VER SUS ALAGOAS: ARAPIRACA RELATÓRIO DE VIVÊNCIA 04 A 15/01/16
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1 VER SUS ALAGOAS: ARAPIRACA RELATÓRIO DE VIVÊNCIA 04 A 15/01/16 Vivente: Luiza Maria Parise Morales RG: SEDS/AL Curso: Ciências Biomédicas Instituição: USP Universidade de São Paulo
2 Dia 01 04/01/16 Chegamos ao alojamento na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas), em Arapiraca, por volta das 11h. Após a organização do alojamento e almoço, houve uma apresentação da Secretaria de Saúde do município de Arapiraca, na qual coordenadoras de diversos setores apresentaram a estrutura da Secretaria e a situação atual do município. Foi discutida a situação da Atenção Básica, dos NASFs, da Atenção Especializada, da Saúde Mental e Rede de Atenção Psicossocial, da Atenção à Mulher e da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. As respectivas coordenadoras apresentaram a organização da Secretaria, as estatísticas do município e as perspectivas para o futuro. Pela noite, após o jantar, houve uma plenária de apresentação, na qual foi apresentado um pouco do histórico do VER SUS Alagoas, e todos os viventes e facilitadores apresentaram se enquanto recebiam as mochilas e camisetas do VER SUS. Ainda na plenária, houve a explicação de algumas questões técnicas referentes à vivência, como a separação dos NBs (Núcleos de Base; grupos de realização de tarefas básicas durante a vivência), e também a elaboração do contrato de convivência, que regeria a convivência durante toda a vivência. As tarefas dos NBs eram: limpeza dos espaços comuns; relatoria escrever o relatório geral do dia da vivência; cultural organizar um momento cultural ao final do dia; mística elaborar uma dinâmica para ser executada antes das plenárias; e alvorada acordar as pessoas no horário proposto pela manhã e motivar os viventes e facilitadores a cumprirem os horários propostos. Cada dia, um NB ficava responsável por uma tarefa diferente, seguindo rodízio conforme ilustrado na figura abaixo. Fui incluída no NB 3. Figura 1: Contrato de Convivência e tabela de atividades dos NBs
3 Dia 02 05/01/16 Eixo do dia: Sociedade Primeiramente, após o café da manhã, os NBs reuniram se para criar um nome, uma música e uma bandeira para seu grupo. Meu NB (3) adotou o nome de SUStentação. Figura 2: Bandeiras dos NBs Após esse momento, deu se início ao eixo do dia: Sociedade. Cada NB recebeu 2 capítulos do livro Introdução à Filosofia de Marx, de Sérgio Lessa e Ivo Tonet, para leitura e discussão. Ao meu NB foram destinados os capítulos VIII Escravismo e IX O Feudalismo e a Origem do Capitalismo. Após discussão no grupo, cada NB discorreu sobre os capítulos lidos e o que foi discutido em cada grupo na plenária geral, na qual todos que quiseram puderam dar sua opinião em relação ao eixo. Após o almoço, todos reuniram se na plenária para dar continuidade ao eixo. Antes do início, foi realizada uma mística com a declamação de um poema. Para começar a tarde, todos os viventes foram orientados a fazer uma dobradura de papel em formato de peixe e customizá la. Em seguida, foi exibido um vídeo com a leitura do texto Se tubarões fossem homens, de Bertold Brecht. À exibição seguiu se um momento para reflexão e debate do vídeo. Foi possível fazer uma correlação entre a confecção do peixe e o vídeo: a de que somos todos povo. Então, foi exibido o vídeo Em Busca da Terra Sem Veneno, cujo tema gira em torno da reforma agrária popular. Seguiu se então discussão sobre o vídeo e sua relação com os textos debatidos pela manhã. Antes deste vídeo, foi iniciada uma dinâmica na qual cada um dos viventes recebeu um rótulo, um papel com algo escrito, que foi colado na testa de cada um, de forma que todos menos o portador do rótulo visse o que estava escrito. Fomos instruídos a tratar cada um conforme achávamos que era apropriado ao rótulo. Após a exibição do vídeo e debate, seguiu se debate sobre a dinâmica. Foi pedido para que relatassem suas experiências, e se alguém havia se sentido desconfortável com o tratamento recebido. Então, as identidades foram reveladas e seguiu se uma reflexão sobre a dinâmica e o modo como tratamos uns aos
