FARMACOCINÉTICA CLÍNICA. Prof. Dr. André Luiz de Moura

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1 FARMACOCINÉTICA CLÍNICA Prof. Dr. André Luiz de Moura 1

2 Quem sou? Formação Acadêmica: - Farmacêutico Bioquímico Universidade Metodista de Piracicaba - Mestre em Biologia Funcional e Molecular (fisiologia) UNICAMP - Doutor em Ciências (farmacologia) UNIFESP Área de atuação (profissional): - Drogarias - Laboratório de análises Clínicas - UBS (bolsista trabalho UNIMEP) Área de atuação (educação): - Professor Farmacologia, Farmacoterapia, Parasitologia - Coordenador de Curso de Farmácia (graduação) - Professor pós-graduação Lato-Sensu

3 FARMACOCINÉTICA 1- Farmacocinética Clínica importância 2- Modelos empregados na farmacocinético 3- Curva concentração plasmática X tempo e Parâmetros Farmacocinéticos absorção distribuição metabolismo excreção 4- Esquemas Posológicos 3

4 Avaliação Avaliação contínua e participativa Atividades Específicas Modalidade Peso 1. Participação e assiduidade individual 2,0 2. Cálculo de parâmetros farmacocinéticos individual 3,0 3. Avaliação grupo 5,0 Total 10,0 4

5 Bibliografia Básica LEBLANC, P.P. Tratado de Biofarmácia e Farmacocinética. Lisboa:Instituto Piaget, p. GONÇALVES, J E; NELLA GAI, M; ROSSI DE CAMPOS, D; STORPIRTIS, S. Farmacocinética - Básica e Aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p. THOMAS N. TOZER; MALCOLM ROWLAND. Introdução à Farmacocinética e à Farmacodinâmica: As Bases Quantitativas da Terapia Farmacológica. Edit. Artmed p. FERREIRA, R.C. Bulário explicativo. Ed. Rideel p. Bibliografia Complementar CRAIG, C. R.; STITZEL, R. E. Farmacologia Moderna com Aplicações Clínicas. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p. F.D.FUCHS, L.WANNMACHER E M.B.C.FERREIRA. Farmacologia Clínica: Fundamentos da Terapêutica Racional. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p. GOLAN, D. E. Princípios de Farmacologia: a Base Fisiopatológica da Farmacoterapia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p. GRAHAME-SMITH, D. G; ARONSON, J. K. Tratado de Farmacologia Clínica e Farmacoterapia. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. HARDMAN, J. G; LIMBIRD, L. E; MOLINOFF, P. B. GOODMAN & GILMAN: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 10 ed. Rio de Janeiro: Mac Graw Hill, p. KATZUNG, B.G.; Farmacologia Básica & Clínica. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. LAUBANE, J.P. Farmacocinética. São Paulo: Editora Andrei, p.; RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M.; Farmacologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. SILVA, P.; Farmacologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 5

6 Porque usamos drogas? Para aumentar a qualidade e tempo de vida. Para curar, suprimir ou prevenir e diagnosticar diversas patologias.

7 Princípios básicos de Farmacologia clínica: Farmacocinética - Farmacodinâmica Distribuição do fármaco nos tecidos ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO Dose de fármaco administrada Fármaco no sistema circulatório Droga metabolizada e/ou excretada METABOLISMO EXCREÇÃO FARMACOCINÉTICA (PK) O QUE O ORGANISMO ESTÁ FAZENDO COM O FÁRMACO Fármaco no sítio de ação EFEITO FARMACOLÓGICO FARMACODINÂMICA (PD) O QUE O FÁRMACO ESTÁ FAZENDO COM O ORGANISMO

8 FARMACOLOGIA Drogas Fármacos Medicamento Manitol, lactose, amido, sacarina sódica, essência de tuti fruti, ácido esteárico, etc.

