste ti de cntext, cm sua reetiçã delimitada a uma mesma célula r diversas vezes Cntext de Cntraste Cnstante Esse cntext de ser deinid cm a justasiçã, e até sbresiçã, de identidades distintas quase ininterrutamente. Sua rincial característica atua também cm agente de ambiguidade, is cm vims ela teria da Gestalt, se cntraste é tã cnstante cntext acaba r se estabilizar. Nã há a exectativa de que uma nva identidade se destaque em seu lux. A velcidade de transmissã das identidades é atr determinante ara iss is se realizada muit raidamente, em esaçs curts de duraçã, a identidade de td trech de ser entendida cm uma textura. Se transmitid de maneira muit lenta de nã ser ercebid desta maneira de um td. Em um cntext de cntraste cnstante, uma reetiçã surgida de ser interretada cm uma adiçã de 24 Prcess aqui reerid cm cnceit de Prcessus de Gérard Grisey e que será arundad adiante.! 5

68 identidade que vai rerçar e sabtar simultaneamente róri cntext. Iss também de ser deinid cm um imact, cm discutid adiante. Tais cntexts crrem em distints níveis simultaneamente. O que é recnhecid cm cntext de reetiçã em um nível de ser aenas mais um element de um cntext de cntraste cnstante mais abrangente. Tais níveis dem ser estabelecids entre camadas musicais u entre dierentes agentes de identiicaçã. Mais d que aenas deinições abslutas, esses cntexts sã rsts aqui cm guias qualitativs. Pis s limites, levantads r Vaggine, da utilizaçã da teria da inrmaçã ara a interretaçã de diversas camadas de cmlexidade também de ser entendida nestas relações de identidade. Obviamente a delimitaçã d que aqui é chamad de cntext é de grande imrtância ara uma deiniçã exata das suas imlicações temrais. Entretant nã será clcad em discussã a exata extensã que cada cntext de aresentar devid as variedades de interretaçã analítica, que trna relevante essa classiicaçã é a sua listagem e delimitaçã que ssibilita recnhecer sua ligaçã cm as temralidades musicais cnstruídas em uma bra. Tda uma bra u seçã de cmr um cntext, mas também de deinir trechs de ucs segunds que tenham características cnsistentes dentr de si. Um exeml diss crre em elements simles cm um eríd de quatr rases A-B, A -B, em cada metade crre um cntext de cntraste enquant n ttal crre um cntext de transrmaçã. Outr exeml diss acntece na música minimalista, que r vezes ssui cntexts interns de reetiçã enquant em escala glbal aresentam cntexts de transrmaçã. Dessa maneira deve-se ter atençã à existência e sbresiçã de mais de um cntext em uma bra. O cas de algumas bras minimalistas é r bem um exeml desta situaçã, lcalmente cnigura um cntext de reetiçã enquant que cumulativamente, e ara iss cnta cm a memória, cnigura um cntext de transrmaçã Imact Um utr cnceit undamental nesta investigaçã reside n chque que uma inrmaçã nva exerce em um cntext estável, a iss chamams imact. Esse cnceit 54!

69 reere-se a qualidade das inrmações mais d que a quantidade, is lida cm a cmaraçã eetiva entre as identidades das inrmações cntrastadas. Grisey já veriica iss em seu artig Temus ex Machina quand reere-se à intrduçã de um element ineserad em um dad mment. Para ele iss cncerne a grau de ré-audibilidade d event snr. Ainsi, ar exemle, un chc acustique inattendu nus ait glisser raidement une rtin de tems. Les sns erçus endant le tems d amrtissement le tems qui nus est nécessaire ur retruver un équilibre relati n nt lus du tut la même valeur émtinnelle ni la même valeur temrelle. C est chc qui ertube le dérulement linéaire du tems et qui laisse une trace vilente dans ntre mémire nus rend mins ate à cater la suite du discurs musical. Le tems c est cntracté. (Grisey, 2008b,.77) De maneira análga, Ferneyhugh (199) acredita que quand dis bjets musicais dierentes se chcam, ist é, quand um sucede utr, as dierentes cargas temrais sã stas em cmaraçã e deendend da relaçã que s events tenham entre si uma lecha d tem é criada. Em adiçã a iss, se a integridade de um sm r muit alta ele resistirá mais a essa lecha. Ferneyhugh relata ainda que tenta criar events musicais cm uma cerência interna alta suiciente ara que uma viscsidade seja criada n âmbit temral e esta ereça resistência a energias lineares (199,.2). Para cnseguir este bjetiv cmsitr emrega uma quantidade excessiva de mudanças sistêmicas de harmnia, rítm e métrica, cm a mdulaçã cnstante entre entagramas de Mnemsyne. A deender iss autr se aia na existência de um tem musical imanente a event musical. O cnteúd musical ensad ara cada event deria ser echad suiciente ara que, a ser cmarad cm utr event u cm róri tem da eça, crra um imact. Embra nã leve em cnsideraçã as individualidades de cada uvinte, a metára de Ferneyhugh de servir ara clcar em ersectiva a dierença entre identidades e imact causad a artir de sua cmaraçã. Pis, cm airma Philie Manury The best cnditin r assimilating an event is t be cnscius the links it has with what has gne bere. (1984,.15) Recrrência De maneira cntrária a imact, a recrrência atua cm agente de estabilizaçã/slidiicaçã n discurs musical, seja em sequência u alternada. É através da reiteraçã que ela transmite sensaçã de retrn, mesm que esta nã asse de uma! 55

70 sensaçã virtual. Já que um bjet musical reetid nã é eetivamente mesm bjet de utrra. A recrrência é atr estruturante em música is atua ara a sua cerência e erceçã de td, cnrme airma Mura, em el mens alguns níveis de sua cnstruçã (e em dierentes graus), música recisa de algum ti de recrrência ara ter sentid (2007,.68). Essa necessidade é atrelada à necessidade de entendiment de rma/estrutura em música is a recrrência é a cnstruçã da rma n tem. É através da recrrência que reerências undamentais sã dadas. Para Barry, reetitin, bth small and large scale, can be cnsidered as the rime rm-building agent and the mst undamental cnstructin rincile musical rm, (1990,.67). A reetiçã cria, ainda segund Barry, nts de reerência que atuam cm elements de cmaraçã ara qualquer utr element existente na bra. A utilizaçã de reetições em estruturas tradicinais cm a rma ternária u a rma snata serve cm exeml. Nelas a reetiçã temática serve cm nt de artida e de retrn, delimitand discurs Transrmaçã O cnceit de transrmaçã abrdad nesta tese lida cm a trca de elements que cmõem a identidade de um event cm um td. Sua gradaçã de crrer de maneira sensível u abruta cm a cndiçã de nã rmer um el de identiicaçã entre event riginal e transrmad. A transrmaçã da identidade imlica, n cntext da música tnal tradicinal, uma transrmaçã linear, que cmara estads que sã cada vez mais distints d bjet riginal. Devid as dierenças entre s níveis de identidade reunids nesta investigaçã, se az necessári realizar um arundament das eseciicidades de transrmaçã. A USM enquant ersniicada n mtiv teve, recrrentemente, uma transrmaçã chamada cmumente de variaçã, baseada em rções que nrmalmente equivalem a tamanh d róri mtiv u de subdivisões deste. Estas rções sã utilizadas e transrmadas em blcs que servem na cnstruçã de temas e assagens temralmente direcinadas, enquant utras rções se mantém cm intuit de gerar unidade. Ou seja, manter a identidade d mtiv mesm em alterações deste. Essas células transrmadas ermeiam uma bra em diverss níveis. Esse ti de tratament é muit abrdad r Schenberg, e muitas vezes as transrmações de sub-artes de um mtiv 56!

71 dem ser distintas, cnerind a discurs uma multidirecinalidade temral em micr escala. É ssível alterar atmicamente seus cmnentes a ensarms, similarmente, em transrmaçã acústica de um timbre também. Puc a uc elements que caracterizam uma identidade sã trcads r utrs elements que atalmente cnstruirã uma utra identidade. Cm, em um nível atômic, a rerganizaçã das requências e amlitudes de arciais de um esectr que alteram a qualidade d sm u a mudança da mrlgia desse sm, c.. Smalley, Já em um cntext uramente instrumental, a existência de transrmações tímbricas mais rudimentares é ssível a se utilizar uma escrita que emregue semelhanças snras entre instruments a serviç da geraçã de usões e distanciaments de identidade entre s mesm. Essa técnica de rquestraçã utiliza s cnheciments ds instruments e de sua cmbinaçã ara graduar a transrmaçã tímbrica e ermitir assim que sm de um instrument se unda cm utr e gere um terceir timbre. Mas em muits cass a suavidade desse rcess de transrmaçã ica cmrmetida já que nã é gradual suiciente. Nem semre as técnicas de mdulaçã d sm de um instrument sã sutis, u variadas, suiciente ara uma transrmaçã gradual. Um timbre de um vilin nã de ser atmicamente transrmad ara equivalente em um trmete sem a utilizaçã de meis eletrônics. Neste cas uma mimetizaçã tem de ser emregada ara esse eeit. Cm a utilizar um sm, u uma lnga rase, que erassa um instrument ara utr, cm atençã à dinâmica e a registr. Dessa maneira rça-se uma trca grssa, que ercrre váris timbres até chegar a alguma utra identidade. Pr sua vez, a transrmaçã de snridades é reqüentemente executada através de blcs de events snrs que sã transrmads rgressivamente em equenas medidas. Um cnceit que enca em grande arte esse ti de transrmaçã é de rcess. O rcess, cmum na Música Esectral, de ser deinid cm uma evluçã gradual crrida em váris arâmetrs musicais de uma só vez. Dierentemente d que crre em utrs tis de música. The kinds rcesses used in this music are discinct rm many rmal rcesses und in ther tyes music, in that they unctin n a ercetible levels. They are nt underlying mathematical structures, but ermeate all levels the iece and are an imrtant asect the erceived musical mvement and evlutin. (Fineberg, 2000:.108) Um exeml, que ns serve de cntext, dierente d rcess cm crrid na Música Esectral é acilmente encntrad na música minimalista, na qual rcess de! 57

72 transrmaçã é realçad, mas em virtude de um u dis arâmetrs, cm alturas e ritm. Nrmalmente este é realizad através da adiçã u subtraçã gradual de ntas u d rcess gradual de deasagem entre linhas idênticas reetidas em váris instruments. Esse ti de abrdagem da transrmaçã gradual que mlda a rma musical já tinha sid desenvlvida um uc antes da Música Esectral, r Ligeti e Xenakis entre as décadas de 50 e 60. Dis cmsitres que seguiram caminhs distints a da Música Serial e sbre a qual izeram críticas acerca da uca atençã dada à suerície snra, que resultaria em uma camada externa hmgênea. Trabalhand nesse sentid de dar atençã a resultad snr, ambs utilizam a idéia de cntinuum snr. Idéia essa que será vital ara Xenakis e seu trabalh. Zuben a cmentar sbre essa rática d cmsitr diz que: Sua cnceçã de trabalh assa ela esclha de entidades snras e, sterirmente, el estabeleciment de rças de transrmaçã cntínua d material. As evluções simultâneas e em dierentes direções das densidades, durações, registrs, massas, velcidades e utrs elements, mldam suas rmas musicais n tem. (2005,. 127) Cm esse nt em cmum cm Xenakis, Ligeti também vai trabalhar cm a transrmaçã gradual e cntínua d material snr. E, ara ele, uma vez dada n tem, a transrmaçã nã há cm ser deseita, nenhum estad anterir será rearesentad. Inluenciads r esses cmsitres, s articiantes d mviment esectral irã se vltar ara a erceçã, sic-acústica e estud d sm internamente. A mesm tem trabalharã ara cnseguir cntrle de váris graus da mudança, mldand direta e minucisamente cntinuum snr. O rcess na música esectral servirá cm cncrdância ara a recuaçã cm a cmreensibilidade da escuta. Grisey relata n text Devenir du Sn que sm é semre tratad em sua música a artir de sua história, ù va-t-il D ù vient-il, e nã r ele mesm (2008a:. 27). A erceçã eetiva é realizada individualmente r quem uve, cm airma Grisey, C est en eet l auditeur qui sélectinne, c est lui qui crée l angle muvant de ercetin qui va sans cesse remdeler, arachever, quelqueis détruire la rme musicale telle que l a rêvée le cmsiteur. (2008b,.87). Essas ráticas e técnicas aqui levantadas u sugeridas nã deixam de estar resentes e de ser elements exressivs valiss em música. Pr tratar-se de uma tentativa de encntrar e alicar abrdagens temrais baseadas em relações entre identidades, este trabalh vlta sua atençã ara a arte rática que cmlemente esta arte eseculativa. Desta rma, cm s cnceits reunids e elabrads 58!

73 até agra, tems um cnjunt de erramentas que deverã ser alicadas à análise e a cmsiçã nas artes subsequentes desta tese.! 59

74 Caítul Abrdagens temrais Necessitams bservar as abrdagens de alguns cmsitres em relaçã à articulaçã d tem em suas bras. A abrdagem temral maniesta-se a lng da história da música cidental cm recuaçã cmsicinal sb diversas maneiras, rrçã, velcidade de transrmaçã, criaçã de nts de reerencia, etc., virtualmente em td esectr cmsicinal musical. Mas a artir d sécul XX as mudanças de ensament acerca d esaç e tem reeridas n rimeir caítul desta tese desencadeiam abrdagens cmsicinais que se dierenciam quant a tratament d tem. Interruções de cntinuidade, sugeridas já r Beethven 25, e descntinuidade, u tem vertical, deliberad e redminante, cas de Mmente de Stckhausen 26, sã elevads a rimeir lan d trabalh de cmsitres cm róri Stckhausen e ainda, Giacint Scelsi, Gyrgy Ligeti, Gérard Grisey, Tristan Murail, Olivier Messiaen, Jhn Cage e utrs. Mesm n trabalh de um cmsitr d iníci d sécul XX, cm Charles Ives, é ssível encntrar um trabalh esecíic da questã temral musical, haja vist a sbresiçã de camadas e de velcidades de transrmaçã em bras cm Central Park in the Dark. É sb essa linha de ensament que i reunid cnjunt de bras aqui abrdadas. Elas reresentam uma recuaçã esecial cm tem em música. O que se relete em estratégias e ssibilidades criativas distintas. Essas bras rtant dã destaque a tratament temral em sua rória estrutura e rma, e alguns ds elements mais imrtantes dessa cnstruçã serã exlrads neste caítul. Iss signiica recnhecer ti de cnstruçã temral que de redminar e dar destaque em uma bra. Os cnceits undamentais utilizads nessas análises envlvem a exeriência d tem em música cm alg que transrma róri tem d uvinte. Na verdade a imersã na escuta da bra de destruir tem individual d uvinte a aresentar seu róri cm substitut. Além diss, a rduçã recente destes cmsitres, na sua mairia bras cmstas na década de mil nvecents e itenta, mtiva a sua esclha cm bjetiv de rrcinar uma amstra da rduçã desse tema ns últims trinta ans. Sã elas: Timeieces (1987), ara rquestra sinônica, de Jnathan Harvey; Mnemsyne (1986), ara lauta baix e surte, de Brian Ferneyhugh; Time and Again (1985), ara 25 Quartet de crdas Ver trabalh analític de Kramer, 1988, sbre Mmente de Karlheinz Stckhausen. 60!

75 rquestra sinônica, de Tristan Murail; Vrtex Temrum (1996), ara ian e cinc instruments, e Temus ex Machina (1979), ara seis ercussinistas, de Gérard Grisey. A metdlgia de análise emregada é direcinada ara a exlraçã dessas abrdagens d tem. Essa exlraçã se dá através da bservaçã da inluência da qualidade snr/musical na exeriência de tem rrcinada elas bras. Esse direcinament de abrdagem i cnstruíd a artir ds cnceits reunids n caítul anterir que agra servirã cm erramentas. É rtun, entã, enumerá-ls mais uma vez, de rma breve. Os agentes de identiicaçã, ist é, Timbre, USM e Snridade, sã terms utilizads ara delimitar âmbits dentr destas análises. Fundamental também é cnceit de cntraste entre identidades e cnceit de rcess cm transrmaçã gradual. Cmletam esse cnjunt de erramentas s cnceits de cntext e imact. Finalmente, nestas análises uma ênase é dada a recnheciment da rma is acreditase que é na rma nde tem se maniesta em mair destaque, quand alicad à cnceçã da bra. Pr tratar-se de uma busca esecíica, sb nt de vista cmsicinal, estas análises sã limitadas às bservações e cnclusões quant às qualidades temrais das bras cnsultadas sem se estabelecer cm uma tentativa de exaustã de interretações analíticas. Gérard Grisey deixu uma bra de cnsiderável envergadura enquant abrdagem d tem. Sua recuaçã cm interir d sm leva à exlraçã de cnceits de extensã temral cm mei de render ercetível a atividade interir d sm. Cm ele airma, L bjet snre n est qu un rcessus cntracté, le rcessus n est qu un bjet snre dilaté. (Grisey, 2008b,.84). Duas de suas bras mais reresentativas deste tema serã analisadas a seguir. Temus ex Machina ara seis ercussinistas, de 1979, tem destaque entre estas bras is muit de sua cnceçã temral está descrita n artig hmônim ublicad rimeiramente em 1987 e revist em Grisey cnstrói meticulsamente discurss dirigids r cnceções de tem de três maneiras distintas. Da mesma maneira, Vrtex Temrum, ara gru de câmara (1996), aresenta uma rientaçã à cmsiçã rganizada temralmente, mas desenvlve extensivamente a sbresiçã de temralidades.! 61

76 Temus ex Machina Gérard Grisey Nesta bra cmsitr emrega dierentes alicações de temralidades ara alcançar resultads únics, cm se retende demnstrar aqui. Para realizar este bjetiv rimeiramente abrdarems em linhas gerais s ercurss temrais resentes na bra ara que sterirmente ssams entrar em detalhes estruturais. Em Temus ex Machina, três seções desenvlvem três grandes ercurss temrais róris, cm abrdagens distintas entre eles. Dessa rma dems ntar n rcess 27 A, a rimeira seçã da bra, um eril em arc de acúmul, clímax e resluçã n qual direcinament temral é ercebid a lng de sua duraçã. Este rcess envlve cresciment de dinâmicas, a sbresiçã de andaments (um ara cada ercussinista), a transrmaçã da identidade de alguns materiais e adensament textural. Esta seçã se airma cm um direcinament linear, cmum tant nesta bra quant em utras d cmsitr, denunciand um arc de causa e eeit que de ser areendid el uvinte. A seçã B, r utr lad, enca uma multidirecinalidade que sre acelerands e desacelerands cnstantes. Essas alterações de andament crrem de maneira recisa cm indicações requentes de ulsações r minut e tem um direcinament evidente. O que cnlita, simultaneamente, cm a transrmaçã d material intern, que sre alngaments em sua duraçã e rjeções esaciais claramente direcinadas. A seçã C aresenta uma estrutura linear de exansã das durações de macr-ataques mimetizads el cnjunt ttal ds instruments, embra acabe r ser redminantemente nãlinear 28 graças às grandes durações entre articulações destes macr-ataques. A exectativa de esera r uma nva articulaçã é adiada cada vez mais a nt de deixar uvinte sem reerências. Outr element que merece destaque surge em alguns mments, resente em tdas as seções, ns quais Grisey usa grandes durações e grandes distâncias temrais entre ataques. Muitas vezes atuand n limiar da erceçã da ulsaçã. Nesta análise, a se artir d recnheciment de suas maires estruturas, é ssível recnhecer a bra criada artind d que cnsider ser três grandes rcesss, n lugar de seções, chamads assim r cntemlarem a transrmaçã gradual e cntínua cnrme vist acima. Através desses rcesss cmsitr estabelece um ercurs de tratament 27 Prcess reere-se aqui a cnceit de rcessus, de transrmaçã cntínua, cm deinid el róri Grisey, 2008b. 28 Linearidade e nã-linearidade cm deinids r Kramer n seu livr The Time Music, !

77 das maniulações de ulss, métricas e andaments. Pdems bservar a artir da igura 2 a mair duraçã d rcess A em relaçã as demais. Sua duraçã arximada em segunds cmreende: 548s ara rcess A, 82s ara rcess B e 90s ara rcess C. Figura 2. Diagrama rmal de Temus ex Machina cm arximaçã às rrções das seções. Individualmente s diverss elements relevantes na cnstruçã ds três rcesss revelam detalhes undamentais ara seu entendiment. Prcess A O iníci d Prcess A é caracterizad ela entrada em desasagem crnlógica ds instrumentistas d rimeir a sext ercussinista. Cada um deles executa ulsações em dierentes andaments e entram em açã um aós utr a uma distância temral cada vez menr. Aós a entrada d últim, n Númer de Ensai 10, as seis linhas atuam sbrestas até atingirem uma uniicaçã ttal de andament e de métrica n NE14. Adicinalmente, crre um adensament d númer de events crrids até NE14, que será rareeit em seguida até im d NE22. Um detalhe imrtante jaz nas alterações da ulsaçã que inicia a bra. Em três mments ela é interrmida r ausas mments antes de alguns ds seus ataques serem deslcads metricamente em rações de tercina, dilatand assim a duraçã entre s ulss. Tal rcediment az alusã a que cmsitr chama de eridicidade lutuante (Grisey, 2008b,.64) embra, aqui, sem grandes cnsequências is cmsitr nã a desenvlve, nã erecend, rtant, direccinalidade rória a tem musical. Vale ressaltar que neste ercurs equenas interruções de ataques ráids surgem n mei das largas ulsações, e a cada reaariçã trnam-se mais requentes até chegar a nt de rmar uma única textura em NE14, caracterizada r ataques ráids, sucessivs e sbrests. Existe uma intererência n cntext temral estabelecid que é causad r estas interruções que se iniciam aós 47 unidades de semínima marcadas r gles na grancassa, cm ataques ráids em rtissíssim n tambur de bis. Cnrme Grisey, essa interruçã será resnsável r uma cntraçã d tem da bra, is rerduz! 6

78 eeit temral de um element ineserad. A inrmaçã nva em um cntext estável rme tecid temral, e serve ela mesma cm nt de reerência. Mas essas intervenções ráidas em ataques reetids, que a rincíi servem cm elements marcantes d discurs, sã um bm exeml de cm cmsitr lida cm a questã da transrmaçã d cntext na erceçã temral. Em um rimeir mment as intervenções geradas els ataques ráids desestabilizam as lngas durações d tem estirad estabelecid. Psterirmente assam a servir cm nts de reerência interns. Mas aument rgressiv dessas intervenções, NE 1 a NE 1, as transrmam em tecid textural redminante e, assim, assam a ser róri cntext. A inal d Prcess A as intervenções sã tantas e em tal requência que assam elas mesmas a se trnar um cntext quase estátic. Seu ael na bra, u seja, sua identidade, i transrmad à nssa rente. N Exeml 6 dems bservar s últims mments antes das interruções serem sincnizadas e dminarem cmletamente a suerície snra. Exeml 6. Ocrrência de diverss gles de interruçã cm aument de sua incidência que culminam na sincrnizaçã métrica. É relevante ntar também a rjeçã esacial d sm, realçada elas linhas, r irradiaçã a artir d quart ercussinista. Na seçã inicial A, a dierença de andaments entre s dierentes ercussinistas, semínimas a 45, 60, 75, 90, 105 e 120 bm, causa diversas sensações rmenrizadas que vã além d simles desencntr. O róri uls é descaracterizad de diversas maneiras. 64!

