PRINCIPIOS DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EDUCAÇÃO E MUSEUS
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- João Gabriel Teves Beretta
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1 PRINCIPIOS DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EDUCAÇÃO E MUSEUS
2 DIMENSÕES DO MUSEU: CIENTIFICA: produção do conhecimento EDUCATIVA: conduzir o público a reflexão; SOCIAL: se realiza medida em que cumpre as duas outras funções Plano Nacional de Cultura: A dimensão cidadã fundamenta-se no princípio de que os direitos culturais fazem parte dos direitos humanos e devem constituir-se como plataforma de sustentação das políticas culturais. Essa dimensão está garantida na Constituição Brasileira.
3 EXPOSIÇÃO/PROCESSO CURATORIAL Componentes da cadeia operatória: Planejamento (organiza a instituição); Arquitetura ( determina o espaço museal); Conservação (manutenção da materialidade dos objetos); Documentação (organização da informação sobre os objetos); Segurança (acervo e o público); Expografia (discursos expositivos); Ação Educativo-Cultural (interação com o público); Avaliação ( compreensão sobre o processo);
4 MUSEOGRAFIA: conjunto de técnicas que possibilitam a evidenciação do fato museal. Organizadas em dois grandes grupos: Salvaguarda (coleta/estudo, documentação, conservação, armazenamento e segurança); Comunicação (exposição, projetos educativos, ação sócio-cultural e avaliação).
5 SERVIÇO EDUCATIVO: Projetos elaborados pelos museus, a partir de seu perfil e propostas comprometidos diretamente com o atendimento do publico infantojuvenil escolar e com atenção especial ao professor. AÇÃO CULTURAL: Projetos elaborados para atender á expectativa dos diferentes tipos de público (3ª idade, minorias socio-culturais, comunidades) e em alguns casos seu desenvolvimento conta com a colaboração direta dos participantes.
6 CONSENSOS: Tem caráter informal; É vista pelos profissionais da educação como complementar e como recurso didático pedagógico ao currículo escolar; Tem como ponto de partida o objeto (museus tradicionais); PRINCIPIOS: Desenvolver atividades voltadas para a fruição dos bens patrimoniais; Tornar claro a atuação dos museus; Despertar vocações; Abolir preconceitos (tolerancia à diferenças)
7 As crescentes mudanças provocadas na sociedade do pósguerra suscitaram profundos questionamentos quanto à estrutura tradicional dos museus; Buscando o cumprimento de uma função social, as instituições museológicas lançaram um novo olhar para a área educativa; Novas ferramentas e estratégias foram desenvolvidas para aproximar o visitante, enxergando-o como um indivíduo com experiências e conhecimentos prévios e diversificados.
8 A visita ao museu passou a ser encarada como uma experiência em que diferentes contextos podem influenciar no processo Comunicacional: O importante é menos receber uma grande quantidade de público e disso se vangloriar do que constatar se o visitante tirou proveito de sua visita, verificou, enriqueceu seus conhecimentos e fez algum intercâmbio, aguçou sua curiosidade e seu espírito crítico, cultivou sua sensibilidade, sentiu prazer, estimulou sua criatividade, melhorou seu modo de vida, privada e pública. (Danièle Giraudy e Henry Bouilhet)
9 FORMAS COMO OS MUSEUS REALIZAM SUA FUNÇÃO EDUCATIVA: -Monitorias; -Visitas guiadas; -Oficinas de criatividade/apoio aos trabalhos escolares; -Kits e maletas pedagógicas; -Cursos/dramatizações PERSPECTIVAS DA FUNÇÃO EDUCATIVA; -Leituras e releituras sobre os bens patrimoniais; -Conscientização sobre a preservação patrimonial; -Exercício de cidadania; -Identidade cultural; -Profissionalização;
10 120,0 Gráfico Porcentagem (%) de museus segundo segmento de público atendido pelo setor ou divisão de ação educativa, Brasil, ,0 96,4 83,5 80,0 64,0 60,0 40,0 35,3 20,0 8,0 0,0 Público infantojuvenil Público adulto Público da terceira idade Público PNE Outro público
11 De acordo com o dados do CNM, aproximadamente a metade dos museus cadastrados (48,1%) possui um setor específico para ações educativas. Salienta-se, contudo, que a existência de um setor dedicado ao planejamento, desenvolvimento e à realização de atividades educativas, embora importante, não é determinante para a realização dessas ações. 51,9 Gráfico 43 - Porcentagem (%) de museus segundo existência de setor ou divisão de ação educativa, Brasil, ,1 Sim Não
12 Tipos de visita guiada Unidade da Com monitores/ Federação Com audioguia Outros guias Brasil 4,8 98,3 3,6 Norte - 100,0 - Rondônia - 100,0 - Acre - 100,0 - Amazonas - 100,0 - Roraima - 100,0 - Pará - 100,0 - Amapá - 100,0 - Tocantins - 100,0 - Nordeste 1,9 99,5 3,8 Maranhão - 100,0 - Piauí - 100,0 - Ceará 2,3 100,0 - Rio Grande do Norte - 100,0 10,5 Paraíba 10,0 100,0 - Pernambuco - 100,0 7,7 Alagoas 8,7 100,0 4,3 Sergipe - 100,0 - Bahia - 98,0 3,9 Sudeste 6,3 97,8 3,7 Minas Gerais 6,1 97,0 2,3 Espírito Santo 13,0 100,0 4,3 Rio de Janeiro 6,4 97,9 5,3 São Paulo 5,7 98,1 3,9 Sul 4,3 97,6 4,7 Paraná 2,6 100,0 6,6 Santa Catarina 4,0 97,0 5,0 Rio Grande do Sul 5,2 96,9 3,8 Centro-Oeste 7,6 100,0 1,0 Mato Grosso 9,1 100,0 - Mato Grosso do Sul - 100,0 - Goiás 6,7 100,0 - Distrito Federal 11,1 100,0 2,8 Tabela 19 Porcentagem (%) de museus segundo tipos de visita guiada, por Unidades da Federação e grandes regiões, Brasil, 2010 A visita guiada é uma das ferramentas mais utilizadas no processo de interpretação ou reinterpretação de elementos pertencentes ou construídos pelos museus
13 Gráfico 50 - Porcentagem (%) de museus segundo atividades culturais promovidas, Brasil, 2010 Eventos sociais e culturais 55,7 Conferências, seminários, palestras 54,0 Cursos/Oficinas 47,7 Cinema/Projeções de vídeo 33,4 Espetáculos musicais 30,7 Espetáculos teatrais/dança 26,8 Outras atividades 7,5 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
14 Há uma política escrita sobre educação? Essa política é revisada com freqüência? A política educacional deve estar escrita e deverá ser parte integrante do plano diretor. Ela ser revista regularmente. As necessidades e expectativas dos públicos-alvos são conhecidas? Antes de escrever a política, é importante saber quais são as necessidades específicas dos públicos-alvos. A política deverá incluir o compromisso com consultas constantes em relação às demandas do público.