9 FARMACOLOGIA

10 FARMACOCINÉTICA

11 DEFINIÇÃO Área da farmacologia responsável por estudar os fenômenos envolvidos com a concentração plasmática do fármaco no decurso do tempo após administração de uma dose do mesmo. Está relacionada com a absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos (ADME). 12

12 O QUE PERMITE OS ESTUDOS DE FARMACOCINÉTICA? Avaliar o sucesso ou insucesso de uma terapêutica Um meio de avaliar a extensão e velocidade de chegada do fármaco ao seu local de ação Previsão e compreensão de efeitos secundários dos fármacos Prever condições não testadas experimentalmente, tais como dosagens, intervalos de administração, etc. Prever níveis teciduais, mesmo sem amostras dos mesmos Comparar resultados entre diferentes indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes. Descrever matematicamente o organismo 13

13 14

14 O principal ponto de partida para estudos farmacocinéticos a curva concentração plasmática da droga X tempo O que se espera dessa curva? concentração plasmática obtenção de um efeito desejado a maneira de se administrar a droga (dose e intervalo entre doses) deve ser tal que faça com que a concentração plasmática esteja (pelo menos durante certo tempo) dentro da faixa terapêutica 15

15 ÍNDICE TERAPÊUTICO Hipnose DE 100 morte DL 100 DE DL 50

16 - Importante: Índice terapêutico (I.T.) do fármaco Fármacos podem apresentar: - amplo I.T. uma ampla faixa de concentração que leva ao efeito requerido ("janela terapêutica ) ou estreita janela terapêutica (I.T. < 10) Índices terapêuticos de alguns fármacos utilizados na prática clínica Índices Terapêuticos Menor que 5,0 Entre 5,0 e 10 Maior que 10 Amitriptilina Barbitúricos Paracetamol Clordiazepóxido Diazepam Propoxifeno Metadona Digoxina Nortriptilina Procainamida Imipramina Hidrato de cloral 17

17 Margem de Segurança 18

18 19

19 MODELOS FARMACOCINÉTICOS - PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS - ZERO ORDEM - PRIMEIRA ORDEM - MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO - MONOCOMPARTIMENTAL - BICOMPARTIMENTAL

20 PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS CINÉTICA QUÍMICA As reações ocorrem em uma certa velocidade (rate, taxa). Cada reação tem uma constante de velocidade (k). cinética química estuda a velocidade na qual uma reação química ocorre, e os fatores que afetam essa velocidade. - determinação de como a reação ocorre Para caracterizar o comportamento cinético da reação, é adequado determinar como a velocidade da reação varia ao longo do tempo. 21

21 PROCESSOS CINÉTICOS CINÉTICA QUÍMICA Existem vários tipos de reações (ou processos) A + C k 1 k 2 B A k B A + C k B A k B A k B A k 1 k 2 AP 22

22 CINÉTICA QUÍMICA O tipo de relação da velocidade da reação com a concentração dos diferentes termos da reação vai variar conforme a complexidade da reação (número de termos, participação de cada termo etc.). A + C k B A k B Ordem de uma reação As reações podem ser classificadas conforme quais ou quantos termos da reação estão influindo nessa velocidade. Indica o número dos termos cuja concentração estaria afetando o processo. Ordem zero a concentração de nenhum dos termos afeta a velocidade do processo Primeira ordem - a concentração de só um dos termos afeta a velocidade do processo 23

23 Reações de ORDEM ZERO ( zero order ) a concentração de nenhum dos termos afeta a velocidade do processo uma mesma quantidade da droga sofre o processo na unidade de tempo r rate, velocidade, taxa não se altera com mudanças da concentração da droga k (mol/l/seg) constante de velocidade não se altera (em condições normais) [A] (mol/l/seg) A A + C concentração da droga (mol/l) k k B B 24

24 Reações de PRIMEIRA ORDEM ( first order ) a concentração de só um dos termos afeta a velocidade do processo uma mesma proporção da droga sofre o processo na unidade de tempo r rate, velocidade, taxa é alterada com alterações k constante de velocidade [A] (mol/seg) não se altera (em condições normais) (mol/l/seg) concentração da droga (mol/l) A A + C k k B B na concentração da droga 25

25 ORDEM ZERO PRIMEIRA ORDEM 26

26 MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO 27

27 28

28 MONOCOMPARTIMENTAL Distribuição do fármaco é quase que instantânea (ex.: aminoglicosídeos 15 a 30 min. após a administração. Assume-se que neste caso não há diferença entre os diversos tipos de tecidos do organismo (um único recipiente) 29

