CARACTERIZAÇÃO DA GENÉTICA DE RESISTÊNCIA À MANCHA-DE-RAMULÁRIA NAS CULTIVARES GUAZUNCHO-2 E VH *

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1 CARACTERIZAÇÃO DA GENÉTICA DE RESISTÊNCIA À MANCHA-DE-RAMULÁRIA NAS CULTIVARES GUAZUNCHO- E VH- * Vlesk Silv Lucen (Embrp - Algodão, UFRN/ vlesksl@hotmil.com), Lúci Vieir Hoffmnn (Embrp Algodão), Nelson Dis Sussun (Embrp Algodão), Mrc Gibnd (CIRAD), Pulo Augusto Vin Brroso (Embrp Algodão), Vness Cvlcnte de Almeid (Embrp - Algodão), Wirton Mcedo Coutinho (Embrp Algodão). RESUMO: O cultivo intensivo do lgodoeiro em mpls áres n região Centro-Oeste trouxe por um ldo benefícios econômicos pr região e por outro o surgimento de váris doençs dentre els à mnch-de-rmulári,que vem crretndo perds estimds em té % do rendimento do lgodoeiro nest região. Pr determinr genétic de resistênci, form feitos cruzmentos entre s cultivres Guzuncho- (Gossypium hirsutum, suscetível) e VH- (G. brbdense, resistente) à mnch-dermulári, gerndo indivíduos d gerção F e F que form inoculdos com um suspensão de x esporos/ml do fungo. A severidde d doenç foi vlid pel esporulção, que diferiu entre os pis (p=,). Os indivíduos F desenvolverm o sintom esporulção d mesm mneir que o pi suscetível, permitindo crcterizr resistênci como recessiv. Nos indivíduos d gerção F, foi observdo um distribuição contínu do número de esporos, crcterístic de hernç poligênic. O número de esporos em diversos indivíduos F superou o número de esporos do prentl suscetível, conforme ocorre em segregção trnsgressiv. Embor lesões necrótics tenhm sido observds, não puderm ser clssificds como hipersensibilidde pois form observds tmbém no prentl suscetível; portnto, sem crcterizr incomptibilidde. Plvrs Chves: doenç, mch-de-rmulári, hernç genétic, resistênci. INTRODUÇÃO As perds cusds pel doenç mnch-de-rmulári, que é cusd pelo fungo Rmulri reol, cresceu nos últimos nos. Este ptógeno se dissemin fcilmente pelo vento, pel águ, por máquins e por pessos e por isso vem ocsionndo perds de té % no rendimento. A doenç inici-se com lesões pequens com formto ngulr de colorção verde clro n superfície dxil d folh; ms, n superfície inferior, esporulção bundnte dá à lesão um cor esbrnquiçd, depois de cessd esporulção tiv, s lesões tornm-se necrótics, de cor mrrom escuro, crretndo perd d áre folir fotossintetiznte e conseqüentemente redução de produção. Embor estudos de hernç de resistênci sejm importntes pr o melhormento genético, pouco se sbe sobre interção hospedeiro-ptógeno no cso específico d R. reol. Estudos genéticos dess interção form profunddos pós redescobert ds leis de Mendel, sendo possível comprovr que similriddes e diferençs entre plnts prentis e sus progênies podem ser explicds pel pssgem mecânic de uniddes discrets de hernç dos pis os filhos, uniddes esss chmds genes. Compreender o modelo de hernç dotdo pelo lgodoeiro no cso d mnch-de-rmulári permite identificção de métodos de controle d doenç e propicirá o monitormento dos genes de * Trblho finncido pelo Fcul e pel Embrp - Algodão.

