PN 214.01; AP: TC. VN Gaia; Ape1 Apa2: Acordam no Tribunal da Relação do Porto 1. e das Lda pediu a condenação de Construções vencidos e vincendos: Lda a entregar-lhe o montante de Pte. 610 089$00, com os juros (a) Dedica-se à indústria de ; (b) No exercício dessa actividade efectuou para a R, em regime de subempreitada, obras nas instalações de, Porto, e de Real (c) Nesta última obra ocorreu uma alteração subsequente do orçamento, relativa aos puxadores de portas, devida a falhas no desenho de pormenor fornecido pela R.; (d) Esta alteração representou um acréscimo no preço de Pte. 70 902$00; (e) Quanto à, o orçamento inicial da obra foi de Pte. 1 000 000$00; (f) Mas surgiram trabalhos a mais, concluídos: (1) _alteração do vitral ferro, Pte. 146 484$00; (2) remates em inox para a frontaria, Pte. 20 000$00; (3) clarabóia em alumínio com grade de protecção, Pte. 155 000$00; (4) caixilho de 1 Adv: Dr. 2 Adv: Dra.. 1
Alumínio, Pte. 16 000$00; (5) chapa inox para caixas de correio, Pte. 10 000$00; (6) tubos de ferro para protecção de janelas, Pte. 10 000$00; (g) Todos estes trabalhos foram levados a cabo por solicitação e concordância da parte contrária, representando acréscimos supervenientes ao montante inicialmente orçamentado; (h) Do orçamento inicial, por outro lado, ainda não foi liquidado o montante de Pte. 145 830$00 2. Na contestação foi dito, relativamente à obra de SM Feira: trata-se de correcção de defeitos, denunciados oportunamente; e relativamente à obra de : (1) o orçamento inicial foi até de montante mais elevado, Pte. 1 600 000$00; (2) Houve trabalhos a mais, mas não são os que a autora reclama; (3) Na verdade, ou fazem parte do objecto do contracto, ou são correcção de defeitos, denunciados e aceites; (4) Aceita porém não ter satisfeito o montante de Pte. 45 033$00, relativamente ao orçamento inicial, e a quantia de Pte. 10 000$00 + 16 000$00 + 4 420$00 (IVA), respeitando a soma a alterações do plano da obra. 3. Em reconvenção pediu que se considerasse compensado este remanescente de Pte 75 453$00 com o crédito da R. sobre a A. de igual montante, e que esta fosse condenada a entregar-lhe ainda o excedente de Pte 75 243$00: (a) Em primeiro lugar, foi obrigada a proceder à reparação da clarabóia na obra, por recusa da A, e despendeu então Pte 28 800$00 + 4 896$00 (IVA); (b) Em segundo lugar, executou, a solicitação da A, uma vala (corete), em tijolo revestido com acabamentos finos, incluindo capas em betão, numa obra em Águas Santas, pelo preço de Pte 100 000$00, sem IVA, preço que não foi satisfeito; (c) É credor a por conseguinte da quantia de Pte 150 696$00. 2
4. Na resposta, disse a Ape: (a) Mantém a versão inicial, reconhecendo apenas que, quanto ao remanescente do preço inicial do orçamento, o montante a liquidar é efectivamente de Pte 45 033$00; (b) Pelo que o pedido é agora reduzido para Pte 509 289$00, e juros; (c) Por outro lado, a clarabóia, colocada em 01.97, suportou chuvas intensas nos meses 04, 05, 06 desse ano, sem reclamação, a qual surgiu só quando reclamou da R. os presentes débitos; (d) Esta não executou qualquer vala em Águas Santas. 5. Ficou provado: (a) A A. é uma sociedade por cotas que se dedica à indústria de ; (b) No exercício dessa actividade efectuou para a R., em regime de subempreitada, obras nas instalações da, Porto, e nas instalações de (c) No que respeita nos trabalhos levados a cabo pela A. na, submeteram-se a orçamento, aceite pela R.; (d) Durante a execução desta obra surgiram trabalhos que não estavam inicialmente previstos e, por isso, não incluídos no orçamento; (e) Desses trabalhos fazem parte a execução de caixilho em alumínio no valor de Pte 16 000$00, e a execução de tubos de ferro para protecção de janelas no valor de Pte 10 000$00; (f) Para pagamento da factura nº 470, 97.04.23, referente ao orçamento inicial da obra, no total de Pte 1 995 033$00, a R. entregou à A. a quantia de Pte 1 950 000$00; (g) O orçamento em causa remetia para um valor total da obra de Pte 1 000 000$00; 3