4 outros. Visto que algumas pessoas sentiram se maltratadas ou ignoradas e outras tratadas com demasiada pompa, pudemos refletir como tratamos uns aos outros de forma desigual apenas por uma característica do indivíduo ou sua profissão, e como isso nos afeta. Pela noite, após o jantar, houve uma plenária de discussão acerca do eixo Machismo. De início, foi pedido para que cada NB desenhasse em uma cartolina uma representação de homem ou mulher comum. Figura 3: Representações de homens e mulheres para a roda de discussão do eixo Machismo Foi pedido para que cada grupo apresentasse seu personagem. Após a apresentação, seguiu se debate sobre o papel que cada um representa na sociedade e como se relacionam com o machismo, bem como debate sobre o machismo de forma geral. Por fim, após a plenária, seguiu se uma cultural organizada pelo meu NB com uma dinâmica de comunicação e exibição do curta argentino El Empleo, relacionando se com o eixo discutido pela manhã e tarde. A dinâmica consistiu em formar duplas, nas quais cada pessoa sentava se de costas para seu companheiro. Uma pessoa da dupla recebeu papel e caneta, enquanto a outra pessoa recebeu o nome de um objeto. O intuito era que a pessoa que recebeu o objeto instruísse aquela que estava com o papel e caneta a desenhar o objeto recebido utilizando apenas formas geométricas. O objetivo da dinâmica era trabalhar a comunicação entre as duplas, e plantar uma reflexão sobre o que acontece quando a comunicação entre as pessoas é falha (o desenho não conseguir ser completado). Dia 03 06/01/16 Eixo do dia: Atenção Básica
5 Após o café da manhã, os viventes e facilitadores foram divididos em grupos de vivência (GV). Neste dia, cada grupo visitou uma UBS, a fim de conhecer sua estrutura e a rede de Atenção Básica do município. Meu GV foi para a UBS de Canafístula, em Arapiraca. A estrutura chamou atenção por ser bem antiga, com falta de salas e pouca acessibilidade. Entretanto, a organização e eficiência do serviço ganhou destaque. Conversamos com a enfermeira presente no dia, a assistente social, a psicóloga, uma médica e também com alguns usuários sobre o funcionamento e qualidade do serviço. As funcionárias foram bastante receptivas em explicar o funcionamento da Unidade e comentar suas opiniões. Essa UBS possuía 3 grupos de PSF e 1 NASF. Possuía também apenas 1 equipe odontológica (sendo necessárias 3). As profissionais relataram falta de alguns profissionais e necessidade de melhoras de estrutura na Unidade, porém destacaram a boa articulação com o gestor e com a comunidade, com ênfase para os diversos grupos de usuários. Existe também boa articulação entre os profissionais e o restante das redes de atenção. Os usuários também relataram estar satisfeitos com o serviço e com a articulação com a comunidade, apesar de não estarem a par do funcionamento do conselho de saúde da unidade. Figura 4: Viventes e facilitador em visita à UBS de Canafístula, em Arapiraca AL No fim da manhã retornamos para o alojamento, onde foi servido o almoço e logo em seguida iniciou se a plenária da tarde. A mística que precedeu a plenária chama se Corredor de Cuidados. Ela consiste em formar um túnel humano, com duas filas de pessoas alinhadas ombro a ombro, uma fila de frente para a outra. Por esse corredor, passa se de um por um ao som de uma música ambiente relaxante. A medida que cada um vai avançando no corredor, as pessoas que compõem o túnel podem fazer carinho naquele que caminha por entre eles, na forma de abraço, toque ou mesmo palavras. Por colocar em prática o carinho e cuidado pelo outro e proporcionar um momento maravilhoso no qual nos sentimos queridos e