29 MONOCOMPARTIMENTAL C 0 : concentração plasmática inicial (equilíbrio com todos os sistemas) 30

30 BICOMPARTIMENTAL OU MAIS Distribuição do fármaco não é instantânea (ex.: vancomicina 1 a 2 H após a administração. Assume-se que neste caso o fármaco inicialmente está em maior concentração no plasma e, lentamente se distribui para os tecidos (compartimento periférico) até que alcance o equilíbrio cinético 31

31 BICOMPARTIMENTAL distribuição C 0 32

32 33

33 FARMACOCINÉTICA a curva concentração plasmática da droga X tempo O padrão da curva depende: absorção distribuição metabolismo excreção 34

34 Curva concentração plasmática da droga x tempo A curva reflete: o conjunto de processos que determinam o percurso da droga pelo organismo e com qual velocidade a droga se locomove pelo organismo 35

35 Como determinar detalhes sobre a farmacocinética de uma droga? Como se chega à posologia ideal; como manipular a curva sem ser de forma aleatória? Como determinar, em dois grupos populacionais diferentes (ex: adulto / idoso; saudável / patológico, etc.) quais etapas da farmacocinética de uma droga estão alteradas? por meio de parâmetros farmacocinéticos obtidos na sua maioria a partir da curva concentração plasmática X tempos e pela análise matemática desses parâmetros O que são parâmetros farmacocinéticos? parâmetros farmacocinéticos são valores que refletem um determinado processo, ou um conjunto de processos, sofrido pela droga no organismo 36

36 PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS C max - concentração plasmática máxima t max tempo para atingir a concentração plasmática máxima AUC área sob a curva Taxa de absorção velocidade de absorção Extensão de absorção o quanto da droga foi absorvida Biodisponibilidade - fração da droga absorvida que chega intacta à circulação sistêmica Volume de distribuição - medida do espaço aparente do corpo capaz de conter a droga Depuração - medida da eficiência do corpo em eliminar irreversivelmente a droga Meia vida de eliminação tempo necessário para reduzir a quantidade de droga no plasma à metade Ke constante de eliminação 37

37 38

38 Parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos de algumas drogas 39

39 Constante de eliminação ln(cp 1 /Cp 2 ) Ke = T 1 -T 2 t 1/2 = Meia Vida ( t 1/2 ) 0,693 X Vd Cl t 1/2 = 0,693 K eliminação 40

40 Como esses parâmetros podem ser usados para se chegar a dose certa? Por meio de equações matemáticas que prevê em uma situação desejada Vd = volume de distribuição F = biodisponibilidade D = dose t = intervalo entre doses Cl = clearance t 1/2 = meia vida Css = concentração plasmática em equilíbrio 41

41 Parâmetros Farmacocinéticos ABSORÇÃO X BIODISPONIBILIDADE 42

42 ABSORÇÃO Fenômeno indicativo de que droga deixou seu local de administração para alcançar a corrente sanguínea ou linfática 43

43 FATORES QUE ALTERAM A ABSORÇÃO Relacionados ao organismo Via de administração Fluxo sanguíneo local Velocidade de esvaziamento gastrintestinal Patologias (úlcera gastroduodenal) P-glicoproteínas Efeito de primeira passagem ph do meio Relacionados ao fármaco Forma farmacêutica Volume de líquido utilizado para ingestão FF Lipossolubilidade do ativo Peso molecular Estabilidade química Coeficiente de partição óleo/água Concentração no local de administração Biodisponibilidade pka 44

44 ADMINISTRAÇÃO POR VIA ORAL 45

45 P-glicoproteína 46

46 47

47 48

48 49

49 50

50 Efeito de primeira-passagem 51

51 RELAÇÃO ph x pka 52

52 Hidrossolubilidad e Lipossolubilidade grau de ionização ph do meio Ka BH B - + H + pka = ph no qual 50% das moléculas estão na forma ionizada e 50% na forma neutra ph do meio e pka do fármaco definem a absorção 53

53 55

54

55 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 57

56 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 58

57 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 59

58 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 60

59 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 61

60 Efeito do ph sobre a ação do omeprazol 62

61 BIODISPONIBILIDADE (F)

62 Administração Absorção BIODISPONIBILIDADE (F) Distribuição EFEITO

63 BIODISPONIBILIDADE (F) Fração da droga que atinge a corrente sanguínea sistêmica na sua forma inalterada 65

64 BIODISPONIBILIDADE (F) Via de administração com 100% Via de administração com = 100% Entérica Oral Sublingual Retal Parenteral Intravenosa Intra-arterial Parenteral Subcutânea Intramuscular Tópica Transdérmica inalatória 66