(h) Foram efectuados pela A. remates em inox para a frontaria, avaliados em Pte 20 000$00; (i) Nos trabalhos a mais incluiu-se também a execução de uma clarabóia em alumínio e respectiva grade de protecção, no valor de Pte 150 000$00; (j) E a feitura e colocação de chapa inox nas caixas de correio, perfazendo a quantia de Pte 10 000$00, sem IVA; (k) Todos estes trabalhos a mais foram efectuados pela A. por solicitação e com a concordância da R.; (l) A A. não atentou nas expressas indicações do desenho de pormenor fornecido pela R., designadamente no que se refere ao diâmetro do tubular de aço inox a utilizar na execução de puxadores: utilizou um de 32 mm e não um de 30 mm como se indicava no mesmo; (m) Desta diferença resultou um encurtamento do espaço que deveria existir entre os puxadores das portas e as paredes para onde aquelas abriam de modo a que não batessem nelas; (n) Os puxadores que a A. executou e montou nas portas batiam porém nas paredes, quando aquelas abriam; (o) A R. verificou e denunciou tal defeito, logo que os puxadores foram montados pela A., exigindo que fosse eliminado; (p) A alteração dos puxadores consistiu no encurtamento de cada um; (q) A R. acordou com a A. não só a execução dos puxadores, como a montagem e colocação deste nas portas; (r) Cabia à A. verificar a adequação dos puxadores ao funcionamento das portas onde iriam ser instalados; (s) A A. e R. acordaram, em regime de sub-empreitada, a realização de toda a obra de ; (t) A R. entregou à A., para a elaboração do orçamento, o projecto de arquitectura, tendo-lhe sido fornecido para o mesmo efeito o caderno de encargos pelo dono da obra; (u) O orçamento foi apresentado pela A: e discutido com a R.; 4
(v) A A. não diligenciou no sentido de tirar molde da obra, de modo a evitar a existência de folgas que permitissem passagem de luz para o interior da ; (w) Os remates da frontaria ficaram a dever-se a deficiente execução da própria A. destinando-se a colmatar as referidas folgas; (x) A A. procedeu à execução ao contrário do vitral em ferro, i.é, com os vidros seguros por silicone da parte de dentro da estrutura (virada para o interior das instalações); (y) O vitral estava sujeito a infiltrações de água, por má vedação; (z) A alteração a que a A. procedeu (sob pena de ser mandado retirar todo o vitral) consistiu na feitura e colocação de barras de ferro, quadradas, com 10 mm de espessura, aparafusadas no interior estrutural, i.é, na colocação de um reforço de modo a tornar a construção segura e estanque; (aa) A reclamação e a rectificação em causa foram feitas, exigidas e acordadas directamente entre a A. e o arquitecto que fiscalizava a obra; (bb) Nunca a A. discutiu tal assunto com a R.; (cc) Em meados de 10.97, verificou-se que entrava água através da clarabóia central das instalações da, clarabóia executada pela A. sob deficiente vedação da estrutura de alumínio; (dd) Solicitada a reparar tal defeito pelo dono da obra, logo a R. comunicou o ocorrido à A.(Sr. ) pedindo a reparação; (ee) Mas não obteve qualquer resposta; (ff) No dia 97.10.24, a R. insistiu, via fax, ao que a A. se recusou, através de fax que lhe remeteu no mesmo dia; (gg) A R. procedeu àquela reparação, para o que fez destacar um servente e um oficial; (hh) Estes precisaram de 9 horas para concluir o trabalho; (ii) A R. suportou um custo de Pte 28 000$00, mais IVA (17%), Pte 4 896$00, para além do material vedante; 5
(jj) A R. executou uma vala de 0,60x0,90m, em tijolo e revestida com acabamentos finos, incluindo capas em betão, numa obra em Águas Santas, pelo preço de Pte 100 000$00, sem IVA; (kk) Em 97.09.30, a R. emitiu e enviou à A. a respectiva factura, no montante de Pte 117 000$00, reclamando o pagamento, sem sucesso; (ll) A frontaria ( ) seria executada de acordo com os pormenores a fornecer pelo arquitecto da obra; (mm) Estes, entre os quais as chapas da frente para as caixas de correio em aço inox, foram acordados entre a A. e o arquitecto da obra; (nn) A R. não pagou o remanescente da factura nº470, Pte 45 033$00, dado que em seu entender a obra apresentava ainda deficiências para reparação das quais solicitou, por várias vezes, que a A. marcasse um encontro com o fiscal da obra, mas esta sempre se furtou. 6. A sentença recorrida, com base na matéria apurada, condenou a R. no pagamento do montante de Pte 236 833$00, acrescido de juros de mora, vencidos desde a citação e vincendos até embolso, à taxa anual de 15% até 99.02.23 e de 12% desde então. E condenou a A. no pagamento do montante de Pte 33 696$00, acrescido de juros de mora, vencidos desde a notificação da reconvenção e vincendos até embolso, à taxa anual de 15% até 99.02.23 e de 12% desde então. Mais determinou a compensação respectiva dos firmados créditos. 7. Inconformada, concluiu e das Lda: (a) A quantia de Pte 236 833$00 em que a R. foi condenada, acrescida de juros de mora, vencidos desde a citação e vincendos até embolso, à taxa anual de 15% até 99.02.23 e de 12% desde então, engloba o montante de Pte 191 000$00 que resulta do somatório sem IVA das verbas referidas nos nºs.9 e 10 PI;3 3 Petição inicial:.. 4. A alteração representou, em relação ao inicialmente orçamentado, um acréscimo no valor de Pte 70 902$00;... 7. Foi alterado o vitral ferro, alteração no valor de Pte 146 480$00 6