6 cuidados, a dinâmica nos fez refletir sobre como devemos nos aproximar daqueles que queremos cuidar em nossa vida profissional: com o máximo de carinho possível, seja em qual for o nível de atenção. Uma vez na plenária, os GVs dividiram suas experiências da vivência com o restante do grupo e discutiram suas opiniões e percepções acerca da Atenção Básica. Na plenária estavam presentes também 3 profissionais da Atenção Básica, 2 de Arapiraca e 1 de Caruaru. Os 3 dividiram suas experiências com relação à Atenção Básica em seus respectivos municípios. Por fim, a noite foi servido o jantar e houve uma cultural com música. Dia 04 07/01/16 Eixo do dia: Níveis Secundários e Terciários de Atenção à Saúde e Humanização Após o café da manhã, meu GV seguiu para o Espaço Nascer, uma unidade de atenção para gestantes de alto risco, recém nascidos e acompanhamento das crianças. Fomos recepcionados pela enfermeira responsável pela unidade e mais tarde pela gestora. O espaço é muito bem organizado e adaptado, e o serviço funciona muito bem, sendo a intersetorialidade e a comunicação entre os profissionais o ponto forte da unidade, assim como a comunicação com os demais pontos da rede de atenção. A única reclamação por parte das trabalhadoras foi com relação à comunicação pouco efetiva com as maternidades, ao passo que as usuárias apontaram também a demora para marcar exames e receber resultados. Ao fim da visita, retornamos para o alojamento, onde meu NB deu início à tarefa de limpeza do dia. Após o almoço, todos seguiram para a plenária, onde houve uma dinâmica de dança de roda. Em seguida, houve a exibição de um vídeo representando a falta de humanização, acolhimento e uso de linguagem acessível nos espaços de saúde para com os usuários. Os NBs foram então direcionados para a leitura de um texto sobre a temática da humanização, Humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas esferas do SUS. Após a leitura, os NBs foram divididos em grupos menores, e cada grupo recebeu um princípio relacionado à PNH (Política Nacional de Humanização). Os princípios foram discutidos nos grupos, e então cada grupo montou uma representação lúdica do princípio para apresentar para a plenária. Após a apresentação, foi exibido um segundo vídeo, um cordel com a temática de humanização, e seguiu se discussão sobre as vivências da manhã. Após o jantar, os viventes foram direcionados até a plenária para uma roda de discussão com a temática Racismo. Primeiramente, entramos em uma sala ambientada com velas e folhas, e nos sentamos dispersos. Com as luzes apagadas, os facilitadores passeavam
7 pela sala interpretando relatos de violência racial, e instigavam os viventes a compartilharem suas experiências. Após um tempo, a luz foi ligada, e houve a exibição de um vídeo com a interpretação da performance Gritaram me negra. Seguiu se então uma discussão sobre o tema, na qual viventes e facilitadores relataram suas experiências e histórias de vida relacionadas ao racismo. Foi um momento muito intenso e emocionante, um dos mais profundos desse VER SUS. Dia 05 08/01/16 Eixo do dia: Saúde Mental Após o café da manhã, meu GV seguiu para o ITA Instituto Teodora Albuquerque, Hospital Psiquiátrico localizado em Arapiraca. Figura 5: Fachada do Hospital Psiquiátrico ITA (Instituto Teodora Albuquerque) em Arapiraca AL Fomos recebidos por 2 enfermeiras, que nos explicaram o funcionamento do hospital. O hospital consistia em uma ala pública com 120 leitos e uma ala particular com cerca de 16 leitos. Após explicar detalhes do funcionamento como a composição do quadro de profissionais e a admissão dos usuários, bem como discutir um pouco sobre a rede de atenção psicossocial da região, pudemos conhecer as instalações do hospital e interagir com alguns usuários. Constatamos as condições precárias do local, a falta de alguns profissionais (fisioterapeutas e educadores físicos, por exemplo) e de opções de ocupação para os usuários, e a ligeira diferença de qualidade entre as instalações públicas e particulares. Após a observação, pudemos acompanhar o médico psiquiatra presente no dia em algumas consultas com os pacientes e familiares. Constatamos a fragilidade das relações entre profissionais e usuários e as deficiências desse modelo de atenção. Em contraste com nossas constatações, os profissionais que nos receberam não mediram esforços para elogiar o local e fazer críticas à rede de atenção psicossocial do município.