79 Cm s ulss ds dierentes ercussinistas raticamente nã cincidem, at crrbrad ela utilizaçã de diversas métricas e de lirritmia, uma textura vai send rmada. Surgem diss algumas cnigurações que sã análgas a rnaments cnhecids. Ajaturas, anacruses e cntratems, além ds desencntrs menres, u seja cm menr distância temral, sã englbads em um só event. A adiçã gradual ds instruments que ssuem andaments maires rrcina um direcinament na velcidade dad acúmul de tems. Na errmance a viv tal erceçã de direcinament é acentuada ela dissiçã em círcul ds instrumentistas a redr d úblic. Já antes da entrada d segund ercussinista, u seja, antes da criaçã ds desencntrs e em seguida da textura, Grisey insere r duas vezes ataques ra d tem, ist quer dizer nã n tem rte, que subvertem a ulsaçã inicialmente rsta. Neste nt cada linha imita eril de transrmaçã rítmica que acntece na linha que inicia a bra. A saber: ulss regulares que sã interrmids r lngas ausas e em seguida aarecem deslcads em tercinas, ara deis serem substituíds r quiálteras de 5 (e r vezes 7). Estes ulss já azem arte da transrmaçã cntínua d rcess, um ds indícis de seu direcinament, embra discurs nã se desenvlva cm base niss. N exeml 7 abaix de-se veriicar a entrada d quart ercussinista, a lirritmia e as dierentes métricas utilizadas r vlta d NE7. Exeml 7. Entrada d quart ercussinista cm andament de semínima a 90 bm n NE7. Pde-se ver também um gle n tambur de bis d segund e d terceir ercussinistas. Outr atr que estreita tem larg e estirad d iníci da bra é seu inevitável rcess de transrmaçã que direcina, lineariza, discurs inicial. Os events que! 65

80 erturbam cntext dem imediatamente cntrair tem alngad que decrre. Em seguida mais events cm esse sã adicinads gradualmente até atingir nt de sincrnia ds andaments n NE14. O inal d rcess A, NE14 a NE22, é uma grande airmaçã de eridicidades em tutti, que sã alternadas a artir de sua métrica e cada vez mais rareeitas. Outr indíci clar de direcinament na segunda arte deste rcess reside n alngament das durações ds gles uniicads. Puc a uc sã adicinads mais ataques às ressnâncias, e, em seguida, a reetiçã de ataques se trna mais lenta. Claramente um arc de açã e reaçã é estabelecid nesta seçã: d lng e gradual acúmul de energia, ersniicad n crescend de ritm, textura, dinâmica e andaments, ara a sterir dissluçã através da desaceleraçã e d diminuend, que crre em cicls. É imrescindível realçar que element esacial que se cnigura ela dissiçã esacial ds músics a redr d úblic realiza também um direcinament a gradualmente cercar s uvintes ara inalmente chegar a uníssn rítmic. Prcess B O Prcess B tem iníci n NE2 e termina ns últims instantes d NE9. Os elements dissts em seu iníci, quase em uníssn rítmic, têm suas durações alngadas e sterirmente desasadas. O andament, desta vez semre cmum a tds s músics, assa r diverss ritardands e acelerands, até ser interrmid r nvs elements crresndentes a Prcess C n NE40. Nele um nv ercurs de transrmaçã cntínua se inicia. Neste cas ataques curts e reetids surgem eridicamente n iníci d rcess e gradativamente têm suas durações alngadas até NE27. Tais ataques, a rincíi em baixa intensidade, trnam-se mais rtes ara, a artir d NE28, adquirirem uma desasagem que ermite que s events utrra sincrnizads surjam em sequência. Esse element segue rtant uma direccinalidade clara de exansã. O destaque nesse rcess ica a carg da cmlexa mudança de andaments que virtualmente nã ára de acelerar e desacelerar a asss de 15 bm, quand entre 60 a 105 bm, e de 7,5 bm, quand abaix de 60 bm. O eeit de zigue e zague criad r iss az cm que s events em si assem ara segund lan e erceba-se mais s acelerands e 66!

81 desacelerands a td mment. A td cinquenta e três indicações de andament sã utilizadas neste rcess. Na Figura de-se erceber eril geral ds andaments utilizads r Grisey neste rcess, embra esses nã crram equidistantes cm sugere gráic abaix, há uma reduçã das durações de cada. Nessa igura aenas se encntram reresentadas as indicações de andament mais e mens ráidas de cada trech. Figura. Peril geral das mudanças de andament crridas n Prcess B. Nã é levada em cnsideraçã a duraçã de cada indicativ de andament. Valres de semínimas r minut. Uma ráida aceleraçã, em aenas dez unidades de semínima, é bservada a inal d rcess cm uma cnduçã ara seu inal, mas uc destaque é dad a essa aceleraçã na dissiçã ds events, que r serem rmads de equens gests islads nã ermitem acmanhar acelerand. A dissiçã esacial ds músics nvamente rduz um resultad dierenciad nesta bra. Quand s ataques deixam de ser sincrnizads ara trnarem-se sequenciads iss é recnhecível em arte devid à siçã de cada músic n esaç. A rincíi sã realizads mviments circulares em sentid anti-hrári e sterirmente em sentid hrári que se alternam e ragmentam em mviments menres que círculs. O últim mviment esacial desse rcess segue em sentid hrári. N Exeml 8 abaix é ssível recnhecer um ds mments em que crrem mviments circulares desses ataques.! 67

82 Exeml 8. Trech d Prcess B, NE29, n qual crrem mviments esaciais em sentid anti-hrári e também n qual é ssível veriicar três mudanças de andament. Esse rcess ssui uma direcinalidade temral a aumentar as durações ds ataques iniciais e a transrmá-ls em sequências disstas n esaç. Entretant seu rincial i cndutr assa a ser a trca de andaments. Essa mudança cnstante de andaments em valres nã sutis trna-se element mais marcante d discurs. Suas acelerações e desacelerações em cnjunt cm a direçã de exansã que crre n material trnam tem multidirecinad até im d rcess. Prcess C O Prcess C se inicia n NE40 e é cnstruíd r largs ataques seguids de lngas durações que sã reenchidas smente ela ressnância desses ataques. Seu caráter é mais distint e também mais simles. Um cnjunt de macr-ataques sã utilizads cm únic element d discurs. Cada macr-ataque reúne uma sma de ataques em tds s instruments que simula um ataque e sua ressnância. Esse rcediment é crresndente a que Grisey descreve cm uma arximaçã a interir d sm, na qual as ases d sm sã estendidas cm através de uma amliaçã temral. Para cnstruir este eeit cmsitr recrre à reetiçã de equens ragments em cada linha, send 68!

83 alguns reresentads cm andaments distints 29. Mas esses atuam mais cm ruíds da ressnância ds macr ataques e nã tem reminência suiciente ara rivalizar em imrtância cm andament mais lent (45bm) que rege esta última seçã. O iníci deste rcess se rta cm uma interruçã d rcess B a invés de uma decrrência dele, is, ara além da nã relaçã direta entre cnteúds, mesm acelerand inal d rcess B nã é caaz de cnduzir tem linearmente até ataque inicial de C. Essa interruçã atua de maneira semelhante a das equenas interruções descritas n Prcess A, ist é, desestabiliza um cntext sem direccinalidade, que segund róri Grisey cntrai tem e neste cas acaba r gerar um nv cntext ara si. Outr nt imrtante jaz nas grandes durações mantidas nesse mment da eça, que se arximam bastante d que Grisey cnsidera cm tem lis, da nã-duraçã e d silênci rítmic (2008b,.74). Ou seja, reere-se à alta de divisões temrais n sentid em que nã há demarcações ercetíveis snramente. Dessa maneira tant a métrica quant andament sã deixads de lad em unçã das lngas durações que s substituem. Aesar de incluir cnscientemente suas bras n ti de tem mais direcinad que c est le tems irreversible de la bilgie, de l histire, du drame, le tems ccidental (Grisey, 2008c,.41), em siçã a tem nã-direcinal que c est le tems de l incnscient et des sychtres, l éternel résent de la cntemlatin, le tems riental (Grisey, 2008c,.41) 0, cmsitr se arxima neste rcess C d tem nã-direcinal. A utilizar uma rganizaçã de elements que valriza tem estendid, cm que ele relacina à Scelsi e Ligeti, cmsitr dá muit ucs elements de reerência à erceçã de quem uve. N exeml 9 dems bservar iníci d Prcess C cm sua sbresiçã de elements e ruíds de ressnância. 29 Essa seleçã de andaments utiliza de maneira cerente s andaments sbrests n rcess A. 0 É rtun remarcar que esses cnceits de tem se arximam em muit ds relacinads r Kramer em seu livr The Time Music de A saber, linearidade e nã-linearidade.! 69

84 Exeml 9. Iníci d Prcess C n qual é ssível erceber s dis rimeirs ataques. Embra crram neste rcess nve macr-ataques e a distância temral entre eles seja gradativamente aumentada, culminand em três ataques curts marcantes que encerram a bra, essa característica nã é incisiva suiciente ara guiar discurs em direçã a inal da bra. As lngas durações e a alta de desenvlviment intern ds materiais evidencia uma temralidade nã-direcinal. A reetiçã mais u mens variada nã auxilia direcinament já que nunca rnece es suiciente ara que algum desses ataques se dierencie. O mviment esacial ds sns também deixa de ser recnhecível, is enque dessa dissiçã snra evidencia mais esaç estátic de cada ataque e sua ressnância. O mviment é susens em unçã de ermitir que sm envlva uvinte em tda sua duraçã. Características Temrais Remarcáveis em Temus ex Machina Nesta bra é ssível recnhecer diverss rcediments que cnstrem as temralidades estruturantes da rma. Três sã s rcesss e três sã também as temralidades cnstruídas el cmsitr. Nta-se nesta bra que mais d que aumentar u reduzir a quantidade de inrmações utilizada, estabeleciment de cntexts e a transrmaçã das identidades sã s resnsáveis r estabelecer as reresentações 70!

85 temrais. Um exeml diss i veriicad já n Prcess A, cnrme descrit anterirmente, quand as interruções que dã mais dinâmica a cntext inicial quase estátic se trnam elas mesmas um nv cntext estátic. Smad a iss tems grau de ré-audibilidade 1, cnceit de rcess, as acelerações e desacelerações e a eridicidade, cntribuind ara a deiniçã rmal da bra. Send assim dems reunir e destacar s elements marcantes da cnstruçã temral da bra em Andament, Métrica, Identidade de Ataques e Temralidades. Na igura 4 abaix relacina-se s nts redminantes em cada element chave na rganizaçã ds três rcesss. Prcess A Prcess B Prcess C Andament Métrica Ataques Temralidades Diverss em Camadas Interruções, Direcinada camadas Cntext Diverss Alternada Alngads n Multidireccinada alternads tem, Um só, nã estruturante Desasagem Inexistente Macr Nã-direcinada Figura 4. Pnts redminantes ns quatr elements chave da bra. N rcess A s andaments sã sbrests e que a rincíi seria uma reuniã de tems que deria gerar uma saturaçã na erceçã acaba r auxiliar discurs em seu direcinament. A métrica relete iss, mas rvavelmente mair agente desse direcinament existe nas interruções que se trnam tã requentes que acabam r se trnar um nv cntext. O rcess B r sua vez tem uma temralidade geral mais diusa devid a cncrrência entre a trca cnstante de andaments e a transrmaçã d material (ataques). Finalmente rcess C deixa de lad a cncrrência u alternância de andaments de seus antecessres, e também a rória métrica, ara se car em macrataques que até aumentam gradativamente, mas que entretant sã tã aastads um d utr que estabelecer relações entre eles trna-se diícil. É ssível ntar r essa abrdagem analítica da bra que, mesm a utilizar uma eridicidade em grande arte de seu iníci, caráter que lhe é dad ela lnga duraçã e uca evluçã interna a az desviar-se da rória temralidade inicial. O tem nesse 1 Merece ser destacad aqui que grau de ré-audibilidade reerid r Grisey nã se cnigura cm um item a ser medid e aenas cm um event inserid em um cntext.! 71

86 trech já nã se rende mensurável cm seria sust. Outr element remarcável é a utilizaçã de maniulações das identidades ds events utilizads que, em alguns mments, acrescentam dimensões nvas a tem da bra e, devid à sua evluçã, acabam r se transrmar a si mesmas em cntext estátic. A utilizaçã ds andaments cm guia da evluçã d discurs musical n Prcess B ermite uma nva ersectiva sbre a atuaçã ds róris andaments e também da cnduçã d uvinte el discurs. Nesse cas esecíic a trca cnstante de andaments leva à multidireccinalidade. E, cm também i ssível veriicar, a utilizaçã d esaç de rjeçã ds sns cntribuiu ara a erceçã d tem ns três rcesss. Fi ssível através da análise recnhecer alguns rcediments que trnam ssível destaque d tem musical na cnstruçã da bra e suas similaridades e divergências cm s escrits d róri cmsitr. Esera-se utilizar que aqui i reunid ara, juntamente cm a rática de utrs cmsitres, der-se cmreender mais amlamente a utilizaçã d tem na cmsiçã musical. Time and Again Tristan Murail Time and Again de Tristan Murail aresenta, segund cmsitr, uma distinçã de suas demais bras quant a seu desenvlviment estrutural. Nela há uma cnstruçã mais ragmentada, cm a utilizaçã de recurss de recrrência, e cnsequentemente mens deendente d rcess. Tristan Murail reere-se cm iss à sua abrdagem articular d discurs musical guiad r rcesss de transrmações graduais e cntínus, similarmente a que crre nas bras de Gérard Grisey abrdadas em caítuls anterires desta tese. Murail airma, em nta de rgrama, Time and Again exlre une architecture du tems lus cmlexe, qui rcède ar lash-backs, rémnitins, bucles..., cmme si l n se truvait dans une srte de machine à remnter le tems (1986). Este aset rerça uma interaçã entre ragments, e cnsequentemente tems, que reside, a mens na intençã criativa, em dar mens destaque a direcinament linear. Estes recurss estruturais sugerids r Murail atuam cm deslcações temrais que ermeiam a bra. Time and Again acaba r realizar uma mescla de temralidades embutidas ns ragments que a cmõem. Através desta realizaçã um enômen de tems dentr de 72!

87 tems crre graças a atuaçã ds ragments em níveis distints. Ist signiica que snridades que acntecem atreladas a utras atuam em utrs cntexts a lng da bra. Seu tem intern é, rtant, areendid em mais de uma maneira, is surge cm arte de mais de um cntext searadamente, que cnirma a distribuiçã que cmsitr sugere em sua nta. Esta bra utiliza um eetiv instrumental de grandes rrções rém cm uma reduçã n númer de crdas, que serve, segund cmsitr, ara lhes dar destaque individual na sua snridade. Nta-se também a utilizaçã de uma sintetizadr Yamaha DX7 que atua cm ivô de exansã das snridades da rquestra, a adicinar esectrs inarmônics e justar mdulações de requência eletrônicas cm as simulações executadas ela rquestra cnrme as técnicas. A rma desta bra aresenta um cnjunt de divisões e reaarições que a distanciam de rmas tradicinais, mesm que ssua em seu im um ti de retrn a iníci. Dentr deste cntext de-se destacar cm redminantes as seções S1, a S e a S4, is estas aresentam uma mair duraçã e elements de destaque durante a bra. Elements de S1, s1, reaarecem em diverss mments da bra enquant a seçã S4 ssui um lng desenvlviment d únic mtiv que ssui destaque e tratament cm tal, e, enquant rincíi de rganizaçã em camadas de S ressurge em uma nva seçã, S. Essas características dem ser bservadas na Figura 5. Figura 5. Reresentaçã rmal de Time and Again, cm durações arximadas e indicações das Marcas de Ensai. A bra tem iníci cm um cntraste recrrente estabelecid entre um element ercussiv que cmbina duas métricas simultâneas, 1,5/5, e gests ascendentes executad em arejs que resultam em denss acrdes. Esses acrdes, executads redminantemente elas madeiras e metais, ssuem uma ressnância artiicial,! 7

88 executada elas crdas, que irá srer transrmações e alngaments nas reiterações subsequentes. Os arejs que cnduzem a esses acrdes sã utilizads isladamente róxim à Marca de Ensai B, e a artir deste nt crre a dissluçã desta snridade inicial cm a ermanência destes arejs e ds glissands descendentes que aziam arte das ressnâncias ds acrdes. Três grandes aglmerações texturais que resultam em acrdes em tutti uncinam cm transiçã até seu nt culminante n terceir acrde. Além da rória intençã dada el gest que cnduz a tais acrdes, a harmnia também s interliga, através da manutençã de ntas cmuns simultânea à exansã d registr, cm se de ntar na reduçã das alturas eetuada n Exeml 10. Exeml 10. Reduçã ara ian ds acrdes em destaque em mei da ME B. Pde-se ntar sua interligaçã el reenchiment gradual e manutençã de ntas em cmum. O últim destes acrdes anta a chegada abruta d material que irá redminar na ME C. A dissluçã d acrde crre cm a inserçã de materiais ragmentads, cm nas madeiras e crdas, cm desvis de direcinament e velcidade, que gera sbresições temrais mmentâneas. N mment mais brand (caracterizada ela redminância de events d ian e DX7), essa dissluçã é interrmida r um lashback (ara usar um term sugerid el róri cmsitr) ds crescends que levavam a acrdes em tutti. Em seguida a dissluçã é retmada el ian e DX7 até iníci d material da ME D. Em D de-se bservar a utilizaçã da sbresiçã métrica /5 na ercussã, semelhante à utilizada anterirmente cm rearaçã ara s acrdes iniciais. Aós alguns instantes uma textura cmsta r duas camadas temrais distintas (levadas r madeiras x crdas) é rmada. Neste mment crre também mudanças graduais n andament. Raidamente essas camadas evluem e nas madeiras um lashback ds arejs iniciais é gradualmente slidiicad e reetid até a ME E. Durante s últims mments dessa slidiicaçã, uc antes da ME E, um mtiv, Exeml 11, basead em B, F#, Bb e D surge cm element ineserad n discurs da bra. 74!

89 Exeml 11. Mtiv aresentad n clarinete ns últims cmasss da ME D. Um rcess atrelad a esse mtiv rgride numa cnstruçã de gests largs (que se cnstituem cm uma distribuiçã das alturas d mtiv entre diverss instruments em aumentaçã duracinal) que sre intervenções de ragments sem relaçã cnsig. Iss acaba r gerar uma rgressã linear cm a variaçã reetida d mtiv que se õe as ragments de caráter e imlicações temrais distints, cm acntece n Exeml 12. Exeml 12. Fragment que interrme as transrmações recrrentes d mtiv em mei a ME E. Essa alternância entre ragments das transrmações d mtiv e de elements estranhs, r nã terem relaçã direta cm mtiv, tma, lentamente, lugar de destaque d discurs, cm realce ns glissands descendentes das crdas (já resentes nas ressnâncias ds acrdes iniciais), e, a artir da ME F, esta alternância tem sua velcidade aumentada até acrde em tutti que acntece na ME G. Esse grande acrde tem! 75

90 ressnâncias lngas de maneira semelhante as acrdes d iníci da bra. N entant, a ressnância artiicial d terceir acrde é interrmida ela entrada de uma massa snra, ME H, nvamente dividida em duas camadas de velcidades temrais dierentes nas madeiras e crdas. De açã análga à exsiçã anterir, cada camada tem uma evluçã linear diusa ela reetiçã de elements curts e cm cntrn geral uc deinid. Elements remanescentes da camada das crdas excedem a duraçã da rória massa até serem interrmids r reminiscências d mtiv, agra transst e ligeiramente alterad (F#-Eb-F-A), ns clarinetes, Exeml 1. Este material anterir (uma identidade de USM) é rtant recntextualizad, gerand uma nva ssibilidade snra, que traz a sensaçã de recrrência e nvidade simultaneamente através da alternância. Exeml 1. Rearesentaçã n clarinete d mtiv alterad e transst em mei a ME H. A dissluçã que caracteriza s events da ME I usa elements de uma snridade anterir, crrida em mei a ME C, cnstruída r ian e sintetizadr, ligada a gests semelhantes de decrescend nas madeiras e ns metais. O inal da bra az um retrn às snridades d iníci a reetir s arejs de rearaçã e s acrdes crresndentes. A sbresiçã característica de ulsações surge tardiamente na última das reetições deste gest (antes esta sbresiçã servia também de rearaçã ara acrde), mas sua aariçã cnirma ainda mais retrn a identidade inicial. Cm a utilizaçã da sbresiçã métrica aliada à inserçã de ruíds cm rigem eletrônica n DX7, uma cda surge cm ntuaçã cm um tem um tem quase estátic que cntrasta cm tem anterir. Time and Again aresenta uma estrutura dierenciada das demais bras reunidas neste caítul a lidar cm temralidades atmizadas que se interrmem e trazem cnteúds de mments anterires. Para azer iss cmsitr recrre a estabeleciment de identidades que utiliza cm marcs mdiicads em mments sterires. Os elements individuais de mair destaque em Time and Again dem ser resumids em: arejs ascendentes iniciais, acrdes em tutti, mtiv B-F#-Bb-D, 76!

