Plano de Ensino. 1 - Violências e cuidado: outros diálogos possíveis

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CED DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO EED CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO A GESTÃO DO CUIDADO PARA UMA ESCOLA QUE PROTEGE DURAÇÃO DO MÓDULO II: 2 DE OUTUBRO DE 2010 A 04 DE FEVEREIRO DE Profª: Cristiane Antunes Espindola Zapelini Daniela Motink Agostini Denise Soares Miguel Módulo II e Projeto de Intervenção Educacional II Plano de Ensino A educação deve compreender que existe uma relação inviolável e retroalimentadora entre antropologia e epistemologia, relação que ilumina as dinâmicas do conhecer e do poder. Poderia, assim, compreender que a complexidade humana mostra um ser biocultural: sapiens/demens e não só homo sapiens sapiens. MORIN, 2003 OBJETIVO GERAL: Lançar reflexões sobre violências e gestão do cuidado buscando suas formas e caracterizações na multidimensionalidade dos contextos e das práticas sociais constituídas, a partir do lugar que ocupa a Escola na Rede de Proteção e no Sistema de Garantia de Direitos e com isso, dar continuidade a constituição dos elementos que compõem o Projeto de Intervenção Educacional, traçando suas justificativas e objetivos vinculados ao tema/problema discutidos no modulo I. CONTEÚDOS: 1 - Violências e cuidado: outros diálogos possíveis O objetivo deste capítulo é lançar outras reflexões sobre as violências e apresentar o paradoxo que identificamos entre violências e cuidado a partir dos aspectos que compõem a história da infância e uma escola arquitetada para essa infância. 2 - Sobre violências e seus contextos Neste capítulo vamos dialogar com o fenômeno das violências apresentando suas formas e caracterizações, na multidimensionalidade dos contextos nos quais estão envolvidos os sujeitos, com suas práticas sociais. 3 - Rede de proteção: a gestão do cuidado na atenção infantojuvenil O objetivo deste capítulo será trabalhar com cenários latinoamericanos que envolvem crianças e adolescentes em contextos de violências, destacar especialmente o sul do Brasil, e ainda, dialogar em torno da Rede de Proteção e do Sistema de Garantia de Direitos.

2 4 - Sistema de Garantia de Direitos na formulação de Políticas Públicas Neste capítulo vamos destacar as principais leis que regem o sistema de Direitos para a formulação e controle de políticas públicas. 5 - Projeto de Intervenção Educacional II O objetivo do projeto é construir uma proposta de intervenção na temática das violências para que seja desenvolvida no ambiente escolar. METODOLOGIA: Neste módulo o processo de ensino-aprendizagem será mediado por atividades que possibilitem o aprofundamento sobre violências e cuidado, construindo reflexões sobre os contextos, a rede de proteção na atenção infantojuvenil e o Sistema de Garantia de Direitos na formulação de políticas públicas para crianças e adolescentes. Neste sentido visa problematizar possibilidades de atuação da escola na intersetorialidade da rede de proteção à crianças e adolescentes imersos em contextos de violências. O conteúdo do módulo está disponibilizado no material didático e no ambiente virtual de aprendizagem (AVEA). São sugeridos estudos livres em grupo e individuais, através dos quais se realizam a sistematização e tecimento dos saberes. As atividades são as seguintes: encontro presencial; vídeoconferência; videoaulas; registros escritos, artísticos e imagéticos; realização de pesquisa, com reflexões individuais e coletivas e seminário nos polos; leituras obrigatórias e complementares; reflexões e outras atividades. As atividades estão dispostas no Cronograma do Módulo II. ORIENTAÇÕES GERAIS: - Queridos/as educadores/as em formação as atividades deste módulo vão orientar a construção da segunda etapa do PIE; com o apoio da leitura do livro e dos textos disponíveis em sites ou na Webteca, vocês vão encontrar os aspectos metodológicos para a organização das atividades, as quais devem gerar conteúdos para o projeto. - Lembramos ainda que para realizar as leituras e atividades indicadas nos tópicos é necessário fazer de modo concomitante a leitura da segunda etapa do PIE. - Sínteses produzidas, informações coletadas, registros, imagens, entrevistas, indicadores sociais, notícias pesquisadas, observações e anotações pessoais em rodas de conversas e aulas constituem conteúdo para a elaboração do PIE II. - Mesmo com as ferramentas disponíveis no AVEA, cada cursista deve ter seu Diário de Campo (ver orientações disponíveis no AVEA), para registro de observações pessoais; informações pertinentes; acontecimentos relevantes; indicadores extraídos de fontes documentais, por exemplo. Este caderno torna-se um aliado no momento de organizar as tarefas de cada tópico. - Fiquem atentos, pois algumas atividades serão realizadas pelo Grupo dos 10.