8 Após a visita, voltamos para o alojamento, onde foi servido o almoço antes de nos reunirmos na plenária. Antes do início desta, houve uma mística que envolveu uma biodança dançar uma música com diversas partes do corpo, não apenas o quadril, ou seja, uma dança acessível e leitura de algumas frases de incentivo à luta antimanicomial. Foi exibido um vídeo relacionado ao tema da reforma psiquiátrica e aos aspectos históricos da psicologia no Brasil, e então deu se início à discussão sobre as vivências e o eixo de saúde mental como um todo. Os demais grupos visitaram CAPS e comunidades terapêuticas. Os relatos acerca dos CAPS foram muito animadores, ao passo de que os relatos das comunidades terapêuticas foram tão desanimadores quanto o nosso em relação ao ITA. A plenária contou com a participação de 2 convidadas, uma enfermeira e uma farmacêutica dos CAPS, que enriqueceram bastante o debate. De noite, após o jantar, houve outra cultural com brincadeiras e música. Dia 06 09/01/16 Eixo do dia: Movimento Sanitário Após o café, os NBs foram separados para leitura de texto, cada um sobre um momento diferente da Reforma Sanitária. Meu grupo fez a leitura de um capítulo sobre a Era Collor e a relação da implantação do SUS em meio a um governo neoliberal. Após discussão dentro do grupo, os NBs retornaram para a plenária, onde deu se início à discussão dos textos. A plenária foi interrompida para o almoço e, após o término deste, todos se reuniram para dar continuidade à discussão dos textos. Antes disso, foram realizadas duas místicas, organizadas pelo meu NB. A primeira consistia em cada pessoa escrever o nome de um animal para que a pessoa do seu lado imitasse. Porém, o interessante foi que na verdade cada um teve que imitar o animal que havia escolhido para a pessoa ao lado, levando à reflexão de que devemos sempre tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados. A segunda mística consistiu em cada um adotar um nome social do gênero oposto, e todos deveriam chamar uns aos outros pelo nome escolhido, a fim de trabalhar o uso do nome social, pauta incluída no eixo a ser trabalhado de noite (LGBT). Após a discussão do tema do eixo do dia, foi elaborada uma linha do tempo do movimento sanitário no Brasil. Figura 6: Linha do tempo do Movimento Sanitário, construída pelos viventes
9 Pela noite, após o jantar, houve uma roda de discussão acerca do tema opressão contra a população LGBT. De início, foi feita uma ambientação, na qual todos os viventes foram posicionados em fila com as luzes apagadas. Os facilitadores passavam por entre os viventes provocando os. Então, foi exibido um vídeo de relato de violência contra a população trans. Ao acender as luzes, viventes e facilitadores trocaram suas histórias com relação ao tema. Dia 07 10/01/16 Eixo do dia: Saúde e Lazer Neste dia, o eixo trabalhado foi Saúde e Lazer. Houve atividades recreativas e de discussão ao longo do dia, e também a exibição dos filmes Que Horas Ela Volta? e Tatuagem, que refletem temas abordados em outros eixos de dias anteriores. Dia 08 11/01/16 Eixo do dia: Privatizações Para iniciar o dia, após o café da manhã, foi realizada uma dinâmica na qual todos formaram uma roda de mãos dadas. As mãos foram soltas, e todos passearam pela sala por um tempo ao som de uma música, até que a música parou e fomos instruídos a dar as mãos às mesmas pessoas da roda. O resultado foi um nó humano, que devíamos desatar sem soltar as mãos. A tarefa foi longa e difícil. Durante a dinâmica, algumas pessoas de fora se ofereciam para ajudar a desatar o nó, quebrando a corrente. Essas pessoas eram representações de OSs, enquanto o nó representava o SUS e nós, os trabalhadores. No final, conseguimos desatar o nó sem ajuda externa, provando que a união de todos e o ato de acreditar no SUS conseguem resolver os entraves para o desenvolvimento do Sistema.
10 Figura 7: Dinâmica do nó Pelo resto da manhã foram lidos textos curtos relacionados ao tema e discutiu se sobre as privatizações de forma geral, em especial no contexto do SUS. Meu grupo discutiu um texto do Prof. José Menezes Gomes, Corte de gastos sociais e o financiamento do setor privado. Na parte da tarde, após o almoço, tivemos uma palestra com o Prof. José Menezes Gomes, que discorreu sobre o eixo das Privatizações e suas consequências no passado, na sociedade atual e as predições para o futuro. Após a plenária, foi servido o jantar. Dia 09 12/01/16 Eixo do dia: Saúde da População Negra Antes de começar a plenária, após o café, foi realizada uma dinâmica. Ela consistia em formar duplas, uma pessoa de costas para a outra e de braços dados. As duplas deveriam dançar uma música, para exercitar a cumplicidade e a comunicação. Para mediar o eixo do dia, recebemos um convidado, Fabrício. A fim de iniciar o tema, assistimos um vídeo baseado na obra O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro, para refletir acerca da vinda dos povos negros para o Brasil. Após o vídeo, os NBs dividiram se para ler textos. Li um capítulo intitulado Evidências de racismo na assistência e na pesquisa em saúde, que discorria acerca de alguns exemplos de racismo em pesquisas biomédicas ao longo da história. Após discussão entre o NB, o tópico foi levado para a plenária geral, onde cada NB relatou um pouco de sua leitura e os temas foram discutidos. Houve uma pausa para o almoço, e ao retornar para a plenária, o tópico continuou a ser debatido. Após o fim da
11 apresentação dos textos, deu se início ao tópico de religiões de matrizes africanas. Primeiramente, vimos um vídeo intitulado O cuidar nos terreiros Saúde, para embasar a discussão que se seguiu. Nessa discussão, desconstruíram se várias ideias baseadas no senso comum acerca dessas religiões. Ao final da discussão, foi servido o jantar. Dia 10 13/01/16 Eixo do dia: Saúde da População do Campo (visita ao assentamento do MST) Após o café da manhã, seguimos para o assentamento do MST José Elenilson, no município de Teotônio Vilela AL. Figura 8: Galpão de convenções do Assentamento do MST José Elenilson, em Teotônio Vilela AL Ao chegarmos lá, fomos muito bem recebidos pela coordenação local do movimento, que se apresentou brevemente para nós. Após as apresentações, viventes e facilitadores foram divididos em grupos de vivência. Cada grupo seguiu com um coordenador, que nos mostrou as terras do assentamento e as plantações cultivadas lá. Percebeu se o cuidado com a terra e a variedade de alimentos cultivados. Todos foram muito prestativos e estavam empolgados para nos mostrar o local.