15 Responsável pela área educativa faz parte da instância diretiva do museu? Este cargo é ocupado por um especialista em educação em museus? A responsabilidade pela criação, implementação e avaliação da política e do plano de trabalho deverá ser atribuída a um profissional integrante da instância diretiva do museu. O ideal é que seja especialista em educação em museus. As atividades educativas podem ser desenvolvidas por várias pessoas: funcionários do museu: pessoas de fora (como artistas, professores aposentados e especialistas independentes). Diferentes atividades exigem diferentes níveis e tipos de especialização. Devese avaliar que tipo de capacitação, assessoria ou quais outros serviços de apoio serão necessários. Fonte: Educação em Museus / Museums and Galleries Commission; tradução de Maria Luiza Pacheco Fernandes. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Fundação Vitae, (Série Museologia, 3)
16 RECOMENDA-SE que todos os museus: Reconheçam sua função educativa como fundamental. Apóiem programas educativos voltados para todos. Tenham uma política escrita sobre educação, que seja endossada pelo Conselho e seja parte integrante do plano diretor. Tenham um plano de trabalho por escrito com objetivos de curto e longo prazos. Deleguem a responsabilidade pelos programas educativos a um profissional que participe da instância diretiva e que, idealmente, seja um especialista em educação em museus. Garantam que o pessoal receba treinamento, assessoria e outros tipos de apoio para que possam cumprir suas responsabilidades educacionais. Garantam que o Conselho apóie o papel educacional da instituição. Fonte: Educação em Museus / Museums and Galleries Commission; tradução de Maria Luiza Pacheco Fernandes. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Fundação Vitae, (Série Museologia, 3)
17 O PNC: Plano de Cultura é um instrumento de gestão de médio e longo prazo, no qual o poder público assume a responsabilidade de implantar as políticas culturais. O Plano estabelece estratégias e metas, define prazos e recursos necessários a sua implantação. Lei n /2010. Entre as 53 metas propostas pelo PNC, as que se relacionam com o universo dos museus são: META 28: Aumento em 60% no número de pessoas que freqüentam museu, centro cultural, cinema, espetáculos de teatro, circo, dança e música META 29: 100% de bibliotecas públicas, museus, cinemas, teatros, arquivos públicos e centros culturais atendendo aos requisitos legais de acessibilidade e desenvolvendo ações de promoção da fruição cultural por parte das pessoas com deficiência
18 MUSEU E COMUNIDADE: MUSEUS DIDÁTICOS COMUNITARIOS: -Tentativa de superar as barreiras entre técnicos e comunidade.está baseado no trabalho conjunto de técnicos e povo;; -Visa a capacitação da comunidade para que ela mesma dirija seus programas de educação popular e cultura alternativa viável; -Experiências bem sucedidas em comunidades carentes economicamente e de pequeno porte populacional, ou seja, abrangência local; -Projetos envolvem baixo custo, pois contam com a participação voluntária e doações da comunidade e são executados com recursos locais disponíveis; -Seu potencial é incalculável de ensinamento, pois envolvem o público escolarizado ou não, adulto, crianças; - é uma forma de sobrevivência dos museus de maneira a cumprir sua função social nas sociedades de menor poderio econômico onde o dia-a-dia é ocupado com o sustento da familia; - a verdadeira função didática dos museus e da escola não é a de dar todos os conhecimentos e sim desenvolver o espírito critico, analítico e pesquisador. É verdadeira práxis libertadora, a educação através da cosncientização e reflexão;
19 ASPECTOS HISTÓRICOS: Primeiras experiências de Educação Patrimonial em museus foram realizadas em 1983 pelo Museu Imperial; Contou com o envolvimento de professores e esteve voltado para o ensino fundamental e infantil; Em 1990 foi lançado o Guia de Educação Patrimonial, 1ª publicação institucional do IPHAN sobre o tema, trazendo uma metodologia que foi e ainda é trabalhada, cujo foco é o bjeto; (O-observar; R-registrar; E-explorar; A- apropriar-se);
20 O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e, que apresenta as seguintes características: I - o trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II - a presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III A utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social; IV - a vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V a democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI a constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais. Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas.
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