(b) Porém foi também pedido o pagamento do IVA pela R., IVA incidente sobre as verbas referidas, conforme resulta do capital incluído no pedido final, Pte 610 089$00, que corresponde à soma das verbas dos nºs 4, 7/10 e 12 PI, com IVA incluído4 (c) Só por lapso, a sentença recorrida não condenou a R. a pagar também à A. o IVA incidente sobre o montante de Pte 191 000$00 ( IVA esse que é de Pte 32 470$00), até porque expressamente refere que as verbas consideradas não incluem IVA;5 (d) Pelo que a R. devia ter sido condenada a pagar à A também aquele valor de IVA, Pte 32 470$00, o qual adicionado ao montante de Pte 236 833$00, perfaz 269 303$00; 7.1 Assim a sentença deve ser reformada (arts. 668/4, 669/2 a. b. 3, e 744 CPC) ou revogada e substituída por outra que condene a R. a pagar à A. o montante Pte 269 8. Foram efectuados pela A. r emates em inox para a frontaria, avaliados em Pte 20 000$00, IVA excluído 9. acresce a execução de uma clarabóia em alumínio e r espectiva grade de protecção no valor de Pte 150 000$00, IVA excluído; 10. Assim como a execução de caixilho em alumínio no valor de Pte 16 000$00; a feitura e colocação de chapa inox nas caixas do correio, perfazendo a quantia de Pte 10 000$00; e a execução de tubos de Ferro para protecção de janela, no valor de Pte 10 000$00; tudo sem IVA. 12. À quantia devida por trabalho exercido pela A. fora do âmbito dos orçamentos, como indicado em 4 e 7/10 PI, há a acrescentar o remanescente em dívida de factura relativa [ao orçamento], no montante de Pte 145 833$00. Nestes termos e nos melhores de Direito deve. a R. ser condenada a pagar à A: a) A quantia inicial de Pte 610 089$00; b) Pte 45 756$00 de juros vencidos; c) Juros vincendos; d) Custas e procuradoria 4 Vd. nota antecedente Resposta à contestação 3. Sendo assim, a R. deve à A., a título de capital, as quantias de Pte 70 902$00 e Pte 146 484$00, referidas respectivamente nos nºs 4 e 7 PI, a quantia de Pte 246 870$00 ( resultante da soma, com IVA incluído, das quantias ditas nos nºs 8, 9 e 10PI) e a quantia de Pte 45 033$00, referida supra (resto da factura [respeitante ao orçamento] ainda em dívida). 5 Da sentença: Todavia ficou igualmente provado que durante a execução da obra surgiram trabalhos que não estavam inicialmente previstos e, por isso, não abrangidos pelo orçamento a execução de caixilho em alumínio, no valor de Pte 16 000$00, e a execução de tubos de ferro para protecção de janela, no valor de Pte 10 000$00, tudo sem IVA; remates em inox para a frontaria, avaliados em Pte 20 000$00, IVA excluído; a execução da clarabóia em alumínio e respectiva grade de protecção no valor de Pte 155 000$00, sem 7
303$00 acrescido de juros de mora, vencidos desde a citação e vincendos até embolso, à taxa anual de 15% até 99.02.23 e de 12% desde então, no mais se mantendo integralmente. 8. Não houve contra-alegações, e foi sustentada a decisão recorrida: a A. alegou os preços respectivos, referindo que nos mesmos não estava incluído IVA, e não alegou quaisquer factos referindo o valor do imposto; a simples referência ao montante total com IVA, montante este que é peticionado, não parece suficiente para alicerçar a condenação pretendida. 9. O recurso está pronto par julgamento. 10. Não se entrará na análise e debate das boas razões da recorrente; o que é certo é não admitir recurso ordinário a decisão recorrida e sustentada. Na verdade, é apenas desfavorável ao recorrente em Pte 32 470$00, quantia a que acresceriam juros desde a citação (98.01.09), e que nem assim poderia ascender a mais de metade do valor da alçada do tribunal da comarca. E é esta em concreto a directiva processual limitadora da impugnação que está em jogo, não obstante o valor da causa permitir genericamente o recurso. 11. Deste modo, visto o art. 678/1 CPC, decidem dele não tomar conhecimento. 12. Custas pela Ape, sucumbente. IVA; a feitura e colocação de chapas inox nas caixas de correio, perfazendo Pte 10 000$00, sem IVA; trabalhos estes pela A., segundo solicitação da R.. 8