65 Vamos pensar Se considerarmos a necessidade de substituir a forma farmacêutica de um fármaco de baixo índice terapêutico como a digoxina, partindo de um comprimido (Cp) que possui dose de 0,25 mg, para um Elixir (Elx) com dose 0,05 mg/ml. Quantos ml deve receber o paciente? (Cp) F=63% (Elx) F= 75% Elx Dose 0,05 mg/ml F= 75% 0,75 Corr. 0,05 mg/ml x 0,75 = 0,037 mg/ml Cp Dose 0,25 mg F= 63% 0,63 Corr. 0,25 mg x 0,63 = 0,1575 mg Ajuste da dose 0,037 mg 1 ml 0,1575 mg X 67 X = 0,1575 ml 0,037 X = 4,25 ml

66 Exercício! Se a biodisponibilidade (F) para um comprimido de 100 mg é 0,70 comparado com a biodisponibilidade de uma forma injetável do mesmo fármaco (1,0); ao se substituir o comprimido pelo injetável, quantos mililitros deste ultimo, que contem 40 mg/ml, serão considerados equivalentes? Cp = 100 mg x 0,7 Cp 70 mg Inj = 40 mg/ml 1 ml mg X mg X = 70 ml/40 X = 1,75 ml C1 x V1 = C2 x V2 100 mg x 0.7 = 40 mg/ml x X 40 ml X = 70 X = 70/40 ml X = 1,75 ml 68

67 ÁREA SOB A CURVA (AUC) A AUC descreve a concentração da droga na circulação sistêmica em função do tempo (de zero a infinito). Reflete a exposição do corpo à droga Area Under the Curve (AUC) Measures Total Drug Exposure 69

68 AUC: Área Sob a Curva, determina a quantidade de droga presente no plasma do paciente em um intervalo de tempo. (mg/l.h) 70

69 APLICABILIDADE DA ÁREA SOB A CURVA

70

71 DISTRIBUIÇÃO 76

72 administração distribuição

73 Sistema: - Monocompartimental - Bicompartimental/mais 78

74 FATORES QUE PODEM ALTERAR A DISTRIBUIÇÃO O que determina o volume de distribuição de uma droga? características da droga lipossolubilidade ou hidrossolubilidade, estado de ionização, capacidade de ligação às proteínas e/ou aos tecidos. Características do indivíduo - Constituição física - teor de gordura (obesidade; homem e mulheres) - área corpórea - Idade - crianças maior proporção de água corpórea, menor quantidade de proteínas plasmáticas - idosos menor proporção de água corpórea, menor massa muscular, maior proporção de gordura - Patologias - problemas cardiovasculares - hepatopatias - problemas renais (edema) 79

75 Influência do teor de gordura no volume de distribuição Drogas com diferentes coeficientes de partição óleo/água Teor de gordura normal água total do corpo = 70% do peso obeso água total do corpo = 50% do peso 80

76 Parâmetros relacionados à fase de distribuição Volume de distribuição Ligação às proteínas plasmáticas 81

77 Volume de Distribuição É o volume aparente necessário para a droga estar distribuída homogeneamente entre o sangue e os tecidos. 82

78 Vd alto implica que a droga esta amplamente localizada nos tecidos Vd baixo implica que a droga esta amplamente contida no espaço vascular

79 Exercício!! Um fármaco é administrado na dose de 0,5 mg e possui Cp de 18,7 µg/l. Calcule o Vd. 84

80 Ligação às proteínas plasmáticas (%) Albumina substâncias ácidas; - diminuída em muitos estados patológicos, como sepse 1 -glicoproteína ácida - substâncias básicas; - aumentada em muitos processo patológicos, como processo inflamatórios agudos. Globulina substâncias hormonais, Vit. ligação às proteínas plasmáticas geralmente leva a um aumento do t 1/2 85

81 Ligação às proteínas plasmáticas (%) CORREÇÃO DE FENITOÍNA SÉRICA PELA ALBUMINA CL CR = < 10mL/min CL CR = 10mL/min 86