3 AVALIAÇÃO: O conceito para aprovação é no mínimo C. Contudo, vamos partir de uma escala de 10 pontos, no início do Módulo II. Conservá-los ou diminuí-los depende da postura acadêmica de cada um e do grupo, como coletivo solidário e aprendente. - Para distribuir esses dez pontos, vamos considerar: Prova (P) (31%) + Atividades Presenciais (AP) (20%) = 51% conforme legislação Atividades AVEA (AA) = 29% Etapa 2 do PIE (PIE) = 20% A avaliação é processual e serão consideradas as seguintes atividades: a) uma (1) prova; b) cinco (5) atividades no AVEA; c) duas (2) atividades no polo (Roda de Conversa e Seminário); d) duas (2) atividades do PIE; A nota final de aprovação será a média das atividades acima apontadas, não inferior a C e freqüência mínima de 85%, a ser calculada como segue: Nota final (NF) = 3.1 x P x [( AA1 + AA3 + AA4+ AA5 + AA6 ) /5] x [(AP2 + AP7) / x [(PIE1 + PIE2) / 2] 10 RECUPERAÇÃO: - Os alunos que ficarem em recuperação, por não ter alcançado a média suficiente para aprovação, deverão realizar as atividades de recuperação, propostas no AVEA, mais a prova de recuperação para obter a nota final de aprovação para o módulo seguinte. - Os alunos que ficarem em recuperação por freqüência insuficiente, deverão participar das atividades presenciais, propostas pelos professores, a fim de cumprir a carga horária suficiente para aprovação. NF = NFM + NR NR = ATR + PR Legenda: NF Nota Final; NFM - Nota final do módulo; NR Nota de Recuperação; ATR Atividade de Recuperação; PR Prova de recuperação. OBS: As atividades de recuperação serão realizadas conjuntamente às atividades do módulo seguinte.

4 Critérios de Avaliação das atividades: Atividades Módulo II Critérios Responsabilidade Atividade 1 Primeira Etapa Estudo de Caso Atividade 2 Roda de Conversa Atividade 3 Reflexão sobre Música Faroeste Caboclo Atividade 4 - Reflexão sobre Filme 11 de setembro Atividade PIE 1 Mapeamento da Rede e Justificativa do PIE Atividade 5 Segunda Etapa Estudo de Caso Atividade 6 Cartaz de Divulgação Atividade 7 Seminário Atividade PIE 2 - Construção da Justificativa e dos Objetivos do PIE Prova presencial Originalidade do Estudo de Caso; contextualização das idéias; capacidade de reflexão crítica; Participação na atividade presencial; contextualização das idéias; capacidade de reflexão crítica; estrutura textual dos registros. contextualização das idéias; Inventividade na análise do filme, sistematização e capacidade de reflexão crítica; Qualidade na sistematização e análise dos dados e qualidade acadêmica e pedagógica do texto. contextualização das ideias; Qualidade visual e gráfica, clareza das informações e inventividade. contextualização das ideias; estrutura textual do registro. Participação na atividade presencial; qualidade da apresentação e sistematização das informações e qualidade teóricometodológica. Qualidade acadêmica e pedagógica do texto da segunda etapa do PIE. compreensão teórico- prática; contextualização das idéias. Monitor/Tutor a Distância Tutor/Monitor a Distância

