Física IV Poli Engenharia Elétrica: 15ª Aula (07/10/2014)

Documentos relacionados
objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos

VIGAS HIPERESTÁTICAS - EQUAÇÃO DOS 3 MOMENTOS

Capítulo 39: Mais Ondas de Matéria

Dentro, a/2 < x < a/2: com: Ondas com a mesma amplitude nos 2 sentidos. Elas se combinam formando uma onda estacionária. Então podemos fazer A = B:

Aula-10 Mais Ondas de Matéria II

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena EEL

Material Teórico - Módulo Binômio de Newton e Triangulo de Pascal. Soma de Elementos em Linhas, Colunas e Diagonais. Segundo Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Módulo Binômio de Newton e Triangulo de Pascal. Soma de Elementos em Linhas, Colunas e Diagonais. Segundo Ano do Ensino Médio

Capítulo I Séries Numéricas

Secção 1. Introdução às equações diferenciais

2.2. Séries de potências

Instituto de Física USP. Física Moderna. Aula 25. Professora: Mazé Bechara

Método dos Mínimos Quadrados. Julia Sawaki Tanaka

Eletromagnetismo II 1 o Semestre de 2007 Noturno - Prof. Alvaro Vannucci

Material Teórico - Módulo de ESTATÍSTICA. As Diferentes Médias. Primeiro Ano do Ensino Médio

FÍSICA MODERNA I AULA 14

Instituto de Matemática e Estatística da USP MAT Cálculo Diferencial e Integral IV para Engenharia 2a. Prova - 2o. Semestre /10/2014

Aula 5 Teorema central do limite & Aplicações

Triângulos. O triângulo é uma figura geométrica muito. Para pensar. Nossa aula

Prof. Celso Módulo 12 Resposta em freqüência-diagrama de Nyquist RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA-DIAGRAMA DE NYQUIST

1 Formulário Seqüências e Séries

O poço de potencial infinito

O triângulo é uma figura geométrica muito. Você já sabe que o triângulo é uma figura geométrica de:

Capítulo 5. CASO 5: EQUAÇÃO DE POISSON 5.1 MODELO MATEMÁTICO E SOLUÇÃO ANALÍTICA

O Átomo de Hidrogênio

A linguagem matemática

Dessa forma, concluímos que n deve ser ímpar e, como 120 é par, então essa sequência não possui termo central.

Instituto de Física USP. Física V - Aula 25. Professora: Mazé Bechara

Séquências e Séries Infinitas de Termos Constantes

A linguagem matemática

A desigualdade de Jensen

Séries e aplicações15

Fundamentos de Análise Matemática Profª Ana Paula. Sequência Infinitas

Virgílio Mendonça da Costa e Silva

Instituto de Física USP. Física V - Aula 25. Professora: Mazé Bechara

2. COMBINAÇÃO LINEAR E DEPENDÊNCIA LINEAR DE VETORES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA OLIMPÍADA REGIONAL DE MATEMÁTICA PET MATEMÁTICA. Gabarito da Prova 2 a fase de 2008 Nível 3

Instituto de Física USP. Física V - Aula 22. Professora: Mazé Bechara

Fundamentos de Análise Matemática Profª Ana Paula. Números reais

( 1,2,4,8,16,32,... ) PG de razão 2 ( 5,5,5,5,5,5,5,... ) PG de razão 1 ( 100,50,25,... ) PG de razão ½ ( 2, 6,18, 54,162,...

Séries de Fourier. As séries de Fourier são séries cujos termos são funções sinusoidais.

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

11 Aplicações da Integral

5. ANÁLISE DE SISTEMAS DA CONFIABILIADE DE SISTEMAS SÉRIE-PARALELO

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

DERIVADAS DE FUNÇÕES11

Função Logarítmica 2 = 2

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática Departamento de Matemática

1.1. Ordem e Precedência dos Cálculos 1) = Capítulo 1

Capítulo 3. Sucessões e Séries Geométricas

Sistemas periódicos e teorema de Bloch

Física Moderna II

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia IV 2 o Semestre de a Lista de exercícios. x 2. + d) x. 1 2 x3. x x8.

n ) uma amostra aleatória da variável aleatória X.