82 Caso clínico Paciente, homem, 58anos. Peso: 50Kg Altura: 1,70cm Recebendo dose de 100mg 12/12h VO de fenitoína. Dosagem do nível de fenitoína: 2µg/mL (faixa terapêutica: 10-20µ/mL) Resultados dos exames do paciente ---> albumina g/dl - 0,6 Cl Cr = 80 ml/min Biodisponibilidade: 70% Vd: 0,75L/Kg T1/2: 8horas Ligação com proteínas plasmáticas: 90%. Fencor = Fen. ser. 0,2 x alb + 0,1 Fencor = 2 0,2 x 0,6 + 0,1 Fencor = 9,09µg/mL 87

83 CÁLCULO DE AJUSTE PARA ADMINISTRAÇÃO EM DOSE ÚNICA 88

84 Ajuste de Dose Única Ex: Dose = C eficaz x Vd Deseja-se administrar um dado medicamento por via intravenosa para obter uma concentração plasmática de 10µg/L. sabe-se que o Vd da droga é 20 L; portanto, qual dose será necessária? Dose = 10µg/L x 20L = 200 µg Para a via oral tem que ser considerada a biodisponibilidade (F) Ex: se F for 50% Dose = 10µg/L x 20L = 400 µg 0,5 89

85 Parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos de algumas drogas 90

86 Exercício! Qual deverá ser a dose aproximada de paracetamol que uma paciente de 65Kg deverá receber para atingir uma Ce de 12 mg/l? 91

87 CLEARANCE OU DEPURAÇÃO

88 Parâmetros relacionados à fase de eliminação Depuração (Clearance) depuração renal depuração hepática 93

89 Clearance - CL - (ml/min) Descreve a eficiência de eliminação irreversível da droga do corpo Clearance sistêmico clearance total Os principais órgãos que conseguem retirar a droga do organismo são os rins e o fígado. CL sistêmico = CL renal + CL hepático + CL outros 94

90 Clearance - CL - (ml/min) Clearance renal fluxo sanguíneo renal filtração glomerular secreção tubular reabsorção tubular fluxo (Q) capacidade intrínseca Clearance hepático fluxo sanguíneo hepático atividade enzimática atividade biliar clearance CL = fluxo sanguíneo x razão de extração CL = Q. E CL = ml/min CL = Vd. Ke CL = 0,693. Vd T 1/2 CL = D. F AUC CL = Tax infusão Css 95

91 Clearance de Creatinina (Equação de Cockroft & Gault) Homem: Clearence de Creatinina = (140-Idade) x Peso(kg) (Creatinina Sérica x 72 Mulher: Clearence de Creatinina = (140-Idade) x Peso(kg) (Creatinina Sérica x 72) x 0,85 96

92 Exemplo: Encontre a taxa de depuração de creatinina para um paciente sexo masculino de 75 anos, peso 82 kg, e valor de creatinina sérica de 3 mg/dl Homem: Clearence de Creatinina = (140-Idade) x Peso(kg) (Creatinina Sérica x 72 Cl Cr = (140-75) x 82 (3 x 72) Cl Cr = Cl Cr = 24,6759 ml/min 97

93 METABOLISMO OU BIOTRANSFORMAÇÃO 98

94 OBJETIVOS DA BIOTRANSFORMAÇÃO Transformar compostos lipossolúveis, em substâncias mais hidrossolúveis para facilitar a excreção. Transformar compostos ativos em compostos inativos e/ou vice-versa 99

95 BIOTRANSFORMAÇÃO Qualquer alteração que ocorra na estrutura de uma substância, dentro do organismo Principais locais de biotransformação: Fígado TGI Plasma Pulmões Rins Outros locais 100

96 101

97 102

98 ENZIMAS ENVOLVIDAS COM A FASE I 103

99 FAMÍLIAS DE CYP 104

100 ENZIMAS ENVOLVIDAS COM A FASE II 105

101 GLICORONIDAÇÃO 106

102 GLUTATIONAÇÃO 107

103 FATORES AMBIENTAIS A atividade de uma determinada proteína (enzimas, transportadores) pode ser alterada pela exposição à substâncias exógenas (xenobióticos). 108