2 resistênci durnte o progrm de melhormento. Portnto objetivou-se relizr um estudo d genétic de resistênci ds cultivres Guzuncho- (Gossypium hirsutum) e VH- (G. brbdense) à mnch-de-rmulári. MATERIAL E MÉTODOS Form relizdos plntios, nos meses de julho e gosto de, em Cmpin Grnde, de sementes ds gerções filiis F e F, provenientes do cruzmento entre Guzuncho- e VH-. Após semns foi relizd inoculção nesss plnts, com um suspensão de esporos com os isoldos de R. reol.,. (coletdos no Estdo de Goiás) e.,.,. e., coletdos de folhs infectds do Estdo de Mins Geris. Pr crescimento dos isoldos form retirdos micélios do fungo Rmulri reol, e colocdos em meio de cultur V (%) e mntidos em incubdor (BOD) º C. Após o desenvolvimento ds colônis foi diciond águ destild esterilizd (ADE) e retirds líquots de ml pr erlenmeyers contendo rroz umedecido e esterilizdo, então mntidos ºC pr crescimento desses isoldos. Após dis de crescimento d colôni, foi diciond ADE e, feit contgem dos esporos em hemcitômetro, justd concentrção de x esporos/ml. A suspensão foi pulverizd por tods s plnts, té o ponto de corrimento lminr. O delinemento experimentl utilizdo foi o de blocos umentdos (Blocos de Federer, blocos no tempo, correspondentes três dts de plntio) com dois trtmentos comuns (Guzuncho- e VH- ) e trtmentos regulres plnts F e F. Form relizds vlições do número de pontos necróticos e no número de esporos em plnts F, F e nos prentis Guzuncho- e VH-. Pr contgem de esporos, foi retird de cd plnt um disco folir de, cm, o qul foi diciondo sulfto de cobre M, e esporos form contdos em hemcitômetro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os prentis diferirm entre si qunto à severidde d doenç, medid pel esporulção, segundo o teste F (p=,). Guzuncho- obteve médi de esporulção de x esporos/ml, e em VH- não form observdos esporos. As plnts F, heterozigots, obtiverm e x esporos/ml, respectivmente. N gerção F foi observd um distribuição contínu do número de esporos, vrindo entre x esporos/ml. A medi de esporulção de lguns indivíduos F foi mior do que obtid pelos prentis Guzuncho- e VH-. O coeficiente de vrição (%) foi utilizdo pr grupr os indivíduos d gerção F em clsses, prtir do número de esporos. O número de plnts em cd clsse, obtido nos três ensios, correspondentes às três dts de inoculção, estão presentds no Grf. Observrm-se o precimento de mnchs necrótics ns folhs de lgodoeiro como respost à inoculção. Os genótipos Guzuncho- e VH- não diferirm entre si qunto o número de lesões, segundo o teste F.

3 Número de Plnts. VH- Guzuncho- Ensio F Número de plnts VH- Guzuncho- Ensio. Número de Plnts. VH- Guzuncho- Ensio Gráfico : Distribuição do número de plnts em função do número de esporos Embor, segundo Rthih (), o lgodoeiro presente respost hipersensitiv como reção à mnch de rmulári, s observções feits não permitirm crcterizr o precimento de plnts necrótics como respost hipersensitiv. Algums plnts (F e F) não desenvolverm pontos necróticos e não desenvolverm esporulção, prentndo resistênci totl