91 glissands descendentes das crdas, sbresiçã métrica na ercussã e a sbresiçã de camadas temrais distintas. Iss de ser bservad na inclusã mmentânea ds gests de arej ascendente lg aós a ME F,.0, assim cm cm mtiv mments antes da ME I,, 41. Mesm send uma bra mais drástica na sua ragmentaçã temral, cm admite róri cmsitr, ainda há um delineament geral da rulsã linear d discurs cm a inclusã de mments de evluçã e abandn de certs rcesss e materiais em rl de nvs. Essa ligaçã se dá, n entant, à distância, cm a crresndência d material em mments uturs d desenrlar da bra. Um exeml diss reside n tratament gradual d mtiv, r vlta da ME E, que é revisitad em sua transrmaçã gradual em mei a ME H, a ser alternad cm um nv cntext. Ou seja, s elements que sã estabelecids em um mment sã recuerads em um nv cntext, servind a mesm tem cm recrrência e elements nvs. A crrência das camadas que cmõem a textura da ME D atua cm recrrência e cntinuaçã a steriri, caracterizand mais um element islad (neste cas tda uma snridade) que é retmad. Tais camadas se sustentam searadamente através da dierenciaçã harmônica, tímbrica (madeira x crdas), rítmicas e gestuais, além de aresentarem velcidades de transrmaçã distintas ( que estabelece eetivamente suas temralidades), cm de-se bservar n Exeml 14.! 77

92 Exeml 14. Camadas temrais na ME D searadas r harmnia, timbre, ritm e gests. Aós seu abandn, um retrn a este ti de cnstruçã crre em um mment bem sterir, ME H, baseand-se ns mesms rincíis de distinçã harmônica, tímbrica, rítmica e gestual. Em adiçã a estes atres, que ns ermitem relaciná-ls, está a utilizaçã em ambs s mments (e em nenhum utr instante da bra) de variações curtas de andament, na rimeira crrência transrmads gradualmente através de 78!

93 accellerands e rallentands enquant que na segunda crrência a transrmaçã é eita r gradações súbitas. Desta rma, embra estejam searads n tem, as estruturas temrais internas s arximam cm auxíli da manutençã ds elements resnsáveis ela cnstruçã da snridade cm se de bservar n Exeml 15. Exeml 15. Camadas temrais em ME H searadas r harmnia, timbre, ritm e gests.! 79

94 Finalmente, elements cm s arejs ascendentes, que ermeiam a rimeira metade da bra, quase desaarecem d discurs até reaarecerem ns últims instantes da bra. O que merece destaque, devid a este retrn à snridade inicial, agra transrmada, se caracterizar cm um rcediment que rnece sensaçã de retrn a iníci, de echament à bra. Nta-se, rtant, que Murail az d tecid musical um vitral de ragments temrais, na tentativa de dar as rcesss de desenvlviment, tã característics da música esectral, uma realidade temral mais diversa. Alg que vai de encntr à rblemática da revisibilidade deste rcediment, cm róri Murail airma,... we began t eel that the music had erhas becme t directinal and redictable; we then had t ind a way t re-intrduce surrise, cntrast and ruture. (2000,. 7, traduçã nssa). Mnemsyne Brian Ferneyhugh Esta bra ara lauta baix e surte d cmsitr inglês Brian Ferneyhugh encerra seu cicl Carceri d Invenzine ara diversas cmbinações instrumentais. Cm cmsitr, Ferneyhugh ertence a um cntext dierente ds cmsitres ligads à exlraçã de massas snras e d cntínu snr incluíds neste caitul. Da mesma maneira este cmsitr aresenta rstas criativas ara tem que dierem das demais neste cntext. Tais rstas carregam em si cnexões entre elements que sã a rincíi cncrrentes. Pr um lad, a alta densidade de bjets musicais cm realizações rítmicas e métricas cmlexas, e, cnlit, r utr lad, cm nv mei de exressã que autr diz almejar através dessas mesmas realizações. Ele busca cnseguir uma sensibilizaçã da questã temral a artir de uma abrdagem extrema de alguns asects qualitativs. O rincial element de Mnemsyne, nme da deusa grega da memória, é cnlit de temralidades individuais exstas el chque sucessiv de diverss ragments cm relaçã uc óbvia entre si. O cmsitr, segund seu artig The Tactility Time (199), bjetiva trnar táctil, de alguma maneira, a sensaçã de tem na medida em que seria ssível sentir tal sensaçã cm alguma cntaçã exeriencial ísica. 80!

95 A remissa, simles em sua essência, se desenvlve em váris níveis. Os cnlits de identidade entre s bjets da lauta baix sã gerads ela rutura linear de registr, articulaçã e ritm. Objets de grande distinçã sã cncatenads cm dems bservar n Exeml 16. Exeml 16. Cncatenaçã de identidades dísares e internamente densas. Estes bjets nã guardam relaçã óbvia entre si cm se ercebe r sua cnstituiçã intervalar, métrica e rítmica, bem cm s três níveis de articulaçã. Outr nt undamental à bra reside ns cnlits d material da lauta baix cm s d surte, que rrcinam uma dualidade temral glbal e sã um ds rinciais guias d discurs musical nesta bra. O surte ercrre um caminh cmletamente distint a airmar alturas sustentadas que se acumulam gradualmente. O surte uncina, segund Ferneyhugh, cm um ti de metrônm que ataca uma nva altura a cada tem rte de cada cmass. Esta mldura métrica serve cm an de und cm qual tds s elements sã cmarads. O iníci da bra uncina cm intrduçã e, desta maneira, reara a entrada d surte e d discurs ragmentad d instrument. O dó inicial acumula equenas transrmações alternadas que desembcam, simultaneamente, n iníci d element mais marcante d instrument e d surte em si. Onze seções sã demarcadas a artir ds andaments utilizads que atuam sensivelmente na exeriência temral. Tds s valres equivalem a clcheias r minut e alternam em trn de 60, c.. a igura 6. Figura 6. Reresentaçã da divisã rmal de Mnemsyne baseada em suas trcas de andament, relacinads em cada blc da igura.! 81

96 A artir dessa cnstataçã ercebe-se a tendência de interruçã das seções cm andament 60 r seções de andaments que variam simetricamente, acima e abaix desse valr, cm exceçã da enúltima seçã, c.. Figura 7. Figura 7. Crresndência gráica de andaments e seções em Mnemsyne (a rimeira seçã nã ssui andament deinid). Ferneyhugh bserva (199,.27) quatr acetas d cntrle d lux temral em Mnemsyne. Seriam elas: 1 A duraçã relativa de cmasss cm esaçs de cnstelaçã; 2 a densidade d material aresentad dentr de cada esaç; a interaçã da click track cm a distribuiçã de materiais; 4 a intensidade e clareza da unçã interrutiva cm a qual a eetiva simultaneidade das tendências vetriais é exsta. A duraçã relativa de cmasss se reere a rcess dinâmic de mudanças de órmulas de cmass que a bra atravessa. Esses esaçs de cnstelaçã iniciam-se na segunda seçã da bra cm uma qualidade de regulaçã em órmulas simles, 4/8, /8, 5/8, etc., que sã interrmidas cm requência r cmasss 1/8 (muits destes cmasss sã de silênci). A artir da terceira seçã, cmasss de numeradres ímares e denminadres de 16, semiclcheia, aarecem e acabam r aumentar ligeiramente a cmlexidade métrica, e, a mesm tem, reduzir as durações individuais de cada cmass. A sexta seçã traz a utilizaçã de órmulas ds cmass irracinais 5/12, 4/12, 7/12 e a nna seçã adicina ainda cmasss de 1/10, 4/10. Desta maneira esta seçã cntém em si tds s denminadres utilizads na bra, 8, 16, 12 e 10 e cntém ainda durações individuais curtas que cnerem a bra auge de sua cmlexidade em terms de métrica. Uma simlicidade relativa retrna nas duas últimas seções de Mnemsyne cm retrn de órmulas mais simles, /8, 5/8, etc., enquant reduz a resença de órmulas irracinais. Há uma interruçã métrica recrrente ns cmasss que ragmentam 82!

97 eríds estáveis, rimeiramente r denminadr racinal, 16, e sterirmente r denminadres irracinais, 12 e 10. Pr iss as órmulas de cmass irracinais tem destaque desta abrdagem métrica r racinarem as unidades de tem crrentes e cnsequentemente deslizarem a eridicidade 2. Essa interruçã variada gradualmente acaba r sugerir uma evluçã linear desse element métric vertical. A densidade d material reere-se à cnstruçã da identidade de cada bjet através da utilizaçã de uma alta quantidade de inrmações. Dand a bjet uma cmlexidade esecíica a nt de gerar uma identidade rerçada que entrará em cnlit cm s bjets subsequentes. Tal cmlexidade acntece el acúmul de inrmações musicais que acntecem sucessivamente e simultaneamente, haja vist a existência de três sistemas cncrrentes ara indicar a rduçã d sm. As unções de cada sistema se alteram cnrme a evluçã da bra, trazend ainda mais inrmações. Tal cmutaçã de articulações de ser bservada n exeml 16 acima. Entretant dems bservar também que crre uma diminuiçã n númer de interruções a lng da bra cm relata róri cmsitr. N exeml 17 de-se recnhecer essa diminuiçã entre a 8ª e a 9ª seções, eríd n qual a diminuiçã de mudanças de articulaçã é latente. 2 O que se assemelha a cnceit de éridicité lue de Grisey citad anterirmente.! 8

98 Exeml 17. Diminuiçã gradual de interruções entre as seções 8 e 9. Pr sua vez, cnlit gerad ela click track em si nã é uvid e, rtant, nã gera diretamente nenhuma cnsequência temral. Mas indiretamente ela tem uma unçã lausível antada el cmsitr. Mesm que instrumentista memrize tda a bra, a click track uncina cm um mei de manter s bjets racinads is imede que instrumentista tente ligar s bjets de md natural. Pr im, a intensidade das interruções deende da cexistência e nã-relaçã entre elements em níveis distints, send as métricas e articulações s mais reminentes destes elements. O cmsitr relata (Ferneyhugh, 199,.21-2) que busca criar bjets cm densidade suiciente ara que a "lecha d tem" tenha diiculdade de enetrá-ls causand uma escuta atrasada, que seria um relex da táctilibidade d tem. Essa metáras tentam descrever a exeriência temral de trca cnstante de identidades que ermitiria trnar tem um bjet sólid. Essa densidade arece ser ara Ferneyhugh a inclusã de elements que destaquem cada bjet cm uma carga de identidade tã rte, que nã seja ssível cnundí-l u assciá-l a um cntext mair que de suas rórias rnteiras. Esta quarta aceta citada r Ferneyhugh arece se reerir à caacidade de cada micr bjet gerar imact que seja eiciente em dividir lux temral em ragments que tem ligaçã exclusiva a cada micr bjet - tal cm reerid anterirmente nesta tese. Essa aceta arece guardar similaridades cm a segund, que se reere à densidade interna de cada bjet. Entretant, Ferneyhugh utiliza gest cm rincial agente de identiicaçã de cada bjet a delinear cada um deles cm uma carga única que é tencializada cm as variações rítmicas e de articulaçã, dand deste md uma ênase em sua qualidade individual. O mdel de cnstruçã que Ferneyhugh alica nesta bra arece, r vezes, rmer limite de sua rsta e igualar tem de diverss bjets a artir de uma 84!

99 ersectiva que leve em cnsideraçã a Gestalt ds bjets, que levaria a um resultad st a que cmsitr retende. Há de se admitir que, cas a escuta da bra nã seja atenta, - e também é ssível questinar quais cnheciments sã necessáris ara que essa erceçã de tem individual acnteça - tds s bjets serã igualads, já que sua densidade de inrmações é alta cnrme róri cmsitr recnhece. O uvinte mais atent as detalhes e nuances terá, em siçã, mais rbabilidades de erceber a densidade temral interna. Existe ainda um element a ser cnsiderad ara eetiv entendiment das temralidades envlvidas na bra. O autr disõe de um adensament de alturas a lng da duraçã d surte ré-gravad. Quatr alturas, variáveis individualmente, sã aresentadas n iníci d surte, e, gradualmente, nvas alturas sã adicinadas até reunir it alturas a inal da bra. Esse acúmul gradual sugere um macr direcinament temral na bra cm em um rcess. Iss trna a direcinalidade alável em mei as inúmers micr-chques da bra. Essa direcinalidade sugerida el surte é cnirmada de maneira inversa ela reduçã das alturas trabalhadas ela lauta baix a lng da bra. N mment inicial há mais alturas send trabalhadas na arte instrumental, estabelecend cntraste cm a menr quantidade de alturas d surte, d que n inal da bra, que assa r um rcess rgressiv de reduçã. Claramente rças temrais estã em açã durante Mnemsyne e a td instante da bra cnlit entre várias delas ica evidente. A diiculdade que a bra ns imõe durante a escuta é resnsável em arte ela erceçã desses cnlits de tem. Três elements arecem ser s rinciais resnsáveis r uniicar a bra: 1) timbre base da lauta baix que é rearveitad n surte sem mdiicações. 2) rcess linear de acúmul de alturas n surte. ) rcess linear de reduçã de rnamentações/interruções na lauta baix. Entretant, temralmente a lauta e surte azem caminhs sts devid a rcess linear de acúmul de alturas n surte ser st sb muits asects a rcess de reduçã de alturas da lauta. Ferneyhugh utiliza cmlementarmente dissitivs ara racinar lux temral cntínu. Estes incluem a click track, s cmasss de duraçã gradualmente variável e órmulas irracinais, a alta densidade de inrmações r cada event e as dierentes identidades destes events (baseadas em gests).! 85

100 A estratégia de interruçã cexiste ns váris níveis ara rmer ligações hrizntais em um esrç ara que a ragmentaçã de identidades gere a resistência temral que Ferneyhugh busca. A mesm tem, essa utilizaçã sistemática de interruções auxilia na manutençã da unidade glbal da bra. Em terms glbais diversas temralidades lineares crrem cncrrentemente, cm eris esecíics erigids a artir de: variações de andament; acúmul de interruções métricas; acúmul de ntas n surte e diminuiçã de interruções na linha d instrument. Enquant que em terms lcais as cnexões sã quase inexistentes. Timeieces Jnathan Harvey Timeieces é uma bra de 1987 d cmsitr inglês Jnathan Harvey que aleceu recentemente, em dezembr de Suas características de destaque incluem tamanh exandid d eetiv instrumental, cm destaque ara a ercussã, e a utilizaçã de dis maestrs em simultâne na direçã da rquestra. O cmsitr cncretiza, cm auxíli desse artiíci, uma maneira de dividir a rquestra em dis grus rquestrais ara a cnduçã de dis tems distints em simultâne, que trna óbvia a recuaçã d cmsitr ara cm a articulaçã temral nesta bra. A divisã da bra em três mviments é utr element que chama a atençã, e em cada mviment ercebe-se uma abrdagem dierente das rganizações d tem musical. O rimeir mviment usa a distinçã de identidades, em tds s níveis ds agentes de identiicaçã rsts n caítul 2 desta tese, ara desenvlver cntrant de temralidades. O segund mviment tem uma searaçã temral mens sensível a se valer da siçã métrica e da searaçã instrumental ara a rmaçã dessas camadas. O terceir mviment, r sua vez, õe em açã duas camadas temrais sem andament deinid que lutuam entre si. Estas crrem sbre um reerencial crnmétric, de 60 b..m., que simbliza tem d relógi em sbresiçã a tem transcendental. Primeir Mviment Searaçã r Identidades N rimeir mviment de-se bservar a aresentaçã de uma temralidade semre resente, que chamarems de rimeira camada, rmada em mair arte ela 86!

101 sucessã de acrdes nas crdas, que serve cm element de cmaraçã em relaçã as surgiments recrrentes da segunda temralidade, que chamarems de segunda camada, rmada em mair arte ela atuaçã ds srs. Cm de ser bservad neste trech da Marca de Ensai C reresentad el exeml 18 abaix. Exeml 18. Primeira siçã entre as camadas temrais na Marca de Ensai C de Timeieces de Jnathan Harvey.! 87

102 Essa searaçã é rtagnizada ela utilizaçã de andaments distints e ela estratiicaçã d timbre em grus instrumentais. Esta searaçã é acentuada ela aresentaçã de um mtiv de dança que surge variad, e de md redminante, em diversas casiões na arte d 2º regente e ela camada cnstruída redminantemente r crdas que ica a carg d 1º regente. Essas camadas reenchem quase a ttalidade da duraçã d rimeir mviment, desenvlvend essas distinções individualmente. Um ds elements mais imrtantes é a utilizaçã extensiva de múltils andaments, artiíci ssibilitad ela regência dula. A imrtância ds andaments ara tda a bra já se encntra reresentada n cnlit entre 50 e 60 b..m. ela atuaçã simultânea de dis ercussinistas que crre na ME C, exeml 15 acima. Aliad a iss está a mudança métrica das órmulas de cmass. Na igura 8 de-se bservar entrelaçament das temralidades, reresentadas elas linhas hrizntais, na dissiçã rmal d mviment. É imrtante ressaltar que em mments a indicaçã de andament é arximada, cm indicações de Prest e Hal Seed, a cntrári da indicaçã recisa da mair arte. O que serve cm retext ara usar a liberdade de interretaçã ds regentes cm element indeterminad na siçã de velcidades temrais. Figura 8. Reresentaçã gráica rmal arximada das temralidades n rimeir mviment de Timeieces. Cntend as marcas de ensai em letras maiúsculas, s andaments em sublinhad e as órmulas de cmass sbre as linhas. 88!

103 Harvey utiliza lg n iníci da bra um artiíci que irá dierenciar de maneira eetiva as camadas temrais que utilizará a lng da bra: a searaçã r timbre. Na rimeira camada as crdas mvem-se lentamente em blc mnrítmic entre acrdes, que, de acrd cm cmsitr, sã arciais das ntas da meldia d cntrabaix. A entrada eetiva da segunda camada se dá smente na ME C, mas elements rítmics d mtiv que será aresentad a artir da ME E surgem anterirmente já na ME A, e sua identiicaçã é ssível devid a sua aresentaçã el mesm gru de timbres, cm acntece também na ME E e F. Ist signiica dizer que, embra nã tenha ainda um andament distint, essas aresentações d mtiv e de seus elements serã assciadas em retrsectiva ela escuta cumulativa. Tal mtiv, c.. exeml 19, é deinid el cmsitr cm um mtiv de dança quase banal cnrme sua nta de rgrama. Sua resença marca e deine a segunda camada temral da bra desde sua rimeira até a última aariçã, resectivamente ME E até ME R. Um segund mtiv também se sbressai na bra e, embra seja mens recrrente e variad d que mtiv de dança, acaba r se cnundir cm a rimeira camada temral. N entanttal mtiv nunca revalece cm eça mais imrtante dessa camada que se cnigura cm uma temralidade mais lenta e aastada d ritm ráid d mtiv de dança. Vê-se, dessa maneira, que cmsitr utiliza as identidades de mtivs ara cmr arte da identidade das temralidades envlvidas. Exeml 19. Mtiv de dança d rimeir mviment.! 89

104 Pr cnsequência a este ti de cnstruçã, que envlve a cnslidaçã de dis grus distints cm algum ti de siçã entre si, a snridade atua cm um terceir element ara cmletar estabeleciment dessas identidades. Na rimeira camada iss se dá ela dissiçã ds acrdes nas crdas e ela cnstante variaçã dinâmica que sustenta suas durações lngas. Vê-se que essa nã se altera em demasia a lng da bra cm ns mments distints da ME D, n exeml 20, e da ME O, n exeml !

105 Exeml 20. Amstra da ME D.! 91

106 Exeml 21. Amstra da ME O. A segunda camada r sua vez tem redminância de ritms ráids derivads d mtiv de dança, dissts quase semre em registr agud nas madeiras, ME K. A artir 92!

107 da ME S a segunda camada é extinta dand lugar a uma dinamizaçã e aceleraçã da rimeira camada que cnduz até términ d mviment. Pequenas inserções de material, semelhante as ertencentes à segunda camada, ME U, V e Z, surgem undids à rganizaçã musical rincial que ganha um element nv na aariçã de glissands recrrentes, reresentand acrd entre as temralidades exstas. Segund Mviment Distinçã Métrica O segund mviment de Timeieces tem a sua eça chave na dualidade de camadas métricas. A crrência da segunda camada temral se dá cm semelhanças à maneira crrida n rimeir mviment, u seja, através de uma searaçã tímbrica r grus instrumentais e de aarições graduais da segunda camada. A iss de-se adicinar a dierença signiicativa entre andaments nas camadas. O andament ráid da rimeira camada, 144 b..m., é st a andament lent, 60 b..m., da segunda camada. Mas a ausência de variações de andament indica que a siçã entre camadas é baseada em grande arte nas sições métricas. Cm se de areender ela igura 9, as camadas ssuem ucas mudanças de cmass mas diversas sbresições métricas. Figura 9. Reresentaçã gráica rmal arximada das temralidades n segund mviment de Timeieces. Cntend as marcas de ensai em letras maiúsculas, s andaments em sublinhad e as órmulas de cmass utilizadas.! 9

108 N segund mviment nã há destaque mtívic entre camadas. Ambas realizam, de maneira semelhante entre si, texturas lirrítmicas cm elements que nã se sbressaem, cm bservad na ME A, exeml 22. O que indica que nesse nt rtagnism da dualidade temral é deixad às sições de snridades criadas, que sã rmads redminantemente r texturas cm dierenças sutis entre seus mviments interns e ela utilizaçã de grus instrumentais. Nesse sentid, a rimeira camada ssui uma redminância d ian e da ercussã auxiliads inicialmente elas crdas. A artir da ME M iss muda e quase a ttalidade ds instruments sã incrrads, enquant que a segunda camada tem redminância ds srs cm adiçã sterir das crdas. A artir da ME N, exeml 2, a segunda camada é cnduzida r aenas alguns instruments até im d mviment em siçã a tutti da rimeira camada. 94!