104

105

106 111

107 t 1/2 (meia vida; half-life) A meia vida é o tempo requerido para que a concentração inicial de um reagente seja reduza à metade da quantidade inicial. ORDEM ZERO PRIMEIRA ORDEM 112

108 Para qualquer outra ordem de reação que não a de primeira ordem, a meia vida não é constante e muda conforme a reação vai ocorrendo. Por essa razão o termo meia vida é mais usado para descrever processos de primeira ordem. Primeira Ordem A meia vida está diretamente relacionada à constante de velocidade (em reações de primeira ordem) conforme a equação ln [A] [A] 0 = k. t ln [50] [100] = k. t ln(0,5) = k. t 1/2, ln(0,5) = k. t 1/2, k = ln (0.5) / t 1/2 t ½ = / k 113

109 Ke (constante de eliminação) Ke = ln(cp 1 /Cp 2 ) T 1 -T 2 Ke = ln(8μg/ml/2μg/ml) 2h-8h ln(4) Ke = -6h 1,3862 Ke = -6h Ke =-0,231 h

110 AJUSTE PARA ADMINISTRAÇÃO EM INFUSÃO CONTÍNUA Dose de manutenção endovenosa Dose/hora = Css X Vd X 0,693 t 1/2 115

111 Ajuste de dose por INFUSÃO ENDOVENOSA Objetivo Manutenção da droga na faixa terapêutica desejada (Css) por longos períodos quando a dose administrada for estado de equilíbrio dinâmico igual a quantidade eliminada da droga no organismo taxa de administração deve ser igual à taxa de eliminação. (taxa de entrada) (taxa de saída) 116

112 INFUSÃO ENDOVENOSA taxa de administração = taxa de eliminação 117

113 INFUSÃO ENDOVENOSA taxa de administração = taxa de eliminação taxa de eliminação = CL x CA taxa de administração = CL x Css Exemplo: paciente asmático (70 kg) deverá ser medicado com teofilina. O nível sanguíneo terapêutico ideal é conhecido, sendo de 10 mg/l. A depuração da teofilina em condições normais é de 2,8L/h/70 kg. A droga será dada por infusão endovenosa, portanto F=1. taxa de administração = CL x CA = 2,8 L/h x 10 mg/l = 28 mg/h 118

114 AJUSTE PARA ADMINISTRAÇÃO EM REGIME DE MULTIPLAS DOSES Doses repetidas para se chegar à Css eficaz Css = F X D t X Cl o u Css = F X D X t 1/2 t X Vd X 0,693 Vd = volume de distribuição F = biodisponibilidade D = dose t = intervalo entre doses Cl = clearance t 1/2 = meia vida Css = concentração plasmática em equilíbrio 119

115 Ajuste de dose MULTIPLAS ADMINISTRAÇÕES Para via oral considerar a biodisponibilidade (F) Dose de manutenção x F = taxa de administração x intervalo entre doses Sem o valor do clearance, mas com os valores de Vd e da t 1/2 : t 1/2 = 0,693 X Vd Cl D X F = Css X t X Vd X 0,693 t 1/2 120

116 ADMINISTRAÇÃO ORAL EM MULTIPLAS DOSES taxa de administração = taxa de eliminação taxa de eliminação= CL x CA taxa de administração x F = CL x Css Exemplo: paciente asmático(70 kg) deverá ser medicado com teofilina. O nível sanguíneo terapêutico ideal deve ser mantido em 10 mg/l. A depuração da teofilina em condições normais é de 2,8L/h/70 kg. A droga será administrada por via oral em regime de 8h, e portanto, F=?. Google = theophylline tablets oral bioavailability 121

117 ADMINISTRAÇÃO ORAL EM MULTIPLAS DOSES Exemplo: paciente asmático(70 kg) deverá ser medicado com teofilina. O nível sanguíneo terapêutico ideal deve ser mantido em 10 mg/l. A depuração da teofilina em condições normais é de 2,8L/h/70 kg. A droga será administrada por via oral em regime de 8 h, e portanto, F=96%. taxa de administração x F = CL x CA x t D x 0,96 = 2,8 L/h x 10 mg/l x 8 h D = 224 mg 0,96 D = 233,33 mg/8h 122

118 FIM Prof. Dr André Luiz de Moura 123

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