4 Existirm indivíduos como F e F, que presentrm esporulção e não desenvolverm pontos necróticos, portnto esss plnts prentemente presentrm comptibilidde com o fungo, permitindo su penetrção, colonizção e esporulção (Fig. ). Foi observdo que s plnts F (,,,,, e ) desenvolverm pontos necróticos e não desenvolverm esporulção do fungo (Fig. ). Figur : Exemplo de morte celulr observd em plnts F As plnts F (,,,,, entre outrs) desenvolverm pontos necróticos e permitirm esporulção do fungo. O que provvelmente indic que o tipo de respost d defes d plnt o fungo não é um respost hipersensitiv (Fig. ). Figur : Exemplo de esporulção de R. reol observd em plnts F Durnte s vlições de hernç d resistênci à mnch-de-rmulári, form observds ns plnts F e F vlores de esporulção superiores os vlores do prentl Guzuncho- (suscetível), o que provvelmente indic que o prentl VH- tmbém present locos com lelos que conferem suscetibilidde que puderm ser observdos n populção segregnte. Sendo os heterozigotos mis suscetíveis que os homozigotos pr os locos que segregm no cruzmento, resistênci provvelmente é recessiv. Outr doenç de lgodoeiro pr qul Bezwd et. l., () identificrm um gene recessivo que confere resistênci é o nemtóide de glhs, cusdo por Meloidogyne incognit. A presenç de um vrição contínu de grus de resistênci à mnch-de-rmulári pr s crcterístics pontos necróticos e esporulção n gerção F, crcteriz vrição trnsgressiv de um hernç poligênic, que se deve possivelmente pel combinção de genes de resistênci ds cultivres Guzuncho- e VH-. Esse tipo de resistênci present mior durbilidde, porém identificção dos locos envolvidos n crcterístic de resistênci pode ser difícil pois, considerndo diferentes locos, pode ser bix expressão fenotípic. N vlição do mecnismo de resistênci ds cultivres testds se tomndo definição de respost hipersensitiv como existênci de morte celulr gerd pel incomptibilidde entre plnt e

5 ptógeno, então resistênci d cultivr VH-, não é um respost hipersensitiv clássic visto que houve esporulção do ptógeno. Este conceito de resistênci, ntes d fitoptologi que d bioquímic, é importnte, pois n eventulidde d incorporção deste tipo de resistênci em vrieddes comerciis, existirim implicções, um epidemiológic, já que o ptógeno esporul e, portnto, pode propgr prtir dests vrieddes. E tmbém de resistênci: um vez que doenç se express, embor em nível significtivmente menor, pode hver nível significtivo de perd de produção devido à perd de áre folir, o que não foi medido neste trblho. Contrrimente, do ponto de vist bioquímico, respost hipersensitiv crcteriz-se por existênci de genes, normlmente genes R, que, prtir do reconhecimento de um elicitor do ptógeno, desencdei mecnismos de trnsdução de sinl que culminm com morte ds céluls do hospedeiro (DANGL e JONES, ). Os mesmos mecnismos bioquímicos crcterísticos d respost hipersensitiv podem estr presentes n reção de lgums vrieddes de G. brbdense R. reol, um vez que lguns indivíduos d gerção F presentrm lesões necrótics crcterístic de morte celulr, e impedirm o desenvolvimento do ptógeno, visto que não presentrm esporulção. Entretnto, respost hipersensitiv é um respost rápid, e s lesões necrótics demorrm precer no cso de R. reol, tendo s primeirs lesões surgido entre dis pós s inoculções. CONCLUSÃO A resistênci à mnch-de-rmulári ns cultivres vlids é recessiv e hernç poligênic, indicndo que se resistênci for incluíd em cultivres comerciis tenderá presentr lt durbilidde. CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO A crcterizção genétic d resistênci do lgodoeiro à mnch-de-rmulári uxili o desenvolvimento de estrtégis pr que o melhorist desenvolv cultivres comerciis resistentes e métodos de controle específicos de cordo com crcterístic d hernç genétic lém de prover subsídios pr relizr o mpemento genético d resistênci à doenç. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZAWADA, C. SAHA, S. JENKINS, J. N. CREECH, R. G. MCCARTY, J. C. SSR mrker(s) ssocited with root-knoot nemtode resistnce gene(s) in cotton, J. Cotton Sci., v., p.-,. DANGL, J. L. E JONES, J. D. G.; Plnt pthogens nd integrted defense responses to infection. Nture, v, p. -, RATHAYAH, Y. Rection of cotton species nd cultivrs to four isoltes of Rmulri reol. Phytoptology, v., p. -,.