109 Exeml 22. Marca de Ensai A demnstrand a rmaçã das camadas n iníci d segund mviment. É relevante ressaltar que a rearaçã ara clímax energétic da bra crre a artir da ME K cm a utilizaçã de duas texturas massivas que rgridem aralelamente, cm a adiçã de uma camada extra rtagnizada el ian, até sua usã r reetições cntínuas de seus resectivs últims cmasss. Essa usã se cnirma em seguida cm! 95

110 a cntinuaçã de tda a massa snra aenas n andament de 144 b..m. sb a regência d rimeir maestr. Ns mments subsequentes, a segunda camada temral crre em crescends etéres através de ntas sustentadas mas acaba r se undir nvamente à rimeira camada temral através da utilizaçã de mesm andament e de igura rítmica n instante anterir a ME R. 96!

111 Exeml 2. Amstra da ME N.! 97

112 Terceir Mviment Ausência de Tem N terceir mviment s tems transcendentais sã elevads a máxim de sua atuaçã na bra. As indicações de andament ara s regentes edem muit lent e ainda ausência de tem, brigand s regentes a rcurarem um tem transcendental distante d utilizad até entã. Há ainda indicações abertas ara a interretaçã relacinada às durações cm um uc mais deressa e reetir aós ausa de 10 a 12 segunds, ermitind uma abertura interretativa que exige a interretaçã siclógica d tem. Pr iss, a rimeira camada temral mistura as artes ds dis regentes neste terceir mviment. Nã há nesse cas rnteiras claras n que diz reseit à identidade ds materiais cnduzids. Ambs ssuem a mesma harmnia e a sua rquestraçã tenta desazer as características tímbricas ds instruments em rl de uma snridade quase amra, cm n exeml 24, ME M. Cm se de erceber também r esse exeml, as snridades criadas sã baseadas em clusters variads que surgem e desaarecem através de crescends e decrescends. Prém uma segunda camada temral é sta em siçã em alguns mments cm lembrete a um tem crnmétric que é lg deixad de lad, exeml 25. Este ssui uma clara reerência a tem d relógi cm ulsações a 60 b..m.. Mas essa camada temral tem uma atuaçã intermitente e variável is se baseia em reetições searadas r 10 a 12 segunds de ausência, acentuand mais ainda a sensaçã de incerteza temral mesm sb uls d relógi. 98!

113 Exeml 24. Primeira camada temral n terceir mviment.! 99

114 Exeml 25. Blc resnsável ela segunda camada temral n terceir mviment. A música segue cm essa siçã até a ME EE, na qual a susensã d crescend anterir é substituída r uma iteraçã variada da ercussã, a nt de nã manter a identidade das aarições anterires. A artir daí discurs se uniica sb um só tem, 6 b..m. (ligeiramente mais ráid que anterir usad na ercussã), de maneira semelhante cm que crreu n inal d rimeir mviment. Um últim artiíci temral ermite azer uma desclagem da arte d discurs cnduzid el segund regente em retardand e acelerand ara vltar em seguida à sincrnia. Em seguida, ME LL, discurs é interrmid uma última vez. A cntinuidade é rmida deixand aenas ragments n encerrament da bra. Timeieces exõe um desenvlviment diversiicad da dualidade temral cnseguida através de uma execuçã vltada ara a cnjugaçã ds tems erigids. Iss se trna ssível ela elabraçã de identidades rórias a cada um destes discurss. O cntext de identidades rst n rimeir mviment garante uma assciaçã direta da mesma camada temral que crre esaçadamente. Esse cntext se mantém aesar das mudanças de andament. O segund mviment é ainda mais rígid n estabeleciment de seus cntexts baseads na distância entre identidades de andament, timbre e métrica, mas r utr lad se ermite undir as camadas temrais em massas snras que exandem a erceçã temral ara um tem mais nã-linear. Finalmente terceir mviment acentua essa tendência e exerimenta a atuaçã de tems transcendentais em grande escala. 100!

115 Vrtex Temrum Gérard Grisey Esta bra de 1996 é cneccinada mais de dez ans aós Temus ex Machina e r iss relete ideias cmsicinais dierentes. A rincial característica temral de Vrtex Temrum jaz na crrência de três discurss temrais que crrem alternadamente n rimeir e segund mviment e simultaneamente n terceir mviment. Ist que signiica que três camadas musicais se disõem e evluem a dierentes velcidades dentr da bra. Uma camada é cnstituída r ntas em lngas durações que é sta à camada redminantemente ráida de curtas durações. Entre s extrems se desenvlve uma camada cm durações médias. O cmsitr airma ainda que cada camada ssui metáras externas a cam musical, seriam elas: durações e rases musicais lngas cm a cmunicaçã das baleias; ritm median cm a cmunicaçã humana; alta velcidade de mudanças e nuances cm a cmunicaçã ds ássars. De acrd cm cmsitr em sua nta de rgrama, esta bra az arte da sua busca de ablir material em rl da duraçã ura, seria a história de uma arej n tem e n esaç. Segund Jean-Luc Hervé, L'idée centrale de l'uvre est de lacer le même arège dans diérentes temralités - diérentes vitesses et diérents mdes d'éculement du tems - ur lui aire changer d'asect., (2001,.12). A bra acntece em três mviments variand as abrdagens temrais cntidas em cada um deles. O rimeir deles divide-se em três seções send a rimeira d númer 1 a 7, a segunda de 8 a 67 e a terceira de 68 a 85. Grisey abre rimeir mviment da bra cm arejs reetids em três instruments. Tais reetições crrem em blcs, s quais dems chamar snridades, deinids ela estabilidade harmônica e relativa inércia glbal, is nã há mviment harmônic e rítmic além da reetiçã, embra a dinâmica e a métrica ds arejs sejam alteradas. Essa reetiçã atua internamente cm element de neutralizaçã d direcinament temral, mas externamente existe um direcinament mderad devid as alterações métricas, harmônicas e de registr. Juntamente a esses atres atuam a reduçã graduada da duraçã ds blcs e da intrduçã das ntas lngas que reresentariam tem estendid da cmunicaçã das baleias. A harmnia interna nã sre evluçã dentr d limite lcal de cada blc, mas assa r um rcess de alternância entre cnjunts, cntrastantes e recrrentes. As! 101

116 alterações de registr levam alguns mments ara se desenvlver grande arte inalterad. N exeml 26 vê-se s mments inais d rimeir blc de reetições, Númer de Ensai 5, e de-se erceber s graduais mviments de dinâmica e rareaçã da textura entre as artes assinaladas elas letras A e B. Na arte C assinalada crre a mudança harmônica que crresnde cm iníci de um nv cicl de reetições, nde também é ssível ntar uma mudança métrica. Distribuída r acents a cada três semiclcheias em A e B e a cada duas semínimas, métrica natural da órmula de cmass cmum, em C. Exeml 26. Final d rimeir blc de reetições n rimeir mviment de Vrtex Temrum. A reetiçã cnstante e em grande extensã atrasa a lecha temral. Mas rcess, sustentad r mudanças cm a exsta entre as letras A e C d exeml 10, é emregad em larga escala ara direcinar td, nesse cas envlve mudança de registr, métrica e harmnia. Dessa maneira uma dualidade temral é criada entre a reetiçã lcal de arejs e rcess glbal. 102!

117 A artir d númer de ensai 8 uma nva seçã é aresentada e nela s arejs sã abandnads em sua rma inicial ara dar lugar a versões irregulares de arej, cm uma mistura de valres curts cm valres ntuads. Internamente ainda crrem reetições d element que az alusã a um arej, mas, dierentemente d que crre na rimeira seçã, as durações crrem de maneira mais diversiicada. A rincial mtivaçã ara a cnduçã desse nv arej desequilibrad advém, segund cmsitr, de uma alusã a uma nda dente de serra. N entant, a relativa alta de rgressã interna é dminante em cada blc de snridade cnstruíd. N rcess glbal crre um acúmul de elements e um aument nas durações que nvamente cntraria mviment temral intern. Esse direcinament também é ntável nas variações ds elements que cmõem cada snridade, cm aument das dinâmicas e a inclusã de mudanças tímbricas. Os direcinaments dem ser bservads n Exeml 27, que reúne dierentes mments das snridades que cmõem a segunda seçã. O acúmul de tds esses elements gera adensament da textura ns mments inais desta seçã, a artir d Númer 60. a) b) c) Exeml 27. Fragments da evluçã da snridade de base da segunda seçã d rimeir mviment de Vrtex Temrum. Retirads resectivamente ds númers 8, 42 e 5. Entretant, nas duas rimeiras seções crre um element que causa incerteza na avaliaçã temral - as ntas lngas que acmanham as reetições ráidas d arej na rimeira seçã e que acmanham s arejs irregulares na segunda seçã. Levant essa questã is aesar de tais ntas sustentadas estarem atreladas às mudanças ds elements! 10

118 em arej em ambas as seções, é ssível que sua cmreensã clque-as cm uma temralidade à arte. As causas ara iss estã: na searaçã de identidades que as ntas sustentadas ssuem em relaçã as arejs, regulares e irregulares; s crescendi que elevam uma indeendência snra; e cm a manutençã dessas características mesm aós a interruçã d rincial element de identiicaçã da rimeira seçã. Iss causaria a existência, mesm que eêmera, de dis discurss musicais simultânes. À altura d númer de ensai 68 inicia-se a terceira e última sessã, nt n qual tda textura é interrmida e ian ica resnsável r encerrar mviment em sl. O ercurs temral da bra nesse mment segue uma característica vertical, que i send intensiicada desde a rimeira seçã, a aresentar ragments sem relaçã signiicativa entre si e cm baix desenvlviment intern. É ssível ntar que um element em arej é utilizad de diversas maneiras cm rma de azer reerencia a mments anterires da bra. Em alternância, clusters surgem cm nv element de interruçã ds materiais trabalhads, cntribuind assim ara a ragmentaçã d tem cnjuntamente cm a manutençã de um únic timbre r tda a seçã. Tais elements dem ser bservads isladamente n exeml 28, um trech d númer 69. Exeml 28. Trech d númer 69 que evidencia a ragmentaçã d discurs na terceira seçã de Vrtex Temrum. Os três estágis seccinais d rimeir mviment evidenciam um tratament alternad de velcidades que escnde em seu interir elements temralmente cntráris cnrme ilustrad ela igura 10. Qualidade temral interna às snridades Qualidade temral glbal 1ª seçã 2ª seçã ª seçã Estática (r reetiçã) Estática (r reetiçã) Direcinada Direcinada Direcinada Estática (r cntraste) Figura 10. Dualidades temrais das seções d rimeir mviment. 104!

119 Aós um interlúdi marcad els glissandi descendentes, segund mviment imõe uma desaceleraçã geral que se mantém r tda sua duraçã. N ian um tem cíclic de média duraçã é estabelecid ela reiteraçã de mviments descendentes, geralmente em intervals de segunda n ian dentr de uma ulsaçã regular a 50 b..m.. Duas ntas edais delimitam registr em que tais cicls descendentes atuam. Dis mviments crrem nessa camada. A cada cicl macr, crresndente às rases mencinadas, essas ntas edais mudam ara agud até meads d mviment, seções 4 a 6, ara entã retrnar a grave. Sincrnicamente a iss há um acúmul de resídu, lg a artir d iníci, em trn das ntas edais que trnam-se clusters, na quarta seçã, e acabam r se disslver. Iss indica uma estratégia similar de rgressã linear glbal em um cntext de reetiçã lcal assim cm crrid na rimeira seçã d rimeir mviment. Nve seções dem ser recnhecidas elas mudanças das ntas edais d ian, igura 11. Antes da mudança das ntas edais, que encerram s cicls macr, a métrica das unidades de ulsaçã é alterada ela inserçã de um cmass ternári cm últim de cada seçã. Ist serve ara auxiliar a demarcaçã das seções a dar imuls agógic através da mudança métrica. Seções 1ª 2ª ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª Limites 1 a 2 a 6 6 a 9 10 a 12 1 a a a a a 27 Ntas Dó 2, Ré, Fá 4, Mib 5, Fá 4, Ré 5, Dó 4, Ré, Lá 1 Dó 2, Dó - edais Si -2 Eb -1 Lá 2 Lá Sib 2 Dó Fá# 2 1 Acúmul de resídus Variaçã de andament (Variaçã de andaments casinal) (Variaçã de andaments casinal) Figura 11. Divisã rmal d segund mviment cm s elements mais reminentes em cada seçã. Paralelamente a iss, na rimeira seçã três rases de ntas sustentadas sã exstas e cincidem cm a duraçã da rimeira seçã delimitada n ian. O eril de cada seçã subsequente rlnga esse adrã a aresentar ntas isladas que se acumulam n im da seçã em um acrde cmst r váris instruments, articulad em uma duraçã menr d que em intervenções anterires. Nta-se que iss rmve a existência de cicls dentr de cicls dentr d mviment. O cicl das ntas sustentadas! 105

120 cincide cm as mudanças das ntas edais d ian, mas em seu interir s cicls de mviment descendente, em alusã a arej que caracteriza a bra, tem ercurs róri. N iníci d mviment as reetições destes cicls acntecem searadas cm alguma distância entre si que diminui já a artir da segunda seçã até serem sbrestas nas seções centrais, que aumenta a quantidade de reetições r seçã. Grisey utiliza ainda variações de andament, reguladas r cntrns de accelerands e ritardands, entre as seções 5 e 7 que adicinam lutuaçã de velcidade a cicl de reetições d ian e também à camada lenta. Essas alterações mdulam td discurs embra nitidamente tenham mens inluência na camada de ntas sustentadas devid a esaçament larg entre ataques. N terceir mviment cinc seções crrem delimitadas ela utilizaçã das temralidades e snridades em cmbinações esecíicas. E, ela rimeira vez na bra, seções cm temralidades dierentes se sbreõem. A recrrência d arej d iníci da bra é resnsável r iniciar também esse mviment. Essa revisitaçã ds arejs inclui mesmas harmnias e instrumentaçã. Reetições d arej sustentam a estrutura interna da snridade enquant glbalmente nvs arejs sã articulads em cntraste a anterir. Ocrre rém, uma dierenciaçã em relaçã a rimeir mviment quant a dissluçã da textura da snridade, is surgem elements que uncinam cm ressnância da textura de arejs reetids. É em tais elements que surgem camadas cm temralidades rórias a artir d inal d númer, devid a destaque que tais ressnâncias recebem ela velcidade distinta e surgiment gradual em mei as arejs que srem diminuend. Essas camadas acabam r se sbrer claramente em diverss mments cm n númer 10, enquant arej é abandnad a ian e a snridade estática ds demais instruments tma seu lugar. Prgressivamente a snridade riginal de arejs é reduzida em avr de um aument da imrtância e da duraçã desses elements de ressnância. Além diss, tal snridade riginal de arejs reetids sre transrmações cm a aresentada n númer 16, arejs n registr grave (cm destaque ara a inclusã da lauta baix) e 20, n qual s arejs sã sbrests ela camada temral de ressnância, mais lenta, que vinha se desenvlvend aralelamente. Mais uma vez entre s númers 16 e 18 crre a sbresiçã entre tem ds arejs n ian e tem estátic ds demais instruments. 106!

121 A artir d númer 21 uma nva temralidade estática baseada rtemente r ruíds quebra lux d que havia sid exst até entã causand um imact e cnsequentemente valrizand cntraste. Nesse tem esecíic três elements dã identidade a td: ruíds articulads raidamente, harmônic sustentad e silêncis. A snridade seguinte, númers 22 e 2, aresenta um tem mderad das articulações em arejs. O númer 24 traz retrn da temralidade estática d ruíd, exlrada anterirmente e r mais duas vezes, ns númers 4 e 46, essa snridade retrna sem transrmações drásticas em sua cmsiçã. Em tdas as suas quatr aarições ele dmina discurs cm sua rória temralidade, nã havend, rtant, sbresiçã de nenhuma utra camada. Entre s númers 25 a crre um rimeir rcess de biurcaçã temral a aastar gradualmente a temralidade d ian, que desenvlve s arejs aresentads n númer 25, da temralidade ds demais instruments, que através de ntas sustentadas uncina cm ressta as arejs articulads n ian até númer 26. E, cm aresentad n exeml 29, inicia-se um distanciament r dessincrnizaçã e dinâmica. A artir d númer 27 iss nã mais acntece e as duas temralidades seguem em aralel. Exeml 29. Dessincrnizaçã entre ian e demais instruments. Em mei a númer 1 ian trca material e temralidade cm um ds demais instruments através da crrelaçã gestual, cm destacadas n exeml 0, que transere! 107

122 s arejs ráids a vilin. Este ica resnsável ela inalizaçã d mment arximand seu timbre de seu alv ruids d númer 4. Exeml 0. Fusã gestual entre ian e vilin. Aós a temralidade estática mencinada anterirmente tal biurcaçã ressurge a artir d númer 5 através da mudança de velcidades e erdura até númer 4. A artir d númer 7 a temralidade dula está estabelecida devid as gests d ian que nã guardam relaçã causal signiicativa cm a textura que cerca. O númer 44 rrcina uma usã das temralidades exstas que servem cm element de ligaçã até a última crrência da temralidade n númer 46. A artir de entã se dá vazã a um discurs temral dul que desrende ian ds demais instruments através de uma evluçã rória que se deine a artir d númer 48 e que rgride até im da seçã n númer 56. Essa terceira iteraçã da dualidade entre temralidades aresenta a mair distância deste recurs na bra em terms qualitativs. Iss acntece ela dierença tímbrica (ian/demais instruments), de registrs (amla n ian a artir d númer 50 e restrita ns demais instruments), harmônica e de evluçã ritmica. Essa dualidade temral ica ainda mais clara quand ressurge n númer 54 gest de iníci da terceira seçã d rimeir mviment. Essa recrrência de identidade anterir acentua a searaçã entre identidades. A recrrência desse gest é quase ttalmente idêntica e mesm seu andament riginal, semínima igual a 108!

123 150, reaarece. A mesm tem um andament de mínima igual a 60 rege s demais instruments, que rerça a divisã temral cm chque entre andaments. O númer 58 unde as camadas ela última vez em uma temralidade dilatada que encerará discurs em uma snridade que aresenta a mair duraçã individual de tda a bra. Essa snridade tem dis elements, reminiscentes, que estavam resentes em mair u menr grau em tda a bra, a evluçã dinâmica de sns sustentads e uls lent regular d ian.! 109

124 Caítul 4 Abrdagem Cmsicinal Cm arte ds requisits desta investigaçã está inclusa a cmsiçã de um cnjunt de bras riginais assciadas a tema estudad. Neste cas estas bras aresentam abrdagens, rblemas e sluções encntrads r mim na estruturaçã musical guiada a artir de temralidades. Faz-se undamental discutir algumas dessas exeriências d nt de vista criativ. Algumas características e rcediments sã cmuns a uma grande arte das bras e merecem ser discutidas de um nt de vista geral antes de entrarms nas eseciicidades de cada bra. As cnceções das bras artem semre da remissa de cnceber temralidades que entrem em cnlit de alguma maneira cm nss tem intern. Algumas dessas alicações temrais sã elabrações de abrdagens temrais de bras d sécul XX, cm as analisadas n caítul anterir, enquant utras artem de questões clcadas r mim. Os cnceits sbre tem em música abrdads ns caítuls 1 e 2 desta tese servem neste estági cm ideias cmsicinais. Linearidade, nã-linearidade, direccinalidade, multi-direccinalidade e estaticidade sã, desta maneira, imrtantes elements d iníci da cnstruçã musical. Além diss, uma rriedade esecíica desta tese é rcurar materializar essas cnstruções temrais através de alicações de cnjunções de identidades snras. Send assim, em cada bra há uma rsta de cnstruçã temral que é realizada, redminantemente, elas cnjugações de identidades. Os rinciais meis da alicaçã destas ideias sã a alternância, a sbresiçã e a ambiguidade entre identidades. Tais meis retendem gerar nvas ssibilidades de ruiçã da música através de seu róri tem. Há na rça da identidade a base ara recnheciment da rma, cm airma Harvey quand mencina a necessidade de ter materiais cm identidades mais marcantes, Je vulais quelque chse de lus mémrable, quelque chse dnt les returs arès une lngue absence arès de lngues minutes sient tujurs identiiables ; d ù une résence de la rme. Si vus ne recnnaissez rien, il n y a as de rme. (in Whithall, 2000,.8). Imrescindível remarcar que tais cnceits temrais quand reerids em tdas as bras riginais aqui aresentadas nã reresentam a sua crrência mais extrema. Ist signiica dizer que um discurs nã-linear é inteiramente vertical sem nenhuma imlicaçã anterir u sterir. Tda música se utiliza de ambs em mair u menr grau na sua cnstruçã (Kramer, 1988,.19). 110!