5 FREQUÊNCIA: Conforme o Guia do Cursista a freqüência às atividades no mínimo de horas e créditos estipulados, não pode ser inferior a 85% da carga horária total do curso, o que compreende as atividades presenciais e a entrega das atividades nas datas estipuladas pelo cronograma. Portanto o aluno não poderá faltar mais de 5 horas/aula. Atividades presenciais do módulo II Carga Horária Porcentagem Videoconferência Introdução Módulo II 04 horas 12.5% Aula Presencial Módulo II 16 horas 50% Roda de Conversa no polo 04 horas 12.5% Seminário no polo 04 horas 12.5% Avaliação Presencial Módulo II 04 horas 12.5% TOTAL 32 horas 100% Total máximo de Faltas 5 horas 15% INDICAÇÃO DE LEITURAS: ABREU, Martha. Meninas perdidas. In: DEL PRIORI, Mary (Org.). Historia das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, AQUINO, Júlio Groppa. A violência escolar e a crise da autoridade docente. Cadernos CEDES, v. 19, n. 47, p. 7-19, ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, ARROYO, Miguel. Oficio de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes, ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, AZAMBUJA, Maria Regina Fay de. Violência sexual intrafamiliar: é possível proteger a criança? Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, BALANDIER, Georges. O contorno: poder e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Guia escolar: métodos para a identificação de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. 2. ed. Brasília, DF, BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Estado dos Direitos Humanos. Plano nacional de enfrentamento da violência sexual infantojuvenil. 3ª ed. Brasília, DF, BRASIL. Ministério de Educação. Escola que protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes CANTERA, Leonor M. Casais e violência: um enfoque além do gênero. Porto Alegre: Dom Quixote, COUTO, Sonia M. A. Violência domestica: uma nova intervenção terapêutica. Belo Horizonte: Autêntica/FCH-FUMEC, FAZENDA, Ivani (Org.). O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.

6 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História social da infância no Brasil. 3. ed. rev. e. ampl. São Paulo: Cortez, 2001 HEYWOOD, Colin. Uma historia da infância. Porto Alegre: Artmed, KALINA, E.; KOVADLOFF, S. Drogadicao: indivíduo, família e sociedade. Rio de Janeiro: Francisco Alves, KOHAN, Walter O. Infância: entre educação e filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, KUHLMANN JR., Moysés; FERNANDES, Rogério. Sentidos da Infância. In: FARIA FILHO, Luciano Mendes (Org.). A Infância e sua educação. Belo Horizonte: Autêntica, LACOMBE, Mariana. Aprender a ser: primeiros passos para um projeto pedagógico transdisciplinar. In: CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISICPLINARIDADE, 2., 2005, Vitória. Disponível em: < Acesso em: 9 ago LOURO, Guacira L. L.; NECKEL, Jane F.; GOELLNER, Silvana Vilodre. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade. Petrópolis: Vozes, MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos [et al.] (Org.). Inclusão: compartilhando saberes. 4ª. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, MATURANA, Humberto. A ontologia da realidade. Tradução e organização Cristina Magro et al. Belo Horizonte: UFMG, MATURANA, Humberto; VERDEN-ZÖLLER, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athena, MENDEZ, Emílio García. Infância e cidadania na America Latina. São Paulo: Hucitec,1998. MORAIS, Regis de. Violência e educação. Campinas, SP: Papirus, MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. Trad. Juremir Machado da Silva. Porto Alegre: Sulina, MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 6. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, NÓVOA, António. Professores: Imagens do futuro presente. Lisboa, Portugal: EDUCA, PESSOTTI, Isaias. Deficiência mental: da superstição à ciência. São Paulo: T. A. Queiroz, RANDOM, Michel. O território do olhar. In: SOMMERRMAN ET al. (Org.). Educação e transdisciplinaridade II. Coordenação executiva do CETRANS. São Paulo: Triom, RESTREPO, Luiz Carlos. O direito a ternura. Petrópolis: Vozes, ROUDINESCO, Elisabet. A parte obscura de nos mesmos: uma história dos perversos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, SAFFIOTI, Heleieth I. B. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, SANDERSON, Christiane. Abuso sexual em crianças. São Paulo: M. Books do Brasil, SCHETTINI FILHO, Luiz. Pedagogia da Ternura. Petrópolis, RJ: Vozes, SILVA, Rosimeri Aquino. O público da violência. In: SANTOS, José Vicente Tavares dos (Org.). Violências no tempo da globalização. São Paulo: Hucitec, 1999.