Sequências Reais e Seus Limites

Gabarito do Simulado da Primeira Fase - Nível Beta

Capítulo II - Sucessões e Séries de Números Reais

Como se decidir entre modelos

-0,4-0,6 -0,9 -1,5 -3,4 -13,6 EXERCÍCIOS

Capítulo VII: Soluções Numéricas de Equações Diferenciais Ordinárias

Cap. VI Histogramas e Curvas de Distribuição

4.2 Numeração de funções computáveis

3. Seja C o conjunto dos números complexos. Defina a soma em C por

Instituto de Física USP. Física V - Aula 22. Professora: Mazé Bechara

XX OLIMPÍADA REGIONAL DE MATEMÁTICA DE SANTA CATARINA Resolução do treinamento 5 Nível 3

Exponenciais e Logaritmos (MAT 163) - Notas de Aulas 2 Prof Carlos Alberto S Soares

Representação em espaço de estado de sistemas de enésima ordem. Função de perturbação não envolve termos derivativos.

26/11/2000 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO VESTIBULAR PROVA 2 MATEMÁTICA. Prova resolvida pela Profª Maria Antônia Conceição Gouveia.

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.

AULA Subespaço, Base e Dimensão Subespaço.

ESTUDO DA SECAGEM DE BANANAS ATRAVÉS DO MODELO DE DIFUSÃO USANDO SOLUÇÕES ANALÍTICAS

Análise Matemática I 2 o Exame

CIRCUITOS MAGNÉTICOS LINEARES E NÃO LINEARES

Em linguagem algébrica, podemos escrever que, se a sequência (a 1, a 2, a 3,..., a n,...) é uma Progres-

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Cálculo Diferencial e Integral I Resolução do 2 ō Teste - LEIC

1. Definição e conceitos básicos de equações diferenciais

Ajuste de Curvas pelo Método dos Quadrados Mínimos

Instituto de Física USP. Física V - Aula 23. Professora: Mazé Bechara

Matemática. B) Determine a equação da reta que contém a diagonal BD. C) Encontre as coordenadas do ponto de interseção das diagonais AC e BD.

DESIGUALDADES, LEIS LIMITE E TEOREMA DO LIMITE CENTRAL. todas as repetições). Então, para todo o número positivo ξ, teremos:

Numeração de funções computáveis. Nota

Eletromagnetismo II. 15 a Aula. Professor Alvaro Vannucci

O PROBLEMA DE TRANSPORTES SOB A ÓTICA DOS MODELOS DE EQUILÍBRIO ESPACIAL DE MERCADO

CPV O cursinho que mais aprova na fgv

Provas de Matemática Elementar - EAD. Período

A letra x representa números reais, portanto

Algoritmos de Iluminação Global

FORMAS QUADRÁTICAS. Esta forma quadrada pode ser reescrita em forma matricial, segundo:

MAE Introdução à Probabilidade e Estatística II Resolução Lista 2

Curso:... Prova de Computação Numérica (21021) Data: 2 de Fevereiro de Classificação: ( )... Prof. que classificou a prova:...

ÁLGEBRA. Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores LEEC Ano lectivo de 2002/2003

Números primos, números compostos e o Teorema Fundamental da Aritmética

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DA PROVA DE MATEMÁTICA A DO ENSINO SECUNDÁRIO (CÓDIGO DA PROVA 635) 2ª FASE 22 DE JULHO 2016 GRUPO I

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 11.º Ano Versão 5

DFS Série Discreta de Fourier DFT Transformada Discreta de Fourier Convolução Circular

Estimadores de Momentos

Sequências, PA e PG material teórico

Matemática A Extensivo V. 6

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

Transcrição:

