RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO VER-SUS BRASIL EM CAJAZEIRAS-PB EDIÇÃO VIVENTE: KELY LAINNE BARBOSA DE BRITO

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1 RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO VER-SUS BRASIL EM CAJAZEIRAS-PB EDIÇÃO VIVENTE: KELY LAINNE BARBOSA DE BRITO QUINTO DIA ( ) TEMA: CENÁRIO DO SUS E REALIDADES INSTITUCIONAIS MANHÃ Inicialmente visitamos o Condomínio Residencial Cidade Madura em Cajazeiras-PB. Eu já conhecia o local e tinha ligações com a coordenadora Patrícia e alguns idosos, por isso a minha ida foi ainda mais especial. Ao chegarmos Patrícia deu todas as informações sobre o local, que é um projeto do governo, em que idosos autônomos ganham casas gratuitamente para morar com o custo apenas de suas necessidades como comida, água e luz. Eles tem total liberdade dentro do local, podem levar seus pertences, exceto animais, a idade precisa ser acima dos 70 anos e o principal fator para a admissão dos mesmos é a autonomia que devem possuir. Dentro do local há um posto de saúde com a presença de médico uma vez por semana e uma enfermeira diariamente no período da manhã, também há um policial que gera a proteção dos 53 idosos. Todos os moradores como sempre foram bem receptivos e interagiram bastante com a dinâmica feita pelo grupo, na qual colocamos musicas no ritmo de carnaval para eles dançarem, produzindo muita diversão e gargalhada.

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3 TARDE Primeiramente fomos a Instituição de Longa Permanência Lucas Zorn em Cajazeiras-PB, recepcionados pela responsável do local, que nos orientou sobre o perfil dos idosos, como foi fundado o local, qual era a forma de admissão, o funcionamento e a fonte de renda. O perfil dos idosos é dinâmico, alguns são impossibilitados de andar, enquanto outros são ativos, há presença de idosos com mal de Alzheimer, depressivos e com problemas mentais. Boa parte deles estão lá por abandono da família, outros por maus tratos e alguns por vontade própria. Eles aparentaram serem bem cuidados e calmos, quanto à estrutura do local, ela é bem antiga e precisa de reformas e existem enfermeiros, técnicos de enfermagem entre outros profissionais para dar a assistência, possibilitando um conforto melhor para esses idosos. Durante a intervenção eles se mostraram alegres, alguns choraram e nos fizeram chorar também, mesmo impossibilitados eles continham um brilho no olhar que ninguém poderia explicar. Para mim a visita foi muito marcante, pois me coloquei no lugar deles e fiquei anestesiada com os que são abandonados pela família, pois para mim a minha família é minha base, mas e se eu a perdesse? Ou seja, se as circunstâncias mudassem e eles não me quisessem mais por perto, o que eu faria? Eu refleti muito com a realidade deles e pretendo ir lá novamente. E o que mais me emocionou foi o intuito da responsável afirmar que nós alegramos a tarde deles e que de certa forma ajudamos, com tão pouco, apenas com um pandeiro de um idoso e nossas vozes para eles já era o suficiente, assim entendi o que Antoine de Saint quis dizer quando citou em seu livro: Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.

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5 No segundo momento da tarde visitamos a Instituição de Longa Permanência Joca Claudino em Cajazeiras-PB, fomos recepcionados pelo criador e responsável do local, que assim como os outros nos explicou sobre o funcionamento da instituição. A instituição é basicamente igual a do Luca Zorn, porém com mais idosos. Ela também é filantrópica e funciona através de doações e ajuda do poder publico, o perfil dos idosos é o mesmo e também existem profissionais da área as saúde para a assistência. Porém, o responsável ao decorrer do seu discurso cometeu alguns equívocos com poucos idosos presentes relativamente bem desastrosos e ofensivos, como exemplo havia uma mulher que quando nova era ativa na prostituição e ao envelhecer foi jogada na rua, em seguida levada para aquele lugar, ele usou palavras ruges para se referir a ela e com muitos outros idosos presentes, expondo a intimidade histórica deles que só deveria ser contada com a autorização dos mesmos.

6 No contato com os idosos eles foram bem abertos, mas vi que precisam de mais atenção, pois demonstraram muita carência emocional pelo fato da família não comparecer nas visitas. Alguns deles estavam doentes precisando de cuidados mais específicos e infelizmente não vi isso, todos eram tratados da mesma forma. NOITE Durante a noite houve uma oficina cujo tema era O cenário das Diretrizes do SUS e desafios da gestão em uma cidade do interior da Paraíba, com a facilitadora Edineide. Inicialmente foi comentado sobre a RAS, já que nos estávamos vivenciando toda a rede de atendimento, em seguida assim como Juliane no segundo dia de vivencias ela relatou um pouco da história do SUS. Após isto adentramos no tema da oficina, em que foi deixado claro que para ultrapassar os desafios de uma gestão é necessário conhecer os problemas, as potencialidade e tentar reverter às fragilidades presentes, também é necessário em determinadas situações realizar o planejamento estratégico situacional para que haja plenitude nos resultados.

7 Foi pautado também um pouco sobre o HUJB, mas já comentei sobre ele no quarto dia de vivencias. Enfim, Edineide finalizou expondo que com compromisso, pro atividade, participação e constância conseguimos construir um serviço de qualidade. Na avaliação do dia houve um dilema relativo ao comportamento do responsável da Instituição Joca Claudino, muitos afirmavam que era pelo fato dele ser intimo dos idosos e ter falta de conhecimentos, enquanto outros debatiam que mesmo sem conhecimento o que houve foi uma total falta de respeito e expor os idosos não é intimidade. Quanto a isso minha opinião já foi colocada acima. As visitas nos três ambientes foram de imensa importância pelo fato de haver uma diferença absurda entre as mesmas, nos deixando perplexos e reflexivos sobre o ser idoso. Em mim deixou a vontade de fazer mais por eles e mudar a minha forma de ver o mundo, tornando tudo mais simples e sendo mais grata pela vida.