RELATÓRIO DE VIVÊNCIA E ESTÁGIO NA REALIDADE DO SITEMA ÚNICO DE SAÚDE DE ALAGOAS AL.

Transcrição

1 RELATÓRIO DE VIVÊNCIA E ESTÁGIO NA REALIDADE DO SITEMA ÚNICO DE SAÚDE DE ALAGOAS AL. O Projeto ocorreu entre os dias 10 e 22 de dezembro. Neste período ficamos alojados na Universidade Federal de Alagoas. Participaram do mesmo, 55 viventes e 10 facilitadores representantes dos cursos de: Saúde Coletiva, Enfermagem, Fisioterapia, Serviço Social, Medicina, Odontologia, Psicologia, Ciências Sociais e outros, residentes em vários estados do Brasil. 10 de dezembro (sábado) O período da manhã ficou destinado para a acomodação e interação entre os participantes do projeto. À tarde as atividades foram iniciadas com uma dinâmica de apresentação, no qual cada vivente falava um pouco sobre si e presenteava outro vivente com a camiseta do projeto e os mesmos se abraçavam dando boas vindas um ao outro. Posteriormente fizemos a divisão dos núcleos de base, responsáveis por algumas atividades durante a vivência. Durante a noite efetuamos uma dinâmica com o tema: O que é SUS para você? Neste momento cada vivente pode falar sobre sua percepção sobre o assunto. Dinâmica de apresentação entre os viventes.

2 11 de dezembro (domingo) Iniciamos o dia com uma mística. Logo após confeccionamos as bandeiras dos Núcleos de base (NBs) e criamos nomes para eles. À tarde iniciamos com a mística do corredor do cuidado, ressaltando a importância do cuidar do outro. Logo depois, fizemos uma discussão entre os NBs sobre um texto de Marx, trazendo problematizações sobre o que é o trabalho em saúde e como o processo de trabalho pode afetar o ser humano seja de maneira positiva ou negativa. A noite foi destinada para a interação dos viventes na Cultural. Criação dos Nbs. Primeira cultural.

3 12 de dezembro (segunda-feira) Logo após a mística de relaxamento e alongamentos, iniciamos o eixo do dia sobre A Reforma Sanitária. O meu NB ficou responsável pelo texto: Saúde sob as amarras da ditadura. À tarde participamos de outra dinâmica onde tivemos que nos encaixar nos movimentos dos nossos colegas, ressaltando a importância da construção do coletivo e também as adaptações que os seres humanos têm que desenvolver para serem inseridos na sociedade. Depois, iniciamos a leitura sobre o texto: O Direito à Saúde. À noite ressaltamos pontos relevantes sobre o texto e fizemos uma avaliação da cultural. 13 de dezembro (terça-feira) Começamos o Eixo de atenção primária com a ida a Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Jorge. À tarde a dinâmica realizada enfatizou a relação da atenção básica com o cuidado biopsicossocial. Com base teórica utilizamos o livro do CONASS de Eugênio Mendes Vilaça, sobre Redes de Atenção à Saúde, onde a professora convidada Débora, pode problematizar juntamente com os viventes os desafios que atenção básica de saúde enfrenta em Alagoas. Ao caminho da UBS.

4 14 de dezembro (quarta-feira) Iniciamos o dia com a visita ao Posto de atendimento médico (PAM Salgadinho). O mesmo conta com o atendimento de várias especialidades, dentre elas: Neurologistas, Endocrinologistas, Cardiologistas e outros, além de especialidades odontológicas e emergenciais para DST s, e Hepatites. À tarde trouxemos para debate pontos relevantes da experiência. Visita ao PAM Salgadinho. 15 de dezembro (quinta-feira) Começando o eixo da Saúde Mental, pela manhã visitamos o Centro de Atenção Psicossocial CAPS II Rostan Silvestre, o mesmo é referência para autistas em Maceió e conta com uma equipe multiprofissional composta por: 1 fisioterapeuta, 1 fonoaudiólogo, 2 terapeutas ocupacionais, 3 educadores físicos, 3 técnicos de enfermagem, 10 assistentes administrativos, 2 agentes sociais e 2 auxiliares de cozinha. No período da tarde foi realizada uma encenação sobre a reforma psiquiátrica. Logo depois nos dividimos em Nbs para fazer a leitura de textos e dar continuidade ao eixo de Saúde Mental. O nosso NB debateu sobre a saúde medieval e desenvolveu uma apresentação teatral sobre o tema. À noite assistimos o documentário sobre A

5 Intervenção no Hospital Psiquiátrico Anchieta em Posteriormente abrimos para a discussão das vivências. Visita ao CAPS II. Apresentação sobre a Saúde na era Medieval.