125 O cnjunt de bras riginais cmstas cm arte desta tese inclui cinc eças ara rmações diversas que visam abranger uma variedade de rblemáticas e ssibilidades de alicaçã de temralidades musicais. Uma bra ara vilncel sl, uma bra acusmática ara it canais, uma bra ara quintet mist (bé, agte, vila de arame, vilin e cntrabaix), uma bra ara ierrt ensemble (lauta, clarinete, ian, vilin e vilncel), ercussã e surte e uma bra ara rquestra sinônica. A rsta temral de cada bra é seu rincial artiíci cmsicinal e sre as adatações às realidades instrumentais de cada rmaçã. A harmnia utilizada na mair arte das bras surge a artir da análise esectral de sns de vilas de arame. Esses instruments, de rigem rtuguesa e brasileira, sã utilizads em cnjunt cm as tradições musicais que s envlvem cm uma maneira de revisitar a utilizaçã de reerências à música tradicinal na cnstruçã de material riginal a ser utilizad nestas bras. Esta revisitaçã se dá r uma esclha cmsicinal minha de atribuir elements musicais de utr cntext cultural cm enriqueciment de minha linguagem cmsicinal. Justiica-se essa esclha n cntraste que a rriedade temral imanente as estils musicais que envlvem a vila adicina a tem da música de cncert cntemrânea. Pis cm sua utilizaçã é redminantemente rural, devid a ligaçã indissciável cm a música tradicinal caiira (Crrêa, 2000,.6-64) aresenta um tem imregnad r características únicas que distinguem d tem urban, aqui reresentad na música cntemrânea. Os sns ram esclhids a artir de um rincíi de variedade em detriment a um rincíi de cmaraçã entre eles. Esta esclha i, rtant, essal e nã buscu-se aqui cmarar u relacinar esectrs de sns similares. Pel cntrári, r exeml, ar Ré de uma vila de arame brasileira reresenta a tônica da tríade mair rmada através de sua ainaçã ceblã, enquant que na vila amarantina sm analisad i róri sm de uma tríade de Ré mair. Além diss i analisad também brdã tril Sl de uma vila dinâmica, que reresenta mais distint element em sua ainaçã r ser únic cnjunt tril de crdas e, r siçã, um ar Lá de uma vila teira reresenta um element mais simles de seu cnjunt. Para a btençã ds cnjunts de alturas eetivamente utilizads s esectrs assaram r um rcess de iltragem que rcuru rmar um cnjunt nã inerir a seis sns distints a artir da terceira itava de arciais. Iss ermitiu a btençã de! 111

126 cnjunts equilibrads, sem grandes lacunas em um esaç de uma itava, e a mesm tem cm identidades suicientemente bem deinidas, c. igura 12. Par Ré de uma vila caiira cinturada. Acrde de Ré mair em uma vila Amarantina Brdã (tril) Sl de uma vila dinâmica. A artir d sm de um ar Lá de uma vila teira ôde-se bter Figura 12. Grus de alturas de base retirads das análises esectrais ds sns de vilas de arame. Tais cnjunts de alturas ram btids r mei de análise de esectr FFT cnseguidas através d stware Audiscult e as inrmações resultantes ram rganizadas cm auxíli d OenMusic. Tds s grus iltrads e suas ermutações, cíclicas, sã centrads na nta base d esectr d resectiv sm. A utilizaçã desses grus de alturas é baseada na cmbinaçã intervalar de cada um. Os eris de tensã e de relaxament elabrads nas bras sã baseads em grande arte elas cmbinações de intervals de segunda e sétima, maires e menres, ara adicinar tensã e cmbinações majritariamente cnsnantes, de sextas e quartas, ara adicinar relaxament. Entretant, retende-se, n geral, evitar um centr, u seja, uma nta de mair imrtância hierárquica, is retende-se que esses cnjunts sirvam essencialmente cm uma aleta de cres a ser utilizada. Para ssibilitar um mair cnjunt de ções de cres, cada gru de alturas assa r um cnjunt de ermutações intervalares ciclicamente, cm demnstrad ela igura !

127 Figura 1. Permutações intervalares ds cnjunts btids.! 11

128 A trca de cnjunts entre essas ermutações segue quase semre rincíi de renvaçã harmônica que é julgad necessári ara auxiliar a evluçã dinâmica de cada bra. Há, n entant, uma exceçã a essa abrdagem na cnstruçã harmônica da bra ara vilncel sl, Ruíds Pnteads, devid à esclha de simliicar, e também variar, seu cnjunt harmônic. Tal utilizaçã será detalhada n tóic esecíic dedicad à essa bra. Além ds esectrs, utrs elements, geralmente rítmics e melódics, da música tradicinal, brasileira e rtuguesa, sã trabalhads cm matéria-rima ds mtivs e snridades elabrads. Células rítmicas que caracterizam tais reerências servem cm base ara a elabraçã de identidades que serã características ns cntexts das bras. Essa elabraçã rcede através de transrmações de caráter livre que buscam reunir váris graus de relações a mdel riginal. Um exeml que ilustra tal abrdagem de ser encntrad abaix, c. exeml 1. Exeml 1. Mdel rítmic de chula. Sre transrmações que distanciam em mair u menr grau de seu mdel cm n exeml 2 abaix. Exeml 2. Quatr exemls de transrmaçã da célula rítmica mdel. Cm bjetiv de uniicar cada bra e desenvlver esse tratament d material, tais células transrmadas sã utilizadas eventualmente cm element intern na cnstruçã de snridades cm n exeml. 114!

129 Exeml. Alicaçã de transrmações d mdel rítmic da chula em Simultim Sidus. Os rinciais elements restantes d estági ré-cmsicinal variam de acrd cm a bra e a ideia que serve cm sua esinha drsal. A seguir cada bra é vista a artir de suas ideias geradras e ds rcesss utilizads em sua cnstruçã. Esse relat d rcess criativ visa cnectar s cnceits teórics abrdads nesta tese cm alicações na cmsiçã destas bras riginais.! 115

130 Ruíds Pnteads Vilncel Sl Ruíds Pnteads é uma bra ara vilncel sl que surge sbre um questinament de identidade e temralidade de material musical n estabeleciment de sua rma. Neste sentid busca-se a lexibilizaçã de cnceits rmais tradicinais cm abrdagem ara reensar seus asects temrais. Esta bra surge também a artir da reresentaçã de alguns elements musicais de arte da cultura tradicinal da regiã centr-este d Brasil. Send uma regiã lcalizada n interir d aís, seu vament crre em ases distintas. Esse atr e cntat ermanente cm a cultura indígena e a de aíses rnteiriçs, cnstituem um amálgama que deu rma a um cnjunt de maniestações musicais características. Esses sã as três vertentes, identiicadas r Gua (2010,.16-17), que rmam a cultura musical d estad de Mat Grss 4. Dis elements sã retirads dessas tradições musicais ara servir cm reerências na cnstruçã de elements estruturais nesta bra ara vilncel sl aqui rsta, s quais verems a seguir. Sua utilizaçã visa enriquecer rcess cmsicinal da bra a artir de sua estrutura e dar uma identidade mais tradicinal à arte d material que será utilizad ara criar as temralidades. A utra arte desse material, que serve de cntraste intern, surge de uma manuatura essal sem ligações cm elements musicais tradicinais. O rimeir desses elements está ligad cm uma igura rítmica retirada da lca mat-grssense. Tal estil tem sua célula rítmica básica acmdada em cmass 6/8 cnrme aresenta Crrêa (2000,.201), n exeml 4. Exeml 4. Ritm mais cmum da lca mat-grssense encntrad r Crrêa. Esta célula é utilizada na bra Ruíds Pnteads cm arte da cnstruçã de suas estruturas através de um rcess de transrmaçã, dand rigem a utras ssibilidades rítmicas que nã estã diretamente relacinadas a mdel inicial, erdend assim arte de 4 Que viria a ser dividid em duas das atuais vinte e sete unidades ederativas d Brasil, Mat Grss e Mat Grss d Sul, a artir de !

131 sua identidade. Para atingir esse estad, as transrmações reservam eril métric da célula em aumentações, diminuições e rnamentações, além da inserçã de irregularidades r mei de ausas e quiálteras. Segue-se n exeml 5 as transrmações d mdel rítmic utilizadas na bra. Exeml 5. Transrmações d mdel rítmic utilizadas em Ruíds Pnteads. A rimeira guarda mais semelhanças cm riginal, r se tratar de uma diminuiçã simles. A segunda e a terceira srem variações mais livres e rtant guardam mens semelhanças cm riginal. A utilizaçã desses materiais rítmics tem duas unções rinciais na estrutura da bra. Pr um lad tais ritms sã utilizads na cnstruçã mtívica que tem reminência n discurs enquant r utr lad azem arte de snridades e grus ns quais as imrtâncias individuais tem imrtância reduzida. O segund element deriva d cnjunt de alturas que cnstituem a ainaçã chamada Pel-Mei cmum n estad brasileir d Paraná, cnrme Crrea (2002,.9). Cnsiste das ntas B E A C# F# e a artir dessas alturas cnstrói-se a harmnia da bra. Esse element i esclhid r reresentar uma aceta da rmaçã musical d estad de Mat Grss reletida n cnjunt de ntas dessa ainaçã 5. Este cnjunt de alturas é transrmad através ds sns dierenciais existentes entre ntas distintas ara se cnseguir um cnjunt mair de alturas, incluind alturas em quarts de tm, que ermita assim uma mair lexibilidade de cmbinações harmônicas. Esse rcediment baseia-se ns estuds acústics que aerem a existência de um terceir sm quand dis sns, nrmalmente de alturas de reqüências róximas, sã executads simultaneamente. Cm exlicad r Menezes (2004,.88), sm dierencial simles é sm resultante da emissã simultânea de dis sns de reqüências dierentes. Gera-se desta maneira um terceir sm que tem a reqüência equivalente à dierença entre as reqüências ds dis sns realmente emitids. Esse enômen que autr chama de trans-subjetiv, r ser cmum a tds nós (Menezes, 2004,.89), tende a aarecer cm mair reminência entre sns de reqüências róximas. Deste md utilizam-se alturas 5 Embra essa ainaçã nã tenha ligaçã direta cm a sura citada Plca Matgrssense.! 117

132 que através de um enômen acústic estã já resentes n cnjunt de ntas esclhids, dand-se aenas um mair destaque a clcá-las cm arte d grande cnjunt. Desta maneira utilizand-se a nta mais grave da ainaçã cm nt de reerencia ara as demais em grus de duas ntas (E2-B1, A2-B1, C#-B1 e F#2-B1) 6, a reqüência da nta mais grave i entã subtraída das reqüências das ntas mais agudas gerand resultad 7 : 164,8-12,5 = 41,Hz, ,5 = 96,5Hz, 277,2-12,5 = 152,7Hz, ,5 = 61,5Hz. Da mesma rma iss i reetid entre s intervals de segunda ssíveis dentr desta mesma ainaçã (F#2-E2, C#2-B1 e B2-A2). O que geru resultad: 185Hz - 164,8Hz = 20,2Hz, 18,6Hz - 12,5Hz = 15,1Hz, 246,9Hz - 220Hz = 26,9Hz. Dis cnjunts resultam desse rcess: E F D# B D A G Eetivamente ara a bra, um gru mair i rmad a artir destes cnjunts, B, C#, D#, E, F, A. O gru restante D, A, G é utilizad cm element harmônic de instabilidade devid a sua carga micrtnal acentuada e rximidade cm alturas já existentes. Este gru é, rtant, utilizad na bra cm intuit de adensar cnteúd harmônic de mments em que uma tensã mair é reerível. Assim send, a seçã A utiliza ambs s grus enquant na seçã B gru menr é utilizad aenas nas transições de seus rcesss. Estes elements sã arte d lanejament e cnstruçã da bra, mas nã sã seu mte criadr. Para essa inalidade i levantada uma questã, cnrme mencinad anterirmente, sbre a areciaçã temral da rma e de suas rrções. Cnsiderand uma rma ternária simles cm recaitulaçã, ABA, rõe-se estender a duraçã e a imrtância da seçã B ara que mmentaneamente a erceçã da bra ssa ser induzida a cmreender uma rma distinta da ternária. Além diss, questinament cnsidera se essa tentativa de cnduçã d uvinte de ermitir que ael da seçã seja diminuíd u esquecid. Pr últim questina-se, através de Ruíds Pnteads, se retrn de A instaura eetivamente a rdem ternária, e que tal retrn imlicaria na cmreensã temral da bra. 6 Nesta tese dó central d ian reere-se a C. 7 Deve-se cnsiderar que a vila de arame é um instrument transsitr, itava abaix, cnrme vilã. 118!

133 Esse questinament surge a artir de uma clcaçã d cmsitr Jnathan Harvey (in Whitthall, 1999,.8) sbre a rça da identidade de um material que mesm aós uma lnga ausência seja recnhecid e r cnsequência caaz de cnstruir a rma. N entant, dis elements sã acrescentads a esta clcaçã cm uma maneira de arundar s questinaments desta investigaçã. O rimeir deles reside na natureza d material que será recaitulad. Cm intuit de rerçar cntraste entre seções a qualidade temral destas será redminantemente vertical, nã-linear, nas seções A e A, enquant redminantemente hrizntal, linear, na seçã B. O segund element rõe a extensã da duraçã da seçã B cm rma de cnstruir um element de cnlit ara retrn d material da seçã inicial. A rma ternária é talvez a mais simles rjeçã rmal da órmula de cntraste, exercid r B, seguid da reetiçã d A. O retrn musical da arte A exerce uma unçã de re-estabilizaçã, justiicand e reslvend cntraste de B, que dá lógica e cerência a bra, requeriments undamentais ara a criaçã de uma rma cmreensível segund Schenberg (1967,.1). N entant, ara abrdar a rma emregada nesta bra, deve-se rimeir cnsiderar cm se dá a relaçã d tem cm a areciaçã da rma, e, cm as identidades estruturadas cntribuem ara essa u aquela exeriência temral. A rma clca de maneira inteligível ara uvinte s cntrastes e as semelhanças d discurs musical, que r cnsequência trna inteligível tem da música. De md estrutural, cntraste traz evluçã e as reetições equilibram discurs em uma bra. Essa cmaraçã existe aenas ela resença da memória. Cnrme Barry, Withut memry, time sliage wuld mean a successin mmentary resentes withut asts. (1990,.69). Prtant, é ela memória que a rma se cnstrói. Devid a recnheciment das artes que a cmõem, u seja, sua identidade. Ainda cnrme Barry, Memry rvides identity thrugh the ersective time. (ibid,.69). Sb esse entendiment a reetiçã de identidades é element que ssibilita relacinar s events atuais, semre resente, cm s events d assad, já que, cnrme argumenta Childs (1977,.200) t the erceiver, within the limits the recisin and selectivity his memry, his entire ast is equally accessible.. O que de ser sintetizad ela airmaçã de Childs (1977,.206), We are invlved simly with the nw; what we hear nw is cunterinted against what we remember, by chice r therwise, what we have heard, at that mment.. Tend estes racicínis cm base, a rsta elabrada ara esta bra sl arte de um! 119

134 questinament sbre a erceçã temral de recnheciment de identidades em uma rma tradicinal cm a rma ternária. A rma desta bra cnstitui-se de uma aresentaçã de material, A, que aós um mment de cntraste, B, retrna a mment inicial de maneira idêntica u variada. Mas, cnrme mencinad anterirmente, este arquéti rmal é transrmad, cm a intençã de clcar entendiment das identidades d discurs em ersectiva. Um jg de ersectiva que briga a reavaliaçã d que i uvid cnstantemente. A bra tem uma rma ternária simles em A B A. Send a rimeira seçã baseada na cncatenaçã de ragments de snridades que n geral ssuem uma direcinalidade interna raca, tentand arximar-se assim de uma exeriência temral nã-linear em cada um desses ragments. A duraçã de tda a seçã é rsitalmente breve ara que se aresente cm um curt mment dens devid as suas cinc subseções de tem vertical. Essa verticalidade temral resente nas subseções é cnstruída ela dierenciaçã entre identidades das snridades. As elabrações d material buscam crtar relações de causa e cnsequência entre as subseções. Send assim, a subseçã a, que vai d cmass 1 a 10, aresenta intervals verticais sustentads até a aresentaçã d rítmic básic da lca mat-grssense n cmass 6. A subseçã b, d cmass 11 a 14, aresenta transrmações ragmentadas d ritm base enquant a subseçã c, d cmass 14 a 16, alterna a resença de harmônics cm articulações rdinárias. A subseçã d, d cmass 17 a 20, exõe a siçã de camadas entre dó grave sustentad e as intervenções rítmicas acima. Finalmente a subseçã e, d cmass 20 a 2, utiliza ntas sustentadas distantes umas das utras cm rma de diicultar a relaçã entre si. N exeml 6 abaix de-se ver as subseções de A demarcadas r suas identidades. 120!

135 Exeml 6. Seçã A, c.1 a c.2, e suas 5 subseções. A artir de análise d que Guigue deine cm arâmetrs estatístics é ssível traçar as dierenças de qualidade interna que cntribuem ara a dierenciaçã ds cinc mments. Eles sã searads, segund autr, em acrônics, sem distinçã crnlógica, e diacrônics, cm distinçã crnlógica: A Densidade acrônica (relativa) ns dá númer de ntas dentr d âmbit relativ entre a nta mais grave e a mais aguda d trech. O menr valr (0,00) equivale a aenas duas ntas, as que delimitam âmbit, e mair valr (1,00) equivale a reenchiment máxim ssível n âmbit. Distribuiçã acrônica (relativa) se reere as intervals que searam alturas adjacentes. O menr valr (0,00) equivale a equidistância exata entre ntas enquant mair valr (1,00) equivale à irregularidade dessas distâncias. Harmnicidade (relativa) se reere a distribuiçã ds intervals cm relaçã a harmônics calculads tericamente a artir de uma undamental que de ser real u virtual. O menr valr (0,00) equivale a uma distribuiçã harmônica das ntas e mair valr (1,00) equivale a uma distribuiçã mens harmônica ssível. Densidade diacrônica (relativa) se reere a númer de ats snrs em sequência. O seu menr valr (0,00) equivale a um únic at snr enquant mair valr (1,00) equivale a númer máxim de ats snrs ssíveis a artir d menr uls cntextual. O Peril Direcinal (relativ das alturas) se reere à direçã glbal ds ats snrs. O menr! 121

136 valr (0,00) equivale a um eril lan enquant mair valr (1,00) equivale a unidirecinalidade absluta. Peridicidade se reere as intervals de duraçã que searam s ats. O menr valr (0,00) equivale a uma ulsaçã regular enquant mair valr (1,00) equivale a irregularidade máxima ds intervals de duraçã. Esses cmnentes estatístics dem ns dar alguns ds elements rimrdiais da cnstruçã da identidade de uma snridade. A artir das tabelas abaix ntams mviment indeendente que cada cmnente estatístic aresenta a lng das cinc subseções. Enquant alguns cmnentes tem similaridade entre subseções adjacentes utrs acabam r acentuar a distinçã mais drasticamente, c. iguras 14 e 15. Figura 14. Evluçã ds cmnentes estatístics acrônics dentr da seçã A. Figura 15. Evluçã ds cmnentes estatístics diacrônics dentr da seçã A. 122!

137 A seçã B tma grande arte da duraçã crnlógica da bra e sua estrutura interna baseia-se em grande arte numa linearidade de events sucessivs. Para esta seçã retendeu-se uma identidade rte e uma exeriência mais linear d tem juntamente cm uma duraçã de grandes rrções. A evluçã desta seçã segue a artir d rincíi de rcess em musica, cm deinid anterirmente n caítul 2. Tal abrdagem é eita cm dis bjetivs, send rimeir deles de rerçar cntraste, enquant segund retende dar a tda a seçã uma reminência interna a tentar dar-lhe um discurs que acilita seu acmanhament cm sua transrmaçã gradual e linear. Um lng rcess de reduçã e aument da velcidade de alturas aresentadas inicia a seçã a artir d cmass 2 até cmass 104. Esse rcess cnta cm seis estágis de evluçã cncatenads que se baseiam em um tratament de transrmaçã rítmic-intervalar. A artir daí uma exsiçã de evluções tímbricas, em grande arte carregadas r harmônics, se sucedem até im da seçã n cmass 168. Para que esses rcesss tenham interesse a lng de seu ercurs, e cm iss ganhem também rtagnism, é recis dar dinâmica a delineament d que acntece em B. Pr iss sua evluçã interna está marcada r estágis cm velcidades rórias que uncinam cm cicls que rjetam vida interna. A trajetória d discurs, guiada r um rcess de transrmaçã cntínua, ermite acmanhar sua rgressã. A seçã B tem um cmeç mais energeticamente intens d que seu inal e em seu interir, a td, crrem quatr grandes cicls, cm uma maneira de cntrar a rma ternária d td, assand r estágis que se interligam. O inal de B é lanejad cm uma utra tentativa de rutura da exectativa temral a cnectar-se cm iníci de A cm se sse a sua causa. Em utras alavras, inal de B anta e deriva cmeç de A. Ist ermitiria mais uma vez mudar cumulativamente cnceit que se tem dessa seçã B. A uvir nvamente A, em sua versã A, de-se cncluir que B i uma grande nte ara esse A inal. Rerça assim a idéia de deslcament das identidades na rma. O que areceria n rincíi um A curt seguid de um B lng, que deria vir a ser entendid cm a última arte da bra, se trna um A curt seguid de uma lnga nte B ara retrn de A. A terceira seçã retrna a material da rimeira, cm algumas alterações ns cmnentes de suas snridades. Esta surge cm uma versã desgastada da rimeira seçã numa tentativa de rmer a exectativa através da reetiçã de alg há muit assad. A echar arc rjetad na macr-rma da bra tenta-se usar a reetiçã! 12

138 cm element ineserad que de estabilizar, através d retrn, e simultaneamente desestabilizar, ela ersectiva das identidades rmais, a sua erceçã temral. Send assim questin, através dessa bra, a caacidade de recnheciment de uma identidade temral nã-linear, reerente a seçã A, aós um lng eríd de um desenvlviment linear em B, e as imlicações temrais dessa dissiçã. Um iníci marcante, embra vertical e ragmentad, deria ser recnhecid ela memória a reaarecer aós um lng tem de ausência. Essa ausência d material de A e essa distância temral até seu reaareciment dem ser caazes de alterar a erceçã da nã-linearidade d tem da arte A. Pis cm airma Meyer (1956,.60), The listener ten inds it necessary t revise his inins the signiicance what has assed and his exectatins what is still t cme in the light an unexected event. Em síntese, a rsta da bra reside na ssível transrmaçã da identidade d que já i uvid ara assim transrmar a exectativa d rvir. Dessa maneira esera-se que ssa alterar também a exeriência temral da rória bra em sua rma ternaria. 124!