Física V Poi Egeharia Eétrica: 15ª Aua (7/1/14) Prof. Avaro Vaucci Na útima aua vimos: Partícua presa a um poço de potecia ifiito (1D) Equação de Schrödiger (U = ): d dx m E K ; K me ikx Soução:. A' e B' e part ivre ikx Apicado as codições de cotoro ( x ) ( xl) obtivemos: B' A' = h K (subst K) E ; 1,,3,... L 8mL Auto-Vaores de Eergia Fução de oda correspodete: (x) Asi x L (ormaizado) (x) si x ; L L 1,,3... (Auto-Fuções do poço ifiito) Equato que as distribuições de probabiidades de se ecotrar a partícua em uma posição x (quado o sistema ecotra-se em um determiado estado quâtico) são dadas por: (x) si x L L

Vejamos agora o probema do poço de potecia fiito U, de argura L, sedo E ( E U) a eergia tota da partícua. Resover este probema (como todos os outros) sigifica ecotrar as auto-fuções e os respectivos autovaores de eergia E quâticos permitidos para a partícua. correspodetes aos vários estados Em particuar, a região temos que U e, portato, a soução da equação de Schrödiger será a mesma já obtida a situação aterior do poço de potecia ifiito: Ae A e ikx 1 ikx Porém, as regiões e, peo fato do potecia ser U U, a equação de Schrödiger agora tora-se: d U E m dx costate De ode vemos ovamete que a fução que satisfaz esta equação diferecia deve ser ta que, em derivado-a duas vezes, temos como resutado ea mesma! Cosiderado etão uma fução expoecia do tipo: Kx d Kx d Kx ' " e Ke K e dx dx Substituido e " a equação de oda acima: Note: as codições de cotoro de ates ão mais servem para este caso Kx K e U m E e Kx K m U E Ou seja, obtivemos a soução particuar: ( x) e, sedo a costate K dada acima (Note que se U < E, o expoete tora-se compexo!) Porém, da mesma forma, observa-se que ( x) e também é uma soução (particuar). De forma que a soução gera será a combiação iear destas souções particuares: Kx Kx

( x) B e e kx B kx 1 e ( ) 1 kx C kx x C e e ; sedo que K váido tato para as regiões () e () m U E Verifiquemos agora quais são as codições que a fução de oda do sistema deve satisfazer, ou seja, vamos idetificar as codições de cotoro do probema. Se a partícua ecotra-se circuscrita ao poço de potecia, certamete a probabiidade dea ser ecotrada em regiões muito afastadas deve ser ua, ou seja: apicado a equação acima C1 e, portato, Ce (i) x (x positivos e, portato, decaimeto expoecia) apicado a equação acima B e, portato, B1 e (ii) x (x egativos e, portato, ovamete decaimeto expoecia) Note que sobraram aida quatro costates para serem determiadas. Três deas são obtidas impodo a cotiuidade das fuções de oda e suas derivadas: x x e x L x L x x e ' x L ' x L ' ' A útima costate será fiamete determiada impodo a ormaização da fução de oda. A soução fia, após todos os cácuos serem reaizados, são mostrados a figura abaixo. kx kx Note, da figura (b), que há uma probabiidade diferete de zero da partícua ser ecotrada fora do poço! Observe que há também posições x, o iterior do poço, as quais a partícua uca será ecotrada!

Este resutado também coduz ao caso muito especia de uma partícua atigido uma barreira de potecia de atura fiita U e argura L, sedo a eergia da partícua E U. Do poto de vista cássico, a partícua sempre será refetida ao atigir a posição x ; mas resovedo o probema quaticamete, obtedo as souções correspodetes da Equação de Schrödiger (de maeira semehate ao que fizemos ateriormete), observa-se que haverá uma probabiidade diferete de zero da partícua ser detectada em posições x L! Esta "probabiidade de tueameto" deve ser ta que a soma dos coeficietes de trasmissão (probabiidade de atravessar) e refexão (probabiidade de ão atravessar) tem que ser igua a um: T R 1 Uma expressão aproximada para T, bastate úti, é: CL T ~ e ; C m( U E) Vamos agora resover o átomo de hidrogêio correspodete ao poço de potecia atrativo represetado por Ke U r, sedo que r correspode à distâcia próto-próto e 1 K. 4 Este poço de potecia atrativo é mostrado a figura ao ado e o probema deve ser resovido em 3D, utiizado-se as coordeadas esféricas (devido à geometria do probema). Desta forma, a equação de Schrödiger correspodete será: Ke E m r, Ode devemos utiizar o operador apaciao em coordeadas esféricas: 1 1 1 r si r r r r si r si Esta equação diferecia pode ser resovida apicado o Método de Separação de Variáveis, que assume ser possíve fazer: r,, R( r) ( ) ( )