6 16 de dezembro (sexta-feira) O eixo do dia era a história de Alagoas. Iniciamos com a leitura do texto: A gramática social da desigualdade brasileira e desenvolvemos um material em forma lúdica para apresentação do mesmo. Depois foi realizada a leitura do texto: O Manifesto Sururu. No período da tarde recebemos a professora Alessandra, a qual fez uma palestra que abordava o tema: A Cidade partida e o lugar da periferia em Maceió: O caso da Vila dos pescadores do Jaraguá. À noite participamos de uma mística que enfatizava a opressão sofrida pela população LGBTTI. Momento no qual várias pessoas puderam relatar sobre suas experiências. O fim da noite foi destinado a cultural. 17 de dezembro (sábado) O eixo do dia era sobre privatizações e terceirizações. Iniciamos o dia com a confecção de bandeiras para serem utilizadas no ato em defesa do SUS no centro da cidade. O ato aconteceu até as 12 h. À tarde discutimos o texto sobre O modelo de gestão do SUS. À noite participamos de uma mística sobre o racismo. Ato em defesa do SUS.

7 18 de dezembro (domingo) Iniciamos o dia com o eixo sobre a Saúde da População Negra. Visitamos o terreiro de da Mãe Vera, localizado na região de Eustáquio Gomes. A mesma pode nos relatar como acontece a saúde da população negra baseada em sua crença e seus costumes. À tarde discutimos a vivência juntamente com o tema destinado a cada NB, o meu neste caso foi saúde da mulher. A noite foi feita um pré-avaliação da vivência. Conversa realizada com mãe Vera. 19 de dezembro (segunda-feira) Devido o cansaço, a parte da manha foi reservada para o descanso dos viventes. À tarde iniciamos as atividades abordando o eixo sobre a Reforma Agrária. Discutimos o texto que abordava o Processo da Reforma Agrária. A noite foi proposto que desenvolvêssemos envelopes para que as pessoas pudessem nos mandar cartinhas até o fim da vivência.

8 20 de dezembro (terça-feira) O eixo do dia era o Movimento dos Sem Terra. Iniciamos a vivência com a ida ao 25 encontro Estadual do MST em Alagoas, realizado em Satuba. À tarde tivemos a oportunidade de nos reunir com pessoas do Movimento e debater sobre o texto: A reforma da medida provisória e a reforma agrária. À noite nos reunirmos para trazer os pontos mais relevantes sobre a vivência. 25 Encontro Estadual do MST. 21 de dezembro (quarta-feira) O eixo do dia seria sobre a Saúde da população indígena. Devido há alguns contratempos não conseguimos ter acesso a essa população. O período da manhã nos foi destinado para confecção das cartinhas para os viventes. À tarde realizamos uma mística com a comissão organizadora e facilitadores agradecendo tudo àquilo que eles fizeram por nós durante a vivência. A noite ficou destinada a confecção da Bandeira do Ver- SUS.

9 Bandeira Ver-SUS. 22 de Dezembro (quinta-feira) No período da manhã finalizamos o projeto com uma breve discussão sobre pontos positivos e negativos da vivência. Posteriormente iniciamos as despedidas.

10 Considerações Finais Foram 12 dias intensos de muito aprendizado e de trocas de experiência que me proporcionaram conhecer um pouco da realidade de saúde de Alagoas. Pude rever assuntos que já havia estudado na faculdade e aprender um pouco mais sobre o movimento sem terra, a reforma agrária e também sobre a diversidade cultural da região, conhecer um pouco mais destes eixos me possibilitou a quebra de achismos relacionados ao movimento sem terra e também sobre a população negra e LGBTTI. O conhecimento acadêmico foi importantíssimo, mas o aprendizado pessoal foi ainda maior, evidenciados pela pessoa mais cuidadosa e humanizada que me tornei e pela importância desta construção no coletivo. Agradeço a comissão organizadora e aos facilitadores por todo cuidado, amor e afeto destinado a nós e por todo empenho para que o projeto saísse da melhor forma possível. E também, aos laços criados nesse Ver-SUS que com certeza serão cultivados ao longo da vida! UBUNTU: Sou quem sou porque somos todos nós.

11 XENODELYCYAÑS Odete Quintino Graduanda em Saúde Coletiva Universidade de Brasília-FCE Dezembro-2016