139 Grãs de Areia - quintet, vila de arame, vilin, cntrabaix, bé e agte Nesta bra ara quintet mist, bé, agte, vila de arame, vilin e cntrabaix, rincial artiíci de estruturaçã da bra jaz na assagem simultânea de dis luxs de tems distints. Tal ideia nrteia a estruturaçã da bra através da sbresiçã de temralidades distintas. Cm vist anterirmente, n terceir mviment da bra Vrtex Temrum, Grisey utiliza mesm rincíi ara clcar em açã as três temralidades que estruturam a bra. O cmsitr abrda essa cnstruçã estratiicand s discurss em grus tímbrics que nã se misturam internamente, cnstituind dessa maneira snridades cm identidade deinida e velcidades de transrmaçã dierentes. A dissiçã das snridades rerça a dualidade temral cm se de bservar n exeml 7, NE 28, lg aós a biurcaçã temral, em NE 27, que dá rigem as temralidades aresentadas. Exeml 7. Duas snridades em um mesm mment, que reresentam dis discurss temrais simultânes emregads r Grisey em Vrtex Temrum. Neste cas, que trna ssível a searaçã das temralidades reside em duas características individuais que as cmõem. A cnstruçã da identidade que se estabelece! 125

140 cm guia rincial de cada temralidade e a velcidade de transrmaçã dessa identidade. N cas de Vrtex Temrum a identidade das snridades cnstruídas utiliza uma siçã entre durações, timbres, registr e dissiçã intervalar. A velcidade de transrmaçã, gradualmente mais distinta, dessas snridades cmlementa estabeleciment ds discurss temrais d trech bservad. Em Grãs de Areia a interaçã entre duas temralidades simultâneas é utilizada cm element estruturantes da bra. Dierentemente d exeml de Grisey a estratiicaçã de grus instrumentais nã é element chave ara a criaçã e manutençã de uma temralidade. A cnstruçã de identidade e as transrmações que ela sre sã s elements chaves nesse cas. Os grus instrumentais sã variads cnstantemente e rincíis de cntrant sã transsts ara nível de temralidades cm rma de auxiliar sua distinçã. Pdems bservar cm as snridades cnstruídas aresentam identidades distintas ara reresentar temralidades distintas em Grãs de Areia n exeml 8, c Neste cas, a siçã entre snridades é intensa devid a cnstituiçã ds elements redminantemente melódics d agte e cntrabaix em intervals de segunda e a cnstituiçã ds elements texturais semi-aleatóris. Exeml 8. Iníci da subseçã reerente à residência b1. Há, entretant, um element que serve de auxíli ara a cmsiçã da bra nestes terms temrais. Alguns elements da música tradicinal sã utilizads cm alusã à criaçã das temralidades da bra. Sua rigem reside nas maniestações de cantria cnhecidas n Brasil el nme Flia de Reis, em Prtugal Cantar s Reis, que sã 126!

141 realizadas r vlta d dia 6 de janeir a anunciar simblicamente, em visitas de casa em casa, nasciment de Crist. A vila de arame, reerência d material harmônic, é utilizada dentr dessas maniestações ns dis aíses, que cnecta essas esclhas. Crrêa sintetiza sentid dessa maniestaçã. Os liões azem gir, à nite: sã cm sacerdtes, reresentantes de Sants Reis, que seguiram a estrela guia buscand menin Jesus. Viajam de casa em casa, visitand reséi, altar, que cada devt rearu ara a adraçã. Diante deste altar s liões entam cants devcinais. Sants Reis visita Menin Deus, que, ara hnra d dn da casa, está em seu lar. (Crrêa, 2000,.64) Temralmente tais events ram imaginads cm sbresições de dis tems: ds vileirs que anunciam em eregrinaçã, e que ssuem um reertóri de canções tradicinais ligadas a tema; das residências que recebem tais visitas, que de gerar uma esécie de susensã d ritm de acnteciments que acntecem antes e deis da visita. Send assim, dis discurss sã desenvlvids ara gerar s elements estruturantes da bra. Um deles tem ligaçã cm a cantria ds vileirs e r cnsequência desenvlve um discurs redminantemente direcinad. Esse discurs az alusã a ritms e células de músicas tradicinais cm rma de rerçar sua identidade. O tem das residências, r utr lad, é redminantemente nã direcinad n intuit de acentuar tem susens imaginad cm reerente a esses ambientes. Dessa maneira, ambientes de tem nã-linear, reresentand as residências, sã a rincial reerência à seções na bra, mas surgem e desaarecem deixand a cnduçã da música a carg d discurs linear que é transrmad gradualmente e nã tem limites cincidentes cm s limites das residências. D nt de vista rmal a bra é lanejada cm cinc seções e uma intrduçã. As seções sã baseadas nas snridades nã-lineares das residências, mas entre seções discurs linear cnduz a bra até iníci de utra seçã. As mudanças de cnteúd em cada discurs ram elabradas cm cuidad ara evitar mviments análgs em simultâne, cm esécies de cadência. Entretant que acntece cm relaçã a decrrer rmal das camadas temrais de ser entendid cm duas rmas sbrestas. Na Figura 16 bservams a crrência das seções na bra de acrd cm suas rrções e divisões entre camadas temrais.! 127

142 Figura 16. Diagrama de reresentaçã rmal de Grãs de Areia em suas duas camadas simultâneas. A linha d discurs A aresenta duas divisões reerentes as seus rcesss interns. A linha d discurs B aresenta cinc blcs intrdutóris e mais cinc blcs que crresndem a suas recrrências exandidas. Para sustentar esta rjeçã se az us d estabeleciment de identidades assciadas a cada discurs. Um discurs cntém exsições e desenvlviments mtívics enquant utr é mais rientad r snridades verticais. Da mesma rma, a harmnia utiliza as ermutações de ti A ara discurs linear e as ermutações de ti C ara discurs nã-linear, cm demnstradas anterirmente. A utilizaçã desses grus de ermutações crre assciada cada uma a um discurs temral, ara dar mair dierenciaçã às camadas temrais. As ermutações A reenchem discurs linear e, em cntraste, as ermutações de ti C reenchem discurs nã-linear das residências. A intrduçã da bra sintetiza brevemente material que será utilizad ara cada residência. Iss tem rósit de rerçar a imrtância das snridades verticais que se seguirã. Estas cmreendem cinc mments redminantemente verticais e sua cnstruçã utiliza: b1) elements de aleatrism limitad, de rma a azer surgir uma textura de característica temral lutuante; b2) siçã entre key-slas e harmônics; b) sbresições de um gest descendente, b4) blcs de acrdes ritmicamente instáveis, b5) esvaziament reletid el harmônic n cntrabaix. As identidades das residências ram cnstruídas cm base em elements que acilitassem distanciament de um tem cm velcidade de assagem média, cm de cants tradicinais da Flia de Reis. A rimeira residência, b1, sre uma exansã em sua duraçã e uma lexibilizaçã ds micr gests reetids ad libitum, crrend d c.42 a c.65. N c.76 a segunda residência, b2, surge cm breves alterações em sua estrutura de harmônics e key-slas. Essas imõem um ritm ragmentad cm interruções internas e externas até c. 88. A terceira residência, b, inicia n c.97 e gest que a cnstrói é reduzid quand cmarad a gest utilizad na intrduçã, mas é sbrest inúmeras vezes de md a 128!

143 aumentar sua densidade interna. A artir d cmass 102 uma equena transrmaçã linear crre até seu términ n c.106. A quarta residência, b4, se inicia n c. 11 e surge mens densa que sua cntraartida da intrduçã até c.126. A quinta e última residência, b5, r utr lad, sre um adensament cm a inclusã de mais três camadas de harmônics. Sua mvimentaçã interna é a mais sutil de tdas as snridades e aresenta uma das maires durações, ind d c.129 a c.148. Dadas as suas cnstituições, as snridades reerentes às residências tem na intrduçã um arquéti rrcinal que é mantid de maneira arximada na iteraçã subsequente destas snridades. Em mei a intrduçã, c. 14, discurs linear A é iniciad através da articulaçã de ntas alusivas às crdas sltas da vila de arame. Esse discurs temral A evlui a artir de arejs e da utilizaçã da igura rítmica ermanece em cena aós términ das snridades verticais da intrduçã, c. 2, e ermanece sem cncrrência ara rerçar a sua indeendência. A textura d discurs A trna-se mens densa mments antes d iníci da seçã a, c.42, que r sua vez é uma versã exandida de sua versã intrdutória. A artir d c. 67 discurs A crre, szinh mais uma vez, rcurand desenvlver seu róri material. O desenvlviment desse discurs desde seu iníci, c.14, segue cm transrmações internas que valrizam a célula rítmica retirada d tíic gest de rasguei, ex. 9, em vilas de arame, até ser cambiad r um nv rcess de transrmaçã a artir d c. 72. Exeml 9. Célula rítmica usada requentemente n iníci de Grãs de Areia. O segund rcess iniciad a artir d cmass 72 valriza inicialmente a junçã de acrdes na vila de arame cm meldias distribuídas ns demais instruments. Entretant, gest que virá a ser transrmad ns mments subsequentes deste discurs surge n bé e vilin a artir d cmass 85, exeml 40. Exeml 40. Célula usada n c. 85 n Obé 8 e desenvlvida sterirmente. 8 Figura derivada da utilizada n agte n c. 82.! 129

144 É imrtante salientar que tais transrmações sã abandnadas brevemente, entre c. 97 e c. 104, ara dar lugar à exsiçã de um lng e lent ragment melódic de intervals distantes que é aresentad els instruments graves da rmaçã, cntrabaix e agte. A artir d c. 104 gest ascendente ressurge e suas transrmações trnam-se mais radicais, cm as aresentadas ns cmasss 11 e 116, que ragmentam e invertem sua direçã. O discurs A é inalmente encerrad n cmass 17, em mei a seçã da residência b5. Em tda a bra a vila de arame tem uma siçã rivilegiada a guiar discurs linear A, mas iss nã cmreende a mair arte de sua atuaçã. A deiniçã tímbrica é rtant rvisória em tda a duraçã da bra is nã se baseia aenas na estratiicaçã instrumental ara searar as camadas temrais. N td retende-se que s elements de identiicaçã de um discurs, cnstruíd r timbre, USM e snridades, em adiçã às características temrais desenvlvidas atuem em cnjunt ara ermitir a cmreensã dessas camadas de tem cm searadas. 10!

145 Paraguaçu 9 bra acusmática Esta bra uramente eletrônica az arte d cnjunt de bras riginais desta tese e é aresentada sb a rma acusmática cm a intençã de exlrar as dierenças de cnceçã e de areciaçã d tem n viés da música eletracústica. A exeriência da música eletrônica aresenta requentemente uma ausência u resença mínima de elements métrics e rítmics enquant estruturas basilares, que sã undamentais ara a música uramente instrumental. Cm airma Garcia-Valenzuela, Certainly we d nt ten ind rhythmic and/r meldic structures in electracustic music but we d ind duratinal rrtins, nn-ulse-based rhythms and ther relatinal strategies rganizatin. (2006,.1). N cas d us de sns gravads, lidams cm samles e cm airma D Escrivan, The task the cmser is t give rder t his "shts'/samles, and the way in which he grus them and tailrs them gives rise t the musical argument: the way in which he emhasizes r cntradicts the inherent time in them determines the lw musical time. (1989,.199). D Escrivan exlra as sensações geradas els eeits temrais de cmbinaçã de samles cm identidades variadas e semelhantes na cnstruçã de texturas que utilizam ragments de tais samles. O que D Escrivan acaba r demnstrar rerça cnceit de cmsiçã musical que atua cnsciente acerca d lux temral descrit e que utiliza as cmbinações de identidades ara cnseguir cntrlar tal lux. Em Paraguaçu, uma siçã simles entre gest e textura serve cm element acilitadr ara a exsiçã das temralidades trabalhadas. O gest, r suas ssibilidades de transrmaçã gradual, é assciad a um tem de velcidade média n qual é ssível acmanhar seu desenvlviment. A textura é assciada, r sua vez, cm uma temralidade mais lenta e que r muitas vezes de ser cnundida cm um tem estátic. Essa searaçã temral entre gest e textura, deinida r Smalley, Where gesture is ccuied with grwth and rgress, texture is rat in cntemlatin (1986,.82), é utilizada r suas semelhanças cm as rriedades temrais desejadas. A ideia rmal da bra rcura exlrar a dualidade temral carregada r gests e texturas em uma dissiçã alternada que ermite uvir ambs discurss temrais em 9 Paraguaçu signiica Mar Grande na lingua indígena tui e, dentre utras utilizações, igura cm nme de um ri n estad da Bahia, de um municíi de Minas Gerais e de uma ainaçã da vila de arame, c.. (Crrêa, 2000,.9).! 11

146 retrsect. Cumulativamente as duas temralidades se desenvlvem mesm alternadas e iss ermite uma renvaçã de seus róris ercurss quand chque entre temralidades acntece. A bra é recrtada r dez seções divididas igualmente, cinc seções cada, entre as duas velcidades temrais. Alternadamente as cinc seções de cada discurs temral utilizam materiais e desenvlviments semelhantes ara dar cntinuidade as suas artes anterires. A velcidade de transrmaçã em cada discurs é rtant semelhante em suas seções crresndentes, a cmreensã rmal é mantida el tem e identidades musicais rórias a cada ram da bra, c. igura 17. Figura 17. Reresentaçã gráica da rma de Paraguaçu cm alusã às snridades cnduzidas na bra. 12!

147 Em cnsequência a este rincíi s materiais esclhids guardam analgias as tems que retendem reletir. Os sns esclhids (ara) reúnem qualidades de sns ercussivs (de imacts em geral e instruments de ercussã), sns gerads r utensílis de argila, sns de água crrente, sns d ássar Cacicus Cela (também cnhecid n Brasil cm xexéu, e que rduz sns ruidss) e sns de crdas de vilas de arame. Suas cnstituições tem eris interns cm durações médias ara ermitir acmanhament da sua evluçã linear assim cm s bjets snrs mais cmlexs criads cm a sbresiçã desses sns. Para as seções B muits ds sns rtagnistas de A sã sm base ara a criaçã de largas texturas. Muitas delas sã cnseguidas r síntese granular ara manter uma distante identiicaçã cm sm geradr. Os sns cmlementares ram cnseguids através de síntese aditiva e em tds s cass cntrle de síntese dinâmic-temral i crucial ara dar um eril de lentas transrmações internas. Cnrme é ssível bservar na igura 18, que aresenta as linhas crresndentes a: 1) requência de base (dada em requência x tem); 2) disersã ds arciais (dada em taxa de disersã x tem); ) Amlitude randómica ds arciais (dada em intensidade x tem). Figura 18. Peris de transrmaçã na síntese aditiva de dis sns utilizads na cnstruçã de seções texturais.! 1

148 Cnsequentemente tratament dad às transrmações de cada discurs rcura um ritm de transrmaçã mais mvid as cnteúds das seções A, enquant nas seções B rcura-se um ritm de transrmaçã lent e r vezes cm vislumbres de estaticidade. A seçã A1 é mairitariamente carregada de gests curts e que estã dissts de md a acumular energia ara sterirmente dissiá-la. Nela sã aresentas as identidades rinciais que cnstrem seu róri cntext. Os bjets snrs que iniciam a bra tem s sns d xexéu cm element reminente ara que em seguida sns de água tenham articulaçã semelhante. Tds esses sns evcam relações reerenciais cm univers d interir d nrdeste brasileir na tentativa de estabelecer uma identidade snra baseada em elements de cultura reginal d Brasil. Elements esses róxims a atuaçã da vila de arame. A seçã A2 retma gests e timbres de A1 e s desenvlve, cm se de uvir entre 2min8s e 4min06s, alngand as suas durações e diminuind a densidade de timbres distints. Em A a interruçã d rcess A2 é deseita a artir ds 7m24s cm retrn d material alngad até a recrrência ds gests baseads em sns aquátics que aarecem nas seções A anterires. O inal de A serve de rearaçã, através de acúmul de ataques curts, ara A4 que aresenta r sua vez ic energétic da bra cm uma rusã de ataques ercursivs. A5 encerra ercurs de velcidade média das seções A, dminadas r gests, cm a transrmaçã d timbre d xexéu. A seçã B1 é encarregada de estabelecer a siçã necessária à intermitência de tems musicais de A e B. Entre 1min48s e 2min8s duas transrmações granulares de um sm de uma vila dinâmica sã utilizads cm guia nesta seçã. A artir de 4min08s B2 tem iníci através de uma textura de grãs mais lngs. Nela se ercebe cm mair certeza, devid também a grande duraçã da seçã, a existência de direccinalidade também na temralidade emreendida elas seções B e que sua siçã se dá através da velcidade muit mais lenta de suas transrmações quand cmaradas as transrmações de A. B tem uma curta duraçã, entre 8min05s e 9min00s, cm texturas riginadas, mais uma vez, em sns d xexéu e de vila dinâmica. Sua evluçã interna é mais uma vez lenta até surgiment de uma textura granular metálica que será interrmida r A4 e retmada em B4 a artir de 9min42s. Sua lenta metamrse recede a última iteraçã de A e, aós esta, B5 dá seguiment, a artir 11min19s, à exsiçã d ercurs textural redminante. A intensidade acumulada em B2, cume de energia das seções B, é gradualmente diluída em B, B4 e inalmente B5 cm ucas e lentas trcas tímbricas. 14!

149 Semre cm uma velcidade de transrmaçã mais lenta as seções B se õem à trca gestual que mvimenta as seções A. As interruções que searam uma seçã de utra tem caráter variante entre abrutas, evidenciand cntraste de identidades, e suaves, equenas transições entre discurss distints. Send a eetiva erceçã d cntraste deixada ara mments sterires à rória interruçã. Esta bra tem uma cniguraçã esacial lanejada ara it canais e s sicinaments e mviments esaciais dentr desta cniguraçã uncinam em acrd cm as temralidades exstas anterirmente. Trajetórias d sm rjetad acmanham eril de gests enquant sições estáticas de rjeçã das texturas crrem através de lentas transições entre cnigurações (sem, n entant, cincidir cm a mudança de texturas). Iss ermite utilizar esaç rjetad da bra cm mei exressiv que atua em sintnia cm as seções temrais descritas. Paraguaçu utiliza rriedades de tem inerentes a material eletracústic ara delinear dis discurss temrais que crrem em alternância, dierentemente de Grãs de Areia na qual imera a simultaneidade de discurss temrais. Para iss cmbina discurss temrais, que deriam ser aralels, de maneira alternada, e em cada um deles destaque é dad u a gest u à textura. A escuta temral da bra só será eetivada em retrsectiva, através da memória. Iss ermite unir a bra através das reiterações de rriedades temrais de A e de B, que se reletem nas velcidades de transrmaçã interna, além de ermitir a injeçã de interesse musical a quebrar desenrlar de cada rcess cm a aariçã de sua cntraarte.! 15

150 Auge lauta, clarinete, ian, vilin, vilncel, ercussã e eletrônica Esta bra mista i lanejada ara cmbinar as qualidade inerentes de tem trabalhadas na música instrumental e na música eletrônica. Cm abrdad anterirmente tem musical trabalhad na música eletracústica diere d tem musical instrumental undamentalmente nas distinções entre qualidades ds materiais de cmsiçã. Na música instrumental a nta é, em grande arte das vezes, element rimrdial que serve ara a cmsiçã de mtivs, cnsiderad r Schenberg cm menr element signiicante em uma bra. Em música eletracústica, levada em cnsideraçã à artir de sns gravads, gest acaba r ter um ael mais relevante signiicativamente dentr d discurs. Pis a sua estrutura interna recisa ser cmbinada cm utras dada sua natureza ixa assim cm airma D Escrivan, the gestural- structure the sund-bject is ixed; The imrint which the sund bears in its sectrum and envele, as a cnsequence the manner in which it was rduced and shaed in time, is ixed (1989,.198). Auge é uma bra na qual ael d surte eletrônic ira se undir cm eetiv instrumental em uma tentativa de cmlementar e de aumentar as ssibilidades temrais d discurs instrumental. Essa aumentaçã das ssibilidades de ser bservada de um nt de vista técnic-instrumental, mas é utilizad aqui cm exansã temral em mais de um sentid. Nmeadamente a arte eletracústica de ser utilizada ara alargar tem de gests instrumentais a nt de gerar tems que ercam a reerência métrica d riginal e sejam, dessa maneira, mais transcendentais, cm a artir d c. 1, exeml 41. Exeml 41. Gest instrumental descendente aresentad ela lauta n c.1 é recrrid na arte eletrônica cm a duraçã estendida a artir de 9s. Outra mdalidade de exansã temral rcura arximar uvinte d tem d interir d sm instrumental, a tentar utilizar a eletrônica cm lente de aument na snridade instrumental. Tal cm crre n c. 22, exeml !