12 Figura 9: Seu Luís, coordenador do MST Figura 10: Viventes em visita ao assentamento Com o retorno de todos os grupos, o almoço foi servido. No período da tarde, seguiu se discussão sobre o MST. Primeiramente, os coordenadores e moradores do assentamento fizeram uma breve dramatização para nós, representando a história do MST alagoano, marcada pela figura de José Elenilson. Então, fomos convidados a cantar músicas tradicionais do Movimento. Depois, os coordenadores fizeram falas no sentido de explicar como funciona o movimento e a história do movimento sem terra em Alagoas. Após as falas, seguiu se tempo para perguntas dos viventes e facilitadores, o que gerou um debate acerca das condições de saúde e educação no assentamento. Ao fim do debate enriquecedor, voltamos para o alojamento, onde fomos recebidos com o jantar. Neste dia houve uma oficina de turbantes e confecção de envelopes pessoais, para que os demais viventes e facilitadores pudessem deixar recados para aqueles que quisessem.
13 Figura 11: Confecção dos envelopes Figuras 12 e 13: Envelopes para recados
14 Dia 11 14/01/16 Eixo do dia: Saúde da população do campo Neste dia, seguiu se a discussão sobre o eixo Saúde da População do Campo. Na parte da manhã, após o café, houve discussão sobre o dia anterior, na qual todos puderam dividir suas experiências e percepções. Houve um debate bastante caloroso especialmente em relação à educação nos assentamentos. O dia contou com a presença de 2 convidados da juventude do MST, que puderam esclarecer muitas das dúvidas que ainda tínhamos, e que contribuíram de forma sem igual para o debate. Após o almoço, retornamos às atividades com uma leitura de texto, dividido entre os NBs. Cada texto apresentava um aspecto da política de reforma agrária. Seguiu se discussão sobre os textos e correlação do tema com a saúde. No fim do dia, após o jantar, fizemos uma homenagem para os rapazes que forneciam as refeições e outra para os facilitadores, a fim de agradecer por todo o esforço e demonstrar nosso carinho. Houve também a confecção da bandeira desta edição do VER SUS Alagoas. Por fim, houve uma cultural com música. Figura 14: Bandeira do VER SUS Arapiraca Dia 12 15/01/16 Neste último dia, após o café da manhã, organizamos o alojamento para que este pudesse ser devolvido. Ainda de manhã, houve uma plenária final, na qual pudemos dividir nossas percepções sobre a vivência: o que achamos bom, o que achamos ruim e o que achamos que poderia mudar. Ao fim de uma despedida intensa e emocionada, pegamos nossa bagagem e retornamos cada um para sua cidade.
15 Figura 15: Viventes e facilitadores do VER SUS Arapiraca O VER SUS foi uma experiência maravilhosa, e nela pude não só desconstruir e reconstruir conceitos em relação ao SUS e à saúde de forma geral, mas também fazer amigos e irmãos de luta e criar maravilhosas lembranças. Este é um projeto que deve, sem dúvidas, ser continuado, pois toca a vida dos participantes de uma forma sem igual, despertando de fato cada vez mais pessoas para a luta por um SUS público universal, gratuito e acessível.
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