Este processo resuta em três equações difereciais distitas (uma para cada coordeada) de forma que as souções (para cada uma deas) correspoderão a: R ( r) e G, G Poiômios de Laguerre m Zr a m ( ) se F s Zr Zr a a m co, F m Poiômios de Legedre im ( ) e apeas, devido à simetria do probema Nestas equações, a,53å Raio cássico de Bohr mke ( estado fudameta ), e m correspodem aos úmeros quâticos pricipa azimuta (ou orbita) e magético, respectivamete, de forma que os vaores que ees podem assumir são: 1,,3,...,1,,3,..., 1 m, 1,,...,,1,,...,, 1, associado ao mometo de dipoo magético do eétro em órbita ao redor do próto Note que pode ter vaores possíveis, equato que o vaores permitidos. m pode assumir 1 Resovedo o probema, obtém-se que as eergias dos estados permitidos do hidrogêio são dados por: E Ke a 1 13,6 ( ev ) cocorda com a equação obtida por Bohr! Por razões históricas, os estados quâticos represetados por formam uma camada eetrôica ao redor do úceo, idetificada peas etras maiúscuas K 1, L, M m 1,... Equato que as subcamadas, represetadas por vaores específicos de são desigadas por etras miúscuas (veja ao ado). Por exempo, o estado quâtico 3s correspode a 3, 1. O estado quâtico s correspode a, e o estado d ão pode existir, já que o maior vaor possíve de é 1 1!

Exempo: detifique os estados possíveis do hidrogêio correspodetes a, e cacue as eergias destes estados. Resoução: m m 1 1 m m 1 e como a eergia: E 13,6 ( ev ) só depede de todos estes estados têm E 3,4 ev Apêdice: Osciador Harmôico Simpes Outro sistema muito iteressate trata-se do Osciador Harmôico Simpes: sedo que: F Kx e U Kx m x 1/ 1/ ; com Km. Cassicamete, desocado-se e sotado a partícua presa à moa, ea oscia etre x A e x A, com E K U KA m A 1/ 1/. Também, quaquer vaor de E é permitido e pode-se icusive ter E (repouso) em x. Abordagem quâtica: Equação de Schrödiger: d 1 d me m x m x E m dx dx Só apresetado, as autofuções serão: m x C H xe m x bastate compicada de ser resovida! C Costates de Normaização ( x ) dx 1, p/ cada estado H H 1 H1 x m x Poiômios de 4 ;,1,... Hermite : H x... Agus vaores:

1 Equato que os auto-vaores de eergia são: E ;,1,,3... 1 3 Note que, para íve mais baixo de eergia: E ; E1 ;... eergia do poto zero Diagrama dos íveis de eergia de um osciador harmôico simpes. Observe que os íveis estão iguamete espaçados, com uma separação igua a. A eergia do poto zero é. A figura abaixo mostra o para os três primeiros estados do osciador harmôico simpes juto com a previsão cássica. Observe que, coforme o vaor de aumeta, maior é a cocordâcia etre as duas previsões (Pricípio da Correspodêcia):

Exercício: Mostre que a fução de oda correspodete ao estado fudameta do Osciador Harmôico Simpes (o estado U Kx m x 1/ 1/. Resoução: ) é Be m x ; embrado que Para mostrar isso, precisamos mostrar que essa fução satisfaz a equação de Schrödiger com U 1/ Kx (sabedo que a eergia do poto zero deve ser E ): Derivado a fução: d m dx 1 K x E. m Be x m x x m m x m Be Bxe x m x x Substituido: m m x Be m m x 1 K x E Be m x m 1 iguaado os coeficietes do poiômio x K x E correspodetes aos mesmos expoetes de x E k m k / m