151 Exeml 42. Gest instrumental de ataque, em tds s instruments, n c.22 seguid ela ressnância que transrma ataque instrumental em uma curta textura. Ainda uma utra mdalidade de exansã temral crre através da exansã da harmnia utilizada. Permutações da tabela C sã utilizadas ara alimentar as alturas da arte instrumental enquant, na arte eletrônica, alturas deinidas azem us de ermutações da tabela T. Essa reartiçã harmônica tem intuit de distrcer levemente as snridades instrumentais através das snridades eletrônicas que alternam-se entre mimetizar e cntrar a arte instrumental. Figura 19. Reresentaçã gráica das seções de Auge cnrme suas rrções arximadas. A bra Auge de ser cmreendida através de uma rma dividida em cinc seções rinciais que exlram dierentes asects dessa junçã e exansã snrtemral entre instruments e surte eletrônic, c. igura 19. Cada uma delas tem uma alicaçã esecíica da usã entre meis snrs. A rimeira seçã cmreende uma série! 17

152 de gests instrumentais curts cm cmlementações (c.2, 4 e 8) e extensões eletrônicas (c.4). Estas visam estabelecer a cnexã entre meis ara ermitir que as interações e alterações realizadas sejam mais acilmente cmreendidas. Abrange d iníci da bra até c.21. A segunda seçã traz à bra uma arximaçã mimética d interir d sm de seus acrdes característics que crrem r mei de tutti, d c.21 a c.57. Essa arximaçã trata-se de uma cntinuaçã eletrônica ds acrdes dand ênase a sns ruidss e quase estátics ara atuar cm uma extensã cngelada d sm d acrde. Na terceira seçã mais uma vez uma cmlementaçã entre gests eletrônics e instrumentais é emreendida, send desta vez cnduzids n iníci r gests de mair duraçã (d que s aresentads n iníci da bra). Em dis mments essa cmlementaçã é estrutural ara a deiniçã da seçã. Primeiramente n c.58, gest eletrônic ascendente serve de intrduçã e cnduçã à seçã que tem cntinuidade na lauta e demais instruments. Ns últims instantes da seçã, c.66 a c.70, s gests instrumentais ascendentes d c.66 e c.68 sã cmlementads a artir de suas alturas inais el mei eletrônic. Esta última cmlementaçã encerra a seçã a ceder rtagnism à seçã seguinte. Esta quarta seçã, c.70 a c.95, usa a quase ttal imutabilidade de dis sns sustentads ela eletrônica e ian (sterirmente clarinete) em siçã as events curts e reetids que surgem sem eridicidade ns demais instruments e sns eletrônics. Esta seçã acaba r cnstruir uma dualidade entre tems resentes e desenvlvids els dis meis. Em seus mments inais mment de mair energia da bra, d inal d c.87 até c.94, realiza a cnsequência d acúmul ds events curts e reetids da seçã. O que rnece uma ersectiva de um tem linear rtemente direcinad, st a um tem estátic ds sns sustentads lngamente cm uca variaçã. A última seçã, c.96 a c.15, tenta usinar s timbres e s tems utilizads em ambs s meis, n sentid de criar um td, estátic n geral mas mvente em seu interir, que nã ermita acmanhar seu lux. Para ssibilitar esse bjetiv esta seçã inal acaba r ter a mair duraçã entre suas cntraartes, cm tentativa de tencializar a transcendência dessa mesma duraçã. A natureza diversa de interaçã entre meis, classiicada em extensã, amliaçã, cmlementaçã e usã, reere-se a similaridade u disaridade entre qualidades temrais ds materiais. Em tds s cass a trca de aéis entre meis na cnstruçã das snridades uniicadas uncina cm uma simbise que se cmleta, õe e alterna na criaçã das variações da dissiçã temral só ssível ela cmsiçã eletracústica 18!

153 mista. N entant, temralmente retende-se que tem aresentad ela arte instrumental seja, cm dit anterirmente, alterad el surte eletrônic ara incluir uma nva dimensã na erceçã, ssível cnsequentemente ela mistura destes tis de interaçã.! 19

154 Simultim Sidus 2 lts, 2 Obs, 2 Cls Bb, 2 Fgts 2 Tms, 2 Tts, 2 Tbn, 1 Tba Timani, 2 Percussinistas, Pn 6 Vlns-I, 6 Vlns-II, 4 Vlas, 4 Vcs e 2 Cbs. A última bra deste esc cmsicinal que integra esta investigaçã utiliza uma rmaçã rquestral de médias rrções ara alicar um cnjunt de abrdagens temrais selecinadas ara sua cmsiçã. Pr se tratar de bra de grandes rrções, em sua duraçã e rmaçã instrumental, decidiu-se utilizar mais de uma ideia temral ara a sua cnecçã em tds s seus estágis e níveis. Dessa rma a simultaneidade de discurss temrais, a alternância destes mesms discurss e a utilizaçã de reavaliações de identidade, similarmente às crridas em Ruíds Pnteads, cntribuem ara a estruturaçã da bra. A utilizaçã de uma rmaçã instrumental cm estas rrções e recurss ssibilita um cnjunt de nvas snridades e dissições temrais. Send assim Simultim Sidus exlra mais ssibilidades de desenvlviments de identidade que atuam na erceçã temral. Nessa ersectiva a utilizaçã de divisões e subdivisões dentr d eetiv instrumental dá mais liberdade a maniulaçã de identidades e temralidades. O rincial argument temral desta bra revê a existência de dis cmlexs temrais simultânes. A rincíi esse argument se assemelha a utilizad ara a bra Grãs de Areia, mas duas rinciais dierenças se azem ntar: 1) Os discurss das duas camadas sã mais cmlexs d que s aresentads em Grãs de Areia r envlverem um ercurs mais diversiicad de rcesss, desenvlviments, cntrastes e recrrências. Em cntraste cm ercurs mais simles existente em cada camada temral d reerid quintet. 2) Nã há, em Simultim Sidus, ausências rlngadas ds discurss de cada camada cm crre em Grãs de Areia. Há, rtant, n entrelaçament temral um grau de cmlexidade mais elevad que rmve uma busca r utras sluções cmsicinais que deinam mais eicientemente as temralidades trabalhadas. Pretendese que a atividade das duas camadas atuem cm dis cmlexs de elements sbrests que atuem ininterrutamente ara gerar mviment em suas temralidades cncrrentes. Alguns rcediments temrais devem ser ressaltads. É utilizad um rcediment de desclagem/clagem temral que se assemelha a utilizad r Harvey em Timeieces, abrdad na ágina 77 desta tese, que emrega accelerands e ritardands 140!

155 ara biurcar andament da bra em duas direções. Muit embra, dierentemente da bra de Harvey, nã seja necessári a existência de dis regentes, já que a técnica de aleatrism limitad utilizada ermite, em equenas durações, que s instrumentistas alterem seu andament a deseit d regente. Tal eeit de desclagem rerça a searaçã das temralidades cncrrentes em Simultim Sidus ara seu eetiv estabeleciment. Osições de identidade e de transrmaçã atuam cm s rinciais meis ara a manutençã dessas duas camadas temrais. Fragments de snridades cmlexas se õem a snridades simles e estáticas assim cm rcesss graduais de transrmaçã se õem a justasições nã-lineares de material. Iss acaba r azer necessári um lanejament rmal detalhad. A rma resultante tem r cnsequência uma dissiçã nã usual dada intrincad relacinament estabelecid entre camadas. Duas camadas temrais simultâneas sã cntrastas e em cada uma crre uma evluçã que cmreende mments de temralidades redminantemente lineares e nã-lineares, cm dierentes velcidades de transrmaçã, c. igura 20. Há rtant uma cexistência de alternância e simultaneidade entre temralidades a níveis de direcinament, velcidade e qualidade linear 40. Figura 20. Reresentaçã gráica rmal distribuída simultaneamente entre as duas camadas temrais. 40 Reerente a tiiicaçã linear x nã-linear de Kramer.! 141

156 A camada 1 tem iníci cm um lng gest de echament que crre entre s c. 4 e 8 em grande arte ds instruments da rquestra. A artir d c.12 segue-se estabeleciment de três qualidades snras que geram três blcs semi-estátics que nã tem relaçã direta entre si. Cada blc i cncebid ara cnter uma identidade rte suiciente ara que nã sse ssível relaciná-la as demais cnteúds circundantes. Além diss a transrmaçã interna de cada blc i quase ablida em rl de uma aresentaçã vertical, que nã rvesse rgressã dentr de seus limites. N entant as qualidades de cada blc reetem-se ns mments subsequentes da bra cm a mesma estaticidade interna, mas aresentam uma variaçã da identidade da snridade cnstruída d blc riginári. Cada blc ressurge cm requência, mas cada nva aariçã aresenta um estági de transrmaçã dierente d blc riginal. Send ainda estátic em si mesm. Iss ermite uma exsiçã de ragments, cm evluçã também ragmentada, que az uma certa direccinalidade, mesm que irregular, cexistir cm a nã-linearidade sugerida ela alta de relaçã entre s três blcs. A dissluçã de tais blcs crre n c.52 cm a rimeira aariçã da desclagem que irá gradualmente aastar as camadas devid a ritardand que cnduzirá a camada d andament 118 bm até 80 bm, rçand assim a distrçã d róri cntext temral ara rerçar sua dierenciaçã. N c.70 s ritardands transerem sua energia ara ataques curts em diverss instruments que sã seguids de ntas sustentadas nas regiões média e aguda, ara acentuar cntraste cm s sns ruidss graves da camada temral sta. Tais ataques crrem r cinc vezes antes de serem interrmids r equens clusters em blcs e crrem mais cinc vezes aós essa interruçã cm a manutençã das rrções aresentadas anterirmente. N c.12 últim desses ataques é rlngad até iníci de uma nva alteraçã de andaments levada a cab r trma e clarinete baix. Essa cnstruçã indica iníci de um nv mment n qual alterações de andament desaarecem e reaarecem n discurs da camada 1 enquant a camada 2 tem um eril lent de transrmaçã. N entant, s equens gests que ermeiam a camada 1 retmam discurs a artir d c.188 cm um aglmerad rgressiv de gests que dará rma a uma curta textura que se disslve até c.205. Dand cntinuidade a essa textura um gru de instruments inicia alterações individuais de andament ela última vez em seu discurs até surgiment de uma recrrência de blcs de tem vertical em crresndência cm s blcs d iníci da camada 1. N entant estes crrem cm 142!

157 variações na cmsiçã interna que nã ermitem estabelecer relaçã direta cm s blcs anterires através d róri material. Para que essa relaçã seja ssível crre uma reetiçã de rincíis de gvern entre s dis mments. A estaticidade interna e a alta de ligaçã causal entre blcs adjacentes é mais imrtante destes rincíis, is ermite a crrelaçã entre mments através d tem exerienciad. Lateralmente rincíi de rrçã entre durações i mantid, mesm send duas vezes mais lng, em segunds. E r im, a distribuiçã ds blcs n registr mantém àquela dada as blcs d iníci da bra cm reseit a utilizaçã d esaç entre graves e aguds. A camada 2 inicia a bra cm um cluster imóvel sustentad, que é interrmid el gest cnclusiv da camada 1, mas retrna em seguida ara ser substituída r uma snridade vertical baseada em acrdes a artir d c.1. O cnjunt de acrdes largamente esaçads rgride em segund lan cm uma esécie de cantus irmus que se transrma lentamente até assumir a reminência d discurs. Gradualmente as durações de cada acrde sã reduzidas ara rnecer mviment direcinad a essa camada. A harmnia az a sua arte criand um eril energétic direcinad através de exlrações da ermutaçã, C, utilizada, cm de-se bservar n exeml 4. Exeml 4. Acrdes utilizads entre c.1 e 61 na camada 2. A artir d c. 62 s blcs de acrdes dã lugar a aariçã de uma linha cm c n sm ruids cnseguid de diverss instruments, que se alternam na tarea de renvar, mas manter a identidade tímbrica. N c.95 gest criad ela usã ds timbres ruidss d arc em um rat susens, arc atrás d cavalete d vilncel 1 e multiônics d clarinete, gera um gatilh ara iníci de uma ulsaçã n tíman que erdurará inalterada mesm aós a mudança de andament ara 72 bm. A artir de entã juntam-se utras ulsações a essa que visam injetar mments direcinais dentr da camada que em uma visã macr está estática. N entant a artir d c.146 a ulsaçã é substituída ela articulaçã de ntas graves que reetem-se em uma alusã a uls recém abandnad. N! 14

158 c.175 um cluster cm acents irregulares, ns segunds vilins, dá cntinuidade a camada e sterirmente uma variaçã dessa snridade é aresentada els vilncels. Aós alguns mments uma nva transrmaçã da camada 2 crre n c. 204 cm a entrada da ercussã que dá iníci, juntamente cm s sns de srs sem altura deinida, as mments da bra numa exlraçã gradual ds timbres que rduzem snridades deste ti. A ênase n ruíd cm timbre essencial é utilizada na mair arte da duraçã da camada cm um artiíci de uniã ds diverss tems e velcidades da camada. N td a camada 2 tem uma velcidade de mutaçã mais lenta d que a camada 1 e aresenta um mist de direccinalidade e ausência de direccinalidade. O material harmônic de base reúne cnjunt de ermutações utilizads nas demais bras de maneira a rerçar a identidade e searaçã entre camadas. As quatr tabelas de ermutações sã alicadas de maneira a sbrer dis cnjunts de alturas, um ara cada camada rerçand seus discurss aralels. Alguns rcediments merecem destaque. Entre s c.12 a 82 três ermutações sã usadas, A0, A1 e A, de uma maneira rgressiva, u r que nã dizer, diagnal, cm material harmônic da camada 1. Ist serve cm uma tentativa de estabelecer um direcinament harmônic ara negar a verticalidade ds blcs redminantes nesta camada. Outr destaque reside na utilizaçã da ermutaçã D0 cm element recrrente na utilizaçã harmônica da camada 2. Tal rcediment tem intent de servir cm atr de uniã ara a camada a azer reerência a utilizaçã d brdã de uma vila dinâmica cm sua recrrência cnstante, dand ainda um element de cntraste cnstante. Pr últim dems ressaltar a recrrência da ermutaçã T5, que inicia a camada 1, na crrência inal da camada. Relações de cntinuidade harmônica sã estabelecidas através da quantidade de ntas em cmum ara ermitir que mments dierentes tenham uma transiçã mais suave. Outrs mments tem uma trca de ermutaçã mas nã de gru harmônic, cm n já citad mment de trca das ermutações A0, A1 e A, entre s c.12 a c.82, as quais sã utilizadas n intuit de trnar a transiçã ainda mais suave, que é rerçad ela mudança gradual de ermutações. É evidente que a escuta da bra nã erece uma searaçã, em detalhe, d decrrer de cada camada temral. Cm crre usualmente em música, nã é necessári desmembrar intelectualmente cada cmnente musical ara que haja ruiçã. A escuta 144!

159 de render aenas um discurs que aresenta eventualmente desenvlviments sts, n entant acredita-se que a inclusã deste ti de ensament ns estágis récmsicinal e cmsicinal ermitem exlrar cada vez mais meis de exressã.! 145

160 Cnclusã O entendiment d tem enquant cnceit assa r diverss estágis em nssa evluçã, desde tem cíclic tribal ré-históric, assand el tem enquant abslut e extern (descrit r Newtn), até a esaç-tem relativ a artir de dierentes reerenciais rst r Einstein. Há nessa evluçã um cnjunt de interretações que deinem asects das rórias sciedades: a ineabilidade d tem cíclic n qual acnteciments assads se reetem eridicamente sem ssibilidade de mudança; a cnstância d tem abslut e unirme, send rtant extern à exeriência humana, reletid r sua mediçã; e a abertura as cnceits de tem cncrrentes e dísares ssibilitads ela Teria da Relatividade. Cm vist nesta investigaçã, Henri Bergsn traz, a artir destes cnceits de tems variáveis, a ersectiva de um tem cntínu e nã abslut, a que chama duraçã, mais róxim a tem individual human, n qual a exeriência humana atua cm a melhr rma de entendiment d tem. Este entendiment será element inicial que ermite que a música seja sterirmente emreendida cm ênase em suas qualidades temrais, is através da música será ssível erceber as tensões e distensões d róri tem que cada bra relata. Susanne Langer sustenta que a exeriência que indivídu ssui d tem é a que melhr transmite a sua realidade, mesm que esta exeriência nã ssua reresentaçã simbólica. Para ist a música rnece uma siçã rivilegiada r cntar cm estruturas abstratas que ermitem cnduzir a sensaçã temral. Em cnsequência, a classiicaçã realizada r Jnathan Kramer acerca da linearidade e nã-linearidade temral ermite bservar tem em música sb a ótica da dissiçã ds materiais em seu tecid. A imlicaçã de events sbre utrs events sterires dã a discurs musical uma característica linear, enquant que imlicações e rincíis gerais rrcinam events que nã tem relaçã causal direta, dand a discurs musical uma característica nã-linear. Estes cnceits ram investigads sb dis nts de vista. O rimeir deles exlra a Teria da Inrmaçã alicada à música ara levar a quantidade de inrmações musicais em cnsideraçã dentr da escala que õe, de um lad limiar da saturaçã, grande quantidade de inrmações, e de utr, limiar da sensibilidade, ínima quantidade de inrmações. Cm é ssível averiguar n trabalh de Barbara Barry, tal quantidade de inrmações de sugerir uma exeriência de tem 146!

161 transcendental (ligad a tem nã-linear de Kramer), se além d limiar da saturaçã u aquém d limiar da sensibilidade, e um tem estruturad (ligad a tem linear de Kramer) se dentr de um tem mderadamente reenchid de inrmações musicais. Mas Barry também anta ara a cnsideraçã de nts de reerência dentr de um discurs musical que atuam cm elements de cmaraçã. Ist ermite que abrdems segund nt de vista, a qualidade das inrmações, que cnsidera estabeleciment e cmaraçã entre identidades de events snr-musicais. A rsta, emreendida nesta tese, de deiniçã e divisã de agentes de identiicaçã snra ermite exlrar entendiments da unçã da identidade dentr d tem musical ercebid el uvinte. Estes agentes, timbre, unidade semântica musical USM e snridade, atuam simultaneamente e de md entrelaçad na cnstruçã de relações cntextuais necessárias a agruament de uma temralidade ercebida. A estes cnceits smam-se as relações que tais agentes estabelecem dentr de uma bra musical. Sã eles, cntext, imact, recrrência e transrmaçã. Cmletand assim arcabuç cnceitual teóric investigad. Ntu-se que a abrdagem ds cmsitres cujs trabalhs ram investigads nesta tese tem recuações variadas na dissiçã e mntagem de um u mais discurss que estabelecem muit claramente suas temralidades. Em Grisey há uma redminância d rcess cm métd de cnduçã d discurs em esecial nas temralidades cm direcinament deinid. Send Temus ex Machina (de 1979) uma bra na qual três seções abrdam três maneiras distintas de cnstruçã temral, cm ênase resectivamente em direcinament, multidirecinament e nã-direcinament. Vrtex Temrum (1996), r utr lad, ssui um tratament mais variad e extens que culmina na utilizaçã simultânea e alternada de tems distints em seu terceir mviment. Em Time and Again (1985) Murail utiliza uma taxa de ragmentaçã elevada a distribuir identidades r seções que sã cnstruídas r rcesss interrmids em uma dinâmica de alternâncias temrais requentes. Harvey r sua vez busca em Timeieces (1987) a btençã de sições temrais simultâneas cm três graus dierentes de atuaçã, um em cada mviment: searaçã r identidades, disinçã métrica e ausência. Ferneyhugh alica em Mnemsyne (1986) um chque entre ragments que exõe as sições entre as temralidades justastas a uma velcidade de sucessã muit alta. A arte ré-gravada da bra atua, r um lad, cm acilitadra d! 147

162 entendiment d discurs, a rnecer um ataque ara cada nv cmass além de gradualmente acumular alturas em acrdes cada vez mais denss. Pr utr lad esta acilitaçã é em arte deseita ela utilizaçã de um só timbre base ara ambas as artes, instrumental e eletrônica. Em minhas bras as alicações de tems musicais seguem uma exlraçã que enatiza asects variads da cmbinaçã entre relações de identidade e tems musicais. Ruíds Pnteads exerimenta a maniulaçã de rrções em uma rma ternária simles cm mei de ssibilitar mais de um entendiment temral. Grãs de Areia r sua vez estabelece duas temralidades simultâneas através de cnstruções lcais que estabelecem identidades caazes de distinguir as camadas mesm que estas nã estejam restritas a grus instrumentais ixs. Paraguaçu também exlra, em sua linguagem acusmática, a cexistência de duas temralidades em seu interir, mas vale-se ara iss da alternância entre elas, cm auxíli da assciaçã de gests r um lad e de texturas r utr lad. Os dis discurss temrais sã rtant ragmentads r interruções recírcas que se alternam. Auge tem em seu âmag a exlraçã das transrmações que surte eletrônic ré-gravad de rnecer a tem rjetad ela arte instrumental. Nela buscam-se dierentes mds de alteraçã d tem musical instrumental dand ênase a caráter mist da bra. Pr im em Simultim Sidus tent, cm auxíli de seu eetiv instrumental, r duas camadas cmlexas simultâneas reenchidas r diversas tendências temrais que se alternam e entrelaçam a deender de seu cntext. Dessa maneira, tenta-se alicar um cnjunt variad de ssibilidades temrais às bras aresentadas ara alcançar uma utilizaçã larga e arundada ds cnceits aqui abrdads. Dada esta exlraçã cnceitual e rática d tem em música, e de cm relações de identidade cntribuem ara a cnstruçã temral que é resnsável r guiar as bras investigadas e cmstas, esera-se cntribuir de alguma maneira ara a relexã sbre tem cm mei de estruturaçã e exressã em música. 148!

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170 156!

171 Parte II Partituras das bras riginais! 157

172 !

173 Tician Rcha t Cristina Dignart Ruíds Pnteads r vilncell sl 201

174 Bw directins are as errmer sees it. Bwing behind the bridge: Used accidents: Perrmance Ntes:

175 t Cristina Dignart Ruíds Pnteads Tician Rcha q = 78 Vilncell Vc sul nt. sul tast # # O # O # O # O III rd. > > > > # > rd. j j # s.. II I # # j s. t. s.v. > j J J > izz. arc II # e e # # Vc. Vc III # > J e I e J e # e n.v..... # # # # Œ II I m.v. # s.v. # # # > # # # # # # s.. rd. mlt s. t. # # # #

176 2 Vc. Vc. Vc. Vc. Vc # II..... # # #.... rd. # # # # # # j # j # # # # # # # izz arc # J # # lautand # # # # # # rd. # # izz arc # m > # # lautand rd. # > s.. # # # # m m J J rd. n.v. # s.. s. t. # # J J O IV

177 Vc. Vc. Vc. Vc. Vc. Vc O detaché 104 Öalways with ressure s. t. # s.. ĺĺĺĺĺĺĺ~~~~~ # ~~~~ ĺĺĺĺ J j J rd. # # # # # # s.. s. t. rd. ~~~~ĺĺĺĺĺĺĺ ~~~~~~ s.. s. t. rd. lautand izz. arc Œ # # # bdy ta s.. rd. s. t. rd. # j s.. # # vibrat ~~~~~ĺĺĺ~~~ # J # J # # # # # # n # # # # # # # # # # # # # 6 j 6 j Œ Œ Ó 6 Œ 6 j 6 j Œ 6 # # # # # # Œ Y Y

178 Vc. Vc. Vc. Vc mlt s. t. s.. nrmal ressure randm harmnics s.. gliss. 4 Y # Y Y j e e # e e # # J e e # e e # # e e # e e # # J e e e e # e # E O e e e e exressiv E O e e e e J e # e e # e e # E Ȯ e # e e e e e e e # # e e e # e e e # # # e J e e e e e e e e e # e e e e e E Ȯ

179 Vc. Vc. Vc. Vc. Vc e J J e E O e e # O O I III e O O e e e e e e e e e e e J lautand s.v. m.v. # V. <n> m.v. rd. m s.. # s. t. Ȯ Ȯ Ȯ O O izz. j # j arc s. t. j J J II rd. > > > > # > j rd. izz. # > arc II # e # III # > J e I e #

180 6 Vc. Vc II e III I e # mlt s. t. > I > # # # # # #.... # # # rd. Π# # Y

181 Tician Rcha Grãs de Areia r be, bassn, vila de arame, vilin and Cntrabass 2014

182 Perrmance Ntes Used accidents. Ritardand indeterminate number ntes: Acellerand indeterminate number ntes: Bwing with verressure t rduce a creaked sund: Bwing behind the bridge: Pattern reetitin ad libitum r the seciied duratin. Rhythmic attern errmed with bdy tas r key-slas Aelian sunds (hal-clsed muthiece). Aelian sunds (clsed muthiece). Gradual change rm a nrmal nte t an aelian sund and returning t a nrmal nte.

183 Obe Bassn Vila de Arame Vilin q =arx # n Grãs de Areia # # µ.. > n # Tician Rcha Cntrabass 4 # # µ Ob. Bsn. 4 µ µ µ b µ Œ Vla. de Ar. Vln. subit # i j µ J # # # # Cb. subit

184 2 Ob. 8 b µ µ n. µ Bsn. Vla. de Ar. Œ Ó Vln. Cb. µ Ó Ob. Bsn. 11 key-sla key-sla # Œ Ó key-sla Vla. de Ar. Vln. sul nt. µ eæ µ µ irregular accents (> > > > >) sul tast Cb. Œ Ó

185 Ob. Bsn. 1 key-sla Œ Vla. de Ar. Vln. e æ rd. Cb. bdy taing (ingertis) Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 14 q =80 Ó Œ # µ µ. rd.. µ µ n... >. b µ µ µ µ µ µ µ µ µ b n. Œ µ Œ Ó µ. > b µ

186 4 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. 15 µ b n µ.. Œ µ µ µ µ b µ µ n b Ó µ... µ µ #.. b µ µ n b... # µ. Cb. Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 16 <b> b.. µ. µ µ. b µ. b Œ µ... Œ Œ b n #... µ > Ó µ.> Œ Œ µ.. µ. µ n b. µ n b µ b..

187 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 17 Œ µ µ b... µ. Œ b>. # µ Ó > b b <µ> µ R µ µ J µ 5 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 19. µ. µ J # <µ> b µ n µ # µ n <µ> w # J J µ µ n µ b µ µ µ ij n b w

188 6 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 22 <#> Œ Ó Œ Ó <b> n Œ Œ b b j # m <b> m m izz. Ó Ó <µ> µ Ȯ ~ w ~ w b J Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 25 µ µ i j Ó n > µ J <µ> <µ>~ w Ȯ m m # e e n b n arc # m ~ w j n gliss. µ j µ µ µ µ

189 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 28 µ. Œ IV < > Ȯ e < > <µ> µ ij µ n µ µ n µ i j m m izz # µ J µ µ n µ n e > Œ µ # e E O # III + 0 arc µ e µ J 7 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 0 <µ> <µ> n µ # µ Œ µ. n III n n n m m n J n µ µ J e E O n µ m µ µ. # µ Œ Œ µ E O e

190 8 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 2 sla + µ. n n m w Ó <µ> µ µ Ȯ III + 0 Œ µ i j m J Œ Ó Œ Ó # Œ Œ µ µ I n e e Œ b b E O # æ æ µ æ Œ Ob. 5 µ # n Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. µ µ Œ <µ> Ó. # æ æ Ó m # #. µ #

191 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 7 <#> l. µ n æ æ æ Œ Ó æ æ æ m with key-sla z Œ # Ó µ # # m m harsh sund # # Œ Œ µ µ Œ Ó # # µ # µ µ æ æ æ sul nt Œ Œ Ö 9 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 40 æ æ Œ # # µ Œ # # # # j µ < > w Œ Ó m # n # n.. izz µ # # J µ

192 10 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 4 <µ> # Œ Œ m m Ó # i m Ó # # # # # µ Ó Œ Ó # arc mlt sul nt. # # # m Ob. Bsn. Vla. de Ar. 46 <#> J # i # # µ µ # # µ J Vln. Cb. <#> J # µ # µ # µ j # µ #

193 Ob Bsn. <µ> # # # µ # Vla. de Ar. Vln. Cb. <#> <µ> # sul nt. µ µ Œ Ó Œ II Œ µ ij # J # # Ó Œ Œ J e n E O E O sul nt. # µ # µ # Ob. Bsn. 5 µ # µ J # n # n µ µ Vla. de Ar. Vln. m Cb. µ # µ J Œ rd # n n #

194 12 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 55 n Ó j # µ Œ µ µ i J J # n n 5 µ i 5 5 µ i µ # # Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 58 µ # # # Œ # Ó Œ # # # # µ # # # n Œ

195 Ob. 60 # n µ n 1 Bsn. Ó Vla. de Ar. Vln. Cb. # # # Œ sul tast # µ. sul tast i # j µ i j Ob. 62 <µ> # n # µ #. J J Bsn. Œ 5 # # µ. n. n # µ n Ó Vla. de Ar. Vln. Cb. # µ µ #

196 14 Ob. Bsn. 64 # aelian sund Œ Œ ) ) Ó Œ # # n m J # Œ Ó Vla. de Ar. Vln. Cb. <#> # J n n m rd. J # Ó n + b Œ Ó # j Ob. 67 Ó # # Œ Bsn. Vla. de Ar. Ó rd. n b # J Vln. <#> n Ó Cb.

197 Ob. Bsn. Vla. de Ar. 70 # # P.M. µ µ 15 Vln. Cb. Ob. 7 # µ # µ 5 Bsn. Œ Œ æ æ æ Œ Vla. de Ar. Vln. Cb. nn n n# Œ Œ # µ # izz. µ # Ó n izz. µ Ó Œ 5

198 16 Ob. 75 µ b # Bsn. Ó key-sla Vla. de Ar. Vln. Cb. n # # n Œ arc Ó µ # sz arc Ó µ µ Œ sz Ob. 77 Bsn. Œ Ó Vla. de Ar. ## Œ ## Œ Vln. Cb. <µ> # n Œ Ó # ## Ȯ J

199 17 Ob. Bsn. 79 Ó key-sla Vla. de Ar. µ Vln. Ó Œ Cb. n µ. sul nt. # Ob. Bsn. Vla. de Ar. 80 with lectrum let hand muting key-sla n Œ Œ Ó.. #. Ó Vln. Cb. ~w ~ w # J µ. >. Ó

200 18 Ob. Bsn. 82 semi aelian sund Ó 4 µ 4 4 # $ 4 4 µ. # 4 Ó Vla. de Ar. # µ Ó Œ Vln. I Œ µ # n Ȯ Cb. bb Ȯ ~ w ~ w Ob. 85 Ó # µ µ Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. # # # J Ó sul nt. I % Œ II % n ~ ~ # µ.... Œ Ó % % n ~ ~

201 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 87 Œ # # µ Ó % #.... % n ~ ~.... II Œ I µ # # µ µ # Œ % ~ ~ % µ # 19 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 89 <#> # J µ µ Ó <#> # J µ E O O E Œ Ó A.H. Ó Œ b # J # sul tast sul tast # µ # b # # µ n # #

202 20 Ob. 9 < > w æ æw æw Bsn. <µ> w w w w Vla. de Ar. Vln. V <#> w w n Œ Œ Œ IV æw I O æw Cb. <#> w w w w Ob. Bsn. Vla. de Ar. 97 # µ µ µ.. n. <µ>. µ µ.. µ. µ µ µ µ b µ. Vln. Cb. <#> rd. b <#> µ µ. arc.. µ. # µ # b µ

203 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 98 < > n. µ. b n µ µ µ.. Œ µ b µ b #.. b µ b... Œ µ... b µ n n # µ b 21 Ob. 99 <b> µ µ µ b µ n n µ b. Bsn. b Œ Ó Vla. de Ar. b n b b b b Vln. Cb. µ µ b m n J b µ b µ b Œ

204 22 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. 100 n Œ n b. b. µ Œ # ȯ J 5 µ Ó µ b b b µ b Cb. # J m µ Ob. Bsn. 101 µ.. b. <µ> µ µ b # # # n b µ Vla. de Ar. µ b b b µ Œ Vln. b µ Œ µ Cb. <µ> µ b Œ

205 Ob. 102 µ b µ.. b b 2 Bsn. <µ> # # # # Vla. de Ar. Vln. µ P.M. µ µ b b Œ Œ µ Cb. Ob. Bsn. Vla. de Ar. 10 <#> P.M. µ µ # µ Œ Œ b # j Vln. µ 5 Ó Cb.

206 24 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 104 # <#> # µ m # <> b > µ > > m m µ n m Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb n..... # µ # # # µ w <> µ > µ ŒÓ µ µ µ ŒÓ µ ŒÓ mlt s.t. µ

207 Ob Bsn. cn srd. <µ> µ Œ Ó µ w n Vla. de Ar. Vln. Cb. sul nt. <µ> w w w w Ó Ob. 112 n.v. cn srd. Ó Œ µ # j Bsn. <µ> w µ # # # n. # b j Vla. de Ar. Vln. Cb. n.v. mlt sul tast Ó Œ µ w Ó Œ nv µ

208 26 Ob. 115 senza srd. <#> w w Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. <µ> J 118 <b> n # µ J <b> Œ Œ Œ b b n.v. P.M. w # µ # # n cn srd. rd izz. arc «Œ Ó <µ> J J n b J J æ æ # æ w Œ # µ # Ó # µ # b #

209 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln R µ # Œ Œ # # µ æ # > w w j w æ w µ # 27 Cb. # sul nt. ~ w Ob. Bsn. 124 µ #. #. # # # w w Œ Ó Ó Œ µ # # # # Vla. de Ar. æ æ æ æ w æ æ # µ # Vln. w w Cb. Ȯ µ w w

210 28 Ob. Bsn. Vla. de Ar. 127 # <µ> # # # n Œ Ó Ó Œ <#> Œ Ó Ó Ó Œ µ Œ # n n> J # Œ Vln. Cb. µ µ # Ó Ó Œ Œ #. #. # # # Œ n III Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. 10 w w w w w n Ó # Œ Ó ~ ~ ~ m 5 m j Cb. ~w ~ w ~ w

211 Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. 1 m w w w w j 29 III J # # J Œ n æ~ æo æ ~ Cb. ~w ~ w ~ w Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 16 w w w w w w ȯ m J bisbigliand w w w w w m Œ Ó ~ V. j O ~ ~ ~ O ~w ~ w Ȯ Ȯ æ ~w æ ~w ~ w æ

212 0 Ob. Bsn. Vla. de Ar. 142.V. ȯ ȯ w w w w ~ 5 Vln. Cb. mv. j O ~ ~ ~w ~ w ~ w Ob. Bsn. Vla. de Ar. Vln. Cb. 145 w w w w J ȯ æ lautand m.v. (lsing the itch) æ æ w æ w æ w O ~ ~ ~ ~w ~ w ~ w ~ w

213 Tician Rcha Auge r ierrt ensemble, ercussin and electrnics 2014

214 Quarter-tne accidents Ritardand indeterminate number ntes: Acellerand indeterminate number ntes: Bwing with verressure t rduce a creaked sund: Bwing behind the bridge: Aelian sunds (hal-clsed muthiece). Aelian sunds (clsed muthiece). Auge Inside the ian, scraing ne string with lectrum. Dam strings with right r let hand inside the ian. Tae ntatin t be used as reerence. Shrt sunds lng sunds imrecise duratin indeterminate itch sunds Fast sunds with indeterminate itch.

215 Flute e = " 7 8 # # n µ Auge n # Œ Œ µ # n µ # # µ µ # # Ó Tician Rcha Clarinet in Bb Percussin Pian Vilin Vilncell Tae { e = / wdblcks # e e # II III O e æ µ # sla tngue # # Œ æ # æ # æ # # n # # # e e # e # æ æ # æ! Œ III IO # # # Œ e Œ n # Œ # Œ e n # e O æ æ 1 æ æ # Œ µ

216 8.9" # µ # Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae 4 { µ # J # æ mv. > # rull. µ æ J # æ # æ m / æ Œ -~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Œ -~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ >.. 5 # Œ i Œ. Ó # Œ arc «# > izz. µ J O # J µ µ µ µ # µ æ æ J sul tast Œ izz. J «J # > Œ > 2 <µ> 6

217 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae " <#> 66 6 aelian sund (clsed muthiece) J # Œ Œ # æ Œ # # µ # n Œ æ # æ { /. # Œ # # Ó æ Œ # Œ # Ó Ó Œ J Œ # Ó Ó # Œ sul nt. µ # Œ «arc µ Œ Œ # n # Œ J n # # Œ n # Œ æ J

218 4 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 2.9" 12 # n Œ / m. aelian sund Ó µ 8 æ * æ * æ * * aelian sund j Ó Ó 8 8 * iiii Ó m Ó m Œ Ó # Ó # µ # # Ȯ Ó.V. izz. n Ó Œ «j Ó Ó J arc Œ # # Ó # # æ J Œ æ

219 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae 5.9" { 19 Ó µ 8 æ * æ Ó Œ Œ Œ µ Œ aelian sund (hal clsed) Ó Œ Œ Œ # Œ * * m / æ Ó Œ æ Œ Œ æ Œ m Ó Œ Ó Ó Œ # Ó Œ izz. Ó Œ # Œ Œ izz. µ Œ Œ arc sul nt. m Œ Œ Œ 6 J Œ ) 6 6 m Œ izz. n m izz. m Œ Œ 5

220 6 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 1 1'29.9" µ Ó Ó # Ó # Ó / Ó Ó Œ <> silently deress it Ó # ee e # ss. # n izz. arc izz. Ó Ó Ó Ó 6 Œ J æ J æ Ó Ó æ æ æ Ó b b Ó Ó n Ó Ó Ó Ó Ó æ æ æ æ æ Ó Ó Ó

221 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae 41 1'59.9" aelian sund # JÓ Ó 6 j 6 ) jó Ó # { Œ Œ Ó Œ / b i j b # n # n # n n i j n Œ Œ Ó Ó Œ J # T Vib. Œ Ó i n b Ó Ó Œ b j Œ b J b 6 Œ n n Œ j Ó Ó Œ Ó Œ J Œ Ó Ó Œ Ó Œ Œ Œ Ó Œ 6 æ J # b j Œ J Œ 7

222 8 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 2'17.9" 47 / Vibrahne > > > > Ó 8 7 µ 8 Œ Œ 2 8 > > > > Ó Œ Œ 2 8 m m m m > > 8 7 > Ó > 8 Œ Œ 2 8 m i b b Œ b Œ nb b Ó b b b 2 8 Œ Œ m m b 8 µ izz. Ó Œ Œ 2 8 m # 2 ' ' # n ' 8 ' µ ' #. Œ Œ Œ 2 8 arc 5 7

223 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae 52 { 2'1.2" > Æ n Æ Æ Æ Œ Œ Œ 8 Æ > 2 8 Œ 7 8 Œ Œ > b 8 Œ Ó 8 b Œ b Œ b b b 8 m 2 8 Œ b e Ó ee 8 ss. arc Œ Œ Œ µ 8 n. b 9 sul nt Œ <#> Œ Ó 8

224 10 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae { 59 2'40.2" µ µ n µ n Œ Ó b. µ 8. b n µ Œ Ó A 7 8 Œ b m b b Ó µ izz Ó µ sul nt izz. µ - b n µ - - b b J 8 Ó µ Œ Œ

225 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae 64 2'50.1" aelian sund (ull clsed) Ó b 6 ) ) 11 { b J b b b Ó Ó Ó b b J Ó Ó b j Œ b b b arc Ó Œ b Ó b j Œ Œ Ó b µ b n b µ µ arc sul tast µ b Ó b µ b Œ Œ. b. Œ µ # µ b 5 b. µ... A b µ µ gliss. b b µ b n Œ J

226 12 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae { 67 2'59.1" Œ Œ b # µ n µ b Ó Ó 5 b. Ó T Perc. Ó Percussin / b æ æ b æ Œ Ó ø I Œ Ó b b µ b n n Œ O O O Œ Ó rul æ

227 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 7 '17.1" >> æ b Œ 1 >>.... Œ b æ / Ó Ó Œ Ó Œ b æ æ J ø ø ø ø ø ø ø b æ æ b æ æ Ó Ó µ Ó Ó arc Y b arc Ó b æ æ Y > Œ

228 14 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { '29.1" 77 Œ Œ b æ æ æ b æ b æ æ b æ.. æ / >> A 6:4e.. Ó Ó right hand mutting the strings b gg gg gg b gg gg gg gg gg gg Œ > > Œ Œ J

229 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 81 '41.1" µ µ 4 Ó Ó Œ 15 hal clsed b.... æ b æ b æ Ó µ 5 / Vibrahne æ µ b µ > b µ µ b µ µ Ó Ó b æ J b æ b æ æ 5

230 16 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae 85 '5.1" µ æ 4 æ $ Ó Œ µ... µ.. rul 5 µ Œ Ó µ µ µ æ æ µ µ > æ rull. µ æ b { 5 æ æ æ æ æ æ æ æ # æ >... Ó Y Y b b æ Œ Ó Œ µ R Œ # æ J 5 µ.. µ... æ æ æ æ 5 5 µ æ 5 µ

231 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae 89 4'05.1" µ æ 5 µ µ > b.... µ æ æ b... > b æ 5 æ b... > > æ J æ æ æ æ... µ > µ.. æ µ æ 17 { j # æ æ æ j æ µ µ >.... æ >.... æ µ... J µ æ æ b b µ æ j æ æ µ 5 > > æ >... 5 æ µ j æ... 5 b > æ æ æ µ æ æ 5 b æ # æ J # æ # æ # æ # æ æ æ

232 18 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae 92 { 4'14.1" µ > aelian sunds (hal clsed).. 5 µ... æ æ µ µ æ µ µ Œ æ $ j µ 4 æ 4 æ 5 æ.. b.... æ 5 5 Ó æ æ æ Ó r # æ # æ j æ æ æ µ.. 5 b # µ µ æ µ # b æ J æ b æ 5 5 µ µ... æ æ b µ µ.... µ æ $ µ b µ æ æ..... b > æ 5 µ æ µ æ j

233 Fl. Cl. Vib. Pn. Vln. Vc. Tae { 4'26.1" 96 µ æ 4 Ó µ Ó Ó Percussin æ æ æ Y nv. semre nv. nv. semre / æ Y # Œ # # n # # ## n Œ nv. semre sul nt. gliss. Œ b Ó Ȯ Ȯ nv. nv. semre Ó Œ Œ Ó J j 19

234 20 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 4'47.1" 10 Ó m J / let hand mute Œ Ó J sul tast 7 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Œ j sul tast J m # Œ Ó # Œ Ó

235 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 5'17.1" 11 Œ # r 21 # j m / bw Œ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ <> sul nt. m Œ Œ # sul nt. Ó R # j R Ö s.. 7 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ j s.t.

236 22 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 5'8.1" 120 aelian sund clsed muthiece 6 r Ó Œ 6 J clsed muthiece aelian sund / sub tne Ó µ j m Ó bw ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 7~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Œ <> m s.t. s.. s.t. s.. Ö Ó Ó J Ó Œ # Ó s..

237 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 6'02.1" 128 nrmal sund aelian sund J Πj 6 2 clsed muthiece / ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ <> s.t. # n #

238 24 Fl. Cl. Perc. Pn. Vln. Vc. Tae { 6'20.1" 14 7" Œ 7" / triangle + Ó Ó 7 inside the ian lectrum with muting g g g g g g g g 7" g g g g g g g g g g g m s.. 7" 7" 6'26.1"

239 Tician Rcha Simultim Sidus r symhnic rchestra 2014

240 Scre in C Duratin: 12 minutes Instrumentatin 2 lutes (1st dubling iccl) 2 bes clarinet in Bb bass clarinet in Bb 2 bassns 2 hrns 2 trumets 2 tenr trmbnes tuba ercussin (2 layers): vibrahne, xylhne, 4 tm-tms, 5 wd blcks, bass drum, susended cymbal, tam tam and timani ian strings (6,6,4,4,2)

241 Perrmance Ntes Used accidents Ritardand indeterminate number ntes Acellerand indeterminate number ntes Bwing with verressure t rduce a creaked sund Bwing behind the bridge Treml artiicial harmnic and a sted nte Pattern reetitin ad libitum r the seciied duratin Aelian sunds (hal-clsed muthiece) Aelian sunds (clsed muthiece) Gradual change rm a nrmal nte t an aelian sund and returning t a nrmal nte

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